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expoSophia

Universidade Federal do Espírito Santo


Centro de Artes
Desenho Industrial | Programação Visual

expoSophia
Proposta expositiva para o Lectorium Rosicrucianum

Dimitri Bassani Santos Neves

Vitória 2006
Dimitri Bassani Santos Neves

expoSophia

projeto apresentado ao curso de


desenho industrial | programação visual
do centro de artes da ufes
como requisito para a obtenção do
grau de bacharel em design gráfico

orientadora
professora Sandra Medeiros
mestra em design

Vitória 2006
Neves, Dimitri Bassani Santos
Exposophia - Proposta expositiva para o Lecto-
rium Rosicrucianum / Dimitri Bassani Santos Neves.
- 2006.
122 f.

Orientadora: Sandra Medeiros


Projeto (graduação) - Universidade Federal do Espíri-
to Santo, Centro de Artes, Desenho Industrial.

1. Design. 2. Exposição. 3. Lectorium Rosicrucianum.


I. Sandra Medeiros. II. Universidade Federal do Espírito
Santo. Centro de Artes. III. Exposophia.
Dimitri Bassani Santos Neves

expoSophia
Proposta expositiva para o Lectorium Rosicrucianum

projeto apresentado ao curso de


desenho industrial | programação visual
do centro de artes da ufes
como requisito para a obtenção do
grau de bacharel em design gráfico

comissão examinadora

___________________________
professora Sandra Medeiros
mestra em design
universidade federal do espírito santo

___________________________
professora Telma Elita Juliano Valente
doutora em comunicação e semiótica
universidade federal do espírito santo

___________________________
professora Edna Aparecida Nico Rodrigues
Especialista em História da pintura no Brasil - Século XX
universidade federal do espírito santo
A todos os que buscam
“Que aquele que procura não cesse de procurar
até que encontre. E quando tiver encontrado, será
tocado. E tendo sido tocado, maravilhar-se-á, e
reinará sobre o todo...”
Evangelho de Tomé
Resumo
Apresenta a Escola Internacional da Rosacruz Áurea internacionalmente
designada como Lectorim Rosicrucianum. Aprofunda questões ligadas a sua
divulgação pela análise dos esforços empregados pelas equipes responsáveis.
Traça um perfil das atividades da instituição voltadas ao público, avaliando re-
sultados e destacando potencialidades latentes. Levanta questões importantes
para a imagem institucional e aponta a necessidade da preservação e promoção
de sua imagem pública pelo tratamento adequado prestado às peças de divulga-
ção. Avalia experiências em outros países onde o Lectorium atua com especial
atenção aos eventos públicos. Investiga o universo das exposições apresentando
um pouco de sua história e problematizando a pertinência da mídia expositiva
para a divulgação da Rosacruz Áurea. Situa o profissional de design no universo
expositivo defendendo a atuação conjunta com profissionais de outras discipli-
nas para a obtenção de resultados satisfatórios. Propõe linhas diretivas para a
implementação de evento expositivo, aprofundando a busca por potencialida-
des da mídia expositiva nas diversas áreas envolvidas e apresentando dados das
áreas de antropometria, tipografia, iluminação e outros. Apresenta um modelo
expositivo denominado Exposophia em caráter ilustrativo, propondo, por fim,
a discussão da proposta pela instituição.

Palavras-chave
Exposição - Design; Lectorium Rosicrucianum - Divulgação;
Rosacruz Áurea - Divulgação;
Abstract
This work introduces the International School of the Golden Rosicross, in-
ternationally known as Lectorium Rosicrucianum. It approaches points of it’s
spreading by analyzing efforts developed by the responsible teams. It traces a
profile of the activities of the institution that are aimed at the public, evalua-
ting results and showing its latent potentialities. Raises important issues on the
institutional image and points the necessity of maintenance and promotion
of it’s public image by means of adequate treatment of the divulgation pieces.
Evaluates experiences from other countries where Lectorium Rosicrucianum is
present, with special attention to the public events. It investigates the universe
of expositions presenting some of its history and approaching the pertinence
of the exhibitive media as a means to the spreading of the Golden Rosicross. It
situates the designer in the exhibition’s universe defending his gathering with
professionals from different disciplines in order to achieve satisfactory results.
Proposes directive lines for the implementation of exhibition, searching for po-
tentialities of the exhibitive media in its different areas, also presenting data on
anthropometrics, typography, lightning and else. Presents an exhibition model
named Exposophia as illustration of the propositions, inviting the institution
to discuss this proposal.

Key words
Exhibition - Design; Lectorium Rosicrucianum - Spreading;
Rosacruz Áurea - Spreading;
Lista de siglas
BPH - Bibliotheca Philosphica Hermetica
CMYK - Cian, Magenta, Yellow, blacK (ciano, magenta, amarelo, preto)
IRC - Indice de Reprodução de Cores
LR - Lectorium Rosicrucianum
OTF - Open Type Font (Adobe Systems)
R.C. - Rosacruz
RGB - Red, Green, Blue (vermelho, verde, azul)
STP - Setor de Trabalho Público (setor responsável pela divulgação do LR)
Sumário

manifesto
Prioridade ao prioritário�� 14

apresentação
Contexto 17
A Rosacruz Áurea 19
Palestras públicas  21
Potencialidadesdos eventos  23
O exemplo europeu  26
Divulgação dos eventos  30
Imagem institucional  32
Intervenção  35

investigação
Exposições  37
Design de Exposições  40
Pertinência da mídia  43
Exposição versus palestra  46
proposta Programação visual  94
Exposophia  50 Ergonomia visual  95
Adequação da mídia  52 Projeto gráfico  98
Itinerância, investimento e abrangência  54 Identidade visual  99
Meio e mensagem  55 Divulgação  101
Tratamento  57 Integração dos meios  103
Tipografia  57 Divulgação da Exposophia 106
Imagem  61 evento
Objetos  63 Itinerância e Condicionantes 109
Ambientação  65 Programação  111
Iluminação  65 Considerações finais113
Acústica  68 Diáligo e articulação114
Ornamentação  70
referências
Conteúdo dinâmico  72
Referêncais bibliográficas  121
projeto Publicações  121
Espaço expositivo  75 Originais de arte  122
Estrutura modular  79 Normas técnicas  122
Módulos periféricos  79 Produções acadêmicas  122
Módulo central  83 Artigos em periódicos  122
Módulos acessórios  84 Internet 122
Layouts do espaço expositivo  86 Artigos disponíveis  122
Layout para recepção e exibição  87
Layout para audiência  87
Inserção de Conteúdo  90
Seleção de temas  90
Pesquisa e desenvolvimento  92
expoSophia | manifesto
1964
Prioridade ao Prioritário
(First Things First)
Ken Garland
First Things First, publicado pelo designer gráfico britânico Ken Garland em ja-
neiro de 1964, numa edição de 400 cópias, foi rascunhado durante um encontro da
Sociedade de Artistas Industriais de Londres. Garnald (nascido em 1929) pediu para
ler seu manifesto, e a recepção calorosa o encorajou a colher em suporte assinaturas
de vinte e um designers, fotógrafos e estudantes. A emergência da profissão em design
gráfico britânico do início a meados dos anos sessenta foi acompanhada de periódicas
pesquisas-anímicas e discussões do propósito da comunicação visual em revistas como
a Design, onde Garland foi editor de 1956 a 1962. O apelo de First Things First por
uma mudança nas prioridades dos designers para longe do “exaltado grito por vendas
de consumo” em diração a formas mais válidas de atividade é o mais concentrado pro-
nunciamento desse tipo. O manifesto foi impresso na Design, no SIA Journal, Ark e
Modern Publicity, e o político trabalhista Anthony Wedgwood Benn escreveu sobre
ele em sua coluna no jornal Guardian. Garland foi também convidado a ler o mani-
festo no programa jornalístico Tonight na BBC. Intermitentemente reimpresso até
hoje, seu desafio ao design gráfico comercial ainda sem resposta tem ressonância dura-
doura. - Rick Poynor.

Nós, os abaixo assinados, somos designers gráficos, fotógrafos e estu-


dantes confrontados com um mundo em que as técnicas e aparatos da
propaganda foram-nos apresentados como os mais lucrativos, efetivos e
duráveis meios de empregarmos nossos talentos. Nós fomos bombarde-
ados com publicações devotadas a essa crença, aplaudindo o trabalho
daqueles que investiram suas habilidades e imaginação para vender coisas
como:
comida de gato, sais de frutas, detergente, restaurador capilar, pasta de
dentes listrada, loção pré-barba, dietas emagrecedoras; dietas de engorda,
desodorantes, água com gás, cigarros, roll-ons, pull-ons e slip-ons.
De longe os melhores momentos e esforços daqueles que trabalham na
indústria da propaganda são desperdiçados nesses propósitos triviais, que
pouco ou nada contribuem para nossa prosperidade nacional.
página 14
Em comum com um crescente número do público em geral, nós alcan-
çamos um ponto de saturação em que o tão enfatizado grito das vendas de
consumo não passa de barulho incômodo. Nós pensamos que haja outras
coisas mais dignas do investimento de nossos talentos e experiência. Há si-
nalizações para as ruas e prédios, livros e periódicos, catálogos, manuais de
instruções, fotografia industrial, campanhas educativas, filmes, programas
de televisão, publicações científicas e insdustriais, e todos os outros meios
pelos quais promovemos nosso comércio, nossa educação, nossa cultura, e
nossa maior consciência de mundo.
Nós não advogamos a abolição da propaganda de consumo de alta pres-
são: isso não é possível. Nem estamos querendo tirar da vida algo de sua
graça. Mas estamos propondo uma reversão de prioridades em favor das
formas mais úteis e duráveis de comunicação. Nós esperamos que nossa
sociedade aposente os comerciantes mesquinhos, os vendedores de estatus
e os incitadores ocultos, e que a demanda primeva de nossas habilidades
venha a ser por propósitos merecedores. Com isso em mente, nos propo-
mos a dividir nossas experiências e opniões, e a colocá-las à disposição de
colegas, estudantes e a outros que possam estar interessados.
Edward Wright, Geofrey White, William Stack, Caroline Rawlence, Ian
McLaren, Sam Lambert, Ivor Kamlishv, Gerald Jones, Bernard Higton,
Brian Grimbly, John Garner, Ken Garland, Anthony Froshaug, Robin
Fior, Germano Facetti, Ivan Dodd, Harriet Crowder, Anthony Clift, Gerry
Cinamon, Robert Chapman, Ray Carpenter & Ken Brigs.

página 15
expoSophia | apresentação
“Fazer design é resolver problemas. Não se pode

apresentação
lidar com nenhum problema antes que ele tenha
sido definido.”
Gilles Velarde

Contexto
A divulgação de organizações sem fins lucrativos ocorre muitas
vezes por meios diversos daqueles que conhecemos por propa-
ganda de massa. Publicações, cartazes e impressos com pequenas
tiragens, realização de palestras públicas, debates e eventos são
algumas possibilidades freqüentes.
Podem ser entidades essencialmente interessadas em questões
filosóficas, sociais, ambientais, de conscientização ou promoção
de idéias variadas, não sendo movidas pelas mesmas razões que
as organizações comerciais, e optando por canais de comunica-
ção adequados a suas possibilidades e pertinentes aos respectivos
contextos.
A natureza da entidade e daquilo que deseja comunicar são
determinantes na elaboração de seu posicionamento público
e podem incorrer tanto na utilização de veículos consagrados
quanto dos pouco comuns. As vicissitudes de cada meio são tra-
balhadas pelos respectivos profissionais na busca pela eficiência
na transmissão da mensagem e na consolidação da marca e da
identidade institucional, seja qual for a natureza.
Uma organização com mais de 80 anos de existência, fun-
damentalmente empenhada em disseminar determinado
conhecimento e propor uma filosofia de vida, certamente reuniu
experiências relativas à sua divulgação, e praticará os melhores
página 17
esforços para se aprimorar e conquistar resultados cada vez mais
satisfatórios.

apresentação
Este projeto de design trata da divulgação do Lectorium
Rosicrucianum, uma organização de caráter filosófico-espiritual
surgida na Holanda, no ano de 1924, e que hoje se encontra atu-
ando em diversos países, com presença significativa no Brasil.
O que será exposto a seguir pretende demonstrar a necessi-
dade de uma intervenção projetual e caracterizá-la conforme as
necessidades, objetivos e possibilidades da instituição.

página 18
“A Gnosis (do grego gnosis) é o conhecimento su-

apresentação
perior que incita o homem a descobrir em si mesmo
a centelha de Espírito pela qual ele pode se voltar
para o absoluto.”
www.rosacruzaurea.org.br

A Rosacruz Áurea
Lectorium é o termo latino para ‘escola’, lugar de estudos ou
leitura, enquanto que os outros dois radicais encontrados em
Rosicrucianum designam ‘rosa’ e ‘cruz’. Trata-se de um título
internacional, o que justifica a preferência pela língua universal-
mente conhecida - o latim. O equivalente adotado em português
é Escola Internacional da Rosacruz Áurea, e distingue-se de ou-
tros movimentos que também se denominam rosacruzes pela
adição do termo Áurea (de ouro, dourada). A terminologia latina
será utilizada com maior freqüência neste estudo para economia
de palavras, podendo aparecer designada apenas pelas iniciais
LR.
O Lectorium Rosicrucianum conta com um setor responsável
pela promoção de seus eventos públicos e divulgação: o Setor
de Trabalho Público (STP). Entre seus objetivos encontram-se o
de promover o conhecimento da filosofia gnóstica e a recepção
dos pesquisadores interessados em ingressar como alunos. Deve
ainda proporcionar oportunidade aos simpatizantes de estarem
em contato constante com a instituição sem necessidade de se
vincularem a ela.
Organizado em estrutura piramidal, o setor conta com uma di-
reção internacional, uma outra nacional (ou responsável por um
grupo de países culturalmente afins), direções regionais e grupos

página 19
que atuam em cada região do país. Anualmente, expositores e di-
reções se reúnem para realizar levantamentos e balanços, trocar

apresentação
experiências e traçar uma estratégia nacional, definindo temas
para as palestras de todo o ano seguinte, reunindo e distribuindo
material de apoio para os palestrantes e discutindo questões per-
tinentes, como as diretrizes do trabalho.
Entre os meios utilizados para sua divulgação encontram-se
as publicações da Editora Rosacruz, que reúne cerca de 40 obras
editadas em português, além da revista bimestral Pentagrama,
que conta com artigos disponíveis no site da editora:
www.editorarosacruz.com.br
Está disponível, também via internet, em 23 idiomas, o site
da instituição que pode ser acessado através dos seguintes ende-
reços:
www.lectoriumrosicrucianum.org
(internacional)
www.lectoriumrosicrucianum.org.br
www.rosacruzaurea.org.br
Ali se encontram descritas, em linhas gerais, a sua origem, de-
finição e algumas noções-chave para a compreensão do que seja
uma Escola de pensamento, como se auto-define. Disponibiliza
também endereços e temas das palestras públicas para consulta,
e os arquivos do folheto introdutório e de artigos selecionados da
revista Pentagrama para download.
Sites da Editora Rosacruz e do Lectorium Rosicrucianum.

Endereços e correio eletrônico são disponibilizados em suas


publicações e páginas eletrônicas, constando também dos carta-
zes, folders, informativos, brochuras e marcadores de livros, entre
outros - o material impresso que compõe a divulgação de pales-
tras e de publicações.

página 20
“Os ensinamentos transfigurísticos não devem

apresentação
ser considerados apenas um sistema filosófico, po-
rém, eles devem ser ‘vividos’.”
www.rosacruzaurea.org.br

Palestras públicas
Constituem o primeiro contato direto com o LR, com seus
expositores e a comunidade de alunos. Qualquer outro meio
que leve ao conhecimento da existência da instituição remeterá
o interessado a uma palestra informativa. Há naturalmente um
tratamento formal para essas situações, e um protocolo a ser se-
guido para melhor acolher os visitantes, oferecendo-lhes todas as
informações e oportunidades disponíveis.
As palestras públicas são essencialmente ocasiões de apresen-
tação da filosofia rosacruz, ilustradas com temas afins a ela, e que
abordam diferentes expressões da sabedoria gnóstica de todos os
tempos. O visitante se vê livre para fazer perguntas à equipe de
expositores, esclarecer suas dúvidas e aprofundar conhecimen-
tos. Como complemento, as publicações são postas à disposição
para consulta, empréstimo ou aquisição, e uma pequena confra-
ternização permite um primeiro contato com a comunidade de
alunos.
Esse átrio de chegada à Escola tem a função de conferir uma
compreensão clara de sua proposta. Este contato gradativo é uma
condição para todo pesquisador que deseje tornar-se aluno do
Lectorium Rosicrucianum. Sobre isso, lemos no site da institui-
ção:

página 21
“O que significa na prática ser um aluno rosacruz? Os ensina-
mentos transfigurísticos não devem ser considerados apenas um

apresentação
sistema filosófico, porém, eles devem ser ‘vividos’ (...) Antes que
o interessado se decida a ingressar na Escola, são dados tanto o
tempo necessário como todas as oportunidades para informar-se
a respeito dela.”
Há dois tipos de palestras públicas. Nas ‘palestras internas’, o
ambiente é exclusivamente utilizado para atividades do LR, es-
tando localizado em geral dentro das dependências do centro
de conferências ou núcleo local. O apreço por silêncio e tran-
qüilidade faz com que sua localização seja deslocada dos centros
urbanos mais movimentados para áreas menos agitadas, poden-
do ocorrer que o acesso ao público seja prejudicado.
As ‘palestras externas’ buscam alcançar uma extensão maior de
público. São realizadas em espaços públicos ou privados, dispo-
níveis e adequados à recepção dos visitantes. A infra-estrutura
básica consiste de auditório em bom estado com iluminação e
climatização adequados; com dimensões que comportem a pla-
téia esperada, sanitários e requisitos mínimos de segurança. Para
o sucesso dos eventos, fatores como o silêncio e as condições de
conforto oferecidas são verificados previamente.
Embora remedeie o problema da acessibilidade, a operação
constante em ambiente externo adequado muitas vezes gera des-
pesas elevadas, advindas de taxas de utilização do recinto e dos
equipamentos; de aluguel de salas, implementação e manutenção
dos auditórios, entre outros, podendo constituir impedimento
ou redução na freqüência de sua realização.
Como alcançar a melhor relação entre investimento e visibi-
lidade é uma questão recorrente entre as equipes de divulgação
da instituição, e será aprofundada no capítulo ExpoSophia, na
Aerografia. Acervo revista Pentagrama.
seção ‘proposta’.

página 22
“(...) cada período do design é uma expressão da

apresentação
sociedade. As pessoas irão responder de forma mais
calorosa e direta àos designs que expressem seus sen-
timentos e preferências.”
Alvin Lustig

Potencialidades
dos eventos
Uma preocupação atual que cresce é o possível desinteresse
pelo formato das palestras. Em geral, uma dupla de expositores
apresenta o tema, munidos de alguns diagramas didáticos perma-
nentes e suporte para escrita.
Embora os temas sejam bastante variados, ricos em detalhes
culturais, evidências históricas e potencialidades visuais, não se
articulou ainda uma dinâmica de trabalho que explore essas pos-
sibilidades por ocasião das palestras. Entre os principais motivos
encontramos limitações de tempo, de recursos e capacitação téc-
nica das equipes de expositores.
A natureza semanal com que ocorrem as palestras dificulta
o desenvolvimento de apresentações graficamente elaboradas.
Uma apresentação visual demandaria pesquisa por imagens, sua
contextualização e desenvolvimento da apresentação gráfica.
Experiências com projeção de transparências foram realizadas,
mas sua utilização acontece mais pela praticidade de produção
prévia da informação escrita do que pela adição de imagens e in-
formações visualmente significativas.
Uma experiência que certamente utilizou amplamente a visu-
alidade do tema foi a apresentação desenvolvida em diaporama
página 23
- sistema de alternância sincronizada de projeções de diapositi-
vos ou slides. Produzida e realizada por expositores do núcleo

apresentação
de Campinas, de forma itinerante, trouxe imagens de pinturas e
outras técnicas artísticas, de artefatos e paisagens, concatenadas
numa apresentação de média duração, com excelente tratamento
da trilha sonora. O áudio era reproduzido em sincronia com as
imagens, narrando o tema enquanto criava diferentes atmosferas
pela utilização de música e efeitos sonoros.
A natureza técnica desta linguagem multimídia não permite
uma rápida atualização de conteúdo, mas demonstrou o grande
potencial audiovisual dos temas tratados. A produção de slides
demanda tempo e investimento, da mesma forma que a produção
de uma narrativa bem elaborada e executada. O evento ganhou
itinerância para abrangência maior de público, foi apresentado à
comunidade de alunos e ao público em eventos específicos.
Atualmente existe a proposta de utilização de projeção digi-
tal multimídia como apoio ao expositor, e vem sendo testada em
eventos voltados à comunidade de alunos em algumas regiões.
Embora as dificuldades com produção de slides e gravação da
narrativa possam ser superadas neste modelo, ele ainda deman-
dará um amplo trabalho de pesquisa e produção.
Outra experiência, realizada com vistas a proporcionar maior
entrosamento dos familiares e amigos de alunos com o am-
biente da Escola, foi o dia de atividades abertas ao público no
Centro de Conferências Pedra Angular, em Jarinu, São Paulo.
Algumas páginas ilustradas e
Foram apresentados painéis sobre a sabedoria gnóstica de Buda,
capa da revista Pentagrama: Hermes Trismegistus, Lao Tse e outros, além de informações so-
potencial gráfico dos assuntos
ainda não é explorado durante
bre o trabalho do Lectorium Rosicrucianum em todo o mundo,
as palestras. seu início na Europa e seus fundadores. Atividades da programa-
ção incluiram refeições em comunidade e uma palestra apoiada
em apresentação teatral acerca de Parcifal e a busca pelo Santo
Graal.
A realização do evento mostrou ser possível preservar
características do ambiente da Escola como silêncio e tranqüi-
www.rosacruzaurea.org.br
www.editorarosacruz.com.br/pentagrama2704.htm página 24
lidade, mesmo recebendo um grande volume de visitantes. A
possibilidade de descaracterização do ambiente e da experiên-

apresentação
cia intencionada era uma preocupação dos organizadores, pois
a principal proposta era proporcionar a vivência da dinâmica da
Escola. A presença dos alunos e seu exemplo de conduta fun-
cionaram como parâmetro natural de comportamento para os
visitantes, reforçando a pertinência da participação da comuni-
dade nos eventos públicos.
Exemplos como os citados demonstram possibilidades a serem
exploradas na proposição de um novo modelo de divulgação.

