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Activos Intangíveis – I&D na criação de valor

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O Justo Valor
I&D
Investigação & Desenvolvimento

Professor Doutor Vasco Salazar Soares


ISVOUGA – Instituto Superior de Entre o Douro e Vouga

Ana Fernanda Amorim da Silva


ISVOUGA – Instituto Superior de Entre o Douro e Vouga

Resumo

Quanto vale uma empresa? Que empresas são sustentáveis e quais as que
têm tendência a desaparecer no mercado? Para responder a estas perguntas
surge o conceito de Capital Intelectual que nos faz repensar nos modelos de
gestão praticados até então, originando uma nova forma de olhar as
organizações. Surge assim um novo paradigma para o século XXI. A
inteligência humana e os aspectos intelectuais estão finalmente a ser
reconhecidos e valorizados, não só pela área de recursos humanos mas
também pela contabilização no património das organizações.

Palavras Chave: I&D, Justo Valor, Intangíveis, Capital Intelectual

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Activos Intangíveis – I&D na criação de valor
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I - INTRODUÇÃO

Na actual era de informação é exigido às organizações novas atitudes de


sustentabilidade das suas vantagens competitivas em ambiente de extrema
competitividade.

Neste cenário, a proeminência dos recursos intangíveis, nomeadamente


através das Despesas de Investigação e Desenvolvimento (I&D), torna-se o
vector chave para o maior sucesso da empresa.

Ao conjunto de benefícios intangíveis gerados pela Sociedade do


Conhecimento denominou-se Capital Intelectual, conduzindo à necessidade
de aplicação de novas estratégias, de uma nova filosofia de gestão e de novas
formas de avaliação do valor da empresa que contemplem o conhecimento
como recurso estratégico na Sociedade em que vivemos, que é uma
Sociedade de Informação.

Estes são os conceitos que suportam a abordagem que a seguir se apresenta.

1 – TRATAMENTO DAS DESPESAS DE I&D

O tratamento contabilístico preconizado, pelo normativo nacional, das


despesas de investigação e desenvolvimento (I&D) e as respectivas
divulgações exigidas quer pela Norma Internacional de Contabilidade N.º 38
quer pela Interpretação Técnica n.º 5, assim como a abordagem que a
mesma matéria deverá ter na adopção das Normas Internacionais de
Contabilidade são os vectores que conduzem a análise deste estudo.

Com as exigências impostas a Portugal pela União Europeia, em matérias


cada vez mais diversificadas, o esforço de Investigação e Desenvolvimento
(I&D) tem sido objecto de avaliação comparativa pelos diversos estados

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membros, estando mesmo sujeita à definição de metas a atingir, impondo a
necessidade de informação para concretizar o esforço de comparação.

1.1 – Dicotomia entre o POC e a DC 7

As despesas de I&D são enquadradas contabilisticamente no POC e na DC


7.
No POC as despesas de I&D são tratadas como um activo, mais
especificamente como uma imobilização. Sendo uma imobilização incorpórea
e referindo a nota explicativa à conta 43 – Imobilizações Incorpóreas que
esta conta “integra as imobilizações intangíveis, englobando nomeadamente,
direitos e despesas de constituição, arranque e expansão.”

Neste sentido as despesas de I&D encontram-se “arrumadas” na conta 43.2


– Despesas de Investigação e Desenvolvimento, e de acordo com a nota
explicativa do POC: “esta conta engloba as despesas associadas com a
investigação original e planeada, com o objectivo de obter novos
conhecimentos científicos ou técnicos, bem como as que resultem da
aplicação tecnológica das descobertas, anteriores à fase de produção.”

Um activo é reconhecido no Balanço quando for provável que os benefícios


económicos futuros fluam para a entidade e o activo tenha um custo ou um
valor que possa ser mensurável com fiabilidade.

Desta forma, e atendendo a esta definição, verifica-se que em muitas


situações é difícil quantificar como activo as despesas de I&D.

Para clarificar esta dúvida a Comissão de Normalização Contabilística


aprovou em conselho geral a DC 7.

A Directriz Contabilística 7 circunscreve-se à “…contabilização das despesas


de investigação e desenvolvimento que não sejam executadas para terceiros

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sobre contrato.” (ponto 1), e não se aplica a: “a) às empresas cujo objecto seja
a investigação e desenvolvimento…”.

O conceito de I&D representa duas actividades distintas na sua natureza e


na probabilidade de geração de benefícios económicos futuros:

- A de investigação
- A de desenvolvimento,

Devendo manter-se como actividade de investigação e actividade de


desenvolvimento de acordo com a DC 7:

- como despesas de investigação as relativas a um processo de


pesquisa original e planeada com o objectivo de obter novos conhecimentos
científicos ou técnicos.
- como despesas de desenvolvimento as que resultem da aplicação
tecnológica das descobertas anteriores à fase da produção”.

Como critério geral, a DC 7 adopta o reconhecimento, das despesas de I&D,


como custo, conforme se encontra explicito no ponto 2. Contudo e a nível
excepcional, podem integrar o activo se e só se: 3. (…) forem “casos
excepcionais em que se possa assegurar de forma inequívoca que produzirão
benefícios económicos futuros”.

