br
Há motivos para crer
ão vamos ser oti- mos que o país tem condi-
N mistas entusias-
mados, mas pa-
rece haver motivos para
ções – e forte necessidade
– de ser melhor, menos
pobre e menos injusto na
acreditar que este ano será distribuição do que pro-
melhor do que o recém- duz. Não vamos nos dei-
terminado. Durante a apu- xar empolgar pelo espírito
Wilson Palhares ração do trabalho Tendên- do ainda esperado “espe-
cias e Perspectivas, maté- táculo do crescimento”,
Depois de mais ria de capa desta edição, o mas temos razões para
de uma década de que se ouviu, de forma apostar no futuro. Para
quase unânime, foram nós as coisas não cami-
economia capenga,
prognósticos positivos nharam mal em 2004. Ao
o Brasil chegou
para 2005 sobre o anda- contrário. Mais uma vez,
ao final do ano
mento da economia em este ano a revista EMBA-
com números geral e da cadeia de emba- LAGEMMARCA registrou
positivos e sinais lagem em particular. crescimento no volume de
de que esse passo Embora se costume dizer anúncios e no conteúdo
vai se manter que toda unanimidade é editorial, a nosso ver re-
firme por burra e que o otimista é fletindo o bom desempe-
bom tempo um pessimista mal infor- nho do setor.
mado, é preferível não Para continuarmos a con-
acreditar que isso seja ver- tar com o apoio dos leito-
dade. Afinal, depois de res e anunciantes, ao qual
mais de uma década de nunca teremos agradeci-
economia capenga, o mentos suficientes, plane-
Brasil chegou ao final do jamos investir em 2005
ano com números positi- para oferecer-lhes cada
vos e sinais de que esse vez mais informação de
passo vai se manter firme boa qualidade, jornalismo
por bom tempo. com ética e novos
De nossa parte, como é do serviços. Em breve apre-
conhecimento de nossos sentaremos novidades.
leitores, sempre acredita- Até fevereiro.
nº 65 • janeiro 2005
Diretor de Redação
Wilson Palhares
palhares@embalagemmarca.com.br
6 Entrevista:
Wagner Delarovera
24 Contrafação
Cada vez mais empresas de
embalagem fazem pedidos
Reportagem
redacao@embalagemmarca.com.br
Flávio Palhares
Diretor do Programa de registro de desenho flavio@embalagemmarca.com.br
Export Plastic fala industrial Guilherme Kamio
sobre os esforços guma@embalagemmarca.com.br
28
Leandro Haberli Silva
brasileiros para Rotulagem leandro@embalagemmarca.com.br
aumentar as vendas Shrink sleeves crescem no
lá fora de embalagens mercado de cerveja aprovei- Diretor de Arte
plásticas acabadas tando embalo proporcionado Carlos Gustavo Curado
arte@embalagemmarca.com.br
pelo lançamento de novos
32
usuários de embala- Marcella de Freitas Monteiro
Codificação assinaturas@embalagemmarca.com.br
gens deverão estar Imposições do varejo fize- Assinatura anual: R$ 90,00
atentos em 2005 ram da identificação por Público-Alvo
radiofreqüência (RFID) a EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que
coqueluche da Pack Expo ocupam cargos técnicos, de direção, gerência
International 2004, feira e supervisão em empresas fornecedoras, con-
vertedoras e usuárias de embalagens para ali-
realizada em Chicago mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,
materiais de limpeza e home service, bem
como prestadores de serviços relacionados
com a cadeia de embalagem.
Filiada ao
A capa desta edição foi impressa em Papelcartão Art Premium Novo 250g/m2,
da Ripasa, termolaminada com filme Prolam® aplicado pela Lamimax. Esta revista foi impressa em Papelcartão
Art Premium Novo 250g/m2 (capa) e papel
Image Mate 90g/m2 (miolo), fabricados pela
Ripasa S/A Celulose e Papel, em
harmonia com o meio ambiente.