Exposição de painéis acompanhada


de palestras para o público.
Dia de portas abertas no centro de
conferências Pedra Angular, em
Jarinu, São Paulo.

página 25
“...muitos livros foram perdidos com o passar dos

apresentação
séculos, mas muitos foram conservados. Por exem-
plo: nas bibliotecas da Holanda, e isto aconteceu
porque este país era o maior produtor de livros do
mundo nos séculos XVII e XVIII.”
W. van Drimmelen*

O exemplo europeu
A Holanda traz em sua história traços marcantes do gnosticis-
mo, bem como de grande liberdade e amplitude culturais. Sua
atuação portuária, de relevância mundial já na Idade Média, in-
correu num trânsito constante de obras literárias, na instalação
de casas de impressão e na produção e tradução de muitos textos
caros ao LR. Segundo W. van Drimmelen, diretor da Biblioteca
Real Holandesa, ali encontra-se reunido acervo riquíssimo de vo-
lumes antigos ligados à Rosacruz clássica, autora dos manifestos
rosacruzes Fama Fraternitatis R.C., Confessio Fraternitatis R.C. e
As Núpcias Alquímicas de Cristão Rosacruz, de grande influência
sobre a Europa, principalmente no campo espiritual, mas com
evidentes reflexos culturais e sociais.
Seu contexto econômico e cultural permitiu a instituição de
acervos singulares em importância e natureza e serviu para o flo-
rescimento de estudos importantes no campo do hermetismo,
dos clássicos gregos e de novas correntes de pensamento trazidas
do Oriente, mais recentemente. Resultou daí um ambiente rico
para a troca de experiências e promoção de discussões filosófico-
religiosas que no Brasil têm menor repercussão.
Inseridos nesse contexto, responsáveis pelo trabalho público
holandês passaram a promover simpósios sobre os mais diver-
sos temas, dentro de suas próprias instalações, mas encorajando

(*) Diretor e bibliotecário da Biblioteca Real de Haia, na Holanda. página 26


o pronunciamento de autoridades nos assuntos que não estives-
sem ligadas à organização. As audiências são numerosas, incluem

apresentação
historiadores, estudiosos, espiritualistas e pesquisadores mo-
vidos pelos mais diversos anseios, e permitem a compilação de
estudos publicados na forma de livros que oferecem também a
ótica da Escola sobre as personalidades ou eventos de que tratam.
Engajada na divulgação de sabedoria e no fomento cultural a ela
relativo, o Lectorium Rosicrucianum é hoje uma referência em
toda a Europa.
Exemplo semelhante ao holandês ocorre na França, onde o
movimento medieval dos cátaros conta com grande prestígio,
mesmo tendo sido condenado por heresia e seus participantes
dizimados pela Inquisição. O catarismo é tido em grande conta
pela Rosacruz Áurea, que também realiza encontros públicos para
discussão da doutrina cátara e sua filosofia, bem como eventos
internacionais para os alunos, em edições qüinqüenais, na exata
região onde se desenvolveu seu trabalho na Idade Média. Estes
eventos realizados em Ussat Les Bains, sul da França, decorrem
de ampla cooperação entre os dois países e surgem neste projeto
como exemplo maior da articulação de que é capaz o Lectorium
Rosicrucianum, indicando amplas possibilidades para propostas
que tenham real pertinência para a instituição.
Nos simpósios, como também nas conferências em Ussat,
é prática comum a produção de painéis expositivos. Artifícios
diversos são empregados em cada situação e região conforme
as condições e a função a que se destinam. Há vários exemplos
Conferência internacional de Ussat les
Bains, no sul da França, que contou com
de aplicação da linguagem expositiva, principalmente associa-
tendas desmontáveis para atividades en- da a bibliotecas com acervos afins à filosofia gnóstica. Espanha,
volvendo os 2.600 alunos presentes.
Rússia e Holanda são alguns exemplos recentes, e apontam para
uma tendência que se apóia nas novas tecnologias de impressão
em grandes formatos, cada vez mais acessíveis.
No Brasil a primeira manifestação de uma utilização mais ela-
borada de painéis expositivos deu-se por ocasião do Dia de portas
abertas mencionado anteriormente. Limitações financeiras do

página 27
evento restringiram as possibilidades da mídia, mas ainda assim
os resultados encontraram grande receptividade na comunida-

apresentação
de.
As características de uma exposição voltada para a realidade
brasileira são bastante diversas daquelas que configuram os even-
tos na Europa, em parte pela inexistência dos simpósios naqueles
moldes. Outro diferencial é a inexistência de um circuito cultu-
ral estabelecido em torno da temática filosófica da Escola, cujos
antecedentes históricos estão concentrados principalmente na
Europa.
Naquele continente encontram-se verdadeiras relíquias filosó-
ficas e religiosas reunidas em coleções públicas ou privadas. É o
caso de museus cátaros no sul da França, bem como da Biblioteca
Real e da Bibliotheca Philosophica Hermetica (coleção particu-
lar ligada à Escola), ambas holandesas; ou da Biblioteca Arús,
sediada em Barcelona e detentora do mais rico acervo franco-ma-
çom em todo o mundo. As duas últimas foram co-responsáveis
pela exposição Hermetismo e Rosacruz: os mistérios egípcios e sua
influência na vida espiritual da Europa realizada na Espanha;
enquanto que na Biblioteca Real fora realizada a exposição O
chamado da Rosacruz, quatro séculos de uma tradição sempre viva,
também com participação da BPH.
O difícil acesso a artefatos e livros, a distância das ruínas e re-
manescentes históricos desses movimentos, fazem com que um
possível modelo brasileiro se apóie muito mais sobre produções
visuais do que na apresentação de objetos e sítios arqueológicos;
Exposição Hermetismo e Rosacruz, realizada em Barcelona: e exigem também uma maior autonomia pela inexistência ou es-
parceria internacional entre a Biblioteca Arús e a Bibliotheca cassez de instituições afins à temática.
Philosophica Hermetica.

página 28
apresentação
Painéis elaborados pela designer M.J. para a exposição
realizada no Dia de portas abertas em Jarinu, São Paulo:
primeiro projeto de maior expressão realizado pelo Traba-
lho Público brasileiro no campo expositivo.

página 29
“Temos tendência a igualar a comunicação vi-

apresentação
sual à propaganda. Mas há uma forma de comu-
nicação em que o problema não é persuadir consu-
midores a comprarem este ou aquele sabonete, ou a
elegerem este ou aquele candidato.”
Tomás Maldonado

Divulgação dos eventos


Um aspecto importante, mas que apresenta sérias limitações,
é a divulgação das palestras e eventos. Por ocorrerem em auditó-
rios, frequentemente há pouca ou nenhuma circulação pública
nos arredores. São ambientes algumas vezes isolados, principal-
mente após o horário comercial, e a realização do evento só é
percebida mediante divulgação.
A cooperação da comunidade de alunos é requisitada, seja
para o desenvolvimento de peças gráficas, seja para sua confecção
e distribuição. O resultado é extremamente variado em natureza,
qualidade e eficiência. Iniciativas de alcance regional são incen-
tivadas e apoiadas. A disponibilidade de recursos e tecnologia
também se conforma às condições presentes em cada região,
gerando-se uma multiplicidade de apresentações e a quase ine-
xistência de padrões.
A eficiência é parcialmente determinada pela quantidade de
pessoas pertencentes ao público-alvo que são atingidas pela divul-
gação. Embora um cartaz colocado em um ônibus, por exemplo,
tenha muito maior visibilidade do que um outro afixado num
estabelecimento, pode ocorrer que o público desse estabeleci-
mento, embora menos numeroso, apresente uma porcentagem
significativamente maior de interessados. Assim, o sucesso do

página 30
alcance é determinado pelo direcionamento ao público correto,
que neste contexto não é facilmente determinado.

apresentação
Ambientes que apresentem afinidades com a filosofia rosacruz
são procurados pelas equipes de divulgação. Livrarias e sebos,
farmácias e restaurantes naturais, centros de estudos de filosofia
ou veículos alternativos (informativos esotéricos, por exemplo)
são alguns alvos recorrentes. Paralelamente, é feita uma divulga-
ção nas redondezas do local da palestra, pela evidente facilidade
de acesso do público que freqüenta a região. Meios gratuitos ou
de baixo custo com amplo alcance também são empregados, tais
como cartazes nos transportes públicos e agendas culturais de
jornais ou programas de rádio.
O material de divulgação e o contexto onde se encontra inse-
rido determinam a credibilidade e o interesse que o público tem
pelo evento ou instituição, pois funcionam como indícios da na-
tureza de ambos. As qualidades visuais conferidas ao impresso
(imagens, layout harmônico, tipografia eficiente, uso adequado
de cores e suporte de qualidade) constituem elementos decisivos
na obtenção da atenção do público. Os assuntos das palestras ca-
racterizados por chamadas e resumos apresentados também são
determinantes, mas pertencem a um segundo momento. Um ter-
ceiro momento é determinado pelos endereços, datas e horários,
que, avaliados pelo interessado, poderão determinar ou não sua
presença.
Configura-se uma rede de variáveis e condicionantes para a
efetiva presença do público. Os resultados obtidos variam con-
forme a região e as características que as equipes empregam na
divulgação local, bem como são influenciados por fatores exter-
Folder informativo e marcador nos como a predisposição do público, por exemplo.
de livros promocional:
identidade visual utilizada
para divulgação.
É importante ter em mente que a proposta do setor de di-
vulgação não é ‘criar’ interessados, e sim receber aqueles que
demonstrem interesse pela Escola. É necssário apresentar as
idéias do Lectorium com clareza, a fim de identificar pesquisa-
dores incitando o público à reflexão acerca dos temas propostos.
página 31
É uma busca qualitativa e não quantitativa. Com isso, a pouca
visibilidade que a instituição tem atrai o indesejável estigma de

apresentação
mistério, obscuridade e até mesmo algum receio. Essas qualidades
não são cultivadas pela Escola. Decorrem de um posicionamento
diverso do corrente que é caracterizado pelo apelo religioso das
práticas de catequese ou conversão, táticas persuasivas das quais
a instituição se abstém.

Imagem institucional
As associações entre entidade e marca são uma preocupação
recorrente em qualquer divulgação. A marca caracteriza e pro-
move a instituição, assumindo valores que se deseje atribuir ao
ideário que o público forma dela. A imagem institucional não
corresponde necessariamente à realidade, sendo caracterizada
LECTORIUM ROSICRUCIANUM muito mais por valores abstratos que empíricos. Organizações
Escola Internacional da Rosacruz Áurea sem fins lucrativos, assim como as comerciais, aplicam símbolos,
índices e signos a suas marcas como meio de comunicar sua natu-
reza, mas podem diferir na intenção de correspondência entre a
marca e o serviço ou a experiência proporcionada.
Para o Lectorium Rosicrucianum é importante que haja a
máxima correspondência, transparência, para que o público
perceba a instituição tal como é - seus objetivos e a forma como
atua. Sua identidade deve fundamentar-se em valores como no-
breza, harmonia, sobriedade, conhecimento, busca por perfeição
e elevação. Sendo assim, é importante que não só as oportuni-
dades de contato direto com a instituição sejam caracterizadas
em conformidade com sua natureza, mas também as formas de
comunicação indireta, entre as quais encontramos a divulgação
dos eventos que realiza.
Deve ficar claro que a divulgação pretende atingir principal-
Logotipo da instituição: anualmente são realizadas de duas a cinco inter- mente um público alheio à existência da instituição ou pouco
venções por infração aos direitos de uso da marca em todo o mundo.
ciente de sua natureza. Para esses, uma imagem será configura-

página 32
da a partir de dados encontrados principalmente na divulgação,
mas também em outros meios nem sempre autorizados. Segundo

apresentação
o Lectorium Rosicrucianum, anualmente são realizadas de duas
a cinco intervenções por infração à proteção legal da marca em
todo o mundo. A preocupação com a imagem da instituição deve
se manifestar também na preservação da imagem apresentada ao
público.
A busca por uma apresentação homogênea e eficiente ge-
rou o desenvolvimento de um sistema de identidade visual de
implementação arrojada. Impressos de aplicação nacional são
produzidos em grande escala dentro das normas estabelecidas.
Peças que apresentem especificidades regionais são impressas
em duas etapas. O mesmo suporte é dimensionado para carta-
zes, folder e folheto, e recebe uma primeira impressão em gráfica,
contendo foguete com o logotipo. Os suportes processados são
distribuídos para as equipes regionais, que deverão inserir os di-
ferentes conteúdos por impressão ou cópia xerográfica.
Os suportes têm validade prolongada pois a marca é perene, e
a produção de grandes volumes em gráficas garante maior quali-
dade e fidelidade de cor.
A divulgação semanal das palestras incorre em ampla utili-
zação dos suportes em informativos de validade relativamente
curta. Na prática, este material mais elaborado perde espaço para
soluções locais mais econômicas, sendo seu uso restringido a oca-
siões esporádicas de maior relevância.
Artigo publicado por Edison Benetti* aponta pesquisas indi-
cando que a recepção repetida de uma mesma informação pelo
indivíduo tem maior fixação até um número determinado de
Divulgação para o Dia de portas abertas em Jarinu, SP.
Ingresso do evento, folheto (frente e verso), cartazes de divulgação e programação: impactos. A partir desse valor, a informação se torna gradativa-
sistema de impressão em dois momentos. mente menos visível, até passar despercebida, quando configura
excesso desnecessário. Avaliando diversas pesquisas realizadas no
campo de mídia publicitária, o autor determina uma faixa ideal
entre três e dez impactações, sendo que a partir deste valor, em
média, a informação já não recebe atenção significativa.
(*) Em Tudo o que você queria saber sobre propaganda e ninguém teve paciência de explicar, São Paulo. Editora Ática, 1985. página 33
Percebe-se assim que se plenamente implementado, o sistema
incorreria numa diferenciação visual mínima entre as diferentes

apresentação
versões produzidas semanalmente e poderia causar o efeito inde-
sejado de invisibilidade da mídia, dada a sua rigidez formal.
Quando a estrutura visual é mantida sendo substituídas apenas
as informações contidas no suporte, pode ocorrer que o público
não perceba as alterações e, consequentemente, ignore tratar-se
de novo comunicado, ou simplesmente não apresente qualquer
interesse devido à ausência de novos elementos que instiguem
sua percepção.
A ampla variedade de assuntos tratados publicamente pela
instituição compreende um universo de imagens que não é devi-
damente explorado na divulgação ou na ilustração das palestras,
o que aponta amplo potencial latente nos eventos realizados.
Mural de divulgação em Moscou:
O contexto e a qualidade do material de divulgação
interferem na percepção da mensagem.

Paris, 2 de maio de 2005


Francesa passa por pôsteres da campanha pelo ‘sim’ no referendo da União Européia:
repetição da informação visual promove perda de interesse e invisibilidade da mídia.

www.corbis.com (© CHARLES PLATIAU/Reuters/Corbis) página 34


“...na solução de muitos dos problemas reais e ex-

apresentação
citantes apresentados pela sociedade do século XX, o
designer tem - tanto quanto o cientista, o engenhei-
ro, o médico ou o professor - um importante papel a
desempenhar.”
Alvin Lustig

Intervenção
Delineados o funcionamento e algumas das limitações da di-
vulgação da instituição, fica clara a existência de demanda por
uma intervenção projetual. A participação neste setor possibili-
tou perceber alguns esforços isolados de aplicação da metodologia
projetual do design por profissionais da área, entretanto, pouco
ou nada desses esforços pareceu capaz de contaminar a atuação
cotidiana do setor, que mantém seu ritmo de produção lançando
mão de poucos recursos e enfrentando as vicissitudes de um gru-
po de voluntários nem sempre capacitados.
Assim, tornou-se evidente a necessidade de discutir algumas
questões junto à comunidade dos colaboradores. Este estudo
deve ser considerado pela problematização que propõe como
respaldo para discussões futuras. É uma proposta projetual ainda
por desenvolver-se, e demandará auxílio de profissionais com ca-
pacitações as mais variadas.
Trata-se de uma proposta endereçada à instituição que se com-
promete em problematizar e dar visibilidade aos fatores mais
críticos que vêm prejudicando o desempenho de suas equipes de
divulgação, enquanto busca demonstrar possibilidades latentes
nos meios já utilizados e propor soluções compatíveis com novas
tecnologias cada vez mais acessíveis.

