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Curso de Multiplicadores da

Campanha Nacional Antidrogas


Federação Espírita Brasileira

Projeto do Curso de Capacitação de Multiplicadores ............ 1

Drogas Lícitas e Ilícitas: aspectos médicos ................................ 4

Drogas Lícitas e Ilícitas: aspectos sócio-educativos .................... 13

Drogas Lícitas e Ilícitas: implicações espirituais ......................... 30

ANEXOS
I — SAIBA MAIS SOBRE AS DROGAS
II — ONDE BUSCAR AJUDA: CENTROS DE REFERÊNCIA

Brasília, outubro de 2003

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DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS: ASPECTOS MÉDICOS

Quantos homens caem por sua própria culpa!


(...) Quantos se arruinam por falta de ordem, de
perseverança, pelo mau proceder, ou por não
terem sabido limitar seus desejos! (...) Quantas
doenças e enfermidades decorrem da
intemperança e dos excessos de todo gênero!
Allan Kardec: O Evangelho segundo o Espiritismo,
cap. V, item 4.

1. CONCEITO
A Organização Mundial de Saúde define droga como qualquer substância que,
uma vez introduzida no organismo vivo, pode modificar uma ou mais de suas funções,
exceto aquelas necessárias à manutenção da saúde normal.

2. CLASSIFICAÇÃO
A existência de várias classificações para as drogas é um indício de que
nenhuma é satisfatória. Uma das mais utilizadas é a seguinte:

— Drogas estimulantes: cocaína, crack, anfetaminas, ecstasy, nicotina, cafeína.


— Drogas depressoras: ópio, opiáceos e opióides, hipno-sedativos, tranqüilizantes,
álcool.
— Drogas alucinógenas: LSD (ácido lisérgico), psilocibina, mescalina, MDA, MDMA,
maconha.
— Drogas inalantes: solventes orgânicos, nitritos voláteis, óxido nitroso.

Outra classificação muito prática – veiculada pela Secretaria Nacional Antidrogas


do governo brasileiro – é esta:

• Drogas que diminuem a atividade mental: são as drogas depressoras. Afetam o


cérebro, fazendo com que funcione de forma mais lenta. Essas drogas diminuem a
atenção, a concentração, a tensão emocional e a capacidade intelectual. Exemplos:
ansiolíticos (tranqüilizantes), álcool, inalantes (cola), narcóticos (morfina, heroína).

• Drogas que aumentam a atividade mental: são as drogas estimulantes. Afetam o


cérebro, fazendo com que funcione de forma mais acelerada. Exemplos: cafeína,
tabaco, anfetamina, cocaína, merla, crack.

• Drogas que alteram a percepção: são as substâncias alucinógenas. Provocam


distúrbios no funcionamento do cérebro, fazendo com que ele passe a trabalhar de
forma desordenada, numa espécie de delírio. Exemplos: LSD, ecstasy, maconha.

As drogas também são classificadas, do ponto de vista legal, em lícitas e ilícitas.


As primeiras são vendidas livremente, como o álcool e o tabaco, enquanto as segundas
têm a sua comercialização restrita e controlada (tranqüilizantes, morfina, anti-

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depressivos, anorexígenos, etc.), ou terminantemente proibida (maconha, cocaína,
crack, merla, heroína, ecstasy, etc.), estando sujeitos os seus infratores ao rigor da lei.
A ação de cada droga vai depender do tipo da droga (estimulante, depressora ou
perturbadora, da via de administração da droga pelo organismo (aspirada, fumada,
injetada), da quantidade de droga utilizada, da freqüência do uso da droga, da absorção
e da eliminação da droga pelo organismo, da associação com outras drogas, do
contexto social e das condições psicológicas e físicas do indivíduo.

3. QUE RAZÕES LEVAM ALGUÉM A USAR DROGAS?


Muitas são as razões que podem levar alguém a usar drogas. Cada pessoa
tem seus próprios motivos. As principais são as seguintes:
a) A oportunidade surgiu e o jovem experimentou.
b) O uso de drogas pode ser visto como algo excitante e ousado pelos jovens.
c) As drogas podem modificar o que sentimos. Esse poder de transformação das
emoções pode se tornar-se um grande atrativo, sobretudo para os jovens.
d) Muitas pessoas acreditam que os jovens acabam consumindo drogas pela
influência de colegas e amigos (pressão de grupo).
e) O uso de drogas pode ser uma tentativa de amenizar sentimentos de solidão, de
inadequação, baixa auto-estima ou falta de confiança.
f) Desajustes familiares e deficiência na formação ético-moral dos jovens.

4. AÇÃO DAS PRINCIPAIS DROGAS


Álcool etílico: O alcoolismo afeta 15% da população brasileira, e um em dez usuários
se torna dependente da droga. 90% das internações psiquiátricas por dependências de
drogas em hospitais brasileiros acontecem devido ao álcool. O álcool é obtido a partir
da cana-de-açúcar, de cereais ou frutas, através de um processo de fermentação ou
destilação. Em pequenas doses provoca desinibição, euforia, perda da capacidade
crítica. Em doses maiores provoca sensação de anestesia, sonolência e sedação. O
uso excessivo pode provocar náuseas, vômitos, tremores, suor abundante, dor de
cabeça, tontura, liberação da agressividade, diminuição da atenção, da capacidade de
concentração, bem como dos reflexos, o que aumenta o risco de acidentes domésticos,
de trabalho e de trânsito. O uso prolongado pode ocasionar doenças graves, por
exemplo: cirrose do fígado, câncer hepático e gástrico, atrofia cerebral, etc. Causa
dependência física e diminui a potência sexual. Do ponto de vista econômico os
prejuízos também são grandes, não só pelo dinheiro gasto com o tratamento dos
doentes, mas pela diminuição da produtividade e o elevado absenteísmo ao trabalho.
Sua abstinência causa delirium tremens.

Tabaco: extraído da folha do fumo. Age como estimulante, provocando ou aumentando


a sensação de prazer. Reduz o apetite, podendo levar a estados crônicos de anemia. O
uso prolongado causa problemas circulatórios, cardíacos e pulmonares, especialmente
acidentes vasculares, angina de peito, infarto do miocárdio, bronquite e enfisema
pulmonar. O hábito de fumar está freqüentemente associado a câncer de pulmão,

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bexiga e próstata, entre outros. Aumenta o risco de aborto e de parto prematuro.
Mulheres que fumam durante a gravidez têm, em geral, filhos com peso abaixo do
normal. A nicotina (tabaco) provoca dependência física e psíquica; sua abstinência
causa irritabilidade, palpitação, tontura, ansiedade, fadiga, Segundo a OMS(*), o cigarro
mata 5 milhões de pessoas por ano, no mundo.

Maconha: É uma droga que produz distorções da percepção. Seu elemento químico
ativo é o THC (delta-9-etrahidrocanabinol), extraído da planta Cannabis sativa. A
maconha comum contém uma média de 3% de THC. Depois do álcool e do fumo, a
maconha é a droga mais usada entre os estudantes brasileiros de 1o e 2o graus, 8%
dos quais revelam que já a utilizaram. Os efeitos da maconha vão depender do
conteúdo de THC contido no cigarro, da freqüência e do tempo de uso pelo dependente
e do uso concomitante de álcool ou de outras drogas. Algumas pessoas nada sentem
quando provam maconha pela primeira vez. Outras podem-se sentir entoxicadas e ou
excessivamente alegres (eufóricas). É comum que as pessoas que usam maconha
sintam grande interesse por estímulos visuais e auditivos. Os eventos triviais podem
parecer sumamente interessantes ou engraçados. O tempo parece passar muito
lentamente e, às vezes, a droga faz com que a pessoa sinta muita sede e fome. Logo
depois de inalar a maconha, a pessoa pode sentir boca seca, taquicardia, dificuldades
na coordenação do movimento e do equilíbrio, e reações ou reflexos lentos. Os vasos
sanguíneos dos olhos se dilatam e, por isso, ficam avermelhados. A pressão arterial
pode aumentar. Duas a três horas depois do uso, o usuário pode sentir muito sono. A
maconha causa prejuízo da atenção e da memória para fatos recentes. Algumas
pessoas podem apresentar alucinações, sobretudo visuais. Há diminuição dos reflexos,
aumentando o risco de acidentes. Em altas doses pode haver ansiedade intensa,
pânico e quadros psicológicos graves (paranóia). O uso contínuo prolongado pode levar
à síndrome da desmotivação (desânimo generalizado). A maconha contém cinco vezes
mais substâncias cancerígenas do que o cigarro comum, sendo muito maior a
probabilidade de o indivíduo ser acometido de bronquite, enfisema e câncer pulmonar.
O abuso da maconha pode afetar os hormônios masculinos e femininos e, portanto, as
características e função sexual. As doses altas podem adiar a puberdade dos meninos
e ter efeitos contrários na produção de esperma. Entre as mulheres a maconha pode
afetar o ciclo menstrual normal e inibir a produção de óvulos pelos ovários. É possível
que a maconha afete o sistema imunológico do indivíduo, predispondo-o a problemas
respiratórios, de natureza infecciosa. Mulheres grávidas que consomem maconha
podem afetar o desenvolvimento do feto ainda no útero; seus filhos nascem pesando e
medindo menos, e com menores dimensões de cabeça que os bebês de mães que não
usam drogas. Se a mãe que fuma maconha amamenta o filho, passa para ele o THC
através do leite do peito, cuja concentração é bem maior que a encontrada no sangue
daquela. O THC afeta as células nervosas na parte do cérebro onde se formam as
memórias. O aprendizado fica prejudicado ou é deficiente, principalmente para a
realização de tarefas que exijam alguma complexidade.

Cocaína e derivados: a cocaína é uma substância que estimula fortemente o sistema


nervoso central e é extraída de uma planta chamada Erytroxylon coca, ou

(*)
(Organização Mundial da Saúde).

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simplesmente coca. Os termos cocaína, pó, farinha, pasta de coca, crack e merla
indicam diferentes preparações obtidas da planta coca; portanto, todos esses produtos
da coca contêm cocaína. A pasta de coca e a merla são produtos com muitas
impurezas e a cocaína neles existente está sob uma forma que chamamos de base
(cocaína básica, insolúvel na água, mas que pode ser fumada. O mesmo ocorre com o
crack, que se apresenta em forma de pequenas pedras, que também tem a cocaína
básica e é bastante fumada. Já a farinha ou o pó é a cocaína sob a forma de um sal,
que é solúvel na água. O uso do pó é por aspiração ou por injeção endovenosa. Em
geral o pó de cocaína é usado por via intranasal, ou seja, por aspiração nasal, ou por
via intravenosa, quando dissolvida na água. Pode ser usada oralmente, embora não
seja comum. Pode ser fumada na forma de pedra (crack). A pasta de coca e a merla
também podem ser fumadas como cigarros. A cocaína é usada por seus efeitos
prazerosos. Ela provoca grande euforia e um prazer de difícil descrição. Quando a
cocaína é aspirada, seus efeitos surgem entre trinta segundos a dois minutos. Contém
vários adulterantes, substâncias usadas pelos traficantes para aumentar o lucro, tais
como talco, açúcar, farinha, pó de mármore, etc. A merla (pasta de cocaína fumada) é
uma mistura de cocaína + querosene + ácido sulfúrico + carbonato de cálcio, que causa
grandes estragos aos pulmões e enorme poder cancerígeno. O crack é uma mistura de
cocaína + bicarbonato de sódio + água + aquecimento, em forma de pedra para ser
fumada em cachimbo. Contém 75% de cocaína pura. É a forma de cocaína com maior
capacidade de causar consumo compulsivo e dependência. Os efeitos agudos da
cocaína são: euforia, sensação de energia aumentada, aumento das percepções
sensoriais, diminuição do apetite, ansiedade, diminuição da fadiga e da necessidade de
sono, aumento da auto-confiança, delírios de perseguição, taquicardia, sudorese,
tremores, aumento da temperatura corporal. Os efeitos crônicos são: depressão,
alucinações visuais, auditivas e táteis, síndrome do pânico (paranóia), desmotivação,
apatia, sonolência, irritabilidade. Quando a dependência se estabelece de forma
significativa há perda do interesse por tudo que não estabeleça relação com o uso da
droga: o usuário vive da droga e para a droga; o trabalho, a família, o próprio futuro não
têm a menor importância. A cocaína usada durante a gravidez pode provocar aborto
espontâneo, placenta prévia, parto prematuro, morte fetal, baixo peso da criança ao
nascer, hemorragia intracraniana, infartos cerebrais, hipóxia fetal, malformações do
recém-nascido. A morte que se segue à ingestão excessiva de cocaína (overdose) é
devida a infarto agudo do miocárdio, arritmias cardíacas, hemorragias cerebrais,
hiperpirexia (febre altíssima), convulsões e parada respiratória. O uso intravenoso de
cocaína tem contribuído significativamente para a disseminação do vírus da AIDS e das
hepatites B e C entre os seus consumidores, através do uso de agulhas e seringas
contaminadas. As principais indicações de internação para dependentes de cocaína
são: risco de suicídio, agressividade física importante, quadro psicótico, intensa
disfunção de vida do dependente ou incapacidade de lidar com tarefas básicas de sua
própria rotina (cuidados pessoais, alimentação), dependência associada de substâncias
que requerem tratamento hospitalar e fracasso das tentativas de abordagem
ambulatorial do dependente.

Anfetaminas: são drogas estimulantes, ou seja, alteram nosso psiquismo,


aumentando, estimulando ou acelerando o funcionamento do cérebro e do sistema
nervoso central. São drogas sintéticas, fabricadas em laboratório. Fazem parte da

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fórmula dos chamados moderadores de apetite, medicamentos usados para emagrecer.
Além desse efeito anorexígeno, as anfetaminas podem provocar um estado de grande
excitação e sensação de poder. São conhecidas como bolinhas e são muito usadas
pelos motoristas de caminhão, para não dormirem e dirigirem durante a noite, e pelos
estudantes, nas vésperas de provas, exames e concursos, para ficarem “acesos” sem
sentir cansaço. Provocam dependência física e psíquica. Consumidas por via oral ou
injetadas, são consideradas psicotrópicos estimulantes, por induzir a um estado de
grande excitação e sensação de poder, facilitando a exteriorização de impulsos
agressivos e incapacidade de julgar adequadamente a realidade. Doses altas pode
produzir alucinações e delírios. O uso prolongado pode levar à destruição do tecido
cerebral.

Ecstasy: é uma droga estimulante e que altera a percepção das coisas. O princípio
ativo do ecstasy é o mesmo do LSD. Muito usada em raves e boates, para estimular o
sistema corporal, alterando a percepção do mundo e fazendo com que as pessoas
tenham mais disposição para dançar a noite inteira, sem sentir cansaço. Sua forma de
consumo é por via oral, através da ingestão de um comprimido. Os usuários geralmente
o consomem com bebidas alcoólicas, o que intensifica ainda mais o efeito e agrava os
riscos. Os principais efeitos do ecstasy são uma euforia e um bem-estar intensos, que
chegam a durar 10 horas. A droga age no cérebro aumentando a concentração de duas
substâncias: a dopamina, que alivia as dores, e a serotonina, que está ligada a
sensações amorosas. Por isso, a pessoa sob efeito do ecstasy fica muito sociável, com
uma vontade incontrolável de conversar e até de ter contato físico com as pessoas. É a
chamada pílula do amor. Também provoca alucinações e percepções distorcidas de
sons e imagens. Os malefícios causados pela droga são: ressecamento da boca, perda
de apetite, náuseas, coceiras, câimbras, contrações oculares, espasmo do maxilar,
fadiga, depressão, dor de cabeça, visão turva, manchas roxas na pele, movimentos
descontrolados de vários membros do corpo, insônia, etc. Um dos maiores perigos
oferecidos pelo ecstasy decorre do fato de que, como ele é um estimulante
extremamente potente, a pessoa acaba fazendo coisas para as quais não teria
resistência. Desta maneira ela pode ter desidratação, problemas cardíacos e febre alta.
A principal causa de óbito é devida ao aumento da temperatura corporal, que pode
provocar febres de até 42 graus.

Opiáceos: Conhecidos popularmente com o nome de papoula do oriente, são extraídos


de uma planta chamada Papaver somniferum. Dessa planta é obtido um suco leitoso, o
ópio. Quando seco, esse suco passa a se chamar pó de ópio. A mais conhecida das
substâncias presentes no ópio é a morfina, que é um depressor do sistema nervoso
central. O ópio também contém outras substâncias, como a codeína, presentes em
alguns xaropes, e a heroína, que é uma droga semi-sintética resultante de uma pequena
modificação na fórmula da morfina. Essas substâncias são chamadas de opiáceos, ou
seja, oriundas do ópio. Os efeitos agudos dos opiáceos são: sensação de prazer;
induzem o sono e diminuem a dor, especialmente a morfina e a heroína; provocam a
sedação até a inconsciência; diminuem a libido, etc. Os efeitos do uso crônico ou
prolongado incluem a dependência à droga, que é muito rápida no caso da heroína;
síndrome da abstinência; instabilidade de humor, prisão de ventre; náuseas e vômitos;
efeitos tóxicos. Se injetados ou ingeridos em grandes doses, os narcóticos podem causar

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depressão respiratória e cardíaca graves. Em níveis mais extremos, a pessoa pode entrar
em estado de coma e, se não for atendida a tempo, chega a morrer. Levam facilmente à
dependência. O processo de abstinência provocado pela interrupção do seu consumo é
extremamente violento e doloroso, com náuseas e vômitos, diarréia, câimbras
musculares, cólicas intestinais, lacrimejamento, corrimento nasal.

LSD (d-lysergic acid diethylamide ou ácido lisérgico): O nome LSD, ou LSD-25, é


uma abreviatura de dietilamina do ácido lisérgico. O princípio ativo da droga é o MDMA,
ou Metilenodioxometanfetamina, e apenas algumas frações de grama são necessárias
para acarretar efeitos no ser humano; 0.05mg podem causar até 12 horas de
alucinações. É um alucinógeno sintético com estrutura semelhante ao neurotransmissor
serotonina. O LSD é consumido normalmente por via oral. A droga se apresenta em
cartelas subdivididas em "pontos", que é, efetivamente, onde está o princípio ativo. Para
se obterem em os efeitos da droga, esse "ponto" é ingerido pelo consumidor, ou
simplesmente deixado embaixo da língua. Além de poder ser ingerido, o LSD pode ser
também fumado, apesar de essa forma de consumo ser pouco comum.
Os efeitos do LSD são notavelmente semelhantes aos sintomas da conhecida
doença psiquiátrica esquizofrenia. A característica principal que distingue os efeitos da
esquizofrenia e do LSD é que o usuário de LSD sabe que as alucinações são induzidas
pela droga. É uma droga que induz rapidamente à tolerância. Os efeitos do LSD
ocorrem mais ou menos em três fases. Na primeira predominam os efeitos fora do
sistema nervoso central, como taquicardia, pupilas dilatadas e temperatura elevada. Na
segunda fase predominam os efeitos sensoriais, incluindo distorções sensoriais e
pseudo-alucinações. As distorções podem incluir pós-imagens persistentes como se as
imagens passadas e as atuais se sobrepusessem. Pode ocorrer também um fenômeno
conhecido como sinestesia. A sinestesia refere-se a uma mistura de informações
sensoriais, de modo que as cores podem ser “ouvidas” e os sons “vistos”. Os limites do
corpo podem ficar difíceis de serem distinguidos. Na terceira fase, ou fase psíquica, o
raciocínio pode ser interrompido, podem aparecer verdadeiras alucinações e até
episódios psicóticos e o medo de despersonalização e perda de identidade podem-se
tornar dominantes. O LSD tem efeitos analgésicos, que aliviam a dor e já foi
recomendado para pacientes terminais de câncer. Os efeitos do LSD vão variar na
dependência da personalidade e sensibilidade de cada um, do ambiente, da dose, da
expectativa. As reações psíquicas, exuberantes e variadas, geralmente são agradáveis
(“viagem legal”). Mas podem ser muito desagradáveis, com visões terrificantes,
sensações de deformações corporais, delírios persecutórios (mania de perseguição) e
sensação de morte iminente: são as “viagens” ruins.

