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I - Competências em geral

As competências do Tribunal Constitucional são múltiplas e variadas, e encontram-se fixadas


na Constituição da lei.

Nos termos do disposto nos artigos 277º e seguintes da Constituição da República e 6º da


LTC, cabe-lhe apreciar a inconstitucionalidade de quaisquer normas, bem como apreciar a
ilegalidade de normas constantes de actos legislativos (quando violem a lei com valor
reforçado), de normas constantes de diplomas regionais (quando estejam em contradição com
o estatutos da respectiva região autónoma ou com lei geral da República) e de normas
constantes de diplomas emanados dos órgãos de soberania (quando conflituem com o
estatuto de uma região autónoma).

Seguidamente, o Tribunal Constitucional dispõe de várias competências relativas ao


Presidente da República. No exercício destas, cabe-lhe verificar a morte e declarar a
impossibilidade física permanente do Presidente da República, bem como verificar os
impedimentos temporários e a perda do cargo, conforme dispõem os artigos 223º, n.º 2,
alíneas a) e b), da Constituição, e 7º da LTC.

O Tribunal dispõe ainda de competência para julgar os recursos relativos à perda do mandato
de Deputado à Assembleia da República ou às assembleias legislativas regionais, nos termos
dos artigos 223º, n.º 2, alínea g), da Constituição, e 7º-A da LTC.

Em matéria de contencioso eleitoral, por sua vez, o Tribunal Constitucional intervém no


processo relativo à eleição do Presidente da República, recebendo e admitindo as
candidaturas e decidindo os correspondentes recursos, verificando a desistência, a morte ou
incapacidade dos candidatos, enfim, julgando os recursos interpostos de decisões proferidas
sobre reclamações e protestos apresentados no acto de apuramento geral das eleições
presidenciais; no que respeita às eleições para a Assembleia da República, assembleias
legislativas regionais e órgãos representativos autárquicos, julga os recursos em matéria
apresentação de candidaturas e de irregularidades ocorridas no processo eleitoral; nas
eleições para o Parlamento Europeu, recebe e admite as candidaturas e decide os
correspondentes recursos do processo eleitoral. O Tribunal julga ainda os recursos das
eleições realizadas na Assembleia da República e nas assembleias legislativas regionais
(artigo 8º da LTC).

Quanto aos referendos nacionais, o Tribunal Constitucional intervém fiscalizando


previamente a sua constitucionalidade e legalidade. O Tribunal julga também os recursos
relativos a irregularidades ocorridas no decurso da votação e das operações de apuramento
[artigos 223º, n.º 2, alínea f), da Constituição e 11º da LTC].

No que diz respeito aos referendos regionais e locais, o Tribunal Constitucional intervém
igualmente na fiscalização prévia da sua constitucionalidade e legalidade e no julgamento
dos recursos relativos a irregularidades ocorridas no decurso da votação e das operações de
apuramento dos resultados [artigos 223º, n.º 2, alínea f), da Constituição e 11º da LTC].

Ao Tribunal Constitucional compete igualmente aceitar a inscrição de partidos políticos,


coligações e frentes de partidos, apreciar a legalidade e singularidade das suas denominações,
siglas e símbolos, e proceder às anotações a eles referentes que a lei imponha; compete-lhe
também julgar as acções de impugnação de eleições e de deliberações de órgãos de partidos
políticos que, nos termos da lei, sejam recorríveis, apreciar a regularidade e a legalidade das
contas dos partidos e aplicar as correspondentes sanções e, bem assim, ordenar a extinção de
partidos e de coligações de partidos (artigo 9º da LTC).

Ao Tribunal Constitucional cabe declarar que uma qualquer organização perfilha a ideologia
fascista, e decretar a respectiva extinção, nos termos da Lei n.º 64/78, de 6 de Outubro
(artigo10º da LTC).
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O Tribunal Constitucional procede ainda ao registo e arquivamento das declarações de


património e rendimentos e das declarações de incompatibilidades e impedimentos que são
obrigados a apresentar os titulares de cargos políticos ou equiparados, e decide acerca do
acesso aos respectivos dados (artigo 11º-A da LTC).