página 35
expoSophia | investigação
“Uma definição de dicionário para iluminação
é ‘tornar-se mais sábio através de conhecimento’, e a
exibição é um veículo único para isso.”
Gilles Velarde

investigação
Exposições
Exposição, assim como design, é um termo de vasta aplicação.
Quando falamos em feiras comerciais, exibições, museus, vitri-
nes ou prateleiras, congressos científicos, galerias de arte, estamos
naturalmente falando também de exposições. Não se pretende,
aqui, definir seus limites, mas sim, sua essência e suas potencia-
lidades.
Suas origens remontam aos primeiros esforços para a exibição
de produtos disponíveis para comércio. Entretanto, uma vez que
este estudo se ocupa de questões filosóficas, torna-se mais perti-
nente a busca por essas origens junto ao surgimento dos museus,
como se tornará claro.
“O museu público atual é um descendente do antigo Museion
grego, um lugar dedicado às Musas, as nove filhas de Zeus e
Mnemosyne, ou Memória, e portanto, um lugar devotado à cria-
ção artística e à recordação. Desde suas origens mais primitivas,
o museu tem apresentado um valor eminentemente simbólico.
É certamente uma das mais genuínas analogias encontradas em
toda a sociedade, configurando-se como simulacro do espaço sa-
grado.” ( Josep Maria Montaner)
As raízes da prática que deu origem aos museus e exibições,
sob uma ótica não comercial, remonta à seleção e proteção de

página 37
totens por sociedades primitivas: objetos belos, raros ou prodi-
giosos que podiam ou não guardar relação com mitos.
Desde então, a forma de se proteger e expor esses fragmen-
tos de tempos passados, possivelmente de uma era reconhecida
como sagrada, vem sendo transformada estrutural e estetica-
mente. Montaner aponta, em sua obra Museus para o novo século
(1995), o surgimento gradativo das câmaras de tesouros, coleções

investigação
de artes, coleções de maravilhas e curiosidades de história natu-
ral, antiquários, galerias de arte, bibliotecas, jardins botânicos e
zoológicos. Foram-se adaptando espaços para abrigar as diferen-
tes qualidades de coleções, de forma cada vez mais organizada.
De um recôndito elitista ao âmbito popular, as coleções par-
ticulares deram lugar a museus públicos que popularizaram as
exposições como evento cultural. Feiras mundiais, no fim do
século XVIII e início do século XIX, marcaram a história com
a apresentação dos prodígios da tecnologia para o mundo. De
proporções grandiosas, montadas em estruturas efêmeras cons-
truídas com as mais avançadas técnicas de cada época, deram
origem à realização de mega-eventos, como as atuais feiras temá-
ticas e de negócios que hoje ocorrem principalmente na América
do Norte, Europa e Extremo Oriente.
Com o desenvolvimento industrial surgiram técnicas pro-
mocionais de marketing e publicidade que vieram explorar as
possibilidades comerciais das mídias. Outras áreas igualmente
desenvolvidas foram os estudos da percepção, a semiologia e a
psicologia aplicada, a ergonomia e o próprio design.
Os meios também se transformaram. A obra de arte antes
presa ao suporte único, ao artefato histórico produzido pelo ar-
tista, passou a ser reproduzida em tiragens cada vez maiores com
o advento da fotografia, processos gráficos e, mais tarde, com a
infinita reprodutibilidade do meio digital, como estabelece a au-
Feira Mundial, Paris 1900. Salão das máquinas (ilustração), portal de acesso, estufa de tora de Os três paradigmas da imagem, Lúcia Santaella. O que
vidro, salão das esculturas e a Torre Eiffel que, tendo sido projetada para o evento como antes precisava ser resguardado e protegido dentro das paredes
estrutura efêmera, jamais foi desmontada:
mega-evento que se valeu das mais avançadas tecnologias de sua época. dos museus, estando acessível apenas a uma pequena parcela da
www.bc.edu/bc_org/avp/cas/fnart/arch/1900fair.html página 38
população, passou a tomar as páginas de livros, impressos e mo-
nitores numa crescente democratização cultural.
Conforme é multiplicado, no entanto, mais se dissolve a aura
de objeto sagrado que envolve a obra. A percepção antes tridi-
mensional, da presença do objeto, e todas as sutilezas surgidas
no contato com a realidade de seu contexto, perdem-se em sua
reprodução, pois não se trata mais do único, do original, e sim de

investigação
imagens planas, indícios da existência física daquela obra.
Ao mesmo tempo surgem artistas que atuam nos novos meios,
não produzem mais obras físicas, tridimensionais. Ao contrário,
produzem filmes, fotografias, peças multimídia e outros objetos
intangíveis ou virtuais. Multiplicados à exaustão, não importa
mais a sua presença física, o original; nem é mais possível ou de-
sejável reconhecer seu autor, em algumas situações. Produções
cinematográficas, por exemplo, apresentam seus créditos por vá-
rios minutos, pois são produzidas por centenas de pessoas, dúzias
de empresas especializadas, todos co-responsáveis pelo resultado
final. Além disso, mídias digitais permitem uma troca tão livre
de informações, e com elas também a desses objetos, que deixa de
ser dada importância à sua autoria, eles se tornam independentes
Site do Louvre de Paris. e onipresentes.
Duas consultas à obra Mona Lisa de Leonardo
da Vinci que se encontra no acervo do museu: As novas exposições lidam com as vicissitudes das novas tec-
novas tecnologias trazendo a democratização
da informação e a perda da áura da obra original nologias, mas assumem características semelhantes às da obra de
promovida pela reprodução digital e impressa. arte original. São complexos plantados no espaço físico, dota-
dos de uma determinada aura, uma atmosfera própria que não
pode ser vivenciada através de outros meios. A imersão do pú-
blico determina seu potencial mais característico, de envolver e
transportar o expectador a um universo artificial, criado com os
propósitos mais diversos, e que ainda supera o ambiente virtual
digital, pois abraça todos os sentidos.

www.louvre.fr página 39
“A diversidade de áreas abarcadas para se cons-
truir a bagagem ideal de um designer de exibições
mostra-se bastante extensa.”
Gilles Velarde

investigação
Design de Exposições
Feiras de negócios, feiras mundiais, centros de ciências ou
históricos, eco-centros, museus, galerias de arte, exibições am-
bulantes e portáteis, todas elas deveriam envolver o design de
exposições, uma vez que estão todas lidando com objetos e in-
formação espacial enquanto meios de aprendizado e iluminação.
O designer de exposições deve lidar com profissionais das mais
diversas áreas, coordenando esforços na composição de um resul-
tado coeso, um dispositivo ou ambiente que possibilite aquela
experiência singular por ele intencionada. Trata-se de um campo
de conhecimento rico e complexo, que demanda do profissional
uma série de habilidades, e cuja capacitação específica é oferecida
por poucas instituições de formação em design.
Esse nicho de mercado, inicialmente ocupado por arquitetos,
é hoje, na maioria das vezes, ocupado por designers gráficos ou
de interiores, mas nem o currículo de um nem o do outro cur-
so prepara plenamente para a função. O primeiro compreende o
espaço plano e a transmissão de informação enquanto o segun-
do domina o espaço e sua interação com o homem. No entanto,
Velarde defende que é perfeitamente possível que ambos desen-
volvam as habilidades necessárias.
Que habilidades seriam essas? Na obra Designing Exhibitions,
Gilles Velarde defende que o design de um evento expositivo exi-
página 40
ge a compreensão do espaço tridimensional, compreensão das
pessoas e estruturas, capacidade para resolução de problemas,
comunicabilidade e interpretação apurada. Além disso, muitas
capacitações profissionais devem ser reunidas, devendo o desig-
ner contar com auxílio de profissionais das mais diversas áreas
sempre que não apresentar as habilidades necessárias para deter-
minada função.

investigação
Entre as habilidades exigidas para a montagem de uma exposi-
ção destacam-se: capacitação em design de interiores, engenharia
estrutural (garantindo a segurança das pessoas no interior das
estruturas), gráficos e fotografia, redação, iluminação, habilida-
de em desenho e sketch (para facilitar a comunicação durante
o processo), confecção de modelos, pintura, ilustração e diagra-
mas, administração e publicidade; podendo demandar também
conhecimentos em eletrônica e computação, engenharia mecâ-
nica e hidráulica quando for o caso. O designer desenvolve uma
ou mais dessas habilitações, entretanto, precisa ser capaz de ge-
renciar os profissionais que integrarão a equipe necessária ao
desenvolvimento e aplicação de seu projeto.
O conjunto das aptidões apresentadas é defendido por Velarde
como idealmente presente no escopo de um curso voltado para
a área. Muitos profissionais desenvolveram essas aptidões por ex-
periência no ramo, e não há razão para deixar qualquer delas de
lado. “A diversidade de áreas abarcadas para se construir a baga-
gem ideal de um designer de exibições mostra-se bastante extensa.
Isso ressalta seu aspecto de ‘faz-tudo’. Contudo, com treinamen-
to correto deverá ser possível alcançar maestria em pelo menos
uma dessas áreas: o design de exibições.”
O designer, independente de sua área de formação, deverá ser
Extraído da obra Designing exhibitions, de Gilles Velarde.
capaz de orquestrar capacidades e habilidades, tanto suas quanto
(Design Council Picture Library / Ian Dobbie) alheias, tendo em vista o resultado que deseja obter. Sua percep-
Imprudência do designer no posicionamento das fotografias:
compreensão do espaço tridimensional e da transmissão de
ção panorâmica, holística das variáveis e da interação das partes
informações são demandados do designer de exposições. deve garantir que o objeto criado não resulte num amontoado
de escolhas independentes, mas sim, num conjunto coeso, capaz

página 41
de transmitir uma mensagem clara e precisa, uma atmosfera pró-
pria, única.
Conteúdo e continente são trabalhados ora claramente distin-
tos, ora fundidos em um terceiro elemento. A materialidade do
Experience Music Project conteúdo é variável, podendo tratar-se tanto da apresentação de
(EMP) em Seattle, Califórina
Estrutura durante a construção, determinado artefato, quanto da biografia de uma personalida-
vista externa e vista interna: de, por exemplo. Uma terceira possibilidade é a apresentação do

investigação
música e vertigem da forma ondular,
continente e conteúdo se misturam. artefato e conjuntamente a construção de uma narrativa em seu
entorno. A utilização dos diferentes meios para transmitir uma
mesma mensagem configura uma experiência multimidiática.
Conforme o objetivo do designer ou da equipe interdisciplinar,
todo o conjunto, até mesmo o prédio a que se destina a exposição,
se conforma ao conteúdo ou mensagem. Contrastes extremos
podem ser verificados na comparação entre a Experience Music
Project (EMP) e o salão do acervo permanente do Museu de Arte
Moderna de São Paulo (Masp). Enquanto o primeiro exprime
toda a força de seu conteúdo na arquitetura e em cada detalhe da
ambientação, o segundo se abstém de quaisquer relações com as
obras expostas, constituindo-se numa vitrine transparente, num
suporte neutro para sua apresentação.
As intenções e motivações para ambos os casos são diversas,
e certamente há espaço no campo das exposições, para os extre-
mos, bem como para uma ampla gama de gradações. Cabe ao
designer traçar sua estratégia, verificar potencialidades da lin-
guagem e avaliar a pertinência de um ou outro posicionamento.
Recursos e técnicas disponíveis são determinantes, mas lidando
com as restrições e possibilidades de um projeto, o profissional
bem preparado certamente será capaz de propor soluções origi-
Museu de Arte Moderna
de São Paulo (Masp)
nais e eficientes, mesmo nas condições mais adversas.
Vista externa e o salão do
acervo permanente:
transparência ou vitrine,
opção pela neutralidade.

www.emplive.org/visit/ecards/ecards.asp
www.italianoar.com/apmenu/dicas/masp.htm
www.athenaeum.ch/bobardi.htm página 42
“Uma exibição só será montada porque chegou-
se ao consenso de que é a única solução para um pro-
blema em particular”
Gilles Velarde

investigação
Pertinência da mídia
“Uma exibição só será montada porque chegou-se ao consen-
so de que é a única solução para um problema em particular; o
melhor método de exposição e comunicação em determinadas
circunstâncias. Não é possível, nem melhor, optar por um filme,
programa de TV ou comercial. Uma propaganda, brochura ou
livro não atende às necessidades. Uma declaração não resolve.
Uma exibição é demandada porque há algo a exibir e uma histó-
ria a ser contada que pode ser melhor implementada em termos
tri-dimensionais.” (Gilles Velarde)
O setor de divulgação da instituição, o Trabalho Público,
enfrenta uma série de limitações. A implementação de uma expo-
sição é uma possibilidade que deverá ser explorada em conjunto
com os meios já disponíveis. A pertinência desta mídia para a
divulgação da Escola Internacional da Rosacruz Áurea é ampla,
ao ponto de ser considerada por esta investigação como a alterna-
tiva mais indicada, conforme o apresentado a seguir.
Meios invasivos como a televisão, via de regra, não são utiliza-
dos pela Escola. A apresentação de informações não solicitadas
caracteriza uma espécie de violência ao juízo do expectador, o
que não está de acordo com a filosofia da instituição. A conces-
são feita à internet se justifica pelo seu potencial de pesquisa, pela
necessidade de demanda da informação a ser apresentada.

página 43
Outros meios são utilizados pela instituição, mas não carac-
terizam contato direto. O evento expositivo surge no mesmo
contexto das palestras, demandando a presença do interessado,
sua vivência em meio à comunidade e dentro do ambiente carac-
terizado pelas idéias, valores e pela dinâmica da instituição – seu
‘campo de trabalho’.
Através da mídia expositiva a Escola poderá transportar seu

investigação
ambiente até o público, acolhendo-o entre seus alunos - a expres-
são viva de sua filosofia. Terá, ao mesmo tempo, uma ferramenta
eficiente para apresentar-lhe suas idéias de forma clara e atraente,
com as inúmeras possibilidades ilustrativas e multimidiáticas que
as exposições oferecem, além de palestras anexas e monitoria.
Este contato do público com sua filosofia e com a dinâmica de
suas atividades é justamente o que propõe o setor de divulgação
da instituição. A presença de monitores abre um canal de diálo-
go e informação muito importante para a perfeita compreensão
da mensagem proposta, enquanto as palestras complementam
temas expostos e criam espaço para novas discussões e esclare-
cimentos.
Naturalmente que a realização de uma exposição demanda
maiores investimentos do que as palestras, mas poderá ser menos
freqüente e itinerante, a fim de valorizar a qualidade em vez da
freqüência, compensando o investimento pela possibilidade de
cobrir um público maior ao ser transportada e apresentada em
diferentes locais.
Ainda em relação ao público, deve-se admitir não se tratar de
uma situação em que a persistência continuada gere resultados
proporcionais aos esforços. Nos meios comerciais, técnicas de
persuasão são aplicadas de forma sistemática visando a obtenção
Conferência pública em Bilthoven, Holanda; primeira exposição pública na então
de resultados na forma de vendas. Para a divulgação institucional
Confederação dos Estados Independentes (CEI), Moscou; e dois momentos durante e filosófica do LR, trata-se de disponibilizar os meios para que o
o Dia de portas abertas em Jarinu, São Paulo:
promovendo o contato do público com a dinâmica e a filosofia da Rosacruz Áurea.
público interessado se aproxime e conheça suas propostas.

página 44
A Rosacruz Áurea entende que o interesse pelos assuntos
abordados pela instituição depende do momento psicológico vi-
vido pelo indivíduo. É fundamental, portanto, que a instituição
ganhe visibilidade e se mantenha à disposição para a ocasião em
que surja o interesse do público.
Como foi problematizado anteriormente, a divulgação, como
ocorre atualmente, pode incorrer em invisibilidade da mídia

investigação
impressa utilizada. A freqüência semanal com que se busca di-
vulgar os eventos gera despesas significativas e incorre na adoção
de soluções mais econômicas e menos satisfatórias em relação à
preservação da imagem institucional.
A exposição, menos freqüente, com tratamento gráfico mais
cuidadoso, conteúdo atraente e dinâmico, se posicionado em
ambientes de boa visibilidade apresentará grande potencial.
Permitirá um contato mais casual e de acesso facilitado, devendo
despertar maior interesse do público por sua natureza espacial,
sua presença física, e não meramente indicativa como ocorre com
os cartazes.
A possibilidade de itinerância do conjunto expositivo unida
a uma articulação mais ampla das diferentes regiões diluirá o
investimento necessário para sua implementação. Configura-se
então um esforço nacional, de maior compromisso com a ima-
gem institucional, devendo contar com uma equipe capacitada
de colaboradores, mas também com a comunidade em sua tota-
lidade, o que está em plena conformidade com a filosofia de vida
Estrutura expositiva reutilizada durante
proposta pelo Lectorium Rosicrucianum a seus alunos.
três diferentes simpósios abertos ao públi-
co, realizados no centro de conferências
de Renova, em Bilthoven, Holanda: Re-
torno à Fonte, 400 anos de Rosacruz e
Marsílio Ficino.

página 45
“... existem características gerais, próprias de
cada meio, que permitem que determinados aspec-
tos de uma comunicação sejam mais bem explora-
dos”
Geraldo Leite*

investigação
Exposição versus palestra
A exposição proposta deverá substituir as palestras públicas?
Tratam-se de propostas que cobrem diferentes necessidades da
divulgação. As palestras possibilitam discussão e apresentação de
nuances mais sutis do conhecimento reunido e apresentado pela
Escola. Nessas ocasiões a filosofia gnóstica é exposta e discutida
em profundidade. A mobilidade do assunto é maior, podendo
o interessado desviar o curso da discussão a qualquer momento,
pela manifestação de dúvidas ou interesses específicos. É necessá-
rio, no entanto, que exista previamente o interesse por parte da
audiência, que ela esteja familiarizada com algumas das questões
abordadas e que deseje se aprofundar nelas.
O público em geral não se dirige a uma palestra sem apresentar
algum conhecimento prévio, sem ter real interesse pelo assunto
proposto. Trata-se de uma situação mais formal e que pode inibir
o interessado. A essência dos assuntos tratados ou a abordagem
não fica explícita nos cartazes e outras formas de divulgação por
suas limitações, o que configura um obstáculo que o indivíduo
poderá ou não superar.
Palestras têm atualização muito mais facilitada do que as ex-
posições. A preparação do palestrante basta para que se renove
todo o conteúdo proferido, enquanto que nas exposições são ne-

(*) Supervisor de Planejamentro de Mídia da agência de propaganda SSC&B/Lintas. página 46


cessárias implementações de diversas naturezas e que demandam
maiores investimentos, esforços e tempo.
A exposição itinerante é menos formal do que a palestra,
está aberta, situada em ambiente público diante do indivíduo.
A constatação da natureza de suas abordagens é explícita. Esta é
uma mídia transparente e sem impedimentos. A probabilidade
de qualquer receio é menor, enquanto que aspectos do ambien-

investigação
te, sonorização e ilustração dos temas podem ser convidativos.
Entretanto não constitui um evento perene, estando à disposição
por um curto período do qual deve-se extrair o máximo provei-
to.
Segundo Geraldo Leite, enquanto Supervisor de Planejamento
de Mídia da SSC&B, “Usar mais de um meio de comunicação
favorece tanto aspectos de comunicação da campanha, como
melhora a cobertura, equilibra a distribuição de freqüência e
passa ao espectador/leitor/ouvinte sempre mais uma forma de
comunicação da mesma mensagem, com maior possibilidade de
eficácia”. Ele afirma ainda que a veiculação intermeios é mais re-
comendável, entre outros casos, quando se busca complementar
a comunicação do meio básico ou principal: “É importante lem-
brar que não só a utilização de mais de um meio homogeneíza o
impacto da comunicação, pois cada meio tem seu valor intrín-
seco, mas também que a utilização de mídias não convencionais
(ou não usuais pelo mercado) inova, ganha destaque, (...) existem
características gerais, próprias de cada meio, que permitem que
determinados aspectos de uma comunicação sejam mais bem ex-
plorados.”
A observação aplica-se aos eventos, ainda que não tenham na-
tureza comercial. Demonstra a importância de uma abordagem
variada para a melhor apreensão do conteúdo, sua maior e mais
homogênea abrangência.
Biblioteca Real de Haia, Holanda
Vários momentos da exposição 400 anos de Rosacruz:
implementações geram despesas mas promovem maior interesse do público.

página 47
Melhores resultados podem ser conseguidos mantendo-se as
palestras semanais já realizadas pela instituição, organizando-se
sua divulgação de forma mais eficiente e econômica, de modo a
gerar um sistema de cooperação entre as duas modalidades de
eventos. Caberá à exposição captar atenção, destacar a existência
e a natureza da instituição e fortalecer sua presença no imaginário
público durante o curto período em que será realizada. Passado
este período o evento dá seqüência a sua itinerância, cabendo às

investigação
palestras públicas continuarem recebendo os interessados sema-
nalmente.

página 48
expoSophia | proposta
“O meio é a mensagem. As sociedades sempre
foram moldadas mais pela natureza do meio pelo
qual os homens se comunicavam do que pelo conteú-
do da comunicação.”
Marshall McLuhan

Exposophia
A intenção de criar uma palavra nova para denominar o evento
enfocado está ligada ao significado dos termos que a constituem.

proposta
O prefixo ‘Expo’ é a contração corrente para o termo exposição.
O sufixo variou entre a palavra ‘Sofia’ grafada na forma comum,
em português, e ‘Sophia’, que tem a mesma pronúncia.
Não se quis nomear o evento simplesmente como ‘Exposofia’,
assim como acontece em filosofia, antroposofia, astrosofia ou
tantas outras designações lexicas do português. Este seria um
bom nome para o campo de estudo, pois deveria ser entendido
como ‘sabedoria’ ou ‘conhecimento das exposições’, uma vez que
antroposofia por exemplo é ‘conhecimento do homem’ (antro-
pos, do grego: homem).
A grafia ‘Exposophia’ visa destacar o elemento ‘Sophia’ sem
apartá-lo do prefixo. ‘Sophia’ tem origem grega e significa sabedo-
ria, conhecimento, ciência. O termo surge como uma declaração
de que neste ambiente se apresenta a Sabedoria. Encontramos o
sufixo também em uma importante escritura de caráter gnóstico,
linha filosófica que segue o Lectorium Rosicrucianum. Trata-se
de um dos mais expressivos Evangelhos Apócrifos, chamado de o
Evangelho da Pistis Sophia (‘Fé pelo conhecimento’ ou ‘ligação
com a Sabedoria’ - pois ‘Pistis’ pode significar tanto compromis-
so quanto fé). Ali se encontram chaves importantes para uma

página 50
compreensão interior, gnóstica do conjunto das escrituras cris-
tãs. O termo indica aos conhecedores desses temas a natureza do
evento, e promete ser uma ferramenta na sinalização prévia de
seu conteúdo a um público direcionado, sem causar estranheza
aos demais interessados.
O projeto Exposophia foi concebido como uma proposta
para a instituição a que se destina. Pretende demonstrar a perti-
nência da exposição como meio de divulgação; problematiza as
questões envolvidas e condensa todo o estudo realizado através
da sugestão de um modelo. Este ambiente expositivo proposto
deve ser capaz de transmitir, traduzir e facilitar a compreensão
dos conceitos que comporta, bem como possibilitar a vivência da
dinâmica da instituição.