3 Editorial
Impressão: Congraf Tel.: (11) 5563-3466
A essência da edição do mês, nas palavras do editor Laminação: Lamimax Tel.: (11) 3644-4128
Filme da laminação: Prolam Tel.: (11) 3611-3400
36 Rotulagem
Materiais, equipamentos e processos de decoração, identificação e rastreabilidade EMBALAGEMMARCA é uma publicação
mensal da Bloco de Comunicação Ltda.
37 Panorama Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo
Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP
ILUSTRAÇÃO DE CAPA: JOSÉ HIROSHI TANIGUTI
39 Display www.embalagemmarca.com.br
Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens
O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é
40 Painel Gráfico resguardado por direitos autorais. Não é permi-
tida a reprodução de matérias editoriais publi-
Novidades do setor, da criação ao acabamento de embalagens cadas nesta revista sem autorização da Bloco
de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em
42 Almanaque matérias assinadas não refletem necessaria-
Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens mente a opinião da revista.
entrevista >>> Wagner Delarovera
está favorável aos transformadores brasileiros em virtude melhor posicionamento concorrencial. As ações incluem
da valorização do euro. No futuro, outros mercados estarão treinamento e qualificação da mão-de-obra, além de acor-
sendo analisados, especialmente África do Sul, Índia e Co- dos com companhias de navegação para reduzir os tempos
munidade Andina. De modo geral, queremos alavancar a de entrega, atualmente já bem menores que os praticados
exportação de artigos plásticos de consumo massivo, como no eixo Ásia-costa leste americana. Em outras frentes, que-
sacolas-camiseta, filmes stretch e shrink, entre outras cate- remos estabelecer centros de distribuição nos Estados Uni-
gorias em que temos condições de competir diretamente dos e na União Européia para garantir entregas porta-a-
com o México e com os países porta. Também é importante reali-
asiáticos. Mas também estamos fo- “Apesar dos constantes zar pesquisas de mercado focadas
cados em artigos plásticos de maior em nichos com maior potencial de
valor agregado, como embalagens aumentos de matérias- compra de produtos brasileiros. É
para cosméticos, filmes laminados fundamental, enfim, a integração
coextrudados e filmes-barreira.
Trata-se de mercados em que nos-
primas, os transfor- de toda a cadeia do plástico na bus-
ca de objetivos comuns. Desta for-
sos principais concorrentes são os ma, acreditamos na sustentabilida-
transformadores canadenses, euro-
madores brasileiros de de nossa estratégia para fazer
peus e japoneses. frente aos concorrentes internacio-
precisam saber que é nais, e obter uma importante share
O Programa visa exportar emba- de mercado nos próximos dois a
lagem com valor agregado, vale viável exportar, pois a quatro anos.
dizer prontas. Isso contempla
embalagens já impressas? elevação dos preços das Como os transformadores brasilei-
Sem dúvida. Queremos transfor- ros conseguirão competir no mer-
mar as resinas brasileiras em pro- cado externo tendo de repassar os
dutos finais para consumo e, se
resinas termoplásticas constantes aumentos de matérias-
possível, devidamente impressos primas?
