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CÂMARA MUNICIPAL DE ALCOBAÇA

PELOURO DO AMBIENTE

COASTWATCH EUROPE 2008 - RELATÓRIO

PELOURO DO AMBIENTE – Rua da Liberdade, 2460-501 Alcobaça TELEFONE: 262 580 800, FAX: 262 580 887
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INTRODUÇÃO

O Pelouro do Ambiente participa activamente na Campanha Coastwatch desde o Outono de


2004. Esta participação traduz-se na cedência de transporte a escolas concelhias para o litoral de
Alcobaça bem como apoio técnico nas saídas de campo e acções de preparação para as
turmas que realizam as saídas. Estas acções não têm sido efectuadas com todas as turmas mas
antes, nas turmas que solicitam a acção.
O interesse na campanha tem sido crescente verificando-se este ano a inscrição de 7 escolas
concelhias. Recentemente, verificou-se a adesão de Eco-escolas (nos dois últimos anos aderiu o
Externato Cooperativo da Benedita e este ano, a EB2 Frei António Brandão juntou-se a este
Projecto) e, face à obrigatoriedade de trabalho nos temas água e Biodiversidade dá-se primazia às
inscrições das Eco-escolas.
Este ano lectivo, o Pelouro do Ambiente constitui-se como coordenador regional de Coastwatch.
Assim, compilam-se as inscrições de todas as escolas concelhias, atribuem-se blocos do litoral e faz-
se a gestão de transportes pelos inscritos. As escolas do concelho, EB 2,3 Frei Estêvão Martins e EB
2,3 de Pataias realizam blocos concelhios atribuídos pela Oikos Leiria.
A envolvência neste projecto prende-se com a grande interactividade que se estabelece entre os
alunos e o seu meio: os alunos contactam “uma outra praia, a praia do Inverno, sem veraneantes e
com muitos resíduos”. O Projecto também promove o melhor conhecimento do litoral concelhio:
tem-se verificado que muitos alunos conhecem apenas a praia que frequentam no Verão e nada
mais dos 17 km do litoral de Alcobaça. Apresentam-se, nas páginas seguintes, os resultados da
campanha 2008-2009.

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RESULTADOS CAMPANHA 2008 -2009

Na tabela seguinte, resume-se a participação concelhia no Projecto em 2008

Tabela 1: Informação sobre as escolas participantes.

Núme
Número Data da
Escola Praia ro de Informação
Bloco/unidade de saída de
participante monitorizada aluno geral
docentes campo
s

20-Out-08
Externato
22-Out-08
Cooperativo 5/ 1-10 Salgado 71 5
23-Out-08
da Benedita
12-Nov-08

EB2,3 Frei
Estêvão (OIKOS) * S.Gião 21 3 5-Nov-08
Martins
País 12
EB2 Frei
São Martinho do
António 6/8-9 25 2 5-Nov-08 NUT 16 B
Porto
Brandão

São Martinho do
EB2,3 S.M.P 6/3-5 22 2 17-Jan-09
Porto- Gralha
Paredes da
E.S.D.I.C.A 1/6-10 10 1 16-Dez-08
Vitória-Polvoeira
Água de
EB2,3 de
(OIKOS) * Madeiros a 20 2 3-Nov-08
Pataias*
Polvoeira
Total de participantes: 184 pessoas
* houve apenas cedência de autocarro – os dados foram entregues à Oikos –Leiria.

Na tabela seguinte, discrimina-se as disciplinas envolvidas e o número de docentes.

Tabela 2: Informação sobre as disciplinas e docentes envolvidos.


Nº de docentes Disciplinas envolvidas
2 Geografia
1 Educação Visual
1 Educação Física
4 Biologia e Geologia
6 Ciências da Natureza
1 Inglês
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A – INFORMAÇÃO SOBRE O LOCAL E SOBRE O QUEM PREENCHE O QUESTIONÁRIO

De uma forma geral os alunos conhecem os lugares visitados de forma regular no entanto, 3 turmas
visitaram as praias monitorizadas pela primeira vez.

As unidades monitorizadas não têm qualquer designação especial, sendo a maior parte das
unidades Zonas Balneares oficialmente conhecidas; esta informação é do desconhecimento (ou
ausência de resposta) de mais de metade dos participantes.