Das condições impostas resulta que a possibilidade de as despesas em I&D


poderem ser classificadas como activo são muito restritivas.
Contudo se as despesas em I&D forem reconhecidas como activo refere a DC
7 que ”6. (…) Serão amortizadas numa base sistemática e racional nos
exercícios corrente e futuros, com referência ou à venda ou ao uso do produto
ou processo, ou ao período de tempo o qual se espera que o produto ou
processo seja vendido. O período de amortização não deve normalmente
exceder os 5 anos.

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1.2 – Mensuração das Despesas de I&D

Após reconhecermos as I&D, seja como custo, seja como activo, a tarefa
seguinte á a determinação sua mensuração, referindo o POC que: “Os
registos contabilísticos devem basear-se em custos de aquisição ou de
produção, expressos quer em unidades monetárias nominais quer em
unidades monetárias constantes.” (ponto 4, alínea d), ou seja, aquando da
mensuração de um facto patrimonial deve ter-se como principio orientador o
custo histórico associado ao elemento integrante da posição financeira ou do
desempenho evidenciado nas demonstrações financeiras.

Assim, quando as despesas em I&D são reconhecidas como activo, e


consequentemente, capitalizadas na conta 432, dever-se-á entender que
estas despesas deverão ser valorizadas ao custo de aquisição ou ao custo de
produção, entendendo-se que o custo de aquisição ou de produção são
“determinados de acordo com as definições adaptadas para as existências”,
pelo que o POC define como:
- custo de aquisição a “(…) soma do respectivo preço de compra com os
gastos suportados directa ou indirectamente para o colocar no seu estado
actual e no local de armazenagem.”

De referir que a DC 7 não faz referência à forma como se deve mensurar as


despesas de I&D, dado que o POC define como esta medição deverá ser
efectuada.

O anexo ao balanço e à demonstração de resultados (ABDR), presente no


POC, nas situações em que as despesas de I&D são contabilizadas como
activo, obriga a que sejam preenchidas nas notas 3, 8 e 10, dado que o seu
conteúdo está relacionado com rubricas do Balanço, quando as despesas de
I&D são reconhecidas como custo na demonstração de resultados do
exercício em que a despesa ocorreu e foi considerada como custo, não existe
qualquer divulgação obrigatória nesta demonstração financeira, verificando-

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se um “vazio” e, consequentemente, o utilizador da informação financeira
não tem qualquer hipótese de aferir o esforço em I&D desenvolvido pela
entidade.

A emissão da DC 7 não corrigiu esta insuficiência, pois não tem qualquer


referência a divulgações das despesas de I&D, quer quando são reconhecidas
como gasto quer quando são reconhecidas como activo.

A Interpretação Técnica 5 (IT 5), dado este vazio normativo, tem como
objectivo obrigar as entidades a divulgar o seu esforço em I&D, como aliás é
referenciado no documento: “A contabilização das “Despesas de Investigação
e Desenvolvimento “ encontra-se regulada na DC 7. Contudo, esta norma é
omissa na matéria de divulgação do esforço em investigação e
desenvolvimento (I&D) efectuado pelas entidades.

Nestas circunstâncias, a Comissão Executiva da Comissão de Normalização


Contabilística, considera a necessidade de instruir um entendimento geral
acerca do modo como deve ser divulgado no Anexo ao Balanço e à
Demonstração de Resultados o esforço das entidades em matéria de I&D.

A IT 5 determina que as divulgações relativas às despesas de I&D “sem


prejuízo de exigências constantes de outros diplomas legais, em alínea
apropriada na nota 48 do ABDR, deve ser divulgada a quantia global do
esforço de I&D que tenha sido reconhecido como gasto no período
contabilístico.

A quantia a divulgar incluirá, assim, todos os gastos por natureza que


sejam, face ao seu destino, classificáveis como gasto de I&D (por exemplo,
gastos com o pessoal afecto à actividade de I&D, bens e serviços usados,
amortizações, quer dos bens do imobilizado utilizados nas actividades de
I&D quer dos gastos de I&D que tenham sido capitalizados na conta 432 –
Despesas de Investigação e Desenvolvimento).”

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QUADRO N.º 1 – Despesas de I&D
Gastos em I&D Ano N
Rubricas
Gastos com pessoal afectos a actividades de I&D X
Serviços usados em actividades de I&D X
… …
Amortizações X
Imóveis afectos a actividades em I&D X
Relativos a despesas capitalizadas na conta 432 X
… …
Total dos gastos ∑

Fonte: (Interpretação Técnica n.º 5)

Na falta de uma definição clara do normativo português, as despesas de


I&D, sendo consideradas imobilizado incorpóreo, ou seja, activo intangível,
segundo a IAS 38, “um activo intangível é um activo não monetário
identificável sem substância física.”
Desta forma, conclui-se que há três condições básicas a cumprir para
satisfazer a definição de activo intangível: identificabilidade, controlo sobre
um recurso, e existência de benefícios económicos futuros.

2 - NOVO PARADIGMA

2.1 – Conceitos

Actualmente, neste mundo que se pretende globalizado, estão a pôr-se em


prática novas formatações contabilísticas, resultantes da adopção das NIC
(Normas Internacionais de Contabilidade). Estas normas abandonam opções
anteriores, mais prudentes, seguidas na contabilização do que se entendia
como património (Activos e Passivos) e também no tocante a apuramentos
de resultados e de incrementos patrimoniais.