proposta
página 51
Adequação da mídia
A configuração da exposição deverá atender a exigência de
transmitir a filosofia da Escola Internacional da Rosacruz Áurea.

proposta
A contemplação, quando propiciada de forma plena, eficiente,
proporciona uma experiência singular e, em se tratando de uma
mostra de caráter filosófico, instiga à reflexão e ao questiona-
mento, ou mesmo à vivência de uma realidade interior, por isso
mesmo única.
A contemplação não se atém ao visual, mas estende-se à per-
cepção em sua totalidade. A situação ideal intencionada para o
presente evento é aquela em que o observador possa ficar diante
de um painel iluminado de forma adequada, disposto de modo
que sua postura ao lê-lo possa ser a mais confortável possível. Nele
as informações deverão ser apresentadas com clareza, a tipografia
contribuirá para a fluência da leitura combinada a elementos grá-
ficos pertinentes ao tema e distribuídos de maneira equilibrada.
Imagens com bom tratamento gráfico devem estar dispostas de
acordo com a distância de observação ideal. Música ambiente su-
ave e aroma dos arranjos de rosas, sempre presentes, caracterizam
os espaços utilizados pela Rosacruz Áurea, e deverão compor a
montagem do conjunto. É imprescindível que haja um canal de
diálogo entre o expositor e o público. Para tanto deverá haver

página 52
monitores sempre à disposição e palestras deverão ser realizadas
com momentos específicos para esclarecimento de dúvidas.
O espaço expositivo montado em local adequado deverá pos-
sibilitar a experiência desejada. Alguns condicionantes deverão
ser verificados para a validação dos locais escolhidos. Além disso,
é importante que se consiga transferir para este lugar, da forma
mais autêntica possível, o ambiente da instituição. Algumas ca-
racterísticas os definem e estão em plena concordância com sua
filosofia. Essas características deverão se repetir na Exposophia.
O silencio deve prevalecer. Para a receptividade ideal o am-
biente deve proporcionar tranqüilidade mental e emocional
(silencio interior) pela sobriedade de seus elementos. A música
erudita utilizada pela instituição poderá ser reproduzida no con-

proposta
texto do evento, tanto ao vivo quanto mecanicamente.
A rosa como símbolo central da instituição, e recorrente em
sua filosofia, aparecerá sempre como ornamento. Seu perfume
natural deve predominar e preencher o ambiente.
Os interiores dos espaços de atividades do Lectorium
Rosicrucianum tendem para a predominância do branco, am-
bientes amplos e ventilados, sempre bem iluminados, com os
assentos e a mobília dispostos harmoniosamente. Entre os mate-
riais recorrentes estão o mármore branco, madeira em tonalidades
claras e o vidro. Há ainda ocorrência de dourados e prateados ou
cromados.
A geometria é uma preocupação recorrente na arquitetu-
ra da instituição. O objetivo é colocar a comunidade frente a
um contexto, a uma idéia que deverá ser percebida e realizada
Pirogravura: Reconciliação ou retorno à
Casa do Pai (H. Coutin, Nanterre, França). interiormente. A configuração da Exposophia pode remeter a
conceitos da filosofia da instituição. A utilização desses valores,
no entanto, não deverá ser feita de forma especulativa, devendo
ser consultada a instituição para validação das escolhas.
O projeto assume caráter ambicioso diante do exposto, mas
cabe fazer a ressalva de que não se pretende, aqui, esgotar a to-
página 53
talidade dos aspectos envolvidos na criação de uma exposição.
Trata-se de explorar suas potencialidades e principalmente, de
adequar a mídia expositiva ao contexto de uma organização
de características peculiares como é a Escola Internacional da
Rosacruz Áurea.
As limitações que certamente surgirão terão assinaladas as
necessidades de assistência de profissionais qualificados ou indi-
cação das providências que estejam fora do alcance do designer.

Itinerância, investimento e abrangência


A implementação de uma estrutura como a da Exposophia

proposta
demanda investimento que não prevê retorno financeiro. Sua in-
tenção é a de divulgação, e portanto, o ideal é que não se cobre
pelo ingresso e que se consiga abranger a maior quantidade pos-
sível de interessados. Numa situação comum, uma vez realizado
o evento temporário, a estrutura perde sua utilidade e com isso
o alcance do investimento é determinado. Poder-se-ia manter o
espaço funcionando indefinidamente à espera do interesse do
público, mas isso só seria viável caso houvesse público significati-
vo incessantemente interessado, disposto a se deslocar até aquele
lugar.
A proposta da Exposophia não é a de fixar-se em qualquer lo-
calidade, tornar-se um museu local ou uma mostra permanente.
A Escola já se encontra permanentemente à disposição em várias
localidades através de seus núcleos e centros de conferências, cuja
manutenção se dá pelo corpo de alunos alí existente em constante
atividade, entre as quais está a divulgação por meio de palestras.
A Exposophia pretende ser um outro instrumento. Não
substituir os dispositivos existentes, mas somar-se a eles, comple-
mentando a divulgação da instituição através de uma proposta
mais elaborada, atraente e abrangente.

página 54
A itinerância surge neste projeto como uma possibilidade de se
ampliar a cobertura de público mediante pequenos investimen-
tos para transporte e realização do evento em outras localidades.
Para tanto é necessário uma estrutura auto-suficiente, e pouco
dispendiosa. Suportes, iluminação, delimitação, infra-estrutura
necessária ao seu funcionamento e manutenção: tudo o que pu-
Foyer Catharose de Petri, Suíça: der fazer parte do conjunto itinerante deverá ser implementado,
sugerindo uma ave em vôo desde que justifique o investimento e conforme a disponibilida-
de de recursos.

Meio e mensagem
Quando se propõe a realização de um evento expositivo,

proposta
propõe-se a utilização de um meio para comunicar algo. Sua
Centro de conferências Renova
em Bilthoven, Holanda: linguagem estende-se do plano à tridimensionalidade, devendo
estrutura circular haver uma diagramação espacial do conjunto. Há fatores a se-
rem considerados, como a antropometria, a previsão do fluxo de
passantes, o volume de conteúdo a ser exposto, as distâncias de
visualização necessárias, a utilização do espaço para outros fins
como uma vernissage ou palestra. Entretanto, num outro nível,
a diagramação do conjunto, de seus limites, sua geometria, pode
refletir o conteúdo da exposição, comunicar sua mensagem.

Centro de conferências Pedra


Destacam-se aqui as naves em cruzeiro utilizadas pela igreja
Angular em Jarinu, São Paulo: católica, e mais próximo do contexto da Exposophia, as cons-
base heptagonal
truções rosacruzes que sugerem aspectos de sua filosofia, como o
prédio em forma de cálice no interior de Minas Gerais, ou mes-
mo a construção holandesa circular, em Bilthoven.
A diagramação da Exposophia seguirá esta mesma linha, retra-
tando aspectos da filosofia que apresenta, não só na geometria de
seus limites, mas também nos detalhes e em quaisquer escolhas
que permitam a adoção de valores significativos, simbólicos.
Prédio em forma de Graal,
Patos de Minas, Minas Gerais: Em alguns momentos, tais escolhas poderão passar despercebi-
a arquitetura como significante das; em outros, servirão de apoio didático aos painéis, monitores

página 55
ou palestrantes. Uma outra possibilidade é que o visitante se
aperceba desses valores, se indague sobre os motivos que geraram
tais escolhas ou reconheça aspectos filosóficos neles contidos.
Mesmo que o visitante chegue inconsciente das significações,
após a visita, assimilação das informações contidas nos painéis e
publicações ou apresentadas nas palestras e monitoria, espera-se
que ao deixar a exposição tenha se dado conta desses valores, que
perceba o espaço expositivo de forma renovada e o tenha apro-
veitado para a assimilação das idéias propostas.

proposta
Vista superior de alguns dos layouts possíveis e suas
sugestões simbólicas:
1. Circunferência-base, implícita nos demais modelos;
2. Triângulo inscrito;
3. Quadrado inscrito;
4. Pentagrama ou estrela de cinco pontas;
5. Estrela de Daví ou triângulos ascendente e descen-
dente (contato entre realidades inferior e superior);
6. Sétuplo;
7. Polarizado ou linear;
8. Cruz (apesar de ser semelhante ao quadrado ins-
crito, a disposição dos elementos internos à estrutura
pode construir uma narrativa diferenciada);
9. Graal, vaso de mistura ou taça.

página 56
“Tipografia não é uma Arte independente: ela
é um meio para um fim, não um fim em si mesma.
Ela precisa ser sempre subserviente ao texto que é
sua ‘raison d’être’....”
Herbert Spencer

Tratamento
Apresentar idéias é uma arte que requer técnica e depende da
tecnologia e dos recursos disponíveis. Inúmeras são as possibili-
dades para o designer, mas também não são poucas as restrições

proposta
que enfrenta. Cabe delinear uma intenção, traçar um perfil do
tratamento geral a ser dispensado aos painéis e à totalidade da
Exposophia.

Tipografia
Rosacruz é um termo antigo, recorrente na filosofia religiosa
dos últimos sete séculos ou mais. A raiz para o termo, reconhe-
cida pelo Lectorium Rosicrucianum, é o movimento rosacruz
clássico, surgido momentos antes do renascimento e dissemi-
nado em toda a Europa pela recém chegada imprensa de tipos
móveis.
A escolha das famílias tipográficas e a decisão pelo uso de espé-
cies (ligaturas, ditongos, etc.) deve levar em conta uma referência
cultural ou intenção, pois é certo que suscitará relações semio-
lógicas, ainda que inconscientes ao público. Afora isso, deve-se
avaliar a pertinência ergonômica dos artifícios, determinando
sua inclusão conforme adapte-se à natureza tipográfica das par-
tes do texto.

página 57
De acordo com Emil Ruder, um dos principais proponentes
do Estilo Tipográfico Internacional: “A regra de que um texto
deve ser facilmente lido é das incondicionais” (A tipografia da
ordem, 1959). O texto é feito para ser lido, não faz sentido orna-
mentá-lo excessivamente em prejuízo da legibilidade, como não
cabe também utilizar uma família gótica de difícil compreensão
para o texto corrido, coisa que mesmo os alemães não tardaram
em perceber.
Por sua beleza, pela referência aos primórdios da imprensa e
aos manifestos rosacruzes, alguns elementos tipográficos deverão
ser utilizados nos painéis expositivos, enriquecendo a apresenta-
ção e tornando sua leitura mais fácil e agradável.
Sobre as famílias é importante expor algumas de suas carac-

proposta
terísticas, de especial importância neste projeto, bem como
algumas das limitações com que o designer se depara ao proje-
tar um veículo cujo conteúdo é potencialmente infinito, uma vez
que está prevista a sua atualização constante.
As diferentes famílias tipográficas são classificadas segun-
do suas características pelo sistema Vox/ATypI (Association
Typographique Internacionale). Essa classificação tem caráter
científico, busca agrupar as famílias a partir de características his-
tóricas, estéticas e até mesmo filosóficas.
A divisão de tipografia da Adobe Systems, embora cite com
freqüência as várias classes em sua página na internet, optou por
uma abordagem mais prática, construindo dispositivos bastante
úteis ao profissional que se vê diante da escolha tipográfica em
Primeira edição de As núpcias alquímicas de Cristão Rosacruz, Estrasburg, 1616. seus projetos.
Primeira edição conjunta da versão alemã da Fama Fraternitatis R.C. e da versão
latina da Confessio Fraternitatis R.C., Kassel, 1615.
Fronstispícios: A empresa, líder no setor de software para produção de docu-
elementos característicos foram transportados para a mentos e editoração gráfica, é hoje uma autoridade em tipografia
tipografia moderna através da tecnologia Opentype.
digital, não só pela criação e adaptação de famílias tipográficas
de expressão mundial, como também pelo desenvolvimento de
tecnologia de ponta nessa área.

http://www.adobe.com/type/opentype página 58
A diversificada biblioteca de fontes comercializada pela em-
presa encontra-se dividida segundo quatro critérios distintos que
podem ser pesquisados conforme a necessidade do designer: uso,
estilo, tema e classificação tipográfica.
Entre os vários usos apresentados destacam-se, tendo em vista
a exposição, ‘sinalização’, ‘banners’, ‘corpo de texto’, ‘cabeçalhos/
títulos’ e ‘vídeo’. É preciso especial atenção para que o projeto
não resulte heterogêneo, pois a proposta na criação de progra-
mação visual é justamente dar uma unidade a todo o conjunto de
impressos, painéis, divulgação, projeções, etc. Essa unidade vai
gerar o que se convencionou chamar identidade visual.
Literatura especializada produzida e distribuída pela Adobe
(Typography Primer) indica que um mínimo de duas famílias ti-

proposta
pográficas, uma serifada e outra não, é essencial à maior parte dos
projetos. Ambas devem se harmonizar, cooperar na construção
de um design coeso.
Algumas famílias apresentam uma biblioteca completa de ca-
racteres e elementos acessórios, incluindo variações de espécimes
e os alfabetos grego e cirílico, enquanto outras foram desenvolvi-
das para situações mais restritas, muitas vezes conformando-se a
poucos idiomas pela ausência de determinadas combinações de
acentos gráficos a alguns caracteres ou pela inexistência do pró-
prio caractere.
Quanto mais completa a família tipográfica escolhida, mais
consistente será a programação visual, pois estará pronta a en-
frentar uma maior diversidade de situações. Uma vez tratando-se
de filosofia, pode ocorrer que seja necessário o uso do alfabeto
grego, por exemplo. Nomes internacionais merecem atenção es-
pecial pelo fato de a instituição estar presente em vários países e
haver intercâmbio entre estes. Além disso, a filosofia gnóstica é
extremamente eclética. Não se restringindo a nacionalidades ou
etnias, ela identifica idéias afins onde quer que se apresentem.

página 59
Famílias tipográficas digitais Adobe de aplicação mais ampla
são designadas com o sufixo ‘Pro’ e acompanham os chamados
‘livros de espécimes’, um dossiê que inclui informações históri-
cas, classificação (quando houver), glyfos, elementos, ligaturas,
variações, ornamentos, predefinições disponíveis e até mesmo
um pequeno portfolio de aplicações realizadas. É o caso de várias
das novas fontes com extensão ‘.otf ’.
A recém-chegada tecnologia Opentype foi aplicada a este
documento e provou a eficiência na utilização de elementos ti-
pográficos. Trata-se de um novo formato para os arquivos de
fontes digitais que incorporou vantagens dos anteriormente
utilizados e ainda assumiu novas funções. Famílias criadas pela
Adobe no formato OTF (Open Type Font) acompanham ainda
os ‘Optical Sizes’, variantes adaptadas para compensar perdas de

proposta
qualidade advindas do dimensionamento dos corpos de fonte.
Os ‘tamanhos óticos’ em geral são quatro: display, subhead, text
e caption.

Ainda não há muitas opções no novo formato, mas as pioneiras


são famílias de altíssima qualidade, entre as quais encontramos
aquelas cuja aplicação e abrangência respondem à proposta da
Myriad Pro
(uma família OpenType versátil sem serifa) Exposophia: a Myriad Pro (sem serifa), auxiliada pela Garamond
Silentium Pro Premier Pro (serifada) - com a qual foi composto o corpo de tex-
Composição tipográfica:
a neutralidade da primeira em contraste to desta monografia.
com os fortes traços medievais transporta-
dos para esta outra família temática.

página 60
Prevendo a necessidade de se caracterizarem diferentes épocas,
a Garamond aplica-se perfeitamente aos textos renascentistas,
mas pode-se contar ainda com a Silentium Pro, com traços me-
dievais e legibilidade apurada para volumes pequenos e médios.
Hieróglifos e ideogramas não serão problematizados pois, em-
bora possivelmente venham a ser requisitados, deverão aparecer
com valor ilustrativo, caso sejam usados.
Mas tipografia não trata só das partes empregadas separa-
damente, como esclarece Lucy Niemeyer em Tipografia: uma
apresentação. Trata também da composição como um todo, des-
de o tipo até a hierarquia das idéias apresentadas em linguagem
escrita, passando por todas as vicissitudes envolvidas, incluindo-
se aí a expressividade com que se deseja comunicar o conteúdo,
substituindo ritmo, tom e altura com que seria pronunciado

proposta
oralmente o enunciado.
Eis aí a necessidade de um cuidado especial para que o resul-
tado transmita a sobriedade necessária, comunicando ainda a
altivez e a nobreza dos dizeres do texto quando for o caso.
As duas fontes principais selecionadas contam com variantes e
artifícios disponíveis em termos de tipografia digital. Caberá ao
designer a melhor aplicação.
Um breve aprofundamento no universo tipográfico pode ser
realizado consultando-se o documento Typography Primer dis-
tribuído pela Adobe Type:
http://www.adobe.com/uk/education/pdf/type_primer.pdf

Imagem
Um amplo acervo de ilustrações foi reunido nos 25 anos de
existência da revista Pentagrama. Seja na representação simbó-
lica, seja em seu papel didático ou na sugestão de determinada
‘atmosfera’, as imagens têm imenso potencial na transmissão de
página 61
ensinamentos filosóficos, esotéricos, científicos ou religiosos.
As imagens apresentadas deverão ser dimensionadas dentro da
tolerância de sua definição, evitando-se os serrilhados e demais
efeitos causados pela ampliação demasiada no meio digital.
Dimensões devem ser definidas conforme a previsão de
proximidade do público, levando em consideração também as dis-
tâncias de leitura dos textos. Ergonomicamente, é mais eficiente
a diagramação que permite o mínimo deslocamento por parte do
observador. A ergonomia se ocupa de poupar ao homem todo o
trabalho que possa ser realizado por máquinas, transferindo-lhes
o desgaste. No caso da Exposofia, todo o conjunto expositivo é a
máquina, e deverá ser configurado de modo a conferir conforto
ao público e eficiência à sua observação. Em Designing exhibitons,
Velarde demonstra que imagens muito grandes acompanhadas

proposta
de legendas minúsculas, situação recorrente em museus, deter-
minam uma rotina de aproximação e afastamento cansativa para
o observador.
As imagens aparecem tanto de forma autônoma quanto rebai-
xadas, formando um fundo reticulado para o texto, ou associadas
a outros elementos como gráficos, textos vazados, etc. Uma das
prerrogativas do projeto gráfico desta exposição é a de não limitar
a atuação do designer que implementará o conteúdo futuramen-
te. Deve haver espaço para soluções inusitadas, desde que em
perfeita correspondência com a proposta do evento.
Retratos, paisagens, fotografias, ilustrações, diagramas, elemen-
tos gráficos e infográficos - a imagem tem papel predominante
por seu imediatismo, seu apelo visual e potencial de comunica-
ção. Mesmo o texto quando aplicado a um layout, com devido
tratamento tipográfico, de cor e composição, assume funções
imagéticas. Nas palavras de Lucy Niemeyer: “Tenha em mente
o contexto gráfico como um todo. Ao escolher uma família, leve
em conta os efeitos que ela terá sobre os demais elementos do
layout. Tamanho e peso estão sujeitos às mesmas regras que os
outros elementos da composição visual: dimensões do suporte,

página 62
hierarquização dos elementos, mancha gráfica, cabeçalho, roda-
pé, fólio”.*
As imagens, no entanto, têm suas próprias leis, e diferem do
texto, por exemplo, na concorrência que promovem entre si.
Equilibrar valores, determinar hierarquias, construir relações va-
riadas é assunto que este estudo não poderá comportar a fundo.
Aqui cabe apenas sinalizar a intenção de harmonia e equilíbrio,
com sobriedade. Para tanto é necessário evitar o excesso nos pai-
néis e em todo o campo de visão do visitante. ‘Áreas de respiração’
ou ‘em branco’ são importantes, bem como a observação de dis-
tâncias mínimas entre as massas gráficas.
As imagens inseridas devem acompanhar informações mesmo
que sejam destacadas do painel em portfolio impresso, ou dispo-

proposta
nibilizadas de alguma outra maneira. As referências permitem ao
visitante não apenas a contextualização como aprofundamentos
que o designer pode não prever. Um bom sistema de referências
torna-se hipermidiático para o visitante pesquisador.
Ainda no campo das imagens, o designer deve considerar que
não existe divisão entre o suporte e seus elementos. Cores, traços,
textos e suporte compõem o projeto gráfico como um todo. Isto
deve ser observado se houver necessidade de produzir novas pe-
ças para as mostras itinerantes.

