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III Dimensões da acção humana e

dos valores
2. A dimensão estética análise e
compreensão da
experiência estética

Chagall, Universidade de Jerusalém


2.3 A arte: produção e consumo,
comunicação e conhecimento

Sumário

A multidimensionalidade da obra de arte. A arte como:


• forma de revelação de «novos modos de «ver» o sujeito
e o mundo
• linguagem - pluralidade de sentidos da obra de arte
• criação – o valor artístico das imitações
• mercadoria e bem de consumo
Problema

Qual é o estatuto
e o valor da arte
no Mundo
actual?
Vasarely, 5
De que resulta a dificuldade
de definir a natureza da arte?

Resulta da sua complexidade: sendo uma


actividade humana presente em contextos, épocas
e culturas muito diferentes, apresenta uma
multiplicidade de formas e funções
A esta multiplicidade formal e funcional
corresponde uma pluralidade de perspectivas
de abordagem
É por isso que existem diferentes interpretações
teóricas da natureza da arte
A arte serve a religião?

Josefa de Óbidos (1630 - 1684), Natividade


Bailarinos: Albena Denkova e Maxim Staviski
Há vários modos de abordar a arte

Podemos abordá-la como:

• Actividade de imitação da Natureza


e da acção, expressão e
comunicação de sentimentos ou
produção de formas (já estudado)
• Forma revelação: novos modos de
“ver” o sujeito e o mundo
• Linguagem
• Como criação
• Produto sujeito às leis do mercado
e ao consumo
O cinema é uma forma de revelação
do mundo?
A arte como forma de revelação
A arte pode dar-nos um outro entendimento da natureza e da condição
humanas, levando-nos a olhar de maneira diferente a realidade

Diz o poeta Roberto Browning

A natureza é completa
Suponhamos que a reproduzias – (o que não podes)
Não vale a pena! Tens então de a superar
Pois, não vês, somos feitos de tal modo que amamos
Primeiro quando as vemos pintadas, coisas por que passamos,
Talvez cem vezes, sem que fossem vistas;
E assim estão melhores pintadas...

O autor valoriza a capacidade da arte para reorientar o olhar, levando-


- nos a descobrir aquilo a que habitualmente não prestamos atenção
Na literatura, numa peça de teatro
ou num filme
Podemos constatar que a arte pode ajudar-nos
a compreender melhor quem somos e como
devemos relacionar-nos com os outros

Diz Gordon Graham M. Scorsese, The Aviator, 2004

Os romances e os poemas oferecem padrões de relacionamento humano, da sua


realização, da destruição ou corrupção e estes podem entrar directamente na
experiência moral daqueles que reflectem sobre o modo como é melhor viver,
porque os recursos da arte revelam-nos o «como se sente» interior tanto quanto o
«como é» exterior. (...) A literatura pode criar e explorar vidas interiores muito mais
intensamente. É na literatura – poemas, romances e peças – que as nossas auto-
-imagens são desenhadas com a maior complexidade e em que a exploração das
imagens constitutivas da vida moral e social é mais óbvia.
G. Gordon, Filosofia das Artes, Introdução à Estética, Lisboa
Cognitivismo estético

O Cognitivismo estético
Afirma que a arte pode alargar o nosso conhecimento, por
representar a diversidade da experiência e influenciar a
maneira como olhamos o mundo

Arte e Ciência
As obras de arte não expõem teorias nem descrevem
factos (como faz a Ciência), fornecem imagens que podem
ajudar-nos a esclarecer a nossa experiência

Por isso, Arte e Ciência são modos diferentes


e complementares de aumentar o nosso conhecimento
(ainda que o conhecimento proporcionado pelas obras de arte
não seja teórico e descritivo, como o das teorias científicas)
O teatro dá-nos a conhecer o mundo?
A. José da Silva, Ensopaida
Arte como linguagem:
pluralidade de sentidos da obra de arte
A arte pode ser abordada como uma linguagem: ela traduz ou
representa uma experiência, uma impressão, ou uma concepção
através de um conjunto de sinais, signos ou símbolos, sejam sons,
palavras, linhas, cores, volumes, movimentos...