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Estão, na verdade, a ocorrer mudanças significativas de paradigma.

Nos novos procedimentos mais abrangentes entende-se que se devem


contabilizar os activos (e passivos) e, em contrapartida, em variações de
capital próprio ou até em contas de resultados, as estimativas positivas (e
negativas) que se esperam do desempenho previsível ou futuro das
actividades empresariais.

Os tradicionais princípios contabilísticos passaram a ser questionados. Por


exemplo, o Balanço mostrava o património existente à data a que se reporta
e a conta de resultados mostrava o ganho ou perda havido durante cada
exercício. Agora, o Balanço ainda evidencia património (no sentido
tradicional), mas menos vezes com base nos custos incorridos. Mais: passa a
englobar – caso de novos intangíveis e de potencialidades que na
contabilidade se passam a configurar muitas vezes sem ter a ver com
aquisições e sim com valores de resultados que se esperam realizar no
futuro.
Os critérios essenciais de inclusão de valores no Balanço passam a ser os de
“expectativas estimadas” e “benefícios económicos futuros”.

Os activos de Propriedade Intelectual são actualmente, do ponto de vista


económico, um dos elementos fundamentais para a gestão de uma empresa,
tornando-se premente a necessidade de os incorporar nos Resultados
Financeiros Anuais.

A avaliação de activos intangíveis e, especialmente dos activos de


Propriedade Intelectual é importante do ponto de vista contabilístico sendo
fundamental para a tomada de decisões estratégicas para o desenvolvimento
do negócio.

Hoje em dia, estima-se que para uma organização a operar num mercado
competitivo, apenas um quarto das suas fontes de valor e riqueza se

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baseiam nos activos físicos tangíveis, sendo a maior parte da criação de
valor originada por bens de conhecimento, informação e tecnologia, ou seja,
em bens intangíveis, não mensuráveis pelas tradicionais ferramentas
financeiras.

Existem alguns modelos de negócio em que a avaliação de activos


intangíveis é fundamental para a definição e manutenção de uma boa
estratégia empresarial, nomeadamente;
- Determinação do preço ou royalties aplicáveis à cessão ou licença de
direitos.

Nestes casos é absolutamente necessário realizar uma avaliação económica


dos activos.
- Determinação do valor patrimonial dos activos de Propriedade Intelectual.
Os direitos de propriedade Intelectual podem ser vendidos ou cedidos.
- Conhecer o potencial dos activos de propriedade intelectual para avaliar a
sua potencial exploração.
- Determinar o valor dos resultados de I&D, que servirá como indicador de
eficiência e eficácia do investimento e como factor de decisão para o
seguimento ou abandono das actividades de I&D.
A avaliação de activos intangíveis não pode ser vista como uma actividade
que se deve realizar pontualmente, mas sim uma prática básica e
fundamental, que deve ser praticada de forma contínua, para a tomada de
decisões estratégicas para a gestão empresarial.

Nesta era da informação e da globalização, o conhecimento tem que ser


reconhecido como um recurso económico de extrema importância, que deve
ser avaliado e gerido de forma eficaz de modo a aumentar a competitividade
das organizações.

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2.2 – Evolução do Conceito desde a Era da Industria à Era do Conhecimento

A mudança tecnológica, principalmente, da tecnologia da informação e


biotecnologia, a liberalização do comércio e a internacionalização dos
sistemas de produção e o reconhecimento das limitações dos ecossistemas
globais são os vectores da nova economia.

Para Elliot1 (1992), esta mudança representa o novo paradigma pós


industrial de criação de riqueza, denominado por Toffler2 (1984) por
“terceira vaga”, que está a substituir o paradigma industrial.

Na era industrial, os principais meios de riqueza eram os físicos,


nomeadamente, os terrenos, os recursos naturais e o trabalho dos homens e
das máquinas. Pretendia-se que as organizações atraíssem capital
financeiro, de modo a serem capazes de se desenvolverem.

Todavia, nesta nova era, as fontes de criação de riqueza são intangíveis. O


conhecimento e a informação passaram a constituir, simultaneamente, a
matéria-prima da economia e os seus produtos mais importantes (Stewart3,
1999). Não significa no entanto, que os activos físicos tenham perdido toda a
sua importância no processo de criação de valor. Mas o aceso à maquinaria e
equipamento deixou de ser um factor diferenciador, em prole da capacidade
e habilidade para os utilizar.

A emergência da economia do conhecimento tem-se feito sentir nos diversos


mercados: de trabalho, produtos e de capitais.

O novo enfoque estratégico de negócio é a identificação e desenvolvimento


das competências centrais, o que conduz a uma crescente ênfase nos activos
subjacentes a essas competências: capacidades das pessoas, conhecimento,

1
Thomas Elliot, Economista norte-americano.
2
Alvin Tofflrt, in The Third Wave; Escritor e futurista norte-americano, doutorado em Letras.
3
Thomas A. Stewart, Director de Marketing da Booz & Company, internacional empresa de consultoria.

