Anda di halaman 1dari 20

Rua das Mercês, 8 Email: ceha@madeira-edu.

pt
9000-420 – Funchal
Telef (+351291)214970
alberto.vieira@madeira-edu.pt
Fax (+351291)223002 http://www.madeira-edu.pt/ceha/

VIEIRA, Alberto (1999),

Das Ilhas Jardins aos Jardins das


Ilhas.Para a história do Jardim
botânico da Madeira,

COMO REFERENCIAR ESTE TEXTO:

VIEIRA, Alberto (1999), Das Ilhas Jardins aos Jardins das Ilhas.Para a história do Jardim botânico da
Madeira, Funchal, CEHA-Biblioteca Digital, disponível em: http://www.madeira-
edu.pt/Portals/31/CEHA/bdigital/avieira/1999-jardins.pdf, data da visita: / /

RECOMENDAÇÕES
O utilizador pode usar os livros digitais aqui apresentados como fonte das suas próprias obras,
usando a norma de referência acima apresentada, assumindo as responsabilidades inerentes ao
rigoroso respeito pelas normas do Direito de Autor. O utilizador obriga-se, ainda, a cumprir
escrupulosamente a legislação aplicável, nomeadamente, em matéria de criminalidade informática,
de direitos de propriedade intelectual e de direitos de propriedade industrial, sendo exclusivamente
responsável pela infracção aos comandos aplicáveis.
DAS ILHAS JARDINS AOS JARDINS DAS ILHAS
Para a História do Jardim Botânico da Madeira

ALBERTO VIEIRA

"islands seem always to have occupied a significant place in the environmental imagination of
man" (D. Worster, Nature's economy. A History of Ecological ideas, Cambridge, 1977, p. 115)

"...a zona ideal para o estabelecimento de um jardim desta ordem é a ilha da Madeira. Possui
condições de clima, solo e situação verdadeiramente privilegiadas. Direi mesmo que tem
condições únicas. Com algum esforço, de certo, mas em relativamente pouco tempo, poderia
ocupar um lugar de vanguarda entre todos os grandes jardins do mundo". (António Sousa da
Câmara.1950)

As ilhas são um universo à parte. São o fascínio das lendas e dos sonhos em todos os
tempos. Desde a Antiguidade que as ilhas Atlânticas são as principais protagonistas disso. Ilhas
de utopia ou de sonho acabam por se revelar de forma extasiada aos navegadores do século XV.
A literatura de Antiguidade clássica mediterrânica fez do Atlântico o seu lugar de sonho e ilusão.
Aí fez nascer ilhas paradisíacas; os jardins das Hespérides, como também se desfizeram algumas,
como a testemunha a mítica atlântica.1
Foi esse fascínio que acompanhou os navegadores peninsulares que desde o século XIV
demandaram obstinados pela sua conquista e ocupação isto é, trazer o paraíso ao seu mundo e
fazer dele a sua morada. A ilusão, a obstinação do paraíso bíblico domina a chegada dos
navegadores portugueses às ilhas, como Colombo às Antilhas e os colonos de Mayflower às
costas americanas2.
A chegada é considerada um acto de reconciliação. O homem regressa ao paraíso da
bíblia3. O mesmo pensamento domina a passagem dos cientistas europeus, nomeadamente
britânicos, pela ilha a partir do século XVIII. As expedições científicas imbricam-se de forma
directa no traçado das rotas comerciais que ligavam as metrópoles às colónias4. Deste modo a
ilha da Madeira vai assumir de novo um desusado protagonismo. O paraíso é sinónimo de
conhecimento e investigação. A Europa maculada e perdida pela presença humana procura
nestes rincões refazer o paraíso perdido.
Repetem-se os epítetos vindos da pena destes cientistas e literatos. A ilha conquista-os
pelas condições que oferece. O seu clima ameno faz dela uma escala retemperada para a cura da
tísica pulmonar ou na da incessante busca dos segredos que esconde a Mãe-Natureza.
Para além do fascínio que a ilha oferecia a todos que se deixavam envolver no seu seio é
de salientar a importância que assumiu desde que em princípios do século XV foi revelada aos
portugueses. Primeira terra descoberta e revelada em todos os seus encantos acabou por assumir
um papel fundamental no contexto da expansão europeia no Atlântico.
Aqui aportaram os primeiros europeus e aquilo que identifica o mundo natural desses
bravos aventureiros. A descoberta é também um acto de transformação do meio natural,
1
. Marcos Martinez. Canarias en la mitologia. S. C. Tenerife, 1992; Las Islas Canarias de la Antiguidad-nuevos
aspectos de renascimento. Nuevos aspectos, Santa Cruz Tenerife, 1996
2 Barbara Novak, Nature and Culture- american landscape painting. 1825-1875, N. Y., 1980, p.4, 18; Richard
Grove, Ecology, climate and Empire. Studies in colonial enviromental. History 1400-1940, Cambridge, 1997, p.184.
3 J. Prest, The Garden of Eden: The Botanic Garden and the Re-creation of Paradise, New Haven, 1981.
4 Cf. David Arnold, The Problem os Nature: environment, culture and European Expansion(new perspectives on
the past), Oxford, 1996, p.165
adaptado às exigências dos novos habitantes. A arca de Noé acompanha os navegadores-
povoadores e faz com que tudo se transforme num ápice.
O acto dos descobrimentos europeus não é apenas uma forma de afirmação do mundo
europeu no novo mundo, que vai do Atlântico ao pacífico. É também uma descoberta do meio
natural. Flores, plantas, animais exercem um fascínio especial na prosa desses aventureiros e, por
vezes, homens de ciência. Primeiro os animais exóticos, que afluem à Europa como troféu.
Depois as plantas que assumem valor económico5. Feitas as contas a permuta foi favorável ao
europeu. A cana-de-açúcar, vinha, cereal e alguns legumes serviram de troca ao cacau, café,
tabaco e a inúmeros frutos, sementes e raízes exóticas que rapidamente nos conquistaram.
Em ambos os sentidos o protagonismo das ilhas nesta permuta foi deveras relevante. O
chão das ilhas oferece condições especiais para a sua aclimatação. Mais uma vez a posição
geográfica e o papel que jogam nos diversos momentos das relações da Europa com as colónias
foi fundamental para esse papel das ilhas como jardins de aclimatação.
Conhecer o mundo das ilhas, em mais de cinco séculos de História, é o mesmo que
acompanhar a par e passo o devir da expansão europeia e o processo de mundialização da
economia que o mesmo provocou. Também deverá ter-se em conta que esse protagonismo
atingiu o campo da Ciência, nomeadamente do relacionamento do Homem com o meio
envolvente. O interesse pelo conhecimento do mundo envolvente, desde a Fauna à Flora, cativou
também os insulares de modo que toda a realização das ilhas a esse nível está intimamente ligada
a esse processo. É isso que pretendemos concretizar nas páginas que se seguem.