II – Competências em especial

1. Processos relativos ao controlo da constitucionalidade e legalidade

1.1. Garantia da Constituição e do regime constitucional da autonomia regional

Entre as diversas competências do Tribunal Constitucional, destaca-se a da fiscalização da


conformidade de normas jurídicas – e, em particular, das normas das leis e dos decretos-lei –
com a Constituição. Trata-se da competência nuclear do Tribunal, e daquela em que mais
especificamente se manifesta e avulta o papel de "guarda" ou garante último da Constituição,
que esta mesma lhe confia.

Num plano paralelo ao do controlo da constitucionalidade, situa-se a competência do


Tribunal Constitucional para fiscalizar, por um lado, a conformidade das normas jurídicas
provenientes dos órgãos das regiões autónomas com os respectivos estatutos e com as leis
gerais da República; e, por outro lado, a conformidade das normas emitidas pelos órgãos de
soberania com os direitos reconhecidos a cada região autónoma pelo correspondente estatuto.
No exercício desta competência de controlo da legalidade, é o Tribunal chamado a garantir o
correcto funcionamento do regime autonômico constitucionalmente estabelecido para os
Açores e para a Madeira, e o respeito pela repartição de poderes efectuada, no quadro dessa
autonomia, entre os órgãos centrais do Estado e órgãos regionais.

Em plano igualmente paralelo se situa a competência para fiscalizar o respeito devido às leis
de valor reforçado, nomeadamente às leis orgânicas, pelas normas contidas em actos
legislativos.

1.2. Processos e recursos de fiscalização da constitucionalidade

A fiscalização da constitucionalidade de normas é realizada pelo Tribunal Constitucional por


três diferentes modos, que correspondem outras tantas espécies de processos.

1.2.1. A fiscalização preventiva

O primeiro é o da fiscalização preventiva, isto é, efectuada antes mesmo de os diplomas


serem publicados e entrarem a vigorar. Um tal controlo encontra-se previsto no artigo 278º da
Constituição, mas a ele só podem ser sujeitas as normas mais importantes da ordem jurídica,
a saber as constantes de convenções internacionais que o Estado Português vá subscrever ou
de leis ou de decretos com o valor de lei. Por outro lado, trata-se de um controlo que,
normalmente, só pode ser requerido ao Tribunal Constitucional pelo Presidente da República,
ou, sendo o caso de diplomas das regiões autónomas, pelos respectivos Ministros da
República; todavia, no caso de leis orgânicas, o controlo também pode ser requerido pelo
Primeiro-Ministro ou por 1/5 dos Deputados à Assembleia da República. O seu efeito,
quando o Tribunal Constitucional considere que se verifica uma inconstitucionalidade,
consiste em obrigar o Presidente da República ou o Ministro da República a vetarem o
correspondente diploma, e a devolverem ao órgão que o aprovou. Este último tem de
conformar-se com a decisão do Tribunal e alterar o diploma (se assim o desejar), salvo
tratando-se da Assembleia da República ou das assembleia legislativas regionais, às quais é
facultada pela Constituição (artigo 279º) a possibilidade de confirmá-lo por maioria
qualificada de dois terços, apesar do julgamento de inconstitucionalidade, caso em que o
Presidente da República ou o Ministro da República ficam com a faculdade de o promulgar ou
assinar; isso não impede que o Tribunal Constitucional venha mais tarde a julgar
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inconstitucionais essas normas, no âmbito das outras formas de fiscalização da


constitucionalidade.