Estes elementos representativos – símbolos – em que o artista


materializa a sua intenção, remetem para múltiplos referentes, pois
podemos associá-los a objectos ou situações muito diversos

Neste contexto, chamamos símbolo a um sinal ou elemento


representativo que está em lugar de uma outra realidade, tendo poder
de a evocar
Companhia Nacional de Bailado

A dança é uma linguagem?


A linguagem polissémica da Arte
A linguagem científica ou filosófica é rigorosa (os termos são etiquetas
aplicados a um único referente)

Ao contrário, na arte os símbolos remetem para múltiplos referentes

A linguagem artística usa signos abertos (sinais que não possuem um


significado preciso e unívoco - polissémicos), que convidam o receptor
a recriar significados

Polissemia é a característica dos signos (da arte) de terem múltiplos


significados ou interpretações

A partir da sua própria experiência e sensibilidade, o público constrói


o significado da obra. Por isso, cada obra contém um potencial de
significação que confere à arte vitalidade e actualidade, permitindo-nos
admirar obras antigas, apesar das diferenças entre as concepções
estéticas e cânones de beleza
A arte como criação
Quais são os factores necessários para a criação artística?

O que é que de tornou possível a criação de obras admiráveis como


Pietá, Guernica ou Os Lusíadas?

A maioria dos especialistas concorda que a criação de uma obra de


arte implica:
• intencionalidade: a(s) intenção(ões) do artista são muitas vezes,
elementos importantes para a compreensão da obra

• talento e técnica: conhecimento das diferentes possibilidades de realizar o


objecto e domínio exímio das técnicas

• génio ou inspiração: consiste na capacidade de inovação, ou originalidade,


e na criação de novas regras; é o que permite passar do domínio da técnica
à arte
Fazer
facilmente
o que
outros
acham difícil

é talento;
fazer o que é
impossível
para o
talento,
é genialidade

Henri-Frederic
Amiel

Picasso (1881 – 1973), Deux femmes-nues


Síntese
Artesão (domínio Artista menor Artista autêntico
da técnica) (génio ou inspiração)

► Destreza no uso ► Domínio das regras ► Artista criador de


dos meios, domínio normas
das regras ► Produção de
objectos artísticos ► Cria novas formas
► Produção segundo as regras de configuração
de artefactos para fixadas por uma da experiência
uso prático corrente estética,
com o objectivo ► Faz aparecer um novo
de aperfeiçoar estilo de arte
e refinar os
detalhes (talento)
O problema da autenticidade da obra de arte
A teoria clássica da arte como imitação valoriza a capacidade
de reprodução do modelo, não a originalidade da obra de arte

A originalidade só se tornou valor estético a partir do


Renascimento:
nessa época, a utilização da perspectiva rompeu com a concepção
clássica (mimesis), e criou novas formas de representar

Contudo, até ao século XVIII não era valorizado o trabalho de um


criador, mas da sua escola, pelo que muitas pinturas dos séculos
XV, XVI e XVII são identificadas como “pertence à escola de…”

Só a partir do Romantismo se começa a valorizar a relação entre


o artista e a obra, e a distinguir obra original, cópia e falsificação.
Obra de arte original

A obra de arte
original rompeu
com o estilo,
os cânones
e as
formas
tradicionais de
conceber arte
Magritte (1898 – 1967), A arte da conversação
Pensar Azul Texto Editore

Mulheres paquistanesas
Imitações e valor artístico

No mundo da arte é muito importante distinguir o original das imitações:


é o problema da autenticidade

Isto é particularmente importante nas artes plásticas (desenho, pintura


escultura, gravura ou fotografia), embora também exista na literatura
(imitação ou falsificar originais)

