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CONTINENTAL

Expnlso da

ILHA DA MADEIRA

REFUTAÇÁO DO FOLHETO

a O alcool do continente na Madeiran

LISBOA
Tur. r: PAPRI.ARTA
BAETA DIAS
21, Rua Augusta, 33
1809
SENIIOR I

Os interessados, que preiendem estabelecer na Aladeira


um m~~nopolio fechado para o regimen do alcool c escravisar
d'esze modo uma inoustria agricola e um commercio tão im-
portantes como o da producção e exportação do precioso vinho
da Madeira, sem duvida um dos produclos da terra porlugueza,
de fama mais exlensa e intensa, publicaram-aliás sob um
anonymalo que não abona muito a confiança na propria obra
-um folheto intitulado : O alcool do continente na Madeira,
no qual se pretende impugnar o parecer do Conselho do fo-
mento commercial dos productos agricolas que interpretou o
artigo 4." do decrelo de 21 de setembro do 1303.
Esse artigo 4.O diz :
0 0 alcool imporlado no dislriclo do Funciial,
qualquer que seja a sua procedencia, pagara,
crnquarilo vrgcrar este decreto, os direilos (t
impostos geraes e locaes a que está actual-
mente sujeito^.
O Conselho começou por estabelecer que, em 24 de se-
teml~rode 1903, isto 6 , antes da decreto entrar cm vigor, o
alcool do conliiienlc iião pagava, ao ser importado no districto
do Puriclial, iniposlo alguni geral, mas 6 6 o local de 70 réis
pur liiro.
E como o preceito mantem a estatu quo antè para todo
o alcool imporlado, qualquer que seja a sua procedencia, eon-
cluiu o Conselho que o alcool importado do continente a ne-
nhum outro imposto, senão ao local, está sujeito.
Se algum outro se exigisse, o aleool continental nào pa-
garia s6 o direito a que estava sujeito uctzaolmente, isto 6, na
epoca do decreto: pagaria otitro ou oulros direitos novos, o
que imporlaria violação manifesta do artigo 4.'
Isto parece claro e superior a interpretações haheis. Mas
o auctor anonymo do folheto descobriu que ao parecer do
Conselho (com o qual se conformou o illustre hlinislro das
Obras Publicas) ose oppõe a interpretação
grammatical
Iogica
systhemalica e
historica da lei ;
E ainda :
ncom egual forca, a ordem economica e G-
nauceira do dislriclo funchalensea. (pag. 33
Na verdade não se fazia mister J e nada menos do que,
de tanta couea para, a viva força fazer dizer ao arligo 4."
precijaniente o contrario do que elle diz !
Sigamos, porem, o folheto na sua preteusa demons-
tração.
A primeira cousa que elle diz oppor-se ao parecer do
Conselho 6 :

