Anda di halaman 1dari 21

Economia Política

Capítulo 11
Instituições e Crescimento Económico

11.1 – A importância das instituições para o crescimento económico

11.2 – Instabilidade política e crescimento

11.3 – Desigualdade e crescimento

11.4 – Aplicações empíricas

2007/2008 Economia Política 1


11 – Instituições e Crescimento Económico

z Grande parte das diferenças nos rendimentos per capita dos países
permanece por explicar depois de ser tida em conta a acumulação de
factores de produção.
• Mais de metade desta variação deve-se a diferenças na produtividade total dos
factores.

• Porque é que esta produtividade difere tanto e cresce a taxas diferentes em


diferentes países?
• Investimentos em I&D explicam uma parte substancial desta variação, sobretudo em
países desenvolvidos.

• No entanto, parte das variações no crescimento económico continua por explicar.

2007/2008 11 – Instituições e crescimento económico 2


11 – Instituições e Crescimento Económico

z A acumulação de conhecimentos foi crucial para a transformação dos países


ocidentais em economias modernas.
• Mas, esta transformação não poderia ter acontecido sem a formação de
instituições que encorajaram a acumulação de conhecimentos e a sua aplicação
no desenvolvimento de novas tecnologias.

• As instituições organizam a luta entre os proponentes da mudança e os seus


oponentes, pelo que afectam a capacidade dos países para inovar e implementar
novas tecnologias.

2007/2008 11 – Instituições e crescimento económico 3


11.1 – A importância das instituições para o
crescimento económico

z A ideia de que as instituições têm um impacto significativo no crescimento


económico já tem uma longa história na Economia.
• Adam Smith realçou os factores institucionais como direitos de propriedade e
liberdade económica e a sua importância para a riqueza das nações.
• David Ricardo também realçou a importância dos ganhos decorrentes do livre
comércio e das economias de escala, bem como da política económica, como
formas de promoção do crescimento económico.
• Schumpeter (1912) realçou a importância da iniciativa empresarial como motor do
crescimento.
• Hayek (1945) enfatizou a importância das instituições de mercado na afectação
eficiente dos recursos.

2007/2008 11 – Instituições e crescimento económico 4


11.1 – A importância das instituições para o
crescimento económico

z Evolução Histórica
• North (1981, 1990) examinou a contribuição de desenvolvimentos
institucionais para o crescimento económico ao longo da história.
• Concluiu que o sucesso e o fracasso organizacional explicam o progresso e o retrocesso
das sociedades.

• Deu particular destaque aos direitos de propriedade.

• As instituições fixam as regras do jogo, no qual se movem as organizações.

• Podemos entender as instituições como um sistema de regras, valores e


organizações.

2007/2008 11 – Instituições e crescimento económico 5


11.1 – A importância das instituições para o
crescimento económico

z Origens Legais
• Os sistemas legais desempenham um papel fundamental na protecção de direitos
de propriedade.
• Mas, estes sistemas, que afectam o funcionamento das economias nacionais, diferem entre países.

• Glaeser e Schleifer (2002, QJE) estudaram a evolução dos sistemas legais inglês
(common law) e francês (civil-law), que são os mais comuns no Mundo.

• La Porta et al. (1998, JPE) mostram que a qualidade dos actuais sistemas legais
depende das origens dos mesmos, com os baseados na common-law a
protegerem melhor os direitos dos investidores.

• Djankov, et al. (2002, QJE; 2003, JCE) concluem os sistemas baseados na


common-law têm regulações menos pesadas para os tribunais (que são mais
céleres) entrada de empresas e mercados laborais.

2007/2008 11 – Instituições e crescimento económico 6


11.1 – A importância das instituições para o
crescimento económico

z Segurança dos direitos de propriedade


• É difícil estimar a relação entre o crescimento económico e o grau de
segurança dos direitos de propriedade porque este não é facilmente
quantificável.
• Keefer e Knack (1997, EcInq) utilizam dados de duas agências internacionais
que prestam informações sobre o grau de risco associado a investimentos em
diversos países.
• Classificam os países quanto ao risco de incumprimento dos contratos, risco de
expropriação da propriedade ou nacionalização e à existência no país de um
quadro legal objectivo.
• Keefer e Knack encontram evidência de uma relação positiva e significativa
entre a protecção dos direitos de propriedade e o crescimento económico. Esta
conclusão é corroborada por outros estudos:
• Torstensson (1994) encontra evidência de que as taxas de crescimento são
mais elevadas nos países que protegem mais fortemente os direitos de
propriedade.
• Knack (1996, PubCh) conclui que o processo de convergência se verifica
apenas entre economias que garantem os direitos de propriedade.