com logotipos e textos enviados também tem sido Visamos promover as exportações
pelos clientes internacionais. O do setor de manufaturas plásticas,
Brasil já está apto a produzir emba- constante no mercado mas procuramos deixar a negocia-
lagens utilizando tintas sem metais ção de preços reservada às empre-
pesados, exigência comum na Eu- internacional” sas transformadoras e seus respec-
ropa e nos Estados Unidos. Além tivos fornecedores de matérias-pri-
disso, devido às grandes quantidades envolvidas, os lotes mas. Por outro lado, entendemos a gravidade da elevação
mínimos de produção são facilmente ultrapassados, viabi- dos preços, já que muitas vezes uma única resina pode re-
lizando dessa forma várias impressões diferentes dentro de presentar mais de 60% do custo de um produto plástico
um mesmo contêiner, para um mesmo cliente. transformado. Apesar disso, os transformadores brasileiros
precisam saber que é viável exportar, pois os aumentos das
A China é hoje um grande fornecedor na área, além de resinas termoplásticas também têm sido constantes no
tudo agressivo comercialmente. Como enfrentar esse pla- mercado internacional. Isso mostra que a alta dos preços é
yer? O Brasil tem preços competitivos? E qualidade em uma questão mundial, resultante de um clima de incertezas
produtos acabados para fazer frente aos chineses? que ainda persiste. Mesmo assim, nenhum país do mundo
Não se trata unicamente da China, mas de vários países deixará de importar em função dos preços oscilantes, pois
asiáticos, como Malásia, Taiwan, Vietnã, Indonésia e Índia. o consumo e a necessidade existem, e os fornecedores
Mas sem dúvida a China, que exportou 8 bilhões de dóla- mundiais continuarão abastecendo tais compradores. A ex-
res em artigos plásticos para os Estados Unidos apenas em pectativa é que em 2005 deveremos ter um clima mais es-
2003, é um gigante no setor. Quanto aos custos de mão-de- tável no cenário mundial, que permitirá uma maior previ-
obra, os chineses ainda levam vantagem frente aos sibilidade de eventuais altas nos preços das resinas.
fornecedores brasileiros. Porém, no aspecto do gerencia-
mento da qualidade, os brasileiros têm condições de ofere- E quanto à questão tributária? A carga brasileira pode de
cer melhores padrões técnicos dentro das especificações alguma forma atrapalhar as exportações dos transfor-
solicitadas nos Estados Unidos e na União Européia. Nós, madores brasileiros?
do programa, estamos trabalhando em várias frentes para No que tange exclusivamente às exportações, inexistem
nos diferenciarmos dos asiáticos, e assim conseguir um barreiras tributárias para as empresas do mercado de plás-
8 >>> EmbalagemMarca >>> janeiro 2005
entrevista >>> Wagner Delarovera
tico, pois as vendas externas são beneficiadas com os cré- Até o momento, quantas empresas aderiram ao
ditos totais de impostos como IPI, ICMS, PIS e Cofins. Programa Export Plastic? Quais os principais benefícios
Talvez um tema mais importante para viabilizar as expor- de ser um associado?
tações brasileiras de plásticos transformados seja a logísti- O Programa começou com quinze empresas, e hoje esse
ca. Preocupados com essa questão, fechamos, em conjunto número já subiu para 100 associados, oriundos de treze
com a Abief (Associação Brasileira da Indústria de Emba- Estados brasileiros. Nosso objetivo é reunir 150 sócios
lagens Plásticas Flexíveis), uma parceria com a Hamburg nos próximos três meses. Vale lembrar que a cadeia de
Sud, uma das maiores empresas de produção de plástico reúne cerca
navegação do mundo. A idéia des- “Fechamos uma parceria de 7 500 empresas no Brasil hoje.
se acordo é facilitar o tráfego rumo Entre os benefícios de ser associa-
aos Estados Unidos e ao México, com uma das maiores do está a possibilidade de partici-
oferecendo aos transformadores par de feiras internacionais pagan-
valores mais competitivos de trans- do unicamente passagem aérea,
porte, além da garantia de embar-
empresas de navegação do hospedagem e alimentação. Des-
que de seus contêineres. pesas com espaço de exposição,
mundo para facilitar o decoração do estande, tradutores,
Como têm evoluído as exportações material promocional e logística
de produtos plásticos brasileiros tráfego rumo aos Estados são inteiramente arcadas pelo Pro-
nos últimos anos? grama Export Plastic.