AS ROTAS DE MIGRAÇÃO DE HOMENS, PLANTAS E MERCADORIAS

A valorização do Atlântico nos séculos XV e XVI conduziu a um intrincado liame de


rotas de navegação e de comércio que ligavam o Velho Continente ao litoral atlântico. Esta
multiplicidade de rotas resultou das complementaridades económicas e de formas de exploração
adoptadas. Se é certo que esses vectores geraram as referidas rotas, não é menos certo que as
condições mesológicas deste oceano, dominadas pelas correntes, ventos e tempestades,
delinearam o seu rumo. As mais importantes e duradouras de todas as traçadas neste mar foram
sem dúvida a da Índia e a das Índias, que galvanizaram as atenções dos monarcas, da população
europeia e insular, dos piratas e corsários.
A par disso a Madeira surge, nos alvores do século XV, como a primeira experiência de
ocupação em que se ensaiaram produtos, técnicas e estruturas institucionais. Tudo isto foi,
depois, utilizado, em larga escala, noutras ilhas e no litoral africano e americano. O arquipélago
foi, assim, o centro de divergência dos sustentáculos da nova sociedade e economia do mundo
atlântico: primeiro os Açores, depois os demais arquipélagos e regiões costeiras onde os
portugueses aportaram.
No traçado de ambas situava-se o Mediterrâneo Atlântico com uma actuação primordial
na manutenção e apoio à navegação atlântica. As ilhas da Madeira e das Canárias surgem nos
séculos XV e XVI como entreposto para o comércio no litoral africano, americano e asiático. Os
portos principais da ilha da Madeira, Gran Canaria, La Gomera, Hierro, Tenerife e Lanzarote
animam-se de forma diversa com o apoio a essa navegação e comércio nas rotas da ida, enquanto

5 Cf. José E. Mendes Ferrão, A Aventura das Plantas e os Descobrimentos Portugueses, Lisboa, 1992; António Luís
Ferronha, Mariana Bettencourt e Rui Loureiro Alfredo, A Fauna Exótica dos Descobrimentos, Lisboa, 1993;
Margarido, As Surpresas da Flora no Tempo dos Descobrimentos, Lisboa, 1994.
nos Açores, com as ilhas de Flores, Corvo, Terceira, e S. Miguel, surgem como a escala
necessária e fundamental da rota de retorno.
A posição demarcada do Mediterrâneo Atlântico no comércio e na navegação atlântica
fez com que as coroas peninsulares investissem aí todas as tarefas de apoio, defesa e controle do
trato comercial. As ilhas eram os bastiões avançados, suportes e símbolos da hegemonia
peninsular no Atlântico. A disputa pela riqueza em movimento neste oceano será feita na área
definida por elas, pois para aí incidiam piratas e corsários ingleses, franceses e holandeses,
ávidos das riquezas em circulação nas rotas americanas e indicas. Uma das maiores
preocupações das coroas peninsulares terá sido a defesa das embarcações que sulcavam o
Atlântico em relação às investidas dos corsários europeus. A área definida pela Península
Ibérica, Canárias e Açores era o foco principal de intervenção do corso europeu sobre os navios
que transportavam açúcar ou pastel ao velho continente.
As ilhas assumem na centúria oitocentista uma nova função para os Europeus. De
primeiras terras descobertas passam a campos de experimentação e a escalas retemperadoras da
navegação na rota de ida e regresso. Finalmente, no século XVIII desvendou-se uma nova
vocação: as ilhas como campo de ensaio das técnicas de experimentação e observação directa,
que comandam a ciência das "luzes", e escala das constantes expedições científicas dos europeus.
O enciclopedismo e as classificações de Linneo(1735) têm nas ilhas um bom campo de
experimentação.
O homem do século XVIII perdeu o medo ao mundo circundante e passou a olhá-lo com
maior curiosidade, deste modo como dono da criação estava-lhe atribuída a missão de perscrutar
os seus segredos. É esse impulso que justifica todo o afã científico que explode nesta centúria. A
insaciável procura e descoberta da natureza circundante cativou toda a Europa, mas foram os
ingleses quem entre nós marcaram presença, sendo menor a de franceses e alemães6.
Aqui são protagonistas as Canárias e a Madeira. Tudo isto é resultado da função das
mesmas como escala à navegação e comércio no Atlântico e para fora deste. Foi também aqui
que a Inglaterra estabeleceu a sua base para a guerra de corso no Atlântico. Se as embarcações de
comércio, as expedições militares cá tinham escala obrigatória, mais razões assistem às
científicas para esta paragem obrigatória. As ilhas pelo seu endemismo, própria história geo-
botânica, levavam obrigatoriamente a esse primeiro ensaio das técnicas de pesquisa a seguir
noutras longínquas paragens. Também as ilhas foram um meio revelador dessa incessante busca
do conhecimento da geologia e botânica. Instituições seculares, como o British Museum, Linean
Society, e Kew Gardens, chegam a enviar especialistas a proceder à recolha das espécies. Os
estudos no domínio da geologia, botânica e flora são resultado deste presença fortuita ou
intencional dos cientistas europeus.
Esta foi uma moda, no decurso do século XVIII, que levou a que algumas instituições
científicas europeias ficassem depositárias de algumas dessas Colecções: o Museu Britânico, a
Universidade de Kiel, Universidade de Cambridge, Museu de História Natural de Paris. E, por
cá, passaram destacados especialistas da época, sendo de destacar John Byron, James Cook,
Humbolt, John Forster. A lista é infindável, contando-se, entre 1751 e 1900, quase uma centena
de cientista. Está aqui uma riqueza historial que ainda não foi devidamente explorada.
James Cook escalou a Madeira por duas vezes(1768 e 2772), numa réplica da viagem de
circum-navegação, mas desta feita apenas com interesse científico. Os cientistas que o

6 Cf. "Algumas das Figuras Ilustres Estrangeiras que Visitaram a Madeira", in Revista Portuguesa, 72, 1953; A.
Lopes de Oliveira, Arquipélago da Madeira. Epopeia Humana, Braga, 1969, pp. 132-134.
acompanharam intrometeram-se no interior da ilha à busca das raridades botânicas para a sua
classificação e depois revelação à comunidade científica.
A tudo isto é de referenciar a função de hospital para a cura da tísica pulmonar ou de
quarentena na passagem do calor tórrido das colónias para os dias frios e nebulosos da vetusta
cidade de Londres. Esta função catapultou a ilha para um evidente protagonismo. O debate das
potencialidades terapêuticas da climatologia propiciou um numeroso grupo de estudos e criou
uma escala de estudiosos, dentro e fora da ilha. Mais do que estes é de salientar os demais que
correspondem, ao seu apelo. As filas intermináveis de aristocratas, escritores, cientistas
desembarca no calhau e vão encosta fora à procura do ar benfazejo da ilha. Vem daqui muito do
espólio hoje disponível na Casa Museu Frederico de Freitas e Biblioteca Municipal.
É esta quase esquecida dimensão da ilha como motivo despertador da ciência e cultura
europeia desde o século XVIII que importa realçar. Ela partiu de campo experimental dos
descobrimentos a sua afirmação, com a filosofia das luzes, como novo campo experimental de
nova ciência que desabrocha, mercê da sua nova função de escala das expedições científicas.
Mais uma vez fica demonstrado o activo protagonismo da Madeira no devir histórico ocidental.
A sua acção não se resume apenas aos planos político-económico e social, pois se alarga ao
científico, como acabamos de constatar.