A Lettra da L J

PorquB? Porque a lettra sujeita o alcool aos direitos a


que actualmente esta sujeito. E como aeluaIrnente, isto 6 em
1903, s6 o alcool estrangeiro, e não o continental, pagava
direitos, segue-se que a força do artigo é sujeitar todo o alcool
aos direitos do estrangeiro-unico que os pagava.
a A referencia (a direitos) diz-se textualmenle, não podia
ser feita evidentemente ao alcool que os não pagassen.
Porlanto, o Consclho ~ i o l o ua regra que veda ao inlerprete
que distinga.
E ainda violou oulra regra, a que prohibe attribuir ab-
surdos a lei: pois absurda serii a lei, se quizesso dizer que
o alcool do continente pagaria os direitos actuaes -que são
nenhuns.
Tal é a argunienta~So: logo se v& que não discute a
lettra, como annuncia, antes foge d'ella; mas isso pouco im-
poria.
Primeiramerile: tem graça a accusação ao Conselho, de
ter reito distincções arbitrarias !
Distincç6es, fazia-as o ragimen vigente ao tempo do decreto
de 1903. O alcool eslrangeiro pagava 28500 rEis de imposto
d'imoortacão e 700 réis de imposto local. O do continente
apeias e& ultimo. (1)
E ilestle que o arligo 4.0 da lei d e 1903 diz que o alcool
apagari os direitos e irnpostos geraes e locaes a que estd
aclualn~enle sujeito, - como pode deixar de s e distinguir?
Simplesrnerite a dislincção vem do regimen anlerior que o
artigo 4." manteve, não vem da fantasia do inlerprele.
Fantasia do interprete, e das mais audazes, 4 pretender
que, não pagando o alcool do continente, em 1003, imposto
algum geral ao ser importado no Funchal e dizendo o artigo
4." que elle continuara pa,oaudo o que paga actualmente, o
eíleiio d'essa manutenção do stalu quo antè é.. carregar.
esse alcool cem um imposto novo de 28500 réis !
Esta fantasia é que é pesada deveras; e pasma como
possa assim sustentar-se que um producto portuguez 6, de
repente, sobrecarregado, ,para entrar em terra portuguezd,
com um pesadissimo ivtposlo geral d'importa$ão, não em vir-.
lude de preceito, claro, expresso, inilludivel - mas na fé de
uma inlerptetação arrevesada!
Reduzida a lettra do artigo sua structura essencial, as
.
palavras iinaes d'elle são : apagara.. os direitos. ..a que
esta aclualmente siijeitoa. Para ser boa a interpretação adversa;
seria necessario dizer: apagara os direitos a que esta
mente sujeito o alcoot esdl.angeiroa.

(4) A este respeilo vide e certidáo transcripla a pag.


reato 4 csle um fddo que ning~emcontesta.
Emqiianlo o auctor do folheto não conseguir iitlroilozir
na leltra aqueilas Ires palavras novas, a sua inlerprctaçZo
litleral não presta.
Tão pouco presla a outra arguição d e que o Corireilio
suppòe ao artigo ur. alcance al>surdo, quando sirçtenta que o
seu preceito 6 eoi~linuar o alcool do eoriliiiente pagaiiilo o
imposto antigo -que 6 nenhum.
A ol~jecçãovaleria se o artigo 4 . O se referisse $6 ao alcooi
do contiiiente e se, com etreilo, este não pagasse, a data do
decreto de 1903, nenhum clireito nem geral nem local.
Blas a supposição 6 duplamente errada:, 1." porque o
artigo 4." abrange todos os alcooes, qualquer que ~ r j a sua
procedeiicia, e já isto bastaria a invalidar a argumentação.
2.' porque o proprio alcool do conlinente, se não esiava su-
jeito a nenhum direito d'importação, pagava o imposto local :
de tal modo que nenhum absurdo ha em dizer q u e e l l e cou-
linua sujeito ao imposlo que pagava.

O espirito d a Lei

Passa depois o folheto a discutir o espirito da lei.