Distinguem-se dois tipos de imitações: a cópia de uma obra ou


a imitação de um estilo

Embora, por vezes, a qualidade técnica das cópias torne muito difícil
distinguir a cópia do original, os novos métodos de análise permitiram
identificar muitas falsificações

Mesmo assim, ninguém pode garantir que não continuem a existir


cópias tomadas como obras originais
René Magritte (1898 – 1967), La Promesse
Obras originais
São mais valorizadas
1. Razões económicas, sociais e psicológicas
• o valor nos mercados: o quadro original tem preço mais elevado
• o gosto dos coleccionadores, que preferem possuir objectos únicos
•uma certa atitude de veneração do original (é uma espécie de
relíquia).

2. Razões estéticas
• A percepção do objecto pode ser modificada pelo conhecimento do
contexto e da intenção do artista
• o significado da obra original do artista: o pintor anónimo que faz uma
réplica perfeita de um quadro, ou que copia um estilo, não tem o
mesmo mérito, porque não é criador do quadro nem do estilo
• as réplicas mostram a habilidade técnica do imitador, mas são indícios
Cézanne (1839/1906), As grandes banhistas

Uma cópia perfeita de um quadro de Cézanne


tem o mesmo valor que o original pintado por
Cézanne?
Impacto da
industrialização na arte
A arte é mercadoria e bem
de consumo?

Uma das consequências


da industrialização
e do progresso
tecnológico foi a tendência
para a valorização dos bens
materiais e para
a transformação dos
bens culturais em bens
de consumo.
F. Picabia, Pen and ink on paper (1915)
Arte e mercado
Nas sociedades industrializadas, a arte tornou-se uma mercadoria
e, como tal, objecto de especulação económica e um indicador
de estatuto social

A aquisição de obras de arte pode ter duas motivações:


• lucro: transaccionar obras é uma forma rentável de investimento
• promoção social: a posse de obras de arte é um indicador de estatuto social

Dado que o comércio de arte obedece às leis do mercado, os galeristas


e as multinacionais de arte, servem-se da publicidade para divulgar a arte
e condicionar os padrões de gosto, inflacionando preços.
Arte e consumo

>>>
Os progressos da técnica (facilidade e a qualidade das reproduções)
tornaram as obras de arte acessíveis
Esta acessibilidade tem vantagens e desvantagens
O consumo massificado da arte leva ao esquecimento da essência
da arte, conduzindo à sua banalização
>>>

A omnipresença e o consumo da arte não substitui as condições


interiores propícias à experiência emocional: entrega, interesse
e tempo para ver, dialogar e sentir a obra
Só assim haverá fruição da experiência estética
A beleza natural é objecto de consumo?

Turismo rural, Cabeceiras de Baixo


O que é importante?
Será que
o valor
económico
pode ser
critério para
aferir
a qualidade
estética
de uma
obra de arte?

Não deveria
ser o inverso?
(
Van Gogh, Cottage
moda, e é
alvo do
interesse dos
coleccionadores

e do mercado
de
arte, adquire
o
estatuto de
“melhor arte”
e, por isso,
Forma
do conhecimento

Aprender a olhar
e alargar o
conhecimento da Mercadoria
experiência e da ▼
Linguagem condição humana Mercado de arte
▼ (concorrência)
Pluralidade

de sentidos
Risco de manipulação

Público recria
significado da obra
ARTE ▼
Comércio pode
Multiplicidade influenciar o valor
de formas das obras
e funções

Artista Acessibilidade
▼ ▼
Consumismo,
Intencionalidade
superficialidade, pressa
Técnica

Talento Banalização da arte
Génio ▼
▼ Dificuldade de aceder
Criação à experiência estética
Ninguém está Perguntas
dispensado de
responder ao
questionário do
Exercício Estética 3

As respostas podem
ser dadas:
4.On-line (através do
“Moodle”)
5.Em papel (fornecido
pelo professor)

O exercício será feito


em sala de aula.

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