Segundo dados da Abiplast/Secex, Unidos e ao México,
em 2001 foram exportados 564 mi- Por sinal, recentemente a reporta-
lhões de dólares, ou 156 000 tone- gem de EMBALAGEMMARCA confe-
ladas. Houve queda em 2002,
oferecendo valores mais riu a presença do programa e de
quando foram exportados 495 mi- seus associados em dois impor-
lhões de dólares (142 000 tonela- competitivos de tantes eventos internacionais liga-
das), e retomada no ano passado, dos à cadeia de embalagem, a
com o Brasil vendendo lá fora 638 transporte, além da Pack Expo Chicago e o salão Em-
milhões de dólares em produtos ballage, de Paris, ambos realiza-
plásticos transformados (200 000 garantia de embarque dos em novembro último. Que tipo
toneladas). É difícil, contudo, esti- de balanço o senhor fez dessas
mar a participação somente das
embalagens plásticas nesses núme-
dos contêineres” duas iniciativas em particular?
Como mostram os números, essas
ros. Mas certamente podemos afirmar que produtos como viagens trouxeram saldos muito positivos para nossos as-
sacos, filmes, tigelas, bandejas e outros são os mais signi- sociados. No caso do salão Emballage, reunimos num es-
ficativos na pauta de exportações da cadeia plástica brasi- paço de exposição de 200 metros quadrados 24 transfor-
leira. Sobre 2004, os números que temos até agora indicam madores. Ao todo, contabilizamos 650 contatos comerci-
que no período de janeiro a outubro, foram exportados 646 ais, que renderam aproximadamente cinqüenta cotações e
milhões de dólares de plásticos transformados. Estimamos negociações que estão em andamento. Além disso, foram
que no ano passado a cadeia brasileira do plástico tenha vendidas na feira 70 toneladas de filmes, e geradas previ-
vendido lá fora 750 milhões de dólares. sões de negócios de 5 milhões de dólares nos próximos
seis a doze meses. Já a Pack Expo Chicago trouxe resul-
Quais são os principais mercados internacionais para o tados ainda mais animadores. Também reunimos 24 em-
setor brasileiro de plásticos hoje? presas transformadoras, porém num estande maior, de
O maior mercado consumidor de plásticos brasileiros hoje 246 metros quadrados. Fizemos 750 contatos comerciais,
é o Mercosul, que de janeiro a outubro do ano passado terceira maior marca da feira, e aproximadamente 450 ro-
comprou 210 milhões de dólares. No mesmo período, a dadas de negócio. Foram vendidas durante o evento 150
União Européia importou 100 milhões de dólares de plás- toneladas de filmes, e geradas previsões de negócios de 7
ticos do Brasil, valor semelhante ao dos Estados Unidos. milhões de dólares nos próximos seis a doze meses. Os
Porém, essas quantidades são insignificantes perante o produtos pelos quais os visitantes demonstraram maior
consumo de plásticos no mercado internacional. Somente interesse foram filmes stretch e shrink, sacos ráfia, sacos
os EUA importaram 38 bilhões de dólares em 2003, e a tipo bag-in-box e valvulados, filmes laminados e coextru-
União Européia, com importações extra e intrazona, totali- dados, filmes barreira, sacolas-camiseta e sacos de polie-
zou aproximadamente 40 bilhões de dólares em 2003. tileno com zíper, além de tigelas e bandejas plásticas.
12 >>> EmbalagemMarca >>> janeiro 2005
tendências e perspectivas 2005
O fim do stop-and-go?
Com as bases da economia melhorando, o país deixa de
crescer aos soluços, com chances de aumento do consumo
interno e boas possibilidades para a cadeia de embalagem
Pela equipe de EmbalagemMarca
e George W. Bush e o entre 3,5% e 4% – seja menor que a de • Política monetária conduzida
S terrorismo internacional,
cada um de seu lado, não
cometerem excessos, se
a China não arrefecer à força seu
2004, as expectativas para os próximos
doze meses se dão a partir de um pata-
mar melhor. A ordem é torcer para que
dê certo e planejar formas de benefi-
de forma autônoma pelo BC, sem
ameaças à estabilidade de preços.