Das 20 unidades monitorizadas 12 têm acesso a pé. As excepções são a unidade 5 da Praia da
Gralha, as unidades 2-7 e 9-10 da Praia do Salgado e a unidade 9 das Paredes. Estas unidades têm
acesso a partir das unidades periféricas.

B – ANÁLISE GERAL DA UNIDADE


Das 20 unidades monitorizadas poderão considerar-se zona rochosa a unidade 10 do Salgado, 9 de
Paredes com arribas de altura média. As unidades 3, 6 e 7 da praia da Gralha são rochosas, com
arriba abrupta. Portanto, 15 unidades monitorizadas são não rochosas.

Nos areais, predominam as areias finas e médias à excepção da praia do Salgado e Gralha onde
as areias são mais grosseiras. De uma forma geral, o grau de rolamento das areias é elevado (Grau
1).

Foto 1: Praia da Gralha, unidade 5 (FOTO DE Sofia Quaresma)

Relativamente ao tipo de formação, grande parte das unidades correspondem a praias com
dunas vegetadas. As excepções são a unidade 8 da praia de S. Martinho do Porto, as unidades 7, 8
e 9 de Paredes da Vitória (infestação com Acacia longifolia) e as unidades 9 e 10 do Salgado
(areal muito estreito, elevada proximidade à arriba). A unidade 3 da praia da Gralha é uma arriba
abrupta,> 20 m.

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A costa encontra-se muito artificializada na unidade 10 de Paredes e nas unidades 8 e 9 de São


Martinho do Porto. A unidade 9 Salgado encontra-se pouco artificializada. De uma forma geral esta
zona da costa portuguesa é natural.

O solo encontra-se coberto por campos agrícolas na unidade 10 de Paredes (vale da Ribeira das
Paredes ainda agricultado). Toda a praia de Salgado, Gralha e Polvoeira apresenta uma cobertura
de matos nas arribas envolventes. Na praia das Paredes existe, na envolvente, floresta de pinheiro-
bravo. Em S. Martinho, a cobertura do solo (até 500m de A) na unidade 9 são culturas
agrícolas/dunas e a unidade 8 é ocupada pela vila.

Drenagem natural de linhas de água existem em Paredes da Vitória e em S. Martinho do Porto, Foz
da ribeira das Paredes, < 2m de entrada, e foz do Rio Tornada, > 5m respectivamente. É assinalado
despejo de lixo na linha de água das Paredes (proveniente do vale). Foi referida uma surgência
com < 2m de entrada , sem nitratos detectados, Praia da Gralha.

C – ZONA SUPRATIDAL
A zona supratidal é praticamente inexistente nas unidades 3, 6 e 7 da praia da Gralha e na
unidade 6 de Paredes. As unidades 7 e 8 de Paredes apresentam 1-5 m. De resto, a zona supra-tidal
das unidades visitadas apresenta largura entre 5-50m.
A zona lodosa não está representada no litoral do concelho.
Nas zonas rochosas existe Crypthum maritimum nas unidades 10 do Salgado e 3 da Praia da Gralha.

Grande parte desta zona do litoral são dunas com vegetação onde as 4 espécies nomeadas no
questionário ainda estão bem representadas. Na praia da Gralha, existe uma população
significativa de Othantus maritimus. As camarinhas encontram-se mais a Norte (Paredes).

Foto 2: Baía de S. Martinho do Porto, limite entre as duas unidades 8 e 9 com fim da zona dunar
bem marcado apresentando-se a unidade 8 muito artificializada (foto de Sofia Quaresma)

D – ZONA INTERDITAL
A zona interdital é apresenta-se inferior a 5m nas unidades 10,9, 8 da praia do Salgado e unidade 9
da Praia das Paredes. Nas restantes unidades monitorizadas, a zona intertidal apresenta-se com 5-
50 m de largura. Estes dados apontam para erosão!

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A zona lodosa não está representada nas unidades monitorizadas


Nas zonas rochosas concelhias encontram-se representantes de Fucus spp., existe Codium
tomentosum e Ulva spp. e, evidencia dessas espécies são os resíduos destas algas na linha de maré
de muitos dos areais monitorizados. As algas vermelhas (Corallina spp) são muito comuns na linha
de maré da baía de S. Martinho do Porto.