Objetos
Embora esteja previsto que o modelo expositivo brasileiro vá
se apoiar muito mais em painéis do que em artefatos, é pertinente
prever a apresentação de objetos. Além de haver um intercâmbio
constante entre direções e alunos dos vários países onde há se-
des da Rosacruz Áurea, pode ocorrer a situação de se apresentar
obras como pinturas, esculturas e até mesmo volumes impressos
que demandem alguma segurança extra.

(*) Em Tipografia: uma apresentação, 2000. página 63


A exemplo dos museus, os monitores deverão ser instruídos
para orientar o visitante, mas providências que visem evitar aci-
dentes e proteger objetos e público devem ser tomadas. Vitrines
seladas, por exemplo, se destinam e esta proteção.
Na distribuição das peças, áreas de circulação devem ser evi-
tadas, bem como as áreas onde sejam realizadas atividades de
maior movimentação, como em torno dos estandes de livros ou
dos locais onde sejam servidos água, café e acompanhamentos.
Elementos que possam ser tocados ou manipulados pelo público
devem estar firmemente fixados aos suportes a fim de evitar que-
da ou deslocamento.
A Rosacruz Áurea tem como característica o uso abundante de
arranjos florais. Nas exposições deverão ser utilizados suportes

proposta
especiais de maior estabilidade.
A luz é um complemento fundamental para promover efeitos
dramáticos e de modelagem sempre que a peça exposta apresente
tais potenciais.

página 64
Ambientação
A ambientação de uma exposição pode ocorrer em diferentes
gradações. Os recursos disponíveis são determinantes. A mostra
itinerante exige mais gastos e se o capital disponível é menor, a

proposta
sua montagem pode sofrer restrições. Entretanto, escolhas deve-
rão ser feitas quaisquer que sejam as condições, e é importante
que se tenha um direcionamento traçado o mais claramente pos-
sível a fim de que mesmo a menor das receitas possa gerar os mais
proveitosos resultados.
A exploração das possibilidades da exposição proposta pode
extrapolar a receita disponível, mas é importante identificar po-
tencialidades para a transmissão das idéias da instituição, pois
sua pertinência pode incentivar o levantamento dos recursos
necessários, bem como incentivar a redistribuição dos recursos
existentes de acordo com a estratégia dos organizadores de cada
edição do evento.

Iluminação
A iluminação é mais um assunto cuja amplitude não cabe den-
tro dos limites deste projeto. O difícil controle da interferência
de luz externa torna a questão ainda mais complexa. Se por um
lado é desejável que se aproveite a luminosidade do ambiente,

página 65
por outro não é possível organizar uma exposição que se adapte
a qualquer ambiente.
A luz, embora comumente percebida de forma elementar, não
deverá ser deixada aos cuidados de um amador, sob o risco de
total descaracterização do projeto. Efeito dramático e função er-
gonômica se combinam numa complexa ciência que é também
uma arte. A atenção deve recair sobre alguns pontos principais:
A reprodução de cores, especificada sob a sigla IRC (Índice de
Reprodução de Cores), define a semelhança entre as naturezas
da fonte luminosa artificial e da luz solar, que contempla todo o
espectro cromático de forma equilibrada. Para a percepção mais
apurada das peças recomendam-se lâmpadas com IRC elevado;
Há concorrência entre áreas iluminadas, devendo receber ilu-

proposta
minação mais intensa a superfície onde deverá estar concentrada
a atenção do usuário. Superfícies mais iluminadas no entorno do
objeto provocam distração;
Ofuscamento indireto ocorre quando há reflexão sobre os pai-
néis ou superfícies, causando fastídio e dificultando percepção.
A reflexão está diretamente relacionada ao ângulo de incidência
da fonte luminosa sobre a superfície em relação ao observador.
Distâncias ótimas e angulações ideais devem ser estabelecidas
quando da realização do projeto de iluminação;

Situação regular de iluminação: Ofuscamento direto é causado por fontes de luz que atingem
a luz não deve ser refletida para os olhos do observador, pois diretamente a visão do indivíduo, por estarem localizadas dentro
causaria ofuscamento indireto, prejudicando sua experiência.
de seu campo de visão. Na exposição, é importante que sejam
bloqueadas as fontes que se encontrem dentro dos limites do
campo visual no momento da observação.
É preciso especial cuidado com a incidência direta de luz solar,
pois além de provocar fortes contrastes, desconforto climático
e visual, pode queimar os pigmentos dos impressos e desbotá-
los rapidamente. Se controlada, no entanto, seja pela existência
de clarabóias ou outros meios, sua presença difusa no ambiente
pode ser proveitosa e gerar economia.
página 66
Uma visita prévia ao local da mostra permitirá equacionar os
horários e incidência luminosa. Outro local deverá ser escolhido
quando houver interferências muito grandes que não apresen-
tem alternativas de horário ou de contenção da luz.
Películas de filme nas janelas podem ser um problema. Embora
não percebamos, as cores presentes no filme inundam e contami-
nam todo o ambiente, distorcendo cores das imagens.
Onde houver invasão de luz externa deverá haver compensa-
ção luminosa para que a luz do dia não sobrepuje a luminosidade
dos painéis e demais objetos, sob pena de ofuscarem e distraírem
a visão do público, que perceberá o espaço como se numa pe-
numbra.
O ambiente a ser usado pela Exposophia deve ser bem ilumi-

proposta
nado, como de costume nos ambientes da Rosacruz Áurea, mas
há espaço para criatividade, podendo-se promover até mesmo
eventos de composição luminosa e musical, por exemplo. Outra
possibilidade é graduar a intensidade luminosa do ambiente e dos
painéis em separado, para que se possa dar ênfase aos motivos.
A iluminação deverá ser suficiente para a leitura, sem projeção
de sombra do próprio leitor sobre o texto. Isso também vale para
as áreas onde haja exposição de livros.
Capazes de bons resultados em iluminação difusa ou indireta,
as lâmpadas fluorescentes podem apresentar sérios problemas de
reprodução de cores, apresentando picos em comprimentos de
onda restritos. Estando presentes deverão ser mantidas e soma-
das a spots com lâmpadas capazes de índices mais satisfatórios de
reprodução cromática, a serem direcionados para as peças apre-
sentadas.
Lâmpadas incandescentes produzem maior calor do que as
lâmpadas fluorescentes e tendem ao vermelho e aos tons quen-
tes, em prejuízo das demais cores.

página 67
O uso conjugado pode ser uma solução simples. Entretanto,
há lâmpadas especiais, com altos índices de reprodução de cor,
baixo consumo e aquecimento do ambiente, como as dicróicas.
Algumas delas apresentam-se tanto em versões que necessitam
de transformadores quanto autônomas, passíveis de ligação dire-
ta na corrente elétrica.
Deve ser feita uma avaliação dos aspectos envolvidos para se
determinar se sua implementação se sustenta ou se poderá incor-
rer em desgaste e perda rápida de material.
Além dos aspectos práticos, a luz deve ser pensada como signi-
ficante, enquanto elemento filosófico, simbólico. Sua utilização
com fins comunicativos deve concordar com as referências per-
tinentes. Por exemplo: em se tratando de uma luz ‘verdadeira’,

proposta
‘elevada’, é necessário que ela incida perpendicularmente, de cima
para baixo, e não o contrário.
Também é desejável que feixes de luz estejam alinhados com o
centro da exposição, se for possível. A sugestão de um centro de
forças contido no contexto expositivo é bastante significativa.
A problemática da iluminação no ambiente expositivo é tão
rica em possibilidades que demandaria todo um estudo e, ain-
da assim, não seria esgotada. Auxílio profissional nesta área
certamente contribuirá grandemente para a obtenção de efei-
tos dramáticos e eficiência essenciais ao bom funcionamento do
evento.

A última Ceia, obra-prima de Leonardo da Vinci recentemente restaurada.


Igreja Santa Maria das Graças, Milão, Itália, 1497.
Acústica
A simbologia na composição visual:
ponto de fuga como centro de forças associado a Jesus;
possibilidades simbólicas deverão ser exploradas também pela Exposo-
Esta seção do capítulo tem a função de apontar questões, mais
phia, inclusive em sua iluminação. do que resolvê-las. O objetivo é demonstrar a pertinência de
aprofundamento nessa área, para a qual o graduando não apre-
senta capacitação, mas em que antevê grandes potencialidades.

www.corbis.com (© Carlo Ferraro/epa/Corbis e © Grazia Neri/ponti/Corbis Sygma) página 68


O som no espaço da Exposophia deve ser homogêneo. Fontes
variadas de narração, em pontos diversos, resultam em um burbu-
rinho indesejável. O som funcionará como elemento aglutinador
de pessoas e conteúdos; uma atmosfera homogênea deve ser cria-
da através das músicas apresentadas, dando um ritmo tranqüilo
à contemplação.
A localização das caixas acústicas deverá ser determinada por
profissional. A disposição no centro, voltadas para fora, parece
mais homogênea pelo fato de que, no caso contrário, as ondas
se amontoariam no centro e haveria a percepção de vários mo-
mentos sonoros por quem se aproximasse mais de uma caixa,
distanciando-se de outras.
O som tem propriedade equivalente ao peso, e está sujeito

proposta
aos efeitos da gravidade. Além disso, os próprios visitantes con-
figuram uma barreira para sua propagação. Somados os fatores,
percebe-se a necessidade de localizar as fontes sonoras no alto,
acima dos passantes, para que seu alcance seja o maior.
A trilha sonora ambiente não demanda potência, e sim defi-
nição. Deverá ser tranqüila, equalizada em conformidade com
a música clássica ou erudita e capaz de preencher o ambiente,
sobrepondo-se a ruídos externos que se deseje abafar discreta-
mente.
O projeto acústico deverá avaliar também os materiais utiliza-
dos nas estruturas e sugerir alterações que possam promover um
possível isolamento ou redução de ruídos externos e internos,
como o rumor de conversas.
É desejável que se tenha um canal de áudio ligado a um micro-
fone para avisos, e também para explanações orais e apresentações
musicais.
Outra fonte de som prevista é o sistema de projeção multi-
mídia, que não deverá concorrer com a música ambiente. Um
planejamento bem estudado certamente possibilitaria uma com-
posição eficiente das fontes, permitindo, por exemplo, narração
página 69
e som ambiente simultâneos. A narração será voltada àqueles que
estiverem acompanhando a projeção, e não poderá ser incômoda
aos demais, ocupados da leitura dos painéis.
É interessante que haja a possibilidade de controle de volume,
separadamente, para o ambiente externo à exposição. Caixas acús-
ticas voltadas para fora de seus limites poderiam ser graduadas
conforme as condições do ambiente circundante, funcionando
como convite para participar do evento.

Ornamentação
Consiste principalmente da composição de arranjos de flores,

proposta
predominantemente de rosas. A forma como isso é feito, o trata-
mento dispensado, é algo corrente em meio à comunidade e não
há necessidade de se estipular diretrizes, pois elas existem e vigo-
ram no cotidiano dos alunos.
Este capítulo visa aprofundar-se na questão da estrutura de
manutenção e preparação dos arranjos, sua refrigeração, umidifi-
cação e disposição no contexto expositivo.
É preciso que haja um local reservado para várias finalidades
paralelas, como essa que se apresenta agora.
Das funções implicadas a mais complexa parece ser a refrige-
ração das flores. Apresenta-se uma relação entre investimentos e
benefícios de difícil avaliação. Flores são efêmeras, duram alguns
dias e murcham. A utilização de flores artificiais está fora de co-
gitação enquanto que nem sempre será possível contar com um
refrigerador.
Eventos de fim de semana podem ser facilmente atendidos por
um container térmico de isopor de grande capacidade com algum
gelo. A função de refrigeração só será demandada nos momentos
em que não houver visitação, e eventualmente no transporte para
outros locais.
página 70
Um container de orientação vertical seria ideal, pois as pétalas
devem ficar distantes do gelo, a fim de não serem queimadas, en-
quanto que as extremidades dos caules não se ressentem do frio.
Mas ainda há necessidade de espaço para a preparação dos arran-
jos, poda, corte dos caules, desfolhagem, etc.
Uma estrutura suplementar, destinada à armazenagem e reali-
zação de tarefas de suporte ao evento, deverá ser providenciada.
A fim de não interferir na estética do conjunto expositivo, deverá
ser localizada a alguma distância, fora das áreas de circulação, e
contar com acabamento exterior coerente com o conjunto, mas
ao mesmo tempo neutro.
Cadeiras destinadas às palestras, estoques excedentes de livros
e souvenirs, ferramentas para a montagem e manutenção da mos-

proposta
tra, material para ornamentação e refrigeração de arranjos, todos
devem ser armazenados neste espaço reservado, que estará equi-
pado também com bancada para realização de tarefas diversas.

página 71
“A cada nova técnica novas tensões e novas
necessidades levam o homem a desenvolver novas
técnicas.”
Bernd Löbach

Conteúdo dinâmico
Vivemos uma era em que a disponibilidade de informação
se multiplica de maneira absurda. O homem se depara com es-

proposta
tímulos sempre renovados: novos produtos com seus apelos
publicitários, notícias de todo o mundo, entretenimento de todo
tipo. A disputa pela atenção torna-se cada vez mais acirrada, cau-
sando um desinteresse pelos veículos e meios de informação de
natureza estática.
A exposição deverá renovar o interesse do público pela cons-
tante atualização de conteúdo. Um projeto gráfico consistente
deverá permitir que equipes destacadas para o desenvolvimento
e implementação de novos temas possam aplicá-los sem prejuízo
da identidade visual do evento.
Com o desenvolvimento progressivo de temas, à medida que
forem sendo realizados os eventos, forma-se uma crescente bi-
blioteca ou acervo. Assuntos ainda não vistos em determinado
lugar poderão ser reapresentados, podendo-se também mostrar
diversos temas em uma mesma edição do evento.
A possibilidade de renovação e reaproveitamento do conteú-
do permite eventos mais ricos, com conteúdo mais extenso, sem
maiores investimentos. Por sua natureza atemporal, as apresenta-
ções de ensinamentos filosóficos não correm o risco de se tornar
obsoletas.
página 72
Um sistema de fácil transição de conteúdo permitiria, por
exemplo, a realização de uma edição do evento com um tema A
apresentado à sexta-feira, outro tema, B, ao sábado e um terceiro
tema, C, no domingo, todos acompanhados das respectivas pa-
lestras, monitoria e eventos anexos. Um ganho cultural bastante
significativo, potencialmente triplicando o conteúdo apresenta-
do.
A totalidade dos temas poderá ser reunida em formato digital
e disponibilizada para consulta, sendo igualmente possível sua
utilização nas palestras por meio de data show (tanto no con-
texto do evento quanto fora dele), o que permitirá esclarecer
dúvidas relativas a temas passados e proposição de paralelismos
ou outras associações.

proposta
página 73
expoSophia | projeto
“(...) a arquitetura é sempre a primeira condi-
ção hermeneutica para a compreensão das obras que
guarda. Como os gabinetes da renascença tardia, o
prédio mesmo funciona como texto.”
Ignasi de Solà Morales

Espaço expositivo
O espaço a ser ocupado pela exposição também deve comu-
nicar algo. No contexto expositivo, a significação extrapola
amplamente os enunciados textuais, contaminando a quase
totalidade das escolhas do designer. A Rosacruz Áurea tem, tra-
dicionalmente, comunicado algo de sua filosofia pela sugestão
de valores geométricos ou figurativos em suas construções, e na
Exposophia não deverá ser diferente.

projeto
Este é um aspecto importante do projeto e parece muito per-
tinente que um ponto mais elementar da filosofia seja destacado.
Várias hipóteses foram avaliadas levando em consideração as
idéias da instituição, harmonia, estética, ergonomia e outras fun-
ções práticas.
A revista Pentagrama da editora Rosacruz, em edição dedi-
cada ao estudo dos símbolos define alguns elementos que serão
fundamentais à montagem da Exposophia:
A esfera - “Hermes Trismegisto* diz que a esfera é a mais per-
feita forma do universo. É no interior da esfera que se produz
toda a manifestação. A totalidade do processo do macrocosmo,
do cosmo e do microcosmo está contida na forma esférica.”
O círculo, o triângulo e o quadrado - “Um dos símbolos
mais marcantes da Rosacruz moderna é a combinação do círcu-
(*) Hermes Trismegisto é uma das mais antigas referências do gnosticismo (aproximadamente
3 mil a.C). A filosofia Rosacruz está intimamente ligada a suas idéias. página 75
lo, do triângulo e do quadrado. O círculo simboliza a eternidade,
a Gnósis universal (consciência divina) que suporta o universo.
Quem quer participar da eternidade deve aprender a viver do cír-
culo. O triângulo equilátero representa a atividade tríplice desta
universalidade. Os três aspectos da trindade divina são equiva-
lentes, cada um com sua atividade específica. Os rosa-cruzes da
Idade Média falavam a este respeito em ‘Trigonum Igneum’, o
Triângulo de Fogo, mostrando que para adquirir a liberdade es-
piritual, coração, cabeça e mãos devem empenhar-se juntos com
a mesma intensidade.
O quadrado é a base sobre a qual deve começar este processo
de evolução. Os quatro ângulos estão relacionados com o fogo, o
ar, a água e a terra: os elementos de construção do sétimo domí-
nio cósmico” - o mundo material, onde o homem se manifesta e
onde deve iniciar seu caminho de ascensão espiritual.
Fachada, corredor e in-
terior de um dos salões Na obra As núpcias alquímicas de Christian Rosenkreuz, ver-
da Galeria Ufizzi, em
Florença, Itália:
são comentada de Jan van Rijckenborg, encontramos em meio
segundo Ignasi de Solà ao glossário:
Morales, a Renascença
tardia percebia a neces- O microcosmo - “O homem como minutum mundum (pe-

projeto
sidade de demonstrar
nas fachadas dos pré- queno mundo) é um sistema de vida complexo e esférico (...)
dios a natureza e valor O verdadeiro homem é um microcosmo. O que se entende por
de seus conteúdos.
homem, neste mundo, é apenas a personalidade severamente
mutilada de um microcosmo irremediavelmente degenerado.
Nossa atual consciência é uma consciência personalística e, con-
seqüentemente, apenas é cônscia do campo de existência a que
pertence.”
A esfera está representada na circunferência, que é sua simpli-
ficação projetada no plano bidimensional. Ambas são expressões
máximas de harmonia, e vêm sendo assim consideradas desde o
Egito Antigo (aproximadamente 3 mil a.C.), de onde se origi-
nam os escritos de Hermes Trismegisto.

www.corbis.com (© Hubert Stadler/Corbis, © Jean-Pierre Lescourret/Corbis e © David Lees/Corbis) página 76


Na marca do Lectorium Rosicrucianum encontramos o cír-
culo envolvendo os demais elementos, como representante da
eternidade e divindade.
A seguir é apresentado o conceito do microcosmo, forma es-
férica intrinsecamente ligada à condição humana e ponto de
partida para a compreensão da filosofia Rosacruz. O autor apre-
senta medida aproximada de 9 metros para o raio dessa esfera.
A área expositiva será definida, com base neste conceito, por
uma circunferência de 18 metros de diâmetro interno. O pé di-
reito desta circunferência será elevado à altura aproximada de
Dimensões
2,10 metros para isolar o ambiente e receber a diagramação de
raio interno 9m painéis e sinalização. A face externa terá função estética, funcio-
raio externo 9,5m nará como fachada e apresentação, enquanto que a face interna
diâmetro interno 18m receberá os painéis componentes da mostra.
diâmetro externo 19m
Esta escolha foi cuidadosamente avaliada e apresenta as vanta-
espessura da circunferência 50cm gens a seguir:
perímetro interno 56,52m*
A circunferência é uma referência recorrente como modelo de
perímetro externo 59,66m*
perfeição e equilíbrio, além de carregar o simbolismo de eterni-

projeto
área interna 254,34m2* dade e, conseqüentemente, de divindade;
arco interno do módulo 4,71m*
arco externo do módulo 5m* Harmoniza-se facilmente com a geometria dos ambientes que
(*) valores aproximados em decorrência da constante .
a receberão pela inexistência de linhas retas ou referências de po-
sicionamento;
A configuração côncava do interior proporciona ao público
uma sensação de acolhimento e receptividade, um desejável con-
forto psicológico;
Esta disposição permite a observação de todo o conjunto
de painéis em panorama a partir de qualquer ponto dentro da
área expositiva, com a possibilidade de uma sinalização clara e
simples. É ergonomicamente eficiente na relação entre o deslo-
camento do observador e a observação dos painéis, uma vez que
não apresenta reentrâncias ou esquinas;

página 77
Permite ao público tomar consciência de todo o conjunto,
o que poderá ser explorado na apresentação do conteúdo, pela
complementação ou interações diversas a serem propostas entre
os motivos apresentados;
O anel expositivo possibilita narrativas seqüenciais, em sen-
tido horário ou anti-horário, ou a livre observação do conteúdo
apresentado, numa extensão linear (perímetro) de aproximada-
mente 56,5 metros;
Aestrutura funciona como barreira visual e acústica reduzindo
a quantidade de distrações externas;
Sua área interna é generosa, mas não excessiva: aproximada-
mente 254 m2, suficiente para acolher um número razoável de
visitantes juntamente com algumas estruturas complementares
(assentos, arranjos florais, esculturas ou outros objetos à mostra,
decoração e outros);
Das formas presentes na marca da instituição, o círculo é aque-
la que envolve as demais, que as contém e delimita seu espaço. O
equivalente ocorrerá na Exposophia, onde o conteúdo será deli-

projeto
mitado pela circunferência.
O projeto prevê uma situação ideal, em que haja disponibi-
lidade de espaço para a configuração intencionada, mas prevê
também situações onde esta proposta não poderá ser implemen-
tada. A natureza modular (apresentada mais adiante) permitirá
diferentes diagramações dos painéis e da estrutura expositiva.
Além disso, a possibilidade de atualização do conteúdo expos-
to incorre na necessidade de que os painéis sejam móveis. Isso
permitirá sua implementação independentemente da estrutura,
nas situações em que ela não possa ser utilizada por restrições de
espaço apresentadas pelo local.

página 78
Estrutura modular
Com finalidade de simplificar a armazenagem e o transporte,
e de possibilitar diferentes diagramações do espaço expositivo,
idealizou-se um sistema modular para toda a estrutura. Aspectos
técnicos deverão ser ainda aprofundados, mas as intenções estão
delimitadas. Um profissional de projeto de produto ou prático
em construção de estruturas e móveis poderá ser consultado para
a finalização do projeto e acompanhamento da confecção das pe-
ças. A estrutura pode ser dividida em três grupos: os módulos

projeto
periféricos, os módulos centrais e os módulos acessórios.