• Política cambial firme, em que a
flutuação do câmbio facilita o ajuste rá-
formidável crescimento, se nossas ciar-se desse movimento. pido e permite aguardar a cotação do
autoridades financeiras não caírem Ao longo de 2004, EMBALAGEM- dólar em R$ 3,00 no final do ano.
em tentações por demais inovadoras MARCA acumulou denso volume de in- Esse tripé sustenta resultados muito
(ou por demais conservadoras) e se formações que permitiram, agora, ela- positivos, dentre os quais se destacam a
o jogo político não melar, 2005 será borar com segurança a reportagem de inflação sob controle, o superávit em
um ano muito melhor que 2004, serviço aqui apresentada. Foram mui- conta-corrente, a recuperação da renda
confirmando os quase unânimes tas horas de leituras de publicações es- e do emprego e prêmio de risco em ní-
prognósticos sobre a economia em pecializadas e de navegação virtual, veis baixos. Some-se a tudo isso o au-
geral e o setor de embalagem em presença da equipe em variados even- mento das exportações e a tendência de
particular. Nos meses recentes, em tos relacionados à cadeia de embala- queda dos preços do petróleo, matéria-
que a equipe de EMBALAGEMMARCA gem, visitas a feiras diversas e, princi- prima e fonte de energia em que o país
se voltou para este levantamento de palmente, trocas de idéias com espe- caminha para a auto-suficiência. Com
Tendências e Perspectivas, como faz cialistas e profissionais de empresas esse panorama é possível prever, como
nesta época desde o lançamento da representantes dos principais segmen- já se pôde observar em meses recentes,
revista, praticamente não se ouvi- tos ligados ao negócio do packaging. que este ano, ainda que o crescimento
ram prenúncios negativos. Aqui os leitores não serão conduzi- do PIB venha a ser menor, o consumo
Prevalece a sensação de que o dos a uma leitura repetitiva de argu- das famílias aumentará 5,4%, ante 4%
país vem fincando para valer as ba- mentos, análises e tendências, muitas registrados em 2004.
ses do crescimento sustentável, em- delas apresentadas nas edições mensais O espectro dessa expansão abran-
bora o desempenho da economia da revista e agora reiteradas ou confir- gerá não só bens de consumo imediato,
não configure ainda um “espetácu- madas. Essa fundamentação ampla como alimentos, bebidas, medicamen-
lo” nas dimensões que o presidente pode ser sintetizada na afirmação de tos e outros, mas também os semidurá-
da República talvez sonhasse bran- que há uma convergência de previsões veis (roupas, calçados) e duráveis,
dir. Porém, mesmo considerando favoráveis sobre a economia brasileira como eletrodomésticos em geral, in-
que o ano anterior ao exercício fin- em 2005. A autorizar os prognósticos cluindo telefones celulares, embora em
do praticamente não existiu, 2004, de um ciclo de expansão que já estaria ritmo menos frenético do que no último
no final das contas, surpreendeu, em curso existem três “pilares da tran- ano. É previsível então que a cadeia de
com o PIB crescendo 5% ou mais, qüilidade”, como os designou o ex-pre- embalagem será amplamente benefi-
quando as previsões de um ano atrás sidente do Banco Central, Gustavo Lo- ciada, na medida em que o crescimen-
giravam ao redor de 3%, 4% no má- yola, hoje consultor, em evento organi- to do conjunto da economia não se dá
ximo. Não chega a ser um número zado pela Associação Brasileira das In- com exclusão do setor, presente em to-
extraordinário, pois se efetiva em dústrias de Embalagens Plásticas Fle- das as categorias de produtos.