Solventes: São substâncias capazes de dissolver coisas. Via de regra, todo solvente é
uma substância altamente volátil, isto é, evapora-se muito facilmente, podendo, por
isso, ser inalado. As substâncias voláteis mais comuns são o éter, o clorofórmio, a
gasolina, a benzina, o fluido de isqueiro, o carbex; devido a essa característica, são
chamados de inalantes. As substâncias usadas na indústria como solvente, diluente e
adesivas são: cola de sapateiro, tintas, vernizes, removedores, esmaltes, limpa-
manchas. Muitos dos solventes ou inalantes são inflamáveis, isto é, pegam fogo
facilmente. O consumo de solventes se dá principalmente em países do chamado

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Terceiro Mundo. São drogas muito utilizadas por meninos em situação de rua como
forma de, por exemplo, sanar a fome; e por estudantes de 1o e 2o graus, dado seu fácil
acesso e baixo custo. Podem ser aspirados voluntariamente – caso dos meninos de rua
que cheiram cola de sapateiro – ou involuntariamente, por trabalhadores de indústrias
de sapatos. No Brasil são também muito utilizados nas temporadas de carnaval, como
lança-perfumes, que contêm éter e clorofórmio em suas fórmulas. Após a aspiração, o
início dos efeitos é bastante rápido, indo desde uma pequena estimulação, seguida de
uma depressão, até o surgimento de processos alucinatórios. Os principais efeitos são
caracterizados por uma depressão da atividade do cérebro. O aparecimento dos efeitos
após a inalação foi dividido em 4 fases: 1o – Fase de excitação: a pessoa fica eufórica,
aparentemente excitada, ocorrendo perturbações auditivas e visuais; 2o fase: começa a
depressão. O usuário entra em confusão, desorientação, fica com a voz pastosa e
começa a ver e a ouvir coisas; 3a fase: aprofundamento da depressão, com reflexos
deprimidos, incoordenação motora, redução do estado de alerta; na 4a fase a
depressão se acentua, podendo levar à inconsciência. Há queda de pressão, sonhos
estranhos, convulsões, podendo chegar ao coma e à morte. A aspiração repetida,
crônica, pode levar à destruição dos neurônios, causando lesões irreversíveis. Os
indivíduos podem apresentar-se apáticos, com dificuldade de concentração e com
déficit de memória. O uso prolongado está freqüentemente associado a tentativas de
suicídio.

GLOSSÁRIO

• Dependência psíquica: condição na qual uma droga produz um sentimento de


satisfação e um impulso psicológico, exigindo uso periódico ou contínuo da droga
para produzir prazer ou evitar desconforto. É a dependência fundamental.

• Dependência física: estado de adaptação do corpo, manifestado por distúrbios


físicos quando o uso de uma droga é interrompido. Na dependência física a droga é
necessária para que o corpo funcione normalmente.

• Síndrome de abstinência: mal-estar experimentado pelo usuário de drogas ao


interromper o seu uso. É que seu organismo acostumou-se com a substância e sua
ausência provoca sintomas físicos, e/ou porque a pessoa acostumou-se a viver sob
os efeitos da droga, sentindo um grande impulso de usá-la com freqüência
(“fissura”).

• Experimentador: pessoa que experimenta a droga, levada geralmente por


curiosidade. Aquele que prova a droga uma ou algumas vezes e em seguida perde
o interesse em repetir a experiência.

• Usuário ocasional: utiliza uma ou várias drogas quando disponíveis ou em


ambiente favorável, sem rupturas (distúrbios) afetivas, sociais ou profissionais.

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• Usuário habitual: faz uso freqüente, sem rupturas nem perda de controle.

• Escalada: é quando a pessoa passa do uso de drogas consideradas “leves” para as


mais “pesadas”, ou quando, com uma mesma droga, passa de consumo ocasional
para consumo intenso.

• Tolerância: quando o organismo se acostuma com a droga e passa a exigir doses


cada vez maiores para conseguir os mesmos efeitos.

• Poliusuário: pessoa que utiliza combinação de várias drogas simultaneamente, ou


dentro de um curto período de tempo, ainda que tenha predileção por determinada
droga.

• Overdose: dose excessiva de uma droga, com graves implicações físicas e


psíquicas, podendo levar à morte por parada respiratória e/ou cardíaca.

• Delirium tremens: forma de perturbação mental passível de ocorrer em alcoólatras


e em viciados em ópio, e caracterizada por tremores, suores, dor precordial,
agitação e alucinações terrificantes.

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FONTES DE CONSULTA BIBLIOGRÁFICA

1. CAVALCANTE, Antônio M. Drogas: os caminhos da prevenção. Rio de Janeiro.


Editora Rosa dos Ventos. 1997. 126 p.

2. KALINA, Eduardo. Os efeitos das drogas no cérebro humano. São Bernardo do


Campo. Comunidade Terapêutica Bezerra de Menezes. 1997. 149 p.

3. KÜHL, Eurípedes. Tóxicos: Duas viagens. Belo Horizonte. Editora Espírita Cristã
Fonte Viva. 4a ed. 1991. 165 p.

4. LEITE, Marcos da C. Andrade, Arthur G. Cocaína e Crack. Porto Alegre. Editora


Artes Médicas Sul Ltda. 1999. 317 p.

5. LONGENECKER, Gesina L. Como agem as drogas. São Paulo. Editora Quark do


Brasil Ltda. 1998. 143 p.

6. MARTINS, Celso (e outros) As drogas e suas conseqüências. Belo Horizonte. Editora


Espírita Cristã Fonte Viva. 3a ed. 1997. 167 p.

7. NEHER, Carlos. Socorro, meu Deus – O pesadelo das drogas. Porto Alegre. Sagra
Luzzatto – Livreiros, Editores, Distribuidores. 1a ed. 1998. 87 p.

8. OLIVEIRA, Silvério da C. Conversando sobre as drogas. Rio de Janeiro. Editora e


Distribuidora Irradiação Cultural Ltda. 1997. 349 p.

9. SANTOS, Jorcelino L. Drogas: Psicologia e crime. Porto Alegre. Sagra Luzzatto –


Livreiros, Editores e Distribuidores. 1a ed. 1997. 150 p.

10. TIBA, Içami. Respostas sobre drogas. São Paulo. Editora Scipione. 3a ed. 1997.
127 p.

11. UCHOA, Marco A. Crack, o caminho das pedras. São Paulo. Editora Ática. 1996.
246 p.

12. SENAD:Secretaria Nacional Antidrogas do Governo Brasileiro: http://


www.senad.gov.br

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AS DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS: ASPECTOS SÓCIO-EDUCATIVOS

As noções religiosas, com a exemplificação dos


mais altos deveres da vida, constituem a base
de toda a educação, no sagrado instituto da
família. Emmanuel: O Consolador, questão 108.

Na análise do impacto das drogas lícitas e ilícitas entre as pessoas, é necessário


levar em consideração um elemento: Esse elemento é a educação, não a educação
intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos
livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos,
porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Considerando-se a aluvião
de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios,
sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as conseqüências
desastrosas que daí decorrem? Quando essa arte for conhecida, compreendida e
praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo
mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe
permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis. A desordem e a
imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse
o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de
todos.(Allan Kardec: O Livro dos Espíritos) Numa visão bem ampla, poderíamos
considerar a Educação como uma ação constante, ininterrupta, que modifica os seres,
auxiliando-os na escalada evolutiva, rumo à perfeição, na esteira infinita do tempo.
O consumo de drogas está presente em todas as sociedades humanas, ora em
rituais religiosos – permitindo ao homem entrar em contato com as divindades – ora em
festas – para obter prazer e divertimento. Mas, pouco a pouco, as drogas deixaram sua
função integradora mágica ou social para se transformarem em produto altamente
lucrativo.
De um modo geral, as campanhas contra o consumo de drogas concentram suas
baterias principalmente na maconha, cocaína, heroína e LSD, ou seja, as drogas
chamadas ilícitas. Entretanto, há uma série de drogas lícitas, que são comercializadas
livremente, sem nenhum controle, em bares, farmácias e outros estabelecimentos. O
álcool e o fumo, além de outras substâncias de uso caseiro e industrial (cola de
sapateiro, solventes, benzina, parafina, éter, acetona), estão nessa lista.
Também podem ser consideradas drogas lícitas determinados medicamentos,
como tranqüilizantes, psicoestimulantes e barbitúricos e ainda os esteróides
anabolizantes, usados para desenvolver a musculatura em jovens sadios. Essas
drogas, se utilizadas sem rigoroso controle médico, podem levar à psicodependência.
Drogas legais (lícitas) como álcool, cigarro, calmantes, inaladores, xaropes e a cafeína
(presente no café, chá, chocolate, guaraná e refrigerantes) têm seu uso permitido por
lei e estimulado pela sociedade, gerando lucros que os transformam em poderosas
indústrias.
O uso das drogas ilegais deteriora o indivíduo e a sociedade pelas conseqüências
danosas causadas ao corpo físico, às estruturas psíquicas e à inteligência. A melhor forma
de lidar com a questão das drogas é a informação e o debate sem preconceitos.
Desenvolver projetos e atividades para o esclarecimento e a orientação quanto aos
malefícios do uso de drogas é trabalhar pela PRESERVAÇÃO DA VIDA!

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O QUE SÃO DROGAS?
São substâncias químicas que causam alterações no corpo ou na mente de uma
pessoa. As drogas são, antes de tudo, um negócio lucrativo. Com efeito, fabricar
bebidas, cigarros, remédios, cocaína etc. é muito lucrativo. É inegável que as drogas
proporcionam prazer durante algum tempo, mas, por outro lado, provocam sérios danos
à saúde, muitas vezes irreversíveis.

MEIOS DE USO
• Via pulmões: fumando drogas, tais como o cigarro e a maconha, ou cheirando
drogas, como a cola de sapateiro, os solventes e a cocaína.
• Via estômago: engolindo drogas, como álcool, as anfetaminas, os barbitúricos,
a codeína, o LSD.
• Via sangue: injetando drogas, como a cocaína e a heroína.

TIPOS DE USO
Uso adequado de drogas: ocorre quando um médico prescreve uma ou mais drogas
para corrigir um desequilíbrio químico do organismo, para dar proteção contra doenças
e para aliviar tensões, fadiga ou dor que afetem a saúde de uma pessoa.

Uso abusivo de drogas: ocorre quando uma pessoa ingere uma droga, com ou sem
prescrição médica, na tentativa de influenciar sua mente e/ou seu corpo para escapar
da realidade (busca do efeito). O abuso de drogas altera o comportamento e pode
tornar difícil a vida na família, no trabalho, na escola, na sociedade. Muitas pessoas
experimentam drogas para ingressar num grupo social, algo diferente daquele que
denomina “mundo certinho”. No entanto, em vez de um mundo cordial e excitante, o
dependente de drogas pode descobrir que seus contatos estão limitados a outros
viciados, a traficantes e à polícia.

CONSEQÜÊNCIAS
O uso de drogas é “atraente” para as emoções, mas não para a mente. Não é
uma necessidade, é uma escolha pessoal, que obriga o indivíduo a um esforço por
tolerar a droga, pois, nas primeiras vezes, fica nauseado ou doente.

Gera mudanças físicas


O uso de drogas pode acarretar sofrimento por um longo período, quando
leva o usuário a enfrentar problemas de dependência, de saúde, ou, ainda, problemas
legais. Nas moléstias da alma — comenta André Luiz — como nas enfermidades do
corpo físico, antes da afecção existe o ambiente. As ações produzem efeito, os
sentimentos geram criações, os pensamentos dão origem a formas e conseqüências de
infinitas expressões. (Francisco C. Xavier/André Luiz, Missionários da Luz, p. 40) Os
efeitos, em geral, são a longo prazo e, com algumas drogas, os riscos à saúde são
desconhecidos. É certo, porém, que, após algum tempo, o uso de drogas modificará a

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aparência, algumas vezes radicalmente. Parte dessa mudança pode ser causada por
negligência com a higiene pessoal e parte, por real colapso físico.

Traz prejuízo financeiro


O constante uso de drogas pode tornar-se um hábito dispendioso. Muitas vezes,
o crime torna-se o único caminho para sustentar o vício.

Põe em perigo a segurança do usuário (e a dos outros)


Os usuários de drogas têm “queda para acidentes” devido ao seu pouco
interesse por sua segurança pessoal, quando sob a influência da droga, ou enquanto
procura novos suprimentos. As drogas também podem levar o indivíduo à tentativa de
superar sua própria capacidade, sujeitando-o a grandes perigos.

Implica dependência
O uso continuado de drogas pode levar à necessidade física e psicológica
(dependência). O afastamento das drogas no estágio de dependência é acompanhado
da síndrome de abstinência, isto é, o organismo se ressente da falta das drogas.

RAZÕES QUE LEVAM AO ABUSO DE DROGAS


Razões Pessoais: o uso de drogas começa geralmente na adolescência, período no
qual há o impulso para a aventura, para fazer o contrário do que os adultos falam (e
muitas vezes não fazem), e para a curiosidade pelo novo e pelo desconhecido.

Razões sociais: quando uma sociedade está em crise econômica, social ou política, a
maioria dos cidadãos experimenta dificuldades de sobrevivência, adaptação e
participação. As frustrações, os insucessos, os temores, as angústias e a falta de amor
fazem com que as pessoas tentem escapar dos seus sofrimentos por meio das drogas.
Dentro das reflexões e estudos sobre a infância e a adolescência, existe um
certo consenso de que, dia a dia, as crianças estão mais sozinhas ou convivendo mais
com seus pares da rua do que no seio de suas famílias. Pai e mãe, ou outra figura de
ligação familiar, tornam-se, então, cada vez mais distanciadas da realidade dos
filhos. Mesmo em sua casa, mas distante do convívio familiar, o adolescente ou a
criança estão solitariamente assistindo à tevê, ou usando a internet. Fora de casa,
perambulam em grupos pelas ruas, nos shoppings, nos lugares de lazer. Por outro lado,
as ruas perderam seu lugar de expressão coletiva dos jogos e das brincadeiras
socializadoras, pela sua intensa movimentação. Os pais terrestres, com raríssimas
exceções, são as primeiras sentinelas viciadas, agindo em prejuízo dos filhinhos. (...)
Alcançando o monte do casamento, muitas vezes são pessoas excessivamente
ignorantes ou demasiadamente desviadas. (Francisco C. Xavier / André Luiz,
Missionários da Luz, p. 41). Ao educador, além do currículo a que se deve submeter,
são indispensáveis os conhecimentos da psicologia infantil, das leis da reencarnação,
alta compreensão afetiva junto aos problemas naturais do “processus” educativo e
harmonia interior, valores esses capazes de auxiliar eficientemente a experiência
educacional. (...) O lar constrói o homem. A escola forma o cidadão.(Joanna de Ângelis,
Estudos Espíritas)

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Cada cultura possui um conceito de adolescência, baseando-se sempre nas
diferentes idades para definir este período. No Brasil, o Estatuto da Criança e do
Adolescente define esta fase como característica dos 13 aos 18 anos de idade. A
adolescência tem um aspecto biológico universal, caracterizado por modificações
físicas e mudanças comportamentais visíveis. O adolescente procura participar
avidamente dos prazeres e do consumismo do mundo adulto. É também uma atitude
cultural, uma postura do ser humano durante uma fase do seu desenvolvimento e que
reflete as experiências da sociedade. A adolescência, portanto, tem um papel social.
Atualmente temos visto, cada vez mais precocemente, crianças que assumem o
papel social de adolescentes e estes, por sua vez, cada vez mais precocemente,
assumem o papel social de adultos. É necessário, portanto, conhecer um pouco mais
esse período da vida denominado adolescência.

A ADOLESCÊNCIA
A adolescência é a fase da vida em que a pessoa se descobre como indivíduo,
independentemente dos pais. Isso gera um sentimento de curiosidade e euforia, porém
também gera sentimentos de medo e inadequação. Um adolescente está descobrindo o
que é ser adulto, mas não está plenamente pronto para exercer as atividades e assumir
as responsabilidades de ser adulto. Assim sendo, ele procura exemplos, de pessoas
próximas ou não - ídolos artísticos ou esportivos, entre outros - para construir seu
caráter e seu comportamento.
Também é visível a necessidade de o adolescente contrariar a vontade ou as idéias
dos pais. Esse comportamento opositor em relação aos genitores acontece em decorrência
da necessidade que ele tem de separar-se dos pais, ser diferente deles, para construir sua
própria identidade como pessoa. Ao mesmo tempo, pode não se sentir ainda capaz dessa
separação, o que gera nele um sentimento de medo. De um lado, a necessidade de
desvincular-se dos pais para ser um indivíduo independente e, de outro, a dificuldade de
assumir a posição adulta (com suas responsabilidades e desejos) levam o adolescente a
uma fase de intensa confusão de sentimentos, com uma constante mudança de opiniões e
metas, e com um comportamento bastante impulsivo. Assim, muitos dos comportamentos
atípicos manifestados pelos adolescentes podem apenas ser uma busca por sua
identidade, e não uma doença mental específica.
Cabe também lembrar que muitas vezes os adolescentes necessitam de ajuda
profissional nesse processo de "ser adulto", o qual, mesmo não se constituindo em
doença mental, pode ser um sofrimento para eles. Nesse caso, o apoio psicológico é de
grande valia.
Dentre os transtornos mais comuns vistos na adolescência, destacam-se os
seguintes:
• Doenças depressivas — de certo modo comuns na adolescência, são
acompanhadas das mais diversas manifestações. Podem os adolescentes
apresentar humor deprimido (tristeza) acentuado, ou irritabilidade (que por si só
pode ser manifestação normal da adolescência); perda de interesse ou de prazer
em suas atividades; perda ou ganho de peso; insônia ou excesso de sono, e
abuso de substâncias psicoativas (mais comumente álcool, ou outras drogas). O
tratamento desses transtornos envolve o uso de fármacos (antidepressivos),
associados à psicoterapia e ao apoio espiritual.

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• Transtornos alimentares — nessa classe de transtornos se incluem a bulimia
(ataques de "comer" compulsivo seguidos, muitas vezes, do ato de vomitar) e a
anorexia (diminuição intensa da ingestão de alimentos). Nesse caso, a pessoa
demonstra um "pavor" de engordar, tomando atitudes exageradas ou não
necessárias para emagrecer, mantendo peso muito abaixo do esperado. O
tratamento desses transtornos envolve uma equipe multidisciplinar (psiquiatra,
psicólogo, nutricionista), fármacos antidepressivos e psicoterapia,
necessitando,em alguns casos, de orientação familiar. O apoio espiritual é
sempre desejável.

• Transtornos do uso de substâncias psicoativas — o uso de drogas, como é


conhecido, é um tipo de alteração de comportamento bastante visto na
adolescência. A dependência de drogas, que é o transtorno mais grave desse
grupo, manifesta-se pelo uso da substância, associado a uma necessidade
intensa de ter a droga; ausência de prazer nas atividades sem a droga, e busca
incessante desta, muitas vezes envolvendo-se o adolescente em situações
ilegais ou de risco para consegui-la (roubo e tráfico). O tratamento envolve
psicoterapia, educação familiar e alguns fármacos, por vezes necessitando
internação hospitalar, além do apoio espiritual.

• Transtornos de conduta — caracteriza-se por comportamentos repetitivos de


contrariedade a normas e padrões sociais, conduta agressiva e desafiadora.
Constitui-se em atitudes graves, sendo mais do que rebeldia adolescente e
travessuras infantis normais. Essas pessoas envolvem-se em situações de
ilegalidade e violações do direito de outras. Roubos, destruição de patrimônio
alheio, brigas, crueldade e desobediência intensa aparecem como algumas das
suas manifestações. O tratamento envolve basicamente psicoterapia, podendo-
se utilizar alguns fármacos no controle da impulsividade desses pacientes.
Exigem, muitas vezes, intervenções familiares, sociais e espirituais.

• Transtornos de ansiedade — existem pessoas que vivem com um grau muito


intenso de ansiedade, que afeta o seu comportamento, por exemplo, o social.
Esses transtornos podem aparecer na adolescência sob a forma de ansiedade
pela separação, geralmente dos pais, sendo percebidos em adolescentes que
não conseguem manter atividades sem a presença dos mesmos. Tornam-se
adolescentes extremamente tímidos e, muitas vezes, não conseguem obter
prazer em quase nenhuma atividade fora de casa. O tratamento envolve
basicamente psicoterapia, associada a apoio espiritual, podendo-se recorrer a
alguns fármacos como coadjuvantes.

• Transtornos psicóticos — nessa fase da vida surgem muitos transtornos


psicóticos, por exemplo, a esquizofrenia. Esses transtornos, caracterizados por
comportamentos e pensamentos bizarros e distorcidos da realidade, conduzem,
muitas vezes, à internação hospitalar. O tratamento baseia-se em psicoterapia
de apoio, auxílio espiritual e fármacos antipsicóticos. São transtornos, em sua
maioria, cronificantes, principalmente se não forem tratados.