1.2.2. A fiscalização abstracta sucessiva

O segundo dos modos ou processos de controlo da constitucionalidade pelo Tribunal


Constitucional é o da chamada fiscalização abstracta sucessiva, assim designada por ser
levada a cabo independentemente de qualquer aplicação concreta (isto é, para resolução de
um caso ou litígio concreto) da norma objecto de apreciação. A este tipo de fiscalização já se
encontram sujeitas todas e quaisquer normas do ordenamento jurídico português, desde as
constantes de leis até às contidas num simples regulamento autárquico. Podem requerer esta
fiscalização o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República, o Primeiro-
Ministro, o Provedor da Justiça, o Procurador-Geral da República, 1/10 dos Deputados à
Assembleia da República, e ainda, quando estiverem em causa direitos das regiões
autónomas, os Ministros da República, as assembleia legislativas regionais, os respectivos
presidentes ou 1/10 dos seus deputados, bem como os presidentes dos governos regionais;
não se trata, pois de uma faculdade reconhecida aos cidadãos em geral, os quais unicamente
dispõem, assim, da possibilidade de solicitar a qualquer das entidades referidas que a exerça.
Vindo o Tribunal Constitucional a concluir pela inconstitucionalidade da norma (ou normas)
cuja apreciação lhe foi requerida, a decisão em que ele declare essa inconstitucionalidade tem
força obrigatória geral, o que significa que a norma é eliminada da ordem jurídica, não
podendo mais ser aplicada pelos tribunais, seja pela administração pública, seja pelos simples
particulares. Alguns dos problemas específicos que este regime levanta são equacionados e
resolvidos pelo artigo 282º da Constituição.

1.2.3. A fiscalização concreta

O terceiro modo ou processo através do qual o Tribunal Constitucional pode ser chamado a
exercer o controlo da constitucionalidade das normas jurídicas é o da denominada
fiscalização concreta, assim designada por ocorrer justamente a propósito da aplicação, pelos
tribunais, da norma questionada a um caso concreto. Esse controlo ou essa fiscalização
"concreta" cabem, em primeira linha, ao tribunal perante o qual o caso se encontra pendente,
uma vez que, nos termos do artigo 204º da Constituição, todos os tribunais portugueses têm
competência para apreciar a conformidade com a Constituição das normas que hajam de
aplicar, e têm mesmo o dever de não aplicar aquelas que considerem inconstitucionais;
contudo, das decisões dos tribunais "comuns" que decidam questões de constitucionalidade,
cabe recurso, nos termos previstos nos artigos 280º da Constituição e 70º da LTC, restrito à
apreciação dessa questão, para o Tribunal Constitucional. É este recurso que abre aos
cidadãos em geral a possibilidade de acesso ao Tribunal Constitucional; no entanto, para que
eles possam fazer apreciar por este a constitucionalidade de uma norma, é necessário que
previamente tenham suscitado a questão, sem êxito, perante o tribunal onde corre a
respectiva causa (isto é, a causa resolvida por aplicação da norma questionada) ou, então, que
a mesma norma já tivesse sido, anteriormente, julgada inconstitucional pelo próprio Tribunal
Constitucional ou pela Comissão Constitucional. Por outro lado, há sempre recurso para o
Tribunal Constitucional das decisões dos restantes tribunais que recusem aplicar determinada
norma com fundamento em inconstitucionalidade, sendo tal recurso obrigatório para o
Ministério Público quando estejam em causa normas constantes dos mais importantes
diplomas normativos (isto é, de convenções internacionais, actos legislativos ou decretos
regulamentares). Em qualquer das situações possíveis — trate-se de recurso de decisão que
não aplicou uma norma, por julgá-la inconstitucional, trate-se de recurso de decisão que não
atendeu a impugnação da constitucionalidade de uma norma e a aplicou —, a decisão do
Tribunal Constitucional não tem força obrigatória geral, ou seja, só vale no processo judicial
em que é proferida. Mas, caso o Tribunal Constitucional venha a julgar inconstitucional a
mesma norma em três casos concretos diferentes, fica aberta a possibilidade de vir a apreciá-
la em processo de fiscalização abstracta, normalmente a requerimento do Ministério Público
(artigos 281º, n.º 3, da Constituição, e 82º da LTC), e a decisão que aí declare inconstitucional
essa norma já tem força obrigatória geral.
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Quando os recursos para o Tribunal Constitucional não sejam admitidos nos tribunais
"comuns" onde se suscitaram as questões de constitucionalidade, podem as partes apresentar
reclamação, que é decidida pelo próprio Tribunal Constitucional.