2007/2008 11 – Instituições e crescimento económico 7


11.1 – A importância das instituições para o
crescimento económico

z Origens Coloniais
• A influência das instituições impostas pelas potências colonizadoras no desenvolvimento dos
países tem recebido bastante atenção.

• North et al. (2000) argumentam que as diferentes instituições e o consequente diferente


desempenho da América do Sul e do Norte se devem a terem sido colonizadas por países
diferentes.

• Sokoloff et al. (2000, JEP) argumentam que a dotação de factores e recursos das colónias é
que determinou as instituições, e não a identidade do colonizador.

• Acemogmu et al. (2001, ERA; 2002, QJE) argumentam que foram as condições locais que
ditaram as instituições e que estas se mantiveram mesmo após a independência.
• Maior dificuldade de fixação dos colonos (maiores taxas de mortalidade) levou à criação de piores
instituições, viradas sobretudo para a extracção de rendimentos com a fixação de poucos colonos.

2007/2008 11 – Instituições e crescimento económico 8


11.1 – A importância das instituições para o
crescimento económico

z Democracia
• A relação entre democracia e crescimento é um tema de grande importância.
• No final do séc. XX os países associados à ex-URSS empreenderam reformas para
implementar governos democráticos mas foram pouco entusiastas quanto a diminuir o
peso do Estado e a remover os entraves ao livre comércio.

• Estes países esperavam alcançar os níveis de prosperidade observados no Ocidente mas


os resultados foram algo desanimadores.

• A abordagem das escolhas públicas enfatiza a importância da liberdade económica, mais


do que da liberdade política, para o crescimento. Logo, a estratégia adoptada por estes
países não foi a mais correcta.

• Embora alguns estudos encontrem uma relação positiva entre liberdade política e
crescimento este resultado pode derivar do facto das instituições políticas
democráticas estarem intimamente relacionadas com a protecção dos direitos de
propriedade e com a existência de um quadro legal objectivo.

2007/2008 11 – Instituições e crescimento económico 9


11.1 – A importância das instituições para o
crescimento económico

z Democracia
• Barro (1996, JEG) obtém uma relação fraca e negativa entre índices de liberdade
política e crescimento.
• Tavares e Wacziarg (2001) analisam os canais através dos quais a democracia afecta
o crescimento.
• Trabalham com um painel de 65 países, para o período 1970-1989.
• Estimam um sistema de 8 equações por 3SLS:
• Uma equação para o crescimento
• Sete equações para os canais de transmissão da democracia

• Resultados
• A democracia favorece o crescimento ao melhorar a acumulação de capital humano e ao diminuir a
desigualdade de rendimentos.
• A democracia prejudica o crescimento ao reduzir a taxa de acumulação de capital físico e ao aumentar o
peso do consumo do governo no PIB.
• O efeito global da democracia é moderadamente negativo.

2007/2008 11 – Instituições e crescimento económico 10


11.1 – A importância das instituições para o
crescimento económico

z Dimensão do Estado
• Ao longo do séc. XX o peso do Estado na economia aumentou muito na
generalidade dos países.
• São muitos os artigos que analisaram o efeito da dimensão do Estado no
crescimento e muitos concluem que as despesas do Estado têm um impacto
negativo no mesmo.
• No entanto, vários estudos empíricos como o de Easterly e Rebelo (1993, JME) não
encontram evidência deste impacto negativo.
• Mas, de acordo com Barro (1990, JPE) e Slemrod (1995, BPEA) esse efeito negativo
pode só ser encontrado se o peso do estado exceder um determinado patamar.
• Para uma revisão da literatura, ver Zagler e Durnecker (2003, JES)

• Outro aspecto importante é a volatilidade das despesas


• Maior volatilidade da política orçamental é prejudicial ao crescimento (Fatás e Mihov,
2003, QJE)

2007/2008 11 – Instituições e crescimento económico 11


11.1 – A importância das instituições para o
crescimento económico

z Dimensão do Estado
• Continua por determinar qual o mecanismo através do qual mais Estado gera
menos crescimento.
• Quanto maior a proporção dos recursos afectada através do processo político maior o
incentivo para a procura de rendas (Tullock, 1967).
• Um excessivo peso da tributação desencoraja a actividade.