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• Suicídio na adolescência — muitos transtornos da adolescência podem-se
manifestar pelo comportamento suicida. Tentativas ou ameaças de suicídio
podem aparecer. Alguns comportamentos de exposição e risco (dirigir em alta
velocidade ou embriagado, envolvimento em brigas ou em atividades de risco,
entre outras) também podem ser sinais de comportamento suicida na
adolescência, mesmo sem a manifestação explícita dessa intenção.

• Cuidados a serem tomados na avaliação diagnóstica — são muitas as


possibilidades de transtornos mentais nessa fase da vida, mas todas as
situações devem aí ser muito bem avaliadas antes de se fechar um diagnóstico.
Além das dificuldades pessoais dos adolescentes e de sua intensa modificação
corporal e mental — o que por si só já pode gerar comportamentos e
sentimentos de inadequação —, suas atitudes podem ainda refletir problemáticas
familiares. Assim sendo, sem uma devida avaliação do adolescente é, no
mínimo, imprudente caracterizá-lo como tendo uma doença mental específica.

PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS

O Papel dos Pais

Levantamentos epidemiológicos do Brasil e do mundo demonstraram que é


na passagem da infância para a adolescência que o uso de drogas lícitas e ilícitas se
inicia. Recorda-nos Emmanuel que o (...) o período infantil é o mais sério e o mais
propício à assimilação dos princípios educativos. Até aos sete anos, o Espírito ainda se
encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo.
Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica.
Suas recordações do plano espiritual são, por isso, mais vivas, tornando-se mais
suscetível de renovar o caráter e estabelecer novo caminho, na consolidação dos
princípios de responsabilidade, se encontrar nos pais legítimos representantes do
colégio familiar. Eis por que o lar é tão importante na edificação do homem, e por que
tão profunda é a missão da mulher perante as leis divinas. Passada a época infantil,
credora de toda vigilância e carinho por parte das energias paternais, os processos de
educação moral, que formam o caráter, tornam-se mais difíceis com a integração do
Espírito em seu mundo orgânico material, e, atingida a maioridade, se a educação se
não houver feito no lar, então, só o processo violento das provas rudes, no mundo,
pode renovar o pensamento e a concepção das criaturas, porquanto a alma
reencarnada terá retomado todo o seu patrimônio nocivo do pretérito e reincidirá nas
mesmas quedas, se lhe faltou a luz interior dos sagrados princípios educativos.
(Francisco C. Xavier/Emmanuel: O Consolador, questão. 109)
No Brasil, há uma tendência, desde a década de 80, ao aumento do consumo
de maconha, inalantes, cocaína e crack, especialmente nas grandes cidades. Segundo
alguns autores, dados recentes indicam que o álcool e o tabaco têm sido as drogas
mais utilizadas por crianças e adolescentes, de maneira habitual,ao longo da vida. O

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doutor Içami Tiba (*), em seu livro 123 respostas sobre drogas, diz que, para uma
atuação eficaz seria necessário que os pais perdessem o medo e o preconceito em
relação às drogas e conversassem livremente com seus filhos. Em geral, os pais evitam
esse tipo de conversa, por temerem que as drogas despertem o interesse dos filhos, e
isso é o que menos desejam. Talvez os pais ignorem que seus filhos saibam até mais
que eles sobre o assunto, e que alguns já devem ter até experimentado algum tipo de
droga, se é que dela já não se tornaram usuários.
Muitos pais só descobrem que seus filhos estão usando drogas depois de um ou
dois anos. É preciso falar sobre drogas, mas o mais importante é o posicionamento
perante o assunto, ou seja, faz-se imprescindível cultivar os valores pessoais
familiares, sociais e religiosos da família. É essencial conhecer os valores do filho para
conduzir adequadamente a conversa. É necessário evidenciar os prejuízos que as
drogas provocam, sobretudo do ponto de vista do jovem. Quanto mais se conhece um
problema, maiores são as condições de enfrentá-lo.
O contato do adolescente com a droga é mais freqüente do que imaginam pais,
educadores e profissionais da saúde: ele ocorre nas ruas, nas escolas, entre os
amigos. Constitui, atualmente, um sério problema de saúde pública, sem delineamento
de políticas educativas e preventivas, e com conseqüências individuais e familiares que
podem comprometer o futuro do jovem e da sociedade brasileira.
O uso de drogas pode representar um período crítico para a família, bem como
desestabilizar sua rotina. Se não forem, portanto, compreendidos e trabalhados os
motivos dessa crise, dificilmente a família vai conseguir superá-la. Faz parte da filosofia
educativa familiar conhecer alguns pontos que merecem reflexões mais profundas, e
que podem ajudar no combate ou na prevenção de conflitos:
• Preservação da autoridade dos pais, considerando que pais são pais, e filhos
são filhos. Não é possível uma boa educação, se existir confusão de papéis.
Trata-se de autoridade, não de autoritarismo ou abuso de poder econômico,
físico e mental. Com autoridade, os pais estabelecem limites e compromissos, ao
mesmo tempo que ama seus filhos, provendo as suas necessidades.

• Estabelecimento e execução de padrões comportamentais para o bom


andamento coletivo da família, sem massacrar nenhum dos integrantes.

• Responsabilidade de, em vez de agredir e rejeitar, cuidar daquele que mais


precisar de ajuda.

• Respeito à individualidade de cada um, privilegiando e exercitando os pontos


positivos, e não criticando os negativos. Ninguém é igual a ninguém, e as
características individuais devem ser preservadas.

• Cobrança dos compromissos assumidos pelos integrantes da família. Todos


devem ter suas funções, e cada um deve desempenhar a sua, dando o melhor
de si. A irresponsabilidade de um não deve sufocar o outro. O filho, arrumando
seu quarto, não sobrecarrega a mãe, por exemplo.

(*) Içami Tiba: Psiquiatra brasileiro, autor de vários livros de teor médico-educativo, entre eles o título de
sucesso: Quem ama, educa.

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• Responsabilidade com os remédios, que precisam ser tomados quando (e
somente quando) receitados pelo médico para tratamento de doenças, sobretudo
tranqüilizantes, soníferos e remédios de regime. A mãe, ao dar xarope à criança,
deve faze-la compreender que ele está com tosse, e por isso precisado do
xarope, que é um remédio. Esse cuidado é importante para que, mais tarde, não
haja associação, por parte da criança, entre remédio gostoso e droga.

• Mudanças nas regras da privacidade, quando houver suspeita do uso de drogas.


É mais saudável romper a privacidade e enfrentar o problema do que ignorá-lo.
Nessas condições, os pais têm o direito e o dever de "invadir o espaço" de seus
filhos para preservar-lhes a saúde, pois, raramente, um filho confessa a seu pai
ou à mãe que está usando drogas. Vale, então, revistar o quarto do rapaz, a
bolsa ou a agenda da menina; o que não vale é usar a droga como pretexto para
vasculhar a vida dos filhos.

• Cuidado redobrado quando se mora em condomínios. Os jovens costumam usar


esse território particular como refúgio para se drogarem. Acham que estão livres
dos pais e da polícia.
No entanto, quando o filho já se envolveu com drogas, é importante partir para a
prevenção secundária, isto é, impedir o progresso do uso de drogas e tratar suas
complicações. Nessa fase, é preciso buscar ajuda de pessoas especialmente
preparadas, como psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, integrantes ativos de
grupos anônimos de mútua ajuda, como NARCÓTICOS ANÔNIMOS, ALCOÓLICOS
ANÔNIMOS ou AMOREXIGENTE, além da ajuda do núcleo religioso.
Quem está realmente interessado em resolver o problema vai, com certeza,
encontrar um caminho. Renunciar ao tratamento pela dificuldade em encontrar ajuda é
comodismo e acomodação. Como a prevenção secundária é ativa quando já falhou a
primária, é pouco provável que a família consiga algum resultado, se se propuser a
cuidar sozinha do próprio filho nesta fase. É que o desajuste pode estar na família,
sendo o drogado apenas o sintoma mais aparente desse desajuste. Normalmente,
família e drogado necessitam de ajuda simultânea, e os tratamentos desse tipo são
muito mais eficientes.

Diminuindo Castigos
A prevenção ao uso indevido de drogas, ao contrário do que muitos pensam, não
começa na adolescência, mas no momento em que a criança começa a participar da
família, fazendo suas artes e teimosias. Na difícil arte de criar os filhos, os adultos,
muitas vezes, acabam usando recompensas e castigos, achando ser esta a melhor
forma de educar. Piaget, em 1932, escreveu que os adultos reforçam a heteronomia
das crianças quando usam recompensas e castigos e estimulam a autonomia quando
intercambiam pontos de vista com as crianças e adolescentes. Por exemplo: se a
criança mentiu, os pais não devem usar castigos. A criança terá a possibilidade de
pensar sobre a importância da honestidade se, ao invés de ser punida por contar
mentiras, for confrontada, de forma firme, mas afetiva, com o fato de que outras
pessoas não poderão acreditar ou confiar nela. Punir e castigar a criança pode ter três
conseqüências indesejadas:

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• Cálculo de riscos – a criança tende a repetir o ato, mas tentará evitar ser
descoberta. Neste caso, poderá se transformar num jovem que desenvolve
habilidades incríveis de enganar os adultos, agir e até fazer uso de drogas sem
ser descoberto.

• Conformidade cega – por medo, a criança torna-se conformista e incapaz de


tomar decisões. Aprende a calar, a aceitar sem questionamentos tudo o que lhe
dizem, e acreditar em conclusões ilógicas, em slogans e em propagandas
enganosas. O adolescente, por não estar habituado a analisar criticamente os
"amigos" que o rodeiam, corre o risco de confiar em grupos suspeitos habituados
à vadiagem, geralmente envolvidos com problemas de drogas e de vandalismo.

• Revolta – crianças que, por muitos anos, se comportam bem, num determinado
momento, geralmente na adolescência, decidem que chegou a hora de “começar
a viver por si próprias”, cansadas que estão de satisfazer os pais o tempo todo.
Começam, então, a desenvolver comportamentos que caracterizam a
delinqüência. Passam a fazer exatamente o oposto do que os pais querem,
como, por exemplo, andar com pessoas que estes desaprovam.
Nesses três casos, os pais estarão formando jovens suscetíveis às opiniões e
pressões do grupo, em vez de desenvolverem nos filhos a autonomia, que é a
capacidade de governar-se a si mesmo, com a grande vantagem de — levando em
consideração os fatos relevantes e os pontos de vista de outras pessoas — o indivíduo
poder tomar decisões verdadeiramente melhores para si.

Sanções por Reciprocidade


As sanções por reciprocidade são atitudes que os pais devem tomar frente à
conduta indesejada dos filhos, e que ajudam a desenvolver a autonomia.
Pais e mães, que vivem a constante preocupação de educar seus filhos, desejam
desenvolver neles a capacidade de serem adolescentes e adultos autônomos, ou seja,
capazes de decidir sozinhos o que é verdadeiramente melhor para si mesmos. Para
alcançar esses objetivos, os pais precisam habituar-se a interagir com a criança, de
forma a causar nela uma espécie de reflexão a respeito das atitudes indesejadas que
venha a cometer. Os pais devem levar a criança a perceber as conseqüências de suas
ações através de atitudes que Piaget chamou de Sanções por Reciprocidade:
• Exclusão temporária ou permanente do grupo: se uma criança perturba os
adultos no almoço, ou quando há visitas em casa, os pais podem dar duas
opções: ficar sem aborrecer, ou ir para o quarto e ficar à vontade. Esta sanção
está relacionada com a ação da criança e com os pontos de vista dos adultos, e
dá à criança a possibilidade de construir por si mesma a regra de ter
consideração por outras pessoas.
Constance Kamii escalarece que sempre que possível, deve-se dar à criança a
possibilidade de decidir quando ela poderá comportar-se bastante bem para poder
voltar ao grupo.

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• Apelar para a conseqüência direta e material do ato: se a criança mente, em vez
de xingar ou castigar, é preciso mostrar-lhe, com firmeza e afeição, que, se
continuar mentindo, as pessoas não poderão mais acreditar nela.

• Privar a criança da coisa que ela usou mal: se a criança bate um brinquedo novo,
arriscando quebrá-lo, os pais podem guardá-lo temporariamente, até que, numa
próxima oportunidade, ela "saiba" usá-lo. Se a criança faz "birras" no
supermercado porque quer ganhar algo, é preciso levá-la imediatamente para
casa, explicando que, quando souber se comportar bem, poderá permanecer
com os pais até o final das compras.

• Reparação: se a criança derrama algo, em vez de repreendê-la deve-se permitir


que ela, com um pano, ajude na limpeza, explicando-se-lhe, ao mesmo tempo,
a necessidade de maiores cuidados, sem humilhá-la, pois, afinal, até adultos, às
vezes, cometem esses acidentes.

Em todas essas sanções, o adulto deve-se colocar ao lado da criança, ajudando-


a na reflexão de cada acontecimento e no conseqüente desenvolvimento de sua
autonomia, permitindo que ela faça a escolha mais sensata dentro de cada situação.
O adolescente que cresce em uma família que consegue interagir desta forma com
seus filhos, certamente estará apto a refletir também sobre suas ações, sob as pressões de
grupos de drogados e de falsos amigos. Observem que, nesses tipos de comportamento, está
presente uma relação de afeto e respeito mútuo entre o adulto e a criança.

Sinais do consumo de Drogas


Os pais podem perceber sinais indicadores de que seus filhos estão consumindo
drogas. Apenas não devem esquecer que alguns desses sinais são característicos da
adolescência. Devemos, no entanto, estar atentos quanto a mudanças de
comportamentos como:
• Trocar de amigos.
• Adotar novas maneiras de comportar-se e de falar.
• Não permitir que os novos amigos freqüentem a sua para casa.
• Mudar a maneira de se vestir e o tipo de música.
• Afastar-se da família e dos velhos amigos.
• Mudar o horário de chegar a casa.
• Perder o interesse pelo que fazia antes.
• Mudar a personalidade (irritado, indiferente, apático).
• Dormir muito ou quase nada.
• Apresentar pouco interesse pelos estudos — conseqüentemente caindo o
rendimento escolar — e passatempos sadios.
• Tornar-se mentiroso, evasivo e manipulador.
Não é demais enfatizar que as mudanças repentinas no modo de agir dos filhos
devem despertar a atenção dos pais.

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Alguns indícios do consumo de Drogas
• Partilhas, resíduos de folhas, sementes, papel para fazer cigarros de maconha,
cachimbos, entre os pertences do adolescente.
• Odor de incenso ou outra fragrância, para despistar o cheiro de drogas.
• Olhos avermelhados, pupilas (“menina dos olhos”) dilatadas.
• Risadas sem causas aparentes.
• Comportamento agitado.
• Apatia, desencanto, desânimo, desassossego.
• Tosse intensa.
• Esquecimento, falta de atenção e concentração.
• Furto de dinheiro e objetos em casa.
• Posse de muito dinheiro e objetos caros (origem duvidosa).
• Dificuldade para falar.
• Mania de perseguição.
• Isolamento.
• Falta ou excesso de apetite.
• Náuseas, vômitos, diarréia, tremores.

Como agir, se descobrir que seu filho está usando drogas


Uma intervenção dos pais na hora certa e de maneira adequada pode evitar que
seus filhos se tornem usuários.

Se você comprovar que seu filho usa drogas, o melhor é...


• Enfrentar o problema, e não o negar.
• Controlar sua raiva e ressentimentos.
• Não agredir seu filho nem por palavras (maconheiro, vagabundo, marginal, inútil)
nem por ações.
• Dialogar com ele abertamente sobre como chegou a isso. Não se violente por
nenhum tipo de resposta que seu filho lhe dê.
• Demonstrar claramente seu desejo de ajudá-lo a sair da dificuldade, e fazê-lo
compreender que o problema é dos dois. Manter um clima de afeto e
compreensão, mas sem transigir com as drogas.
• Procurar orientação e ajuda especializada em tratamento de drogas.

PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS NA ESCOLA


Seria ideal que a escola complementasse essa filosofia de vida familiar e
acrescentasse em seu currículo programas que também preparassem seus alunos para
enfrentarem não só a droga, mas a vida como um todo. No entanto, muitos professores
desconhecem a realidade científica e psicológica das drogas, seus efeitos e suas
conseqüências. É freqüente não saberem sequer identificar um usuário de drogas e, se

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identificam, não sabem o que fazer com tal descoberta. Por isso, as diretorias das
escolas preferem negar as drogas em seus estabelecimentos. Mas, já não é possível
"tapar o sol com a peneira". As drogas existem, e imaginar que apenas os "outros" as
usam só facilita sua propagação. Cabe à escola preparar seu docente para que este
oriente melhor seus alunos em relação às drogas, desmitificando-as por meio de
conhecimentos básicos científicos (seus efeitos), psicológicos e sociais (como agem os
adolescentes saudáveis, os usuários e os dependentes; como traficam etc.). Só a
convivência diária pode transmitir uma postura de vida, uma prevenção primária. Assim,
as palestras magistrais e únicas dirigidas aos jovens não são suficientes.
No geral, perceber que um aluno se está drogando é mais fácil para a escola do
que para os pais, pois o envolvimento emocional existente na relação entre pais e filhos
pode levar à "cegueira emocional", isto é, como os pais não querem ver seus filhos
drogados, eles negam a si mesmos que isso esteja acontecendo. E como os filhos
escondem dos pais seu vício, fica ainda mais difícil para estes perceberem o problema.
Tal envolvimento psicológico não existe na escola. O que existe são referências e
registros mais objetivos (desempenho, disciplina, notas), que, ao lado das observações
de cada professor, podem permitir uma melhor avaliação do comportamento do aluno.
A escola tem, portanto, mais condições de detectar as alterações do comportamento do
aluno. Cabe, depois, um estudo mais apurado para se constatarem as causas dessas
alterações, dentre as quais pode estar a droga. Não se deve levianamente
responsabilizar a droga por tudo o que aconteça, pois se podem cometer injustiças e,
assim, perder a confiança dos jovens. Uma vez comprovado que a droga é a causa das
alterações de comportamento do aluno, cabe à escola convocar os pais para, juntos,
encaminharem o aluno/filho para tratamento ou orientação psicológica, sob os cuidados
de profissionais especializados. Não compete à escola o tratamento contra as drogas,
mas sim o encaminhamento adequado do caso. Essas situações são muito
complicadas, e quanto mais pessoas estiverem envolvidas, maior a confusão.
Entretanto, mil vezes preferível confusão à covarde omissão. Se a escola não tomar
nenhuma atitude, todos perdem: a família, a própria escola, o aluno e a sociedade.
O doutor Içami Tiba apresenta o seguinte modelo de projeto a ser seguido na
prevenção ao uso indevido de drogas. Trata-se de um projeto voltado, sobretudo, à
valorização da vida.

O QUE DEVEMOS LEVAR EM CONSIDERAÇÃO:


• Temos que ensinar a pensar.
• Antes de educar nossas crianças, adolescentes e jovens, precisamos educar seus
Professores e Pais.
• A prevenção ao uso de drogas tem muito a ver com a auto-estima e a afetividade.
• Não adianta iniciar projeto de prevenção, se antes não "fizermos a cabeça" dos
responsáveis diretos.
• Antes de tudo, trabalhemos a afetividade do educador e a sua auto-estima.
• Trabalhar antes com a direção, orientações e supervisões. A Segunda etapa
envolve os professores e funcionários. Como terceira etapa, trabalhar com os Pais.
Finalmente, a equipe estará preparada para trabalhar com o educando.

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• Se a Família e a Escola não "falarem a mesma língua", o trabalho de prevenção
estará ameaçado.
• É muito importante desenvolver o senso crítico no educando e educador, para
desacomodar, mexer e criar novas expectativas.
• O jovem tem muito ainda que aprender, antes ou em lugar de aprender a usar
drogas.
• Lembremo-nos de que, por detrás de um velho, há sempre um cabedal de
experiência de vida e cultura.
• Não adianta falar do contra-valor da droga, se antes não falarmos do valor da VIDA.
• Cuidado com a mentira da sociedade doente!
• Se você não souber dialogar ou responder, alguém estará esperando a
oportunidade para dar a resposta que nem você nem os pais gostariam de ouvir!
• A melhor prevenção está no carinho, no afeto e no diálogo, que devem existir na
Família e na Escola.
• Dentro da mente e do coração do filho/educando há um dilúvio de desejos e um
cofre de valores a serem cultivados.
• A família e a escola que não cultivam valores estão cavando a sepultura para
enterrar a felicidade de seus membros.
• Trancar um filho é criar um fugitivo; deixar um filho em total liberdade é receita para
um total desastre.
• Um filho/educando é como uma pipa: solte o fio no vento favorável e segure de
quando em quando. Só assim ele vai subir na vida!
• A não ser que você seja modelo de coerência, tudo o que você disser será vazio e
motivo de descrédito.
• O bom educador tem diálogo, conhece o assunto, tem senso crítico, é modelo e
presença, age com amor e firmeza, dá apoio e auto-estima, resgata valores,
mantém todos ocupados e convive com carinho, dedicação e diálogo.