OS JARDINS DAS ILHAS

Para os navegadores do século XV aquilo que mais os emocionou foi o denso arvoredo,
já para os cientistas, escritores e demais visitantes da ilha a partir do século XVIII aquilo que
mais chama à atenção é, sem duvida, o aspecto exótico dos jardins e quintas que povoam a
cidade. O Funchal se transformou assim num verdadeiro jardim botânico.
Na Europa desde o século XVI que começaram a surgir os jardins botânicos. Em 1545
temos o de Pádua, seguindo-se o de Oxford em 1621. Em 1635 o de Paris preludia a arte de
Versailles em 1662. Em todos é patente a intenção de fazer recuar o paraíso7. As ilhas não
tinham necessidade disso pois já o eram.
Diferente é a atitude do homem do século XVIII. Aliás, desde a segunda metade do
século XVII que a atitude do homem perante as plantas mudou. Em 1669 Robert Morison
publica Praeludia Botanica, considerada como o principio do sistema de classificação das
plantas, que tem em Carl Von Linné (Linnaeus) (1707-1778). O seu principal protagonista. A
partir da publicação de Genera plantorum (1737) e depois de Species Plantarum (1753) e
Systema Natural (1778) a visão do mundo das plantas nunca será a mesma. Contemporâneo dele
é o Comte de Buffon que publica entre 1749 e 1804 a "Histoire Naturelle, générale et
particuliére" em 44 volumes.
Os jardins botânicos do século XVIII deixam de ser uma recriação do paraíso e passam a
espaços de investigação botânica. O Kew gardens em 1759 é a verdadeira expressão disso. Note-
se que Hans Sloane(1660-1753), presidente do Royal college of physicians, da Royal Society of
London e fundador do British Museum, esteve na Madeira no decurso das expedições que o
levaram às Antilhas inglesas8.

7
. Richard Grove, Ecology, climate and Empire. Studies in colonial enviromental. History 1400-1940, Cambridge,
1997, p. 46; J. Prest, The Garden of Eden: The Botanic Garden and the Re-creation of Paradise, New Haven, 1981.

8 Raymond R. Stearns, Science in the British Colonies of America, Urban, 1970


Por outro lado a aclimatação das plantas com valor económico, medicinal ou ornamental
adquire cada vez mais importância. Aliás, foi fundamentalmente o seu interesse medicinal que
desde o século XVII provocou o desusado empenho9. Assim em 1757 o inglês Ricardo Carlos
Smith funda no Funchal um desses jardins onde reúne várias espécies com valor comercial. Já
em 1797 Domingos Vandelli (1735-1816) e João Francisco de Oliveira no estudo sobre a flora
apresentam no ano imediato um projecto para um viveiro de plantas. O viveiro foi criado no
Monte e manteve-se até 1828.
O Naturalista francês, Jean Joseph d'Orquigny, que em 1789 se fixou no Funchal foi o
principal mentor da criação da Sociedade Patriotíca, Económica, de Comércio, Agricultura
Ciências e Artes. Mas este foi um projecto efémero, uma vez que a sua condenação como maçon
em 1792 desfez todos os seus projectos. Aqui a ideia de progresso alia-se com o conhecimento
do meio natural que nos rodeia10.
De acordo com Elizabeth B. Keeney11 na América do Norte a partir de 1820 a Botânica
tornou-se muito popular, fazendo surgir a figura do "botanizers", isto aqueles que por
passatempo dedicavam-se à colecção, identificação e preservação das espécies botânicas.
Afirma-se até que a História Natural é um bom exercício para a mente dos jovens12. Passados
vinte anos o espectro muda no sentido da especialização surgindo as associações especializadas
como Smithsonian Institution(1846) e American Association for the Advancement of
Science(1848). Entretanto em Londres havia surgido em 1838 a Botanical Society Club.
Em França, por iniciativa de G. Saint-Hilaire(1805-1861), foi criada em 1854 a Societé
Nationale de Protection de la Nature et D'acclimatation. Os franceses a partir da obra de Buffon
e Lamarckian foram os principais difusores da noção e prática de aclimatização. Tudo isto liga-
se directamente com o processo de colonização africana, no caso francês assinala-se o processo
em curso na Argélia13. Auguste Hardy é peremptório nesta aproximação: "it may be said that the
whole of colonization is a vast deed of acclimatization"14. Esta opção ganhou adeptos em toda a
Europa, merecendo o seguinte comentário de Michael Osborne15: "The proliferation of
accliatization societies and its empires at midcentury indicates that acclimatization studies were
tied to the pan-European phenomenon of settler colonies".
Em 1850 José Silvestre Ribeiro, então governador civil da Madeira, avançou com um
plano de criação do Gabinete de História Natural, a partir da exposição inaugurada a 4 de Abril
no Palácio de S. Lourenço. Mas foi tudo em vão, uma vez que à sua partida em 1852 tudo se
desfez. Note-se que nesse mesmo ano, a 23 de Setembro, surge a proposta de Frederico
Welwistsch16 para a criação de um jardim de aclimatação no Funchal e em Luanda17. A
Madeira cumpriria o papel de ligação das colónias aos jardins de Lisboa, Coimbra e Porto. Note-
se que este botânico alemão que fez alguns estudos em Portugal, passou em 1853 pelo Funchal
com destino a Angola.