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informação e capacidades tecnológicas. A necessidade de uma nova
linguagem e de ferramentas para a gestão do conhecimento dá origem a uma
série de expressões como capital humano, activos intangíveis ou Capital
Intelectual; este representa, já na actualidade, o valor mais importante para
fazer face ao desafio competitivo. (Lopez4 e Ibarra, 2000)

No entanto, o mercado de capitais parece mais problemático. Os sistemas de


contabilidade e relato financeiro actuais fornecem pouca informação sobre os
tipos de activos intelectuais que parecem ser importantes numa economia de
conhecimento.

2.3 - A contabilidade das Despesas de I&D no Novo Paradigma

Todas estas mudanças têm repercussões na Contabilidade.

Uma vez que na primeira vaga (era agrícola), a contabilidade de única


entrada bastava, e na segunda vaga (era industrial) a partida dobrada de
Pacioli5 foi condição necessária, apesar de não ser suficiente, para a
revolução industrial, será, pois, razoável assumir que a terceira vaga exigirá
uma nova tecnologia contabilística.

Em 1992, Brennan6 referia que as demonstrações financeiras não reflectiam


o verdadeiro valor das empresas porque não reconheciam como activos, o
conhecimento e nível de capacidade dos empregados, a formação, o
desenvolvimento tecnológico, os acordos e investimentos de marketing e
distribuição, isto é, o capital invisível, valioso para o sucesso presente e
futuro da empresa.

4
José Alvarez López e Filipe Blanco Ibarra.
5
Luca Bartolomeu de Pacioli, monge franciscano e célebre matemático italinao. É considerado o pai da
contabilidade e o mentor das Partidas Dobradas.
6
Michael F. Brennan, professor de Finanças UCLA Anderson.

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No entanto, perante as evoluções mais recentes dos organismos de
normalização contabilísticos internacionais, nomeadamente a Norma
Internacional de Contabilidade n.º 38 Intangible Assepts, publicada pelo
IASB, parece pouco provável que o avanço na adequação da informação
financeira das empresas ao crescente impacto dos activos intangíveis possa
produzir-se como de critérios geralmente aceites a nível internacional.

A contabilidade financeira, tal como está actualmente configurada, está


ainda, estreitamente vinculada a um tipo de actividade empresarial que
encontra a sua vantagem competitiva na utilização de activos tangíveis.

O Capital Intelectual está intimamente relacionado com a competitividade


estratégica, sendo por isso necessário identificá-lo, medi-lo e incorporá-lo
como um dos principais intangíveis da contabilidade de gestão estratégica.

2.4 - O Capital
Capital Intelectual
Intelectual

Sendo certo que o Capital Intelectual é um dos factores determinantes da


competitividade das empresas e da sua capacidade de criar valor, facilmente
se conclui que a sua medição é de extrema importância e necessidade.

Numa economia onde os recursos são escassos, o Capital Intelectual é um


activo indispensável em qualquer organização e o seu bom aproveitamento é
um importante indicador, sobretudo num mercado dinâmico e altamente
competitivo, onde se exige às empresas maior eficácia, só alcançada com
recurso à inovação e à melhoria continuada do talento dos recursos
humanos.
Parece ter chegado o momento de abandonar velhos paradigmas, como o da
objectividade das medições estritamente financeiras, da focagem dos activos
tangíveis e reconhecer o valor crescente dos intangíveis na nova economia e
a necessidade de os traduzir numericamente.

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Leif Edvinsson7 (1997), define “ O Capital Intelectual é a posse de
conhecimento, experiência aplicada, tecnologia organizacional,
relacionamento com clientes e talentos profissionais que proporcionem às
organizações uma vantagem competitiva no mercado”.
O Capital Intelectual não é criado a partir de conjuntos discretos de capital
humano, estrutural e de cliente, mas, pelo contrário, pela interacção
existente entre eles. (Stewart, 1999)

Figura 1 - Capital Intelectual

CAPITAL
INTELECTUAL

RECURSOS ACTIVIDADES
INTANGÍVEIS INTANGÍVEIS

CRIAÇÃO DE VALOR

Fonte: (Cañibano, 2002)

2.5
2.5 - Impacto do Capital Intelectual nas Demonstrações Financeiras

O Relato Financeiro do Capital Intelectual apresenta carências decorrentes


da própria normalização contabilística e que se traduzem em três categorias
de factores de natureza diversa, nomeadamente;

 a não inclusão das rubricas de Capital Intelectual com o pretexto


de ser difícil atribuir valor a esses elementos dada a incerteza de

7
Leif Edvinson, Director de Capital Intelectual da Skandia AFS, Estocolmo, Suécia.

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que flúem benefícios económicos futuros para a empresa,
tansformando o seu valor num moving target;
 algumas rubricas do Capital Intelectual são incluídas nas
demonstrações financeiras ainda que subavaliadas;
 por último, algumas rubricas do Capital Intelectual como as
despesas de investigação (I&D) não são capitalizados, dada a
limitação das normas contabilísticas, e por isso são consideradas
como custos quando ocorrem.

A carência de informação sobre os intangíveis nas demonstrações


financeiras não reflecte a “imagem verdadeira e apropriada” da situação
financeira e apropriada das empresas.
A consequência é evidente: a não obtenção de informação quantitativa
associada aos intangíveis condiciona a tomada de decisão dos stakeholders,
cada vez mais exigentes por informação credível e fidedigna.