A EDUCAÇÃO E AS DROGAS
Estudando o desenvolvimento da criança e do jovem, e fazendo a comparação
entre o que seriam as condições ideais de educação e o que realmente ocorre,
podemos entender a situação desesperadora em que o jovem se encontra. Sem saber
formar imagens, sem ter tido vivências de que o mundo é bom, de que o mundo é belo,
e percebendo falsidade, egoísmo, hipocrisia à sua volta, sentindo-se desrespeitado
como ser humano (afinal, os adultos inconscientemente o consideram uma ameaça,
pois ele vai querer tomar o lugar deles), sua atitude natural será a de rebeldia e/ou fuga.
Por que o jovem deve respeitar quem não o respeita? Por que vai querer preservar uma
sociedade que não lhe oferece um futuro, sendo-lhe até mesmo hostil? Se ele não
conseguir engajar-se por um ideal, no sentido de lutar por profundas mudanças na
sociedade, só lhe restará destruir o que existe (vandalismo) ou a si mesmo, seja de
forma rápida, com o suicídio, seja de forma lenta, por meio do álcool, das drogas, etc.
Não podemos julgar os jovens por estarem fazendo uso de drogas. Muito pelo contrário:

25
quem deve ir a julgamento são os adultos, é a sociedade que evoluiu num sentido de
não permitir um desenvolvimento sadio da criança e do jovem.
Muito mais do que um problema individual, com todas as suas conseqüências e
desdobramentos, o consumo de drogas é um problema social. Porém esse social não
tem a ver apenas com a divisão da sociedade em classes sociais mais ou menos
favorecidas; ele envolve toda a humanidade, que deve buscar compreender o ser
humano em toda a sua dignidade. Justamente pelos atributos advindos da maior
consciência e da autoconsciência, o ser humano pode tornar-se uma pessoa capaz de
desenvolver a liberdade, mas isso implica também, e principalmente, desenvolver a
responsabilidade. Por outro lado, a verdadeira liberdade sempre leva em conta o outro,
o que significa adquirir uma profunda observação de suas necessidades, o que só é
possível com o desenvolvimento de um amor abnegado, altruísta.
Concluímos, portanto, que a prevenção do problema seja possível se o ser
humano for respeitado como tal, especialmente enquanto ainda estiver em fase de
desenvolvimento.
A educação deve ter como meta ajudar a criança a tornar-se um adulto livre,
responsável, com iniciativa, que respeite a si, aos outros e à natureza. Ela também
deve propiciar que o jovem possa desenvolver o verdadeiro amor altruísta, ser capaz de
sacrificar-se por uma causa, uma pessoa, deixando seus próprios impulsos num
segundo plano, mas sem anular-se como pessoa, como individualidade.
Contudo, para educar um outro ser humano nesse sentido o educador também
deverá estar, ele próprio, empenhado em alcançar essa meta. O verdadeiro educador
aprende muito com as crianças e os jovens, pois sempre tem de estar atento às
necessidades destes, sendo criativo para encontrar soluções apropriadas. Nisso reside
parte de sua auto-educação. Antes de educar temos de aprender, e o processo
educativo faz de cada parceiro alguém que aprende e que ensina.
A vida social é uma troca constante, um contínuo dar e receber. Como já vimos,
o que não foi aprendido por meio da educação tem de ser conquistado pela auto-
educação. Nunca é tarde para começar. É muito importante agir de maneira firme,
enérgica, porém sem o uso de agressões, mesmo que verbais, ao se descobrir que um
filho ou amigo está usando algum tipo de droga.

Como agir:
• Não rejeitar o jovem: o primeiro amparo que o viciado deve ter é o da família.
• Manter a calma e informar-se sobre o assunto.
• Não estigmatizar com preconceitos, incriminando o jovem com
moralismos, acentuando o conflito de gerações.
• Não buscar desculpas, procurando soluções práticas.
• Evitar companhias que podem levar à recaída.
• Ser franco, afetivo e evitar superdimensionar o problema.
• Conhecer os recursos oferecidos pela comunidade.
• Buscar auxílio especializado.
• Incentivar a prática de esportes.
• Proporcionar ajuda espiritual.

26
A educação no lar e na escola constitui o valioso recurso psicoterapêutico,
preventivo de todos os tipos de drogas e substâncias aditivas, desvios comportamentais
e sociais, bengalas psicológicas e outros derivativos. A propósito, Emmanuel ressalta
que a (...) melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do
sentimento e do caráter. Os estabelecimentos de ensino, propriamente do mundo,
podem instruir, mas só o instituto da família pode educar. É por essa razão que a
universidade poderá fazer o cidadão, mas somente o lar pode edificar o homem. Na sua
grandiosa tarefa de cristianização, essa é a profunda finalidade do Espiritismo
evangélico, no sentido de iluminar a consciência da criatura, a fim de que o lar se refaça
e novo ciclo de progresso espiritual se traduza, entre os homens, em lares cristãos,
para a nova era da humanidade. (Francisco C. Xavier/Emmanuel: O Consolador,
questão 110)
A Estruturação psicológica do ser é-lhe o recurso de segurança para o
enfrentamento de todos os problemas que constituem a existência terrena, realizando-
se em plenitude, na busca dos objetivos essenciais da vida e aqueles outros que são
conseqüência dos primeiros. É indispensável oferecer ao jovem valores que resistam
aos desafios negativos do cotidiano, preparando-o para os saudáveis relacionamentos
sociais. Diante, portanto, do desafio das drogas, a terapia do amor, ao lado de outras
terapias, constitui recurso de urgência, que não deve ser postergado a pretexto algum,
sob pena de agravar-se o problema, tornando-se irreversível e de efeitos destruidores.
Diante de um assunto tão complexo, são oportunas as palavras do Espírito Santo
Agostinho, constantes de O Evangelho segundo o Espiritismo: Ó espíritas! compreendei
agora o grande papel da Humanidade; compreendei que, quando produzis um corpo, a
alma que nele encarna vem do espaço para progredir; inteirai-vos dos vossos deveres e
ponde todo o vosso amor em aproximar de Deus essa alma; tal a missão que vos está
confiada e cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes. Os vossos cuidados
e a educação que lhe dareis auxiliarão o seu aperfeiçoamento e o seu bem-estar futuro.
Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe perguntará Deus: Que fizestes do filho
confiado à vossa guarda? Se por culpa vossa ele se conservou atrasado, tereis como
castigo vê-lo entre os Espíritos sofredores, quando de vós dependia que fosse ditoso.
Então, vós mesmos, assediados de remorsos, pedireis vos seja concedido reparar a
vossa falta; solicitareis, para vós e para ele, outra encarnação em que o cerqueis de
melhores cuidados e em que ele, cheio de reconhecimento, vos retribuirá com o seu
amor. Não escorraceis, pois, a criancinha que repele sua mãe, nem a que vos paga
com a ingratidão (...). Mães! abraçai o filho que vos dá desgostos e dizei convosco
mesmas: Um de nós dois é culpado. Fazei-vos merecedoras dos gozos divinos que
Deus conjugou à maternidade, ensinando aos vossos filhos que eles estão na Terra
para se aperfeiçoar, amar e bendizer. Mas oh! muitas dentre vós, em vez de eliminar
por meio da educação os maus princípios inatos de existências anteriores, entretêm e
desenvolvem esses princípios, por uma culposa fraqueza, ou por descuido, e, mais
tarde, o vosso coração, ulcerado pela ingratidão dos vossos filhos, será para vós, já
nesta vida, um começo de expiação. A tarefa não é tão difícil quanto vos possa parecer.
Não exige o saber do mundo. Podem desempenhá-la assim o ignorante como o sábio,
e o Espiritismo lhe facilita o desempenho, dando a conhecer a causa das imperfeições
da alma humana. (Allan Kardec: Evangelho segundo o Espiritismo)

27
FONTES DE CONSULTA BIBLIOGRÁFICAS

1. http://www.abcdocorposalutar.com.br/artigo.php?codArt=84 - abc do corpo salutar -


transtornos mentais na adolescência.
2. http.//www.imesc.sp.gov.Br/imes.htm - Como identificar um usuário
3. http://www.asbrabr.com.br/opiniaodet.cfm - Uso de drogas e a adolescência. Leda
4. Mezzaroba, Farmacêutica-Bioquímica, Mestre em Educação, Docente do
Centro de 5. Ciências da Saúde, Universidade Estadual de Londrina, Paraná.
6. FRANCO, Divaldo Pereira –Adolescência e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador [BA], LEAL 1997. Cap. 23, p.126.
7. _________. Estudos Espíritas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 7.ed. Rio de Janeiro:
FEB,1999, p. 170-171.
8. GÓES, M. - A ameaça maior das drogas legais. Pesquisa FAPESP - Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, São Paulo, n.52, p. 15-2 1, abr.
2000. Suplemento.
9. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro.
121. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Cap. XIV, item 9, p. 241-242.
10. _________. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 84. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2003, questão 685-a, p. 331.
11. MARQUES, A.c.pr.; CRUZ, M.S. O. O Adolescente e o uso de Drogas. Revista
Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v.22, p.32- 36, dez. 2000. Suplemento 2.
12. http://www.psicolar.hpg.com.br - Adolescência.
13. http://www.senad.gov.br- Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República. Secretaria Nacional Antidrogas
14. http://www.teos.com.br/drogas/pais.htm - Os pais e a prevenção ao uso de drogas.
15. http://www.teos.com.br/drogas/escola.htm - Prevenção na escola.
16. http://www.unifesp.br/dpsicobio/boletim/ed48/index.htm- Centro Brasileiro de Infor-
mações sobre Drogas Psicotrópicas.
17. TIBA, Içami - Disciplina: O Limite na Medida Certa. Ed. Gente .
18. _________. Anjos Caídos. Como Prevenir e Eliminar as Drogas na Vida do
adolescente. Ed. Gente.
19. _________. 123 Respostas sobre drogas , 3° Ed. Scipione.1997.
20. XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. Rio de
Janeiro: FEB, 2002, questão 109, p. 72.
21. _________. Questão 110, p.72-73.
22. _________. Os Missionários da Luz. Pelo Espírito André Luiz. 1. ed. Especial. Rio
de Janeiro: FEB, 2003. Cap. 4, p.40.
23. _________. p. 41.

28
AS DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS: IMPLICAÇÕES ESPIRITUAIS
O homem é o autor da maior parte das suas aflições, às
quais se pouparia, se sempre obrasse com sabedoria e
prudência.(...) Não menos certo é que todas essas
misérias resultam das nossas infrações às leis de Deus e
que, se as observássemos pontualmente, seríamos
inteiramente ditosos. Allan Kardec: O Evangelho segundo
o Espiritismo, cap. XXVII, item 12.

O estudo das implicações espirituais decorrentes do uso indevido de substâncias


químicas seguirá o seguinte roteiro:

• FATORES PREDISPONENTES
— Tendências instintivas do Espírito
— Estrutura psicológica do indivíduo
— Influência familiar e social
— Obsessão

• LESÕES PERISPIRITUAIS RELACIONADAS À VICIAÇÃO

1. FATORES PREDISPONENTES
Tendências instintivas do Espírito
Existem pessoas que desde a infância revelam más tendências instintivas. Em
geral, demonstram possuir uma personalidade rebelde e imatura, propensa a contrariar
as boas normas de conduta social. Quase sempre se envolvem em situações
desarmônicas, que causam dissabores e constrangimentos aos genitores e demais
familiares. Congenitamente, esses Espíritos revelam uma certa disposição à viciação, a
despeito da boa educação que venham a receber no lar. Em razão das más tendências
instintivas, existem respeitáveis estudiosos que defendem a tese de ser a carga
genética dos genitores a causa primordial do nascimento de filhos congenitamente
inclinados ao vício. O Espiritismo, no entanto, enxerga a problemática sob outro
enfoque, conforme expressam as seguintes palavras do benfeitor Alexandre, citadas
pelo Espírito André Luiz no livro Os Missionários da Luz: O organismo dos nascituros,
em sua expressão mais densa, provém do corpo dos pais, que lhes entretêm a vida e
lhes criam caracteres com o próprio sangue; todavia, em semelhante imperativo das
leis divinas para o serviço de reprodução das formas, não devemos ver a subversão
dos princípios de liberdade espiritual, imanente na ordem da Criação Infinita. Por isso
mesmo, a criatura terrena herda tendências e não qualidades. As primeiras cercam o
homem que renasce, desde os primeiros dias de luta, não só em seu corpo transitório,
mas também no ambiente geral a que foi chamado a viver, aprimorando-se; as
segundas resultam do labor individual da alma encarnada, na defesa, educação e
aperfeiçoamento de si mesma nos círculos benditos da experiência. Se o Espírito
reencarnado estima as tendências inferiores, desenvolvê-las-á, ao reencontrá-las
dentro do novo quadro de experiência humana, perdendo um tempo precioso e
menosprezando o sublime ensejo da elevação. Todavia, se a alma que regressa ao

29
mundo permanece disposta ao serviço de auto-elevação, sobrepairará a quaisquer
exigências menos nobres do corpo ou do ambiente, triunfando sobre as condições
adversas e obtendo títulos de vitórias da mais alta significação para a vida eterna. Em
sã consciência, portanto, ninguém se pode queixar de forças destruidoras ou de
circunstâncias asfixiantes, em se referindo ao círculo onde renasceu. Haverá sempre,
dentro de nós, a luz da liberdade íntima indicando-nos a ascensão. Praticando a subida
espiritual, melhoraremos sempre. Esta é a lei. (40)
Considerando essas orientações, é importante que os pais estejam atentos às
manifestações das tendências instintivas dos filhos, não se deixando envolver pela
capa de inocência que as crianças possuem, mas orientado-as adequadamente com
energia e bondade desde a mais tenra idade, porque, conforme nos esclarecem os
Espíritos Superiores, as (...) crianças são os seres que Deus manda a novas
existências. Para que não lhe possam imputar excessiva severidade, dá-lhes ele todos
os aspectos da inocência. Ainda quando se trata de uma criança de maus pendores,
cobrem-se-lhe as más ações com a capa da inconsciência. Essa inocência não constitui
superioridade real com relação ao que eram antes, não. É a imagem do que deveriam
ser e, se não o são, o conseqüente castigo exclusivamente sobre elas recai. Não foi,
todavia, por elas somente que Deus lhes deu esse aspecto de inocência; foi também e
sobretudo por seus pais, de cujo amor necessita a fraqueza que as caracteriza. Ora,
esse amor se enfraqueceria grandemente à vista de um caráter áspero e intratável, ao
passo que, julgando seus filhos bons e dóceis, os pais lhes dedicam toda a afeição e os
cercam dos mais minuciosos cuidados. (7)
Aliás — acrescentam os Espíritos Orientadores —, não é racional considerar-se
a infância como um estado normal de inocência. Não se vêem crianças dotadas dos
piores instintos, numa idade em que ainda nenhuma influência pode ter tido a
educação? Algumas não há que parecem trazer do berço a astúcia, a felonia, a perfídia,
até pendor para o roubo e para o assassínio, não obstante os bons exemplos que de
todos os lados se lhes dão? A lei civil as absolve de seus crimes, porque, diz ela,
obraram sem discernimento. Tem razão a lei, porque, de fato, elas obram mais por
instinto do que intencionalmente. Donde, porém, provirão instintos tão diversos em
crianças da mesma idade, educadas em condições idênticas e sujeitas às mesmas
influências? Donde a precoce perversidade, senão da inferioridade do Espírito, uma vez
que a educação em nada contribuiu para isso? As que se revelam viciosas, é porque
seus Espíritos muito pouco hão progredido. Sofrem então, por efeito dessa falta de
progresso, as conseqüências, não dos atos que praticam na infância, mas dos de suas
existências anteriores. Assim é que a lei é uma só para todos e que todos são atingidos
pela justiça de Deus. (5)
Importa considerar que a pessoa que ainda não conquistou determinados valores
espirituais revela predisposição para usufruir dos prazeres e das sensações físicas com
maior intensidade. Nos dias atuais, repletos de apelos que valorizam a estética
corporal, seja por meio do fisioculturismo, seja por outras formas que valorizam a
modelação física, o ser humano é continuamente estimulado a desfrutar de prazeres
materiais. As propagandas de tabaco e de bebidas alcoólicas, livremente difundidas nos
meios de comunicação em massa, oferecem, por exemplo, poderosos estímulos
ilusórios, diga-se de passagem, capazes de criar falsos chichês de sucesso,
juventude, alegria e bem-estar na mente das pessoas desprevenidas. O preço que tais
pessoas pagam para aceitar essas ilusões revelam-se excessivamente alto, cedo ou

30
tarde, porque, como acertadamente nos lembra Joanna de Ângelis, mais (...)
preocupado com o corpo do que com o Espírito, o homem moderno deixou-se engolfar
pela comodidade e prazer, deparando, inesperadamente, o vazio interior que lhe resulta
amarga decepção, após as secundárias conquistas externas. Acostumado às
sensações fortes, passou a experimentar dificuldades para adaptar-se às sutilezas da
percepção psíquica, do que resultariam aquisições relevantes promotoras de plenitude
íntima e realização transcendente. (...) Estimulado pelo receio de enfrentar dificuldades,
ou motivado pela curiosidade decorrente da falta de madureza emocional, inicia-se o
homem no uso dos estimulantes — sempre de efeitos tóxicos —, a que se entrega,
inerme, deixando-se arrastar desde então, vencido e desditoso. (14) Os Espíritos que
trazem à reencarnação más tendências instintivas são mais facilmente arrastados à
viciação. Daí ser de fundamental importância cercar de todos os cuidados a educação
infantil, porque é na infância, sobretudo, (...) que se lhes pode reformar os caracteres e
reprimir os maus pendores. Tal o dever que Deus impôs aos pais, missão sagrada de
que terão de dar contas. (9) Passado o período de infância, é mais difícil , na idade
adulta, mudar ou reprimir as tendências instintivas, uma vez que (...) somos o que
decidimos, possuímos o que desejamos, estamos onde preferimos e encontramos a
vitória, a derrota ou a estagnação, conforme imaginamos. (47)

Estrutura psicológica do indivíduo


Há pessoas que, mesmo não revelando más tendências instintivas, apresentam,
entretanto, uma estrutura psicológica frágil ou imatura, que lhes favorece o
arrastamento às drogas. Podemos citar, por exemplo, criaturas que, efetivamente,
possuem uma insegurança crônica, independentemente da educação recebida ou das
condições de vida que possuem. Há também os indivíduos excessivamente tímidos,
assim como os que querem, a todo custo, ser o centro da atenção. São pessoas que,
em geral, apresentam graus variáveis de insatisfação pessoal, revelando uma baixa
estima significativa, capaz de conduzi-los a atitudes imprevisíveis. Esses Espíritos já
(...) trazem em si uma tendência ao uso de drogas. Essas pessoas são classificadas
pela medicina como personalidades toxicófilas. (23) Importa considerar que as
personalidades toxicófilas não são, necessariamente, arrastadas às drogas. Algumas
são tentadas a experimentá-las, mas, caso tenham recebido uma boa educação familiar
e se estão cercadas de atenção e carinho, conseguem encontrar forças para repelir a
atração às drogas, fugindo da viciação. O respeitável psiquiatra brasileiro, Oswald
Moraes Andrade, nos relata o caso de uma (...) menina que entrou para um colégio
onde quase toda a turma fumava maconha e ela, não querendo ser a única que ficaria
de fora, acabou fumando para poder enturmar no grupo. Essa menina, por exemplo, era
imatura, pois se deixou levar pela pressão do grupo (...) (23)
Pessoas que demonstram evidências de desestruturações psíquicas, algumas
brandas como certas neuroses, ou graves como as psicoses, oferecem um perfil
favorável à dependência de substâncias químicas. Os viciados apresentam, em geral,
traços marcantes de neuroses ou de psicoses. A neurose é uma desestruturação. É
uma desarmonia da personalidade. E o que causa esta neurose no indivíduo? Os
vícios. São eles causadores da neurose. Além deles, as alterações afetivas. (24) As
neuroses são uma desarmonia de nossa estrutura psíquica. Quando esta estrutura já
está lesada, estamos então num capítulo mais adiante, no capítulo da psicose.
Portanto, a psicose já é a lesão psíquica instalada, enquanto a neurose é ainda a

