Anda di halaman 1dari 87

Cáp.

IV - Património artístico
S
ituado no coração da cidade o edifício da Misericórdia era um dos maiores do Funchal.
Impunha-se pela solidez da sua construção e sobriedade da sua frontaria virada para o terreiro
da Sé. Este imponente palácio de cuja fachada sobressai o conjunto portal-janela avarandada,
teve o seu início por volta de 1685 e as obras prolongaram se pelo século seguinte.
Da fachada do edifício de frontaria simples destacavam-se as duas portas de entrada de arquitectura
majestosa encimada com as armas de Portugal cuja coroa sobressai à maneira de dossel1.

Fig. - Exterior do edifício da Misericórdia do Funchal - primeira metade do século XX


Photographia - Museu Vicentes

No interior do edifício acomodavam-se os organismos anexos à Misericórdia: escritórios, sala de


sessões e outras dependências ligadas a administração e à irmandade; Hospital, Capela e, a partir de
1725 o Recolhimento das Órfãs, como já tivemos ocasião de referir ao longo deste trabalho. De todas
estas dependências aquela que nos mereceu referência particular pelo seu valor artístico foi a Capela. O
templo, de evocação a Santa Isabel destinava-se ao serviço religioso da irmandade e de todos os
organismos ligados a Misericórdia, Hospital, Asilo das Órfãs .O acesso à Capela fazia-se pelo
vestíbulo do edifício2. Destaca-se na fachada exterior o bonito portal de cantaria, cujo pormenor
reproduzimos3.

1
Vide fig. n.º 5
2
Vide fig n.º 6
3
Vide fig n.º 9
Fig. n.º 6 Pormenor do portão da Capela de Stª Isabel - Edifício da Avenida Arriaga
Museu Photographia Vicentes
Fig. n.º 7 Entrada principal do edifício da Misericórdia, Avenida Arriaga
Ao fundo o Portão da Capela de Stª Isabel
Museu Photographia Vicentes
O interior da capela é simples com planta rectangular. A Capela-Mor apresenta um magnífico
Retábulo que se destaca pela sua riqueza decorativa4. A estrutura retabular disposta em três andares
organiza-se a partir de uma motivação arquitectónica, reveladora do ideário maneirista tardio, com
sugestões proto-barrocas, pelo aparecimento das colunas laterais, cujos fustes apresentam uma
decoração de cartelas, folhas de acanto, fitas e festões, assim como capiteis corintíos5.
O espaço central é organizado a partir de colunas pseudo - salomónicas, que se unem em arquivoltas
superiormente de volta perfeita. Ao centro, na base junto ao altar um sacrário de talha de dourada com
diversos símbolos eucarísticos6. Logo atrás a larga abertura central da tribuna, onde se encontra um
trono. O conjunto aproxima-se quer em termos estruturais quer decorativos ao sacrário em presença,
assim como de outros existentes na diocese do Funchal - matriz da Calheta e igreja de Santa Clara. A
estrutura é rematada por dois frontões interrompidos, compostos ainda aos lados por dois anjos
opostos.
Assim, o início do fechamento da estrutura é marcado por um medalhão central onde, em tela está uma
Anunciação provavelmente da segunda metade do século XVII. No entanto, o fechamento de toda a
estrutura é feita pela abertura de uma cartela com a representação em talha do Espírito Santo, junto já
ao magnifico tecto abobadado de brutescos com enrolamentos, folhas de acanto e putti. Visíveis na
fotografia da igreja original de Santa Isabel, da Misericórdia7.
Nas aberturas principais do retábulo, à direita, esculpido em baixo relevo, uma árvore de Jessé8
sobreposta por um óleo sobre tela representando possivelmente, Santa Maria Madalena. À esquerda,
um fundo raiado que deve ter sido o suporte de um Cristo crucificado, já desaparecido. Superiormente
outra pintura sobre tela, provavelmente do mesmo artista e que se julga ser uma nova alusão à vida de
Santa Maria Madalena.
Por todo o conjunto deve atribuir-se uma datação que não deve ser posterior ao terceiro quartel do
século XVIII.

4
. Fig. n.º 10
5
Vide fig. n.º 11
6
Vide fig. n.º 12
7
Vide Fig. n.º 9
O actual tecto foi executado na altura da construção da nova igreja, em 1964, por um pintor amador
madeirense, António Gouveia que se inspirou no antigo tecto da Misericórdia,
8
Vide fig. n.º 15
Fig. n. º 8 - Interior da Capela de Stª Isabel
Fig. n.º 8 A - O tecto da capela antiga
Em 1930/31, o Hospital foi transferido para o edifício do Monte, conhecido como Hospital dos
Marmeleiros, actualmente sob a tutela do Estado. No prédio do Terreiro da Sé instalou-se a Junta Geral
do Distrito Autónomo do Funchal e o edifício sofreu muitas modificações de molde a poderem
funcionar as diversas repartições. O património artístico da Misericórdia dispersou-se e o que resta
encontra-se em diferentes locais. Na década de cinquenta o bispo do Funchal ordenou a colocação do
Retábulo do altar-mor, do portão da antiga capela9, bem como dos painéis de azulejos do século
XVIII10 que pertenciam à capela de Santa Isabel, na Igreja da Boa Nova, aonde ainda se encontram.
Podemos por isso, fazer um estudo da talha11 comparando-a com as fotografias existentes no Museu de
Photographia Vicentes e correspondentes à capela original.
A base do altar estava decorada com quatro painéis de azulejos historiados do século XVIII. Estes
painéis em azul e branco estão colocados na Igreja do Sagrado Coração de Jesus por esta ordem:
Adoração dos Reis Magos12; Anunciação13; Nascimento14; Visitação15.
O objectivo deste trabalho não é a descrição exaustiva do património artístico da Misericórdia, trata-se
de deixar o registo fotográfico das peças que inventariámos a par de uma descrição bastante sumária
das obras pertencentes à Misericórdia e dispersas por vários locais desde que a Santa Casa deixou as
suas instalações no terreiro da Sé.

9
Vide fig. n.º 6 e n.º 9
10
Vide fig. n.º 16
11
Vide fig. n.º 10
12
Vide fig. n.º 16
13
Vide fig. n.º 16
14
Vide fig. n.º 16
15
Vide fig. n.º 16
Fig. N.º 9 - Portão da Capela de Stª Isabel, actualmente colocado na Igreja do Sagrado Coração de
Jesus - Funchal

Fig. N.º 9 A- Pormenor do portão

Espólio da Santa Casa Misericórdia do Funchal que se encontra na actual Igreja do Sagrado Coração
de Jesus - Boa Nova Funchal.
Fig. n.º 10 - Retábulo do altar-mor da Igreja do Sagrado Coração de Jesus
Pertencente à antiga Capela de Santa Isabel da Misericórdia
Fig. n.º 11 - Pormenor da talha do Retábulo.
Igreja do Sagrado Coração de Jesus
Fig. n.º 12 - Sacrário composto por três andares onde se observam as simbologias
eucarísticas. Na porta a figura de S. João Baptista.(Retábulo do altar-mor)
Fig. n.º 13 - Lateral direito do sacrário
Nicho de colunas salomónicas rematado por arcos de volta perfeita onde se vê um conjunto de
rica talha barroca.No nicho encontra-se a imagem de S. José
(Retábulo do altar-mor)

Fig. n.º 14 - Lateral esquerdo do sacrário


Nicho rematado por tímpano interrompido onde se vê o símbolo franciscano a sustentar as
armas de Portugal. No nicho encontra-se a imagem de S. João Baptista.
(Retábulo do altar-mor)
Fig. n.º 15 - Pormenor da talha - Árvore de Jessé
(Retábulo do altar-mor)
Fig. n.º16 A Adoração dos Reis Magos
Painel de azulejos do século XVIII, pertencentes à antiga capela de Santa Isabel.
(algo danificados aquando da recolocação na igreja do Sagrado Coração de Jesus)
Fig. n.º 16 B - Anunciação
Painel de azulejos do século XVIII, pertencentes à antiga capela de Santa Isabel.
Pode ver-se alguns estragos causados durante a reposição na igreja do Sagrado Coração de
Jesus
Fig. n.º C - Nascimento
Painel de azulejos do século XVIII, pertencentes à antiga capela de Santa Isabel.
É visível a substituição de alguns azulejos e sua colocação desnivelada.
Igreja do Sagrado Coração de Jesus
Fig. n.º 16 D - Visitação
Painel de azulejos do século XVIII, pertencentes à antiga capela de Santa Isabel.
Com intervenções recentes que danificaram o original.
Igreja do Sagrado Coração de Jesus
Peças da Misericórdia exposta no Museu de Arte Sacra do
Funchal
Fig. n.º 17 - Nossa Senhora e Stª Isabel
Em madeira dourada e policromada, século XVIII
Fig. n.º 18 - Cristo cruxificado
Escultura em madeira estufada e pintada.
Escola portuguesa do século XVIII
Ourivesaria
Fig. n.º 19 - Cálice de prata lisa, do século XVI
Med. 0,21 x 0,15
Fig. n.º 20 - Vaso de comunhão de prata lisa
Oficina portuguesa
Último quartel do século XVI
Fig. n.º 21 - Cruz processional de prata lavrada.
Século XVII.
Med. 0,535 x 0,275
Fig. n.º 22 - Custódia de prata dourada, cinzelada e relevada.
Oficina portuguesa do século XVIII- 1722
Apresenta hostiário de cristal.
Med. 0,645 x 0,22
Fig. n.º 23 - Lampadário de prata cinzelada, relevada, recortada e vasada
Oficina de Lisboa - século XVIII
Marca de ourives R.M.G.
Med. 0,46 x 1,18
Fig. n.º 24 - Turíbulo de prata cinzelada, relevada e repuxada
Oficina portuguesa - segunda metade do século XVIII
Med. 0,27 x 0,11

Fig. n.º 25 - Porta de sacrário- prata dourada, cinzelada, relevada e recortada, sobre veludo.
Oficina portuguesa do século XVIII
Proveniência: Recolhimento das Órfãs da Santa Casa da Misericórdia do Funchal

Fig. n.º 26 - Véu de ombros, adamascado com aplicações de ouro.


Oficina portuguesa do século XVIII
Med. 2 m x 0,71cm
Pintura
Fig. n.º 27 - S. Nicolau.
Escola flamenga século XVI
Origem: Capela de Nossa Senhora do Calhau
Proveniência: Recolhimento das Órfãs da Santa Casa da Misericórdia do Funchal16

16
Esta pintura flamenga foi colocada na Sé catedral aquando da saída da Misericórdia do edifício do
Terreiro da Sé. Mais tarde foi exposta no Museu de Arte Sacra onde se encontra actualmente
Peças da Santa Casa da Misericórdia do Funchal
expostas na actual sede, à Calçada de Santa Clara -
Funchal.
Fig. n.º 28 Visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel
Pintura a óleo do século XVIII
Pintor Nicolau Ferreira17
Med. 170 x 121 cm

17
Nicolau Ferreira foi um pintor madeirense que nasceu na freguesia da Sé a 10 de Setembro de 1731.
Apesar de desconhecido fora da Madeira, este pintor executou muitas obras que se encontram
espalhadas pela Ilha. O Museu de Arte Sacra do Funchal reservou-lhe um espaço - a capela, onde se
encontram expostas algumas telas da sua autoria, que se encontravam despersas pelas igrejas da
diocese.
Fig. n.º 29- Pormenor da pintura de Nicolau Ferreira18

Fig. n.º 30 - Pormenor da assinatura do pintor19

18
O quadro que apresentamos encontra-se na actual sede da Misericórdia do Funchal. Destacamos dois
pormenores constantes nas obras do pintor: o primeiro do rosto de Nossa Senhora; o segundo a
assinatura do pintor. Quase todos os quadros deste pintor estão datados e assinados.
19
Por vezes o pintor assinava com o pseudónimo de “Nicolau João”
Fig. n.º 31 - A Rainha Dona Leonor de Lencastre
Quadro não classificado
Exposto na actual sala de sessões da Misericórdia do Funchal
Fig. n.º 32 - Benfeitora anónima da Misericórdia
Quadro não classificado
Exposto na actual sala de sessões da Misericórdia do Funchal
Fig. n.º 33 - Benfeitora anónima da Misericórdia
Quadro não classificado
Exposto na actual sala de sessões da Misericórdia do Funchal
Fig. n.º 34 - Tríptico da Escola de Bruges do início do século XVI, pintura a óleo sobre
madeira de Jean Provost que se encontra no Museu das Janelas Verdes - em Lisboa20.

20
A direcção actual do Museu de Arte Sacra do Funchal tem reclamado a vinda dessa obra para o
Funchal, onde seria exposto ao lado da valiosa colecção de obras do século XVI, expostas neste
museu.
Cáp. V-A vida Quotidiana
N
unca é demais salientar a importância que a Misericórdia do Funchal teve na época à qual
este estudo se reporta. Já evidenciámos neste trabalho o poder económico da instituição,
que, como vimos, não se baseava apenas nas propriedades rústicas e urbanas, mas sobretudo
no capital que emprestava a juro aos madeirenses de todos os grupos sociais, funcionando
como uma poderosa instituição de crédito. Já se referiu também o peso que tinha a Misericórdia no
âmbito social, pois administrava o Hospital de Stª Isabel que foi o único hospital da Ilha durante
séculos. Não admira pois que a sociedade funchalense procurasse inserir-se numa instituição que não
remunerava os seus confrades pelos serviços prestados enquanto irmãos da Confraria, mas lhes
garantia outros benefícios económicos, políticos e sociais. Para as classes superiores da sociedade
atraía-os o poder, o prestígio, os favores que concediam a familiares e amigos e para os homens de
ofícios além de tudo isso valia-lhes as ligações e amizades que estabeleciam com as figuras de maior
prestígio da sociedade funchalense, ou seja, os irmãos de primeira condição.
Aos actos públicos que a Misericórdia realizava com grande pompa assistiam os funchalenses
até porque naquela época não abundavam as diversões e os espectáculos. Diz-nos Henrique Henriques
de Noronha que o dia 2 de Julho, dia de Stª Isabel, era feriado na diocese do Funchal desde meados do
século XVI, pela Constituição Sinodal feita no ano de 1548 por D. Jerónimo Barreto, bispo do Funchal
e provedor da Misericórdia. Na opinião do mesmo autor a constituição do feriado foi mera formalidade
porque já o era na realidade desde o século XVI quando se fundou a Confraria da Misericórdia cuja
padroeira foi Stª Isabel21.
A Confraria homenageava Stª Isabel no dia que a Igreja lhe consagra, 2 de Julho. Nesse dia
reunia-se toda a Confraria na sede da Misericórdia, ao Terreiro da Sé para eleger a Mesa que durante
um ano administrava e geria os destinos e os negócios da Santa Casa. Todos os irmãos eram obrigados
pelo Compromisso a comparecer, mas, além disso, todos faziam questão de estar presentes e exercer o
seu direito de voto. Não podiam os irmãos deixar de participar em todas as cerimónias ligadas ao
findar do mandato duma administração e à passagem do testemunho de uma administração para outra,
e não só. A festa em honra de Stª Isabel incluía também uma procissão solene que saía da Sé para a
Capela da Misericórdia. Apesar do percurso ser muito curto todos os irmãos da Confraria se
incorporavam no cortejo demonstrando, com grande pompa, todo o poder da Irmandade.
A população funchalense assistia à passagem do cortejo, sendo esse um pretexto para se
juntarem, além de que as procissões, nesta época de grande devoção religiosa, suscitavam grande
respeito e admiração. A Misericórdia congregava a população do Funchal em outros actos religiosos.
A devoção de rezar o terço, que no século XVIII era frequente nas igrejas do Funchal, de tal modo que
obrigou a diocese a fazer um calendário evitando sobreposições nas diversas igrejas. Este costume
teve a sua origem na igreja da Misericórdia pela devoção à imagem de Nossa Senhora do Rosário22.
Essa imagem de pouco mais de um palmo passou a ser venerada a partir de um caso milagroso
ocorrido no Hospital de Stª Isabel.

“(...) Na enfermaria dos homens onde se achava depositado


no altar, e sucedendo acharse nella um moço aleijado de
ambas as pernas, das quais havia muitos annos que não tinha
exercício, é encomendando se este com viva fee à imagem da
Senhora untou as partes lezas com azeite da sua alampada, e
ali mesmo adormiceo(sic) aos pés do altar, é acordando
depois já fora de horas com alguns gritos, accudirão os
Infirmeiros (sic) a inquirir a cauza é depois que hua molher
lhe estendera as pernas, no que sentira grandes dôres, mas
posto em pé sem impedimento algum no exercício se fez
pública a maravilha da Senhora(...)23.

21
Henrique Henriques de Noronha, ob cit, FL 85 verso
22
Henrique Henriques de Noronha, ob cit, FL 82
23
Henrique Henriques de Noronha, ob cit, FL 175 verso e 176
A partir deste “milagre”(?) prodigioso a imagem de Nossa Senhora do Rosário foi colocada na
Igreja da Misericórdia em altar próprio. A partir daí todos os domingos reuniam-se muitos
funchalenses para rezarem o terço, na capela em frente à imagem milagrosa. A Misericórdia mandou
fazer uma cópia da imagem, em tamanho maior, que saía por vezes em procissão percorrendo as
igrejas da cidade, onde permanecia algum tempo. Criou-se assim, o hábito dos cristãos madeirenses se
juntarem nas igrejas para rezar o terço periodicamente.
Outro acto público muito importante na vida da Misericórdia e, por conseguinte, da população
madeirense, era o dia da arrematação. Como já foi referido neste trabalho a Misericórdia levava à
arrematação pública a cobrança dos dízimos e dos bens que queria vender, arrendar ou alugar. A
arrematação era pública e realizava-se no terreiro da Santa Casa e contava com a presença do
Provedor. O pregão era feito pelo porteiro da Casa que tinha na mão um ramo verde que entregava a
quem desse o maior “lanço”.
Como exemplo podemos referir a arrematação pública feita no dia 12 de Janeiro de 1700.
“(...) as portas da Santa Casa da Misericórdia em presença do senhor
Provedor Pedro Lopes de Vasconcelos o porteiro do Concelho Francisco
Rodrigues troxe a pregão a renda dos dizimos dos frangos, ovos, manteigas,
cabritos, cordeiros, perus, pombos mansos, leite etudo o mais pertencentes a dita
renda das freguesias da Caniço e Sam Gonçalo e entre os lanços que houve depois
de terem andado a pregão muitos dias o maior e último lanço que houve foi de
20$750 reis que lançou Matheus Gomes(...)”24.
As arrematações nem sempre se faziam num só dia, como vemos no exemplo transcrito, por
vezes as ofertas eram tão baixas que o Provedor aguardava vários dias até que surgisse uma oferta
mais razoável aos interesses da Santa Casa.
Os contratos estabelecidos entre a Misericórdia e os arrematadores eram feitos por escrito, na
presença dos administradores da Casa, nos escritórios da Misericórdia. O arrematador tinha de fazer-
se acompanhar por um fiador que seria homem de posses para garantir à instituição o pagamento.
Todos os contratos de arrematação eram feitos por um período de três anos consecutivos. O
pagamento era anual , pago por duas vezes - em Julho e em Dezembro.
“(...)O capitão António Bettencourt Herédia arrematou na porta da
Misericórdia em 7 de Julho de 1708 40 horas e meia de água por 2$500 reis cada
ano, por um período de três annos(...)25”
Comprometeu se o capitão a pagar as despesas relativas à limpeza e arranjo das levadas e a
efectuar o pagamento “pasado os mezes do Verão todas as vezes que lho pedissem”
As arrematações atraíam gente de toda a ilha porque os bens arrematados não se cingiam
apenas à cidade do Funchal. As rendas relativas aos dízimos dos cabritos por exemplo estendiam-se
Câmara de Lobos, Ponta do Sol, Calheta, e na zona Leste abrangia até ao Caniço. Atraía, assim,
arrematadores, fiadores e outros interessados, bem como, muitos curiosos.