Porquê a importância de apresentar informações sobre os intangíveis:


 os intangíveis geradores de valor não estão relatados nas DF’s,
 os resultados e os capitais próprios estão subavaliados,
 para evitar erros na formação de preços,
 para reduzir a incerteza, o custo do capital e o risco de ofertas
publicas hostis,
 para evitar que os investidores e os gestores se interessem apenas
pelo curto prazo,
 para melhorar a imagem da organização e os investimentos de
gestão,
 para ajudar os investidores e os analistas nas suas previsões.
Constata-se a necessidade de introduzir mudanças face à diversidade de
tratamento/apresentação dos intangíveis nas demonstrações financeiras, sob
pena de não permitir a comparabilidade da informação financeira. Logo,
urge definir um modelo de relato financeiro normalizado que supere estas
deficiências.

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Figura 2 – O valor da empresa na economia actual

Energia
Capital
Gestão de
Materiais Capital Tangível
Actividades
Tangíveis
VALOR Activos
Tangíveis

Capital Intelectual

Gestão de
Actividades VALOR Activos Intangíveis
Intangíveis

Conhecimento
Imaginação
Talento
Valor da Empresa

Fonte: (Bueno, 2001)

Na era da Informação o conhecimento está a transformar-se no recurso


organizacional mais importante das empresas. Uma riqueza muito mais
importante e crucial do que o dinheiro. Gradualmente, o capital financeiro –
que predominou na Era Industrial – está a ceder lugar ao Capital
Intelectual, como a base fundamental das operações empresariais.

Num mundo onde os tradicionais factores de produção


(Natureza+capital+trabalho) já esgotaram a sua contribuição para os
negócios, as empresas estão a investir afincadamente no Capital Intelectual
para aumentarem a sua vantagem competitiva. Criatividade e inovação
através de ideias. E as ideias provêm do conhecimento.

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II - APLICAÇÃO PRÁTICA

A aplicação dos Activos Intangíveis


Intangíveis nas DF’s do Futebol Club
Clube do Porto –
Futebol, SAD

Tendo por base o Relatório de Gestão referente ao 1º Semestre 2008/2009,


este exemplo, visa realçar as diferenças dos Resultados Obtidos face à
incorporação ou não dos Activos Intangíveis.

As despesas tradicionalmente contabilizadas como operacionais, podem e


devem, ser reclassificadas como Activos Intangíveis em Curso, ou
simplesmente Activos Intangíveis, no que toca às Despesas de Formação e
Educação dos Atletas.

Os atletas de futebol são cada vez mais importantes para o património dos
clubes. As altas cifras que envolvem a negociação de compra e venda dos
jogadores de futebol são sempre noticiadas pela imprensa.

As habilidades técnicas e o uso comercial da imagem dos jogadores


representam um importante activo ao clube por proporcionar receitas ao
mesmo.

Existem problemas concretos quanto ao reconhecimento e capitalização das


despesas suportadas pelas entidades com a formação de jogadores nas
respectivas escolas. É difícil entender se o jogador virá ou não a ser craque,
pelo que a separação entre a fase de pesquisa e de desenvolvimento é difícil,
senão mesmo impossível. Todavia, também é claro que a alienação do passe
de um jogador formado nas escolas do clube, cria normalmente mais valias
elevadas nos clubes que os vendem, sendo que estas não se encontram
evidenciadas nas Demonstrações Financeiras, elaboradas antes da venda,
face ao enquadramento técnico constante na NIC 38.

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Entende-se ser possível o reconhecimento de todos os custos com a formação
dos atletas, numa conta de Activo Intangível em curso.

No final do processo formativo, a conta de AI em curso será regularizada


através de uma de duas situações:
- Os jovens desistirão da sua carreira de futebolista profissional: neste
caso serão reconhecidos os gastos suportados anualmente com esses jovens e
que se encontram acumulados na conta referida;
- Os jovens passarão a futebolistas com contrato profissional e aí
teremos duas formas possíveis de valorização;

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QUADRO N.º 2 - Balanço em 31 de Dezembro 2008 e 30 de Junho 2008
ACTIVO 31.12.2008 30.06.2008
ACTIVOS NÃO CORRENTES
Imobilizações Corpóreas 3.068.511 2.941.279
Valor do plantel (Activos Intangíveis) 64.233.573 50.678.865
Imobilizações Incorpóreas 1.779.325 1.788.139
Investimentos disponíveis para venda 901.224 901.226
Diferenças de Consolidação 717.647 717.647
Clientes 14.818.355 13.659.745
Outros Activos não Correntes 15.415.744 14.963.937
Total dos activos não correntes 100.934.379 85.650.838
ACTIVOS CORRENTES
Existências 908.172 43.800
Clientes 53.083.707 56.660.539
Outros activos correntes 11.505.920 12.933.255
Caixa e equivalentes de caixa 2.825.518 3.518.379
Total dos activos correntes 68.323.317 73.155.973
TOTAL DO ACTIVO 169.257.696 158.806.811
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
CAPITAL PRÓPRIO
Capital social 75.000.000 75.000.000
Acções próprias -499 -499
Prémios de emissão de acções 259.675 259.675
Reserva Lega 20.013 20.013
Outras reservas 318.051 318.051
Resultados Acumulados -58.098.028 -66.063.620
Resultado líquido atribuível aos accionistas da Empresa-Mãe -1.386.689 7.964.449
Total Capital Próprio atribuível aos accionistas Empresa-Mãe 16.112.523 14.498.069
Interesses minoritários 268.431 206.219
TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO 16.380.954 17.704.288
PASSIVO
PASSIVO NÃO CORRENTE
Empréstimos bancários 22.845.189 22.124.579
Empréstimos obrigacionistas 14.590.771
Fornecedores 4.630.016 4.331.978
Outros Passivos não correntes 8.043.644 1.222.652
Provisões
Total de passivos não correntes 35.518.849 42.269.980
PASSIVO CORRENTE
Empréstimos bancários 45.505.546 44.949.081
Empréstimos obrigacionistas 14.731.078
Fornecedores 25.272.952 23.548.755
Outros passivos correntes 29.084.223 28.728.780
Provisões 1.764.094 1.605.927
Total de passivos correntes 117.357.893 98.832.543
TOTAL DO PASSIVO 152.876.742 141.102.523
TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO 169.257.696 158.806.811