31
desestruturação. (25) É oportuno lembrar que as desarmonias psíquicas são lesões que
refletem equívocos e faltas cometidas pelo Espírito contra a Lei Divina em existências
passadas. As pessoas que apresentam anomalias dessa ordem devem,
particularmente, ser envolvidas num clima de afeto, de atenção e de cuidados médico-
psicológicos e espíritas.
Há agora no mundo uma doença chamada doença do pânico. É a neurose do
medo. (...) Quando estamos falando em termos de drogas, as neuroses não são
somente aquelas que nos levam a consumir drogas ou aquelas causadas pelas
próprias drogas. Muitas vezes, a dependência de uma droga é mecanismo para que
possamos fazer frente a uma neurose (...). Por exemplo, [o indivíduo] é tímido e quer
ficar “esperto”, loquaz, aberto. (26)
Precisamos estar atentos porque todos (...) aqueles que se encontram nas
malhas do vício escondem a maior parte dos sintomas, desencantos, intranqüilidade,
reações neuróticas e psicóticas, como se fora um iceberg mostrando apenas pequena
porção. O viciado procura modificar sempre a aparência externa, com finalidade de não
demonstrar suas sensações e aflições (13). Dessa forma, as pessoas que apresentam
alguma desestruturação da personalidade devem ser orientadas a buscar apoio
psicológico e espiritual. Ao analisar a problemática, Joanna de Ângelis afirma: O
organismo humano constituído harmonicamente está preparado para a auto-
recuperação, o refazimento, quando os tecidos se gastam ou sofrem agressões,
obedecendo a automatismos bem delineados pela própria estrutura biológica. No
entanto, o ser psicológico não se refaz automaticamente, recuperando-se de uma
depressão, de uma síndrome do pânico, de um transtorno neurótico simples ou
psicótico profundo, o que requer terapeuta especializado. Em razão disso, o equilíbrio
psicológico do indivíduo é de vital importância, face aos procedimentos que dele se
derivam para a saúde orgânica e emocional, nos inúmeros quão constantes processos
de ocorrência freqüente. Nas injunções perturbadoras que se iniciam na infância, sob a
dolorosa crueldade de uma genitora insensível ou perversa, de um pai negligente ou
impiedoso, nas condutas sociais viciosas proliferam os fatores de desestruturação da
personalidade, empurrando suas vítimas para a dipsomania, para a toxicomania, para a
dependência química. (16)
Os traumas que atingem a vida da pessoa merecem um destaque especial, em
razão das conseqüências que podem produzir na estrutura psicológica. Há
desagregações psíquicas que estão vinculadas a traumas vivenciados pelo Espírito na
atual existência física, ou em existências pretéritas. A recordação dessa ou daquela
falta grave, mormente daquelas que jazem recalcadas no espírito, sem que o desabafo
e a corrigenda funcionem por válvulas de alívio às chagas ocultas do arrependimento,
cria na mente um estado anômalo que podemos classificar de zona de remorso, em
torno da qual a onda viva e contínua do pensamento passa a enovelar-se em circuito
fechado sobre si mesma, com reflexo permanente na parte do veículo
fisiopsicossomático ligada à lembrança das pessoas e circunstâncias associadas ao
erro de nossa autoria. Estabelecida a idéia fixa sobre esse nódulo de forças mentais
desequilibradas, é indispensável que acontecimentos reparadores se nos
contraponham ao modo enfermiço de ser, para que nos sintamos exonerados desse ou
daquele fardo íntimo, ou exatamente redimidos perante a Lei. Essas enquistações de
energias profundas, no imo de nossa alma, expressando as chamadas dívidas

32
cármicas, por se filiarem a causas infelizes que nós mesmos plasmamos na senda do
destino, são perfeitamente transferíveis de uma existência para outra. (36)
O sentimento de culpa e remorso — consciente ou inconsciente, relacionado a
acontecimentos presentes ou passados — representa uma das causas usuais da
desestruturação psicológica, porque atinge as áreas da afetividade, da emoção e das
idéias com sérios reflexos na conduta individual, conduta esta que pode direcionar a
pessoa, psiquicamente fragilizada, à viciação. O (...) remorso provoca distonias diversas
em nossas forças recônditas, desarticulando as sinergias do corpo espiritual, criando
predisposições mórbidas para essa ou aquela enfermidade, entendendo-se, ainda, que
essas desarmonias são, algumas vezes, singularmente agravadas pelo assédio vindicativo
dos seres a quem ferimos, quando imanizados a nós em processos de obsessão. Todavia,
ainda mesmo quando sejamos perdoados pelas vítimas de nossa insânia, detemos
conosco os resíduos mentais da culpa, qual depósito de lodo no fundo de calma piscina, e
que, um dia, virão à tona de nossa existência, para a necessária expunção, à medida que
se nos acentue o devotamento à higiene moral. (37)

Influência familiar e social


Na prevenção ao uso indevido de drogas, a família bem como o meio social onde a
pessoa está inserida exercem poderosa influência. A adolescência, por ser a idade que o
Espírito apresenta maior vulnerabilidade às influências inferiores, deve merecer, por parte
da família, cuidados especiais. Na adolescência, as mudanças hormonais ocorridas no
corpo físico imprimem alterações no humor e nas emoções dos jovens, tornando-os
propensos a comportamentos estranhos. É também o período em que o (...) Espírito
retoma a natureza que lhe é própria e se mostra qual era [antes de reencarnar]. (6) Desde
que, porém, os filhos não mais precisam da proteção e assistência que lhes foram
dispensadas durante quinze ou vinte anos, surge-lhes o caráter real e individual em toda a
nudez. Conservam-se bons, se eram fundamentalmente bons; mas, sempre irisados de
matizes que a primeira infância manteve ocultos. (7) Os pais e demais familiares devem
dobrar a vigilância em relação aos filhos durante a adolescência, cercando-os de amor e
paciência. É preciso considerar também que é nesse período que muitas neuroses e
psicoses surgem, associadas, comumente, a processos obsessivos. Os representantes da
família e da sociedade devem somar esforços, buscando soluções pacíficas para o
problema, entendendo definitivamente que o (...) surto das alienações mentais infanto-
juvenil, num crescendo assustador, deve reunir-nos todos em torno do problema urgente, a
fim de que sejam tomadas providências saneadoras dessa cruel pandemia. (17) As mentes
jovens despreparadas (...) arrojam-se, voluptuosas, insaciáveis, ao prazer fugidio, à dita de
um minuto em detrimento, afirmam, da angustiosa expectativa demorada de uma felicidade
que talvez não fruam... (18)
O cotidiano atual, no Planeta, oferece maior acesso às drogas. As condições da
música excitante, o fenômeno “materialismo”, os desencantos de toda ordem, as
dificuldades que o meio naturalmente oferece e tantas outras posições de negatividade
são fatores, quando não desencadeantes, ao menos coadjuvantes nos mecanismos da
dependência. Diga-se, entretanto, que o fator primordial nos processos de toxicofilia
está ligado ao próprio indivíduo, à sua natureza psicológica em ligação direta com o
passado espiritual. Os sofrimentos que hoje colhemos são a sementeira do pretérito. É
justa e precisa a conhecida frase: “A sementeira é livre, a colheita obrigatória”.
Acreditamos, também, que inúmeros viciados não trouxeram propriamente um

33
problema cármico. São almas primitivas internadas, temporariamente, na carne e com
poucas condições psicológicas na avaliação das responsabilidades. Com isso, desejam
sonhos e caminhos sem lutas; esbarram na inconformação e nos desalentos dos
possíveis roteiros fáceis na busca dos prazeres da vida. Aqueles que se enredaram nas
malhas do vício iniciam-se por pequenos impulsos até mesmo por curiosidade como
“ato de independência” ou “liberdade”. Impulso que a pouco e pouco se vai ampliando e
como que convidando a personalidade imatura a uma tradução avessa e míope da
“realização”. Nesta fase, muitos dizem que podem deixar a prática viciosa à hora à que
desejarem por terem “inteligência” para isso; mas, na sua desestruturação psicológica
caminham inelutavelmente para a dependência. (13)
Constitui, realmente, (...) um desafio preservar nossos filhos dos hábitos vigentes
na sociedade: o sexo desvairado e a droga indiscriminada. Infelizmente, a iniciação dá-
se em algumas escolas, onde eles vão ser educados. Ali o traficante, através de alguns
professores e de ignóbeis funcionários, ou de diretores inescrupulosos, que visam
apenas lucros, ou dos vendedores que ficam defronte do educandário, daqueles que
têm bancas de revistas e passam também os papelotes de cocaína ou os cigarros de
maconha... Dessa forma torna-se muito difícil a nossa tarefa. A solução é falar-lhes com
naturalidade, sem gerar reações psicológicas, face ao abuso, porque tudo aquilo que
repetimos em demasia desperta interesse e produz efeito contrário. Deveremos mostrar
a vantagem dos bons hábitos, e que um deles, saudável, é não usar drogas. (15)

Obsessão
Obsessão, segundo o entendimento espírita, é o domínio que alguns Espíritos
logram adquirir sobre certas pessoas. Nunca é praticada senão pelos Espíritos
inferiores, que procuram dominar. Os bons Espíritos nenhum constrangimento infligem.
Aconselham, combatem a influência dos maus e, se não os ouvem, retiram-se. Os
maus, ao contrário, se agarram àqueles de quem podem fazer suas presas. Se chegam
a dominar algum, identificam-se com o Espírito deste e o conduzem como se fora
verdadeira criança. A obsessão apresenta caracteres diversos, que é preciso distinguir
e que resultam do grau do constrangimento e da natureza dos efeitos que produz. A
palavra obsessão é, de certo modo, um termo genérico, pelo qual se designa esta
espécie de fenômeno, cujas principais variedades são: a obsessão simples, a
fascinação e a subjugação. (10)
É importante considerar que nossa (...) alma vive onde se lhe situa o coração.
Caminharemos, ao influxo de nossas próprias criações, seja onde for. A gravitação no
campo mental é tão incisiva, quanto na esfera da experiência física. Servindo ao
progresso geral, move-se a alma na glória do bem. Emparedando-se no egoísmo,
arrasta-se, em desequilíbrio, sob as trevas do mal. A Lei Divina é o Bem de todos.
Colaborar na execução de seus propósitos sábios é iluminar a mente e clarear a vida.
Opor-lhe entraves, a pretexto de acalentar caprichos perniciosos, é obscurecer o
raciocínio e coagular a sombra ao redor de nós mesmos. É indispensável ajuizar
quanto à direção dos próprios passos, de modo a evitarmos o nevoeiro da perturbação
e a dor do arrependimento. (...) Consciência pesada de propósitos malignos, revestida
de remorsos, referta de ambições desvairadas ou denegrida de aflições não pode
senão atrair forças semelhantes que a encadeiam a torvelinhos infernais. A obsessão é
sinistro conúbio da mente com o desequilíbrio comum às trevas. Pensamos, e
imprimimos existência ao objeto idealizado. A resultante visível de nossas cogitações

34
mais íntimas denuncia a condição espiritual que nos é própria, e quantos se afinam com
a natureza de nossas inclinações e desejos aproximam-se de nós, pelas amostras de
nossos pensamentos. Se persistimos nas esferas mais baixas da experiência humana,
os que ainda jornadeiam nas linhas da animalidade nos procuram, atraídos pelo tipo de
nossos impulsos inferiores, absorvendo as substâncias mentais que emitimos e
projetando sobre nós os elementos de que se fazem portadores.(42)
Realizando uma breve análise das formas como a obsessão se manifesta,
podemos dizer que a obsessão simples se caracteriza por um incômodo ou mal-estar
produzido pelo obsessor. Trata-se de uma ação espiritual, nem sempre sistemática e
contínua, que tem como finalidade atingir e abalar as barreiras psíquicas da vítima. Na
fascinação, o Espírito molestador atua de forma ardilosa sobre a mente e a vontade da
vítima, produzindo ilusões facilmente assimiladas pelo obsidiado. O (...) Espírito conduz
o indivíduo de quem ele chegou a apoderar-se, como faria com um cego, e pode levá-lo
a aceitar as doutrinas mais estranhas, as teorias mais falsas, como se fossem a única
expressão da verdade. Ainda mais, pode levá-lo a situações ridículas,
comprometedoras e até perigosas. (11) A subjugação é (...) uma constrição que
paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado. Numa palavra: o
paciente fica sob um verdadeiro jugo. (12) A ação dos Espíritos inferiores sobre o
dependente de substâncias químicas pode ser percebida através das alterações no
comportamento do viciado, dos danos adicionais ao seu organismo perispiritual, já tão
agredido pelas drogas, e das conseqüências futuras e penosas que experimentará
quando estiver na condição de Espírito desencarnado, vinculado a regiões espirituais
inferiores. Sabemos que, após a desencarnação, o Espírito guarda, por certo tempo,
que pode ser longo ou curto, seus condicionamentos, tendências e vícios de
encarnado. O Espírito de um viciado em drogas, por exemplo, em face do estado de
dependência a que ainda se acha submetido, no outro lado da vida, sente o desejo e a
necessidade de consumir a droga. Somente a forma de satisfazer seu desejo é que irá
variar, já que a condição de desencarnado não lhe permite proceder como quando na
carne. Como Espírito precisará vincular-se à mente de um viciado, de início, para
transmitir-lhe seus anseios de consumo da droga, posteriormente para saciar sua
necessidade, valendo-se para tal do recurso, ou da vampirização das emanações
tóxicas impregnadas no perispírito do viciado ou da inalação dessas mesmas
emanações quando a droga estiver sendo consumida. (22)
Percebe-se, dessa forma, que o processo obsessivo dos viciados em drogas
ocorre, em geral, pela ação de Espíritos igualmente viciados. Trata-se, na verdade, de
uma ação planejada pelo obsessor-dependente-químico contra o encarnado que
oferece condições de suprir-lhe as exigências impostas pelo vício. É importante
considerar que esse tipo de obsessor raramente age sozinho. Segundo relatos
mediúnicos confiáveis, o obsessor quase sempre está acompanhado de outros
Espíritos, também doentes, unidos entre si por dolorosos processos de desequilíbrios,
comandados por inteligências transviadas e pérfidas. Nesta, como nas demais
obsessões, podemos identificar quatro fases da atuação do obsessor sobre o
obsidiado: insinuação, assédio, conexão mental e domínio (49) Na fase de insinuação
ou de influenciação, o obsessor busca atrair a sintonia do paciente, projetando,
sutilmente e quase sempre à distância, idéias e imagens, que, pouco a pouco, passam
a ser recepcionadas por este, se tais as condições propiciadas pela afinidade,
associada à invigilância. É o momento que pode ser qualificado como de insinuação

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espiritual maligna e que, pela sagacidade do perseguidor, dificilmente é detectada pela
maioria dos moralmente adormecidos, que somos nós, renitentes aprendizes do
Evangelho na escola da Terra. (49) Na fase de insinuação, os Espíritos utilizam
recursos telepáticos e fluídicos, aplicados próximo ou à distância da pessoa
selecionada como alvo. Este alvo pode ser qualquer indivíduo, uma vez que na maioria
das vezes, estamos nós — encarnados — agindo sob a influência de entidades
espirituais que se afinam com o nosso modo de pensar e de ser, ou em cujas faixas
vibratórias respiramos. (28) Os Espíritos obsessores sabem como nos atingir, bastando
para isto identificar o foco dos nossos interesses e os pontos das nossas fragilidades.
No atual estado evolutivo da humanidade terrestre, poucas são as pessoas que, se
encontram imunes às influencias espirituais inferiores. A uma simples vibração de
nosso ser, a um pensamento emitido, por mais secreto nos pareça, evidenciamos de
imediato a faixa vibratória em que nos situamos, que terá pronta repercussão naqueles
que estão na mesma freqüência vibracional. Assim, atrairemos aqueles que comungam
conosco e que se identificam com a qualidade de nossa emissão mental. (29)
Allan Kardec nos explica como os Espíritos tomam conhecimento dos nossos
interesses e, de posse dessas informações, como podem agir os obsessores: Sendo os
fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o som sobre o ar;
eles nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som. Pode-se pois dizer, sem
receio de errar, que há, nesses fluidos, ondas e raios de pensamentos, que se cruzam
sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros. Há mais: criando imagens
fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico, como num espelho; toma
nele corpo e aí de certo modo se fotografa. (...) Desse modo é que os mais secretos
movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler noutra
alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo. Contudo, vendo
a intenção, pode ela pressentir a execução do ato que lhe será a conseqüência, mas
não pode determinar o instante em que o mesmo ato será executado, nem lhe assinalar
os pormenores, nem, ainda, afirmar que ele se dê, porque circunstâncias ulteriores
poderão modificar os planos assentados e mudar as disposições. Ele não pode ver o
que ainda não esteja no pensamento do outro; o que vê é a preocupação habitual do
indivíduo, seus desejos, seus projetos, seus desígnios bons ou maus. (4) Na fase de
assédio há uma gradação maior de envolvimento mental e fluídico. Os efeitos passam
logo a ser notados, como por exemplo, mudanças perigosas de atitudes, pensamentos,
às vezes, desordenados, falhas de memória, falta de concentração, cansaço físico e
mental, sintomas diversos sem causa aparente, etc. (...) Outra maneira de se perceber
um assédio é a manifestação de muita ansiedade. (50)
Nem sempre, porém, a ação do obsessor é fria e calculista. Nem sempre ele age
com premeditação e com requintes de crueldade. Há obsessões, sim, que apresentam
essas características, mas nem todas. Existem aquelas outras em que o algoz atua
como que enlouquecido pela dor, pela angústia e sofrimentos. Não tem condições de
raciocinar com clareza e sofre até mais que o obsidiado. (...) Muitos não têm
consciência do mal que estão praticando. Podem estar sendo usados por obsessores
mais inteligentes e mais cruéis, que os atormentam, enquanto os obrigam a, por sua
vez, atormentarem os que são objeto de vingança ou ódio. (...) Via de regra, os
obsessores chefiam outros obsessores, que tanto podem ser seus cúmplices por
vontade própria ou uma espécie de escravos, dominados por processos análogos aos
usados com os obsidiados encarnados. Esses Espíritos são empregados para garantir

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o cerco, intensificar a perturbação não só da vítima como dos componentes do seu
círculo familiar. Permanecem ao lado destes, acompanhando-lhes os passos, vigiam-
lhes os movimentos e têm a incumbência de ocasionar-lhes problemas, mal-estar,
confusões, o que conseguirão desde que a criatura visada não se defenda com a luz da
prece e o reforço de uma vida edificante, voltada para a prática da caridade e para o
desejo constante do bem. (30)
Na fase de conexão mental, propriamente dita, as resistências psíquicas vão
sendo minadas cada vez mais, estabelecendo-se o conúbio mental contínuo entre
obsessor e obsidiado. Na conexão mental, o perispírito do perseguidor passa a ligar-se
mais ao corpo espiritual do obsidiado, inaugurando, perigosamente, as possibilidades
de justaposição perispirítica, que pode abrir as portas, não só para um tipo de
fascinação mais persistente, como para os processos simbióticos e parasitários. (51) Os
obsessores valem-se dos instantes do sono físico de suas vítimas para intensificarem a
perseguição. Nestas ocasiões, mostram-se como realmente são, no intuito de apavorar
e exercer com isso maior domínio. Quando já há uma sintonização bem estreita,
facilitada sobretudo pela culpa, o remorso e o medo, o obsessor age como dono da
situação, levando o perseguido a sítios aterrorizantes, visando desequilibrá-lo
emocionalmente, deixando plasmadas na sua mente as visões que tanto amedrontam.
Envolvem a vítima com seus fluidos morbíficos e, em certos casos, chegam à posse
quase completa desta, através de complicadas intervenções no seu perispírito. (31)
Uma vez ligado fluídica e mentalmente à criatura, o obsessor usufrui de todas as
sensações, emoções e pensamentos da vítima, ao mesmo tempo que lhe injeta as
suas próprias sensações, emoções e pensamentos, estabelecendo-se, dessa forma,
tenebroso intercâmbio de vibrações desarmônicas, muito desagradáveis para o
encarnado, mas que provocam bem-estar ao perseguidor. Nessa fase, a ligação entre
as mentes do obsessor e do paciente torna-se cada vez mais íntima, enfraquecendo-se,
gradualmente e dramaticamente, a vontade deste. (51) Os desencarnados de condição
inferior justapõem-se (...) à aura das criaturas que lhes oferecem passividade e,
sugando-lhes as energias, senhoreiam-lhes as zonas motoras e sensórias, inclusive os
centros cerebrais, em que o Espírito conserva as suas conquistas de linguagem e
sensibilidade, memória e percepção, dominando-as (...). (38)
A fase de domínio, identificada por Allan Kardec como subjugação, é
considerada a mais grave do processo obsessivo, porque o obsidiado se encontra
totalmente dominado pelo obsessor. A vítima da subjugação passa a mostrar mudanças
ostensivas em seu comportamento e pode, tristemente, chegar a perder a própria
capacidade de discernir. (52) A pessoa subjugada por ação espiritual apresenta
sintomas evidentes de transtornos ou doenças mentais, variáveis em tipos e graus.
Nesse contexto, as doenças mentais caracterizam-se por um número muito grande de
perturbações; dentre elas citamos, de forma sintetizada: perturbações da consciência;
perturbações do humor; perturbações gerais na forma e processo do pensamento;
perturbações da memória; perturbações na fala; perturbações da percepção;
perturbações da inteligência (retardo mental; demência) e outras. (32) As pessoas
dependentes de substâncias químicas apresentam, em geral, um tipo muito peculiar de
obsessão: a obsessão compartilhada ou por parceria no vício. Trata-se de uma situação
em que o obsidiado aceita, sem maiores constrangimentos, a atuação do obsessor.
Apresentaremos alguns exemplos ilustrativos, para melhor esclarecer o assunto. No
livro Sexo e Destino, André Luiz nos informa sobre a intrigante parceria existente entre