• Será igual o impacto das várias componentes das despesas do


Estado no crescimento?
• Lucas (1988, JME) aponta para a importância do investimento em educação
• Barro (1990, JPE) menciona a importância do investimento em infra-estruturas.
• Romer (1990, JPE) enfatiza a relevância das despesas em investigação e
desenvolvimento.
• Estudos empíricos, como o de Afonso e Furceri (2008, BCE) indicam que as despesas
em infra-estruturas e em educação têm um impacto mais positivo no crescimento que as
despesas em transferências.

2007/2008 11 – Instituições e crescimento económico 12


11.1 – A importância das instituições para o
crescimento económico

z Geografia versus Instituições


• Sachs (2001, 2003, NBER) argumenta que a geografia tem um papel fundamental
no sucesso económico dos países (mesmo tendo em conta as instituições).

• No entanto, vários outros autores argumentam que os efeitos da geografia no


crescimento económico operam através das instituições.
• Hall e Jones (1999, QJE): a latitude não retira o efeito das instituições.

• Acemoglu et al. (2002, QJE): as quedas de alguns países no ranking dos mais ricos do
século XVI para o XX podem ser explicadas pelas instituições mas não pela geografia.

• Easterly e Levine (2003, JME) e Rodrik et al. (2004, JEG) concluem que a geografia não
tem impacto sobre o PIB per capita de um país quando as instituições são tidas em
consideração.
• A geografia tem um efeito indirecto, na medida em que influencia a qualidade das instituições.

2007/2008 11 – Instituições e crescimento económico 13


11.2 – Instabilidade política e crescimento

z Instabilidade política
• A incerteza associada a um sistema político instável pode reduzir o investimento e
o crescimento económico.
• Por outro lado, fraco desempenho económico pode originar instabilidade política. Assim,
a relação opera nos dois sentidos.

• Grupos de modelos:
• Alocação dos recursos entre actividades produtivas, predatórias ou defensivas:
Grossman e Kim (1996)

• Apropriação de recursos comuns: Lane e Tornell (1996), Nbenhabib e Rustichini (1996),


Tornell (1997)

• Conflito social: Rodrik (1997)

2007/2008 11 – Instituições e crescimento económico 14


11.2 – Instabilidade política e crescimento

z Instabilidade política (estudos empíricos)


• Vários estudos encontraram uma relação negativa e estatisticamente significativa
entre instabilidade política e crescimento:
• Alesina e Perotti (1996, EER), Alesina et al. (1996, JEG), e Perrotti (1996, JEG) usam
índices baseados em eventos como motins, assassinatos e manifestações.

• Alesina e Perotti (1994, WBER) usam índices de instabilidade interna ao sistema político.

• Mauro (1995, QJE) baseia-se num índice de corrupção e Knack e Keefer (1995, Ec&Pol)
em indicadores do risco dos países.

• Campos and Nugent (2002) colocam em causa esta relação, pois não encontram
evidência de um efeito negativo de longo prazo (só encontram evidência de uma
relação contemporânea).

2007/2008 11 – Instituições e crescimento económico 15


11.3 – Desigualdade e crescimento

z Efeito da desigualdade de rendimentos no crescimento:


• A poupança nacional pode ser maior com uma distribuição mais desigual de
rendimentos, o que permitiria maior investimento.

• Mas, a desigualdade pode prejudicar o crescimento por via de restrições de


crédito que fazem com que indivíduos com poucas posses não consigam obter
financiamento para investir.

• Desigualdade leva a redistribuição, que pode ser feita através de impostos e


transferências discricionários que prejudicam o crescimento.