A primeira oùserva~ãoque isto suggere, é que, em ma-
teria d'impostos, não ha espirito que baste e mormente espi-
rito extrahido d e habilidades transparentes. A sujeiçáo a um
imposto tem de iiascer de leltra expressa. E redobra a neces-
sidade quando se trala da importação de um producto do paiz
em uma parte do mesmo paiz e, para mais, d'um imposto
pesadissimo.
Mas afinal e m que esta o tal ~ s p i r i t oda lei? Em qiic,
sujeitanto o artigo 9." do decreto de 1903 o alcnol da Madeira
a direitos de estrangeiro no continente, a reciprocidade se
impõe.
Estaideia de crear um imposto novo e oiierosissimo pelo
principio da reciprocidade, sb na fantasia do anonyrno auctor
do folheto podia ter germinado. Veja-se a que consequencias
imprevistas levaria o novo principio fiscal! Para se saber a
que direitos estariam sujeitos, por exemplo, os generus colo-
niaes no continente não haveria que recorrer á pauia mas &
reciprocitiatle; islo 6, não haveria que recorrer i pauta do
continenle, mas. a colonial !
Yrosegne o folheto deduzindo ainda o espirito da lei dos
artigos 5.O e 10.'
Ora este artigo, o que faz 6 tornar os importantes bene-
ficio~outorgados pelo artigo 5." e pelo n.O 3 . O do artigo 1 . O
aos distilladores ma?eirenses, iqto 6 , a isenção de impostos
locaes e de fabricação e a imporlação de melaço estrangeiro
corn ' i 6 do direito anterior, e~sencialmentedependentes do
-10 dos mesmos distilladores comprarem toda a cana madoi-
rense aos preços da tabella.
Se a comprarem, gozarão os distilladores d'aquelles be-
neficio~expressos, isenção d'imposto local, d'irnposto de ia-
Liricação e direito reduzido no melaço estrangeiro.
Logo, conclue o folheto, gozarão mais, os ditos distillado-
res, do direito prohihiti.iro para o alzool continerital.
E' a isto-a esta transi~ãoarbitraria do beneficio expresso
para o fanlasiado. que s e chama espirito da lei.
Ora 6 facil de ver. que se no caso pudesse haver espirilo
da lei. a argumentação do folheto seria simplesmente contra-
producente.
Com efeito, o seu syslomn consisle e m considerar o tal
imposto proliibilivo de 26500 r8is sobre o alcool do continente,
como unia das compensaçóes do encargo da compra da cana.
&Iasentão, a conseqiiencia deveria ser que o arligo !O.",
em caso de falla de cumprimento do encargo, assim como
faz cessar os beneficias dos artigos 5 . O e 1 . O n.O 3, assim
deveria ftizer cessar tiimliern o supposto beneficio do artigo
4.O, direito probibilivo sobre o alcool conlinental.
hlaa pelo contrario se vê, que o artigo 1 0 . O não faz a
minima referencia ao artigo 4 . O
Logo, a unica cortclusão logica e necessaria 6 que Q artigo
4." não estabelece tal para os compradores da cana da Madeira
NENlIUil BENi3PlCIO COMPENSADOR.
Se o eslal~elecesse~dar-se-hia o revoltante contrasenso
d'elles, amanhil, se furtarem a obrigação da compra da cana
aos preçcs fixados e continuarem a fruir da protecção d'um
direito prohibitivo lançado ao alcool do continente!
Já o auctor do folheto esta vendo o mau passo em que
s e metleu !
Tão mau que, para se sair d'elle, só um recurso lhe
resta: sustentar que são allernadamenle boas a interprelaâão
propria d'elle e a dia~nelralmenteopposta do eonsellio ao rnec-
missimo arligo 4.", coufnrme as fdbricas matriculadas oùserva-
rem, ou não, a tabella. Se observam, o artigo 4.O significa o
que o folhelo sustenta. Se não observam, o mesmo artigo 4.'si-
guifica exactamente o contrario e tem entzo razão o Conselho!
Não 6 duvidoso que o auclor do follieto ha de eocuulrar
na sua fertil fantasia argumenlos, tirados do espirito da lei.
baslanles para sustentdr esta inlerpretação engenliosdmente
hifronte.
i2lellior fôra, porem, que o auclor do folheto lesse com
mais altenção o seguinte treclin do decreto de 1903 :
o.. . as fabiicas d e assucar e de alcool
não podem szr ohrigadas a comprar toda a
cana madeirense por maiores preços, se llies
não forem lambem garantidas as coinpelisa-
ções necessarias. E estas, acima d e tudo,
tbrn de ser dadas na i~nportap?os labora~cio
do mela$o esdraageiron.