Fonte: (Relatório e Contas 1º Semestre/2008/2009, FCP SAD

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QUADRO N.º 3 – Demonstrações de Resultados por Natureza em 31 de
Dezembro de 2008 e 2007 (Montantes expressos em euros)
31-12-2008 31-12-2007

Proveitos Operacionais:
Vendas 1.072.756 1.100
Prestação de serviços 27.003.538 28.341.242
Outros proveitos operacionais 2.990.425 143.297
Proveitos operacionais excluindo proveitos com
transacções de passes de jogadores 31.066.719 28.485.639

Custos Operacionais:
Custo das vendas 676.369 1.100
Fornecimentos e serviços externos 10.442.369 9.247.773
Custos com o pessoal 22.019.970 17.918.047
Amortizações excluindo depreciações de passes 0
de jogadores 444.072 452.159
Provisões e Perdas por Imparidade excluindo passes
de jogadores 1.639.647
Outros custos operacionais 600.145 525.217
Custos operacionais excluindo custos com passes de jogadores 35.822.572 28.144.296
Resultados operacionais excluindo resultados com passes de
jogadores -4.755.853 341.343
Amortizações e perdas de imparidade com passes de
jogadores 11.055.582 9.347.882
(Custos)/proveitos com transacções de passes de jogadores 18.640.962 17.821.020
7.585.380 8.473.138
Resultados Operacionais 2.829.527 8.814.481

Custos e perdas financeiras 4.152.093 2.137.635


Proveitos e ganhos financeiros 853.673 676.936
Resultados relativos a investimentos
Resultados extraordinários 0
Resultados antes de impostos -468.893 7.353.782
Imposto sobre o rendimento 856.373

Resultado depois de impostos -1.325.266 7.353.782


Atribuível a:
Detentores do Capital próprio da empresa-mãe -1.386.689 7.353.782
Interesses minoritários 61.423
Resultado líquido do semestre -1.325.266 7.353.782

Fonte (Relatório e Contas 1º Semestre/2008/2009, FCP SAD

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Activos Intangíveis – I&D na criação de valor
______________________________________________________________________
QUADRO N.º 4 - O movimento ocorrido na rúbrica “Valor do Plantel”

Valor do Plantel
31.12.2008 31.12.2007

Valor Bruto

Saldo Inicial 86.863.458 76.314.034


Aquisições 29.062.365 25.051.774
Alienações -10.520.741 -5.698.240
Abates -214.102 -8.431.621
Saldo final 105.190.980 87.235.947

Amortizações e perdas de imparidade


acumuladas
Saldo inicial 36.184.593 39.761.033
Amortização do semestre 11.055.582 9.347.882
Perdas de Imparidade no semestre 0
Alienações -6.162.415 -2.333.782
Abates -120.353 -8.431.621
Saldo final 40.957.407 38.343.512

Valor líquido 64.233.573 48.892.435

Fonte (Relatório e Contas 1º Semestre/2008/2009, FCP SAD

QUADRO N.º 5 - Resultados com transacções de passes de jogadores

31.12.2008 31.12.2007

Amortizações de passes de jogadores 11.055.582 9.347.882


Perdas de imparidade com passes de jogadores
11.055.582 9.347.882

Mais Valias de Alienações de passes de jogadores 18.416.331 19.189.535


Proveitos com empréstimos de jogadores 652.350 378.250
Outros custos com jogadores -427.719 -1.746.765
18.640.962 17.821.020

7.585.380 8.473.138

Fonte (Relatório e Contas 1º Semestre/2008/2009, FCP SAD

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Activos Intangíveis – I&D na criação de valor
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Hipótese;
ipótese;
Neste momento, iremos dar relevo aos gastos ocorridos na formação dos
jogadores como Gastos de Formação (Investigação), e não como gastos
operacionais até aqui contabilizados.
Estes gastos serão contabilizados como Activos Intangíveis em Curso,
Curso que
contribuem para o Aumento do Activo, e inequivocamente para o aumento
do valor do plantel, e não contribuem directamente para o aumento dos
custos operacionais deste exercício, afectando directamente o Resultado
Liquido do Exercício.