24
ARM, L31
25
ARM, L31
CONCLUSÃO
A Santa Casa da Misericórdia do Funchal foi ao longo de todo o século XVIII, a mais
prestigiada das instituições madeirenses. Fundada no início do século XVI segundo os princípios do
mais puro humanismo cristão, a Misericórdia acompanhou o crescimento e a ascensão da cidade do
Funchal, viveu os períodos prósperos, e as crises económicas e epidémicas, adaptando as suas
estruturas às necessidades que, em cada momento sentiam os funchalenses.
Criada em 1508 a Misericórdia instituiu-se em regime de irmandade composta por duzentos
elementos, sendo cem de primeira condição - nobres, generais, prelados e cem de segunda, ou seja, os
oficiais mecânicos. Uns e outros disponibilizavam-se para assegurar gratuitamente o apoio aos
doentes, aos presos, aos pobres e aos defuntos a cargo da instituição. A entrada na Confraria era, no
entanto, muito selectiva. Não eram admitidos os candidatos que tivessem sangue judeu ou mouro.
Além da limpeza de sangue era exigido ao candidato a irmão disponibilidade, situação económica
estável, bem como bom comportamento moral e civil.
As normas que regiam a Confraria estavam expressas no Compromisso. O mais antigo Compromisso
da Misericórdia data de 1631, aprovado por carta régia de Filipe III. Até então a irmandade regeu-se,
tal como as suas congéneres nacionais, pelo Compromisso Geral das Misericórdias, ou seja o
compromisso de Lisboa.
A comissão gerente dos destinos da Santa Casa era composta por treze elementos, um Provedor e doze
Irmãos: seis de primeira e seis de segunda condição; eleitos anualmente conforme o Compromisso. A
eleição fazia-se a 2 de Julho, dia de Santa Isabel, com a presença da Mesa cessante e de todos os
irmãos que, exerciam o direito de voto, de forma secreta, conforme estipulava o Compromisso. A Mesa
eleita oferecia, então, um banquete a todos os irmãos da Confraria.
O dia de Santa Isabel, feriado no Funchal, desde 1548, era ocasião para uma festa pública. A
população juntava-se no terreiro da Sé para asssistir à procissão, onde se incorporavam os irmãos da
Misericórdia que desfilavam desde a igreja da Sé até à capela da Santa Casa.
Desde a sua fundação a Misericórdia do Funchal acumulou um rico património constituído por
propriedades rústicas e urbanas, foros e rendas localizados um pouco por toda a Ilha mas com grande
incidência no Funchal. Estes bens eram provenientes de doações e legados pios da população e dos
próprios reis. Vários monarcas agraciaram esta Confraria com isenções e regalias que muito
contribuíram para o seu engrandecimento.
D. Manuel I concedeu-lhe a mercê anual de doze arrobas de açúcar do rendimento dos quintos e,
ainda, os dízimos dos cabritos, frangos, pombos e leite do termo desta cidade, Ponta do Sol e Calheta.
O mesmo monarca concedeu-lhe também os mesmos privilégios que usufruía a Misericórdia de
Lisboa. D. Sebastião fez-lhe mercê de 20$000 reis anuais. D. João V permitiu que esta instituição
tivesse tabelião privativo para todos os contratos que realizasse. Os serviços religiosos da Confraria e
Hospital foram isentos da jurisdição do Prelado da Diocese, ficando sob a direcção imediata do
capelão-mor a partir de 1767.
Anexo à Misericórdia funcionava o Hospital de Santa Isabel que, no início do século XVIII foi
considerado um dos melhores do seu género pela qualidade das suas instalações e pelo serviço médico-
hospitalar que prestava anualmente a cerca de 600 doentes. As enfermarias eram amplas e arejadas e o
serviço assegurado por um médico, dois cirurgiões, dois sangradores, um capelão e pessoal auxiliar de
enfermagem. Os remédios e unguentos necessários aos tratamentos eram assegurados pela botica, que,
apesar de privativa também servia a população em geral.
Além do Hospital anexo à Misericórdia desde o século XVI esta instituição alargou o âmbito da sua
acção social e o seu carácter humanitário com a criação de outras instituições dependentes. Durante o
seu mandato como Provedor, o governador da Madeira Francisco da Costa Freire criou em Setembro
de 1724 a Roda dos Enjeitados para recolher os muitos recém nascidos que eram abandonados em
diversos locais da cidade. Fundou, o mesmo Provedor, em Fevereiro de 1725 o Recolhimento das
Órfãs que funcionou no edifício da Misericórdia. Criado com o objectivo de recolher as órfãs filhas de
irmãos, garantia-lhes abrigo, sustento e educação até atingirem a maioridade, altura em que saíam para
casar.
Dando cumprimento a todas as obras de misericórdia a Irmandade prestava também assistência aos
presos garantindo-lhes o serviço religioso, o sustento e o apoio jurídico através do seu letrado. O
sustento dos pobres era garantido pelos irmãos designados mensalmente pela Mesa que os visitavam e
distribuíam: pão, dinheiro e peças de vestuário.
A Santa Casa cumpria também o dever de enterrar os mortos providenciando o funeral dos Irmãos e
seus familiares, dos pobres e de todos aqueles que faleciam no Hospital de Santa Isabel.
O edifício da Misericórdia edificado vagarosamente nos finais do século XVII e início do XVIII, é
hoje a sede do Governo Regional da Madeira. A passagem do imóvel da Misericórdia para a tutela do
Estado, já no século XX, obrigou a algumas modificações no seu interior e à dispersão dos diferentes
serviços e do rico património da instituição. A verdade é que com a mudança de instalações o espólio
dispersou-se perdendo-se irremediavelmente no seu conjunto. Parte conserva-se no Museu de Arte
Sacra do Funchal: imaginária, ourivesaria, pintura; o lindíssimo Retábulo da Capela de Santa Isabel foi
incorporado na actual Igreja do Sagrado Coração de Jesus, na Boa Nova; e o espólio documental no
Arquivo Regional da Madeira.
Os serviços médico-hospitalares funcionaram a partir de então no actual Hospital dos Marmeleiros -
Monte. Os serviços administrativos da Misericórdia instalaram-se num imóvel pertencente à
instituição, em frente ao Convento de Santa Clara, onde se encontram actualmente.
Apêndice documental

O apêndice documental comtêm documentos relativos ao processo de administração e


organização interna da Misericórdia do Funchal e instituições anexas que poderão de algum modo
contribuir para outros estudos.
Documento 1

Listagem dos Juizes entre 1486 e 1767


AHU caixa 2 nº337

“Cargo de Juiz e Contador dos Resíduos e Provedor das Capellas, Hospitais, Albergarias,
Gafarias e Orfãos

Nome Ano
João do Porto escudeiro do duque de Beja 1486
Pedro Quaresma escudeiro do duque 1493
João Fernandes bacharel 1501
Afonso da Costa corregedor de Machico 1535
Luis da Guarda Dr. 1556
João Jorge licenciado 1555
Jacome Dias 1560
Gonçalo Mendes licenciado 1560
Lionis Simoins Homem provedor da fazenda 1566
Luis Preto licenciado 1566
André Lobo dezembargador da casa do Porto 1597
Baltasar Fernandes dezembargador da casa do Porto 1599
Manoel Rodrigues Pereira 1593
Belchior Tavares de Sousa 1639
António Tavares de Sousa 1682
António Tavares de Sousa 1699
Francisco Moniz de Meneses 1705
António da Cunha Franco 1714
Agostinho de Ornellas Vasconcelos 1718
Sebastião Mendes de Carvalho Juiz de fora 1731
Pedro Nicilau Bittencourt de Freitas 1752
Dr. António Dionísio da Silva Conde Juiz dos orfãos 1761
João José Bittencourt de Freitas 1767

Documento II

10 Dezembro de 1718: Despedimento do Padre Miguel Spínola


ARM, L746

“(...) nove do corrente mês de Dezembero entrando nesta caza Diogo Fernandes Mónica que serve de
gaveteiro ousarão no dito pátio o Padre Miguel Spínola capelão-mor desta caza e com ele travarão
razões perguntando-lhe se havia carne ao que ele respondeu (...) se lhe tinha determinado para
acordar e que ele estava no rol pelo qual se havião fazer a sua porsam e que como se havia modado
da gaveta por ordem do escrivão desta Sancta Caza já a ele lhe não tocava o entregar-lha e não
atendendo a tam justa rezam proferira contra o dito gaveteiro palavras descompostas dizendo que
tudo nesta caza hera hua pouca de trampa e outras mais indecurosas que por descompostas se não
proferem e ao senhor Diogo Fernandes e rezondarão por duas vezes de pedaço de asno sem atender
a ser elle ministro desta Sancta Caza e o dito padre capellam della he não se lembrando do respeito
que se devia a esta Sancta Caza e aos ministros della principalmente sendo elle capelam della e que
visto pelo senhor Provedor e considerando as rezões que havia para se fazer nesta caza aquela
demonstração(...) resolveu o senhor provedor e mais conselheiros na forma do compromisso que o
dito capelam fosse logo despedido do serviço para não ser mais admitido a elle como he ordenado
pelo mesmo comprimicio (sic)(...)

Documento III

18 de Junho de 1719. Despedimento do irmão António Correia Henriques e Câmara


ARM, L746, FL 65

(...) António Henriques Correia e Câmara mandou um recado à meza por hum seu criado, se demitia
do cargo de Mordomo da Bolça, porque ia para o campo. (...) E com efeito não quis aceitar nem veio
dar sua escuza na forma do Compromisso e porque este no capítulo III a folha 4 verso despõe(sic)
dever ser despedido todo o irmão que faltar ao que pella mesa lhe for mandado não dando sua escusa
equivalente e por paresser que aquela que o dito irmão dera não era suficiente e faltar ao respeito
desta mesa se votou fosse despedido por tempo de hum anno tudo na forma do dito Compromisso(...)

Documento IV

10 de Setembro de 1724: Criação da roda dos enjeitados na Santa Casa da Misericórdia do Funchal
ARM, L 746 FL94

“(...) sendo informados por mim escrivão da grande desordem e porjuizo(sic) que havia nesta cidade
em se lançarem os engeitados em partes esquecitas (sic) donde se achavam mortos e comidos dos
animais per falta de nam aver parte serta e conveniente donde se lancassem e recolhecem com a
caridade que se pedia e como esta Sancta Caza era donde se administravam com caridade as obras de
misericórdia se devia acodir e atender a obra tam pia como esta o que visto pello dito senhor
provedor e mais conselheiros uniformemente votarão a que nesta Sancta Caza se fizece(sic) Roda
para ingeitados (sic) em que ousasse de se virem lançar e que ousasse toda a vigilância e cuidado
nesta obra tam pia e que assim que se lancace a creatura o porteiro da Caza o recolhece logo e
achando-se fraqua (sic) o Reverendo Padre Capelam Mor da Caza a baptizace (sic) e a mandase
lovar (sic) ao porteiro da Câmara desta cidade para a dar a criar per hordem da dita Câmara como
tem de obrigação pela rendas que para isso lhe tem concinado (sic) Sua Magestade que Deus guarde
e que sesodendo notarce (sic) algua criatura ia morta ho que faleca (sic) antes de se entregar ao dito
porteiro da Câmara fosse enterrada nesta Sancta Caza na forma dos mais muribundos que nesta caza
falecem e de tudo se mandou fazer o presente auto(...)

Documento V

6 de Janeiro de 1725: Criação do recolhimento das orfãs


ARM L 747

“(...) por mim escrivam foram perposto em meza que pera meyor augmento dosello (sic) com
que se servia esta Sancta Caza neste anno se tinha com grande fervor principiado hum recolhimento
coniguo a mesma Sancta Caza para nelle se recolherem as orphaz dezemparadas filhas de irmãos e
porque as esmollas que se tiravam eram muito limitadas pella pobreza da Ilha e ser a obra
principiada de grande utilidade ao dezemparo de alguas orphaz e para que esta se podesse sem hir
continuando perposera se parecia justo se aplicassem as esmollas que rendesse a tumba para a obra
do mesmo recolhimento por se distribuir esta pelllas mesmas orphaz e necessitadas desta cidade o que
visto e ouvido pelo dito Provedor e que convinha ao serviço de Deos e crédito desta Sancta Caza o
aver hum recolhimento da Misericordia de Lisboa votou o dito Provedor com os mais irmãos da meza
que parecia justo que as esmolas que rendesse a tumba no discursso (sic) de cada hum anno se
gastasse na obra do dito recolhimento e que finda que fosse a dita obra se aplicasse a mesma esmolla
para a sustentasam das orphaz nelle recolhidas por serem as ditas esmolas sabido que se costumavam
repartir por molheres(sic) recolhidas e necessitadas e que paresia justo e mais serviço de Deos acodir
a essas por estarem mais prontas a algum persepício a que por todos os modos se devia acodir e por
asim se detreminar (sic) se mandou fazer este aucto (sic) pello qual se confirma o que nelle se comtém.

Documento VI

26 de Junho de 1725: Alvará régio


ARM:

“Eu El-Rei como governador e prepétuo administrador que sou do mestrado Cavalaria e
Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo faço saber aos que este alvará virem que eu hey por bem e me
pras que Dom Frey Manoel Coutinho do meu conselho que nomiey por bispo do Funchal da Ilha da
Madeira tenha e haja de minha fazenda em cada hum anno, sento e oitenta mil reis para a esmola dos
pobres do seu Bispado, vinte mil reis delles para o Hospital. Pello que mando avos vedores da minha
fazenda lhe farão acrescentar nos livros della os cento e oitenta mil reis acima referidos e levar em
cada hum anno na folha do acrescentamento do almoxarifado e alfândega da dita ilha da Madeira a
saber sento e sessenta mil reis em nome do mesmo bispo para lhe serem pagos na forma que se
pagavão ao bispo seu antecessor e os vinte mil reis a entregar ao Provedor e Irmãos do dito Hospital
para os despenderem com os pobres delle na forma de minhas ordens, este alvará quero que valha
como carta posto que seu effeito haja de durar mais de hum anno sem embargo da Ordenação, ou de
qualquer provisão ou Regimento em contrário sendo passado pella Sanchelaria da Ordem, e não
pagou novos direitos. Por ser de exercício eclisiástico Xavier Leite de Faria o fes em Lisboa
Occidental ao primeiro de Junho de 1725 annos José Pays de Vasconcelos o fiz escrever // Rey //
Marquês de Alegrete // alvará porque Vossa Magestade ha por bem que Dom Frey Manoel Coutinho
do conselho de Sua Magestade fez mercê de representar por bispo do Funchal da Ilha da Madeira
tenha e haja em cada hum anno da fazenda real cento e oitenta mil reis para as esmolas dos pobres
do seu bispado para lhe serem acrescentados e pagos no almoxarifado e Alfândega da dita Ilha da
Madeira / cento e sessenta mil reis em nome do dito bispo e os vinte mil para se entregar ao Provedor
e Irmãos do Hospital pera os despenderem na forma das ordens de Sua Magestade tudo como acima
se contém / 342 folhas por despacho do conselho de Sua Magestade de 28 de Mayo de 1725 Registado
no livro segundo da fazenda da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo a folhas 92 e acentado a folhas
439/ Lisboa Occidental 6 de Julho de 1725 Xavier Leite Faria // pagou nada // Belchior do Rego de
Andrade // pagou nada na forma de hua provisão de Sua Magestade do primeiro do corrente e aos
officiais duzentos e sessenta e seis Lisboa Occidental 26 de Junho de 1725. Philipe Nery Gomes //
Registado no livro da Sanchelaria da Ordem de Cristo a folhas 342 verso.

Documento VII

2 de Setembro de 1725: Despedimento do Padre Leandro Figueira

“(...) o ruim procedimento com que portava o Padre Leandro Figeuira capelam que era desta Sancta
Caza com natural escandalo por se costumar enebriar por muitas vezes sendo advertido se abstivesse
de similhante defeito que era o maior que se podia ter pelo mao exemplo que se seguia aos mais como
também ser publico que fora ao auditório (...) fazer requirimentos e acuzações o que não convinha
nem era permitido aos sacerdotes e porque o compromisso recomendava muito cuidado no
procedimento dos capellães que servissem nesta Sancta Caza sendo o seu viver exemplo para o mais e
serem notórios os defeitos do suplicante se votou em mesa fosse despedido o dito padre da capellania
que tinha satisfazendo-se-lhe as missas que tivesse dito athe o dia em que se lhe fez a saber estas
resoluções e determinação da mesa pelo maior crédito da dita Sancta Caza(...)”

Documento VIII

1 de Julho de 1730: Despedimento do Padre Estevão de Lyra

“(...) fora chamado à meza o Padre Estevão de Lyra ao qual se havia encarregado hua capellania de
missa cotidiana na capella desta Sancta Caza por tensão do Cónego Diogo Nunes e porque havião
muita omissão no dito padre em satisfazer a esta obrigação faltando em dizer as ditas missas como
hera oubrigado (sic) e sendo advertido na resposta que deu se viu no conhecimento que de que havia
porsistir (sic) na mesma falta e porque se deve em tudo observar as vontades dos testadores em tudo
pella boa administraçam desta Sancta Caza se votou fosse espedido(sic) o ditto padre Estevão de Lyra
da ditta Capelania (...)