Modelo simplificado do módulo periférico: Módulos periféricos


proporções utilizadas têm base na altura dos olhos do observador;
arco circular da base representa 1/12 do anel expositivo;
iluminação e outros aparatos poderão ser sustentados pelo módulo. É a principal estrutura do conjunto, acumulando diversas
funções como a delimitação da área expositiva, com proteção
acústica e visual em relação ao exterior; sustentação dos painéis e
sustentação da iluminação direta para os painéis. Pode ser adap-
tado para outras funções como a apresentação de publicações ou
objetos variados. Serve ainda de suporte para a sinalização, a ser
localizada acima da altura dos visitantes, de forma a permanecer
visível nas situações de fluxo de passantes. Sua extensão horizon-
tal deve ser tal que garanta a estabilidade da estrutura.

página 79
É necessário que seja de fácil montagem e desmontagem,
ainda que demande ferramentas específicas, devido à natureza
itinerante do evento. Deve-se projetar o módulo de forma que
as partes possam ser acomodadas no menor espaço possível, fa-
cilitando acomodação e transporte da estrutura. Limitações das
dimensões devem ser definidas pelas medidas usuais de portas e
janelas, elevadores e escadarias, às quais terá eventualmente de se
submeter ao ser transportado para dentro dos espaços.
Um sistema de proteção eficiente para o conjunto desmonta-
do deve ser previsto.
Uma hipótese sugerida prevê o revestimento em placas fle-
xíveis e a estrutura interna em metal e desmontável, composta
de arcos e de chassis. Os arcos definindo a curvatura do reves-
timento enquanto os chassis conectam com firmeza os arcos da
face interna aos da face externa. Em ambas as faces deverá haver
arcos superiores, intermediários e inferiores funcionando como
trilhos aos quais será fixado o revestimento. Desse modo, todo
o conjunto dos módulos periféricos poderia ser reduzido a uma
pilha de placas de revestimento, alguns feixes de arcos, chassis e

projeto
parafusos.
As extensões das peças foram mantidas intocadas para facilitar
a compreensão da estrutura proposta. Se implementada esta hi-
pótese, tanto placas de revestimento quanto os arcos dos trilhos
Corte lateral da estrutura sugerida: deverão ser divididos em duas ou três vezes, reduzido-se a dimen-
o chassi central deverá ter encaixes para receber os trilhos arqueados; sões mais adequadas ao transporte e armazenagem.
os trilhos suportarão as placas flexíveis do revestimento;
as placas presas aos trilhos adotarão a mesma curvatura.
Definições mais precisas de materiais utilizados deverão ser
problematizadas junto a profissional com conhecimentos em re-
sistência de materiais e projeto de estruturas. Estruturas como as
de iluminação, anexas aos módulos, demandarão aprofundamen-
tos, de modo que aqui não serão apresentados detalhamentos
visto tratar-se de uma resolução hipotética.

página 80
projeto
Projeções do módulo periférico:
vista frontal com a face côncava aparente;
vista lateral com a face côncava voltada
para a direita;
vista superiror apontando o corte efetua-
do nos painéis internos para percepção dos
chassis e arcos no interior da estrutura.
Cada módulo corresponde a 1/12 da circun-
ferência que configura o anel expositivo.

página 81
B D F
C E G

Componentes do Módulo periférico


A Indicador Caracterização da peça Quantidade

A Chassi de 50cm x 2,10m 1


B Placa de 5m* x 30cm 1
C Placa de 4,6m* x 30cm 1
D Placas de 5m* x 90cm 2
E Placas de 4,6m* x 90cm 2
F Arcos de 5m* 4
G Arcos de 4.6m* 4

projeto
- Parafusos de fixação -
(*) valores aproximados em decorrência da constante .

Transporte e armazenagem:
reduzido a pilhas de placas, feixes de tri-
lhos e chassis, o módulo passa a ocupar
um volume consideravelmente menor.
A divisão das placas e dos trilhos em
duas ou três partes poderá ser feita para
redução de dimensões e peso das peças.

página 82
Módulo central
Embora não possa haver dois módulos centrais em uso simul-
tâneo, a ocupação da área central da exposição poderá dar-se por
estruturas diferenciadas, com funções diversas. Entre as possibi-
lidades previstas encontram-se:
Módulo central de atendimento - funcionando como um
bureau, onde poderão ser consultados os atendentes ou realiza-
das compras de publicações e souvenirs, por exemplo. Controles
de áudio, iluminação e projeção poderão ser concentrados neste
módulo para facilitar sua operação e restringir o acesso ao pessoal
autorizado. Poderá ainda reunir valores e objetos pessoais que os
visitantes desejem guardar.
Módulo central de exposição - poderá apresentar determi-
nada peça ou conjunto merecedor de destaque, ou ainda painéis

projeto
adicionais. Trata-se do mais valorizado espaço em todo o con-
junto, devendo apresentar o motivo de maior relevância daquela
edição. Sua configuração será definida pela existência ou não da
necessidade de proteger os objetos que venha a apresentar.
Módulo central de atendimento: Módulo central significante - é aquele cuja presença pre-
acumula funções diversas, desde a prestação de informações até
a guarda de volumes e valores. Deverá contar com microfone para tende transmitir o valor simbólico de fonte ou centro de força.
comunicados, podendo conter os controles de som e iluminação. Retomando o conceito em que se baseia a forma circular da
Raio externo de 1,20m, interno igual a 0,75m e altura de 90cm.
exposição, veremos que a Escola determina a existência de um
núcleo divino no centro do microcosmo. Este núcleo, por sua
vez, coincide com o coração da personalidade que o habita. Tal
foco é também denominado lótus do coração (budismo), semen-
te de mostarda (evangelho), botão de rosa ou átomo primordial
(Rosacruz), entre outros. Sua configuração permanecerá vaga até
que se defina o símbolo a ser representado na respectiva edição
do evento.

página 83
Módulos acessórios
Os módulos acessórios devem obedecer a uma coerência es-
tética que permita sua disposição em conformações simétricas
ou harmônicas no contexto expositivo. Sempre que possível,
o próprio módulo deverá servir também para a acomodação e
transporte dos objetos que comporta, ou deverá ser desmontável,
reduzindo-se a dimensões compatíveis com as partes dos demais
módulos, de forma a sistematizar acomodação e transporte.
Módulos multifuncionais devem ser cogitados pois podem ser
designados para as diferentes tarefas conforme demanda.
Módulo de operação de data show e módulo de projeção:
adaptações do módulo de consumíveis e do módulo periférico. Módulo de controle - controlará a trilha sonora ambiente, os
microfones usados para palestras ou reclames e o som de instru-
mentos e microfones utilizados em apresentações musicais. Se
viável, o sistema deve funcionar por transmissão sem fio, o que
evita interferências estéticas indesejáveis no ambiente.

projeto
Também controlará toda a iluminação dos painéis, com dime-
rizadores para controle da intensidade luminosa.
Módulo de operação de data show - deve adaptar-se ao equi-
pamento utilizado para a projeção, abrigando e protegendo todos
os acessórios necessários para sua operação.
Módulos de controle e operação podem ser conjugados para
facilitar o trabalho do controlador/operador.
Módulo tela de projeção - uma variação do módulo periféri-
co, com a diferença de ter planificada a superfície de face voltada
para o interior da exposição, que poderá receber painéis ou ser
Módulos expositores (com vitrine):
módulo souvenirs e caixa (90cm de altura e diâmetro de 1m); utilizada como tela, suporte para projeções. Deve contar ainda
módulo expositor de objetos (2.10m de altura* e diâmetro de 1m). com caixas acústicas destinadas ao som da projeção e com micro-
fone utilizado pelo expositor.

página 84
Módulo expositor de objetos - destinado a receber peças va-
riadas para exposição, como esculturas, livros antigos e artefatos
variados. Contará com vitrine para garantir a segurança do ex-
posto, e com iluminação embutida.
Módulo souvenirs e caixa - contará com gaveta trancada a
chave, superfície para escrita, vitrine e suportes para apresenta-
ção dos produtos à venda com temas da exposição.
Os módulos com vitrine podem ser multifuncionais, adaptan-
do-se para peças expostas ou souvenirs conforme o caso.
Módulo de consumíveis - reunirá produtos oferecidos ao
público, como água, chá, café, petiscos e acessórios necessários
como guardanapos, copos descartáveis, adoçantes para as bebi-
das e lixeira de fácil manutenção. Deverá possibilitar a ocultação
de todo o conteúdo para controle de disponibilidade para con-
sumo.
Módulo de descanso - semelhante a um pufe, tem a possibili-
dade de ser convertido em container para os mais variados fins.
Módulo suporte para flores - módulos ornamentais que

projeto
garantam a estabilidade dos vasos e containers dos arranjos evi-
tando acidentes.
Modelo simplificado dos módulos acessórios: O conjunto dos módulos apresentados deverá ser suficiente
módulo de descanso (diâmetro: 1m, altura aproximada: 65cm);
módulo de consumíveis com lixeira embutida (diâmetro: 1m, altura: 90cm).
para cobrir as aplicações demandadas pelo evento, mas em área
tão vária, assume-se desde já a possibilidade de surgirem novas
necessidades que demandem estruturas próprias.
Materiais utilizados para a confecção dos módulos devem ter
seus fornecedores e especificações identificados, a fim de se po-
der dar continuidade à sua implementação de forma homogênea
quando surgir a eventualidade.

página 85
“O Homem no design é ambos - uma medida
e um medidor. As dimensões de suas mãos, de seus
olhos, de seu corpo inteiro devem ser observadas em
suas relações com a escala, a forma e o volume de
qualquer coisa ao seu redor ou destinada a ele.”
Will Burtin

Layouts do espaço expositivo


O espaço expositivo proposto funciona a maior parte do tem-
po com a função de permitir a apreciação dos objetos e painéis
que compõem a exposição. Entretanto, por se tratar de um espa-
ço itinerante, é interesse que possa cumprir outras tarefas a serem
desenvolvidas no contexto do evento.
Depender de auditórios para a realização de palestras ou para
apresentações musicais restringiria significativamente o univer-
so de locais capacitados a receber o evento. Por isso, a estrutura

projeto
da Exposophia é maleável, composta de módulos que permitem
diferentes composições e a realização de diferentes atividades. O
modelo apresentado permite, ainda, adequar-se o espaço ao volu-
Campo pessoal do pedestre: zona de circulação: (raio=61cm) me de visitantes, aos conteúdos e a uma gama maior de eventos,
a delimitação de zonas de conforto a essa distância a circulação é pos-
em torno do modelo permite perce- sível sem perturbar os demais; mesmo que não tenham sido aqui previstos.
ber as diferentes necessidades de
espaço demandadas para cada ati- zona pessoal: (raio=53,3cm) A auto-suficiência do projeto exige algum investimento, mas é
vidade e em cada ocasião. neste espaçamento, a extensão de
um corpo separa os pedestres. A importante que se esclareça que a inviabilidade de implementação
O diagrama, adaptado da obra Hu- passagem entre eles é possível an- de alguns recursos não impossibilita a realização da Exposophia.
man dimensions and interior design, dando-se de lado;
tem por base um homem com largu- Esta é uma proposta ampla, que cobre desde uma situação ideal
ra dos ombros igual a 58cm. zona de não-contato: (raio=45,7cm) até outras mais realistas, adaptando-se às circunstâncias e à dispo-
contato entre as pessoas pode ser
A zona de não-contato é apontada evitado se parados ou movendo-se nibilidade de investimento. Por isso foi desenvolvida com caráter
como a de maior conforto na ocupa- ordenadamente em grupo; modular, e algumas peças são tidas como acessórias enquanto
ção de espaços.
zona de contato: (raio=30,5cm) outras podem ser configuradas de acordo com as limitações e
ocupação abaixo desses limites in- possibilidades.
corre em esbarrões inevitáveis.
Semelhante a um elevador lotado.

página 86
Layout para recepção e exibição
Caracteriza-se pela ampla área de circulação e pelo realce dado
aos objetos e painéis exibidos. Variações na iluminação deverão
acompanhar a programação do evento, dando destaque aos mo-
tivos que se pretende evidenciar a cada momento.
Pequenas adaptações poderão ser feitas para a abertura da
exposição, como a adição de módulos destinados a alimentos e
bebidas, lixeiras e, caso se deseje restringir o acesso apenas a con-
vidados, a colocação de cordões de isolamento nas entradas com
responsáveis pelo controle ao acesso.
Seja qual for a situação, sempre deverá haver recepcionistas
prontos a receber os visitantes e interessados e prestar-lhes escla-
rescimentos.

projeto
Layout para audiência
O espaço destinado às palestras e apresentações musicais ex-
tensas, ou mesmo a eventuais projeções que demandem uma
audiência confortavelmente posicionada, será o próprio espaço
expositivo. Cadeiras de fácil empilhamento e transporte deverão
estar disponíveis na estrutura suplementar de apoio, localizada
fora da área expositiva, mas de fácil acesso.
Diagramas impressos e marcações discretas aplicadas previa-
Diagrama do fluxo de visitantes e
mente ao piso poderão agilizar a montagem. Uma estimativa da
módulos periféricos;
dois detalhes: módulos de descanso; quantidade de pessoas presentes ou esperadas poderá evitar dis-
módulo central de atendimento ao público; módulos expositores com vitrine; pêndio inútil de energia, devendo-se, no entanto, atentar para
entrada do espaço expositivo com dimen- módulo de consumíveis;
sões amplas para comportar maior fluxo áreas de circulação; uma disposição sempre harmônica, preferencialmente simétrica,
de visitantes. áreas destinadas à observação. dos assentos.
página 87
Layout expositivo:
Os diagramas de fluxo apresentados assu-
mem caráter ilustrativo, e consideraram as
informações apresentadas na obra Human
dimensions and interior design.
A efetiva configuração dos módulos deverá
contar com a assistência de arquiteto ou de-
signer de interiores.

Escala: 1/100.

projeto
módulos periféricos;
módulos de descanso;
módulos expositores com vitrine;
módulo de consumíveis;
áreas de circulação;
zonas de respiração do visitante;
áreas destinadas à observação.

página 88
Outras providências a serem tomadas são o isolamento de
entradas muito próximas ao centro de atenções, evitando intro-
missões indesejadas; o esmaecimento na iluminação dos painéis
e objetos que permanecerem nos limites do ambiente; a colabo-
ração das equipes de apoio na condução do público, evitando ao
máximo a dispersão e interferências indesejadas.
No momento de conversão dos layouts, o espaço que receberá
as cadeiras e estruturas porventura necessárias deverá ser isolado,
comunicando-se ao público a necessidade de respeitarem os cor-
dões. Assim evitam-se acidentes e agiliza-se o processo.

projeto
Layout de audiência:
diagramações para palestra ou apresentação
musical e para apresentação áudio-visual;
Buscou-se adotar a alternância entre as filei-
ras de cadeiras para melhorar a visibilidade;
a distância entre as fileiras é de pelo menos
30cm para possibilitar passagem;
foram recolhidos os módulos localizados na
área utilizada;
a saída superior é vedada para evitarem-se
módulos periféricos; interrupções e distração.
módulos de descanso e cadeiras;
módulos expositores com vitrine; Escala: 1/200.
módulo de operação de data show;
áreas de circulação;
acesso interditado;
área de circulação dos palestrantes.

página 89
“O estilo jamais deverá sobrepujar a mensagem,
nem a personalidade do designer vir a massacrar o
expositor.”
Gilles Velarde

Inserção de Conteúdo

Este é um assunto de máxima importância para o sucesso do


evento como meio de divulgação da Rosacruz Áurea. Até este
momento, tentou-se configurar principalmente o aspecto formal
do evento, mesmo assim, buscando-se aplicar elementos e carac-
terísticas intrínsecas à instituição. A essência, no entanto, está no
conteúdo, na mensagem comunicada. Deve haver especial aten-

projeto
ção das equipes responsáveis para que a temática seja desenvolvida
tendo sempre em vista um objetivo claro, seja a transmissão de
determinada idéia, a ilustração de uma dada mensagem, a de-
monstração de determinado valor essencial da filosofia rosacruz
ou a promoção de algum questionamento interior.

Seleção de temas
Determina a intenção do evento: o que ele pretende comu-
nicar, explicar, discutir. O universo temático é o da filosofia e da
dinâmica da Rosacruz Áurea, sua trajetória histórica, suas idéias,
suas propostas e objetivos. Cada edição do evento poderá en-
fatizar diferentes aspectos deste paradigma. Por exemplo, uma
edição comemorativa dos 85 anos de existência da instituição po-

página 90
deria apresentar seu surgimento na Holanda, biografias de seus
fundadores, contratempos advindos da II Guerra Mundial,
obras publicadas, eventos e marcos de seu desenvolvimento, sua
expansão pela Europa e pelo mundo e, finalmente, uma projeção
de intenções futuras. Caracteriza-se, assim, uma edição institu-
cional, comemorativa, com menor preocupação em aspectos
filosóficos, e cujo público-alvo seria, prioritariamente, a comuni-
dade de alunos e simpatizantes da instituição.
Uma segunda opção seria uma edição do evento com caráter fi-
losófico-didático. Os temas escolhidos deveriam ilustrar da forma
mais precisa possível suas idéias e propostas. Uma programação
intercalando momentos de observação e palestras explicativas se-
ria oportuna. A apresentação das publicações, sejam revistas ou
livros, deveria ter destaque especial nesta situação, devendo-se
destinar ainda uma parcela do conjunto de painéis à apresenta-
ção das raízes e trajetória da instituição. O público intencionado
é o de interessados em conhecer e se aprofundar na filosofia ro-
sacruz.
Finalmente, cabe apresentar uma terceira possibilidade que

projeto
será caracterizada como temática. É aquela com a maior diver-
sidade de assuntos possíveis e as mais variadas potencialidades
narrativas. Este modelo contaria com 25 anos de acervo da revis-
ta Pentagrama, cobrindo temas filosóficos, históricos, científicos,
religiosos e mitológicos em matérias acompanhadas de fotogra-
fias e ilustrações. Permitiria novos levantamentos, pesquisas e
desenvolvimento de temas ligados à Rosacruz e ao gnosticismo
de todos os tempos. Poderia ainda discutir atualidades ou cons-
truir relações com campos de estudo recentes, como a física
quântica e seus aspectos filosóficos, as últimas descobertas da ci-
ência médica ou os polêmicos Evangelhos Apócrifos, para citar
alguns. Novamente faz-se pertinente a inclusão de um histórico
da instituição em meio ao conjunto. Este modelo está voltado a
um público mais variado, interessado nos diversos assuntos que
podem ser contemplados, e permite um diálogo com universos
afins ao rosacruz.

página 91
O meio expositivo, por ter como suporte o próprio espaço
tridimensional, é por excelência aquele com as maiores possibili-
dades. Basta lembrar que qualquer outro suporte ou meio pode
ser por ele incorporado. As possibilidades são incontáveis, e
podem ir desde a simples apresentação de painéis estáticos, pas-
sando por painéis interativos, exposição de artefatos, projeção de
audio-visuais e performances, até a reprodução de experimentos
científicos (como vemos em exposições sobre eletricidade, por
exemplo) ou a realização de oficinas e dinâmicas de grupo junto
ao público.
Na ocasião da escolha do tema, bem como durante todo o
processo de inserção de conteúdo, designer e equipes envolvidas
deverão estar atentos para as possibilidades oferecidas, cogitando
implementações que possam enriquecer e potencializar a experi-
ência proposta pela Exposophia.