9 K. Thomas, Man and the Natural World. Changing attitudes in England. 1500-1800, Oxford, 1983, p. 27, 65-67.
10 Francisco Contente Domingues, "Jean Joseph d'Orquigny e a Sociedade Patriótica do Funchal", in Actas do II
Colóquio Internacional de História da Madeira, Funchal, 1990, pp.231-245
11 The Botanizers-amateur scientits in nineteenth century America, Chapel Hill, 1992.
12 . Ibidem, p.45
13 Michael Osborne, Nature, the exotic, and the Science of French Colonialism, Bloomington, 1994
14 L'Algerie Agricole, Commerciale, Industrielle, Paris, 1860, p.7
15 Ibidem, p.176
16 Cf. Ebarhard Axel Wilhelm, "Visitantes de língua Alemã na Madeira(1815-1915)", in Islenha, 6, 1990, pp.48-
67.
17 . "um Jardim de Aclimatação na ilha da Madeira", in Das Artes e da História da Madeira, nº. 2, 1950, pp.15-16
A presença na Madeira do Padre Ernesto João Schmitz, como professor do seminário
diocesano, criou em 1882 um Museu de História Natural, que hoje se encontra integrado no
actual Jardim botânico.
Só passado um século o tema voltou a merecer a atenção dos especialistas. São várias as
vozes que se erguem em favor da criação de um jardim botânico na Madeira. Em 1936 refere-se
uma tentativa frustrada de criação de um Jardim Zoológico e de Aclimatação nas Quintas
Bianchi, Pavão e Vigia, que contava com o apoio do Zoo de Hamburgo18. Em 1946 António de
Sousa da Câmara recomenda a criação de um jardim colonial. Apelo que se refere em António C.
Teixeira de Sousa e ganha grande alento em 1950 com a realização no Funchal da "I Conferência
da liga para a protecção da natureza"". O apelo de J. de Azevedo Pereira19 lançado neste evento
teve repercussão nas autoridades da Junta Geral que souberam criar em 1960 o tão desejado
jardim botânico.
A criação do Jardim Botânico por deliberação da Junta Geral do Distrito Autónomo do
Funchal a 30 de Abril de 1960 é o corolário dessa defesa secular das condições da ilha para a sua
criação e a demonstração da sua importância científica revelada por destacados investigadores
botânicos que procederam a estudos20. Tenha-se em consideração que esta iniciativa só foi
possível graças à pertinaz acção de António Teixeira de Sousa como Presidente da Junta Geral.
Assim em 1952 adquiriu-se a Quinta do Bom Sucesso onde ficaram os serviços da Estação
Agrária, mas o objectivo era a criação do Jardim Botânico.
Em qualquer dos momentos assinalados as ilhas cumprem de novo o papel de ponte e
adaptação da flora colonial. Os jardins de aclimatação são a moda do momento, que entre nós
tem por palco as amplas e paradisíacas quintas. O Marquez de Jácome Correia21 identifica as
quintas do Palheiro Ferreiro e Magnólia como jardins botânicos. Estas são viveiros de plantas,
hospital para acolher os doentes da tísica pulmonar e outros visitantes. O deslumbramento
acompanha o interesse científico e convivem lado a lado nas inúmeras publicações que o
testemunham no século XIX.
Note-se que os jardins, através da harmonia do frondoso arvoredo e das garridas cores
das flores têm nos séculos XVII e XVIII um avanço evidente. Os bosques deixam de ser espaços
de maldição e as árvores entram no quotidiano das classes altas, alinhando-se em filas para dar
acesso à casa de moradia. Os jardins adquirem a dimensão de paraíso bíblico e como tal espaço
espiritual. Eles são a expressão do poder humano sobre a Natureza22. Na Inglaterra do século
XIX os jardins e as flores tornam-se muito populares23. Essa ambiência chegou à ilha através
dos mesmos súbditos de Sua Majestade.
As ilhas exerceram assim um fascínio especial sobre todos os visitantes e parece que
nunca perderam a sua imortal característica de jardins à beira do oceano. Deste modo poderemos
afirmar, com propriedade, que estas foram as ilhas jardins e que os seus jardins continuam a ser o
encanto dos que a procuram, sejam eles turistas ou cientistas.
A Natureza conquista o Homem fazendo-o rodear-se de jardins e conduzindo à floresta.
Para os EUA a pintura do século XIX é definida como a expressão ambiental do sentimento

18 César A. Pestana, A Madeira Cultura e Paisagem, Funchal, 1985, p.65


19
. "Um jardim botânico na Madeira", in Das Artes e da História da Madeira, Vol. 2, n 3, 1950, 24-26.

20 Cf Boletim da Junta Geral do Distrito Autónomo do Funchal, Abril de 1960; Rui Vieira, "Sobre o 'Jardim
Botânico' da Madeira ", in Atlântico, 2, 1985, pp.101-109.
21 A Ilha da Madeira, Coimbra, 1927, p.173, 178
22 Peter j. Bowler, Fontana History of environmental Sciences. N. Y., 1993.,p.111.
23 . Cf. K. Thomas, ibidem, pp.207-209, 210-260
nacional24. Esta ideia de posse sentimo-la na literatura madeirense, quando se afirma
peremptoriamente a identificação com os principais recantos da ilha, alvos da cobiça dos
visitantes.
Por outro lado a floresta deixa de ser lugar de perdição e entra no quotidiano do Homem
como espaço de lazer. A floresta não é mais local de perdição, morada das bruxas. Esta mudança
de atitude expressa-se na criação dos parques nacionais. Os EUA foram pioneiros em 1872 com
o Yellowstone, seguindo-se The Adirondacks(1885) e Yosemite(1890)25. Esta opção também
chegou à ilha.

NOVAS FORMAS DE VER E FRUIR O MEIO NATURAL

Nos últimos anos a História tem sido enriquecida de novos conteúdos. A Historiografia
americana tem permitido esse arejamento temático e metodológico. A história oral, que já aqui
referimos, é exemplo disso. A par disso temos ainda outra aportação recente que tanto tem
entusiasmado a Historiografia inglesa e norte-americana. Isto é, a História do Meio-ambiente. A
partir daqui o meio natural deixa de ser o palco para se assumir também actor da História
O primeiro estudo que apela ao tema surge em 1847. Com o livro "Man and Nature" de
George Perkins Marsh, que é considerado um dos precursores da defesa do meio-ambiente. O
tema começou a ganhar interesse nos anos cinquenta, mas a actual premência actual dos
problemas do meio ambiente cativou a historiografia que fez deste um dos novos domínios de
ponta do conhecimento e investigação histórica. A publicação do livro "The historical roots of
our ecologic crises "(1960) de Lynn White Jr., um dos clássicos estudos sobre a História do meio
ambiente ou ecológica, marca o início de uma nova era para a atenção da historiografia norte-
americana, que nos últimos anos entrou definitivamente nos currículos académicos e planos
editoriais. Acrescem também as revistas especializadas. Destas salienta-se Forest &
Conservation History(1957), hoje Environmental History Review, que se firmou como porta-voz
dos historiadores em defesa do meio natural26.
A par disso a ilha assume nos últimos tempos um lugar de relevo nos novos domínios da
História, que ganharam expressão nos meios universitários americanos a partir da década de
sessenta. Para isso deverá ter contribuído a publicação do livro Silent Spring(1962) de Rachel
Carson, que foi um factor desmultiplicador do interesse civil e académico pelos problemas
ecológicos. A História do Meio Ambiente e Ecológica veio fazer apelo de novo ao pioneirismo
da Madeira, naquilo que o devir mostra a gesta europeia destruidora do meio envolvente. O
processo de expansão europeia não se afirma apenas pela novidade de descoberta de novos