Aqui lem o anongrno auclor do folheto hcm claro o sys-


themd de compensacão: esla no ctiroilo d'imporlação du meldço
(artigo 1.' n.' 3.') que foi reduzido d e 30 a 6 reis. E eatá nd
sua laboração, livre d e direitos, arti80 5.' A eoinpensaçáo
consistente no lançamento -tacito - d'um imposto d e li8500
reis sobre o alcool do continente e, para mais, com o admini-
culo d e ficar subsislindo quando rnesmo a laliella fosse iniriu-
gida- essa e6 o interprete anonymo poude descobrir.
Prosegue este, descobrindo novo argumento no modelo
anneao ao regulameuto de 24 de dezembro d e 1903, que
obriga os fabricantes matriculadoJ a comprarem aos não ma-
triculados os saldos de suas aguardentes, a cerlo preço. Alas
essa obrigação 6 tão anodina, que não vem n o decreto regu-
lamentado, nem no texto do regulamento e s6 no annexo.
Claro esla que tanto importa aos fabricantes matriculados
comprarem a cana a certo preço, como o alcool respectivo ao
preço correspondente. Se as fabricas não matriculadas com-
pram a distillam cana, alliviam as matriculadas de comprarem
concorrentes quanlidades. A disposição só é benefica para as
fabricas com matricula: pois, comprada por ellas a propria
cana, o encargo pesar-llies-hia em cheio; comprada a cana
por outros diatila:lores, como eates vão vendendo todo o
anno a aguardente ao publico, e as fabricas matriculadas s6
ficam obrigadas a comprar os .saldos annuaes., claro está
que tQm ellas tudo a ganhar com a substituição d'aquelle
encargo por este, que não pode ser maior e pode ser muito
menor.
Segue o folheto com a

Interpretagáo historiea

sendo curioso ver a carencia absoluta de factos que corres-


ponde á pretenciosa epigraphe.
Começa o capitulo pela afirmação de que aautes de 1903
não entrava de facto alcool do continente na madeira).
Esta afirmação 6 simplesmente inexacta, como da certidão
a que se refere uma nota precedente. Mostra essa certidão que
s6 em 1901, um sO importador lee duas importações de alcool
nacional, de Lisboa, uma de 1:549 litros, outra de 4:555 litros,
as qoaes ambas pagaram apenas o imposto local de 70 reis.
Prosegue o folheto: .Desde 1901 para ca (note-se que a
certidão refere-se precisamente ao anno de 1901) a historia
da legislação do alcool em Portugal resume-se n'isto: conti-
nente do reino, archipeligo açoriano; ,\ladeira, qualquer pro-
vincia ou mesmo dlstricto do ultramar-governem-se como
puderem, cada qual em sua casao.
Pela audacia d'esta affirmação, desmentida em cheio por
um docnmenlo onícial e autlientico, se poderá reconhecer o
merecimento do folheto.
O seguinte capitulo é a

Pratica administrativa

Ahi se avança que a pratica uniforme e constante da


alfandega foi taxar como eslrangeira a aguardente do conti-
nenle; e conclue se: d e r i a administrativamente possirei jnf-
gal-a agora nacional?. .. Quem pode admittir anarcliia tão
assombrosa?l Depois de cinco anno3 de pratica o p p o s l a ? ~
Vejamos estes cinco annos de praliea ~pposta.
De 1903 a 1905 ninguem pensou na Madeira em importar
alcool do continente, pelo seu preço excessivo. M com o im-
posto local de 70 reis, o likro ficaria na Aladeira entre 400 e
500 réis.
Em 1905, é que pela primeira vez, depois de vigente o
decreto de 1903, se apresentou na alfaudcga do Punchai alcool
do continente a despacho e s 6 então, com surpreza do todos,
a alfandega quiz taxar esse alcool como se fora estrangeiro.
Alas houve então, ao menos um capo susceptivel de s e
adaptar a rpigraphe do folheto ?
Não, porque o importador não sp: cooforniou, reeorreu e
apezar n'este recurso ler subido a estaçào superior ern 8 de
março de 1905, não se sabe que espinhos conlém, que ainda
não logrou resolução! Ern 1908 houve outra importação reque-
rida, na qual a alfandega seguiu a doutrina de 1905. D'alii, novo
recurso que ù'esta vez foi a informar ao conselho do fomento,
como sendo a repartição que ten30 participado na redacção
do decreto era incomparavelmente a mais competente para o
interpretar. E qual fosse a solução, já se sabe. O Consellio
prnnunciou se POR UNANIMIDADE pelo provimento do recurso
e com este voto se conformou o illustre Ministro das Obras
Publicas.
Portanto, & pomposa epigrapbe de pratica administrativa
e ao brado contra a ana~chiaassombrosa qzla resultaria d e
ser o artigo 4.O cumprido como esta escripto, curre~ponde
isto apenas : um recurso náo resolvido e outro resolvido cnn-
tra a tal pretensa pratica!
Com que sinceridade o tal fulheto esla escripto !
Passa elle depois a considerar