Foto 3: Linha de maré na baía de S. Martinho, foto da escola Frei António Brandão.

Também foram referidos resíduos de conchas em quase todas as praias visitadas.


Os principais representantes da fauna da zona intertidal Mytilus galloprovincialis, Patella spp., alguns
caranguejos, cracas e ouriços, são muito comuns na unidade 9 e 10 do Salgado (zona rochosa). Foi
indicada uma alforreca na praia da gralha.

Foi encontrado 1 rato na baía de S. Martinho do Porto (associação com Foz do Rio Tornada).
Relativamente aos golfinhos, os participantes encontraram um cetáceo em estado de
decomposição avançado na unidade 9 da praia das Paredes e um outro na praia da Polvoeira;
estes animais pertenciam ao género Delphinus spp.

Foto 4: Carcaças de cetáceos encontradas pelos alunos.

Quanto às aves encontradas nas unidades, nenhuma apresentou contacto com petróleo ou
derivados.
A maioria das aves encontradas estavam vivas: foi identificada uma colónia de gaivotas nas
Paredes, unidade 10- foz da ribeira das Paredes. Ainda nesta praia foram referidos os outros dois
intervalos, 1-10 e 11-50 para várias unidades. Paredes da Vitória é a praia que apresenta mais aves
(colónia local de gaivotas). No Salgado, unidade 10 surgiram entre 11-50 aves vivas.
A Gralha, unidades 3, 4, e 5 apresenta poucas aves (1-10 aves).

Relativamente às aves mortas, foram registadas (de 1-10 indivíduos) nas unidades 8 e 9 da praia de
S. M. Porto (gansos-patola) e na unidade 6 da Praia das Paredes (gaivotas).

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Figura 1: Fotos da escola Frei António Brandão, e de Pataias –aves mortas

E – RESÍDUOS E POLUIÇÃO NAS VÁRIAS ZONAS DA COSTA


Foram registados lixo doméstico em sacos ou amontoado em 8 unidades monitorizadas (unidades 8
e 9 da praia de S.M.P, as unidades 1, 3 e 4 da praia do Salgado e as unidades 6, 9 e 10 da praia
das Paredes). Foram identificados resíduos de construção em S. Martinho do Porto e Salgado.
Foram encontrados monos nas unidades 1 e 3 do Salgado.
Foram reportadas redes de várias dimensões na Praia das Paredes e Polvoeira; estes resíduos
aprisionavam lixo doméstico.

Figura 2: Foto da E.S.D.I.C.A. – lixo doméstico e artes de pesca.

Relativamente à categoria embalagens de bebida, a praia que apresentou maior quantidade foi
a praia do Salgado, seguida da praia das Paredes. A praia de S.M.P foi a praia que apresentou
menos embalagens de bebida.
Relativamente às outras categorias de resíduos, dada a sua diversidade e quantidade, sistematiza-
se a informação na tabela seguinte.

Tabela 3: Informação sobre resíduos (excepto embalagens de bebidas)


Resíduos
Resíduos encontrados nas unidades monitorizadas
(excepto embalagens de bebidas)
Pneus Entre 0-5 pneus em 11 unidades monitorizadas
Entre 6-50 sacos encontrados em 13 unidades, 51-100 sacos
Sacos de plástico
em 4 unidades e mais de 100 sacos na unidade 3 do Salgado.
Mais de 100 unidades em 7 unidades monitorizadas, 51-100
Aparelhos de pesca
aparelhos de pesca em 6 unidades e de 6-50 em 5 unidades
Material médico e sanitário 0-5 em 8 unidades
Recipientes com substâncias
0-5 recipientes em 10 unidades
potencialmente perigosas
Têxteis 6-50 em 9 unidades e 0-5 em 6 unidades
Papel, madeira, cartão mais que 100 em 6 unidades, de 51-100em 5 unidades e 6-50

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em 4 unidades
Vidros 0-5 em 10 unidades e 6-50 em 4 unidades
Latas 0-5 em 7 unidades, 6-50 latas em 5 unidades
Esferovite referida em 16 das 20 unidades monitorizadas.
Outros resíduos não quantificáveis
Beatas encontradas em 5 unidades e alcatrão em 7 unidades
Fezes Referenciadas em 3 unidades

Da tabela anterior destacamos 3 categorias de resíduos muito representadas no litoral concelhio:


• Sacos de plástico,
• aparelhos de pesca
• papel, madeira e cartão

Destaca-se ainda a enorme presença de latas em Paredes e Salgado e a esferovite também está
presente em quase todo o litoral monitorizado.
A praia do Salgado é a praia que apresenta mais resíduos.