Documento IX

9 de Julho de 1730: Suspensão por um período de um ano do irmão João Correia Vasquez

“(...) o irmão Correia Vasquez não aceitou o cargo que lhe competia como membro da Mesa (...)

delibração da Mesa: (...) e dezobediência, a prontidam a que nenhum irmam deve faltar antes
obedecer prontamente porque o nam fez na forma do compermicio (sic) se votou em Mesa
uniformemente fosse despedido o irmam João Correia Vasquez por tempo de hum anno de toda a
ocupação e exercício de irmam nam lucrando privilégio algum durante elle e pasado (sic) o dito anno
será obrigado a fazer petiçam á Meza que julgará se deve ser outra vez admitido conforme a súplica
que fizer que sem isso nam será admetido(sic) tudo na forma do mesmo compromisso(...)

A folhas 120

Documento X

15 Julho de 1732 :Despedimento do irmão Pedro Teixeira

“(...) no dia 24 deste mês de Junho vindo a esta Sancta Caza acorrer as enfermaria e doentes que
nellas estavam para ver se lhes faltava ou se necessitavam de alguma cousa para os mandar prover de
tudo o necessário neste tempo achara no dito hospital ao irmão Pedro Teixeira que
descomedidamente tinha descomposto hum pobre incorável dando-lhe algumas discosons (sic) e
passara a mais senam chegar o dito senhor provedor que coma sua prodência o aquietara de sua
desatensam e sendo notícia o general o mandara prender e porque esse excesso fora público e o
pouco respeito que tivera à dita Sancta Casa na descompostura que fizera ao dito incorável devendo
tratar esta Caza com todo o respeito e pobres della mayormente sendo irmam della e por faltar a esta
obrigação e não poder haver outra ocaziam que pode fazer outra semelhante se notou em Mesa fosse
excluso de irmam desta Sancta Irmandade.(...)

Documento XI

15 de Novembro de 1734 : Suspensão do irmão João de Freitas, mordomo da capela

“(...) abuso na aplicação do dinheiro dos orfãos foi chamada à Mesa para prestar contas e não
conseguiu justifar os cinco mil reis mal aplicados no funeral de João Caetano (comprou pano mais
caro, ou apresentou as contas de pano comprado a um preço exagerado) e o defunto não levou o pano
(...) Castigo (...) fosse repreendido e juntamente que satisfizesse a esmola de 5$000 reis que
perdera(....)

Documento XII

1 de Fevereiro de 1736:Carta do Bispo do Funchal a Dom João V


ADF

“Dom frey Manoel Coutinho por mercê de Deos e da Sancta See Apostólica Bispo do
Funchal Porto Santo Arguim, do conselho de Sua Magesta que Deos guarde fazemos saber que os
vinte mil reis que os thezoureiros da Sancta Caza da Misericordia e Hospital a ella anexo, receberam
do almoxarife António de Ornellas da esmola que Sua Magestade que Deos guarde manda dar aos
pobres do dito Hospital, o anno passado de 1735 se despenderam nas curas, e sustento dos mesmos
pobres, o que nos constou por informação do nosso escrivão da câmara que, este escreveu. Dado no
Funchal sob nosso signal o primeiro de Fevereiro de 1736. Eu cónego António Mendes de Almeida
escrivão da Câmara o escrevij. E assiney.

Documento XIII

1769. Julho. 1:Correspondência do Governador Sá Pereira ao Exmº Sr. Francisco Xavier de Mendonça
Frutado
A.H.U.Caixa 3, nº358

"Ilmo e Exmº Sr.


Em observância da lei novissima de quatro de Julho de mil setecentos e sessenta e oito devo expor a
V. Excia que em esta Ilha ha varios corpos de mão morta que posuem (sic) bens de raiz adquiridas
por defirentes (sic) títulos como são a Misericordia desta cidade os religiosos mendicantes de S.
Francisco e os Mosteiros das religiosas de S. Clara e Encarnação. Sem que até o presente os tenhão
alleado quanto ao dominio util na conformidade da mesma lei e das do reino incorporadas no livro
segundo como fundamento de não se haver publicado nesta ilha a referida lei e para que não paresa
em mim omisão a falta desta representasão a exponho a V. Exª para que pondoa na presensa de S.
Magde o mesm Sr. Sedigne resolver o que for servido.
Deus guarde a Ilma pessoa de V. Exª por mios anos.
Ilha da Madeira 1 de Junho de 1769
Francisco Mor ª de Mattos"

Documento XIV

1773. Maio. 17: Diminuição das rendas e redução dos vencimentos da Santa Casa devido à legislação
pombalina .
ARM, L34, Livro dos Autos

"Auto para Reforma das cousas declaradas abaicho e Novo Regimento para o Melhor Regimen e
administração de bens dos pobres.
Anno do Nascimento de Nosso Sr. Jesus Christo de mil e cetecentos e setenta e três aos dezacete dias
de mês de Mayo do ditto anno. estando em meza o Rdo Sr. Provedor e mais conselheiros que com elle
servem ahy nella pello dito Senhor fôy proposto que concederando o acharce esta caza em grande
decadencia com razam da deminuição que se concidera certa na renda dos pobres que a mayor parte
dellas o quaze todas constiam (?) com juros que se lhe pagam a razão de seis e quatro por cento, oje
ademunuido pella lêy do nosso soberano no que só quer se pague geralmente a cinco por cento como
tambem a falta da Com (?) açam e quehé parcella avultada e que havendo aquellaes rendimentos
regularmente gastão os provedores que vinham servir contias grandes para poderem suprir a muita
pobreza que vem em todo o anno o hospital e por este principio recuzam a aceytaçam de Provedor, e
se nam achava quem viece ocupar o dito lugar e que se devia dar alguma providência para que não
ficasse a pobreza desemparada sendo sendo, tanto serviço de deus o rendimilla o que visto pellos
dittos conselheiros uniformemente resolveram que se fizesse hum Regimento digo hua Reforma Geral.
Respectiva aos Aditamento que aMeza que servio no anno de mil setecentos e setenta, fez assim a
Médico Surgioens, Rdos Capelans e as pessoas do serviço da casa para que estas ficassem
esntendendo que lhe não podia gratificar o trabalho que (tinhão) recebiam antes daquelles
acrescentamentos. Para o que chamacem a Meza p. as Se lhes por as razões referidas e com efeito
foram chamadas e respondeu o médico do partido da Caza o Dor Joaquim Gomes Jardim não tinha
duvida suposto o grande trabalho que tinha no curativo dos enfermos, amas e orfaz do Recolhimento.
Amas e mafios (?) e que contudo se sugeitava a que desminuto salário de quarenta mil reis pre´m que
requeria enformace a Meza a sua Magestade Fedillicima não só por causa do diminuto presso em que
ficava pª se lhe acrescentar o dito sallário, o que tudo se vê. Na mesma resposta signada pello doto
Médico no Livro das determinações da Meza. (?)
Como também os surgiôes do partido (da Caza) Clemente Ferreira de Andrade e Gregório da Costa
que uniformemente responderam estavam pello partido antecedente ao acrescentamento. Na mesma
forma responderammos Reverendos Capellans do Choro que atendendo as faltas das rendas que os
pobres oje nam tinham, não tinhão duvida na aceitação do cellário antecedente ao dito
acrescentamento, o que tudo também consta do mesmo livro das determinações da Meza e pello dito
Sr. Provedor e Conselheiros foi determinado se fizesse um novo Regimento pªque a vista delle e por
elles se governassem os ouficiais da Meza no que respeitasse aos seus cargos envioluvemento.(...) O
qual regimento se cupiava neste mesmo livro para delle se extrair copias para os ditos oficiais verem e
saberem o que lhes pertence respectivos aos seus cargos, e para constar todo o referido que é
dirigido a beneficio da pobreza mandou o dito provedor fazer este auto que assinou com os
conselheiros seus. Diogo de Ornelas Frazão. Escrivão da Meza fiz escrever.
Assinaturas de Britto de Bettencourt (Provedor), Diogo de Ornellas Frazão F.João Luis de Miranda,
António Francisco Correia H. Camara (?), Manoel de Sta A."

Documento XV

18 de Maio de 1773: Alteração dos Estatutos


A R M, L 34
"Reforma que fazem o Provedor o Sr. Britto Bettencourt e os mais Irmãos da Confraria da Sta Miza
aos 18 de Mayo de 1773 na cidade de Funchal da Ilha da Madeira.
O Immenso Deos Terino (?) nas pessoas e hum na excencia paz e Snr das Mesericordias nos illustre o
entendimento para que por meio desta geral reforma torne aos seus antigos, Santos Costumes, esta
Santa Casa, fugindo.

Com os pareceres de pessoas doutas e de São consciencia com quem consultamos(...) esta geral
reforma em todos os ofícios e pessoas aceleradas por esta Caza da Sta Misericordia e juntamente
obrigados de hûas sinceras advertências que nos fizerão saber para pormos no seo primeiro estado e
boa criasam regulandose pelo compromisso ahú verdadeiro e Santo exercício pelo aharmos toda
relaxada nos Santos Costumes com que foi ereta, nam só pª o exemplo como também se dirige a
reforma pª se evitar o superflus gastos q se fazia sem necessidade em prejuizo do património dos
pobres deternamos assim pormos na presença de Sua Mage Fedillissima. esta reforma estável e firme
pª que confirmada viesse atornar esta Caza Santa ao seu antigo costume das obras de Misericordia
por ella obradas.
(...)
Considerando nos que era mais acto de vanglória do que serviço de Deus o darem-se esmolas aqueles
pobres que andam de porta em porta que nam necessitam tanto e ás Amas, e mais comansaos(') da
Caza pelos Provedores no dia da posse do seu Menistério obrigados mais da violência do moderno e
trilho que de huma vontade Santa por ser honos com que senão creou o respectivo cargo gastando
nella quantia avultada e no fim do anno suprir a falta da despeza regulada pela Receita, razão
porque prohibimos da factura desta em diante semelhantes acçons honorozas sendo bem entendido
que se o fizerem hé mais acto de vangloria que de serviços de Deos. porque se quizeram exerceram a
sua piedosa vontade o poderam fazer em casa de orfãs, honestas, e recolhidas, dos pobres presos. ora
enfim com os mesmos pobres do hospital."

Reforma para o escriptório

O escrivão da Caza observará o Capítulo 16 do comprimisso (sic) inteiramente sendo tudo visto por
ele examinando as operasoens dos mais menistros della, e terá particular cuidado em fazer que as
obrigasoens delles se regulem por esta reforma pª se por no estado antigo evitando-se as preniciozas
relaxasoens, e abuzos em que estavam postos, fazendo-se desta por diante as audiencias aos sabbados
pella manhã pª melhor expedisam dos negoçios e despachos da Meza com os dependentes della
como era costume antigo.
De tudo, que se fizer e suceder no escritório, ou cazas o Escrivam o fará saber ao Provedor pª se
rezolver em consulta particular sendo o facto tal, que seja presiso (sic) communicalo à Meza se fará
para ser rezoluta a materia questionada.
Fará no fim do mês cobrar os juros daquelles devedores que sahirem em folha dos quais os
thezoureiros não tenham cobrar no dito mês, e para evitar, que as arecadasoens nam fiquem
ratardadas, e por isso huma ma cobrança nos bens dos pobres, e capellas e no fim do anno evitar-se
demandas em perda dos Provedores que ficam muitos alcansados nas despezas por falta de cuidado
nas cobranças das Receitas.

Emfim nam altera esta reforma ao exposto no cumpromisso, que alias ficará todo no seu vigor; seram
zelosos com os bens dos pobres e prudentes com os commensais e dependentes da caza; porque com a
mansidam se alcança hua boa cobrança, e por isso augmento, para o Património dos pobres, assim
(...) tivos no exame dos bens deichados a esta caza que se acharem caducos dos herdeiros que os
haviam de herdar, e por isso há chamada na falta daquelles à heransa esta caza.

Reforma para os Irmãos Thezoureiros.

Além das obrigações do capítulo XVII se acha recomendado no capítulo 18 do Irmam da Caza, o qual
capítulo hoje exercitam os arrecadadores e por este motivo devem vir á casa as mais vezes que
quidarem na semana e serão obrigados especialmente a virem nos sábados de manhã às nove horas
à meza para darem o dinheiro necessário aos mordomos do hospital vindo estes à meza com sua
bacias e livro para se observar o antigo costume de rubricar-se o livro da gaveta e receberem o
dinheiro para o sustento dos pobres e mais dependentes.
No último do mez entregará o irmão thezoureiro no escritório a folha daquele mês passado com signal
à margem das pessoas que não tivessem pago para se entrar logo na cobrança pelo escritório como
sempre foi costume no fim do ano evitandose demandas e execusoens, e fazendo hua mais suave
cobrança livrando-se os provedores do prejuizo, ou os pobres.

Nam meteram provimento ou vistoria algúa sem o fazer primeiro saber ao escrivão da caza, para este
ver se faz conta ou nam isto tanto dos devedores como seu, sendo pelo preço que actualmente se
vender o dinheiro porque este era o estillo antigo fazendo-se grande conveniências com estas receitas
dos devedores; pois como a obrigação hé dar o dinheiro com este se compra o mais acommodado e
querendo aqueles darem efeitos se devão admitir pelos presos mais acomodados como se fossem
comprados com o dinheiro, o que tudo será aprovado pelo escrivão da caza no que respeita aos
efeitos e mais géneros que meter o arrecadador e ficando este inibido para se ao contrário fizesse
para na de se não levar no balancé da sua conta geral.

Reforma para os Mayordomos dos presos

Estes devem cuidar da defensa dos presos que esta casa livrar segundo a recomendação do
comprimisso (sic) das mercês alcançadas das Magestades em seus alvarás; porque na brevidade da
soltura se evita o gasto do Património dos pobres, e asistirem sem falta aos dias dos despachos acima
indicados para os informes das petisoens e saberem os mais irmãos em que estado estam aquellas
dependençias.

Reforma para os irmãos informadores

Nam convindo com os pareceres do letrado da caza poderam mandar a outros, e com os pareceres
deles informar à meza deichando de empenhos particulares enformando com zelo, e caridade nos bens
dos pobres porque de outra forma he em grave prejuizo do seu património como se acha muitos com
risco de se perderem porque todo o pinhor de ouro prata ou bens de raiz ou títulos sempre dados os
dinheiros pedidos por petição e enformes no que respeita aos pinhores pelos informadores, ficando
estes responsáveis.

Reforma para os Mayordomos do hospital

Teram cuidado de nam darem pam para as sopas dos enfermos porque estes nam só o desperdisam
lansando-o fora como a experiençia o tem mostrado, como também dando-o aos seus que os vem
vezitar. Porque assás bastante hé no que lhe administra a mesma caza, dando-lhe esta de manhã hua
rusquilha ao jantar hum pam com caldo, e hum quarto de ave ou carne de vaca conforme o parecer do
médico e a outra ou outro pam em sopa ou com ovos ou azucar (sic) ou dasse conformenecessitam e
querem, nem também aos nossos não se dará mais pam do que era antigo.
Teram grande precausam e cuidado no administrarem os jantares dos enfermos fazendo como sempre
foi costume de hua ave grande cinco raçoens, frango ou franga duas raçoens porque assim se evitam
os superfulos gastos por lansarem os enfermos fora a dita prosam com o fastio que padecem, por ser
grave o prejuizo que se motiva a caza na compra das aves pelo grande custo dellas.
E como da entrada dos doentes nascem prejuizos a esta caza no gasto que nella fazem se devam
acautelar nos que entrarem porque huns com afatada (sic) pobreza e outros para conseguirem serem
incoráveis na enfermaria por falta de sustento que tem sendo de grande considerasam estes dois
modos de entrarem pelas consequençias que resultam rezam porque prohibimos que desta em diante
nam aseitem seposta admisam de médico ou cirurgiam senam aquelles pobres mendicantes e
necessitados para as curas das suas queixas nam sendo esta epidémicas ou contagiosas para se evitar
o prejuizo que cauzam nas destruisam de camas e mais trem de seu uzo fazendo damno ao
património daquelles pobres de queixas coráveis examinando com exatas deligências se sam desta
qualidade ou daquellas, que tem bens com que se possam corar em sua casa evitando-se os enganos
que quotidianamente se experimentam neste Hospital.

Todo aquelle enfermo que se vier corar à caza, sendo moso de soldada, ou mosa, escravo, ou escrava
nam se aceitaram sem primeiro seus senhores ou amos, obrigarem-se à caza de darem a 250 reis
cada dia por ser esse o despêndio mayor do que athegora hera no excesso dos alimentos e pagaram o
mais que he costume e estílo mais antigo, por nam serem estes enfermos da qualidade daquelles
recomendados na iresam (sic) deste Hospital e dar-lhes-ham (...) recomendados na espediçam dellas
duas rusquillas como he praticado.
Prohibimos o quotidiano uzo do vinho e mais apetites dos enfermos sem serem por ordens dos
médicos ou cerurgioens aplicados e isto se entenderá por hua só vez e nam todos os dias por uzo.
Daram o preso antigo para as porsoens da carne das amas mossos e incoráveis; e para os infermos
aquellas quantidades necessárias para o seu alimento se a qualidade da queixa que tiver dê para
convalecenca (sic) nam consetiram que a ama cozinheira tire porsam algua do caldeiram para os que
a pediram crua; mas sim se lhes administrarão do mesmo (...) que esta poderam levar suas porsoens
cruas nam vindo estas na dos enfermos para nam fazer confuzam com os que assim costumam comer
pello seu fastio.

Prohibimos também por serviço de Deos e património dos pobres que desta em diante nam dem mais
consoadas nem se fassam entrudos por parecerem mais acçoens de golotina do que de hua caza só
dedicada a Deos no seu santo servisso e exercícios pios, e se acaso os mayordomes quiserem dallas
sejão de sua bolsa e não dos bens dos pobres como athagora se praticava sem ser da sua criasam
antiga por ser só acto de vangloria e nam de uzo de hua caza em que se trata só de pobres.
Prohibimos que desta em diante nam consitam os mayordomos do Hospital vezitas aos duentes nem de
seus pays irmãos e de parentes porque daqui nascem agravaçoens se as queixas dos prezentes que
lhes levam dilhatando-se as curas que assim requerem os médicos e cirurgioens pella novidade que
acham nas queixas ser praxe universal em todos os hospitais.

Teram summo cuidado nos caldos que se fizerem nam sendo como athagora que além dos que tomam
os enfermos ficão vazilhas cheias que se dam á porta da gaveta sendo impraticável este costume para
melhora e convalecência dos enfermos por ser mais ágoa do que sustançia que tomão e assim se nam
fará desta em diante mais quantidade do que aquella que só for bastante para os enfermos que o
beberem; porque assim ser-lhe-á mais útil à sua saúde; nam se tirando ave nenhua dos caldeiroens
crua mas sim dellas hiram cozidas para que seja mais substancial o dito caldo.