Primeirameule não ha contracto algum. Aa um regimen


geral, feito sem sobrescripta, e offerecido a todos os fabricantes
qee d'elle s e quizessem ntilisar. Se só duas fabricas puderam
dispor dos capitaes necessarios para irem a matricula e hoje
coristituem um potentado ; se este potentado conseguiu cons-
tituir iim monopdio de facto, não é isso razão para elle pre-
tender que o s poderes publicos se Itão de deixar avassalar
por exigencias nianifestamenle illegaes.
Admiltindo mesmo, porem, que contrazto houvesse, as
fabricas matricu-ladas não Cêm direito algum senão aos bene-
Qcios expressos na lei. E já vimos e mostramos como, tanto a
face do decreto de 30 de setembro de 1903, como a face do
seii relatorio explicativo, as compensaç6es ao encargo da com-
pra da cana consistem na enorme reducção do direito do me-
laço (de 30 réis para 6) e na isenção de qualquer imposlo,
giiranlida a respecliva convnrsão em alcool. (Decreto de 30
d e setembro de 1903, artigo 1 0 . O , relalorio d'este decreto,
trecho atiae transcripto, e ainda o regulamento de 24 de de-
zembro de 1903, artigo 9 . 9 . Considerar tambem como com-
pensa~ão,o tal supposto direito proliibitivo sobre o alcool do
continente, é habilidade transparente e pretensão absurda: 1.O
porque um imposto novo não s e improvisa 2 titulo de cumpen-
saçào e 2 . O porque, segundo já vimos, com ta1 compensação
se daria o contrasenso d'ella subsistir, quando' mesmo o en-
cargo s e nXo cumprisse !
Por Tim o folheto adduz