24 Angela Miller, the Empire of the Eye- Landscape representation and American cultural Politics. 1825-1875,
Ithaca, 1993, p.8, 76
25 . Roderick Nash, The Rights of Nature. A History of Environmental Ethics, Madison, 1989, p.35; William Beinart
e Peter Coates, Environment and History the Taming of nature in the USA and South Africa, London, 1995, p.76;
Walter Levy, Christopher Hallowell(ed.), Green Perspectives: Thinking and writing about Nature and the
Environment, N. Y., 1994, p.3.
26 Veja-se os seguintes estudos que procedem à análise dos principais textos historiográficos: Frank Stewart, A
Natural History of Nature Writing, Covelo, 1994, Roderic Nash, The rights of Nature . A History of Environmental
Ethics, Madison, 1989; D. Worster, Nature's Economy. A history of Ecological ideas, Cambridge, 1977; David
Arnold, The Problem of Nature. Environment Culture and European Expansion(New perspectives on the past),
Oxford, 1996; Roderick Nash, American Environmentalism. Readings in Conservation History, N. York, 1990: I. G.
Simmons, Environmental History. A Concise Introduction, Oxford, 1996.
mundos, mas também pelos efeitos destrutivos da presença do europeu sobre a fauna e flora dos
novos espaços. Tudo isto foi conseguido por exigências das leis do mercado de então que definiu
uma estrutura de monoculturas e exploração intensiva do solo, através de culturas com elevado
rendimento económico, como foi o caso da cana de açúcar.
Da leitura dos clássicos e da produção bibliográfica recente releva-se uma situação
particular que toca de novo o arquipélago da Madeira. A Madeira não se posiciona apenas nos
anais da História Universal como a primeira área de ocupação atlântica, pioneira na cultura e
divulgação do açúcar ao Novo Mundo, mas também como o primeiro exemplo dos efeitos
nefastos de uma exploração intensiva27.
A expansão europeia não se resume apenas ao encontro e desencontro de Culturas, mas
também marca o início de um processo de transformação ou degradação do meio. O europeu
carrega consigo a fauna e flora do seu convívio e com valor económico, que irão provocar
profundas mudanças nos novos ecossistemas. Com isto acontece que o espaço vivido e natureza
se universalizam. Nos séculos XV e XVI foram as viagens de descobrimento, enquanto no século
XVIII sucederam as de exploração e descoberta da natureza, comandadas por ingleses e
franceses.
A Madeira foi o viveiro de aclimatação nos dois sentidos. Da Europa propiciou a
transmigração da fauna e flora identificada com a cultura ocidental. No retorno foram as plantas
do Novo Mundo que tiveram de novo passagem obrigatória pela ilha. A riqueza botânica do
Funchal resulta disso.
O processo de imposição da chamada biota portátil europeia, no dizer de Alfred
Crosby28, foi responsável por alguns dos primeiros e problemas ecológicos mais importantes.
Quem não se lembra da praga dos coelhos do Porto Santo29? Que dizer do incêndio que lavrou
na ilha durante sete anos ?
Estas situações são assiduamente referenciadas pela actual historiografia norte americana
que se dedica ao estudo da História do meio ambiente, sendo o seu ponto de partida e alento para
esta incursão temática inovadora.
Outro facto também insistentemente referido é o da própria ilha da Madeira. O nome foi
o atributo para referenciar a abundância e aspecto luxuriante do seu bosque. Mas em pouco
tempo, as queimadas para abrir clareiras de cultura e habitação, o desbaste para fruição das
lenhas e madeiras, fizeram-na desmerecer tal epíteto. Da Madeira quase só ficou o nome…!
A tradição refere que os navegadores portugueses atearam um incêndio à floresta densa
para poder penetrar, mas este ganhou tais proporções que os atemorizou. Foram sete anos de
chama acesa, diz a tradição. Todavia, hoje ninguém acredita nesta versão divulgada por
Francisco Alcoforado e repetida em Cadamosto e outros autores da época. Hoje ninguém
acredita nesta História, que a ser verdade teria reduzido a ilha a carvão…
Esta situação expressa uma realidade que pautará a expansão europeia e que só nos
últimos anos tem cativado a atenção do historiador. Tudo isto tem origem num produto
devorador que conquista a economia de mercado e que pautou a evolução da economia atlântica

27 , Madeira. Pearl of Atlantic, London, 1959 Veja-se Richard GROVE, Green Imperialism, N York, 1995, pp. 5-
29; idem, Ecology, climate and empire, Cambridge, 1997, p. 45; John PERLIN, A forest journey, N. York, 1989.
28 Imperialismo ecológico. A expansão biológica da Europa. 900-1900, S. Paulo, 1993.
29 Tenha-se em atenção que estes foram motivo de um estudo do botânico alemão Ernest Haeckel(1834-1919
publicado em 1868. Foi ele quem em 1866 em "Generalle Morphologie" usou a palavra Oecologie. Cf. Eberhard
Axel Wilhelm, "Visitantes de Língua Alemã na Madeira(1815-1915)", in Islenha, 6, 1990, 48-67.
a partir do século XV. O carrasco é o açúcar. A sua disponibilidade só é possível com esse
processo de degradação do meio que viu nascer os canaviais.
A Europa parte no século XV à procura do Eden bíblico ou descrito na literatura clássica
greco-romana. Foi este um dos motivos do empenho de Colombo, mas também dos navegadores
portugueses. O seu reencontro era encarado como uma conciliação com Deus o apagar do pecado
original de Adão e Eva. Esta imagem persegue quase todos os navegadores quinhentistas e
deverá estar por detrás do empenho daquelas que aportaram à Madeira . Tenha-se em conta que
as duas primeiras crianças nascidas na ilha, filhas de Gonçalo Aires Ferreira tiveram nomes
bíblicos de Adão e Eva30. Era o retorno ao Eden, que aos poucos foi sendo perdido, tal como
sucedera aos primogénitos Adão e Eva. A recuperação desta imagem acontecerá mais tarde no
século XVIII em que a ilha é de novo o paraíso redescoberto para o viajante ou tísico ingleses,
recuperado e revelado ao cientista, seja ele inglês, alemão ou francês, através das recolhas ou da
recriação através dos jardins botânicos.
A cana de açúcar poderá ser considerada como a cultura agrícola mais importante da
História da Humanidade, pois provocou o maior fenómeno em termos de mobilidade humana,
económica, comercial e ecológica. A sua afirmação como cultura agrícola é milenar e abrange
vários quadrantes do planeta. É de todas as plantas domesticadas pelo Homem aquela que
acarreta maiores exigências. Ela quase que escraviza o homem, esgota o solo, devora a floresta e
dessedenta os cursos de água.
A sua exploração intensiva desde o século XV gerou grandes exigências em termos de
mão-de-obra, sendo responsável pelo maior fenómeno migratório à escala mundial que teve por
palco o Atlântico: a escravatura de milhões de africanos. Ligado a tudo isso está também um
conjunto variado de manifestações culturais que vão desde a literatura à música e à dança.
Foi o Oriente quem descobriu a sua doçura, tendo a Papua Nova Guiné como Berço. Os
árabes fizeram-no chegar ao ocidente e foram os arautos principais da sua expansão. Genoveses
e venezianos encarregaram-se do seu comércio e Europa. Mas é nas ilhas que ela encontrou um
dos principais viveiros da sua afirmação e divulgação no Ocidente: Creta e Sicília no
Mediterrâneo, Madeira, Açores, Canárias, Cabo Verde e S. Tomé no Atlântico Oriental Puerto
Rico, Cuba, Jamaica, Demerara(…) nas Antilhas.
A realidade sócio-económica que serve de suporte ao açúcar diferencia-se no seu
percurso do Pacífico/Índico para o Mediterrâneo/Atlântico. Assim, no primeiro caso não assume
a posição dominante na economia, primando pelo carácter secundário, enquanto no segundo é
patente o seu efeito dominador na economia e sociedade/associação ao escravo, que começa no
Mediterrâneo e se reforça no Atlântico. As ilhas, pela limitação do seu espaço, são as primeiras a
ressentir-se desta realidade.
A consciência ecológica do homem hodierno serve de apelo a esta viragem regressiva à
História da Humanidade. O presente actua assim com expressão mediática para a descoberta
desse passado que pode ter algum efeito pragmático nas actuais políticas de defesa do meio-
ambiente, para que se alcance o limiar do século XIX com mais e melhor ambiente, preservando
aquilo que os nossos antepassados nos legaram.

