COOPERATIVOS.
Junho/2001
Sou Fábio, marido da Gisela, pai do Tiê, do Ilê e da Lyz . Uma pessoa
de 40 anos que está descobrindo um pouco sobre como viver junto com
os outros. Conviver no dia a dia, tem sido um desafio cada vez maior.
Atuando no Projeto Cooperação, juntamente com cerca de dez pessoas,
estamos sempre nos desafiando a viver a cooperação entre nós, porque
sabemos ser preciso exercitá-la cotidianamente. Agora, temos nos
movimentado para que a sociedade perceba o Projeto Cooperação
como uma comunidade de pessoas a serviço da Cooperação, ao invés,
de identificá-lo como o “Projeto do Fábio”. Mas, olha, este está sendo
um grande estímulo para nossa criatividade, humildade, confiança e
desapego.
Falando nisso, você poderia falar um pouco sobre seu encontro com
os Jogos Cooperativos?
Logo após a morte de meu pai, voltei ao curso de psicologia que havia
interrompido anos antes. De novo na faculdade, interessei-me pela
Psicologia Transpessoal. Em 1989, tive o privilégio de fazer parte do
grupo de estudos em Transpessoal, com a Profa. Márcia Tabone, uma
das precursoras do tema no Brasil. Durante os encontros minha
inquietação foi aumentando, até que compartilhei com ela e outras
pessoas do grupo: “estou com essa inquietação, não sei bem...estou
fazendo uma coisa que já não sei se é isso que eu quero fazer. Estou
encantado com algumas outras coisas, mas tenho insegurança para
mudar.” Uma colega sugeriu ter paciência e fluir de acordo com o
ritmo da vida. Disse que naturalmente, algumas coisas passam a
perder a força, enquanto outras ganham energia até se manifestarem
plenamente. A Márcia, disse: “fala com a Neyde Marques, da Bahia.
Ela está participando da criação da Universidade Holística, em
Brasília”.
Bem, segui essas duas pistas: desenvolvi a “paz-ciência” e... liguei pra
Neyde. Lembro disso muito claramente: A Gisela e eu, em um orelhão
falando: “Neyde, aqui é o Fábio, a Márcia me indicou...”. Falamos
bastante, recebi outras pistas e o telefone da Universidade Holística.
Logo depois, em julho de 1988, estava eu lá na UNIPAZ, desfrutando
de um seminário sobre Direitos Humanos e Educação para a Paz. Lá,
recebi muita inspiração para minha Trans-Piração e, essencialmente,
encontrei, como se ao acaso, a Fabienne Lopez, uma professora da
Escola das Nações, de Brasília, realizando um jogo bem esquisito,
muito estranho: a Dança das Cadeiras Cooperativas. Pronto, minha
procura havia encontrado o que buscava: os Jogos Cooperativos!
Qual a dica que você dá para quem mexe com os Jogos Cooperativos,
inclusive para quem está começando agora a ter contato com eles?
Acredito que estamos todos buscando o melhor em suas vidas. Para
mim, essa procura está intimamente atrelada a des-coberta de um
caminho pessoal, antes de uma competência profissional, a busca por
uma clareza vocacional. Isto é fundamental!