E a pretexto d'isto o polenlacio monopolisla, falando como


potentado, faz manobrar deanle do Governo os contos as cen-
tenas e as libras as centenas de milhares, tudo para dar a
impressão de que a Madeira estará perdida se o Governo
ousar resistir, n i o j á a pretensão, mas as exigencias dos fa-
bricantes matriculados.
Alas este aspecto da argun2entação é simplesmente la-
mentavel.
Primeiramente, se, por um lado, estão os iiileresses li-
gados as fabricas matriculadas, não estarão ppr outro lado os
interesses sacratissimos dos cultivadores do vznho da Madeira,
um dos mais nobres productos da terra pc~rtuguezae os dos
seus exportadores, que loruam o nome de Portugal conhecido
vantajosanienle nas mais longinquas regióes do murido 7
E ao lado d'uns e d'outros não estão lambem lodos os
viuicullores do continente, que teem o mais legiliino inleresse
em collocdrem licitamente a sua aguardente, alias imcompa-
ravel como alemento cle nobreza na beueTiciagão dos vi-
nhos ?
Enlão os inleresses ligados as fabricas matriculadas lião
de ser baslanle forles para improvisarem em seu beneficio
um imposto novo-e os intere~sesdos cultores e eaportado-
res de vinho da Madeira e ainda os dos productores de aguar-
dente de vinho no continente não hão de ter força bastante
para exigirem o sliiclo curnprimenlo da lei e para s e insur-
girem contra a promulgação d'urn imposto pezadissimo que
nenhuma lei estabeleceu ?
Porque é preciso que se diga e que o Governo reflicta
que, se elle quizesse agora sujeilar o alcool do continente ao
imposlo enorme de 2S500 réis, elie faria dictadura e da de
peor especie, em maleria d'impostos e para impedir a livre
circulação de generos porluguezes em terra poi tugueza.
Alas, ainda rnais: faria tudo isto, para o mais revollanle
dos fins-qual o dé sujeitar os viuliatáiros da Madeira e ou
exportadores dos seus vinhos a lyrannia esmagadora de um
rnouopolio que poderia vender o seu alcool ao preço que muilo
bem quisesse 1
O folheto, a paginas 8, ousa dizer: c 0 alcool propriamente
dito, em 40 graus Cartier, precisa de ser vendido (sic) aclual-
mente a 335 réia o litron.
E' incrivel isto! E muito desejariamou nos mostrassem
as contas de grau capitão pelas quaes, com melaço estrangei-
ro a 6 reis de direitos, s e chega ;,I preço de 335 reis o lilro I
N'este ponto a audacia do folheto excede quanto possa
imaginar-se I
Assim o relatorio do derreto de 1903, para legilimar a
reducção do direi10 do melaço de 30 a 6 leis, escreveu:
*Se não s e procedesse de tal modo, enca-
receria o alcool tle melaço, o mais adaplavel
aos vinhos especiaes da ,\ladeira j?) arrui-
nando-se decisévanie9tfe o cornntercio de vinhos
e a vilicullurn. Este seria o efeito inevilavel,
quando é certo que .id o commercio de vinhos
lucla com as dificuldades etc,, e a viticullura
v4 baixar assusladoroment6 o p e c o dos seus
mostos etc.
V&-se, pois, do mais claro modo, como, no espirito do
legislador, d enorme reducção no direito do melaço estran-
geiro visou ao fim de habilitar as fabricas matriculadas a re-
duzirem, lambem consideravelmente, o preço do alcool, em
ordem a acudir ao commercio de vinhos e a vinicultura,
ambos em via de ruina.
E como correspondem a isto os nobres fabricantes malri-
cnlados? Usufruindo em cheio a reducção do direito no melaço,
mas augmentando €em medida o preço do alcool respectivo!
E augmenlando-o a ponto, que atb o excellente alcool de vinho
do conlinenle pode ir ali fazer-lhes sombra, sendo assim ur-
gente improvisar-se para esle um direito prohibitivol
E' esta a moralidade do conto. hlas accrescente-se que,
sc o Governo ceder as exigencias do monopolio, o mesmo
será que entregar a este os productores e exportadores de
viriho da Madeira, ligadts de p6s e mãos, e sujeitos, não só ao
exorhitantissimo preço aclual, mas a16 a qualquer cutro mais
elevado ainda, a16 nnde o permitlir o enorme imposto de
26500 reis! No conlinente com elyeito, ainda vigora o maximo
de 2,62 réis por gi'an e litro, excedido o qual, o direito d'im-
porlação pode baixar. Na Madeira, não ha tal limile.
A pretensão, pois, dos fabricantes matriculados não visa
apenas á enormidade de fantasiar um direito prohibitivo que
a lei não estabelece, visa, mais, a conslituição d'um monopo-
lio fechado, assente nas mais inexpugnaveis bases !
Não haverá, sem duvida, nem governo nem parlamento
que a tal subscreva I
Em conclusão : qual a lei vigente, disse-o já, com a maior
auctoridade, o Conselho do fomento, por unanimidade.
~ i s s e ~ odepois,
, com não menõr auctoridade, a REAL
ASSOCIAÇAO CENTRAL DA AGRICULTURA PORTUGUEZA, a qual.
e m assembléa peraI extraordinaria, corroborou olenamente. e
lambem por unanimidade menos um voto, o d'aquelle
Conselho.
Isto basta. Quaesqucr que sejam os interesses em cun-
trario, -e já mostramos que do outro lado os interesse não
são menores, o respeito a lei impõe-se acima d e tudo Irnpóe-
s e principalmente, quando se trata J e resistir a exigencia,
quasi inconcebivel, d e se fantasiar um iiaposto novo para fa-
vorecer cerlos interesses á custa P em prejuizo gravissirno de
outros.
Os exporladores de vinhos da Madeira esperam, pois, que
justiça plena lhes ha de ser feita.
Lisboa, aos 21 d e Janeiro d e 1908.