Com só compete aos mayordomos receberem os enfermos que vieram à caza admitidos pellos médicos
e cirurgioens, vendo que são da qualidade daquelles já recomendados os aseitaram sem dependência
de serem ou nam serem admitidos porque muitas vezes vem com enganos a corarem-se tendo com que
pagar o gasto da caza; nem também sejam aceitos os de galoco (?)Lazaro ou tizaco (sic) pello
prejuizo que cazam (sic) nam só aos que vem de outras queixas como o dano que cauzão á caza,
quando estas nam tem curam nellas.
Enfim por se ha esta reforma na caza da gaveta para que publicamente se nam ignore as forças desta
reforma esta fique intendendo que nam há outra atensam desta meza doqo que tornar a restabelecer
aquellas antiga e boa forma com que foi criada esta caza evitando-se o superfulo gasto e mau costome
que a corrusam (sic) tem entroduzido.

Reforma para o letrado da caza, e procurador

O letrado observe enteiramente as suas obrigaçoens enformando a verdade dos títulos que lhe forem
mandados pellos irmãos enformadores dizendo sem rebusso o que achar melhor nelles de duvida
para que nam venha em prejuizo do património dos pobres e serão zelosos no cuidado de defenderem
as cauzas da caza tanto activas como passivas e mais dependências do seu officio e virão todas as
mezas para os despachos que ouverem e o solicitador virá sem falta alguma a ellas para que pella sua
pauta dar conta do que tem obrado. Será zeloso em fazer os requerimentos para que nam provenha
damno á mesma caza.

Reforma para os incoráveis

Nam se aceitará destta em diante incurável algum macho ou fêmia, senão em meza plena com
assistência do médico e cirurgião para verem e examinarem se he incurável a sua queixa e
imposebelitados(sic) de pedirem esmola sendo daquellles desamparados, sem terem de quem delles
cuidar e tanha que for aceito se fará escritura em que deixe á dita caza por sua herdeira nam só dos
bens que tiverem mais ainda dos adventícios costume antigo da sua criassão e daquelles ou daquellas
que puderem pedirem esmola estas nunca serão aceitas no número a prohibimos que por empanhos,
ou dependençia algua se aceitem supernumerários pello grande gasto que fazem ao património dos
pobres assim seja mais bem entendido pellos provedores futuros, que por si só os nam podem aceitar
pellos prejuizos que cauzão aos bens dos mesmos pobres pois da falsa corrutalha que a podem fazer
tem nascido grandes damnos aos referidos bens; porque deichando alsas(sic) maiores serião senam
houvessem os suparnumerarios(sic) e não os havendo sempre aquelle gasto sam alsas(sic) que ficam
aos bens dos mesmos pobres.
Na conformidade do exposto se procederá com as escrituras acima expostas fazendo de entre elles e
ellas nova escolha para que os que poderem pedir esmola o vam fazer e se recolham tão somente os
incuráveis verdadeiramente impossibilitados e como também os que tiverem pessoas que os possam
sustentar, por não serem destes a sua creasam.

E já fica advertida a reforma dos capelaens e médicos e cirurgioens, mossos e mais serventes da caza
não se podendo alterar esta reforma senão por ordem expressa de sua magestade fedelíssima como
também a respeito das orfãs que se acham no recolhimento anexo a esta caza porque estas devam
entrar na idade e sahirem recomendada na sua creasam por serem nella gastando o immolumento
daquelllas que só devem ser admitidas no número e trazerem os seus hábitos seculares para se
destinguirem daquellas que entram à sua custa, devendo também estas também pagarem à casa
aquelle preso que sempre foi costume de 10 mil reis.
E se fará entre estas do número escolha ou compilo dos annos que tiverem e achando-se mais
daquellas da sua criassam, seram logo expulsas para se introduzirem outras de idade adquada para o
matrimónio com clauzola não casando no tempo por fixo sahirem para fora. Ao escrivão da caza
como he o que tem no escritório goarda as chaves do dito recolhimento, a elle se recomenda o exame
referido e do que achar dará parte ao provedor em meza; para se dar o remédio mais adequado a
relaxacham; e não dará a chave da porta de dentro nem consentirá a pessoa algua de qualquer
qualidade que seja o entarem dentro sem dar parte em meza da pessoa que o quiser fazer para se
ponderar se he justo ou nam.

Esta he a reforma geral que se fes para se evitar vários abuzos que a relaxacham tinha entroduzido
cuja determinamos na presença de sua magestade com a contaque lhe damose se continuará
inrefragavelmente sem entrepolosão dos preceitos do compromisso por onde foi dirigida, sem que
seja resoluta e confirmada por sua Magestade fidilíssima para effeito de se por no seu antigo costume
sendo as obras meritórias perante Deos as desta Caza da Santa Mesericordia da cidade do Funchal
da Ilha da Madeira aos 11 de Junho de 1773.
Diogo de Ornellas Frazão, escrivão da caza a fiz escrever e soubrescrevi.

Seguem-se as assinaturas

Documento XVI

5 de Setembro de 1786: Alvará da rainha Dona Maria I


ADF

(...) alvarás de 15 de Março de 1614 e de 22 de Outubro de 1642 para ser aplicada aos
referidos enfermos, pobres e expostos toda a importância dos legados não compridos, que na dita
cidade de Lisboa e distrito dela, e nas outras comarcas, que são comprehendidas no hoje
Patriarchado de Lisboa, por qualquer modo, e meneira deichassem de ser satisfeitos por quaisquer
executores testamenteiros, e administradores de Vínculos, Capellas, Albergarias, ou quaisquer outros
géneros de legados pios: Extende a todos os reynos, ilhas, conquistas e quaesquer outros domínios
que me são sujeitos a applicação geral de todos os referidos legados não cumpridos, guardada a
forma das primeiras concessoens: com expreça declaração de que enquanto o que he de novo
concedido, e he relativo a cada hum dos arcebispados, e bispados dos ditos meos reinos, ilhas e
conquistas, em que não havia até gora tal applicação o cumulo da importância dos legados não
cumpridos, será devididos entre porçõens iguaes, para que duas dellas fiquem pertencendo ao
Hospital Real de São José da cidade de Lisboa com os fins assim enuncidos e outra porção haja de ser
applicada ao hospitais que se acharem existentes nos territórios dos Archebispados, e bispados dos
mesmos Reynos, ilhas e domínios das conquuistas respectivamente ao cumulo, que cada hum delles
produzirem:(...) aqueles legados que se deixarem de cumprir do dia da referida publicação em diante,
sem nenhua atenção e inclusão do pretérito.

Documento XVII
1788. Fevereiro .13.: Louvor a D. Diogo Pereira Forjás Coutinho - governador do Funchal e provedor
da Santa Casa da Misericórdia.
AHU, Caixa 5, n.º 815

" Nós abaicho asignados Escrivaens, Fidalgo, e Mecanico, Thezoureiros, e maiz Meza da Casa da
Santa Mizericordia nesta cidade do Funchal da Ilha da Madeira.
A todos os Senhores e tribunais, Magestrados e pesoas (sic) que esta nossa verdadeira e
testemunhavel atestação virem atestamos e fazemos certo, debaixo do Sagrado juramneto dos Santos
Evangelhos se necessário he que o Illustrissimo e Excelentíssimo Senhor Dom Diogo Pereira Forjás
Coutinho, actual governador e capitão general destas Ilhas da Madeira Porto Santo e Presidente da
Junta da admenistração (sic) e arrecadação da real fazenda nesta Estado desde que principiou a
exercer os seus Ministério athé o presente, se tem muito louvadamente comportado assim pello que
respeita ao governo Melitar como civel; promovendo com incanssavel zello e bem publico, deste país
não perdendo de vista tudo aquilo que pode interessar e fazer felis a estes Povos já por meyo do
Comércio que facilita por importação, e por exportação e ja promovendo insesantemente a
Agricultura de ambas as Ilhas, providenciando sobre a saúde dos Povos e favorecendo com
manifestos e uteis beneficios ao comum da pobreza deste estado no Exercício e desempenho do Cargo
que desde o annno de mil satesentos e outenta e dois / com devoto zelo e notavel Piedade / occupa de
Prevedor (sic) da mesma Casa da Santa Mizericordia, Hospital dos pobres e rocolhimento dos
Orphans, a ella anexas; authorizando com a sua pesual (sic) acistancia (sic) todas as conferencias e
sesoens de bom Regimen e despacho da mesma caza e ditos Hospital e recolhimento: zelando e
fazendo aumentar os seus bens, e rendas e entrar no seo depauperado thezouro muita soma de dividas
mal paradas e reputadas como falidas. Cunstruir (sic) novas infermarias e ofécinas (sic) para maior
comodidade e aceijo; e para milhor tratamento e cura dos infermos; e na verdade a não ser o zello, a
actevidade, e respeito do mesmo Ilustrissimo e Excelentissimo Senhor Provedor já as portas da dita
Caza sahaveriam (sic) fixado (sic) aos infermos e se achariam estes pellos cantos das ruas perecendo,
porq. a dicadencia das rendas da Caza asim o permetiam, e só pello Catholico zello de hum tal
Provedor ella se podia restabelecer (sic) e conservar a sua prometiva (sic) instituição o que tudo pasa
na verdade e por isso fizemos pasar a prezente que asignamos. Funchal vinte e nove de Janeiro de mil
sete sento e outenta (sic) e outo (sic) lugar do sello = Pedro Julio da Camara Leme = João de
Carvalhal Esmeraldo Athgnia e Camara = Manoel Joze de Affonceca = Joaquim Joze Sanches =
Felippe Ner da Silva = Manoel António Gomes da Estrella = Francisco Machado Azeredo = Thomaz
Ferreira Saldeinha = Joze Francisco Esmeraldo Bitancurt Henriques = Domingos da Costa."
(Contém o reconhecimento das assinaturas feitas pelo Tabelião Simão António Alexandre de Macedo)
Documento XVIII

7 de Março de 1793
ARM

Nomeação de enfermeiros para a enfermaria dos homens.

“Provedor continua a ser o Ilustríssimo Excelentíssimo Senhor Dom Diogo Pereira Forjaz
Coutinho, governador e capitão general deste estado que com os mais conselheiros foi proposto que a
enfermaria dos homens viandantes devia ser servida por homens enfermeiros e não como se estava
servindo por umulheres por ser impróprio e indecoroso em razão de as dittas amas serem
inseparáveis dos cirurgiões nos actos das curas que muitas vezes são em partes que a modéstia e o
pejo deseja ocultar, mas também porque tem acontecido que algumas das amas trouxeram para sua
companhia filhas, irmãs, ou parentas, as quais têm dado cauzas a contínuas murmuraçoinsde ceu
crédito, desordens e escandalos a todas as pessoas da casa e de fora e entre as mesmas tem as
referidas causas que se seguirão dever e as consequências de tais leviandades e por esta forma se
seguiria serem os pobres mais bem servidos tratados e(...). Com o que se conformavão o
Excelentíssimo Senhor Provedor e mais senhores e em consequência foi determinado que se
expedissem as amas e se posessem na dita enfermaria homens para servirem de enfermeiros a cada
um dos quais se dessem 20$000 Reis de ordenado por anno e propinas na Páscoa e no Natal, os quais
no tomar das rações para os doentes servissem a semanas alternadamente e no mais ajudasse hum ao
outro em tudo e não consentirão jogos nem frequentes entradas de pessoas de fora da caza a menos
que na enfermaria durmam e que se lhe entregasse por inventário o que a ella pertencer ficando
ambos responsáveis pella falta que houver de qualquer couza inventariada, de que se mandou fazer o
presente acto.
Assinaturas: António José de Jesus Lemos - Secretário da mesa, Dom Diogo Forjaz Coutinho
- Provedor

Correspondência enviada pelo capitão Manoel Henriques de Oliveira,


Procurador da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, no Funchal

Documento XIX

7 de Março de 1790 :Carta de Manoel Henriques de Oliveira ao conde de Valadares


ASCML

“Exmº Senhor Conde de Valadares e mais senhores da Meza da Misericórdia de Lisboa

Em 5 do corrente mes de marco recebi de Vossa Exº com data de 10 de Fevereiro em


resposta da que enviei a essa Ilustríssima Meza em 24 de Abril de 1789 e por toda a Ilustríssima meza
esperava eu o consentimento ou não do premio de 10 por cento porque Vossa Exº não e existente
perpétuo(...) assim como da procuração com poder de subestabelecer em quem eu quizer que he
preciso no Procurador argente que hade seguir quanto eu lhe determinar(...) A quatro dias que eu
falei ao Juiz do Resíduo Sicolar (sic) e lhe disse que eu lhe requeria se seguiu sem demora toda a
ezecução (sic) dos legados não cumpridos. Esquecendo-se dos amigos e fidalgos porque por isso não
teria tantos inimigos no inferno e cumprisse com as obrigaçõens do seu magestrado, que não cessaria
de lhe requerer tudo o que fosse da obrigação de hum bom Procurador de cujo animo fico para tudo o
mais que de novo me determinar .
Funchal, Ilha da Madeira 7 de Março de 1790
Assinatura: Manoel Henriques de Oliveira

Documento XX
30 de Abril de 1790: Carta enviada pelo capitão Manuel Henriques de Oliveira ao conde de Valadares
ASCML: Doc. avulso

“Meu senhor achome com a honrra com que Vossa Exª se dignou dar-me com a procuração
da Exmª Meza da Caza da Misircórdia (sic) dessa corte, para cobrar os legados não cumpridos na
forma das bullas e alvarás de Sua Magestade fidelíssima que Deos guarde e na posse da sobredita
honra considerando ser regra geral valem-se os piquenos (sic) dos grandes resam por que imploro ao
grande valimento e respeito de Vossa Exª que favoreça o meu filho Benardino Henriques de Ornellas e
Vasconcellos no que cober no pocível(sic) e que seja bem despachado nos requerimentos que fizer a
Sua Magestade para lhe conceder o posto que pretender nesta ilha, cujo meu filho criado de Vossa
Exª se acha capitão do Forte do Pico desta ilha e examinado na artilharia com carta do Exmº
governador desta ilha, cujo criado de Vossa Exª vai nesta ocasiam com o dizigno (sic) de frecoentar
a aula de artilharia a fim de se achar em termos de poder requerer a Sua Magestade maior porte e
este não poder a conseguir em ser despachado senão tiver hum valimento como o de Vossa Exª para o
bom despacho no requerimento que pertender, torno avalerme de vossa Exª pedindo-lhe por quem he
o favoreça no que poder porque não deixaria de ser bem sucedido; eu o dito meu filho nam
perderemos da lembrança a honrra em que nos achamos pella porteccam (sic) de Vossa Exª que
nosso Senhor conserve por largos annos com saúde e a toda a Illustríssimna e Excelentíssima caza
para nos decretar em tudo o que for de dar gosto a V. Exª que Deos guarde muitos annos.
De V. Exº muito Ilma . O mais reverente subdito

Manoel Henriques de Oliveira

Documento XXI

21 de Maio de 1790: Carta enviada pelo capitão Manuel Henriques de Oliveira ao conde de Valadares
ASCML, Doc. avulso

“ Em douze do corrente mez asima receby hua com data de 18 de Março e asignado por
Francisco de Almeida Silva que julgo ser secretário dessa Sancta Caza (...)
Participo (sic) a V. Exª que fique entregue da sobredita procuraçam para della usar quando
precisa for; eu também esperava o consentimento dos 10 por 100 asignado por toda a meza pellas
rasoes que pus a V. Exª a respeito dos mesários vindouros porque costumo hir com clareza para a
todo o tempo o puder mostrar. A tempos que a Meza da Sancta Caza desta ilha pediu a essa Sancta
Caza da Misericordia de Lisboa nos remetece autentica hua certidam ou modelo da forma em que
esta em observancia a recadaçam dos legados nam cumpridos numa corte para que os ministros dos
Resíduos tanto Eclasiásticos como o se quebrar mais claros observem o mesmo em seus juizos, e nam
se lhe oferecer dúvidas de que conjitam seposto que eu lhe exponho a vista das bulas e alvarás de Sua
Magestade Fidelíssima nenhuma dúvida devem ter em entregar os legados nam Cumpridos desde a
data da pubvlicaçam do alvará em 21 de Julho de 1789 como bem claro se vê (...) e para milhor
conhecimento dos animos dos sobreditos ministros na execuçam da entrega dos legados nam
cumpridos eu mesmo fiz hua petiçam ao juizo do Resíduo Eclesiástico cuja cópia remeto a V. Exª (...)
a certidam das capellas do Resíduo secolar suposto se tinha contado a maior quantia veyo a ficar na
de vinte mil reis no que julgou a meza da Sancta Caza da Misericordia desta ilha ser justo (...)