2007/2008 11 – Instituições e crescimento económico 16


11.3 – Desigualdade e crescimento

z Resultados de estudos empíricos:


• Alesina e Rodrik (1994, QJE) e Persson e Tabellini (1994, AER) mostram que
para uma cross-section de países há uma relação negativa entre o nível de
desigualdade e o subsequente crescimento do PIBpc.

• Deninger e Squire (1996, WBER; 1998, JDE) encontram resultados mais fortes
para a desigualdade na distribuição de riqueza (ex: detenção de terras).

• Barro (2000, JEG) conclui que o efeito da desigualdade é negativo em países


menos desenvolvidos, mas positivo nos desenvolvidos.

• Banerje e Duflo (2003, JEG) encontram evidência de que o crescimento é uma


função em U invertido de variações líquidas na desigualdade.

2007/2008 11 – Instituições e crescimento económico 17


11.4 – Aplicações Empíricas

z Liberdade política

z Muitos estudos, utilizam os índices de Gastil (1982) embora estes


não tenham sido desenhados para investigar assuntos económicos:
• Gastil centrou-se fundamentalmente nos direitos políticos (direito de
votar, de se candidatar a um cargo público e de eleger representantes
com capacidade de influenciar as políticas públicas) e liberdades civis
(liberdade de opinar, de criar instituições e de ter autonomia individual
sem a intervenção do Estado).
• Os índices de Gastil têm sido actualizados regularmente e publicados
pela Freedom House.
• http://www.freedomhouse.org/template.cfm?page=372&year=2007
• Disponibilizam dados anuais desde 1972.

2007/2008 11 – Instituições e crescimento económico 18


11.4 – Aplicações Empíricas

z Liberdade económica
• Gwartney et al. (1996) criaram um índice de liberdade económica :
• Gwartney and Lawson (2007), Economic Freedom of the World 2007 Annual
Report, Vancouver: Fraser Institute. http://www.freetheworld.com/release.html
• Cobre 141 países e abarca o período compreendido entre 1970 e 2005
• Dados de 5 em 5 anos até 2000 e anuais a partir desse ano.

• É composto por 42 componentes divididas em 5 categorias gerais:


• (1) dimensão do Estado (despesas, impostos e empresas públicas);

• (2) estrutura legal e segurança dos direitos de propriedade;

• (3) acesso a uma moeda fiável;

• (4) liberdade para trocar com estrangeiros;

• (5) regulamentação do crédito, do trabalho e dos negócios.

19
2007/2008 11 – Instituições e crescimento económico
11.4 – Aplicações Empíricas

z Liberdade económica
• Johnson et al. (1998) criaram um índice semelhante para a Heritage
Foundation;
• 2008 Index of Economic Freedom.
http://www.heritage.org/research/features/index/
• Cobre 162 países e abarca o período compreendido entre 1995 e 2007.
• É composto por 50 variáveis agrupadas em 10 categorias genéricas: política
comercial, pressão fiscal, intervenção estatal na economia, política monetária,
circulação do capital e investimento estrangeiro, banca e finanças, salários e
preços, direitos de propriedade, regulamentação, economia informal.

• Johnson et al. utilizam medidas subjectivas da liberdade económica, enquanto


o índice de Gwartney et al. inclui apenas itens mensuráveis.

20
2007/2008 11 – Instituições e crescimento económico
11.4 – Aplicações Empíricas

z Liberdade económica
• Estes 2 índices foram construídos de forma independente mas existe uma
forte correlação entre eles, o que sugere que estão a medir
aproximadamente o mesmo.
• A maioria dos estudos que utiliza estes índices encontra uma forte
correlação entre liberdade económica e crescimento económico.
• Combinando um destes índices com o de Gastil é possível comparar os
efeitos das instituições económicas e das instituições políticas no
crescimento económico:
• Quando se controla para as instituições económicas as variáveis políticas têm
um efeito diminuto no crescimento económico.
• Mesmo controlando para as instituições políticas as instituições económicas
continuam a ser relevantes para explicar o crescimento económico.

2007/2008 11 – Instituições e crescimento económico 21

Anda mungkin juga menyukai