cima de uma plataforma pífia, quase xíveis (Abief), em dezembro último: É com a retaguarda desse quadro
nula, em 2003. Assim, embora a ci- • Política fiscal responsável, sem que EMBALAGEMMARCA apresenta a
fra que se projeta para 2005 – algo sinais de populismo econômico. seguir alguns pontos que entende de-
FOTOS: DIVULGAÇÃO
embalagem ou produto. que até movimenta o mercado de cultura e entre-
tenimento. Não bastassem museus destinados a
reunir produtos falsificados, como o Musée de la
Concessões cada vez mais ágeis
Contrefaçon, de Paris, na Europa são comuns
A boa notícia é que ficou mais fácil obter proteções dessa
obras literárias exclusivas sobre o tema. Um
natureza no Brasil. Ao menos é o que mostram os números. exemplo é o espanhol Cocos (abaixo, à esquerda),
Só em 2003, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial livro cujo nome resulta da soma das sílabas ini-
(INPI), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, conce- ciais das palavras cópia e coincidência. A obra de-
deu mais de cinco mil registros de desenho industrial no fende a inovação gráfica, trazendo variado acervo
país. Trata-se da maior marca desde que a legislação brasi- fotográfico de produtos e objetos contrafeitos, re-
leira de propriedade industrial agilizou, em 1997, os pedidos tratados ao lado de suas “fontes de inspiração”.
de proteção do design e das formas de um produto, com uma No exemplo abaixo há uma coleção de logotipos
lei específica sobre desenho industrial. falsos da grife Lacoste. Já na foto acima são
Daquele ano em diante, o tempo médio para um pedido reproduzidas duas fragrâncias (Magnum e Ro-
de registro industrial ser aprovado caiu para noventa dias. É meo) que adotaram frascos
muito semelhantes aos do
um período curto, especialmente quando comparado com o
perfume Quorum, da Antonio
prazo estimado para que uma patente de marca ou modelo
Puig, que aparece entre os
de utilidade seja aprovada hoje no Brasil.“Algo em torno de dois concorrentes.
cinco anos”, diz o advogado Frank Ficher, do escritório
Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira, especia-
lista no ramo de propriedade industrial. “Antes de 1997, po-
rém, o procedimento para registrar um desenho industrial
também era demorado”, ele recorda.
A nova lei implantou no Brasil aquilo que os advogados
chamam de procedimento sumário para concessão de regis-
tros. “Foi de certa forma uma adaptação à legislação mun-
dial”, diz Aguinaldo Moreira, diretor do Darré Moreira e As-
Alta resistência
Os rótulos dessas duas cervejas, feito de filmes PET
TG com 50 micra de espessura, são fornecidos pela
francesa Sleever International. Renato Ternes, diretor
comercial da subsidiária brasileira da empresa, destaca
que esse material é ideal para embalagens de cerveja,
por suportar as altas temperaturas da pasteurização e
por ser mais resistente que quaisquer outros aos cho-
ques mecânicos a que as garrafas são submetidas nas
linhas de enchimento. Segundo ele, “é importante lem-
brar que a Sleever International oferece uma solução Aro
(11) 6462-1700
integrada de embalagem: adapta a arte para que a ne- www.aro.com.br
cessária deformação do filme ocorra de modo a man-
Saint-Gobain
tê-la com o resultado visual desejado e fornece o rótu- (11) 3874-7626
lo e o equipamento de aplicação”. Nos casos da NS2 e www.sgembalagens.com.br
da Donna’s Beer, a aplicação é feita nas instalações da Sleever International
(11) 5641-3356
Sleever em São Paulo. Numa segunda etapa, as máqui- www.sleever.com
nas serão instaladas nas fábricas dos clientes.
