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REFLEXÃO FINAL

Nos últimos anos fiz formação no âmbito das TIC. Era importante fazê-
la. No entanto, recentemente, apercebi-me de alguma saturação. A frieza da
mediatização tecnológica provocou-me desgaste psicológico, intelectual e
emocional, apesar do conhecimento técnico adquirido ter sido importante. Se
em casa conseguia pôr em prática algumas aprendizagens, no espaço lectivo
isso não se verificava, pois nunca encontrei escolas devidamente
apetrechadas. Tal facto contribuiu para alguma frustração ao nível didáctico.
Assim, a frequência desta Acção de Formação aconteceu na hora certa, vindo
ao encontro de especialização superior realizada: Estudos Portugueses, na
Faculdade de Letras. Desta forma, comecei a poder, finalmente, rentabilizar o
esforço investido.

Nessa perspectiva, a oportunidade de reflectir, em profundidade, a


Língua Portuguesa, ao longo deste curso, revelou-se decisiva para levantar
questões sobre o que venho realizando ao nível didáctico. Só lamento que, no
ano passado, estando em Apoio Educativo, o Agrupamento, conhecedor do
meu currículo, não me tivesse inscrito, gerindo melhor um recurso humano.
Nesse momento, a minha disponibilidade seria maior e mais profunda. De
qualquer modo, actualmente, com uma turma de 1º ano percebi que, muito do
que fiz ao longo da minha vida profissional, poderia ter ido mais longe.

Sejamos objectivos. Fazia divisão silábica, entre outras práticas ao nível


do Funcionamento da Língua, porém não tinha percebido, claramente,
conceitos como “Consciência fonológica”, “fronteira de palavra”, “conhecimento
implícito e explícito”, acompanhados de propostas de acção didáctica que
teriam melhorado o desempenho e o resultado dos discentes.

É evidente que, no âmbito das cadeiras de Linguística da Faculdade de


Letras, fui abordando temáticas semelhantes, de um modo vago, sem
utilidade prática quer para o Curso que fazia, quer para qualquer outro
objectivo porque não era aluno de Estudos Linguísticos. Várias vezes
coloquei a questão dessas disciplinas não terem uma aplicação prática, por
exemplo, ao nível do ensino. Tais considerações não encontraram qualquer
eco, chegando eu a criar um vazio.

Ora, ao participar nas várias sessões desta Formação, fui percebendo


como, nas minhas aulas, poderia dar conta de transformações didácticas
ao nível de propostas de trabalho com e para os alunos. Disso dou conta
nas descrições de actividades que apresento neste portfólio. No domínio
da oralidade e da escrita, entre outras modalidades programáticas, foi
oportuno aprofundar as noções de “conversa” e “escritura de diálogos”,
para as quais Yáñez, com base em Vygotsky e Halliday, nos alerta e propõe.
Foi inquietante e até irritante ter-me apercebido disso só agora, pois poderia ter
acontecido durante as aulas de Fonologia, Morfologia, Sintaxe e Semântica.
Perdi anos realizando trabalho didáctico com pouca profundidade científica,
podendo os resultados das turmas terem sido maximizados.

Deste modo, saúdo a iniciativa da D.G.I.D.C. e, sobretudo, da equipa


que organizou e dimensionou o Plano Nacional de Ensino do Português,
concretizando esta Acção de Formação. Foi gratificante encontrar colegas de
outros locais, fora de Lisboa, partilhando informações e experiências de
trabalho. Todavia, neste aspecto, poderíamos ter sido mais audazes, pois
houve pouca prática de trabalho de grupo, no sentido de aprofundarmos
práticas e procedimentos metodológicos, conhecendo-nos melhor. Nesse
aspecto, a Senhora Professora Otília Sousa dedicou tempo inicial à dinâmica
de grupo. Sentimo-nos bastante bem nessa situação e, em conversa com
colegas, concordámos ser pertinente haver mais iniciativas semelhantes. Creio,
no entanto, que isso venha a conhecer nos próximos anos.

No domínio da presença da Literatura, talvez tivesse sido importante


abordar, pelo menos sumariamente, o conceito de cânone literário nacional.
Sei que estamos no 1º ciclo, no qual essa questão não é normalmente
colocada, contudo é importante um professor ter uma consciência mais
profunda sobre conceitos desse género; caso contrário não estará à vontade,
por exemplo, para ter uma perspectiva crítica, profunda, sobre os manuais que
recorrem, inúmeras vezes, a textos de mau gosto. Agravando isso, veja-se a
escassíssima presença de clássicos portugueses, como alertei no debate
sobre a actualização do programa de Língua Portuguesa.

Devo dizer, ainda, que a diversidade das modalidades das sessões, bem
como a heterogeneidade das Senhoras Professoras Formadoras, constituiu
uma mais-valia. Dessa maneira criou-se expectativa, não existindo monotonia
temática.

No que diz respeito à minha participação como formando, fui assíduo,


tentei ser activo, colaborador e possuir espírito crítico. Poderia ter sido mais
incisivo, se não tivesse a meu cargo funções docentes, com turma, e a
Coordenação do Conselho de Ano.

Não gostaria de terminar sem chamar a atenção para o seguinte: é


fundamental para a Formação, enquanto modalidade maior do PNEP, e para o
trabalho no terreno, haver uma maior credibilização da Acção Formativa e
dos (as) Formadores (as). Os mesmos necessitam, com urgência de uma
retaguarda orgânica que faça chegar aos agrupamentos, em suporte
impresso, breves considerações sobre a importância e características
deste projecto e do trabalho dos Agentes Formativos. Isso é,
supostamente, do conhecimento dos Agrupamentos; porém, por várias razões,
em certas situações, apenas entravam o processo. Desse modo instala-se o
desgaste, a desorganização e a depreciação de uma iniciativa que é nobre.
Estão em causa professores (as) contribuindo e apoiando colegas na
reconceptualização da sua prática pedagógica no âmbito dos Programas
de Língua Portuguesa.

Sei que essa tarefa deve competir à D.G.I.D.C., contudo entendi ser
oportuno registar esta mensagem de alerta, pois pressinto obstáculos
crescentes no próximo ano, podendo pôr em causa, ou, pelo menos, depreciar
o Programa em curso.

José Marinho

Maio. 2009

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