BIBLIOGRAFIA GERAL SOBRE A HISTÓRIA DA CIÊNCIA E DO MEIO NATURAL

30 Ernesto Gonçalves, "Adão e Eva", in Portugal e a ilha, Funchal, 1992, pp.13-18.


BLUME, Helmut, Geography of sugar cane: environmental, structural and economical aspects
of cane sugar production, Berlin, 1985

BRAUDEL, Fernand, civilização material e capitalismo séculos XV-XVIII - o tempo do Mundo,


Lisboa, 1993.

CROSBY, Alfred, W., The Columbian exchange. Biological and cultural consequences of 1492,
Westport, 1972.
Imperialismo ecológico e a expansão biológica da Europa. 900-1900, S. Paulo, 1993

CURTIN, Philip D., The Rise and face of the plantation complex. Essays in Atlantic History,
Cambridge, 1990.

FRUTUOSO, Gaspar, Saudades da Terra, Lºs 1 a 6, Ponta Delgada, 1977-1987.

GLACKEN, C. J., Traces on the Rhodian Shore: Nature and culture in Western thought, from
ancient times to the end of eighteenth century, Berkeley, 1967

GODINHO, Vitorino, Mito e mercadoria, utopia e prática de navegar- séculos XIII-XVIII,


Lisboa, 1990.

GROVE, Richard H. Green imperialism. Colonial expansion, tropical island Edens and the
origins of environmentalism. 1600-1860, N. York, 1995-96
Ecology, climate and Empire: studies in colonial environmental History. London, 1997

HARRISON, Robert Pogue, Forest - the shadow of civilization, Chicago, 1992

JOÃO, Isabel, “Reflexões sobre a insularidade e integração. O caso do arquipélago dos Açores”,
in Mare Liberum, 4 (1992), 299-306.

KANAS, Alan L. e J. R. Mcnell, Atlantic American Societies from Columbus through abolition
1492-1888, London, 1992.

MACKENZIE, J., The empire of nature. History conservation and British imperialism,
Manchester, 1988

MAURO, F., “Sur la complémentarité des sociétés insulaires dans l’Atlantique” I C.I.H.M.,
1986, T. II, 1363-1366.
“Les Açores dans la dynamique de l’Atlantique du XVe siècle à nous Jours. Remarques
introductices” B.I.H.I.T., XLV, T. I, 1987, 20-30.

OLIVEIRA, Aurélio, “A Madeira nas linhas de comércio do Atlântico. Séculos XV-XVII”, in


C.I.H.M., 1993, 917-931.

PONTING, Clive, A green History of the World - the environmental and the collapse of great
civilizations, London, 1993
PREST, J., The garden of Eden, the botanic garden and the re-creation of Paradise, New Haven,
1981

SILBERT, Albert, Un carrefour de l’Atlantique: Madère (1640-1820), Lisboa, 1954.

VIEIRA, Alberto, O comércio inter-insular nos séculos XV e XVI, Funchal, 1986.


Os escravos no arquipélago da Madeira. séculos XV a XVII, Funchal, 1991
Portugal y las islas del Atlántico, Madrid, 1992
Guia para a investigação e História das ilhas atlânticas, Funchal, 1995.

WORSTER, Donald, (ed.) The ends of the Earth. Perspectives on Modern Environmental
History, Cambridge, 1988
The wealth of nature-Environmental History and the ecological imagination, N. York,
1993.

BIBLIOGRAFIA FUNDAMENTAL SOBRE A HISTÓRIA DA CIÊNCIA E DO MEIO


NATURAL NA MADEIRA

ACKERMANN, Eugène. L'ile de Madère. Considéree au point de vue scientifique et


economique. Rixheim, 1910.

ALEXANDER, James Edward. Narrative of a voyage of observation among the colonies of


Western Africa. In the flag-ship Thalia: and of a campaign in kaffir land, on the staff of the
commander-in-chief, London, 1837.

ANSON, George. A voyage round the world in the years MDCCXL, London, 1748.

ATKINS, John. A voyage to Guinea, Brazil and the West Indias, Madeira, Cap Verde, Londres,
1735.
A voyage do Guinea, Brasil and the West-Indies, London, 1737.

AVEZAC MACAYA, Mário Armando Pascal. Iles de l'Afrique, Paris, 1848.

BARROW, John. A voyage to Conchinchina in the years 1792 and 1793, London, 1806.
Voyage à la Conchinchina par les iles de Madère, de Téneriffe et du cap Verde, le Brésil
et l'ile de Java, Paris, 1807.

BARROS DE SOUSA, Abílio de. Plano de arborização do Montado dos Barreiros, Funchal
1946.

BARROW, John. A voyage to Cochinchina, in the years 1792 and 1793, London, 1806.