Manoel Henriques de Oliveira

Documento XXII

16 de Julho de 1790: Carta enviada pelo capitão Manuel Henriques de Oliveira a Francisco de
Almeida Silva
ASCML, Doc. Avulso

“Certifico a V. Mercê que tenho dado reposta (sic) às cartas dos Exmos Srs titulares
provedores e escrivam dessa Ilustríssima meza e lhe expus quanto nos he preciso o modelo ou forma
autêntica ou praticada como se observa a cobrança nos magestrados dos Resíduos dessa Corte na
entrada dos legados nam cumpridos depois pa publicaçam do alvará régio com data de 5 de Setembro
de 1786 publicado em 24 de Junho de 1787 para coma dita clareza praticada poderem os dois
ministros dos Resíduos Eclesiásticos e Seculares principalmente o Eclesiástico soltar tantas dúvidas
quantas cojita par nam mandar entregar as partidas de quaisquer quantias de dinheiro pertencentes
aos legados nam cumpridos depois da publicaçam dos sobredito alvará querendo o dito ministro que
tudo sejam legados pretéritos quando nas excepuasõens (sic) do sobredito alvará somente se exceptua
os altares ou capelas que os testadores edificem ou em igreja donde se achem interrados e todos os
mais legados pertencem aos legados nam cumpridos depois da publicaçam do sobredito alvará; enfim
tem o juiz do resíduo Eclesiástico insistido em despachar tudo o que se acha por cumprir de Legados
por disposições feitas por testamentos antes da publicasam (sic) do dito Alvará, sejão Legados que
pertencem ser cumpridos e não pertencerem à nova aplicasam (sic) que mandam os Breves Pontificíos
e Alvarás Régios tamto asim que falecendo manoel Martins de Oliveira em 29 de Janeiro de 1750 com
seu testamento em que dispois da sua terça que se pusesse a juro e que o dito juro receberia sua filha
religiosa Antónia de Santa Rosa enquanto viva para suas necessidades e que por morte desta se
fizesse o cabedal da dita terça em três partes e que duas semandariam dizer em missas pella alma
delle testador e de sua mulher e pella da dita sua filha e a outra parte da dita terça se daria a hua sua
cunhada Antónia da Encarnação para ella dispor como quiseçe (sic) e que falecendo esta antes de sua
filha religosas morrer em tal caso se mandaria dizer as missas pella alma da dita legatária e que esta
faleceu em 16 de fevereiro de 1759 e a religiosa filha do testador usofrutuária faleceu em 24 de
Janeiro de 1788, seis meses depois da publicação do alvará e com efeito se deviam dizer em missas
toda a terça na forma determinada pelo testador que na forma do Juiso tinha este treze mezes para
cumprimento das missas; como se passarão os treze meses em 24 de Março do corrente anno de 1790
requeri ao Juiz dos Resíduos me mandou entregar o cabedal da dita terça por legado não cumprido;
e ultimamente m 12 do corrente mez de Julho em que achava para partir para a visita do Norte
dispachou o nosso requirimento declarando não pertencer o cabedal da dita terça aos legados não
cumpridos apelei no mesmo dia par a Cúria patriarcal ou para o tribunal aonde verdadeiramente
competem com o pretesto de haver as custas pellos bens do dito Ministro, cuja apelação se acha em
termos de se antepor e mandala (sic) tresladar para eu a remeter á mesa da Sancta Caza para a
seguir athe aver sentença que a espero a nosso favor. (...) e como não tenho a certeza de que os
mesmos senhores Marquês de Castelo Melhor; e Conde de Valadares e o de Abrantes existem nos
mesmos cargos, e entrariam outros senhores titulares que tiverem o superior cargo de Provedor e
escrivão dessa Sancta Caza, causa porque dou a Vossa Mercê a nota do exposto para a participar aos
Excelentíssimos titulares que tiverem o superior cargo (...) juntamente pesso(sic) e rogo a Vossa
Mercê faça o pocivél (sic) para que com a maior brevidade me remeta autêntica a forma praticada
nos Juisos dos Resíduos dessa Corte da entrega dos Legados não compridos conforme lá for praticada
para estes ministros. E o principalmente o Eclesiástico se esquecer de tantas dúvidas quantas cogita.
E finalmente quando fui entregue dos breves Pontifícios e Alvará Régio e procuraçam (sic)
para eu poder delegenciar e requerer e receber os legados não cumpridos, escrevi aos Ilustríssimos e
Excelentíssimos Senhores e mais meza que eu ficava entregue de tudo porém que deviam atender a
muito trabalho que se me seguia concedendo-me dez por cento de todo o dinheiro que eu cobraçe (sic)
de legados não cumpridos; de minha comissam sendo todos os gastos por conta da Sancta Caza cuja
comissam não he menos merecida pello laburioso (sic) trabalho de correr ruas subir e descer escadas
de Ministros Escrivans, Letrados e de Asesores (sic) do Ministro Sicular leigo; e hir à secretaria da
Misericordia dar-lhe parte de tudo e comunicar ao secretário o que tenho seguido e quero seguir e
muito mais cozas (sic) que não posso expericar (sic) que terião maior escrita. (...) me remetesse o
consentimento assignado por toda a meza assim como veio aprovaçam por toda a meza assignada; e
não vindo pode a ilustre meza despor em outro procurador a quem prontamente entregarei todos os
papeis respectivos á dita cobrança; e ao mesmo tempo a minha conta com aquela lisura que costumo
e he nutória nesta Ilha e do meu nome sou único; he bem verdade que a correyçãm (sic) dos Juizos e
Resíduo Eclesiástico a que chamão (sic) Visita do Norte em 13 do Corrente sahio da cidade a dar
princípio na freguesia da Ribeira Brava e desta inclusive a de visitar 17 freguesias e ficam muitas
freguesias de Visita do Sul que se não fazem este anno mas sim para o de 91 não avendo algum
impedimento, sem deste juiso eu ter recebido cousa alguma de Legados; e no juizo secular tenho
recebido athe hoje 35$150 reis. E vou continuar a receber athe completar 200$000 reis para se
entregar á Sancta Caza desta Ilha que tanto desembolsou para pagar a Certidam das capellas do
Resíduo Secular e depois de imbolçada (sic) entam do que sobrar receberei a parte dessa Sancta
Caza que receberá a sua parte tudo nas formas dos Breves e Alvará s Régios. (...) forma autêntica da
cobrança observada nesta Corte nos Juisos dos Resíduos cuja forma pode vir por certidam passada
pello escrivão do mesmo juiso e reconhecida por Índia e Mina isto se pode ter com brevidade
juntamente o consentimento dos dez por cento assinado pela meza em falta quero ficar livre do
laborioso trabalho.
Assinatura Manoel Henriques de Oliveira

Documento XXIII

15 de Outubro de 1790: Carta de Manoel Henriques de Oliveira ao conde de Valadares e demais


Mesa
ASCML

“Excelentíssimo Senhor conde de Valadares e mais Meza


(...) eu só tenho recebido 96 piquenas (sic) parcelas de legados não compridos de Capellas e
testamentos que importam na quantia de 109$360 reis pertencentes as duas Misericordias de cá e
dessa Corte, ainda he perciso cobrarce (sic) para completar a quantia de 200$000 reis para eu
emtregar a Misericordia que os adiantou para pagamento da certidão de todas as capellas dos Juizo
da Provedoria do Resíduo Secular y paga que seja entam o mais dinheiro que o for recebendo hirey
fazendo entrega ao contratador do tabaco Pedro Jorge Monteiro cobrando o dito recibo tudo na
forma das ordens que recebi dessa Sancta Caza. A causa de não ter avido maior recibimento de
legados não cumpridos é porque, o Provedor do Resíduo das Capelllas abrio a correiçam nesta
cidade e com brevidade se ausentou com a sua família para a Vila de Santa Cruz deichando o seu
escrivam na cidade e na seguiu a correiçam como devia hir as vilas e logares; faltando as
obrigaçõens de seu magestrado sem eu ter nesta ilha a quem requeira para fazer o dito ministro
seguir a sua correiçam, porque coma as demoras muti pouco e com o longo tempo se receberá o que
pertence aos legados não cumpridos; e deve essa Sancta Caza requerer a Sua Magestade a
prevedoria, digo, a providência de mandar o dito provedor faça a correiçam como deve cuja ordem
deve vir ao Dr. Corregedor da Comarca para que pelo seu escrivam a mandar intimar ao dito
provedor e que faltando em não fazer a correiçam poder o Governador e Capitão General desta Ilha
paçar (sic) previmento (sic) a hum letrado capaz para fazer correiçam só desta sorte se poderá fazer a
boa arrecadaçam pois se me agonia ver o pouco que este provedor cuida da sua obrigaçam enfim he
leigo e muitas vezes o seu letrado acessor se demora nos despachos por ter muitas causas que defende
de várias partes a que deve acudir; enfim o dito Provedor ainda se acha na vila de Sancta Cruz sem
saber quando se recolherá para esta cidade à vista do exposto a V. Exª pode mandar requerer a Sua
Magestade para dar a providência cuja deve vir a o Dr. Corregedor para a mandar intimar ao
Provedor das Capelllas e Resíduos, cuja providência seja expressada com a aperto de pena na falta de
nam cumprir a sus dettriminaçam (sic) he quanto se me ofrece dizer a Vossa Exª a quem Deos
conserve com muita vida saúde e guarde por muitos annos para me decretar o que for servido a Sua
exaltada pessoa que Deos guarde.
Assinatura :Manoel Henriques de Oliveira

Documento XXIV

5 de Fevereiro de 1791 : Carta de Manoel Henriques de Oliveira ao conde de Valadares


ASCML

(Ilmº e Exº Sr. Conde de Valadares...)


Teor da carta:
Recomenda novamente o Dr. João Pedro Pereira de Freitas Drumond por ser fiscal do dito
Juiz e por ser capaz de fazer um bom trabalho, é desinteressado e competente.
Aponta ainda o facto de o Juiz ser já avançado nos anos e, “com vários ataques de moléstias”,
pede ainda a aposentadoria para o juiz.

Em anexo consta a seguinte petição enviada à Rainha Dona Maria I

“ Senhora
Dizem os provedores e mais mesários das Riays Misericordias desta Corte e da Ilha da
Madeira que o Provedor das Capellas e Juiz dos Resíduos da sobredita Ilha fez a Vossa Magestade
petiçam implorando a graça de Vossa Magestade lhe mandar passar provisam para que o Baxarel
formado em leys João Pedro de Pereira de Freitas Drumond que serve de Procurador daquele Juízo
possa fazer as correiçõens naquella Comarca e na ilha do Porto Santo em qualquer impedimento do
Provedor suplicante e como he de muita utilidade aver correicõens continuadas para a boa
arrecadaçam dos Legados nam cumpridos para os enfermos e expostos e incoráveis na forma nos
Breves Pontifícios e Alvarás de Vossa Magestade recorrem a Vossa Magestade implorando a dita
provisam para o Dr. João Pedro de Pereira de Freitas Drumond possa em qualquer impedimento do
Provedor das Capellas e juiz dos Resíduos fazer as correiçõens para a boa arrecadaçam dos legados
nam cumpridos e também a bem du cumprimento do que pertence às Almas porque em o dito nomeado
Dr. João Pedro de Pereira de Freitas Drumond concorrem todos os requesitos necessários para fazer
as correiçõens pois se acham os suplicantes bem informados do procurador das Riays Misericordias
daquela Ilha da Madeira e por todo o exposto esperam os suplicantes de Vossa Magestade conceder a
provisam que implora o dito Provedor a Vossa Magestade em a qual interessam muito às Riais
Misericórdias para binefíçio(sic) dos enfermos, e expostos e incoráveis e que esta seja a informaçam
implorada.
Peço a Vossa Magestade lhe faça mercê conceder a graça da provisam na forma implorada
no que C. R. M. (?)”

Documento XXV

14 de Fevereiro de 1791:Carta de Manoel Henriques de Oliveira ao conde de Valadares

ASCML

“Excelentíssimo Senhor conde de Valadares e mais Meza da Misericórdia de Lisboa


Madeira, 14 de Fevereiro de 1791

(... as deligências que tenho feito na Provedoria do Resíduo Secular tem sido baldadas,
aquelle Ministro he hum cavalheiro desta terra que tem o ditto officio de propriedade e se conçerva
(sic) na sua família a cousa de 160 annos. Este Ministro he o mais indolente e indígno do cargo, elle
tem sumido a Arca do Juizo, que sendo muito importante pellos muitos dinheiros que nella a vinte
annos tem entrado, e desemelhante dinheiro se não sabe fim, elle enfim tanto se embaraça com a
espediçam do officio que desde o mês de Setembro athe agora se tem passado em huma sua quinta na
Villa de Sancta Cruz quatro léguas longe desta cidade. (...) elle abriu a correiçam no mês de Janeiro
de 1790, fechou em Agosto (...) o fiscal fez por elle a última audiência, e depois se nam procedeu de
maneira alguma contra os rebeldes tudo pella omiçam (sic) auzênçia(sic) e fidalguia do dito
Provedor.
(...) eu agora me animo a propor a Vossa Excelência hum sujeito que he o que eu na Ilha da
Madeira acho digno do dito officio substituiçam ou o que milhor (sic) for. Este he Dr. João Pedro de
Pereira de Freitas Drumond elle he o hum homem independente e honradicimo inteiro e muito
inteligente no ditto officio le excelentemente letra antiga e he letrado em muitas litratura (sic)
(...) athe hoje setem recebido 182$000 reis de legados nam cumpridos pertencendo às
Sanctas Cazas desta Ilha e dessa Corte cobradas que seyam 18$000 reis que sôme 200$000 entrego à
Sancta Caza desta Ilha pellos 200$000 reis que pagou para a certidam (...) entam o que mais se for
quebrando de legados nam cumpridos receberey as duas partes hésa (sic) Sancta Caza e entregarey
ao contratador do tabaco desta Ilha cobrando delle recibo de tudo na forma que Vossa Exª me tem
ordenado.
Assinatura :Manoel Henriques de Oliveira

Documento XXVI

26 de Fevereiro de 1791: Carta enviada pelo capitão Manuel Henriques de Oliveira ao conde de
Valadares
ASCML, Doc. avulso

“A sinco dias que partio desta ilha duas imbarcassoens e excrevia V. Exª largamente sobre o
juizo do resíduo e provedor sicolar (sic) de capellas que abrindo a Correiçam se foi logo para as
suas fazendas da vila de Sancta Cruz e fichou (sic) a correiçam em Agosto sem sair como devia a
correr as vilas e lugares desta ilha cujo Ministro ainda hoje se acha na dita vila de Sancta Cruz sem
quidar na sua obrigaçam por cuja resão rogo a V. Exª faça o esforço possível por alcançar a
provisam para que o doutor João Pedro Pereira Drumond possa nu impedimento do dito ministro
fazer a correiçam para que eu possa receber o dinheiro dos legados nam cumpridos que só assim
poderá aver boa quebrança. Tanho nova notícia que o dito provedor do resíduo e capellas temendoce
de ser creminado (sic) pelo Dr. desembargador da comarca por ter feito huma conveçam com o Bispo
em a qual se deu do direito e jurisdissam de Sua Magestade quanto ao conhecimento das contas das
confrarias que todas são da jurisdiçam real. Ora o dito provedor para ver se o certa a esta inteçam do
corregedor passou agora a dar a sua Magestade hua conta fingindo tendo ja dado outra logo que fez
aquella convençam, e que se poderia perder que agora dava segunda do memo tior da primeira porém
he falsa a dita sepusiçam (sic) porque o dito provedor na, deu entam conta alguma. Aviso a V. Exª este
particular porque no caso que se dignem atender a minha lembramça sobre obterce hua provisam
para interinamente nas faltas, impedimentos do dito provedor servir o dito bacharel em leis João de
Freitas Pereira Dromond que hoje he fiscal do dito juizo, se ouver sobre esta carta algum embaraço a
isso, ou impognaçam saibam a malícia com que é formada (...)

Manoel Henriques de Oliveira

Documento XXVII

8 de Junho de 1792: Carta de Manoel Henriques de Oliveira ao conde de Valadares


ASCML

“Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor conde de Valadares


Madeira 8 de Junho de 1792

Faço a V. Exª crente em como o Reverendo Juiz do Resíduo Eclesiástico me fez notificar para
no termo de 24 horas mostras o milhoramemto da apellacam que entrepus sobre me não mandar
entregar o dinheiro dos legados nao cumpridos da conta do testamento de Manoel Martins de Oliveira
por morte de sua filha freira que faleceu no anno de 88 depois da publicaçam do Alvará Régio que
foy em 24 de Julho de 87.
(...) vindo como espero a nosso favor poderá receberçe (sic) perto de um conto de rey que se
acha líquido em arca, e ade paçar de outro conto de rey que se ade cobrar por prestaçõens de
arremataçam de huma casa por nam aver quem a pagaçe logo.
(...) nesta incluso mando a V. Exª o resumo do dinheiro que tenho entregue a Pedro Jorge
Monteiro o qual me deu a ver a João Rodrigues Calaça de todo o dinheiro (...) e consta o resumo do
dinheiro quanto paguei à Sancta Caza desta Ilha das duas partes de 200$00 reis que tinha emprestado
para pagamento da certidam das Capellas e Resíduos.
Assinatura :Manoel Henriques de Oliveira

Em anexo vam as contas, o dinheiro entregue a Pedro Jorge Monteiro para ser por aquele
remetido a João Rodrigues Caldas Contratador Geral do Tabaco nessa Corte
Por 1ºrecibo a quantia 200$000
Por 2ºrecibo a quantia 100$000
Por 3ºrecibo a quantia 160$000
Por 4ºrecibo a quantia 200$000
Por recibo à S. Caza Mia, 2 certidõens 133$332
Soma 793$332
Comissãm de 10% da dita quantia 79$333
872$665
Total
Funchal, 8 de Junho de 1782

Athe 1791 a Misericórdia da cidade desta Ilha deve

M1 nº25 - Capella de Margarida Machado 2 missas cada anno e que passando a capella a
Misericórdia reimpõem 30 missas rezadas e se acha declalrada no rosto dos autos pasou as
casas em que vivia a instituidora à Misericordia a qual deve de 87 inclusivé athe 91 - 5
annos que são 150 missas a 200 importa na quantia de
30$000 reis

M2 nº 29 - Capella de António Rodrigues Monagrão


5 annos de 87 a 91
62$000 reis
M3 nº 410 - Capella de Dona Luisa da Costa
3 missas de Natal - 5 annos de 87 a 91
6$000 reis
M14 nº444 - Capella de Beatriz Alvares
15 missas de 87 a 91
6$000 reis
- Capella de Filipa Ayres, administrada pela Misericórdia
5 missas de 87 a 91
1$000 reis
M20 nº 722 - Capella de Diogo Martins
3 missas rezadas cada anno administradora a misericordia da cidade deve de 87 a 91 15
missas a 200
3$000 reis
Soma total
108$000 reis

Falei ao secretario da Sancta Caza para se pagar as duas partes da dita quantia para a real
mizericordia dessa corte respondeu me que a sancta caza tinha privilegio para nao pagar nem o
provedor das capellas o podia obrigar a pagar com o de qualquer instituição de 1 lei para se cumprir
as pensoens que deixa nos bens vinculados(...)

Documento XXVIII

S.D.-Carta de Manoel Henriques de Oliveira ao Marquês de Penalva e mais senhores da Mesa da Exmª
Misericórdia de São José da Corte e cidade de Lisboa
ASCML

Recebi de Vossa Exª de Agosto de 94 em 17 de Setembro e me achava no Estreito cuidando nas


minhas vindimas e me recolhi a esta cidade em Novembro, com a sobredita carta recebia sua
Precatória. (...) Rendimento da pinhora 2$322 reis (...) Requeri ao Provedor das Capellas e resíduos
para aplicar o valor da dita casa para as Misericordias por ser para obras bem pias quais herão a
continuação numerosa dos muitos pobres que se curavão tanto nesta ilha como nessa Corte; como
também a criação e sustento dos expostos incuráveis como constava da aplicação Pontifícia. Tiveram
os religiosos franciscanos notícia do meu requerimento, oposeram-se pedindo-lhe aplicasse aquele
valor da Caza para a factura de uma igreja que andavam fazendo de novo (...) requeri bastante forte e
falei ao letrado seu acessor que me prometeu com efeito a aplicação do dinheiro do valor das Cazas
para as Misericórdias e mandando polas em preços não houve quem as quizesse arrematar e
determinou se adjudicasse às Misericórdias no valor da sua avaliação de 522$142 reis que achando-
se muito danificada com hua sala e dois coartos cahidos e hua loja. (...) cujas cazas pertencem no
valor e aluguer duas partes a essa Exª Sancta Caza e hua parte à Sancta Caza desta Ilha.