Pesquisa e desenvolvimento

projeto
Realizada a escolha do tema, passa-se à pesquisa, quando de-
verá ser elencada toda a informação disponível sobre o assunto. É
importante reunir material em diferentes mídias, a fim de esten-
der a apresentação dos painéis até os áudio-visuais, sonorização,
apresentação de artefatos históricos ou mesmo de publicações
relacionadas. Eventualmente surgirão elementos não previstos,
pois praticamente não há limites para as possibilidades no espaço
expositivo. Pode ser interessante trazer para o evento determina-
do grupo musical, ou uma vegetação relacionada ao tema, utilizar
água na implementação de fontes, ou ainda terminais de compu-
tador em montagens interativas.
A fase de articulação terá início com uma triagem, quando será
eliminado todo o excesso de informações. Entretanto, poderá
surgir a necessidade de produção de material extra, seja em razão
de escassez ou por motivos estratégicos. Artistas e profissionais

página 92
de cada ramo deverão ser envolvidos no processo conforme a
disponibilidade de recursos. Muitas vezes existirá a possibilidade
de se apresentarem como voluntários, principalmente sendo eles
Tema partícipes da instituição. Trata-se de um recurso valioso para o
qual o designer deverá estar atento, realizando levantamentos de
capacidades e disponibilidades junto à comunidade.
Pesquisa
A articulação terá por ponto de partida a compreensão de
todo o conteúdo reunido. O designer e sua equipe deverão se
Texto Imagem Áudio Vídeo Objeto dar conta da totalidade dos significantes selecionados, determi-
nar limites de abrangência de conteúdo e traçar uma estratégia
narrativa. O quê se deseja transmitir? Como? Partindo de que
ponto e em direção a qual conclusão?
Articulação
Mesmo que a narrativa adotada deixe intencionalmente al-
gumas dessas questões sem resposta, é importante que isso seja
definido previamente, que estejam claras as intenções, e que
sejam transmitidas à equipe dos colaboradores. Sem intenções
ão
ão

claras não pode haver controle, não haverá projeto. Corre-

ia
o

siç

or
çã

çã
ra

po

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da

se o risco de um desgaste oneroso e de obtenção de resultados


to

ra
Ed
m
Re

Cu
i
Ed

Co

insatisfatórios. As intenções claras permitirão avaliações e dire-

projeto
cionamentos precisos durante todo o processo, aumentando as
Impresso Painel Som Tela Display chances de sucesso.
É justamente essa intenção, esse direcionamento o elemento
aglutinador que fará com que todo o conjunto funcione sinergi-
Montagem
camente. Redação e imagens podem então receber tratamentos
coerentes com a mensagem intencionada, o mesmo ocorrendo
com o som ambiente, eventuais narrações, produções áudio-vi-
Edição do suais e tratamento dispensado aos objetos.
Evento
O designer precisa trabalhar a coesão de seu time de mídias,
aproveitando suas diversas potencialidades e pondo-as em coo-
peração para a obtenção de um objeto multimidiático eficiente.
Fluxograma de criação da Exposophia: A montagem da mostra é o momento que ele terá para afinar
definido o tema, realiza-se pesquisa para levantamento dos conteúdos; o instrumento criado. Os colaboradores que atuarão no evento
a seguir deve-se definir abordagem, passando-se à elaboração dos conteúdos;
durante a montagem, o designer comanda a amarração final das mídias, agora devem ser preparados para suas funções e envolvidos pela
conferindo ao usuário uma experiência multimidiática única. aura do evento, ou seja, inteirados de suas intenções.
página 93
“Exposições, nos melhores casos, são mágicas, e,
nos piores, são marchas horrendas por feiras de ne-
gócios ou museus sombrios. A promoção de magia, é
claro, é um negócio sério.”
Gilles Velarde

Programação visual
O projeto gráfico de um evento pode assumir diferentes na-
turezas. Um projeto rígido, por exemplo, consiste de um sistema
auto-suficiente, que cobre as necessidades de adaptação dos assun-
tos que poderão ser apresentados, com atualização de conteúdos
facilitada, demandando pouca atenção do designer que o criou.
Entretanto, reduzindo-se a necessidade de acompanhamen-
to do designer, limita-se o potencial expositivo dos conteúdos,
que terão que se adaptar a um sistema estanque. Outra opção é

projeto
um projeto flexível, que permita explorar ativamente os assun-
tos e suas possibilidades expositivas, mas que demanda atenção
e empenho do designer e de sua equipe, que deverão discutir e
viabilizar as diferentes alternativas, adequando-as à natureza ou
linha que caracteriza o projeto gráfico. A adoção de posturas in-
termediárias entre esses extremos também é possível.
A programação visual da Exposophia tem a prerrogativa de ser
amplamente possibilitadora sem se tornar permissiva. Como o
conteúdo e o continente são ambos dinâmicos, pois deverá ser
atualizada e instalada em diferentes locais, a configuração final
da mostra também será constantemente transformada. Diretrizes
claras, de natureza mais ou menos rígida, deverão ser definidas
para que os diferentes resultados sejam satisfatórios. Trata-se de
encontrar um ponto ótimo na relação entre liberdade e controle.

página 94
Um projeto minucioso deverá ser trabalhado, a fim de garantir
uma identidade visual consistente ao conjunto expositivo.
Entretanto, por tratar-se ainda de uma proposta a ser ava-
liada pela instituição, o projeto gráfico não será plenamente
desenvolvido em detalhes, como se fará necessário quando da
implementação da exposição. A proposta da Exposophia deverá,
primeiramente, ser submetida aos responsáveis pela divulgação
da instituição, à comunidade e às várias instâncias envolvidas
no processo de sua viabilização. Todas essas partes deverão ser
ouvidas pelo designer, o que resultará em definições importan-
tes para a fundamentação do projeto gráfico, tais como receita,
infra-estrutura disponível, pesquisa e formulação de conteúdos,
fornecimento de imagens pela Editora Rosacruz e outros.
Um desenvolvimento mínimo será realizado com vistas a con-
figurar um panorama das questões envolvidas e possibilitar a
ilustração da proposta.

Ergonomia visual

projeto
A preocupação predominante é referente aos painéis. Além de
contarem com custos de produção elevados, dominam o panora-
ma expositivo, não podendo ser admitidas faltas projetuais que
Distâncias de observação: comprometam sua eficiência, o que significaria retrabalho e pro-
a 75cm o campo visual contempla a extensão vertical de 90cm;
a 1 metro o campo visual percebe a extensão vertical de 120cm; blemas sérios de receita. Ainda assim, a mesma atenção deve ser
a 175cm a total extensão vertical do módulo periférico é abarcada. dispensada aos impressos e produções audio-visuais, publicações
As duas primeiras medidas referem-se às bitolas de impressão em ploter
mais comuns, e que poderão ser utilizadas para a impressão dos painéis. e sinalização.
Qualquer que seja a disposição dos painéis e a diagramação de
seus elementos gráficos, as informações deverão ser posicionados
em altura adequada, contando com área suficiente para oferecer
ao observador as distâncias de observação necessárias.
A altura dos olhos do observador é a referência que define a po-
sição mais eficiente de textos e imagens apresentadas. Variações

página 95
nas alturas dos observadores tornam necessária a adoção de um
valor médio, que segundo levantamento recente realizado no
Brasil, é de 1,66 metro de altura, 2 centímetros a mais que 20
anos atrás*. Esta altura deve ser diminuída em aproximadamente
dez centímetros para corresponder à altura dos olhos.
Conclui-se que a altura dos olhos, na média, é de 1,56 m. Uma
linha horizontal deve ser estendida até o painel para se definir o
início da faixa ótima para apresentação de informações detalha-
das. Entretanto, há uma angulação de 10 graus para baixo que
caracteriza posição de observação com maior conforto para o ob-
servador, e que desloca essa faixa de acordo com a distância a que
se encontra o observador.
O campo visual se estende em 30 graus, tanto para cima, quan-
to para baixo do eixo central, mas é a porção inferior que garante
maior conforto. Uma faixa definida pela altura dos olhos, com-
pensada em 10 graus e estendida até 30 graus abaixo (com centro
nos olhos do observador) define a área mais nobre do painel,
onde deverá ser apresentada a informação mais detalhada, como
texto corrido ou informações gráficas mais complexas.

projeto
Essa faixa é móvel, se define pela distância a que se encontra
o usuário e pela altura de seus olhos. Serão estabelecidas dis-
tâncias que correspondam aos corpos de texto propostos, o que
possibilitará definir as faixas mais eficientes para suas respectivas
Ergonomia visual: apresentações.
em posição confortável, os olhos estão direcionados 10˚ para baixo;
a seção inferior do campo visual de 60˚ apresenta maior conforto;
as distâncias para leitura de impressos com melhor acuidade encontram-se A obra de referência Human dimensions and interior spaces
na faixa entre 46 e 56cm a partir dos olhos. (1979) aponta que a leitura de impressos ocorre em média na
faixa que vai de 33 e 74 centímetros, estando localizada a distân-
cia ótima entre 46 e 56 centímetros. Mas esses não são os limites
da capacidade do olho, e sim amplitudes verificadas em estudos
ergonômicos como mais freqüentes ou adequadas a estações de
trabalho.
Na obra Ergonomia Prática, J. Dul. e B. Weerdmeester pro-
põem que “o tamanho das letras maiúsculas deve ser pelo menos
(*) Informação apresentada pela revista Época Nº 367, de 30 de maio de 2005, Editora
Globo: páginas 82 e 83 - O brasileiro em números. Texto de Luiz Octávio de Lima. página 96
1/200 da distância de leitura. Por exemplo, para uma distância
de 100 cm, a letra deve ter pelo menos 5 mm de altura.” A partir
da equação, pôde-se definir a relação entre distância de observa-
ção e corpo de texto, conforme se observa na tabela:

Corpo de texto x distância máxima


Pontos Altura (mm) Distância (m)

12 2,85 0,57
14 3,33 0,67
18 4,28 0,86

MM
21 4,99 0,99
24 5,71 1,14

MM
36 8,56 1,71
MM
MMM
48
60
11,41
14,27
2,28
2,85
Myriad Pro:
‘M’ maiúsculo nos corpos de texto 72 17,12 3,42
medidos e aplicados à tabela. Com base na maiúscula ‘M’ da família Myriad Pro, regular

Problemas de acuidade visual do observador devem ser levados


em consideração pela adoção de uma margem de compensação,

projeto
o que leva a entender que os valores apontados servem como
limites críticos que devem ser evitados. Ainda outros fatores
devem ser considerados na determinação dos corpos de texto e
distâncias intencionadas, como a possibilidade de projeção de
sombra sobre os painéis a distâncias de observação muito curtas;
interposição entre o painel e outros usuários, agravada propor-
cionalmente à proximidade; ou o contato entre a ponta do pé do
usuário e o suporte dos painéis.
A orientação horizontal dos painéis deverá ser adotada com
vistas a minimizar a problemática da interferência por parte de
outros observadores. Se disposta verticalmente, toda a informa-
ção é bloqueada por um único usuário, e quanto mais conteúdo,
mais terão que esperar os demais. Poderiam surgir filas e aglome-
rações em torno dos painéis, o que causaria distração e irritação,
comprometendo negativamente a experiência do observador.

página 97
Projeto gráfico
Nas exposições a problemática da identidade visual torna-se
inter-meios. É importante adaptá-la a cada dispositivo levando
em conta suas limitações. Evidenciam-se algumas situações crí-
ticas: painéis impressos em plotter, produções áudio-visuais e
recortes tipográficos em vinil.
Problemas de resolução de imagem são tolerados na maioria
dos casos que envolvem impressão em plotter por ser prevista a
observação a grandes distâncias. Outdoors, por exemplo, muitas
vezes admitem serrilhados e falhas que só se tornam aparentes
a pequenas distâncias. Para a exposição a situação é diferente.
Embora os painéis tenham dimensões amplas, sua observação se
dará também a pequenas distâncias. Muitas vezes são utilizados
textos, elementos que mais sofrem com os efeitos de serrilhado,
principalmente em corpos reduzidos.

projeto
Para os impressos em grandes formatos deverá ser avaliada a
saída de impressão. Para imagens fotográficas há alguma tolerân-
cia devido à adaptação às massas gráficas realizada pelo cérebro,
que identificará pontos de cores diversas como áreas de colora-
ção intermediária. Essas imagens geralmente são caracterizadas
pela escassez de limites precisos, misturando-se as bordas dos di-
versos planos.
Problemas serão encontrados principalmente na reprodução
de textos e arte vetorial, ambos caracterizados pela sobreposição
de planos de cuja precisão depende sua compreensão e qualida-
de gráfica. Recomenda-se, nesses casos, o fechamento de arquivo
em formato vetorial, evitando-se efeito de serrilhado. Uma boa
opção é o formato PDF (Portable Document Format - formato de
documento portátil) que aceita mídia vetorial e raster.

página 98
Nos casos de áudio-visuais e recorte de vinil pode ocorrer o
oposto. A definição da saída é o elemento limitador, devendo a
produção do designer se adaptar a ela. Elevar a definição dos ar-
quivos acima da capacidade do monitor, do projetor ou do plotter
de recortes em vinil provavelmente não surtirá efeito. Pequenos
detalhes como as serifas dos textos muitas vezes serão perdidos,
comprometendo as peças. A solução é simples: abandonam-se os
detalhes. Isso dá-se pela escolha de famílias sem serifa, no que
concerne aos textos, na seleção cuidadosa de imagens e pela pro-
dução de elementos gráficos compatíveis com essas tecnologias.
Elementos repetidos freqüentemente, como as marcas do
evento e da instituição, deverão ter produzidas versões adaptadas
a cada meio, com discriminação dos cuidados necessários a sua
implementação (limites de dimensionamento, relações entre cor
e fundo, adaptação de paletas CMYK e RGB* em cores e em tons
de cinza).
A totalidade da produção relacionada ao evento deverá ser de-
senvolvida nos parâmetros que definirão sua identidade visual.

projeto
Identidade visual
Uma avaliação superficial é capaz de demonstrar o poder
da identidade visual no contexto mundial. A convivência com
marcas se dá a todo momento, trazendo uma infinidade de asso-
ciações cujas origens a maior parte das pessoas sequer percebe.
Campanhas publicitárias utilizam-se de artifícios cada vez mais
incisivos na busca por conduzir as massas em conformidade com
os interesses econômicos, sociais e políticos envolvidos.
No contexto filosófico-espiritual em questão não se trata de
persuasão. Busca-se identificar simpatia e interesse do público pela
mensagem proposta. Ademais, a Rosacruz Áurea zela pela abso-
luta transparência em suas relações, tanto com seus participantes
quanto com o público, buscando esclarecer todos os aspectos de
(*) Paletas de cores-tinta (impressão) e de cores-luz (monitores): CMYK - Cyan, Magenta, Yellow,
blacK (ciano, magenta, amarelo e preto); e RGB - Red, Green, Blue (vermelho, verde e azul). página 99
sua filosofia e da dinâmica de suas atividades. Permanece, assim,
o interesse pela preservação e promoção de sua imagem.
A logomarca projetada para identificar o evento é a reprodução
de uma estrutura presente no principal centro de conferências do
Lectorium Rosicrucianum, localizado em Bilthoven, Holanda.
É um desdobramento do símbolo bi-dimensional da instituição
expoSophia
que se projeta no espaço, assim como a exposição trará sua filoso-
fia à tridimensionalidade.
Manteve-se o dourado utilizado na marca da instituição,
adicionando-se o prateado (ou cromado), freqüentemente re-
presentados por seus correspondentes na escala RGB ou CMYK.
A utilização desses valores de forma comedida denota elegância,
elevação e guarda, historicamente, relação com o divino.
Marca do evento:
projeção espacial da marca da instituição (à direita), a marca da Exposo- A marca deverá ser aplicada a todos os impressos auxiliares e de
phia terá na retícula uma das possibilidades de aplicação.
divulgação do evento, aparecerá assinando os painéis, áudio-vi-
suais e souvenirs, caracterizando os uniformes dos colaboradores
e a fachada externa da estrutura.
Paletas de cores adequadas aos diversos meios, bem como

projeto
versões adequadas aos vários tamanhos previstos deverão ser
elaboradas. A descaracterização da marca deverá ser combatida
veementemente, sendo muitas vezes necessário educar equipe e
parceiros no tocante à importância de uma identidade sólida.
A tipografia eleita deverá ser igualmente respeitada. Sistemas
hierárquicos bem delineados e coerência na inserção de imagens,
créditos, referências, citações e toda a gama de situações previstas
são essenciais, devendo-se produzir um manual de aplicação caso
a supervisão pessoal não seja possível.
A confecção de peças válidas para várias edições do evento per-
mitirá produção em maior volume e com maior qualidade. Alguns
elementos previstos são: banner, cartazes e filipetas, portfolio da
Hall do centro de conferências de Renova, em Bilthoven, Holanda:
fonte de inspiração para a marca, a escultura divide-se em duas partes,
edição do evento, uniforme ou crachá para os colaboradores,
aplicadas por dentro e por fora da vitrine. painéis expositivos e sinalização, fachada externa, avisos e outros
impressos auxiliares, áudio-visual e souvenirs variados.
Fotógrafo: Peter Wittebrood página 100
“Mais vale uma ótima peça com regular
veiculação do que uma peça regular com ótima
veiculação.”
Geraldo Leite

Divulgação
Conforme descrito na seção inicial de apresentação do
projeto, existem atualmente vários veículos funcionando simul-
taneamente para a divulgação da Rosacruz Áurea. A introdução
da Exposophia aos meios de divulgação poderá ser mais eficien-
te mediante uma reorganização do conjunto dos dispositivos.
Pretende-se indicar a possibilidade de uma integração dos meios,
que atualmente ocorre apenas parcialmente.
Este capítulo apresentará os veículos divididos em duas cate-

projeto
gorias: publicações e eventos. Tanto publicações quanto eventos
demandam divulgação própria. Neste nível secundário de divul-
gação estão previstas algumas modalidades comuns a todos os
veículos:
Divulgação expositiva - é a mais simples, e consiste na presen-
ça do veículo diante do observador. Quanto mais freqüentado o
local, maiores as chances de ser percebido. A visibilidade da peça,
características visuais e dimensões também são determinantes;
Divulgação impressa - refere-se a indicações impressas do
evento ou da publicação nas peças produzidas pelas equipes de
divulgação da Rosacruz. Reúne indicações em cartazes, folhetos,
souvenirs e demais impressos. Não inclui indicações em publica-
ções, que deverão ser consideradas nos dois conjuntos a seguir;

página 101
Divulgação eletrônica - são as indicações apresentadas atra-
vés da internet, seja no site da instituição, da Editora Rosacruz
ou em outras páginas em que se aponte a realização dos eventos
ou a disponibilidade das publicações rosacruzes;
Divulgação de inserção - designa toda inserção realizada em
livros, revistas, jornais ou rádio. Aparições presentes nos livros e
na revista Pentagrama, editados pela Rosacruz, serão localizadas
neste grupo juntamente com inserções em outros veículos, sejam
eles comerciais ou não.
As modalidades de divulgação funcionam de forma diferen-
te para cada publicação ou evento. Por exemplo: para o veículo
Exposophia, a instalação de sua estrutura num ambiente com
grande fluxo de passantes permite uma grande visibilidade ime-
diata devido a suas dimensões, atrativos visuais e sonoros. Sua
divulgação expositiva é eficiente mas restrita à duração do even-
to. Por outro lado, um livro publicado pela Editora Rosacruz que
se encontre exposto numa vitrine próxima, diante da qual passe o
mesmo público, terá visibilidade provavelmente menor, pois seu
tamanho reduzido e a concorrência com outras publicações pela

projeto
atenção do observador fazem com que seu potencial expositivo
seja menor.
As diferentes potencialidades dos veículos devem ser aten-
tamente consideradas na estruturação do plano de mídia. Ele
definirá a distribuição dos recursos entre os vários veículos,
ocasião em que uma boa estratégia será determinante para a ob-
tenção dos resultados desejados.
Um profissional de mídia poderá ser solicitado para auxiliar a
equipe de divulgação no desenvolvimento de um plano de mídia
adequado ao contexto e possibilidades da organização.