BENJAMIN, S. W. G. The Atlantic Islands as resorts of health and pleasure, London, 1878.
BENSON, W. J. P. Marocco Canary Islands and Madeira, 1910.

BERKELEY-COTTER, Jorge Cândido, Alberto A. Girard. Notícia de alguns fosseis Terciários


do Archipelago da Madeira, 1892.

BERTRAND, Arthur. Lettres sur l'expédition de Sainte-Hélène en 1840, Paris, 1841.

BETTENCOURT PITA, Nicolau Caetano. Account of the Island of Madeira, London, 1812.

BIDDLE, Anthony J. Drexel. The land of the wine being an account of the Madeira Island at the
beginning of the twentieth century, Philadelphia and San Francisco, 1901.

BIDDLE, Anthony J. Drexel, The Madeira Islands, London, 1900

BOWDICH, Thomas Edward, Excursions in Madeira and Porto Santo, during the Autoan of
1823, London, 1825.

BRASSEY, Lady Annie, A voyage in the "Sunbeam" our home on the Ocean for eleven months,
London 1896.
In the Trades, the Tropics, & the roaring forties, London, 1885.
A voyage in the sunbeam our home on the ocean for eleven months, London 1881.

BRIDGE, Ann, Susan Lowndes, The selective traveller in Portugal, London, 1949.

CAMACHO, João Henriques, Notas para o estudo da rearborização da Ilha da Madeira,


Lisboa, 1920.

CASTELLO DE PAIVA, Barão de (António da Costa Paiva), Relatório do Barão de Catello de


Paiva encarregado pelo governo de estudar o estado da Ilha da Madeira.

CASTILHO, Alexandre Magno, Descrição e roteiro da Costa Ocidental de Africa desde o Cabo
de Espartel até o das Agulhas, Lisboa, 1866.

CHURCHILL, Randolph S., Men, mines and animals in South Africa, London, 1892.

CLAUSS, Max Walter, Voyage en Atlantide, Lisbonne, 1949.

COLERIGE, Henry Nelson, Six mounths in the West Indies in 1825, London, 1826.

COMBE, William, A History of Madeira, London, 1821.

COOPER, William White, The invalid's guide to Madeira, with a description of Tenerife,
Lisbon, Cintra, Mafra, etc., London 1840.

DEGLI ALBIZZI, Marquis, Six mois a Madère, 1888.


DEWAR, Alfred. The voyages and travels of captain Nathaniel Uring, London 1928.

DILLON, Frank, Sketches in the island of Madeira, London, 1850.

DIONISIO, Rodrigues, Riqueza Insular. Fragmentos valiosos das primitivas matas da Ilha da
Madeira, Funchal, 1950.

DIX, John Adams, J. de Menezes, Trad. Um Inverno na Madeira, California, 1896.

DIXON, George, A voyage round the world performed in 1785, 1786, 1787 and 1788, London,
1789.

DRIVER, John, Letters from Madeira in 1834, London, 1838.

DU CANE, Florence, Ella du Cane. The Flowers and gardens of Madeira, London, 1909.

EMBLETON, Dennis. A visit to Madeira in the winter 1880-81, London, 1882.

ESCULÁPIO. A plantação de amoreiras e a criação do bicho da seda na Madeira, Funchal,


1950.

EXCURSÕES na Madeira, Funchal, 1891.

FARIA, José Cupertino de. O Archipelago da Madeira. Guia descritivo illustrado com
photogravuras, Setúbal, 1901.

FORSTER, George. A voyage round the world in his britannic majesty's sloop, London, 1777.

FRANÇA, Isabella de,. Journal of a visit to Madeira and Portugal (1853-1954), Funchal, 1970.
Isabella. Jornal de uma visita à Madeira e a Portugal (1853-1854), Funchal, 1969.

GARNIER, P. Itinéraire de Paris à Madère, Paris, 1859.

GALLAGHER, Robert E. Byron's journal of his circumnavigation, 1764-1766, Cambridge,


1964.

GALVÃO, Henrique Carlos da Mota. Outras Gentes, Porto, 1941.

GIRALDES, Joaquim Pedro Cardoso Casado. Tratado completo de Cosmographia e Geographia


Historica, Physica e Commercial antiga e moderna, Paris, 1825.

GODMAN, Frederick du Cane. Natural History of the Azores or Western Islands, London 1870.

GOMES, Bernardino António. Relatório sobre o herbario da Madeira e das lhas Canárias,
Lisboa, 1863.
GORDON-BROWN, A., A Madeira. A concise guide for the visitor, 1951.

GRABHAM, Michael Comport. Matéria Atlantica. Fragmentada e disseminada, London, 1901.


Plants seen in Madeira, London, 1934.
Madeira its flowering plants and ferns, London, 1942.
The Garden interests of Madeira, London, 1926.
The climate and resources of Madeira, London 1870.

HADFIELD, William. Brazil the River Plate and the Falkland Island, London, 1854.

HARCOURT, Edward Vernon. A sketch of Madeira, London 1851.

HOPKINS, F. S. An historical sketch of the island of Madeira, London, 1819.

HOLIDAY, Tours in Portugal and Madeira, Liverpool, 1905.

HOLMAN, James, Travels in Madeira, Sierra Leone, Teneriffe, St. Iago, Cape Coast, Fernando
Pó, Princes Island, etc., London, 1840.

HUDGSON, Studholme. Truths the West Indies, London, 1838.

HUTCHEON, J. Edith. Things seen in Madeira, London, 1928.

JARDIM, Alberto Figueira, Jacinto Inácio de Brito Rebelo. Madeira the Pearl of the Atlantic,
Lisbon, 1914.

JOHSON, James Yate. Madeira its climate and scenery, London, 1885.

JONES, Eugene E. G. A Handy Guide to Madeira, London, 1909.

KERHALLET, M. C. Philippe de. Madère les iles Salvages et les iles Canaries, Paris, 1880.

KOEBEL, W. H. Madeira: Old and new, London 1909.

LEAL, Oscar. Atravez da Europa e da Africa. Viagens, Lisboa, 1901.

LEMAY, Gaston. A bord de la Junon, Paris, 1881.

LETHBRIDGE, Alan. Madeira. Impressions and Associations, London, 1924.

LONDONDERRY, Marchidness of. A journal of a three months' tour in Portugal, Spain, Africa,
London, 1843.

LOWE, Richard Thomas. A manual flora of Madeira and the adjacent islands of Porto Santo
and the Desertas, London, 1868.
Florulae Salvagicae Tentamen: or a list of plants, London, 1869.
LYALL. Rambles in Madeira and in Portugal in the early part of 1826, London, 1827.

MAIS, S. P. B., Gilliam Mais. Madeira Holiday, London, 1951.

MANTEGAZZA, Paulo, G . Thiry, Trad. Une Journée a Madère, Paris, 1882.