Documento XXIX

ADF
Bula

Aos veneráveis patriarcas, Arcebispos e bispos dos Reinos de Portugal e dos Algarves sujeitos
à nossa caríssima filha em Cristo, Maria Francisca Rainha Fidelíssima
Pio Papa sexto

Veneráveis irmãos. Saudação e benção apostólica. Recentemente da parte da nossa Caríssima


Filha, em Cristo, Maria Francisca, Rainha Fidelíssima nos foi expostos existirem nos reinos de
Portugal e dos Algarves, sujeitos ao seu sopremo domínio, primogenituras e majorados, de tal modo
onorados de encargos cargos pios que dificilmente e nem sequer dificilmente os recursos hereditários
sejam suficientes para o seu cumprimento. Desejando pois um remédio oportuno, Ela, (a rainha)
manifestou-nos o seu pedido que por meio desta carta enviada nos dignássemos, por benignidade
apostólica providenciar oportunamente e dispensar como abaixo se faz. Nós portanto levados por tais
súplicas, concedemos atribuímos e publicamos a vossas fraternidades como delegados nossos da Sé
Apostólica, já que tenha sido imposto pelos vários legados dos testadores um tão grave encargo que a
esses mesmos não seja possível dar satisfação a dentro das capacidades da herança de cada majorado
ou primogenitura, a faculdade, com autoridade apostólica segundo o teor da presente carta, de
estabelecerdes de uma vez, fora do Sínodo, o que , considerado diligentemente o assunto, segundo a
vossa consciência vos parecer mais favorecer a glória de Deus e a utilidade das igrejas. Decretando
nós que esta nossa presente carta permaneça e continue no futuro firme valida e eficaz e consiga e
obtenha os seus plenos e íntegros efeitos e favoreça aqueles aos quais diz respeito no presente ou no
futuro e seja por eles inviolavelmente observada. E assim deve ser julgado e definido conforme esta
carta por quaisquer Juizes Ordinários e Delegados mesmo pelos Auditores (Ouvidores) de Palácio
Apostólico e pelos Cardeais da Santa Igreja Apostólica Romana e tornando se mesmo os legados “a
latere” e núncios da Sé apostólica e tornando-se invalido e vão se ao contrário acontecer que contra
esta carta, por quem quer que seja ou por qualquer autoridade, conscientemente ou por ignorância,
se atende, não obstando mesmo as últimas vontades dos testadores, quaisquer que sejam, as quais
vontades, para o efeito da presente carta, especial e expressamente derrogamos: nem obstando as
constituições e Ordenações quer gerais quer especiais, apostólicas e publicadas em concílios
universais, provinciais e sinodais; não obstando os Estatutos e Costumes de quaisquer lugares pios,
aliás confirmados por aprovação Apostólica ou qualquer outra; não obstando também os privilégios
concedidos Cartas Apostólicas, de qualquer modo que seja concedidas, confirmadas e renovadas, em
oposição à presente carta. A todos e cada um destes documentos, considerando o teor dos mesmos
pela presente carta como plena e suficiente expresso, palavra por palavra, esses documentos que de
contrário haveriam de permanecer no seu vigor, para o efeito dado que já antes foi enviado agora
somente e em modo especial e expresso, anulamos não obstando quaisquer outras disposições em
contrário.
Dado em Roma, em São Pedro, sob o anel do Pescador, no dia 6 de Maio de 1779. Quinto ano
do nosso pontificado.
I Cardeal de Conitubus

Isidoro Soares de Ataíde


Feito na tipografia Régia26

Documento XXX
Bula

Pio Papa sétimo, fazendo as vezes na terra do Pastor Eterno julgamos que devemos cuidar
sobretudo que tudo o que de auxilio e de alívio aos pobres de Cristo posso ser oferecido, lhes seja
oferecido, pois que recentemente o nosso dilecto filho Lourenço de Alencastre, Preside do Régio
Hospital de São José da Cidade de Lisboa nos fez expor que o Papa Paulo terceiro, nosso predecessor
de feliz memória por meio de um Ofício da Penitenciaria de desasseeis das calendas de Setembro de
1548, atribuiu e aplicou em subsídio do dito Hospital, então encorporado com a confraternidade
chamada da Misericórdia, os legados deixados pelos testadores e não cumpridos no tempo prefixo nos
testamentos, somente quanto à cidade de Lisboa e seu distrito e concedeu que por todas aquelas obras
que deveriam ser feitas pelo dito Hospital, essas mesmas obras prescritas pelos testadores, fossem
consideradas feitas por votos; todavia segundo esta norma, que tudo aquilo que foi deixado a
determinadas pessoas e determinados lugares a eles fosse absolutamente pago: posteriormente,
devido ao aumento dos enfermos e dos expostos, tendo aumentado também as necessidades do mesmo
Hospital, o Papa Clemente oitavo, de feliz memória, igualmente nosso predecessor, a sua pré-
mensionada concessão estendeu a toda a diocese lisbonense.
Com o andar do tempo, porém, crescendo ainda as despesas do mesmo Hospital, o Papa Pio
sexto nosso predecessor também, de recordável memória, através da sua carta em forma de Breve,
enviada no dia 7 de Julho de 1779, ampliou esta mesma concessão a todos os Reinos, Ilhas e
adquiridas Regiões e outros Domínios sujeitos à nossa muito cara em Cristo Filha Maria Francisca,
Rainha Fidelíssima e, finalmente, para diminuir algumas questões posteriormente surgidas, o mesmo
Pio predecessor por meio de outras suas semelhantes letras (carta) enviadas no dia 26 de Novembro
de 1784, declarou e expediu que, desta aplicação fossem excluídas somente aquelas capelanias que
dissessem respeito a determinadas pessoas ou a determinado e expresso altar, ou também tivessem

26
. gentilmente traduzida pelo Dr. Orlando Morna
sido erigidas naquelas igrejas onde repousam os ossos dos seus fundadores, e outras conforme a
abundantemente se contém nas respectivas cartas dos mencionados predecessores nossos, cujo teor
pela carta presente, queremos ser tido como expresso. Como porém, do modo como fora dito na
mesma exposição (feita ao papa), devido ao aumento de dia para dia do número dos enfermos e dos
expostos, o dito Hospital necessite ainda de um ulterior subsídio, e a nós por isso nos tenha sido
humildemente suplicado, dignamo-nos, por benignidade apostólica, pela presente carta enviada,
providenciar e, como abaixo fazemos, perdoar.
Nós portanto querendo dotar o referido Hospital e o seu Preside, com especiais favores e
graças, e de todas as sentenças e penas de excomunhão, suspensão e interdito e de outras censuras
eclesiásticas, dadas em qualquer ocasião ou causa, se estiver por alguma e de qualquer modo
envalido, por efeito apenas da presente carta nós absolvendo da série de todas estas e julgando todas
por absolvidas e inclinados também pela súplicas do nosso dilecto Filho em Cristo João, Príncipe do
Brasil e Regente de Portugal e dos Algarves, a referida aplicação e concessão em favor do dito
Hospital de São José já antes feita pelo nosso predecessor Paulo e pelo o outro ampliada como é dito
antes, estendemos também a todas e cada uma capelanias que dizem respeito a determinadas pessoas
ou a determinado e expresso altar, ou também aquelas que existam erectas naquelas igrejas onde
foram sepultados os seus Fundadores, pelo mesmo Pio predecessor exceptuados em último lugar, e
pela nossa autoridade apostólica, segundo o teor da presente carta, ampliamos. E queremos que
destas capelanias apenas sejam exceptuadas, aquelas que se encontram constituídas pelos seus
possessores como um seu património sagrado, durando esta excepção somente enquanto viverem os
actuais possessores. Conservada todavia quanto ao resto a forma e disposição as cartas dos nossos
referidos predecessores, nós decretando que estas presentes letras permaneçam, firmes, válidas e
eficazes e venham acolher e obter os seus plenos e íntegros efeitos e que àqueles aos quais diz respeito
no presente e aos que de qualquer modo dirá respeito no futuro, venha a sufragar e pelos outros que
seja inviolavelmente observado.
E assim nestas disposições supramencionadas, por quaisquer juizes ordinários ou delegados,
mesmo de auditores de causas do Palácio Apostólico e Cardeais da Santa Igreja Romana, mesmo os
legados “ a Latere” e Núncios da Sé Apostólica, é-lhes retirada não só a sua faculdade mas também a
sua autoridade judiciária qualquer e essa mesma autoridade acaba; e é considerado nulo e vão, se ao
contrário, sobre este assunto, por quem quer que seja, por qualquer autoridade, com conhecimento ou
por ignorância se ousar atentar.
Não constituindo obstáculo enquanto é necessário, a carta do nosso recordado predecessor
Pio, expedida em último lugar, e de quaisquer testadores que constituíram esta capelanias, mesmo que
última vontade, no que respeita às disposições supra, suficientemente e expressamente comutamos,
nem sendo obstáculo todas e cada uma daquelas disposições que os nossos lembrados predecessores
quiseram que não obstassem a quaisquer outras circunstâncias contrárias.
Dado em Roma, em Santa Maria Maior, sob o anelo do Pescador, no dia 19 de Julho de 1803,
do nosso pontificado, o ano quarto= R. Cardinal Braschim De Honestish”27

Quadro 25. Receitas da Santa Casa da Misericórdia do Funchal.1700-1799

Ano Foros, juros e Trigo Vinho Rendimento Propri

rendas a Dinheiro Alqueires da tumba rústica


dinheiro
1700/01 2143$883 * 200$913 * 1$072 5$950 40$480 25$897
1701/02 2321$771 165$255 4110 43$625 28$060 26$723
1702/03 2263$523 114$913 2852 13$625 31$075 27$549
1703/04 2268$473 148$119 3163,5 * 12$125 51$722 28$375

27
. gentilmente traduzida pelo Dr. Orlando Morna
1704/05 2410$649 4$075 3475 36$125 * 38$350 23$886
1705/06 2538$790 105$676 4212 60$125 51$170 26$690
1706/07 2691$060 111$166 3754,5 24$690 42$510 27$077
1707/08 2723$830 72$100 22$630 58$108 27$464
1708/09 2805$220 * 78$250 * 24$212 * 22$128 * 53$754 * 38$552
1709/10 2886$610 84$400 34440 21$627 * 49$400 49$640
1710/11 2994$226 98$370 26788 * 21$125 38$020 18$660
1711/12 2979$393 * 85$942 * 19$136 * 15$083 * 39$810 * 16$195
1712/13 2964$561 * 73$514 * 11$483 * 9$042 * 41$600 * 13$730
1713/14 3057$764 61$086 3$831 3$000 43$390 28$700
1714/15 3099$815 * 60$016 * 3836,3 * 3$042 * 48$657 * 30$175
1715/16 3141$866 * 58$945 * 3841,7 * 3$083 * 53$923 * 31$649
1716/17 3183$918 57$875 3847 3$125 59$190 33$124
1717/18 3181$637 161$160 4198 3$125 58$076 43$145
1718/19 3217$403 121$115 1075 3$125 64$165 60$525
1719/20 3112$976 60$795 1147 3$125 61$560 60$996
1720/21 3273$496 45$955 4025 3$125 23$310 45$185
1721/22 3028$518 36$000 1091 43$793 45$010 86$610
1722/23 3203$784 102$500 862 3$125 79$240 57$960
1723/24 3107$478 36$450 856 3$125 64$460 50$317
1724/25 3259$894 35$890 856 3$125 64$460 42$673
1725/26 3116$788 86$550 831 3$125 63$680 41$570
1726/27 3230$295 31$500 855 3$125 236$600 40$466
1727/28 3214$180 * 61$829 * 786,5 * 16$328 * 207$767 * 55$908
1728/29 3198$064 92$356 718 29$531 178$933 * 71$350
1729/30 3333$404 62$736 718 3$125 150$100 71$125
1730/31 3360$585 244$437 681 3$125 113$050 * 5$463
1731/32 3412$624 93$360 719 3$125 76$000 48$983
1732/33 3434$012 * 144$715 * 718,5 * 3$125 * 88$313 * 46$826
1733/34 3455$400 196$070 718 3$125 100$625 * 44$669
1734/35 3436$255 * 172$710 * 753 * 3$125 * 112$938 * 45$638
1735/36 3417$110 149$350 788 3$125 125$250 46$607
1736/37 3536$740 151$806 839 3$125 63$200 46$855
1737/38 3981$823 * 186$578 * 804,67 * 3$125 * 59$450 * 49$489

1738/39 4426$905 221$350 770,33 * 3$125 * 55$700 52$123


1739/40 4620$070 481$142 736 3$125 87$750 37$260
1740/41 4691$546 249$575 736 3$125 63$600 17$535
1741/42 4604$752 281$950 876 3$125 108$150 21$175
1742/43 4534$312 255$695 717 3$125 * 29$500
1743/44 4635$479 170$037 717 3$125 * 49$047
1744/45 4531$330 180$350 724 3$125 * 33$336
1745/46 4476$533 305$175 713 3$125 * 33$033
1746/47 4361$123 217$575 713 3$125 42$111
1747/48 4626$480 118$575 713 * 3$125 * 40$085
1748/49 4671$480 148$975 713 * 3$125 * 47$526
1749/50 4879$243 148$775 713 3$125 * 49$585
1750/51 4781$964 * 184$675 * 698,33 * 3$125 * * 38$793
1751/52 4684$684 220$575 683,67 * 3$125 * 28$000
1752/53 4757$189 217$775 669 3$125 * 62$189
1753/54 4552$142 217$775 669 3$125 * 47$800
1754/55 4440$222 233$775 669 3$125 * 25$550
1755/56 4626$576 213$275 669 3$125 * 32$200
1756/57 4467$113 142$775 669 3$125 Rendimento 42$042
1757/58 4626$954 215$050 669 3$125 urbano 34$900
1758/59 4645$257 108$000 669 3$125 533$950 32$030
1759/60 4059$421 227$575 669 3$125 539$850 36$452
1760/61 3996$669 242$925 669 3$125 563$750 62$008
1761/62 3966$757 243$888 669 3$125 814$959 57$075
1762/63 3486$988 246$625 669 3$125 747$880 * 49$836
1763/64 4071$546 271$275 669 3$125 680$800 60$060
1764/65 4064$837 258$431 669 3$125 659$850 54$123
1765/66 4092$532 * 291$003 * 669 * 3$125 * 624$850 * 56$253
1766/67 4120$227 323$575 669 3$125 589$850 58$383
1767/68 4240$193 323$575 669 3$125 659$100 53$350
1768/69 4370$589 293$575 669 3$125 587$100 60$934
1769/70 4349$031 312$575 669 3$125 675$100 47$750
1770/71 4022$836 * 329$775 * $669 * 3$125 * 663$600 * 63$692
1771/72 3696$640 346$975 669 3$125 652$100 79$633
1772/73 3641$992 354$075 669 3$125 284$100 97$600
1773/74 3554$421 353$975 669 3$125 562$100 77$850
1774/75 3376$863 510$625 669 3$125 477$100 98$040
1775/76 3420$602 433$525 669 3$125 477$100 109$99
1776/77 3396$509 278$075 669 3$125 477$100 93$245
1777/78 3604$343 294$025 669 3$125 520$600 111$08
1778/79 3607$083 384$025 669 3$125 358$100 320$18
1779/80 3391$565 384$025 669 3$125 422$600 230$44
1780/81 3390$847 378$775 669 3$125 438$764 336$50
1781/82 3157$107 378$775 669 3$125 453$870 440$38
1782/83 3362$864 378$775 669 3$125 383$050 535$18
1783/84 3309$315 378$775 669 3$125 473$350 558$59
1784/85 4487$235 372$775 669 3$125 380$833 412$44
1785/86 3439$636 372$775 669 3$125 202$022 420$12
1786/87 3373$381 372$775 669 3$125 568$050 678$29
1787/88 3409$836 372$775 669 3$125 595$466 725$18
1788/89 3117$368 372$775 669 3$125 636$650 664$55
1789/90 3499$087 372$775 765 3$125 626$100 626$10
1790/91 3567$854 372$775 765 3$125 639$100 653$92
1791/92 3611$749 372$775 765 3$125 722$900 780$63
1792/93 3606$657 * 372$775 * 765 * 3$125 * 715$336 * 834$04
1793/94 3601$564 372$775 765 3$125 707$771 887$45
1794/95 4282$066 372$775 765 3$125 682$094 1057$1
1795/96 3594$505 372$775 765 3$125 662$947 958$73
1796/97 3558$640 372$775 765 3$125 660$200 956$57
1797/98 3674$803 372$775 765 3$125 698$800 1124$4
1798/99 3668$707 372$775 765 3$125 691$300 1286$5
1799/00 3667$841 372$775 765 3$125 678$300 1161$7
Quadro nº. 27
Escrivão Tesoureiro M. Hospital

Ano Provedor 1ª condição 2ª condição 1ª condição 2ª condição 1ª condição

1700 Pedro Lopes de Pe. Diogo Vicente Álvaro de Sebastião de Diogo Dromund
Vasconce-los Pereira de Ferreira Ornellas e abreu de Vasconcelos
Menezes Soares Vasconcelos

1701 Pe. Agostinho de Diogo de Vicente Brás de João Lobo de Pe. Capelão-Mo
Ornellas e Dromond e Ferreira Ornellas Matos Domingos
Vasconcelos Vasconcelos Soares Dromundo Castro
Menezes
1702 João da Costa Francisco de Vicente Agostinho Manoel Vieira António d
Ataíde Azeve-do Vasconcelos Ferreira Hermete de de Afonseca Carvalhal
Coutinho Betencourt Soares Sá Esmeraldo
1703 Jacinto Acioli de Cónego Pedro Francisco Fraz Diogo João Lobo de Pedro Afonso d
Vasconcelos Correia Barbosa Pimenta Bettecourt e Matos Aguiar
Aguiar
1704 D. José de sousa Henrique António Vieira Jorge Correia João Ferreira Cónego Thoma
de Castelo-branco, Henriques de de Fonseca de Vascon- de Noronha de Bettencu
bispo do Funchal Noronha celos Henriques

1705 Duarte Sodré Francisco Luis Vicente Pereira D. Bernardo Manoel de Jorge Corre
Pereira , go- de Vascon-celos Soares de Betancurt Faria e Betancurt
vernador e Capitão e Sá Almeida
general da Madeira

