A palavra cruz, na Bíblia, algumas vezes faz referência à cruz de madeira na qual o
Senhor Jesus foi cravado e posto para morrer, no Calvário.
“Então, disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si
mesmo se negue, tome a sua cruz, e siga-me” — (Mateus 16:24).
“Se alguém”: o dever imposto é para todos os que desejam se unir aos
seguidores de Cristo e alistar sob a Sua bandeira. “Se alguém quer”: o
grego é muito enfático, significando não somente o consentimento da
vontade, mas o pleno propósito de coração, uma resolução determinada.
“Vir após mim”: como um servo sujeito ao seu Mestre, um estudante ao seu
Professor, um soldado ao seu Capitão. “Negue”: o grego significa “negar
totalmente”. Negar a si mesmo: sua natureza pecaminosa e corrompida. “E
tome”: não passivamente sofra ou suporte, mas assuma voluntariamente,
adote ativamente. “Sua cruz”: que é desprezada pelo mundo, odiada pela
carne, mas que é a marca distintiva de um cristão verdadeiro. “E siga-me”:
viva como Cristo viveu — para a glória de Deus.
Mediatoriamente, a cruz de Cristo permanece sozinha; mas
experiencialmente, ela é compartilhada por todos que entram na vida.
O que, então, é um cristão? Ele é alguém que renunciou a si mesmo e
recebeu a Cristo Jesus como Senhor (Colossenses 2:6). Ele é alguém que
toma o jugo de Cristo sobre si e aprende dEle que é “manso e humilde de
coração”. Ele é alguém que foi “chamado à comunhão de seu Filho Jesus
Cristo, nosso Senhor” (1 Coríntios 1:9): comunhão em Sua obediência e
sofrimento agora, em Sua recompensa e glória no futuro sem fim. Não há
tal coisa como pertencer a Cristo e viver para agradar a si mesmo. Não
cometa engano neste ponto, “E qualquer que não tomar a sua cruz e não
vier após mim não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:27), disse Cristo. E
novamente Ele declarou, “Mas aquele (ao invés de negar a si mesmo) que
me negar diante dos homens (não “para” os homens: é conduta, o
caminhar, que está aqui em vista), também eu o negarei diante de meu Pai,
que está nos céus” (Mateus 10:33).
“E tome a sua cruz”. Isto se refere não à cruz como um objeto de fé, mas
como uma experiência na alma. Os benefícios legais do Calvário são
recebidos através do crer, quando a culpa do pecado é cancelada, mas as
virtudes experimentais da Cruz de Cristo são somente desfrutadas à
medida que somos, de um modo prático, “conformados com a Sua morte”
(Filipeneses 3:10). É somente à medida que realmente aplicamos a cruz às
nossas vidas diárias, regulamos nossa conduta pelos seus princípios, que
ela se torna eficaz sobre o poder do pecado que habita em nós. Não pode
haver ressurreição onde não há morte, e não pode haver andar prático “em
novidade de vida” até que “carreguemos no corpo o morrer do Senhor
Jesus” (2 Coríntios 4:10). A “cruz” é o sinal, a evidência, do discipulado
cristão. É sua “cruz”, e não o seu credo, que distingue um verdadeiro
seguidor de Cristo do mundano religioso.
O mundo não mudou, não mais do que o etíope pode mudar sua pele ou o
leopardo suas manchas. O mundo e Cristo ainda estão em aberto
antagonismo. Por conseguinte, está escrito: “Aquele, pois, que quiser ser
amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tiago 4:4). É impossível
andar com Cristo e comungar com Ele, até que tenhamos nos separado do
mundo. Andar com Cristo necessariamente envolve compartilhar Sua
humilhação: “Saiamos, pois, a Ele, fora do arraial, levando o seu vitupério”
(Hebreus 13:13). Isto foi o que Moisés fez (veja Hebreus 11:24-26). Quanto
mais próximo eu andar de Cristo, mais eu serei mal-entendido (1 João 3:2),
ridicularizado (Jó 12:4) e detestado pelo mundo (João 15:19). Não cometa
engano aqui: é extremamente impossível continuar com o mundo e ter
comunhão com o Santo Cristo. Portanto, “tomar” minha “cruz” significa,
que eu deliberadamente convido a inimizade do mundo através da minha
recusa em ser “conformado” a ele (Romanos 12:2). Mas, o que importa o
olhar carrancudo do mundo, se estou desfrutando os sorrisos do Salvador?
A “cruz” significa serviço vicário e sofrimento. Cristo deu a Sua vida pelos
outros, e Seus seguidores são chamados a estarem dispostos para fazerem
o mesmo: “Devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1 João 3:16). Esta é a
lógica inevitável do Calvário. Somos chamados para seguir o exemplo de
Cristo, para a companhia de Seus sofrimentos, e para ser participantes em
Seu serviço. Assim como Cristo “a si mesmo se esvaziou” (Filipenses 2:7),
assim devemos fazer. Assim como Ele “veio para servir, e não para ser
servido” (Mateus 20:28), assim devemos ser. Assim como Ele “não agradou
a si mesmo” (Romanos 15:3), assim devemos fazer. Assim como Ele
lembrou dos outros, assim devemos lembrar: “Lembrai-vos dos
encarcerados, como se presos com eles; dos que sofrem maus tratos, como
se, com efeito, vós mesmos em pessoa fôsseis os maltratados” (Hebreus
13:3).
“Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida
por minha causa achá-la-á” (Mateus 16:25). Palavras quase idênticas a
estas são encontradas novamente em Mateus 10:39. Marcos 8:35, Lucas
9:24; 17:33, João 12:25. Certamente, tal repetição mostra a profunda
importância de notar e prestar atenção a este dito de Cristo. Ele morreu
para que nós pudéssemos viver (João 12:24), e assim devemos fazer (João
12:25). Como Paulo, devemos ser capazes de dizer “Em nada tenho a minha
vida por preciosa” (Atos 20:24). A “vida” que é vivida para a gratificação do
ego neste mundo, está “perdida” para eternidade; a vida que é sacrificada
para os interesses próprios e rendida a Cristo, será “achada” novamente, e
preservada durante toda a eternidade.
“Puseram-lhe a cruz sobre os ombros, para que a levasse após Jesus” (Lucas
23.26).
Confortemo-nos com esta idéia de que em nosso caso, como no de Simão, não é a
nossa cruz, mas a cruz de Cristo, que estamos carregando
“Produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação” (2 Coríntios
4.17).
“Então, disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si
mesmo se negue, tome a sua cruz, e siga-me” — (Mateus 16:24).
Mateus 16:24
Então Jesus disse aos seus discípulos: “Se alguém quiser acompanhar-me,
negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me”.
Marcos 8.34
“Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.”
Lucas 9.23
Jesus dizia a todos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome
diariamente a sua cruz e siga-me”.
Pregação: culto de Santa ceia
Pastor: Esvando Belarmino de Andrade
Local: Jd Sto Antonio
Tema: a Cruz
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