Pela ausência de dados e porque é um exercício meramente académico,


distribuímos o total de €4.290.470, que representam os 20% de FSE’S e de
10% de Custos com Pessoal, por 7 categorias de custos e 3 atletas
descriminados no quadro que se segue:

QUADRO N.º 6 - Demonstração dos Gastos de Formação

Categorias
Infantil Juvenil Juniores
Gastos com Formação nas Categorias de
Atletas Base
Comissão Total por
Alimentação Alojamento Transporte Educação Vestuário Técnica Outros Atleta

x … … … … … … … …
y … … … … … … … …
z … … … … … … … …

Total 4.290.470

Fonte: Elaboração Própria (2009)

Os gastos com formação dos atletas das várias categorias devem ser
classificadas como activo imobilizado intangível – Gastos com formação de
Atletas da Categoria Infantil/Juvenil/Juniores, conforme for a situação, e
desta forma reflectir o capital investido na “educação-formação” destes
atletas.

21
Activos Intangíveis – I&D na criação de valor
______________________________________________________________________
Este investimento em capital intelectual, que no futuro, ao saírem deste
grupo um ou mais, possível CRAQUE, vai realizar um conjunto de mais
valias, agora intangíveis, mas que de certeza irão contribuir para o aumento
da fonte de receita do clube, quer em venda dos “passes” dos seus atletas
quer em Licença de Uso da Imagem, quer em direitos de transmissão.

Analisemos, o reflexo desta reclassificação:

QUADRO N.º 7- Balanço Comparativo


ACTIVO 31.12.2008 HIPÓTESE

ACTIVOS NÃO CORRENTES

Imobilizações Corpóreas 3.068.511 3.068.511

Valor do plantel (Activos Intangíveis) 64.233.573 64.233.573

Activo Intangível Em Curso (Gastos com Formação) … 4.290.470


NOVO
Imobilizações Incorpóreas 1.779.325 1.779.325

Investimentos disponíveis para venda 901.224 901.224

Diferenças de Consolidação 717.647 717.647

Clientes 14.818.355 14.818.355

Outros Activos não Correntes 15.415.744 15.415.744

Total dos activos não correntes 100.934.379 105.224.849

ACTIVOS CORRENTES

Existências 908.172 908.172

Clientes 53.083.707 53.083.707

Outros activos correntes 11.505.920 11.505.920

Caixa e equivalentes de caixa 2.825.518 2.825.518

Total dos activos correntes 68.323.317 68.323.317

TOTAL DO ACTIVO 168.257.696 173.548.166

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

CAPITAL PRÓPRIO

Capital social 75.000.000 75.000.000

Acções próprias -499 -499

Prémios de emissão de acções 259.675 259.675

Reserva Lega 20.013 20.013

Outras reservas 318.051 318.051

Resultados Acumulados -58.098.028 -58.098.028

Resultado líquido atribuível aos accionistas da Empresa-Mãe -1.386.689 3.821.578

Total Capital Próprio atribuível aos accionistas Empresa-Mãe 16.112.523 21.320.790

Interesses minoritários 268.431 268.431

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Activos Intangíveis – I&D na criação de valor
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TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO 16.380.954 21.589.221

PASSIVO

PASSIVO NÃO CORRENTE

Empréstimos bancários 22.845.189 22.845.189

Empréstimos obrigacionistas

Fornecedores 4.630.016 4.630.016

Outros Passivos não correntes 8.043.644 8.043.644

Provisões

Total de passivos não correntes 35.518.849 35.518.849

PASSIVO CORRENTE

Empréstimos bancários 45.505.546 45.505.546

Empréstimos obrigacionistas 14.731.078 14.731.078

Fornecedores 25.272.952 25.272.952

Outros passivos correntes 29.084.223 29.084.223

Provisões 1.764.094 1.764.094

Total de passivos correntes 116.357.893 116.357.893

TOTAL DO PASSIVO 151.876.742 151.876.742

TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO 168.257.696 173.548.166

Fonte: Elaboração Própria (2009)

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Activos Intangíveis – I&D na criação de valor
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QUADRO N.º 8 – Demonstração de Resultados Comparativa


31-12-2008 31-12-2007 Hipótese
31.12.2008
Proveitos Operacionais:
Vendas 1.072.756 1.100 1.072.756
Prestação de serviços 27.003.538 28.341.242 27.003.538
Outros proveitos operacionais 2.990.425 143.297 2.990.425
Proveitos operacionais excluindo proveitos com
transacções de passes de jogadores 31.066.719 28.485.639 31.066.719

Custos Operacionais.
Custo das vendas 676.369 1.100 676.369
Fornecimentos e serviços externos 10.442.369 9.247.773 8.353.895
Custos com o pessoal 22.019.970 17.918.047 19.817.973
Amortizações excluindo depreciações de passes 0
de jogadores 444.072 452.159 444.072
Provisões e Perdas por Imparidade excluindo os passes
dos jogadores 1.639.647 1.639.647
Outros custos operacionais 600.145 525.217 600.145
Custos operacionais excluindo custos com passes de jogadores 35.822.572 28.144.296 31.532.101
Resultados operacionais excluindo resultados com passes de
jogadores -4.755.853 341.343 -465.382
Amortizações e perdas de imparidade com passes de
jogadores 11.055.582 9.347.882 11.055.582
(Custos)/proveitos com transacções de passes de jogadores 18.640.962 17.821.020 18.640.962
7.585.380 8.473.138 7.585.380
Resultados Operacionais 2.829.527 8.814.481 7.119.998