Nos processos de fiscalização concreta, o Tribunal Constitucional julga normalmente em


secção. Porém, o Presidente, com a concordância do Tribunal, pode determinar que o
julgamento seja feito em plenário de ambas as secções, quando tal seja justificado em função
da questão a decidir ou para evitar divergências jurisprudências (artigo 79º-A da LTC); por
outro lado, caso uma das secções venha a julgar uma questão de inconstitucionalidade ou de
ilegalidade em sentido divergente de jurisprudência anterior do Tribunal, cabe recurso para o
plenário (artigo 79º-D da LTC).

Quanto aos processos de fiscalização preventiva e de fiscalização abstracta, a competência


para a sua decisão cabe ao plenário do Tribunal.

1.3. Processos de fiscalização da inconstitucionalidade por omissão

Em matéria de fiscalização da constitucionalidade, a competência do Tribunal Constitucional


não se restringe ao controlo de normas jurídicas, pois a Constituição — indo aqui além do que
é usual em diplomas análogos — lhe atribuiu também o poder de examinar os casos de
inconstitucionalidade por omissão, isto é, de "apreciar e verificar o não cumprimento da
Constituição por omissão das medidas legislativas necessárias para tornar exequíveis as
normas constitucionais" (artigo 283º da Constituição).

O processo seguido para tanto é semelhante ao da fiscalização abstracta da


constitucionalidade; mas, dado o grande melindre de que se reveste o problema das
"omissões legislativas" e o exercício desta importante competência do Tribunal
Constitucional, tal processo só pode ser desencadeado pelo Presidente da República ou pelo
Provedor de Justiça, ou ainda, quando estejam em causa os direitos de uma região autónoma,
pelo presidente da respectiva assembleia legislativa regional.

Se o Tribunal Constitucional concluir pela existência de uma omissão, não pode ele, porém,
editar a norma ou normas em falta, nem sequer ordenar ao órgão para tanto competente que
o faça: uma ou outra coisa seriam contrárias à sua índole de órgão jurisdicional. O Tribunal
limitar-se-á, sim, a "verificar" a existência de inconstitucionalidade por omissão, e a "dar
conhecimento" disso àquele órgão legislativo.

1.4. Processos de fiscalização da legalidade

No tocante a fiscalização da legalidade (das normas provenientes de órgãos de soberania, no


tocante à sua compatibilidade com os estatutos das regiões autónomas; das normas emitidas
pelos órgãos das regiões autónomas, relativamente ao respeito dos respectivos estatutos e das
leis gerais da República; de quaisquer normas constantes de actos legislativos, no que se
refere à sua conformidade com lei de valor reforçado), os modos do seu exercício são
paralelos e idênticos aos previstos para a fiscalização da constitucionalidade (como decorre
dos artigos 280º e 281º da Constituição), com exclusão da fiscalização preventiva, que não é aí
admitida, e do controlo por omissão, que não faria aí sentido.

Uma outra hipótese, próxima da fiscalização da legalidade, ocorre em controlo concreto: das
decisões dos restantes tribunais que recusem a aplicação de norma constante de acto
legislativo com fundamento na sua contrariedade com uma convenção internacional, cabe
recurso para o Tribunal Constitucional, obrigatório para o Ministério Público, restrito às
questões de natureza jurídico-constitucional e jurídico-internacional implicadas na decisão
recorrida [artigos 70º, n.º 1, alínea i), e 71º, n.º 2 da LTC].

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