A aparência das unidades monitorizadas, mantém-se em 8 unidades (nomeadamente nas


unidades 8 e 9 de S.M.P, na unidade 4, 8 e 9 do Salgado, nas unidades 8 e 9 das Paredes e na
unidade 3 da Gralha).

Nas unidades 6, 7 e 10 das Paredes houve modificações na aparência devido a condições


meteorológicas bem como nas unidades 4 e 5 da Praia da Gralha- zonas fortemente erosionadas
pelo alargamento do limite supra-tidal no Inverno.

F – PERCEPÇÃO DE RISCOS
Na unidade 9 da praia de S.M.P não foi percepcionado qualquer risco – cordão dunar bem
estabelecido e de grande largura.
Foi percepcionado risco,
• de degradação ambiental unidade 4 da praia do Salgado - risco de erosão costeira e
muita quantidade de resíduos acumulados na praia.
• de degradação ambiental na unidade 10 da praia das Paredes com presença de
infestantes nas unidades 1-10, de Paredes a Polvoeira.

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• De erosão costeira nas unidades 3, 4 e 5 da praia da Gralha e unidades 8 e 9 da Praia das


Paredes (zonas com areais estreitos ou inexistentes).

Figura 5: Aspecto da arriba entre Polvoeira e Paredes: infestação por Acacia longifolia.

G – OBSERVAÇÕES
Sem registos.

Conclusão

A principal conclusão que se retirou dos dados recebidos no Pelouro foi a de algum
desconhecimento do litoral local; confunde-se por exemplo praia arenosa com zona rochosa, é
referido encontro de um airo e denota-se fraco conhecimento de algumas espécies vegetais. Este
diagnóstico remete para uma melhor preparação da campanha. O dia do Mar, este ano
comemorado, parece ser um momento oportuno, pela data 16 de Novembro (bastante
coincidente com a campanha) e pela temática (litoral): assim, em Novembro próximo, poderá
insistir-se na preparação dos alunos e professores. Parece, também ser, um bom momento para
apresentar resultados de campanhas anteriores. Dada a tipologia dos dados dos questionários, a
presença de professores de Biologia, Ciências Naturais e também de Geografia parece-nos muito
importante para o acompanhamento das campanhas/resultados.
Dos dados apresentados continuam a destacar-se imensos resíduos de várias tipologias. O
surgimento de animais mortos também é de referir, não devido às quantidades mas tipologias;
apareceram golfinhos, gansos-patolas, gaivotas e caranguejos. Esta informação remete para a
sensibilidade de vários organismos marinhos ao que se passa no oceano. A presença de uma
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grande colónia de gaivotas em Paredes da Vitória, de muitas conchas de lapas, mexilhões e


algumas cracas em algumas unidades são, por outro lado, bons bio-indicadores do ecossistema
litoral. Nesta faixa do litoral destaca-se por um lado, uma grande infestação por acácias (entre
Paredes a Água de Madeiros) mas, por outro lado, existe, na praia da Polvoeira uma população de
Corema album, um endemismo ibérico. Esta faixa do litoral é, por assim dizer, bastante
heterogénea, com endemismos e exóticas, com animais vivos e saudáveis mas também com
muitos resíduos e cadáveres de várias espécies: parece-nos um bom exemplo da capacidade de
adaptação dos seres vivos ao impacto da espécie humana no litoral/oceanos. A percepção desta
realidade pelos alunos, de várias faixas etárias, parece-nos ser , por demais importante, para que
cresçam com esta consciência ambiental e possam intervir positivamente no litoral do concelho
onde residem.

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