ª Parte
Introdução:
No ultimo tutorial, fizemos 2 exercícios bem completos, e o no final fiz uma colocação
dizendo que olhando o balanço temos como saber quanto um empresa tem de lucro, mas não
como ela chegou aquele lucro.
Sendo mais especifico, vamos analisar juntos o último balanço efetuado:
Vejam, que logo no inicio da demonstração temos o nome dela, e abaixo temos o
período compreendido, esse período quer dizer que a demonstração esta se referindo aquele
espaço de tempo somente, ou seja, de 01 de Março a 31 de Março. Diferentemente do Balanço
Patrimonial, que compreende a situação financeira da empresa até aquela data na qual ele foi
efetuado.
Outro ponto importante é que o Balanço Patrimonial mostra apenas as contas
patrimoniais, já a DRE demonstra somente as contas de Resultados ou Transitórias.
Podemos ver então que a DRE é um complemento do Balanço, pois mostra as contas
que aquele não mostra.
Por exemplo, a nossa DRE acima esta mostrando as contas de RECEITAS DE VENDAS,
CUSTO DAS MERCADORIAS, já o balanço não mostra essas contas, em compensação mostra todas
as outras.
Vejam que o valor que aparece na linha de RECEITA DE VENDAS é o valor que essa
conta (razonete) tinha de saldo antes do seu zeramento, assim se houvessem 10 lançamentos de
receitas de vendas na conta razonete a linha de RECEITA DE VENDAS na DRE estaria mostrando o
saldo acumulado dos 10 lançamentos. A mesma coisa aconteceu com a conta de CMV.
Mais abaixo temos o valor do LUCRO DO EXERCICIO, que é idêntico (e sempre terá
que ser), ao apurado no razonete. Nem sempre será igual ao mostrado no Balanço Patrimonial,
pois este pode vir a ter lucros de outros períodos, que estão fora do demonstrado na DRE.
Podem notar que a DRE é uma cópia da conta de ARE porém mas organizada.
Primeiro vem a RECEITA DE VENDAS, depois o CMV, e por último o lucro do exercício
que é o resultado da RECEITA menos o CVM.
Essa demonstração é uma grande ferramenta de análise, por exemplo:
A taxa de lucratividade da empresa acima, é de 58,33% (= Lucro do Exercício /
Receita de Vendas). Ou seja, de todo o valor que ela vendeu, 58,33% sobrou de lucro. Ou a cada
R$ 100,00 de vendas a empresa ganha R$ 58,33 de lucro.
Considerando a taxa acima poderíamos dizer que a empresa tem uma excelente taxa
de lucratividade.
Várias outras analises podem ser feita com base na DRE, porém estamos partindo de
um modelo simplificado até chegarmos ao modelo completo. E conforme formos avançando
veremos mais algumas análises que essa demonstração proporciona.
Exercício:
Vamos agora fazer um exercício simples como o de cima, só que com duas operações
de vendas.
Vamos considerar o balanço anterior (Março) como ponto de partida, as operações são
relativas ao mês de Abril de 2005.
A segunda seria demonstrarmos a que período essa DRE está se referindo, no nosso
caso seria o mês de Abril, logo nossa demonstração ficaria assim agora:
Lembrando que o período é muito importante pois ele esta dizendo que só esta
demonstrando o resultado que a empresa gerou naquele espaço de tempo, ou seja, abril.
Diferente do Balanço Patrimonial que esta demonstrando a situação da empresa até
aquela data, ou seja, até 30/04/2005.
Vamos supor que a empresa acima tivesse sido constituída em 01/01/2005. O Balanço
Patrimonial estaria mostrando a situação da empresa em Abril, ou seja, desde quando ela
começou até o mês de Abril.
Já a DRE só esta mostrando o período de 01/04/2005 a 30/04/2005.
Agora vamos começar a demonstração propriamente dita a primeira linha será o total
das vendas da empresa.
Se olharmos o razonete de RECEITA DE VENDAS:
Faremos agora a mesma coisa que fizemos conta a Receita de Vendas para apurarmos
o valor do CMV que iremos colocar na DRE.
A primeira venda gerou de custo R$ 2.000,00 e a segunda R$ 4.000,00. Logo o CMV
total da empresa foi de R$ 6.000,00.
Nossa demonstração ganha mais uma linha.
Lembrando que agora o valor da conta de CMV vai aparecer entre parênteses,
indicando um valor “negativo”, ou a ser diminuído dos demais, ou tecnicamente dizendo UM
VALOR A DÉBITO OU DEVEDOR.
Agora por para terminar, podemos fazer a linha de Lucro do Exercício, que é o
resultado da RECEITA DE VENDAS, menos o CMV.