MARINE, Ultra. The contents of a Madeira mail-baig, os island etchings, London,

MARSH, A. E. W. Holiday wanderings in Madeira, London, 1892.

MASON, J. A. A treatise on the climate and meteorology of Madeira, London, 1850.

MENEZES, Carlos Azevedo de. As zonas botanicas da Madeira e Porto Santo, 1901.
Notas acerca de algumas plantas da flora do Archipelago da Madeira, Lisboa, 1926.
Subsídios para o estudo da Flora do Archipelago da Madeira, Braga, 1922.
Novos subsídios para o estudo da Flora do Archipelago da Madeira, Caminha, 1926.
A Flora dos mais altos picos da Ilha da Madeira, Caminha, 1926.
Subsídios para o conhecimento da flora das Ilhas Selvagens, Lisboa, 1923.
Arvores e arbustos madeirenses, Funchal, 1904.
Uma antiga lista de plantas da Madeira, Braga, 1922.
Flora do Archipelago da Madeira, Funchal, 1914.
Contribution à l'étude de la flore de la Grande Déserte, Lisbonne, 1911.

METCALF, Jess, Robert Cushman Murphy. Wandering among Forgotten Isles, New York,
1926.

MÓNACO, Albert 1.er Principe de, Louis Tinayre. La carrière d'un Navigateur, Paris, 1913.

MOSELEY, H. N., Notes by a naturalist an account of observations made during the voyage of
H. M. S. "Challenger" round the world in the years 1872-1876, London, 1944.

NATIVIDADE, J. Vieira. Fomento da fruticultura na Madeira, 1947.

NEUVILLE, Josephine. Memorias da minha vida. Recordações de minhas viagens, Lisboa,


1864.

NICHOLAS, Elizabeth. Madeira and the Canaries, London, 1953.

NORONHA, Eduardo de. O passado... Reminiscencias anedoticas dos tempos idos, Porto, 1912.
Da Madeira ao Alto Zambeze. Viagem dramatica através de Angola e Moçambique,
Porto, 1907.

ORSEY, Alexander J. D., Colloquial portuguese or the words and phrases of every-day life ,
London, 1868.
OSBORNE, John. Guide to the West Indies, Madeira, México, Northern South-America, etc.,
London, 1845.

OVINGTON, J., A voyage to Suratt in the year 1689, London, 1696.

PENFOLD, Jane Wallas. Madeira flowers, fruits, and ferns, London, 1845.

PEREIRA, Jaime A. Azevedo. Um jardim botanico na Madeira, Funchal, 1950.

PERRY, M. C., Francis L. Hawks. Narrative of the expedition of an american squadron to the
China Seas and Japan, New York, 1856.

PICKEN, Andrew. Madeira illustrated with a description of the island, London, 1840.

PINHEIRO, Francisco Alves, Madeira e Açores. Excursão às ilhas adlacentes em 23.7.1938,


Braga, 1950.

PORTO DA CRUZ, Visconde do. O problema florestal no arquipélago da Madeira, Lisboa,


1950.

POWER, Charles Alexandre Le Poer, Compil. Power's guide to the Island of Madeira, London,
1927.

PROENÇA, Raul, Portugal, Madère: Iles Açores, Paris, 1935.

QUINTINHA, Julião, Vizinhos do Mar, Lisboa, 1923.

RAMBLES, in Madeira, and in Portugal in the early part of MDCCCXXVI, London 1827.

RAMOS, Acúrcio Garcia. Ilha da Madeira, Lisboa, 1879.

REID, William, Alfred Reid. Madeira. A guide book of useful information, London

REI, Manuel Alberto, Como eu vi a Madeira sob o aspecto florestal, Figueira da Foz, 1939.

RENDELL, J. M., Concise handbook of the Island of Madeira with plan of Funchal and map of
the island, London, 1881.

RIDDELL, Maria. Voyages to the Madeira and Leeward Caribbean Isles, Edimburgo, 1792.

ROUNDELL, Charles. A visit to the Azores with a chapter on Madeira, London, 1889.

S., F. R. G. Wanderings in West Africa, Londres, 1863.

SARMENTO, Alberto Artur. A proposito do grande Brotero, 194?


SCHODDUYN, René. Contribution pour l'hydrobiologie des iles de Funchal et Porto Santo,
Caminha, 1927.

SEQUEIRA, Manuel Braz. Argumento a favor da arborização obrigatoria das serras da ilha da
Madeira, Funchal, 1913.

SERPA, António Ferreira de. Mónaco e Portugal, Porto, 1925.

SILVA, Fernando Augusto da. O revestimento florestal do Arquipélago da Madeira, Funchal,


1946.

SILVA, Mariana Xavier da. Na Madeira. Offerendas, Lisboa, 1884.

SMITH, Emily Geneviève. A panoramic view of the city of Funchal, in the island of Madeira,
Weymouth, 1844.

SMYTH, Piazzi. Madeira Meteorologic, Edinburgh, 1882.

SPILSBURY, F. B. Accont of a voyage to the western coast of Africa, London, 1807.

SPRINGETT, W. S. Pitt. Recollections of Madeira, London 1843.

STANFORD, Charles Thomas. Leaves from a Madeira Garden, London 1909.

STAUNTON, George-Thomas. An authhentic account of an embassy from the king of Great


Britain to the Emperor of China, London, 1797.

STEELE, Robert. A tour through part of the Atlantic, London, 1810.

TAYLOR, Ellen M. Madeira, its scenery, and how to see it, London 1882.

TAYLOR, Fitch W. The flag ship or a voyage around the world in the United States Frigate
Columbia, New-York, 1840.

TEIXEIRA, Luiz. Reportagem, 1932.

THOMAS-STANFORD, Charles. Leaves from a Madeira Garden, London, 1910.

TRIGO, Adriano A., Annibal A. Trigo. Roteiro e guia do Funchal, Funchal, 1910.

VALDEZ, Francisco Travaços. Africa Occidental. Noticias e considerações, Lisboa, 1864.


Six Years of a traveller's life in Western Africa, Londres, 1861.

VELOZA, José Ezequiel. "O fogo nas serras foi de todos os tempos", in Das Artes e da História
da Madeira, Funchal, 1948-1949.
WHITE, Robert, James Yate Johnson. Madeira. Its climate and scenery, Edimburgh, 1857.

WHITE, Robert. Madeira. Its climate and scenery, London, 1851.

WILDE, W. R. Narrative of a voyage to Madeira, Dublin, 1840.


Narrative of a voyage to Madeira, Teneriffe and along the shores of the mediterranean,
including a visit to Algiers, Egypt, Palestine, Tyre, Rhodes, Telmessus, Cyprus and Greece,
Dubin, 1840.

WINTER, A winter in Madeira and a summer in Spain and Florence, New York, 1850.

Anda mungkin juga menyukai