Custos e perdas financeiras 4.152.093 2.137.635 4.152.093


Proveitos e ganhos financeiros 853.673 676.936 853.673
Resultados relativos a investimentos
Resultados extraordinários 0
Resultados antes de impostos -468.893 7.353.782 3.821.578
Imposto sobre o rendimento 856.373

Resultado depois de impostos -1.325.266 7.353.782 3.821.578

Resultados em operações de descontinuação

Resultado líquido do semestre -1.325.266 7.353.782 3.821.578


Atribuível a
-1.386.689
Detentores de capital próprio da empresa mãe 7.288.404
Interesses Minoritários 61.423 65.378 3.821.578

Fonte: Elaboração própria (2009)

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Activos Intangíveis – I&D na criação de valor
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Desta forma, evidencia-se claramente que o resultado líquido do exercício é
substancialmente diferente, assim como o valor do Activo, ou Património da
Empresa é igualmente alterado.

Pretende-se com este pequeno e simples exemplo, realçar, a necessidade de


incorporar as despesas/gastos com a formação dos atletas, como sendo um
investimento em activos tangíveis, que permitirá benefícios futuros, e não,
considerar que ao longo do exercício, estes gastos sejam imputados a
despesas operacionais.

Findo o período, designado, Formação, estes atletas são incorporados ou não


no plantel, e daqui serão projectados para o universo futebolístico, onde
através de outros clubes internacionais poderão crescer e valorizar o valor
do seu “passe”.

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Activos Intangíveis – I&D na criação de valor
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CONCLUSÃO

Durante os últimos anos, a regulamentação contabilística tem sido objecto


de um processo de instabilidade em consequência das reformas, constituindo
por esta razão uma fraqueza que pode ser explorada.

Um dos factores essenciais para aumentar a credibilidade contabilística é a


identificação e credibilidade do TOC e Auditor no relatório financeiro.

Investidores, Accionistas, Clientes, Consumidores, Fornecedores,


Financiadores, Sociedade … exigem da entidade um sistema de informação
contabilística mensurado com base no valor justo e, por isso, ajustado ao
valor de mercado dos seus activos e das suas responsabilidades.

O SNC pretende garantir maior fiabilidade, independência, objectividade e


integridade do sistema de informação contabilístico.

As NCRF e NIC’s estabelecem os princípios fundamentais, as orientações, as


normas de interpretação e, mais importante, as normas contabilísticas de
relato financeiro no processo de contabilização.

Vários académicos mostram-se preocupados pelo facto da contabilidade não


estar a acompanhar as rápidas mudanças no mundo empresarial.

Os activos intangíveis raramente fazem parte dos activos incluídos no


Balanço, levando a que se comente que esta DF não reflecte a verdadeira
situação das empresas.

As empresas com elevados valores de intangíveis estão a relatá-los de forma


voluntária no ABDR não havendo comparabilidade na informação fornecida.

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Activos Intangíveis – I&D na criação de valor
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O quadro de conceitos actuais está a ser aplicado aos intangíveis com
extrema prudência.

A era do conhecimento despertou novas necessidades de informação, quer


por parte dos utilizadores externos quer internos, uma vez que veio alterar
as fontes de vantagens competitivas: o conhecimento e a informação.

Neste ambiente de constante mutação só sobrevirão as empresas que


adoptarem uma politica de gestão do Capital Intelectual. Mas para o
gerirem necessitam de o medir. A utilização de indicadores, essencialmente,
não financeiros, fundamentados na estratégia da empresa, parece ser a
melhor opção.

Como nota final, urge sensibilizar os nossos gestores e profissionais da


contabilidade para acompanharem os novos desafios da gestão, e com eles
formar equipas de investigação que se debrucem sobre o Capital Intelectual,
para que as nossas empresas, no futuro, sobrevivam nesta aldeia global.

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Activos Intangíveis – I&D na criação de valor
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BIBLIOGRAFIA

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Conhecimento – Modelos de Avaliação de Activos Intangíveis.
Lisboa, Universidade Católica Editora
Bueno, E. (2001). “La empresa ante el reto del la Gestión del Capital
Intelectual: conocimiento, talento e imaginación”
Madrid, Aeca 56
Cañibano, L. (2002). “La relevância de los intangibles en el análisis de la
situación financeira de la empresa”
Directriz Contabilística n.º 7 Contabilização das Despesas de Investigação e
de Desenvolvimento – divulgações, Comissão Normalização Contabilística
(2007)
Edvinsson, L. e Malone, M.S. (1998). “Capital Intelectual”
São Paulo: Makron
Interpretação Técnica n.º 5, Contabilização das Despesas de Investigação e
de Desenvolvimento – divulgações, Comissão Normalização Contabilística
(2007)
NIC 38 – Norma Internacional de Contabilidade 38, IAS 38, do
International Accounting Standard Board (IASB) – “Intagible Assets”,
Setembro 1998.
Plano Oficial de Contabilidade (POC)
Relatório e Contas Consolidado, Futebol Clube do Porto-Futebol, SAD (1º
Semestre 2008/2009)
http://www.apeca.pt
http://www.cnc-mim-financas.pt/snc
http://www.ctoc.pt
http://eurostat.com
http://www.min_financas.gov.pt
http://www.ordemeconomistas.pt

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