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o encarnado Cláudio Nogueira e dois Espíritos alcoólatras. O amigo espiritual assim se
expressa: Diante de nós, ambos os desencarnados infelizes (...), surgiram de repente,
abordaram Cláudio e agiram sem-cerimônia. Um deles tateou-lhe um dos ombros e
gritou, insolente:
— Beber, meu caro, quero beber!
A voz escarnecedora agredia-nos a sensibilidade auditiva. Cláudio, porém, não
lhe pescava o mínimo som.(...) Contudo, se não possuía tímpanos físicos para qualificar
a petição, trazia na cabeça a caixa acústica da mente sintonizada com o apelante. O
assessor inconveniente repetiu a solicitação, algumas vezes, na atitude do hipnotizador
que insufla o próprio desejo, reasseverando uma ordem. O resultado não se fez
demorar. Vimos o paciente desviar-se do artigo político em que se entranhava. Ele
próprio não explicaria o súbito desinteresse de que se notava acometido pelo editorial
que lhe apresara a atenção.
Beber! Beber!... Cláudio abrigou a sugestão, convicto de que se inclinava para
um trago de uísque exclusivamente por si (...). Beber! Beber!... E a sede de aguardente
se lhe articulou na idéia, ganhando forma. A mucosa pituitária se lhe aguçou, como que
mais fortemente impregnada do cheiro acre que vagueava no ar. O assistente malicioso
coçou-lhe brandamente os gorgomilos [goela, garganta] (...). O amigo sagaz percebeu-
lhe a adesão tácita e colou-se a ele. De começo, a carícia leve; depois da carícia
agasalhada, o abraço envolvente; e depois do abraço de profundidade, a associação
recíproca. Integraram-se ambos em exótico sucesso de enxertia fluídica. (...) Cláudio-
homem absorvia o desencarnado, à guisa de sapato que se ajusta ao pé. Fundiram-se
os dois, como se morassem eventualmente num só corpo. Altura idêntica. Volume igual.
Movimentos sincrônicos. Identificação positiva. Levantaram-se a um tempo e giraram
integralmente incorporados um ao outro, na área estreita, arrebatando o delgado frasco.
(...) A talagada rolou através da garganta, que se exprimia por dualidade singular.
Ambos os dipsômanos estalaram a língua de prazer, em ação simultânea. (48)
Nos Domínios da Mediunidade, temos outro exemplo de obsessão por parceria
no vício. Sigamos alguns trechos do relato esclarecedor que André Luiz nos traz a
respeito do nível de entrosamento, fluídico e mental, existente entre viciados
encarnados e desencarnados, freqüentadores de uma casa noturna: Dirigíamo-nos a
outro templo espírita, em companhia de Áulus, segundo o nosso plano de trabalho,
quando tivemos nossa atenção voltada para enorme gritaria. Dois guardas arrastavam,
de restaurante barato, um homem maduro em deploráveis condições de embriaguez. O
mísero esperneava e proferia palavras rudes, protestando, protestando...
— Observem o nosso infeliz irmão! — determinou o orientador.
(...) Achava-se o pobre amigo abraçado por uma entidade da sombra, qual se um
polvo estranho o absorvesse. Num átimo, reparamos que a bebedeira alcançava os
dois, porquanto se justapunham completamente um ao outro, exibindo as mesmas
perturbações. (43) Adentrando à casa noturna, o assistente Áulus, Hilário e André Luiz
nos transmitem expressivas lições sobre o assunto. Acompanhemos os registros de
André Luiz: As emanações do ambiente produziam em nós indefinível mal-estar. Junto
de fumantes e bebedores inveterados, criaturas desencarnadas de triste feição se
demoravam expectantes. Algumas sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar,
ainda aquecidas pelo calor dos pulmões que as expulsavam, nisso encontrando alegria
e alimento. Outras aspiravam o hálito de alcoólatras impenitentes. Indicando-as,
informou o orientador:

38
— Muitos de nossos irmãos, que já se desvencilharam do vaso carnal, se
apegam com tamanho desvario às sensações da experiência física, que se cosem
àqueles nossos amigos terrestres temporariamente desequilibrados nos desagradáveis
costumes por que se deixam influenciar. (...) Esses nossos companheiros situaram a
mente nos apetites mais baixos do mundo, alimentando-se com um tipo de emoções
que os localiza na vizinhança da animalidade. Não obstante haverem freqüentado
santuários religiosos, não se preocuparam em atender aos princípios da fé que
abraçaram, acreditando que a existência devia ser para eles o culto de satisfações
menos dignas, com a exaltação dos mais astuciosos e dos mais fortes. (44)
No livro No Mundo Maior, o Espírito André Luiz nos transmite as explicações do
benfeitor Calderaro sobre o quadro dantesco de alucinações, visões estranhas de
animais, tais como de cobras e morcegos, que acometem os alcoólatras, em
decorrência da ação obsessiva de entidades vampirizantes. (46)
Esses relatos nos conduzem inevitavelmente à reflexão sobre a complexa e
dolorosa questão da dependência química e sobre os tormentos por que os nossos
irmãos viciados passam. É preciso que cada um de nós, segundo as próprias
possibilidades, algo contribua para a melhoria desse estado de coisas. Nesse sentido, é
preciso ver os viciados como pessoas enfermas, necessitadas de auxílio. Marlene
Nobre ressalta que os drogaditos não devem ser tratados, primordialmente, como
obsidiados. Uma das lutas dos profissionais da saúde, que atuam nessa área, é a de
conscientizar o viciado em drogas ou álcool, enfim, o dependente químico, de que
precisa se tratar, aderindo ao esquema da desintoxicação, à psicoterapia, ao programa
dos dez passos, e outros mais indicados a cada caso. É claro que o tratamento
espiritual na fase de manutenção do tratamento pode ser feito, desde que o interessado
se conscientize da sua necessidade de mudar e não descarte sua responsabilidade,
atribuindo sua doença à [exclusiva] influência de desencarnados. Embora
reconhecendo os diversos graus de parceria, somos levados a considerar, com o
estudo da obra de André Luiz, que o espírito do encarnado tem papel preponderante
nesse tipo de ligação viciosa. Há, nesses casos, uma comunhão de forças negativas e,
como já afirmamos (...), muitas vezes, fica difícil determinar a linha demarcatória entre a
obsessão anímica e a espirítica. (27)

2. LESÕES PERISPIRITUAIS RESULTANTES DA VICIAÇÃO


As principais lesões perispirituais decorrentes do uso indevido de substâncias
químicas surgem após uma persistente ou intensa ação perniciosa sobre o perispírito.
É comum a lesão perispiritual surgir durante o estado de dependência que caracteriza o
processo de drogatização, propriamente dito. Nesse sentido, a dependência às drogas
é sempre entendida como (...) uma intensa obsessão mental aliada à predisposição
física direcionada à utilização de uma (ou mais) substância. Em conseqüência, o termo
drogadicto [drogadito] — relacionado à drogadição [drogatização] — refere-se ao
usuário que já se encontra em algum estágio da dependência química em relação à
determinada substância. (19)
Entendemos, à luz das orientações espíritas, que é difícil determinar se uma
lesão perispiritual pode ser reversível no mesmo período reencarnatório no qual a
pessoa se tornou usuária de drogas. Acreditamos, à semelhança do que ocorre com as

39
lesões produzidas no veículo físico, que a reversibilidade do processo guarda relação
com o tipo, concentração e grau de toxidez da substância, assim como o tempo de
permanência da mesma no organismo. Outros fatores também devem ser
considerados, tais como: obsessão, doenças concomitantes, duração do vício etc.
Existem, porém, traumas perispirituais que seguirão o indivíduo no além-túmulo e em
reencarnações subseqüentes. Esses traumas desaparecerão na esteira do tempo, cedo
ou tarde, de acordo com o esforço individual empregado.
O perispírito, como sabemos, é o molde utilizado na construção do corpo físico.
Se o molde apresenta lesões, estas serão naturalmente impressas no veículo somático
em formação. Apesar de a Ciência ainda desconsiderar a existência e a sobrevivência
do Espírito, a questão das drogas vem merecendo destaque no meio acadêmico,
devido às implicações que as mesmas têm provocado na estrutura e organização dos
genes. A situação é tão preocupante, que cientistas de várias partes do Planeta,
reunidos, chegaram à seguinte conclusão: Os viciados em drogas de hoje podem não
só estar pondo em risco seu próprio corpo e sua mente, mas fazendo uma espécie de
roleta genética, ao projetar sombras sobre os seus filhos e netos ainda não nascidos.
(...) O efeito destruidor das drogas é tão intenso que extrapola os limites do organismo
físico da criatura humana, alcançando e comprometendo, substancialmente, o equilíbrio
e a própria saúde do seu corpo perispiritual. Tal situação, somada àquelas de natureza
fisiológica, psíquica e espiritual, principalmente as relacionadas com as vinculações a
entidades desencarnadas em desalinho, respondem, indubitavelmente, pelos
sofrimentos, enfermidades e desajustes emocionais e sociais a que vemos submetidos
os viciados em drogas. (20)
Revela-nos a ciência médica que a droga, ao penetrar no organismo físico do
viciado, atinge o aparelho circulatório, o sangue, o sistema respiratório, o cérebro e as
células, principalmente as neuroniais. (21) Atentos à gravidade do assunto,
consideramos importante inserir neste estudo os seguintes esclarecimentos que o
benfeitor espiritual Alexandre presta ao Espírito André Luiz: Você não ignora que o
corpo humano tem as suas atividades propriamente vegetativas, mas talvez ainda não
saiba que o corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, está fortemente
radicado no sangue. Na organização fetal, o patrimônio sangüíneo é uma dádiva do
organismo materno. Logo após o renascimento, inicia-se o período de assimilação
diferente das energias orgânicas, em que o “eu” reencarnado ensaia a consolidação de
suas novas experiências e, somente aos sete anos de vida comum, começa a presidir,
por si mesmo, ao processo de formação do sangue, elemento básico de equilíbrio ao
corpo perispirítico ou forma preexistente, no novo serviço iniciado. O sangue, portanto,
é como se fora o fluido divino que nos fixa as atividades no campo material e em seu
fluxo e refluxo incessantes, na organização fisiológica, nos fornece o símbolo do eterno
movimento das forças sublimes da Criação Infinita. Quando a sua circulação deixa de
ser livre, surge o desequilíbrio ou enfermidade e, se surgem obstáculos que impedem o
seu movimento, de maneira absoluta, então sobrevém a extinção do tônus vital, no
campo físico, ao qual se segue a morte com a retirada imediata da alma. (41) Quando
André Luiz nos explica sobre a origem e formação do sistema nervoso, esclarece
também a respeito da estreita relação que existe entre as células nervosas do corpo
físico, em especial os neurônios, e o perispírito. Assinala que na gênese do sistema
nervoso os (...) neurônios nascem e se renovam, milhões de vezes, no plano físico e no
plano extrafísico, na estruturação de cérebros experimentais, com mais vivos e mais

40
amplos ingredientes do corpo espiritual, quando em função nos tecidos físicos, até que
se ergam em unidade morfológicas definitivas no sistema nervoso. (35) Este autor
espiritual afirma que existe, no citoplasma celular do neurônio, (...) um pigmento ocre,
estreitamento relacionado com o corpo espiritual, de função muito importante na vida do
pensamento, aumentando consideravelmente na madureza e na velhice das criaturas,
além de uma substância, invisível na célula em atividade, a espalhar-se no citoplasma e
nos dendritos (...); essa substância — a expressar-se nos chamados corpúsculos de
Nissl, que podem sofrer a cromatólise — representa o alimento psíquico, haurido pelo
corpo espiritual no laboratório da vida cósmica, através da respiração, durante o
repouso físico para a restauração das células fatigadas e insubstituíveis. (35) Dessa
forma, é imperioso admitir que a (...) organização fisiológica, segundo conhecemos no
campo das cogitações terrestres, não vai além do vaso de barro, dentro do molde
preexistente do corpo espiritual. Atingido o molde em sua estrutura pelos golpes das
vibrações inferiores, o vaso refletirá imediatamente. (39)
Comparando essas informações com as pesquisas médicas atuais, conclui-se
que a agressão das drogas ao sangue e às células neuroniais também refletirá nas
regiões correlatas do corpo perispiritual, em forma de lesões e deformações
consideráveis que, em alguns casos, podem chegar até a comprometer a própria
aparência humana do perispírito. Tal violência concorre até mesmo para o surgimento
de um acentuado desequilíbrio do Espírito, uma vez que o perispírito funciona, em
relação a este, como uma espécie de filtro na dosagem e adaptação das energias
espirituais junto ao corpo físico e vice-versa. (21) As lesões perispirituais provocadas
pela viciação resultam em inevitáveis desordens de natureza moral e espiritual, cuja
solução implica, necessariamente, a intervenção misericordiosa de benfeitores
espirituais. Esses orientadores definem medidas de reajuste espiritual para a criatura
doente, planejadas para serem desenvolvidas nos dois planos da vida. No rol das
conseqüências espirituais decorrentes das lesões perispirituais, localizamos as
enfermidades de nascença, sobretudo as que tiram a tantos infelizes os meios de
ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, o cretinismo, etc. Os que
nascem nessas condições, certamente nada hão feito na existência atual para merecer,
sem compensação, tão triste sorte, que não podiam evitar, que são impotentes para
mudar por si mesmos e que os põe à mercê da comiseração pública. (2) A quem,
então, há de o homem responsabilizar por todas essas aflições, senão a si mesmo? O
homem, pois, em grande número de casos, é o causador de seus próprios infortúnios;
mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, menos humilhante para a sua
vaidade acusar a sorte, a Providência, a má fortuna, a má estrela, ao passo que a má
estrela é apenas a sua incúria. Os males dessa natureza fornecem, indubitavelmente,
um notável contingente ao cômputo das vicissitudes da vida. O homem as evitará
quando trabalhar por se melhorar moralmente, tanto quanto intelectualmente. (1)
Entendemos que as (...) atribulações podem ser impostas a Espíritos endurecidos, ou
extremamente ignorantes, para levá-los a fazer uma escolha com conhecimento de
causa. Os Espíritos penitentes, porém, desejosos de reparar o mal que hajam feito e de
proceder melhor, esses as escolhem livremente. Tal o caso de um que, havendo
desempenhado mal sua tarefa, pede lha deixem recomeçar, para não perder o fruto de
seu trabalho. As tribulações, portanto, são, ao mesmo tempo, expiações do passado,
que recebe nelas o merecido castigo, e provas com relação ao futuro, que elas

41
preparam. Rendamos graças a Deus, que, em sua bondade, faculta ao homem reparar
seus erros e não o condena irrevogavelmente por uma primeira falta. (3)
Toda ação distanciada do bem traz, cedo ou tarde, implicações de ordem
espiritual, em razão da lei de causa e efeito. Nesse sentido, as lesões congênitas, de
qualquer natureza, revelam a ocorrência de ações nocivas no veiculo perispiritual,
movidas pelo próprio Espírito. André Luiz nos esclarece o seguinte: Aqueles Espíritos
que por vezes diversas perderam vastas oportunidades de trabalho na Terra, pela
ingestão sistemática de elementos corrosivos, como sejam o álcool e outros venenos
das forças orgânicas, tanto quanto os inveterados cultores da gula, quase sempre
atravessam as águas da morte como suicidas indiretos e, despertando para a obra de
reajuste que lhes é indispensável, imploram regresso à carne em corpos desde a
infância inclinados à estenose do piloro, à ulceração gástrica, ao desequilíbrio do
pâncreas, à colite e às múltiplas enfermidades do intestino que lhes impõem torturas
sistemáticas, embora suportáveis, no decurso da existência inteira. (33) Essas
enfermidades refletem, portanto, os desatinos cometidos em vidas anteriores. A
cegueira, a mudez, a idiotia, a surdez, a paralisia, o câncer, a lepra, a epilepsia, o
diabete, o pênfigo, a loucura e todo o conjunto das moléstias, dificilmente curáveis
significam sanções instituídas pela Misericórdia Divina, portas adentro da Justiça
Universal, atendendo-nos aos próprios rogos, para que não venhamos a perder as
bênçãos eternas do espírito a troco de lamentáveis ilusões humanas. (34) Dessa forma,
há (...) dolorosas reencarnações que significam tremenda luta expiatória para as almas
necrosadas no vício. Temos, por exemplo, o mongolismo, a hidrocefalia, a paralisia, a
cegueira, a epilepsia secundária, o idiotismo, o aleijão de nascença e muitos outros
recursos, angustiosos embora, mas necessários, e que podem funcionar, em benefício
da mente desequilibrada, desde o berço, em plena fase infantil. Na maioria das vezes,
semelhantes processos de cura prodigalizam bons resultados pelas provações
obrigatórias que oferecem...(45)
Ao término deste estudo, recordemos Emmanuel que nos fala da necessidade de
cultivarmos a confiança no Senhor, ainda que estejamos sob o peso de grandes
atribulações.

Tempo de Confiança (*)


“E disse-lhes: onde está a vossa fé?” - Lucas, 8:25

A tempestade estabelecera a perturbação no ânimo dos discípulos mais fortes.


Desorientados, ante a fúria dos elementos, socorrem-se de Jesus, em altos brados.
Atende-os o Mestre, mas pergunta depois:
— Onde está a vossa fé?
O quadro sugere ponderações de vasto alcance. A interrogação de Jesus indica
claramente a necessidade de manutenção da confiança, quando tudo parece obscuro e
perdido. Em tais circunstâncias, surge a ocasião da fé, no tempo que lhe é próprio.
Se há ensejo para trabalho e descanso, plantio e colheita, revelar-se-á
igualmente a confiança na hora adequada.
Ninguém exercitará o otimismo, quando todas as situações se conjugam para o
bem-estar. É difícil demonstrar-se amizade nos momentos felizes.

42
Aguardem os discípulos, naturalmente, as oportunidades de luta maior, em que
necessitarão aplicar mais extensa e intensivamente os ensinamentos do Senhor. Sem
isso, seria impossível aferir valores.
Na atualidade dolorosa, inúmeros companheiros invocam a cooperação direta do
Cristo. E o socorro vem sempre, porque é infinita a misericórdia celestial, mas, vencida
a dificuldade, esperem a indagação:
— Onde está a vossa fé?
E outros obstáculos sobrevirão, até que o discípulo aprenda a dominar-se, a
educar-se e a vencer, serenamente, com as lições recebidas.

______________________
(*) XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 22. ed. Rio de
Janeiro, FEB, 2002. Cap. 40, p. 95-96

43
FONTES DE CONSULTA BIBLIOGRÁFICA

1. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro.


121. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Cap.5, item 4, p.98-100.

2. ______. Item 6, p. 101.

3. ______. Item 8, p. 103.

4. ______. A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 43. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003.
Cap.14, item 15, p.283.

5. ______. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 84. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2003. Questão 199-a, p.134.

6. ______. Questão 385, p.211.

7. ______. Questão 385, p.211-212.

8. ______. Questão 385, p.212.

9. ______. Questão 385, p.213.

10. ______. O Livro dos Médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 71. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2003. Cap.XXIII, item 237, p.306-307.