Cossa1.t Gordon & C.O


Blnndy Lirothers & C.'
Krohn Brotiiers & 6 . O
Ifdnry P. &files
Pozuer Drzlrt/ & C . O
Leacocli & C . O
1Vclsh R Cunha Lda
Ill.moe Ex."," Snr. Director Alfandega

Blandy Brothers & C.= pedem para que V. E ~ . ~ p e r m i t Ihes


t a seja
passado or certidão o seguinte:
1.0 $e é ou náo certo terem importado de Lishm em Janeiro de
igoi tres cascos com 1549 litros d'alcool puro nacional, e em Julho
do mesmo anno nove cascos com 4555 litros d'alcool puro nacional
como consta dos despachos n."' 7532 e igoi de receita de igoi.
2 . O Qual a taxa applicada n'esta Alfandega ao referido alcool.
E assim

Pedem a V. Ex.' lhes defira

Funchal 2 de Janeiro de rgog.

Luií Alvflro de Carvalho

Camillo Leliis de Bettencourt, I." Aspirante do quadro geral das


Alfandegas em servico na do Funchal:
Certifico em vista do despacho retrò que 6 certo terem os reque-
rentes importado de Lisboa em Janeiro de 1901, tres cascos com al-
coo1 puro nacional com mil quinhentos e quarenta e nove litros, e em
Julho do mesmo anno nove cascos com quatro mil quinhentos cinco-
enta e cinco litros da mesina procedencia como consta dos despachos
sob n."' receita geral 7532 e 1901 do mesmo anno, rendo sido appli-
cada nesra casa
.~ -~.~... .~~~~~ fiscal
. ~ a -taxa
~~~de ~
~

,so réis
~r nor cada litro (setenta réis)
~ ~ ~ ~

e por ser verdade passo a presente que vae sellada com o'sello hrancá
d'esta casa fiscal. Alfandega do Funhal z de Janeiro de igog.
Eu Camillo Lellis de Bettencourt a fiz escrever, subscrevi e as-
signo
D'esta 380 O i .O Aspirante
5010 -'9
399 (assignado) Carnillo Leliis de Bettencourt
M.' de receita 6 526
ADVERTENCIA

Esta reiutação do folheto a 0 Alcool do Continente na lia-


deira* foi entregue ao Governo em 27 d e janeiro, ultimo.
Em 9 de fevereiro, tambem do corrente anno d e 1909,
foi-llie entregue uma outra representação, ciijas conclusões
sáo as seguintes :
aQue seja estabelecido por Lei que as fabricas matricu-
ladas ~ e n d a mo alcool para tratamento d e vinho a um preço
nunca superior ao preço corrente do do continente, o qual não
póde exceder a 2,6.2 reis por grau e litro.
a E que, além d'is~o,seja perrnilli4a a importação na illia
da Madeira de alcool vinico, livre de direitos, como diz clara-
mente o art. 4 . O do Decreto de 24 de Setembro de 1903.
nlsto pela rasào do alcool de melaço vendido pelas fabri-
cas matriculadas ser de qualidade muito inferior, o que é
devido á falta de concorrencia, como sc verifica com todor, os
monopoliosi.

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