CONGRAF
30
CONGRAF
31
codificação >>> RFID
FOTOS: DIVULGAÇÃO
de suas conferências técnicas, arregimentan-
do diversos profissionais, entre consultores,
fornecedores e usuários, para discuti-lo. Era
fácil entender o porquê – na verdade os por-
ÁREA VIP – RFID teve
quês – de todo o rebuliço em torno do RFID. um pavilhão exclusivo do esse espírito, aliás, EMBALAGEMMARCA
Para os fornecedores de máquinas, soft- na Pack Expo 2004 preparou um pequeno glossário sobre RFID,
wares e insumos, o RFID abre a perspectiva e foi destaque nas disponível no site da revista). A abordagem
conferências técnicas
de um proveitoso manancial de negócios, e didática se explica: para os fornecedores de
por isso ele foi a estrela em grande parte dos software e hardware, só dessa maneira é pos-
estandes montados no evento. De outro lado, sível deixar claro ao público as vantagens da
o setor produtivo, especialmente o de bens implementação do RFID no chamado “nível
de consumo de altíssimo giro, enxergava a de fábrica”, ou seja, para gerenciamento de
Pack Expo como o último grande happening estoques e identificação e rastreamento da
sobre RFID antes de janeiro de 2005, prazo produção desde o interior da unidade indus-
estipulado pelo Wal-Mart para seus fornece- trial, passando pelos processos de distribui-
dores estarem com a tecnologia implantada ção e chegando aos pontos-de-venda.
em suas cargas. E não só por causa da reper-
cussão dessa exigência da gigante varejista Pelo prazo curto, paliativo
americana, mas também de outras, como as Ocorre que, confrontados por imposições do
das bandeiras Marks & Spencer e Tesco, no varejo, os fornecedores, em sua grande maio-
Reino Unido, e de certas redes de distribui- ria, vêm optando pelo chamado “slap and
ção de medicamentos, os mais diferentes ship”: a simples incorporação de uma linha
profissionais, das mais diversas indústrias, de etiquetagem RFID para as remessas desti-
viram na feira uma oportunidade para, per- nadas às lojas que exigem o RFID, e não uma
doe-se o trocadilho, ficarem antenados com deposição da tecnologia por toda a sua cadeia
o RFID, evitando serem pegos de calças cur- produtiva.
tas se exigências similares do trade baterem “O slap and ship é realmente a saída para
às suas portas. quem não possui tempo nem capacidade de
Em meio a todo esse quadro, o grosso das investimento para adotar o RFID de modo in-
abordagens sobre RFID na Pack Expo 2004 tegral”, disse John Greaves, especialista em
se dividiu em dois aspectos. Primeiro, ficou RFID da consultoria Deloitte, durante uma
nítida uma preocupação de especialistas e ex- conferência na Pack Expo. “Mas ele é só um
positores de mostrar aos visitantes menos in- primeiro passo, na medida em que daqui a
formados o bê-á-bá dessa tecnologia (seguin- dois ou três anos sua difusão por toda a cadeia
Tadbik
Barras e RFID: aliados www.tadbik.co.il
Uma mostra disso, na Pack Expo, foi o anún-
cio do resultado de uma parceria entre a fabri- Zebra
www.zebra.com
cante de codificadoras Domino e a Omron No Brasil: (11) 3857-1466
Electronics que visa prover aos consumidores
um método flexível e de custo acessível com-
binando codificação em barras com RFID,
atendendo assim necessidades industriais di-
ferentes – o que cai como uma luva para o
slap and ship.
O lançamento dessa aliança atende pelo
nome Product Traceability System (PTS).
“Além de possibilitar sistemas customizados
para cada cliente, criando flexibilidade e op-
ções na implementação de RFID, ele também
pode ser ligado a qualidade, produtividade,
automação e sistemas de rastreamento ao lon-
go da fábrica, proporcionando integração to- HIBRIDISMO – No PTS,
tal do RFID às fábricas”, explica Simon código de barras e tag
RFID são aplicados
King, diretor de codificação externa de caixas
independentemente
FOTOS: DIVULGAÇÃO
líderes mundiais do segmento. Mais opções
A solução é composta por O crescimento do leque de fornece-
um equipamento de solda e dores de rótulos termoencolhíveis
outro que realiza testes de também ocorre no ramo de equipa-
mentos. Bom exemplo vem da Stan-
LEQUE MAIOR – Especializada em
ford Products LLC, conhecida fabri-
auto-adesivos, Novelprint acaba
de adquirir sistema formador de cante de cortadoras e rebobinadoras
rótulos termoencolhíveis sediada em Illinois, nos Estados Uni-