11. ______. Cap. XXIII, item 239, p.308.

12. ______. Cap. XXIII, item 240, p.309.

13. ANDRÉA,J.http://www.ajornada.hpg.ig.com.br/materias/drogas/drogas-0008.htm

14. FRANCO, Divaldo Pereira. Após a Tempestade. Pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador: LEAL,1974. Cap. 8, p.49.

15. ______. Laços de Família. Diversos Espíritos. Organização de Antonio César Perri
de Carvalho. 7. ed. São Paulo: USE, 2001. Capítulo: Filhos e Toxicomania. p. 63-
64.

16. ______. Despertar do Espírito. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 4. ed. Salvador:
LEAL,2000. Capítulo: Problemas psicológicos contemporâneos, item alcoolismo
e toxicomania, p.57-58.

17. ______. S.O.S. Família. Diversos Espíritos. 3. ed. Salvador: LEAL, 1994. Capítulo:
Alienação infanto-juvenil e educação (mensagem do Espírito Benedita
Fernandes), p.87.

44
18. ______. Capítulo: Alucinógenos, toxicomania e loucura (mensagem do Espírito
Joanna de Ângelis), p. 129.

19. GALVÊAS, Elias Celso. Drogas e Alcoolismo, p. 3 COMPLETAR.

20. LUNA, Xerxes Pessoa. As drogas e suas implicações espirituais. Reformador, ano
116, março de 1998. Nº 2028, p.86.

21. ______. p. 86-87.

22. ______. p. 87.

23. MARTINS, Celso et al. As Drogas e suas conseqüências. Belo Horizonte [MG],
editora Espírita Cristã Fonte Viva, 2000. Capítulo: O perfil do drogado. As drogas
e as suas conseqüências. Pelo psiquiatra Dr. Oswald Moraes Andrade, p. 79-80.

24. ______. Capítulo: Drogas: neuroses e obsessões. Pelo médico-psicossomático Dr.


José Alberto Pestana, p. 88.

25. ______. p. 90.

26. ______. p. 91.

27. NOBRE, Marlene R. S. A Obsessão e sua Máscaras - um estudo da obra de André


Luiz. São Paulo: Editora Jornalística Fé, 1997. cap. 6 (Possessão partilhada),
item parceiros no vício, p. 44-45.

28. SCHUBERT, Suely Caldas. Obsessão/Desobsessão. 14. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2000. Cap. 1 (As influenciações espirituais), p. 25.

29. ______. Cap. 2 (Companhias espirituais), p. 27.

30. ______. Cap. 14 (Modo de ação do obsessor), p. 73-74.

31. ______.p. 74.

32. ______. Transtornos Mentais. Araguari [MG]: Minas Editora, 2001. Cap. 2
(Definindo os transtornos mentais), p. 27.

33. XAVIER, Francisco Cândido. Ação e Reação. Pelo Espírito André Luiz.
1.ed.especial. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Cap. 19 (Sanções e auxílios), p 277-
278.

34. ______. p. 279.

35. XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos. Pelo espírito André Luiz. 1.
ed. especial. Primeira parte, cap. IX, item: fator de fixação, p. 71-72.

36. ______. Segunda parte, cap. XIX (Predisposições mórbidas), p. 241-242.

45
37. ______. p. 242.

38. XAVIER, Francisco Cândido. Instruções Psicofônicas. Por diversos Espíritos. 7. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 1995. Cap.51 (Domínio magnético), mensagem de
Francisco Menezes Dias da Cruz, p. 228.

39. ______. Missionários da Luz. Pelo Espírito André Luiz. 1. ed. especial. Rio de
Janeiro: FEB, 2003. Cap. 4 (Vampirismo), p. 39.

40. ______. Cap. 13 (Reencarnação), p. 237-238.

41. ______. p. 238-239.

42. ______. Nos domínios da Mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 1. ed. especial.
Rio de Janeiro: FEB, 2003. Cap. 13 (Pensamento e mediunidade), p. 117-119.

43. ______. Cap. 15 (Forças viciadas), p. 135.

44. ______. p. 136.

45. ______. p. 137.

46. ______. No Mundo Maior. Pelo Espírito André Luiz. 1. ed. especial. Rio de Janeiro:
FEB, 2003. Cap. 14 (Medida salvadora), p. 204-205.

47. ______. Roteiro. Pelo Espírito Emmanuel. 10.ed. Rio de Janeiro: FEB, 1998. Cap. 5
(Nos círculos da matéria), p. 28.

48. XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Sexo e Destino. Pelo Espírito André Luiz. 26. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2002. Primeira parte, cap. 6, p. 51-53.

49. ZIMMERMANN, Zalmino. Perispírito. Campinas [SP]: CEAK, 2000. Item: fases do
processo obsessivo, p. 467.

50. ______. p. 468.

51. ______. p. 471.

52. ______. p. 472.

46
_______________________________________________________
_______________________________________________________

ANEXO 1 - SAIBA MAIS SOBRE AS DROGAS

Fonte:
http://www.terra.com.br/saude/especiais/drogas/drogas_custos.htm
Nos últimos seis anos, o Brasil gastou mais de 700 milhões de reais no
tratamento de dependentes de álcool, cigarro e drogas ilícitas. Este número representa
apenas os custos com internações nos hospitais públicos e a medicação aplicada nos
pacientes viciados. A cifra pode ultrapassar um bilhão de reais, quando somados os
gastos com as constantes campanhas antidrogas do governo e as atividades das
polícias civis e militares no combate à disseminação do tráfico neste mesmo período. O
alcoolismo é considerado uma das doenças que mais atingem os brasileiros, estando
em 4º lugar na lista de doenças que mais incapacitam os trabalhadores, segundo
relatório da Previdência Social. Em 1996, o SUS (Sistema Único de Saúde) registrou o
número mais alto de casos de cirrose hepática no país, doença causada pelo consumo
abusivo de bebidas alcoólicas, estando entre as sete principais causas de morte em
pessoas acima de 15 anos. O que mais alarmou as autoridades médicas brasileiras foi
o número de jovens internados, em estado grave, por causa da bebida: 39.255, sendo
que 3.626 destes doentes morreram. Segundo o Ministério da Saúde, os transtornos
mentais causados pelo abuso de drogas são a segunda causa de internações nos
centros psiquiátricos públicos e, nos últimos três anos, também se tornaram uns dos
cinco principais tratamentos mais procurados nos hospitais convencionais da rede SUS.
Um estudo, realizado pelo governo desde 1993, aponta que o número de internações
por distúrbios mentais associados ao consumo de drogas dobrou: em 1993 o governo
registrou 5.429 pacientes internados e em 1999 este número passou dos 11 mil. Só no
último ano, o Brasil gastou mais de US$ 3 milhões exclusivamente com este problema.
Se comparado com o começo da década, o valor gasto triplicou. Em 1993, quando o
governo começou a divulgar estes dados, o dinheiro aplicado ficou por volta de US$
900 mil. Os problemas causados por fumo também merecem destaque nesta contagem.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o cigarro é responsável por 85% dos casos de
aposentadoria por invalidez no trabalho, 30% dos casos de câncer, 25% dos casos de
angina e 25% das doenças cérebro-vasculares. Até hoje o SUS gastou R$ 925.276.196
com o tratamento destes males.

ÁLCOOL
Fontes:
http://www.terra.com.br/saude/especiais/drogas/drogas_alcool.htm
http://www.maxpages.com/elias/Drogas_e_Alcoolismo

47
Considerado uma droga psicotrópica, o álcool é consumido em bebidas vendidas
comercialmente. O teor alcoólico - porcentagem de álcool presente na bebida - varia de
acordo com a marca e com o tipo de bebida. A bebida alcóolica pode ser produzida de
duas maneiras: fermentação ou destilação. A cerveja, por exemplo, é uma bebida
produzida por fermentação, com baixo teor alcoólico (cerca de 8%). Já os destilados,
como o uísque, a pinga e a vodka apresentam teores alcoólicos mais altos, que podem
chegar a 45%. Segundo alguns registros arqueológicos, os primeiros indícios do
consumo de álcool pelo ser humano datam de mais de oito mil anos. No primeiro
momento, as bebidas eram produzidas apenas pela fermentação e, por isso, tinham um
baixo teor alcoólico. Com o desenvolvimento do processo de destilação, começaram a
surgir as primeiras bebidas mais fortes e mais perigosas. Com a Revolução Industrial, a
bebida passou a ser produzida em série, o que aumentou consideravelmente o número
de consumidores e, por conseqüência, os problemas sociais causados pelo abuso no
consumo do álcool. Um dos grandes problemas, dentre os muitos causados pelo álcool,
é a combinação bebida - direção. Por afetar consideravelmente a coordenação motora
e o tempo de reação do alcoolizado, muitos acidentes fatais ocorrem devido ao
motorista estar sob o efeito do álcool. Dirigir sob efeito de álcool é proibido por lei no
Brasil e a quantidade máxima da substância aceita no país é de 0,6 gramas por litro de
sangue. O índice de suicídio entre os alcoólicos é, em média, 57% maior do que na
população em geral. Dos acidentes de trânsito, 75% deles estão relacionados à
embriaguez do motorista.
O álcool após ser ingerido é metabolizado no fígado pela enzima desidrogenase
alcoólica produzindo ácido acético e aldeído acético. Este tem papel nocivo sobre a
célula hepática, podendo afetar membranas, alterar antígenos de superfície e
despolimerizar proteínas. As hepatopatias e a desnutrição têm efeito potencializador
das lesões pelo etanol. Atualmente, considera-se que a dose de etanol necessária para
causar lesão hepática depende da susceptibilidade do indivíduo. Assim, o consumo
poderá variar de 20g/dia para mulheres e 40g/dia para homens até 160g/dia de etanol.
Geralmente 80% dos pacientes com Hepatite Alcoólica (HA) têm história de consumo
de álcool por mais de 5 anos. A possibilidade de desenvolver HA e cirrose é aumentada
quanto maior a dose e o tempo de consumo de etanol. A coexistência de hepatites
virais B ou C também aumentam a severidade da doença hepática de origem alcoólica.
As principais lesões hepáticas pelo etanol são esteatose, HA, cirrose e fibrose
perivenular. A esteatose é causada pela deposição de gorduras dentro das células do
fígado, os hepatócitos, sendo considerados lesão predisponente para a HÁ, e esta é
considerada lesão pré-cirrótica. Além das lesões hepáticas diretas, o alcoolismo acaba
por levar a deficiências nutricionais já que os alcoólatras freqüentemente obtém 50% de
suas calorias do etanol, deixando de consumir alimentos que supram suas
necessidades de proteína, tiamina, folato e piridoxina.
No organismo, 10% do volume da bebida alcoólica ingerida são eliminados
diretamente pelos pulmões, rins e pele – causando a sobrecarga, principalmente, dos
rins. Os outros 90% são convertidos em outras substâncias – como o aldeído acético –
provocando a oxidação de elementos químicos. Nesta etapa, o fígado desempenha um
papel de grande importância e, por este motivo, as disfunções hepáticas dificultam
bastante o processo de digestão do álcool. Grandes doses de álcool avariam, com o

48
passar do tempo, os rins (o álcool inibe a diurese) e o fígado, que são os principais
órgãos de desintoxicação do organismo. A oxidação de substâncias químicas – que são
capazes de provocar o envelhecimento — pode ser resumida em três etapas principais:
1. O álcool se transforma em aldeído acético.
2. Em seguida, o aldeído acético se converte em ácido acético.
3. E, finalmente, o ácido acético é transformado em carbono e água. Desta forma,
causando a sobrecarga do organismo como um todo, a molécula do álcool
(C2H5OH) é gradativamente transformada em substâncias inofensivas ao
organismo e, tanto o Hidrogênio (H) quanto o Carbono (C), acabam-se combinando
com o Oxigênio (O), assumindo a fórmula do Gás Carbônico (CO2) e Água (H2O),
que não agridem o organismo, sendo facilmente descartado pelo mesmo [através da
urina, da respiração e da transpiração]. Um organismo sadio trabalha desta forma, o
que não é o caso do alcoólatra. No alcoólatra, observa-se uma falha na segunda
etapa da oxidação, ou seja, na transformação do Aldeído Acético em Ácido Acético
– tal transformação só é possível na presença de uma enzima produzida pelo fígado
denominada “desidrogenase alcoólica”. Como o organismo do alcoólatra produz
uma baixa taxa desta substância, o Aldeído Acético, que se deveria converter em
Ácido Acético na segunda etapa do processo, acaba transformando-se em
substâncias bastante nocivas ao organismo: as carbolinas e as isoquinolinas, que,
não só causam a dependência química como também intoxicam e, com o passar do
tempo, desregulam as funções homeostáticas que regulam a maioria dos processos
orgânicos, principalmente as funções do Sistema Nervoso Central.

______________________________________________________________________
TABACO
Fonte:
http://www.terra.com.br/saude/especiais/drogas/drogas_tabaco.htm
A principal forma de consumo de tabaco é através do cigarro, que contém, além
da nicotina, um grande número de substâncias tóxicas, como o alcatrão e o monóxido
de carbono. Além do cigarro, o tabaco pode ser mascado e também aparece em pó, o
rapé, que é aspirado pelo consumidor. O tabaco é uma planta de nome científico
Nicotiana tabacum. Dessa planta é extraída a nicotina que, junto com muitas outras
substâncias, como o alcatrão e o monóxido de carbono, é responsável pelos malefícios
do cigarro. A nicotina, substância extraída do tabaco, já era utilizada por índios da
América Central há mais de dois mil anos, em rituais religiosos, para purificar e proteger
os guerreiros das tribos, além de seu uso ritual para prever o futuro. No século XVI, o
tabaco chegou à Europa e logo se alastrou para a Ásia e África. No século XVIII, o
tabaco foi muito utilizado na forma de rapé, pois acreditava-se em propriedades
medicinais da droga. A rainha da França, Catarina de Médicis, consumia o rapé para
aliviar suas enxaquecas. No século XIX, o uso do tabaco chegou com força nova à
América e surgiram os primeiros indícios dos cigarros, que se expandiram em larga

49
escala logo após a Primeira Guerra Mundial graças às campanhas publicitárias da
indústria tabagista. Na década de 60 apareceram os primeiros estudos apontando os
malefícios da nicotina. A partir daí, diversas campanhas contra o cigarro e contra o
tabaco começaram a alertar a população mundial para os malefícios da nicotina. Cada
vez mais estão sendo criadas dificuldades para os tabagistas: tanto a indústria quanto o
consumidor vêm sendo alvos de constantes restrições dos governos e da sociedade. As
indústrias de cigarro respondem continuamente a processos movidos por fumantes que
tiveram problemas de saúde causados pelo tabaco. Recentemente, nos EUA, a Justiça
condenou cinco das mais importantes companhias de cigarro a pagar uma indenização
de US$ 145 bilhões a 500 mil fumantes que foram prejudicados pelo cigarro.
______________________________________________________________________
COCAÍNA
Fonte:
http://www.terra.com.br/saude/especiais/drogas/drogas_cocaina.htm
A cocaína é uma droga sintetizada em laboratório e sua matéria prima é a folha
de um arbusto denominado Erytroxylon coca. A fórmula química da cocaína é 2-beta-
carbometoxi-3betabenzoxitropano e essa substância age na comunicação entre os
neurônios prolongando a ação de uma outra substância chamada dopamina. A cocaína
pode ser consumida de várias formas mas o modo mais comum é "aspirando" a droga,
que normalmente se apresenta sob forma de um pó. Consumidores mais
inconseqüentes chegam a injetar a droga diretamente na corrente sangüínea, o que
eleva consideravelmente o risco de uma parada cardíaca irreversível, a chamada
"overdose fatal". Os primeiros indícios de utilização da folha de coca, matéria-prima da
cocaína, são encontrados há mais de três mil anos, quando era mascada por povos que
habitavam a região andina da América do Sul. A folha de coca era utilizada por inibir a
fome e estimular longas caminhadas na altitude. Os povos da época costumavam
também usar o sumo da folha para aliviar a dor, aplicando-o em diferentes áreas do
corpo. Em 1862, o químico Albert Niemann produziu, em laboratório, um pó branco a
partir da folha de coca que foi denominado cloridrato de cocaína. Esse produto passou
a ser usado amplamente na sintetização de remédios utilizados no fim do século XIX
como tônicos, supositórios e pastilhas expectorantes. O cloridrato de cocaína chegou a
ser utilizado até na produção de vinhos. No início do século XX, a cocaína era
livremente comercializada como um remédio comum, mas logo apareceram as
primeiras mortes por causa do abuso do consumo da droga. Por conta das mortes, ela
foi gradativamente sendo proibida em quase todo o mundo. Por ser uma droga cara
chegou a ser chamada de "caviar das drogas" e, na década de 80, difundiu-se muito na
elite social americana – os "yuppies". Em meados da década de 90, o número de
usuários alcançou a marca de 14 milhões de pessoas, que consumiam quase 500
toneladas da droga a cada ano.

50
______________________________________________________________________
CRACK
Fonte:
http://www.terra.com.br/saude/especiais/drogas/drogas_crack_his.htm
O crack é uma mistura de cocaína em forma de pasta não refinada com
bicarbonato de sódio. Esta droga se apresenta na forma de pequenas pedras e pode
ser até cinco vezes mais potente do que a cocaína. O efeito do crack dura, em média,
dez minutos. Sua principal forma de consumo é a inalação da fumaça produzida pela
queima da pedra. É necessário o auxílio de algum objeto como um cachimbo para
consumir a droga, muitos desses feitos artesanalmente com o auxílio de latas,
pequenas garrafas plásticas e canudos ou canetas. Os pulmões conseguem absorver
quase 100% do crack inalado. Ao contrário da maioria das drogas, o crack não tem sua
origem ligada a fins medicinais: ele já nasceu como uma droga para alterar o estado
mental do usuário. O crack surgiu da cocaína, feito por traficantes no submundo das
favelas e guetos das grandes cidades sendo, portanto, difícil precisar quando e onde
realmente ele apareceu pela primeira vez. O nome "crack" vem do barulho que ele faz
quando está sendo queimado para ser consumido. Existe uma variação do crack que
tem um poder alucinógeno ainda maior, trata-se de uma droga chamada merla. A merla
apareceu pela primeira vez nas favelas do Grande ABC em São Paulo e é feita com
sobras do refino da cocaína misturada com querosene e gasolina.
______________________________________________________________________
MACONHA
Fonte:
http://www.terra.com.br/saude/especiais/drogas/drogas_maconha_his.htm
A maconha é uma erva de nome científico Cannabis sativa que, dependendo das
condições de cultivo, pode sintetizar uma porcentagem maior ou menor de uma
substância denominada THC, ou tetrahidrocanabinol, que é a principal responsável
pelos efeitos da droga no organismo humano. A forma de consumo varia desde a
inalação de sua fumaça por meio de cigarro ou incensos. Pode ser também ingerida
sob forma de chá ou comprimido. Os usuários fumam em cigarros feitos artesanalmente
pelos próprios consumidores ou com a ajuda de objetos como cachimbos. A maconha,
como a maioria das drogas, tem seus primeiros indícios há mais de cinco mil anos,
quando povos, como os chineses e persas, usavam a droga como incenso em
cerimônias religiosas. Era também utilizada como recompensa para mercenários, para
fins medicinais. Seu uso na medicina perdurou até o início do século XX, quando a
droga passou a ser consumida apenas para alterar o estado mental do usuário.
No Brasil, a droga também foi muito utilizada, no século passado, como
medicamento para vários males, mas devido ao crescente número de usuários que
passaram a consumir a droga abusivamente e para fins não medicinais, ela foi proibida.