1706 Henrique Cónego Tomás Ignácio da Capitão António Vieira Cónego


Henriques de Betencourt Silva Madeira António de Afonseca ThomasHenriqu
Noronha Henriques Correa s de Noronha
Lomelino
1707 Tenente general António de Ignácio da Capitão Bartholomeu Pedro Júlio d
Cristovão Dornelas Carvalhal Esme- Silva Madeira antónio da de Matos Cãmara Lume
Abreu raldo Camara Leme

1708 Zenóbio Acioli de Hyacinto Acioly João Roiz de João de João Ferreira e Jorge Corre
Vasconcelos de Vascon-celos Oliveira Freitas da Noronha Bitencurt
Silva
Bitencourt
1709 D. Joseph de Mestre Escola Henriques Jorge Correia António Vieira Cónego Gasp
Sousa de Castello Pedro Alvares Teixeira Bettancurt de Afonseca Mendes d
Branco - Bispo do Usel Vasconcelos
Funchal
1710 Tenente de Mestre Jorge Correia Diogo João de Simão de Cónego Gasp
de Campo General Bettencourt Rodrigues de Bettencourt Nóbrega Mendes d
Ignácio Bittencourt Sousa Vieira Vasconcelos
Vasconcelos
1711 Capitão Francisco Hiacinto de João Capitão Francisco João C. d
Esmeraldo Freitas da Silva Rodrigues da António Gomes Câmara
Henriques Silva Correa Ferreira
Lumelino
1712 Rev. Arcediago Cónego Thómas António Vieira Manuel Simão de Manuel B. Cés
António Correa Henriques de da Fonseca Bettencourt Nóbrega de Andrade
Bettencurt Noronha Atouguia
1713 D. Pedro Alvares António de Francisco Jorge Correa Francisco Aires de Ornela
da Cunha, Carvalhal Ferreira Duarte Bettencourt Gomes de Vasconcelos
governador e Esmeraldo Vasconcelos Ferreira
capitão general da
Madeira
1714 Agostinho de António de Francisco Manoel Manoel de Cónego Antón
Ornelas e Carvalhal Ferreira Duarte Carvalho Canha de Carvalh
Vasconcelos Esmeraldo e Valdevesso Esmeraldo
Câmara
1715 João Bettencurt Jorge Correa António vieira Tristão de Joseph Rev. Pad
Vieira Bettencurt da Fonseca França Ferreira da Francisco Accio
Bettencurt silva de Vasconcelos
1716 General João Hiacinto Acciaolli João António Francisco António Corre
Saldanha da de Vasconcelos Rodrigues de Correa Gomes Bettencurt
Câmara - Olival Lomelino Ferreira
governador do
Funchal
1717 D. Bernardo Pedro Afonso de Manoel Hiacinto Francisco Manoel d
Bettencurt de Sá Aguiar Rodrigues de Acciaolli de Pereira da Veloza d
Machado Canha Sá Silva Vasconcelos
1718
1719 Pedro Afonso de Diogo Bittancurt Manuel Padre António Domingos Natónio Corre
Aguiar e Aguiar Rodrigues de de Freitas Fernandes Lomelino
Canha Silva
1720 Hiacinto Freitas da António João Lobo de Rev. Cónego Francisco de Jorge Correa d
Silva Carvalhal Matos João de Sousa Jardim Vasconcelos
Esmeraldo Freitas e
Albuquerque

1721 Cristovão D. Noytel de Manoel Francisco de Joseph Diogo Villel


Esmeraldo de Castro Rodrigues de Ornelas de Ferreira da Bitancourt
Atouguia e Câmara Canha Brito Silva
1722 Francisco Luis de Jorge Correa de Manoel Hiacinto Francisco Pedro
Vasconcelos Vasconcelos Rodrigues de Auciolli de Sá Pereira da Bittencourt
Bittencourt de Sá Canha Silva Henriques
Machado
1723 Francisco Luis de Jorge Correa de Manoel Hiacinto Manoel de Pedro
Vasconcelos Vasconcelos Rodrigues de Auciolli de Sá Pimentel Bittencourt
Bittencourt de Sá Canha Henriques
Machado
1724 Jorge Correa Pedro de António vieira Agostinho Manoel de Rev. Cóneg
Bittencurt Bittencurt da Fonseca César Pimentel Gaspar Mende
Atouguia Berenguer de Vasconcelos
1725 Francisco da Costa Francisco Luis Manoel Hiacinto Francisco Pedro Bitencu
Freire Governador de Vasconcelos Rodrigues de Auciolli Gomes Brazão Henriques
da Madeira Bittencourt Canha deVasconcelo
s
1726 Francisco da Costa Francisco Luis Manoel Jorge Correa Domingos Pedro Bittencu
Freire Governador de Vasconcelos Rodrigues de de Ferreira da Henriques
da Madeira Bittencourt Canha Vasconcelos Silva

1727 António Correa Jorge Correa de António Pedro de Mathias Padre Francisc
Bettencourt Vasconcelos Dionizio de Bittencourt Ferreira Freitas Acciaolli
Henriques Oliveira Henriques
1728 João Esmeraldo de António Correa Manoel João Pedro Jorge Correa d
Atouguia e Câmara Bettencourt Rodrigues de Bittencurt Rodrigues de Vasconcelos
Henriques Canha Freitas

1729 Pedro Júlio da Ayres de Manoel Francisco João Pedro Bitencu


Câmara Leme Ornellas e Rodrigues de Aurellio da Reodrigues de Henriques
Vasconcelos Canha Câmara Leme Sousa

1730 Tristam de França António de Brito Domingos F. Luis António António Freitas Diogo Lu
Bittencurt de Oliveira da Silva Esmeraldo dos Santos Bittancourt
Teles de
Menezes

1731 António Correa Pedro Afonso de Manoel Diogo António Pedro Nicolao d
Henriques Aguiar Rodrigues de Bittencurt de Rodrigues Freitas
Lomelino Canha Sá
1732 António Correa Hiacinto Manoel Nuno de António Pedro Nicolao d
Henriques Aucciaolly de Rodrigues de Freitas da Rodrigues da Freitas
Lomelino Vasconcelos Canha Silva Silva
1733 Hiacinto Aucciaolly Jorge Correa de Manoel António Pedro Francisco
de Vasconcelos Vasconcelos Rodrigues de Auchiaolly Gonçalves Sanches d
Canha Bittencurt Correa Baenna
Henriques
1734 Jorge Correa de Joan de Freitas Manoel Henrique Manoel Joam Bittencu
Vasconcelos da Silva Rodrigues de Joam Correa Francisco de Villella da Costa
Canha Henriques Ornellas

1735 Capitão General Jorge Correa de António Freyre Diogo Joam Francisco
Joam de Abreu Vasconcelos dos Santos Bittencurt de Rodrigues de Changes d
Castello Branco, Sá Sousa Baenna
Governador da Henriques
Madeira
1736 Jorge Vieira de Francisco Luis Simão da Jorge Correa António de Hiacinto
Andrade de Vasconcelos Costa Souto de Ornellas Aucciaolly d
Bittencurt Mayor Vasconcelos Vasconcelos

1737 Pedro Bittencurt António de Brito Domingos Joam da António Pereira Brás de Freita
Henriques de Oliveira Fernandes Câmara Leme de Andrade da Silva
Silva
1738 António de Brito de Rev. Padre Domingos Pedro de Manuel de Francisco d
Oliveira Gaspar de Lopes Bittencurt Freitas Vasconcelos
Valdavesso Fernandes Henriques Heredia
1739 Diogo de Ornellas António de Brito Pedro Ayres Telles d
Vasconcellos do Livramento Bittencourt Menezes
Frazam Henriques Allencastre

1740 Padre Gaspar de Manuel Carvalho Domingos António Vicente Enes Miguel d
Valdevesso e Valdavesso Lopes Joseph da Silva Câmara Leme
Gondim Fernandes Spínolla
1741 Manuel Carvalho e Diogo de Domingos Pedro Manoel de Miguel d
Valdavesso Ornellas Fernandes da Bittencourt Castro Câmara Leme
Frazam Silva Henriques
1742 Tristão de França António Luis Joseph Manoel Domingos Diogo Lu
Bittencurt Esmeraldo Teixeira de Carvalho Telles de Bettencourt
Telles e Mello Valdavesso Menezes França
Menezes
1743 Tristão de França Diogo Luis Manoel de Pedro Miguel sousa António Josep
Bittencurt Bettencourt Abreu Lisboa Bittencurt Spínola
Henriques
1744 Luis António Ayres Telles de Manoel Cabral Pedro Miguel de Padre Fel
esmeraldo Telles Menezes de Sousa Bittencurt Sousa de Lucas d
de Menezes Allencastre Henriques Castro Carvalhal
1745 Francisco Aurélio Pedro Henriques Manoel João da Luis Moniz de António Jos
da Câmara Leme da Câmara Francisco de Câmara Leme Torres Spínola
Leme Ornellas
1746 Pedro Nicolao Hiacinto Acciolli Pedro de Francisco Miguel de Diogo Bittencu
Bittencourt de Vasconcelos Miranda Joseph Sousa de e Sá
Freitas Bettencurt de Castro
Freitas
1747 Nuno de Freitas da Hiacinto Acciolli Miguel de João de Vicente Enes Rev. Padre Fel
Silva Vasconcelos Sousa de Freitas e da Silva Lucas d
Castro Albuquerque Carvalhal
Figueiroa
1748 Pedro Henriques Pedro Bittencurt Manoel Alves António João Manoel Miguel d
da Câmara Leme Henriques de Castro Bittencourt Francisco de Cãmara Leme
Henriques Ornellas

1749 Miguel da Câmara Pedro Henriques Ignácio Nunes António João Francisco Luis d
Leme da Câmara Pereira Bittencourt Xavier Albuquerque
Leme Henriques Fernandes Freitas

1750 António João Pedro Bittencurt Manoel Miguel da Miguel de Pdro Henrique
Bittencourt Henriques Francisco de Câmara Leme Sousa de da Câma
Henriques Ornellas Castro Leme
1751 Diogo Luis Francisco Miguel de António João Silvestre de Pedro
Bettencourt Afonso Aurélio da Sousa de Bettencourt Sousa Bittencourt
Esmeraldo Câmara Leme Castro Henriques Henriques

1752 Dr.João Afonso António João Miguel de Rev. António Noytel Soares Henrique Filix d
Henriques Bittencourt Sousa de Joaquim Pereira Freitas
Henriques Castro Bittencurt
Henriques

1753 Dr.João Afonso António João Manoel Diogo Luis Luiz Moniz de Pedro Henrique
Henriques Bittencourt Francisco de Bittencurt Torres da Câma
Henriques Ornellas Leme
1754 Manoel de Dr.João Afonso Manoel Diogo Luis Noytel Soares Pedro Henrique
Saldanha Henriques Francisco de Bittencurt Pereira da Câma
Albuquerque Ornellas Esmeraldo Leme
governador da
Madeira
1755 Jorge Correa João Bettencourt Silvestre de Luis Filipe Nery da Dr. João Afons
Bettencourt Henriques Sousa e Bettencourt e Silva Henriques
Berenguer Cabral Castro Albuquerque
Atouguia Netto
1756 Rev. Tesoureiro Nino de Freitas Francisco Henrique Noytel Soares Rev. Mano
Mor João de da silva Lopes Correia Felix de Pereira Caetano
Freitas Freitas e Silva Henriques
Albuquerque
1757 Brás de Freitas da Mendo de Brito Francisco António de Manoel Francisco
Silva de Oliveira Lopes Correia Brito Oliveira Francisco de Esmeraldo
Bittencourt Bittencourt Ornellas

1758 Dom Gaspar Brás de Freitas Luis Moniz de Cónego Filipe Nery da Francisco
Afonso da Costa da Silva Torres Pedro Nicolau Silva Aurélio d
Brandão, bispo do Aucciolly Câmara Leme
Funchal
1759 Rev. Tesoureiro Capitão Cabo Francisco Luis José Francisco
Mor Francisco João Bittencourt Lopes Correia Esmeraldo Rodrigues Esmeraldo
Candido Correia Henriques Bittencourt Pereira Bittencourt
Cabral Henriques Henriques
1760 Capitão General Hiacinto Auciolly Manoel Alves Nuno de António da Luz Francisco
José Correia de de Vasconcelos de Castro Freitas da Pereira Esmeraldo
Sá, governador da Silva Bittencourt
Madeira Henriques
1761 Henrique Feliz de Ni«uno de Francisco Roque João José João Pedro d
Freitas Freitas de S´s Lopes Auciolly Rodrigues Freitas
Pereira
1762 Mendo de Brito de João Bittencourt António da Luz Joaquim José Thomé António Joã
Oliveira Bittencurt Henriques Pereira Bahena Henriques Bittencurt
Cabral Henriques Henriques

1763 Dr Francisco Mendo de Brito Francisco João Paulo Filipe Francisco d


Bettencourt de Oliveira Lopes Correia Berenguer Gonçalves Ornellas de Bri
Heredia Bittencurt Vieira Bettencourt
1764 Dr Francisco Mendo de Brito Domingos de João Paulo Filipe Francisco d
Bettencourt de Oliveira Oliveira Berenguer Gonçalves Ornellas de Bri
Heredia Bittencurt Vieira Bettencourt
1765 Dr Francisco Gaspar António João Paulo Filipe Francisco d
Bettencourt Berenguer César Correia de Berenguer Gonçalves Ornellas de Bri
Heredia Sousa Vieira Bettencourt

1766 Dr João Henriques Ayres Telles António António Manoel Francisco


e Castro Menezes Correia de Carvalhal Ferreira Esmeraldo d
Alencastre Sousa Esmeraldo Bettencurt
Henriques
1767 Joao de Carvalhal Ayres Telles António António José Mendo de Bri
Esmeraldo Menezes Correia de Carvalhal Rodrigues Oliveira
Atouguia e Camara Alencastre Sousa Esmeraldo Pereira
1768 Capitão Tristão Sargento Ayres António António José Francisco d
Joaquim Neto Telles Menezes Correia de Bittencurt Rodrigues Ornelas Frazão
Atouguia Alencastre Sousa Villella da Pereira
Câmara

1769 Sargento mor Capitão Dom António António José Francisco d


Ayres Telles de João Henriques Correia de Carvalhal Rodrigues Ornelas Frazão
Menezes de Castro Sousa Esmeraldo Pereira
Alencastre
1770 Francisco de Capitão Dom Manoel José Francisco de José Tristão Joaqui
Ornellas Frazão João Henriques da Fonseca Ornelas de Rodrigues Neto
de Castro Brito Pereira
Bittencourt
1771 Capitao Diogo de Mendo de Brito Domingos de Rev. José Francisco d
Ornellas Frazão de Oliveira Oliveira ALves Francisco Rodrigues Ornelas Frazão
Figueiroa Bettencourt Xavier de Pereira
Brito
1772 Francisco Xavier Capitao Diogo Domingos de António José António Joã
de Brito Bittencurt de Ornellas Oliveira ALves Ferreira Rodrigues Bittencourt
Frazão Figueiroa Correia Pereira Henriques
Henriques e
Câmara
1773 Reverendo Dom Francisco João Luis de António Manoel de António Joã
Francisco Xavier de Sá Bettancurt Miranda Ferreira Santa Ana e Bittencourt
de Brito Bittencurt Catanho Correia Vasconcellos Henriques
Henriques e
Câmara
1774 Dom Gaspar Dom Francisco Domingos da António José Dom Joã
Afonso da Costa de Sá Bettancurt Silva e Freitas Carvalhal Rodrigues Bittencourt
Brandão Bispo do Catanho Guimarães Esmeraldo Pereira Henriques
Funchal Castro
1775 Dom Gaspar Dom Francisco Domingos da António José Dom Joã
Afonso da Costa de Sá Bettancurt Silva e Freitas Carvalhal Rodrigues Bittencourt
Brandão Bispo do Catanho Guimarães Esmeraldo Pereira Henriques
Funchal Castro
1776 Dom Gaspar Dom Francisco Domingos da António José Dom Joã
Afonso da Costa de Sá Bettancurt Silva e Freitas Carvalhal Rodrigues Bittencourt
Brandão Bispo do Catanho Guimarães Esmeraldo Pereira Henriques
Funchal Castro
1777 Dom Gaspar Dom Francisco Francisco António José Dom Joã
Afonso da Costa de Sá Bettancurt Monteiro Carvalhal Rodrigues Bittencourt
Brandão Bispo do Catanho Mendes Esmeraldo Pereira Henriques
Funchal Guimarães Castro
1778 Dom Gaspar Dom Francisco Francisco António Catanho Dom Joã
Afonso da Costa de Sá Bettancurt Monteiro Carvalhal Fernandes Bittencourt
Brandão Bispo do Catanho Mendes Esmeraldo Pimenta Henriques
Funchal Guimarães Castro
1779 Dom Gaspar Dom Francisco Francisco Rev. João Alexandre Dom Joã
Afonso da Costa de Sá Bettancurt Monteiro Paulo Marques de Bittencourt
Brandão Bispo do Catanho Mendes Bereguer Mendonça Henriques
Funchal Guimarães César Castro
1780 Dom Gaspar Dom Francisco Manoel José Francisco Miguel Dr Goncalve
Afonso da Costa de Sá Bettancurt da Fonseca Xavier de Francisco de Aires Telles d
Brandão Bispo do Catanho Ornellas Abreu Menezes
Funchal
1781 Francisco António João de Manoel Luis Francisco de Francisco Manoel Accio
da Câmara Leme Carvalhal Dias Viana Freitas da Xavier de Vasconcellos
Esmeraldo Silva Viríssimo
1782 João José Cónego Pedro Manoel de Tristão Manoel António Tristao Joaqui
Bettencurt de Nicolau Accioly Vares Pereira Joaquim de Gomes da Netto
Freitas Menezes França Netto Estrella
1783 Dom Diogo Pereira João José Manoel de Tristão Manoel António Francisco d
Forjás Coutinho Bettencourt de Vares Pereira Joaquim de Gomes da Freitas da Ssilv
governador da Freitas e França Netto Estrella
Madeira Menezes
1784 Dom Diogo Pereira João José Paullo Maria Tristão Marcos João Capiitao Jos
Forjás Coutinho Bettencourt de Passaláqua Joaquim de de Ornellas Francisco
governador da Freitas e França Netto Esmeraldo
Madeira Menezes Betencurt
Henriques
1785 Dom Diogo Pereira João José Catanho Tristão Capitão Calisto Capitao Jos
Forjás Coutinho Bettencourt de Fernandes Joaquim de José de Aguiar Francisco
governador da Freitas e Pimenta França Netto Esmeraldo
Madeira Menezes betencurt
Henriques
1786 Dom Diogo Pereira João José Miguel Tristão Paulo Malheiro Capitao Jos
Forjás Coutinho Bettencourt de Francisco de Joaquim de e Melo Francisco
governador da Freitas e Abreu França Netto Esmeraldo
Madeira Menezes Bettencurt
Henriques
1787 Dom Diogo Pereira João José Manoel José Joaquim José Amnoel Capitao Jos
Forjás Coutinho Bettencourt de da Fonseca Sanches António Gomes FRancisco
governador da Freitas e da Estrella Esmeraldo
Madeira Menezes Bettencurt
Henriques
1788 Dom Diogo Pereira João José Capitão José Capitão Luis António Nicolau Luis d
Forjás Coutinho Bettencourt de Rodrigues Alexandre Francisco Mendonca
governador da Freitas e Pereira Sevayre Xavier Figueira Vasconcelos
Madeira Menezes
1789 Dom Diogo Pereira Francisco Capitão José Capitão Luis António Diogo d
Forjás Coutinho Correia Rodrigues Alexandre Francisco Ornelas
governador da Bettencourt Pereira Sevayre Xavier Figueira Felgueira Perei
Madeira de Britto
1790 Dom Diogo Pereira Francisco Capitão José Capitão Luis Tomás de João Pau
Forjás Coutinho Correia Rodrigues Alexandre Cantuária Esmeraldo
governador da Bettencourt Pereira Sevayre Betencurt
Madeira Henriques
Vogado
1791 Dom Diogo Pereira Francisco Capitão José Capitão Luis Domingos Antonio Joã
Forjás Coutinho Correia Rodrigues Alexandre Telles de Betencurt
governador da Bettencourt Pereira Sevayre Menezes Henriques
Madeira
1792