página 102
Integração dos meios
Enumeradas as sub-modalidades de divulgação, cabe apon-
tar a possibilidade de integração dos veículos. A “amarração” ou
concatenação dos vários meios permitirá a criação de uma rede
de informações capaz de exponenciar a eficiência da divulgação
da instituição. Mídias dinâmicas e estáticas interligam-se para
garantir que o pesquisador possa obter de forma facilitada toda
a informação necessária para entrar em contato com a Rosacruz
Áurea e obter esclarecimentos sobre sua filosofia e dinâmica.
As publicações editadas pela Editora Rosacruz, por exemplo,
deverão trazer em destaque chamadas para a página da Escola
Rosacruz na internet, de preferência na contra-capa;
Informações atualizadas de endereços e eventos deverão cons-
tar na agenda disponível na página, convidando o interessado a

projeto
participar de palestras e outros eventos;
Por ocasião dos eventos estarão disponíveis as publicações e ins-
crições para os cursos de aprofundamento na filosofia Rosacruz.
Além disso, será desenvolvido determinado tema de interesse do
visitante, que poderá pedir mais referências de pesquisa ou escla-
recimentos. Os palestrantes poderão então indicar uma edição
da revista Pentagrama que discorra sobre o assunto;
A revista por sua vez traz sinopses das obras ainda no prelo ou
recentemente lançadas pela editora.
O encadeamento sugerido é apenas uma das inúmeras formas
possibilitadas pela integração entre diversos meios. Adicionem-
se souvenirs contendo endereços eletrônicos, marcadores de
livros promovendo lançamentos, sacolas, cartões-postais, pôste-
res relativos à Exposophia, referências cuidadosamente indicadas

página 103
nos próprios painéis do evento, chamadas realizadas pelo sistema
de som durante sua visitação... as possibilidades são incontáveis e
seus desdobramentos parecem infinitos.
A integração entre os meios demanda apenas o trabalho de re-
organizar e manter atualizadas as informações apresentadas. Não
se trata de investimento estrutural, e sim intelectual. A conscien-
tização das equipes responsáveis pelos diversos veículos e um
acompanhamento cuidadoso deverão bastar para a construção
desta importante malha de referências.
Na elaboração da estratégia de mídia, os recursos destinados
à divulgação da instituição deverão ser divididos entre os vários
veículos e suas modalidades de divulgação. É importante consi-
derar as relações entre cobertura e abrangência de público-alvo,
eficiência e custo.
No Brasil, pesquisas são realizadas com maior freqüência para
a mídia televisiva e outros veículos de abrangência massiva como
a Internet, rádio e jornais de maior circulação. Dificilmente será
possível obter dados precisos sobre os demais veículos emprega-
dos pela instituição.

projeto
Os responsáveis pela divulgação da Rosacruz deverão contar
com auxílio de profissionais capacitados a estimar a eficiência e
os custos de cada modalidade, buscando aproveitar ao máximo as
possibilidades de integração entre os veículos próprios.
Para ilustrar as relações entre os veículos próprios e terceiriza-
dos, foi desenvolvida a tabela a seguir, contendo uma estimativa
hipotética de pertinência das modalidades de divulgação confor-
me a natureza do veículo e as possibilidades de integração.
Na avaliação da pertinência de investimento em cada mo-
dalidade foram priorizadas reduções de gastos decorrentes da
integração dos meios próprios em detrimento de veículos tercei-
rizados de maior custo. O panorama se atém aos principais meios
existentes e à Exposophia proposta.

página 104
Panorama de potencialidades de divulgação e integração dos veículos
Veículo Divulgação Veículo de divulgação Pertinência* (%)

Expositiva Instalação em locais com grande freqüência e visibilidade 35


Impressa Banner, cartaz, folheto 30
Exposophia
Eletrônica** Página própria na Internet, página Instituição, página Editora Rosacruz, dispositivos de busca (Google, etc) 15
Inserção Jornal, Revista, Rádio 20
Expositiva Realização em local com boa freqüência e visibilidade 25
Palestra pública Impressa Banner, cartaz, folheto 30
externa Eletrônica** Site da Instituição, Site Editora Rosacruz, dispositivos de busca (Google, etc.) 10
Inserção Jornal, Revista, Rádio, Revista Pentagrama 35
Expositiva Aviso na fachada da sede ou sala de palestras públicas local (sujeito às características do local) 10
Palestra pública Impressa Programa** , cartaz***, folheto*** (mesmo tema em todo o país) 35
interna Eletrônica** Site da Instituição, Site Editora Rosacruz, dispositivos de busca (Google, etc) 25
Inserção Jornal, Revista, Rádio 30
Expositiva Bureaus de acesso à Internet nos eventos 5
Site Rosacruz Áurea Impressa Endereço impresso em todo banner, cartaz, folheto e souvenir da instituição 30
www.rosacruzaurea.org.br Eletrônica** Divulgação em dispositivos de busca (Google, etc.) e no site da Editora Rosacruz 35

projeto
Inserção Endereço constando em quaisquer inserções da instituição 30
Expositiva Bureaus de acesso à Internet nos eventos 5
Site Editora Rosacruz Impressa** Endereço impresso em todo banner, cartaz, impresso e souvenir relacionado às publicações 30
www.editorarosacruz.com.br Eletrônica** Divulgação em dispositivos de busca (Google, etc.) e no site da instituição 35
Inserção Endereço constando em quaisquer inserções referentes às publicações 30
Expositiva Evento de lançamento, localização nas livrarias, displays promocionais**, espaço na vitrine 40
Publicações Impressa** Banner, cartaz, folheto, souvenir (ex: marcador de livro promocional) 10
Editora Rosacruz Eletrônica** Site da Editora Rosacruz, sites especializados (Amazon, etc.), dispositivos de busca (Google, etc) 35
Inserção Veículo especializado ou relacionado ao assunto da publicação 15
Expositiva Localização nas livrarias, displays promocionais, espaço na vitrine 25
Impressa** Banner, cartaz, folheto, souvenir (ex: marcador de livro promocional) 5
Revista Pentagrama
Eletrônica** Site da Editora Rosacruz, sites especializados (Amazon, etc), dispositivos de busca (Google, etc) por assuntos 55
Inserção Veículo especializado ou relacionado ao assunto da publicação 15
(*) Proporção de pertinência entre as modalidades de divulgação do mesmo veículo. (**) Cobertura nacional ou internacional. (***) Produção nacional com adição local de dados.

página 105
Divulgação da Exposophia
Um investimento de peso terá sido realizado quando o mo-
mento de finalmente divulgar o evento houver chegado. Sua
divulgação assumirá a responsabilidade por trazer os visitantes,
razão maior de todo o esforço realizado.
A localização é o primeiro elemento estratégico para a divulga-
ção da Exposophia. Fácil acesso e visibilidade são fatores da maior
importância, mas deverão ser utilizados vários outros meios para
se extrair os melhores resultados da realização do evento.
A produção em grande quantidade, de banners, cartazes e fo-
lhetos de validade ilimitada possibilitará atingir um alto padrão
de qualidade. A distribuição realizada com antecedência aproxi-
mada de 15 dias, intensificada na semana anterior à abertura do
evento e durante sua realização, parece ideal. A divulgação mui-

evento
to antecipada pode incorrer em esquecimento ou banalização do
material, pois a demanda pela atenção do público é tal que, passa-
da a empolgação inicial transmitida pela peça, logo a sua atenção
passará a outra novidade.
Algumas cidades cedem espaço gratuitamente nos transportes
públicos para fixação de cartazes sem interesse econômico. Em
outras, pode ser interessante comprar espaços de divulgação de
transportes que circulem nas proximidades do local do evento.

página 106
Banners colocados nas principais vias, com licença da prefeitu-
ra local, também são uma alternativa viável. Ademais, impressos
deverão ser espalhados nos centros de maior circulação, deven-
do ser realizada uma estratégia específica para cada situação. A
divulgação excessiva, com panfletagem e práticas semelhantes
está descartada a priori, pois além de perniciosas, tais práticas
incorrem em desperdício de grandes volumes de material e na
associação da identidade institucional à poluição urbana.
A divulgação do Lectorium Rosicrucianum deve ser sempre
realizada de forma conscienciosa e sóbria, em concordância com
sua filosofia. Deve ser disponibilizada e não imposta.
Pontos comerciais dispostos a receber cartazes e folhetos deve-
rão ser procurados conforme a afinidade com o tema e a filosofia.
Bibliotecas, universidades e outros locais públicos que aceitarem
colaborar também são uma boa opção por sua neutralidade.
Um site próprio deverá ser elaborado e divulgado nos prin-
cipais sites de busca, bem como nos sites ligados à instituição.
Mala-direta invasiva também está fora de cogitação. Pode-se, no
entanto, disponibilizar recursos para envio de nota de divulgação
a terceiros, desde que assinados pelo remetente, que se responsa-
bilizará. Banners em sites locais são uma opção que poderá ser
considerada.
Veículos de massa, como jornais, rádio e revistas poderão ser
utilizados com sobriedade. Programações culturais são uma op-

evento
ção muitas vezes gratuita, enquanto que notas de divulgação
pagas poderão ser veiculadas nos dias de realização do evento.
A receita disponível será determinante para a estratégia de di-
vulgação. Situações de recursos muito restritos deverão ser muito
bem avaliadas, pois os gastos de implementação da edição local
do evento poderão não se justificar quando não houver a possibi-
lidade de uma divulgação minimamente satisfatória.
Profissionais de mídia e conhecedores do mercado publicitá-
rio deverão ser requisitados para uma melhor avaliação.
página 107
expoSophia | evento
Itinerância e Condicionantes
A determinação do local que receberá a Exposophia deverá
atender satisfatoriamente a critérios relevantes para o bom anda-
mento do evento.
Aspectos de segurança deverão ser vistoriados por órgão com-
petente. O Corpo de Bombeiros poderá avaliar se há condições
para receber o número esperado de visitantes e se o local está
preparado para evacuação rápida na eventualidade de incêndio
e outros acidentes.
Deve ser verificada a qualidade da infra-estrutura: presença e
condições de higiene dos sanitários, acessos necessários à energia
elétrica, condições de segurança, boa iluminação e outros.
O espaço disponível deve ser suficiente para receber todo o

evento
conjunto sem comprometer a circulação ou passagens importan-
tes. Deverá ser avaliada também a apresentação externa e interna,
a localização, a facilidade de acesso, a existência de estacionamen-
to e de quaisquer outras facilidades das quais dependa o sucesso
do evento.
É indispensável que se tenha uma atmosfera silenciosa. O
ambiente deve ser propício à introspecção, permitindo ao pes-
quisador avaliar a fundo as propostas filosóficas apresentadas.

página 109
É preciso que se ressalte que um dos principais objetivos do
evento é possibilitar um reconhecimento interior profundo
àqueles que têm afinidade com as idéias apresentadas.
A proteção do conjunto deverá receber especial atenção na hi-
pótese de realização do evento em espaço descoberto, situação
que poderá ser viabilizada mediante a preparação de estrutura
para a cobertura capaz de proteger contra incidência direta de
luz, ventos fortes e chuva. A implementação de uma cobertura
itinerante amplia significativamente as alternativas de localiza-
ção, dispensando gastos com aluguel de salões.
Questões relativas à itinerância do conjunto, sua armazena-
gem, transporte, manutenção, disponibilidade de pessoal para
atuar no evento, na preparação e no desmonte, viabilidade e rela-
cionados não serão aprofundadas nesta proposta.
Distâncias mínimas entre os locais a receberem a mostra deve-
rão ser determinadas com base no acesso e densidade demográfica,
Proteção: além de fatores como projeção de visitação, tempo de exposição,
o universo dos locais aptos a receberem o evento pertinência de realização do evento em determinadas regiões
torna-se ilimitado mediante a adoção de uma solu-
ção itinerante para a proteção do conjunto. decorrente da presença de pesquisadores, pela atuação prévia da
instituição, pela realização de palestras e outros eventos.
A avaliação de cada caso deverá ser feita de forma criteriosa
por representantes nacionais do Setor de Trabalhos Públicos
com cooperação dos colaboradores locais.

evento
Vista externa e duas
impressões do interior:
esta estrutura pode ser alugada
e compôs a agenda cultural de
verão (2005|2006) da cidade de
Vila Velha, no Espírito Santo.

Fotógrafa: Fernanda Carvalho página 110


Programação
O evento deverá contar com uma programação previamente
desenvolvida e divulgada. As partes que compõem a programa-
ção devem se complementar, possibilitando uma vivência de
várias situações que ajudem a compor um significado para o visi-
tante. Os horários e durações devem levar em conta a totalidade
da experiência oferecida, com o cuidado de o conjunto de ativi-
dades não se tornar cansativo.
Divulgação da programação - é preciso que exista um im-
presso disponível, com toda a programação, no próprio espaço
da mostra, para aqueles que a visitem, assim como é importante a
divulgação dos eventos através de outros canais de maior alcance
(jornal, cartazes, rádio, internet).
Visitação - os horários para visitação estão intimamente liga-

evento
dos ao fluxo de pessoas que há no local escolhido.
Para locais onde haja passagem freqüente de transeuntes,
como shopping centers, halls de prédios comerciais, estações de
metrô ou rodoviárias, aeroportos e afins, deve-se manter a expo-
sição disponível o maior tempo possível, levando em conta os
horários de maior fluxo e aqueles em que haja disponibilidade de
tempo do público, como horário de almoço e fim de expediente,
por exemplo.

página 111
Para locais aos quais o público se dirija exclusivamente para apreciação
do evento, deve-se programar horários tendo em vista a disponibilidade
de transporte público e seus horários, a distância até a provável origem
dos visitantes, segurança e hábitos da população. Pode-se determinar
um período mais restrito, uma vez que as pessoas se programarão para
estarem alí, diferente do que ocorre no caso de locais de passagem.
Locais cuja natureza não se enquadre nas situações previstas devem
ser analisados em separado. Propõe-se que a mostra funcione o maior
tempo possível (desde que haja possibilidades reais de freqüência), po-
dendo-se reduzir a quantidade de pessoal nas situações de menor fluxo
de visitantes.
Palestras - palestras devem ocorrer em momentos de maior disponi-
bilidade de tempo pelo público. O público casual de um dia de semana
em horário comercial dificilmente terá disponibilidade para compare-
cer a uma palestra de 40 minutos a uma hora de duração.
Durante a semana, estas devem ser realizadas após o horário comer-
cial, não muito distantes de seu término, principalmente se em locais
onde haja concentração de comércio, e conseqüentemente, de público
subordinado a seus horários. Da mesma forma, não devem terminar
tarde, de forma que haja transporte público para retorno dos visitantes
a seus lares.
Aos fins de semana, podem-se prever seqüências de palestras, sempre
espaçadas em pelo menos 30 minutos, bem como ciclos repetidos duas
vezes ao dia (tarde e noite) ou programação recorrente no sábado e no

evento
domingo. Conforme a expectativa de público e o espaço disponível de
auditório deve-se avaliar a necessidade de repetição da programação.
Apresentações musicais - dependem da disponibilidade de músicos
em meio à comunidade, que varia conforme a região. Havendo disponi-
bilidade, podem-se organizar apresentações ao longo de todo o período
expositivo, bem como abertura, intervalos e fechamento, inclusive para
as palestras. Situações em que haja maior número de músicos disponí-
vel, é possível organizarem-se apresentações mais longas, o que deverá
ser destacado como atração musical mais consistente na programação.

página 112
Considerações finais
O presente estudo permitiu perceber a complexidade envolvi-
da na proposição e design de um evento expositivo. Certamente
que sua montagem implicará ainda em mais questões, de natureza
prática, surgidas da lida com os materiais, dispositivos, profissio-
nais e colaboradores.
O leitor poderá pensar que a adoção de um modelo como o
da Exposophia, com as questões técnicas e de investimento en-
volvidas, pode parecer muito além da realidade da comunidade
rosacruz brasileira. Dois pontos devem ser destacados em defesa
desta proposta.
Primeiramente, trata-se de um modelo elaborado para a ava-
liação das potencialidades do meio expositivo no contexto de
divulgação da Rosacruz. Um modelo que, por conseguinte, não se
deixou restringir significativamente por limitações orçamentais,

evento
embora as tenha considerado. Uma realidade mais promissora
certamente teria incorrido na proposição de mais equipamentos
de áudio-visual e computadores, em maiores requinte e conforto,
por exemplo.
Em segundo lugar, uma comunidade como a brasileira, com
mais de 1.500 participantes efetivos*, não está tão limitada por
questões materiais quanto está pelas dificuldades de articulação
decorrentes de distância e variedade de discursos. Esforços valio-
sos vêm sendo realizados em várias partes do país com o mesmo
(*) Dado coletado junto à direção local, referente aos participantes maiores de 18 anos,
matriculados como alunos da instituição. Não estão incluídos os membros simpatizantes. página 113
objetivo de transmitir a mensagem da Escola da Rosacruz Áurea.
A forma de fazê-lo e os recursos utilizados é que varia. Já existe
uma movimentação rumo à centralização de recursos e produ-
ção das peças de divulgação que tenciona uma mais homogênea
abrangência e apresentação.
A Exposophia trás à divulgação a potência dessa articula-
ção. Encontramos exemplos notórios no passado recente, como
a construção das estruturas do centro de conferências Pedra
Angular em Jarinu, São Paulo, que comporta mais de 600 visi-
tantes para eventos de fim de semana. Destinado a centralizar
as atividades do hemisfério sul, conta com templo mais depen-
dências de pernoite e refeitório. Sua materialização deveu-se à
realização de campanha nacional e obtenção de crédito advindo
da fundação internacional do Lectorium Rosicrucianum para di-
fusão filosófica.
Outro exemplo são as conferências internacionais, realizadas
no sul da França, a cada cinco anos, com estruturas muito mais
elaboradas do que a da exposição proposta, e que vêm recebendo
mais de 2.000 alunos a cada edição.

Diálogo e articulação
Uma idéia tem a força que lhe conferem aqueles que a pro-
fessam. Esta é a razão pela qual a discussão da divulgação deve

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assumir um caráter ainda mais cooperativo, agregando toda a co-
munidade e dialogando com colaboradores de outros países.
A esta proposta cabe a tarefa de conscientizar os responsá-
veis pela divulgação para possibilidades reais que se apresentam.
Utilizando tecnologias disponíveis no mercado e que vêm sendo
aplicadas para fins expositivos em meios culturais e corporativos
nos últimos anos, busca renovar sua divulgação.

página 114
A implementação de práticas e dispositivos que concordem
com o ‘espírito de nosso tempo’, sem descaracterizar a institui-
ção, é uma adaptação necessária para a obtenção de credibilidade
e atenção do público.
Os atrativos oferecidos por nossa sociedade, principalmente
no campo do bem estar (indústria que vem crescendo nos últi-
mos anos), dominam as atenções da população de maneira cada
vez mais hegemônica. O universo comunicacional atinge níveis
de requinte e eficiência mais e mais elevados, determinando
padrões efêmeros, incessantemente superados por novos parâ-
metros e tecnologias com todas as possibilidades decorrentes.
Ao Lectorium Rosicrucianum não cabe entrar numa corrida
desenfreada na tentativa de acompanhar, ou mesmo se adiantar à
todas as novidades. Sua filosofia não condiz com isso. Entretanto,
não deverá também adotar uma postura sedentária, deixando de
considerar as transformações que se evidenciam. Modelos estáti-
cos, encerrados em livros ou hermeticamente guardados à espera
de pesquisadores correm o risco de serem esquecidos, tamanha a
oferta de informações pelas novas mídias, mais dinâmicas e atra-
entes.
Adaptar-se às condições impostas pela sociedade é talvez a
tarefa mais premente a ser enfrentada pelos divulgadores da ins-
tituição, e o design desempenha papel essencial neste processo.
Como encerramento deste projeto, são apresentadas, a seguir,

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algumas impressões artísticas da Exposophia.

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