51
Em todo o Ocidente a droga foi proibida na década de 40. Nos anos 70, os hippies
começaram a usar a maconha não só para alterar seu estado mental, mas também
como uma demonstração de protesto contra o sistema social e político vigente na
época. Hoje existem diversos defensores da legalização do uso da droga e, em alguns
países europeus como Suíça, Holanda e mais recentemente Portugal, o consumo da
droga já foi regulamentado.
A maconha sempre esteve ligada à religião e à medicina. As primeiras notícias
que se tem sobre o uso da droga são em cerimônias religiosas na China ou no
tratamentos de doenças. Hoje a droga ainda apresenta funções na medicina, como no
tratamento da epilepsia e no abrandamento dos efeitos colaterais no tratamento do
câncer, como vômitos e náuseas. Além das atuais funções medicinais, a droga ainda é
considerada sagrada em algumas religiões de países da América Central e Ásia.
______________________________________________________________________

ANFETAMINAS
Fonte:
http://www.terra.com.br/saude/especiais/drogas/drogas_anfetaminas_his.htm
São diversos os tipos de anfetaminas no mundo, não existindo uma única
substância que as caracterize. A metanfetamina é uma das mais difundidas nos
Estados Unidos. Ela é normalmente fumada com ajuda de um cachimbo e é conhecida
como "ice". Na Europa, principalmente na Holanda e Inglaterra, a anfetamina mais
comum é a metilenodioximetanfetamina, que é usualmente ingerida com bebidas
alcoólicas. O primeiro tipo de anfetamina, a benzedrina, foi sintetizada pela primeira vez
no final do século passado na Europa. Seu uso medicinal foi gradativamente sendo
ampliado e, nas décadas de 30 e 40, já eram conhecidas 39 utilidades para as
anfetaminas, que logo passaram a ser usadas sem intenções medicinais. O seu uso
não medicinal começou a se espalhar pelo mundo e hoje é uma das drogas que mais
ganha usuários a cada ano. Nos EUA, as autoridades revelam que o número de óbitos
relacionados com anfetaminas como o Rohypnol ou o GHB cresceu 63% entre 95 e 98.
No Brasil, a ONU vem constantemente alertando sobre o crescimento do consumo de
anfetaminas. Os delírios e alucinações causados pela droga podem levar o usuário ao
suicídio por razões ilusórias, como uma suposta perseguição.
______________________________________________________________________

ECSTASY:
Fonte:
http://www.sopesquisa.hpg.ig.com.br/drogas/ecstasy.htm

O princípio ativo do ecstasy é o mesmo do LSD, Metilenodioxidometaanfetamina


(MDMA). O ecstasy é uma droga relativamente nova e, diferentemente de drogas como
a cocaína e a maconha, só foi sintetizada pela primeira vez neste século. A primeira
notícia que se tem da droga é de 1912, quando foi sintetizada pela primeira vez por um
laboratório alemão. Sua primeira utilidade foi medicinal, em sessões de psicoterapia, e

52
como um inibidor de apetite. O ecstasy é conhecido com a "pílula do amor", já que
aumenta a concentração de um neurotransmissor (substância responsável pela
comunicação entre os neurônios) chamado serotonina. A serotonina está intimamente
ligada às sensações amorosas.

OPIÁCEOS
Fontes:
http://200.152.193.254/novosite/drogas_opiaceos.htm
http://www.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/quest_drogas/opiaceos.htm#1

Os opiáceos sintéticos são fabricados na forma de comprimidos ou ampolas.


A heroína é um pó nas cores branca ou marrom (brown sugar). Pode ser cheirada,
fumada ou injetada. Os opiáceos podem ser consumidos por qualquer via de
administração. Até o início do século XX fumar o ópio era o hábito muito difundido. Com
o aparecimento da heroína refinada, o barateamento das seringas e a busca por efeitos
mais intensos, tornaram o uso endovenoso ('pico'), bastante popular entre os usuários
de opiáceos na Europa e nos Estados Unidos.
O ser humano foi capaz de imitar a natureza fabricando em laboratórios várias
substâncias com ação semelhante à dos opiáceos: meperidina, o propoxifeno, a
metadona são alguns exemplos. Estas substâncias, totalmente sintéticas, são
chamadas de opióides (isto é, semelhante aos opiáceos). Todas elas têm um efeito
analgésico (tiram a dor) e um efeito hipnótico (dão sono). Por ter estes dois efeitos
estas drogas são também chamadas de narcóticas.
______________________________________________________________________
LSD
Fonte: http://www.terra.com.br/saude/especiais/drogas/drogas_LSD_his.htm
O LSD é uma droga relativamente nova. As primeiras notícias de uso vêm do
final da década de 30 e início dos anos 40. Inicialmente, como a maioria das drogas, foi
utilizada para fins medicinais, no tratamento de doenças psiquiátricas, como a
esquizofrenia, mas se mostrou ineficiente e caiu em desuso medicinal. Nos anos 60,
teve uma explosão de consumo. Os consumidores buscavam, com a droga, "novas
formas de expandir a mente" ou "aumentar o estado de consciência". Hoje, no Brasil, o
Ministério da Saúde não reconhece nenhum uso para a droga e proíbe seu uso,
produção e comércio no país. O consumo do LSD pode não trazer graves problemas
físicos para seus usuários, mas o uso pode causar variações nos cromossomos,
permitindo o nascimento de crianças com doenças congênitas.
______________________________________________________________________
Solventes e colas
Fonte: http://www.ministerioadonai.hpg.ig.com.br/Solventes.htm
A palavra solvente significa substância capaz de dissolver substâncias, e inalante
é toda substância que pode ser inalada, isto é, introduzida no organismo através da

53
aspiração pelo nariz ou pela boca. Via de regra, todo solvente é uma substância
altamente volátil, isto é, evapora muito facilmente e, por isto, é facilmente inalada. A
maioria dos solventes e dos inalantes é inflamável, isto é, pega fogo facilmente. Um
número enorme de produtos comerciais, como esmaltes, colas, tintas, thinners,
propelentes, gasolina, removedores, vernizes etc contêm solventes. Podem ser
aspirados involuntariamente (por exemplo, trabalhadores de indústrias de sapatos ou
de oficinas de pintura, o dia inteiro expostos ao ar contaminado por essas substâncias)
ou voluntariamente (por exemplo, a criança de rua que cheira cola de sapateiro; o
menino que cheira em casa acetona ou esmalte, ou o estudante que cheira o corretivo
Carbex etc). Todos estes solventes ou inalantes são substâncias pertencentes a um
grupo químico chamado de hidrocarbonetos, tais como o tolueno, xilol, n-hexana,
acetato de etila, tricloroetileno, etc. Para exemplificar, eis a composição de algumas
colas de sapateiro vendidas no Brasil:
a) Cascola - mistura de tolueno + n-hexano;
b) Patex Extra - mistura de tolueno + acetato de etila + aguarrás mineral;
c) Brascoplast - tolueno + acetato de etila + "solvente para borracha".
No ano de 1991 uma fábrica de cola do interior do Estado de São Paulo fez
ampla campanha publicitária afirmando que, finalmente, havia fabricado uma cola de
sapateiro "sem ser tóxica e que não produzia vício", porque não continha tolueno. Foi
um comportamento inadequado desta indústria, dado que a tal cola ainda continha o
solvente n-hexano que é sabidamente bastante tóxico. Um produto muito conhecido no
Brasil é o "cheirinho" ou "loló" ou ainda o "cheirinho da loló". Este é um preparado
clandestino (fabricado ilegalmente) à base de clorofórmio e éter. Sabe-se, porém, que,
quando esses "fabricantes" não encontram uma daquelas duas substâncias, eles
misturam qualquer outra coisa em substituição. Assim, em relação ao “cheirinho da loló”
não se conhece, com precisão, a sua composição, o que complica quando nos casos
de intoxicação aguda por esta mistura. Ainda é importante chamar a atenção para o
lança-perfume. Este nome designa inicialmente o líquido que vem em tubos e que é
usado no carnaval; é feito à base de cloreto de etila ou cloretila, sendo proibida a sua
fabricação no Brasil. Mas cada vez mais o nome lança-perfume está também sendo
utilizado para designar o "cheirinho da loló"; por exemplo, os meninos de rua de várias
capitais brasileiras já usam estes dois nomes – “cheirinho” e “lança” - para designar a
mistura de clorofórmio e éter.

54
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ANEXO 2 - ONDE BUSCAR AJUDA: CENTROS DE REFERÊNCIA

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Narcóticos Anônimos
SP - (0xx11) 242-9733
RJ - (0xx21) 533-5015
BA - (0xx71) 532-1200
MG - (0xx35) 212-5400
RN- (0xx84) 620-6669
RS - (0xx51) 291-2441
ES - (0xx27) 355-6003
www.na.org.br
Cebrid
Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas
http://intranet.epm.br/cebrid/
GREA
Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas
(0xx11) 3064-4973/ 3069-6960
www.usp.br/fm/grea/
PROAD
Programa de orientação e atendimento a dependentes
(0xx11) 5576-4472
www.epm.br/psiquiat/proad/proad.htm
NEPAD
Núcleo de Estudos e Pesquisa em Atenção ao Uso de Drogas
(0xx21) 589-4309
sbnepad@uerj.br
COMUNIDADES TERAPÊUTICAS
Amor Exigente - (0xx19)252-2630
O Amor-Exigente é um grupo de ajuda para pais, conjuges e filhos de dependentes
químicos (álcool, drogas Lícitas e Ilícitas). Funciona em 513 grupos no Brasil, todos
gratuítos.
www.amorexigente.org.br

Revim - (0xx11) 261-9647/ 831-0730

55
ATENDIMENTO A MENORES
Projeto Quixote - (0xx11) 576-4386/ 571-9476
Projeto Travessia - (0xx11) 571-9476
Instituições de tratamento:
Amazonas
Centro de Tratamento em Adicções, Álcool e Drogas (CENTRAD)
Prevenção e Tratamento
Colônia dos Japoneses / Lot. Portal do Japão
Rua dos Japoneses, 524 - Parque 10
Manaus - AM
Telefone para contato: (0xx92) 644-5752 / 644-1943
www.centrad.com.br
Bahia
Instituto Jacqui Schiff
Psicoterapia Intensiva e Internação Jardim Encantamento
Rua F., Q 10, lote 8
Itapuã Salvador - BA
Telefone para contato: (0xx71) - 285 5008
e-mail: atendimento@jacqui.com.br

Clínica Vila Serena


Desintoxicação e internação
Loteamento Quintas do Piacaia, 79A
Salvador - BA
Telefone para contato: (0xx71) - 378 1535
Centro de Estudos e Terapia de Abuso de Drogas (CETAD)
Tratamento ambulatorial
Rua Pedro Lessa, 123
Salvador - BA
Telefone para contato: (0xx71) - 336 8673
Hospital Geral Prado Vaidares
Tratamento ambulatorial e psiquiátrico
Rua São Cristóvão, s/n
Jequié - BA
Telefone para contato: (0xx71) - 525 4117
Distrito Federal
Clínica Renascer
MSPW Quadra 05 - Conjunto 14 - Casa 03
Brasília - DF
Telefone para contato: (0xx61) 383 2000

56
Ceará
Centro de Convivência Elo da Vida
Encaminhamento ambulatorial e desintoxicação
Rua Vicente Nobre Macedo, s/n
Messejana - CE
Telefone para contato: (0xx85) - 229 3688
Desafio Jovem
Tratamento ambulatorial e internação de no mínimo 5 meses
Avenida Dedé Brasil, 565
Parangaba - CE
Telefone para contato: (0xx85) - 225 7230
Goiás
Movimento Jovens Livres
Terapia ocupacional com internação de aproximadamente 10 meses
Rua L-14, 150
Bairro Feliz
Goiânia - GO
Telefone para contato: (0xx62) - 261 3117
Mato Grosso
Secretaria de Estado da Saúde
Tratamento psiquiátrico
Rua D, quadra 12, lote 2
Centro Político Administrativo
Cuiabá - MT
Telefone para contato: (0xx65) - 313 2155
Mato Grosso do Sul
Secretaria de Estado da Justiça
Acompanhamento psicológico e abrigo para menores carentes
Parque dos Poderes, bloco 4
Campo Grande - MS
Telefone para contato: (0xx67) - 726 4044
Centro de Recuperação Desafio Jovem Peniel
Internação em casa de repouso
Rua David Alexandria, 3857
Três Lagoas - MS
Telefone para contato: (0xx67) - 521 1374
Centro de Orientação e Atendimento ao Usuário de Drogas
Atendimento ambulatorial, orientação familiar e acompanhamento psiquiátrico
Rua Saldanha Marinho, 300
Campo Grande - MS
Telefone para contato: (0xx67) - 384 6224

57
Minas Gerais
CRER-VIP - Regional Matriz - Ambulatorio e Internato
Rua Principal, 689 - Bairro Bernardo de Souza
CEP 33.200-000
Vespasiano - Grande BH/ MG.
Telefone para contato: (0xx31) - 3621 6000
TeleFax: (0xx31) - 3621 6230.

Centro Mineiro de Toxicomania


Atendimento ambulatorial, acompanhamento psiquiátrico e terapia ocupacional
Alameda Ezequiel Dias, 365
Belo Horizonte - MG
Telefone para contato: (0xx31) - 273 5844
Ampare - Associação Mineira para Prevenção ao Abuso de Drogas
Tratamento ambulatorial, desintoxicação em fazendas do interior do estado
Avenida Afonso Pena, 941 2oandar
Belo Horizonte - MG
Telefone para contato: (0xx31) - 224 3656
Fuliban - Fundação Libanesa
Tratamento ambulatorial
Rua Tomé de Souza, 67 4oandar
Belo Horizonte - MG
Telefone para contato: (0xx31) - 221 9656
Grata - Grupo de Apoio à Toxicômanos e Alcoólatras
Centro de Recuperação Fênix
Rua Cel. Antônio Alves Pereira, 2215
Uberlândia - MG
Telefone para contato: (0xx34) - 9977 8104/ 237 1617/237 1615
Paraná
Casa de Recuperação Nova Vida
Tratamento de dependentes com internação
Rua Amazonas Souza de Azevedo, 488
Curitiba - PR
Telefone para contato: (0xx41) - 264 4075
Comunidade Hermon
Tratamento de dependentes com internação em chácara
Rua Santos Dumont, 2420
Colombo - PR
Telefone para contato: (0xx41) - 359 2372
Pernambuco
Centro Eulâmpio Cordeiro de Recuperação Humana (CRHEC)
Atendimento ambulatorial

58
Rua Rondônia, 100
Recife - PE
Telefone para contato: (0xx81) - 228 3200
Piauí
Hospital Areolino de Abreu
Internação e desintoxicação
Rua Primeiro de Maio, 2420
Primavera - PI
Telefone para contato: (0xx86) - 222 2910
Rio de Janeiro
Centro de Convivência Encontro
Especializado no tratamento de dependência de drogas e álcool.
Rua Professor Carlos Eugênio Mexias, 1.072
Barão de Vassouras
Vassouras - RJ
Telefone para contato: (0xx24) - 471 1716
Fax: (0xx24) 471-1980
Clínica Jorge Jaber
Rio de Janeiro - RJ
Telefones para contato: (0xx21) - 442 2230
(0xx21) - 442 4354
Clínica Vila Serena
Desintoxicação e internação
Rua Professor Olinto Oliveira, 28, Santa Teresa
Telefone para contato: (0xx21) - 556 0696/ 265 7991
Fax: (0xx21) - 556 6583
Comunidade Terapêutica Kairós
Ambulatório e Internação
1. Ambulatório: Rua Dr. Oliveira, 314, Barra do Imbuí - Teresópolis
2. Internação: Rua "A", lote 20, Pq. Pessegueiros (BR 116 - Km68) - Teresópolis
Telefone para contato: (0xx21) - 2741-2987
Nepad - Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas
Tratamento ambulatorial ligado à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)
Rua Fonseca Telles, 121 4o andar
Bairro de São Cristóvão
Rio de Janeiro - RJ
Telefone para contato: (0xx21) - 589 3269
Rio Grande do Sul
Comunidade Terapêutica Nova Vida
Grupo de Apoio à Família e Internação
Av. Pedro Adams Filho, 4547

59
Campo Bom e Novo Hamburgo - RS
Telefone para contato: (0xx51) 582-9165 e 9115-1699
Cruz Vermelha Brasileira
Atende 15 pessoas novas por mês
Avenida Independência, 993
Porto Alegre - RS
Telefone para contato: (0xx51) - 221 5140
CDQuim Tratamento
Tratamento ambulatorial (grupos e individual) e internação
Av. Oscar Pereira, 8300 (no Hospital Parque Belém)
Porto Alegre - RS
Telefone para contato: (0xx51) - 318 4555
Instituto Fernando Pessoa
Acompanhamento ambulatorial
Rua Castro Alves, 678
Rio Branco - RS
Telefone para contato: (0xx51) - 222 3014
Instituto Wilfred Bion
Seções de psicoterapia com o apoio da Igreja Luterana
Rua Gomes Jardim, 758
Porto Alegre - RS
Telefone para contato: (0xx51) - 223 5643
Clínica Vila Serena
Desintoxicação e internação
Avenida Coronel Marcos, 880
Pedra Redonda - RS
Telefone para contato: (0xx51) - 249 3918
Centro Vita
Internação
Rua Lombo Pinheiro, parada 4
Porto Alegre - RS
Telefone para contato: (0xx51) - 336 1835
UTRAVARP
Unidade de Tratamento e Recuperação do Alcoolismo do Vale do Rio Pardo
Rua Simão Gramlich, 955
Bairro Aliança
96800-000- Santa Cruz do Sul - RS
Telefone para contato: (0xx51) - 719 5044

60
São Paulo
Hospital Água Funda
Desintoxicação e tratamento terapêutico
Avenida Miguel Estéfano, 3030
Bairro da Água Funda
São Paulo - SP
Telefone para contato: (0xx11) - 577 8355
ORION
Intervenção e Reabilitação
Rua Serra de Bragança, 25
Tatuapé
São Paulo - SP
Telefone para contato: (0xx11) - 6192 3205 / 6941 9970
Clínica Vila Serena
Mínimo de 30 dias de internação
Rua Marseille, 100
Bairro da Vila da Represa
São Paulo - SP
Telefone para contato: (0xx11) - 520 9094
Associação Promocional Oração e Trabalho
Tratamento baseado na laboterapia e enfoque religioso
Fazenda Vila Brandina
Campinas - SP
Telefone para contato: (0xx19) - 251 5511
Núcleo de Assessoria em Ações Preventivas
Prevenção, tratamento ambulatorial e desintoxicação
Rua Doutor Costa Júnior, 546
São Paulo - SP
Telefone para contato: (0xx11) - 864 4213
Ambulatório de Saúde Mental de Cruzeiro
Tratamento ambulatorial
Rua Doutor Othon Barcellos, 181
Cruzeiro - SP
Telefone para contato: (0xx12) - 544 3547
Ambulatório Regional de Saúde Mental de Presidente Prudente
Tratamento ambulatorial
Avenida Manoel Goulart, 2139
Presidente Prudente - SP
Telefone para contato: (0xx18) - 221 4633
Ambulatório de Saúde Mental de Jaú
Tratamento ambulatorial e psicológico

61
Rua Campos Sales, 23
Jaú - SP
Telefone para contato: (0xx14) - 622 3435
Serviços Integrados de Psiquiatria Ltda/Sociedade Potuguesa de Beneficiência de
Santos
Tratamento ambulatorial, desintoxicação e internação de 15 a 30 dias
Rua Monsenhor de Paula Rodrigues, 200
Santos - SP
Telefone para contato: (0xx13) - 232 3398
Montan Comunidade Terapêutica
Trabalho de reintegração social e 12 passos do N.A.
Rodovia Anhanguera, Km 72
Louveira - SP
Telefone para contato: (0xx19) - 878 2418
Comunidade de Recuperação Nova Vida Votuporanga
Mais informações com Rosana ou Billy
Telefone para contato: (0xx17) 421 -3034
Fax (17) 421 4212
Vitória Centro de Recuperação de Farmacodependências S/C Ltda
Mais informações com Carlos Barcelos
Rua Dr. Jorge Balduzzi, 301
Embu das Artes – SP
Telefone para contato: (0xx11) - 494 3098/ 7961 1513 (fonefax)
Esquadrão da Vida de Marília
Rua Estados Unidos,44
Bairro Jóckei Clube
Marília - SP
Telefones para contato: (0xx14) - 427 2266 / /427 4315
Instituição Cláudio Amâncio
Rua Antonio Bento, 104 - Cep 09520-050 - Centro
São Caetano do Sul - SP
Telefones para contato: (0xx11) - 4224 1770 / 4224 2215

Santa Catarina
Secretaria Estadual de Saúde
Atendimento ambulatorial e encaminhamento a centros de saúde
Rua Esteves Júnior, 160 12oandar
Florianópolis - SC
Telefone para contato: (0xx48) - 224 5500
Hospital Nossa Senhora dos Prazeres
Tratamento com internação

62
Rua Hercílio Luz, 35
Lages - SC
Telefone para contato: (0xx49) - 224 1077
Cerene
Tratamento para dependentes do sexo masculino
Rua Jacob Ineichen, 6.607 - Itoupava Central
CP 6.363 - CEP 89069-400
Blumenau - SC
Telefone para contato: (0xx47) - 337 0007

Tocantins
Projeto Saúde Escolar
Encaminhamento médico e psicológico
Esplanada Das Secretarias
Centro
Telefone para contato: (0xx63) - 218 1762

63

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