1793 Dom Diogo Pereira Francisco Capitão José Capitão Luis Domingos Jose Fracisc
Forjás Coutinho Correia Rodrigues Alexandre Telles de Esmeraldo
governador da Bettencourt Pereira Sevayre Menezes Betencurt
Madeira Henriques
1794 Dom Diogo Pereira Francisco Capitão José Capitão Luis Domingos Jose Fracisc
Forjás Coutinho Correia Rodrigues Alexandre Telles de Esmeraldo
governador da Bettencourt Pereira Sevayre Menezes Betencurt
Madeira Henriques
1795 Dom Diogo Pereira Francisco Capitão José Capitão Luis Domingos Jose Fracisc
Forjás Coutinho Correia Rodrigues Alexandre Telles de Esmeraldo
governador da Bettencourt Pereira Sevayre Menezes Betencurt
Madeira Henriques
1796 Dom Diogo Pereira Francisco Capitão José Capitão Luis Domingos Jose Fracisc
Forjás Coutinho Correia Rodrigues Alexandre Telles de Esmeraldo
governador da Bettencourt Pereira Sevayre Menezes Betencurt
Madeira Henriques
1797 Dom Diogo Pereira Francisco Capitão José Capitão Luis Manoel de Jose Fracisc
Forjás Coutinho Correia Rodrigues Alexandre Santa Ana Esmeraldo
governador da Bettencourt Pereira Sevayre Betencurt
Madeira Henriques
1798 Dom Diogo Pereira Francisco Capitão José Capitão Luis Manoel de José Fracisc
Forjás Coutinho Correia Rodrigues Alexandre Santa Ana Esmeraldo
governador da Bettencourt Pereira Sevayre Betencurt
Madeira Henriques
1799 Luis Vicente Luis Correia Tomás de Henrique Marcos João Joaquim Mano
Carvalhal Accioly Cantuária Correia de de Ornellas de França
Esmeraldo Villena
Vasconcelos Henriques
Bettencurt Sá
Machado
1800 Dom Luis Francisco Capitão José Cónego Marcos João António d
Rodrigues Vilares Correia Rodrigues antónio de Ornellas Freitas da Silva
bispo do Funchal Betencourt Pereira Accioly
Bettencourt
Bibliografia

I - Fontes Manuscritas
I - ADF
Documentos avulso:

Acto notarial de venda de um imóvel sito nos arredores da Sé para a


construção do Aljube.

Alvará para a concessão de esmola aos pobres do Hospital da Misericórdia -


1725

Alvará para a concessão aos enfermos, pobres e expostos de dos Legados


não Cumpridos. 1787

Breve de Capelania - sem data

Bula papal - em Latim

Disposições impostas à Mesa da Misericórdia por dona Maria Brandão -


Capelas instituídas - 1729

Funeral da mulher de um irmão da Confraria da Misericórdia

Mapa das capelas que a Misericórdia manda cumprir anualmente. 1787

Peditório para o Asilo da Santa Casa da Misericórdia do Funchal 1858.

Regulamento interno do Hospital de Santa Isabel. Sem data (provavelmente


do século XIX)

Requerimento de António Madeira, estudante para que lhe seja concedida


certidão de “limpeza de sangue” para se ordenar
II - AHV
Caixa II, doc nº 337,358
Caixa III, doc nº 434
Caixa IV, doc nº 815
Caixa V, doc nº 815
CaixaXIII, doc nº 3700, 3701, 3702,3703

III - ANTT
Chancelaria de D. João V, L110, FL 208 verso
Chancelaria de D. João V, L32, FL 52 verso
Chancelaria de D. João V, L23, FL 89 verso
Chancelaria de D. João V, L24, FL 56 verso
Chancelaria de D. João V, L39, FL 331 verso
Desembargo do Paço, Corte, Estremadura e Ilhas, maço nº60, nº6
Cabido da Sé do Funchal, doc B, X - Misericórdia, Santa Casa da

IV - ARM
Acordãos da Junta, L442, 707
Arrematações, L31, 32, 33
Assentos da Mesa, L34, 745, 746, 452, 705, 706
Bens, L 45,46,47
Capelania, L138
Confraria da Misericórdia, L161
Doações à Santa Casa, L 228
Doentes, L708, 261
Heranças, L 408, 409, 410
Penhores, L475
Quitações, L485,486
Receita e Despesa, L 105, 556, 557, 558, 559, 560, 561, 562, 563, 564, 565, 566,
567, 568, 569, 570, 571, 572, 573, 574,575, 576, 577, 578, 579, 560, 561, 562, 563
,564, 565, 566, 567, 568, 569, 570, 571, 572, 573, 574, 575, 576, 577, 578, 579, 580,
581, 582, 583, 584, 585, 586, 587, 588, 589, 590, 591, 592, 593, 594, 595, 596, 597,
598, 599, 600, 601, 602,603, 604, 605, 606, 607, 608, 609, 610, 611, 612, 613, 614,
615, 616, 617, 618, 619, 620, 621, 622, 623, 624, 625, 626, 627, 628, 629, 630, 631,
632, 633, 634, 635, 634, 635, 636, 637, 638, 639, 640, 641, 642, 643, 644, 645, 646,
647, 648, 649, 650
Tombos, L710

V - ASCML
Documentos avulso
BMF
Noronha, Henrique Henriques de, Memórias sobre a Creação e Augmento do
Estado Eclasiástico na Ilha da Madeira, offerecidas ao padre Filipe José Nuns por
Mrs Frances Edwards em 25 de Agosto de 1857.
------------------------------------------Memórias seculares e Eclesiásticas para a
Composição da História da Diocese do Feunchal (Ilha da Madeira). Destribuidas na
forma do Systema da Academia Real de História Portuguesa por Henrique
Henriques de Noronha. Académico Provincial. Ano 1722. Copiado em 1925-1926
por João José Maria Rois de Oliveira.

II - Fontes impressas

Bula papal, arquivo da Diocese do Funchal

Compromisso da Confraria da Misericórdia, Lisboa, 1516

Gazeta da Madeira, 1º ano, nº27,Quinta-feira 23 de Agosto 1866

Patriota Funchalense, nº24, Funchal 22 de Setembro 1821

Compromisso da Misericórdia do Funchal da cidade do Funchal da Ilha da Madeira, comp. e


impresso Tip “Jornal”, 25-11-1942

I - Obras Gerais:

Dicionário da História de Portugal, coordenação de Joel Serrão, vol I, II, III, IV, V.
Iniciativas Editoriais. 1975

Enciclopédia Luso Brasileira de cultura, 50 volumes e 10 volumes de Adendas, Lisboa/


Rio de Janeiro. Edição editorial Enciclipédia Ltdª. 1935- 1990.

História de Portugal, dirigida por Damião Peres, 10 volumes, Barcelos Portucalense


Editora, 1931-1932.

História da Arte em Portugal, dirigida por Carlos Moura, publicações Alfa, Lisboa 1986

Serrão, Joaquim Verríssimo. História de Portugal, 12 volumes, Lisboa, verbo, 1977-


1990.

II - História de Portugal

Abreu, Laurinda Faria dos Santos, A Santa Casa da Misericórdia de Setúbal de


1500 a 1755: aspectos de sociabilidade e poder, publicação da Santa
Casa da Misericórdia de Setúbal, Setúbal 1990

Azevedo, José Lucio de, Épocas de Portugal Económico. Esboços de História,


Lisboa, Clássica editora, 1978

Basto, Artur de Magalhães, História da Santa Casa da Misericórdia do Porto,


Porto, 1934 e1964

Correia, Fernando da Silva, Origem e Formação das Misericórdias Portuguesas,


Estudos sobre a História da Assistência, Lisboa, 1944

Freitas, Divaldo Gaspar de, Apontamentos para a História da Santa Casa da


Misericórdia de Cantanhede, comunicação apresentada ao IV
Congresso das Misericórdias - Lisboa, Dezembro 1958
Godinho, Vitorino Magalhães. Estrutura da Antiga Sociedade Portuguesa, Lisboa
1971, 2ª edição.

Goodolphin, Costa: As Misericórdias, Lisboa imprensa Nacional. 1897.

Lamy, Alberto Sousa, História da Santa Casa de Ovar,1934

Macedo, António Borges, A Situação Economica no Tempo do Pombal, Gradiva


publicações Ldª, Lisboa, 3ªedição: Maio/89

Martins, José F. Ferreira, A Santa Casa da Misericórdia de Goa,

Pimenta, José Maria de Oliveira, Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima

Ribeiro, Vitor, A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Lisboa, typographia da


Academia Real das Sciencias, 1902

Santos, Reynaldo dos, Oito séculos de arte portuguesa, II volume, Empresa


Nacional de Publicidade, Lisboa

Zerich, Henrique Perez, As Obras de Misericórdia, vol II, Lisboa, sem data

III - História do Arquípelago da Madeira

Aragão, António, dirigido por, Arquivo Histórico da Madeira, vol XVIII, Junta
Geral do Distrito do Funchal, Funchal, 1974

Clode, Luíz Peter, O nome completo do pintor Nicolau Ferreira, Das Artes e da
História da Madeira, Vol VIII , 1952

Costa, José Pereira da. Assistência Médico - Social da Madeira e a Escola Médico
Cirurgica do Funchal, Governo regional da Madeira. Secretaria
Regional do turismo Cultura e Emigração, DRAC
_______________ Notas sobre o Hospital e a Misericórdia do Funchal, AHM-
Vol XIV

Figueiredo, A. Bandeira de, Introdução À História Médica da Madeira


(com subsídio da Junta Geral do Distrito autónomo do Funchal),
Porto 1963

Frutuoso, Doutor Gaspar. As Saudades da Terra. Livro II (História das Ilhas do


Porto Santo, Madeira e Selvagens). Manuscrito do Século XVI
anotado por Álvaro Rodrigues de Azevedo, Funchal, Tipografia
Funchalense 1863.

Pereira, Eduardo Clemente Nunes, Ilhas de Zarco, 2 volumes. edição da Câmara


Municipal do Funchal, 1967

Santos, Eugénio dos, A Sociedade Madeirense na época Moderna: alguns


indicadores ...Actas do primeiro colóquio internacional de História da
Madeira,vol II, Governo Regional da Madeira, 1986.

Silva, Fernando Augusto da, Elucidário Madeirense, vol I, II e III, Funchal


_________________________, A Santa Casa da Misericórdia do Funchal, Breve
Notícia Histórica, tip. “Jornal”, Funchal, 1942
_________________________,Diocese do Funchal, Sinopse Cronológica,
Tipografia Esperança, Funchal, 1945
Sousa, João José Abreu de O. , Movimento do Porto do Funchal e a Conjuntura da
Madeira de 1727 - 1810, alguns aspectos. Funchal, edição Secretaria
Regional do Turismo, Cultura e emigração, DRAC, 1989.

Vaz, Fernando Meneses, Famílias da Madeira e Porto Santo, edição da Junta Geral
do Distrito Autónomo do Funchal, 1964

Vieira, Alberto, Os escravos e Assistência Hospitalar no Funchal - séculos XV a


XIX, (não publicada).

Zagalo, Manuel C. de Almeida Cayole. “ Algumas Palavras sobre o Património


Artístico da Ilha da Madeira”, Arquivo Histórico da Madeira, vol VI.
___________________________________, A Pintura nos séculos XV e XVI da Ilha
da Madeira, Lisboa 1943.
Índice de ilustrações

1- Edifício da Santa Casa da Misericórdia do Funchal, primeira metade do século XX, pág. 6
2 - Eleição da Mesa da Misericórdia - página de rosto do livro receita e despesa, n.º 553, pág. 9
3 - Frontispício do livro receita e despesa n.º 563 da Misericórdia do Funchal, pág. 45
4 - Frontispício do livro receita e despesa n.º 513 da Misericórdia do Funchal, pág. 87
5 - Capela de Santa Isabel da Misericórdia do Funchal, pág.
6 - Pormenor do portão da Capela de Santa Isabel, pág. 120
7 - Entrada principal da Misericórdia do Funchal - Avenida Arriaga, pág. 120
8 - Interior da Capela de Santa Isabel, pág. 122
8 A - Teto da Capela antiga, pág. 126
9 - Portão actual - Igreja da Boa Nova, pág. 125
10 - Altar-mor da Capela de Stª Isabel, tal como se encontra hoje na Igreja da Boa Nova, pág. 127
11 - Retábulo do altar-mor - pormenor da talha, pág. 128
12 - Retábulo do altar-mor - sacrário, pág. 129
13 - Retábulo do altar-mor - nicho lateral direito, pág. 130
14 - Retábulo do altar-mor - nicho lateral esquerdo, pág. 131
15 - Retábulo do altar-mor - árvore de Jessé, pág. 132
16 - Painéis de azulejos da antiga capela de Santa Isabel, colocados na base do altar-mor - Igreja da
Boa Nova, pág. 133,134,135,136
17 - Santa Isabel e Nossa Senhora - Museu de Arte Sacra Funchal, pág. 138
18 - Cristo Crucificado - Museu de Arte Sacra do Funchal, pág. 139
19 - Cálice - Museu de Arte Sacra Funchal, pág. 141
20 - Vaso de Comunhão - Museu de Arte Sacra Funchal, pág. 142
21 - Cruz processional - Museu de Arte Sacra Funchal, pág. 143
22 - Custódia de prata dourada- Museu de Arte Sacra Funchal, pág144
23 - Lampadário de prata - Museu de Arte Sacra Funchal, pág. 145
24 - Turíbulo de prata - Museu de Arte Sacra Funchal, pág. 146
25 - Porta de Sacrário - Museu de Arte Sacra Funchal, pág. 147
26 - Véu de ombros - Museu de Arte Sacra Funchal, pág. 148
27 - S. Nicolau - Museu de Arte Sacra Funchal, pág. 150
28, 29,30 - Visitação de Nª Srª Stª Isabel - sede da Stª Casa da Misericórdia, pág. 152 e 153
31 - Rainha Dona Leonor - sede da Stª Casa da Misericórdia, pág154
32 - Benfeitora anónima da Misericórdia - sede da Stª Casa da Misericórdia, pág. 155
33 - Benfeitora anónima da Misericórdia - sede da Stª Casa da Misericórdia, pág. 156
34 - Tríptico - Museu das janelas Verdes - Lisboa, pág. 157
35 - Planta do andar térreo do edifício da Misericórdia, pág.
36 - Planta do primeiro piso do edifício da Misericórdia, pág.
37 - Planta do Segundo piso do edifício da Misericórdia, pág.

Índice de quadros

Pág.
A - Receitas da Santa Casa da Misericórdia do Funchal - século XVIII 53A
1 - Provedores da Santa Casa da Misericórdia do Funchal - século XVIII 17
2 - Escrivães da Santa Casa da Misericórdia do Funchal - século XVIII 21
3 - Tesoureiros da Santa Casa da Misericórdia do Funchal - século XVIII 24
4 - Mordomos do Hospital da Santa Casa da Misericórdia do Funchal - séc. XVIII 27
5 - Mordomos dos presos da Santa Casa da Misericórdia do Funchal - séc. XVIII 29
6 - Informadores da Santa Casa da Misericórdia do Funchal - século XVIII 31
7 - Ordenados dos Capelães 40
8 - Foros de trigo 50
9 - Pedidores de domingo 51
10 - Dinheiro a juro proveniente da herança do Dr. Ferreira Pazes 58
11 - Rendimento dos cabritos 71
12 - Despesas da Santa Casa da Misericórdia do Funchal - século XVIII 73
13 - Médicos e seus vencimentos 91
14 - Ordenado dos cirurgiões 92
15 - Sangradores da Santa Casa 95
16 - Remuneração do pessoal auxiliar 97
17 - Preço das carnes - 1703 99
18 - Movimento do Hospital de Santa Isabel 102
19 - Despesas da botica 105
20 - Receitas da botica 107
21 - Órfãs do Recolhimento 109
22 - Receitas e despesas do Recolhimento 110
23 - Ofícios pelos irmãos defuntos 113
24 - Presos que a Santa Casa livrou e sustentou 114
25 - Receitas da Santa Casa da Misericórdia do Funchal - 1700 a 1799 Apêndice
26 - Despesas da Santa Casa da Misericórdia do Funchal - século XVIII Apêndice
27 - Foros, juros e rendas pagas a dinheiro ano de 1700 Apêndice
28 - Mesa da Santa Casa da Misericórdia do Funchal - século XVIII Apêndice
Índice de gráficos
Pág.
1 - Rendimentos da Santa Casa da Misericórdia do Funchal século XVIII 48
2 - Rendas pagas a dinheiro 54
3 - Rendimentos da Santa Casa (por quinquénios) 55
4 - Despesas da Santa Casa (por quinquénios) 74
5 - Despesas da Santa Casa da Misericórdia do Funchal 75
6 - Receitas despesas e saldo segunda metade do século XVIII 80
7 - Receitas despesas e saldo primeira metade do século XVIII 81
8 - Doentes 102 A
9 Óbitos 102 B
10 - Doações, receitas e despesas do Recolhimento 110 A

Anda mungkin juga menyukai