Comparando a taxa do mês de Abril com a taxa de Março, podemos notar que houve
uma grande redução, antes era de 58,33%, agora é de 29,41%, uma redução de 28,92 pontos
percentuais.
Concluímos então que o CMV da mercadoria aumentou muito no mês de Abril.
Como sabemos a taxa de lucratividade do mês anterior, e como em ambos os meses,
foram poucas operações, só temos duas causas possíveis para que a Taxa de Lucratividade da
empresa tenha reduzido tanto assim:
A primeira é que a empresa tenha abaixado o seu preço de venda (custava 60 e ela
venda dia a 100, agora continua custando 60 porém ela vende a 80), o que faria reduzir a sua
taxa de lucratividade.
A segunda hipótese seria um aumento no preço da mercadoria, (vendia a 100 o que
custava 60, agora continua vendendo a 100 o que custa 80), sem repassar a diferença ao cliente,
ou seja, sem aumentar o preço de venda.
Podemos notar como essa demonstração é interessante, não?
Agora temos mais informações do que somente com o balanço.
Faça o exercício abaixo para melhor compreensão, no próximo tutorial estarei dando a
resposta dele e fazendo comentários.
Lembrando que a partir de agora, ficará cada vez mais difícil continuar seguindo os
próximos tutoriais sem ter entendido o anterior.
Exercício:
Considere o balanço a seguir, e faça a contabilização das operações abaixo, após
apure o resultado, levante o novo balanço (mês de Maio), e faça a DRE do período (mês de Maio).
O balanço a ser considerado é esse:
As operações são as seguintes:
1.ª - Pagamento de R$ 1.500,00 ao fornecedor.
2.ª - Compra de R$ 1.000,00 de Mercadoria a vista.
3.ª - Compra de R$ 2.000,00 de mercadoria a prazo.
4.ª - Venda de R$ 500,00 de mercadorias por R$ 1.300,00 a vista.
5.ª - Venda de R$ 1.000,00 de mercadorias por R$ 1.800,00 a prazo.
6.ª - Venda de R$ 1.000,00 de mercadorias por R$ 2.200,00 a vista.
Demonstração do Resultado do Exercício – 2.ª Parte
Introdução:
No ultimo tutorial, começamos a falar sobre a DRE (Demonstração do Resultado do
Exercício), e ficou um exercício, que vamos corrigi-lo agora.
O exercício era esse:
Considere o balanço a seguir, e faça a contabilização das operações abaixo, após
apure o resultado, levante o novo balanço (mês de Maio), e faça a DRE do período (mês de Maio).
O balanço a ser considerado é esse:
Continuação:
A partir deste tutorial, vamos aprendendo mais alguns conceitos de despesas. Como
elas são contabilizadas, e como são apresentadas no balanço, e na DRE.
A partir de agora como vamos considerar os impostos que incidem nas vendas, para
efeitos de simplificação, vamos considerar que a cada venda efetuada a empresa pague 10% de
imposto, SOBRE O VALOR DA VENDA.
Vamos fazer os lançamentos, observando que a cada venda, além do registro do custo
e da venda, teremos agora, também o registro dos impostos. Pois os impostos precisam da venda
para ocorrer da mesma forma que o custo, ou seja, teremos agora um efeito de lançamentos em
cadeia, onde uma única operação vai gerar vários lançamentos.
Primeiro passo como sempre é abrir os razonetes, nesse primeiro momento vamos
fazer logo o lançamento numero 1, que é referente a compra das mercadorias.
Agora vamos contabilizar as vendas, nos atentando para os registros dos impostos, os
registros das vendas e dos custos, já sabemos como é feito.
Feitos os lançamentos, vamos analisar, os registros referentes as operações 2 e 3.
Na operação 2, vendemos R$ 1.000,00 de mercadoria por R$ 2.000,00, a prazo. Logo
para efeito do registro do custo creditamos a conta de mercadorias, para demonstrarmos sua
diminuição e debitamos a conta de CMV. Para o registro da venda, debitamos a conta clientes, e
creditamos a conta de Receita com Vendas.
Como eu disse acima, os impostos são 10% sobre o preço de venda. Logo na primeira
operação o valor do imposto foi de R$ 200,00.
Que é igual a R$ 2.000,00 x 10%.
A contabilização do imposto é igual a contabilização de qualquer despesa, abrimos
uma conta chamada de DESPESAS COM IMPOSTOS, e para aumentarmos o seu valor fizemos um
débito de R$ 200,00 nela, e como geralmente o imposto de um mês só é pago no outro fizemos
um crédito numa conta de Passivo chamada de IMPOSTOS A PAGAR no valor de R$ 200,00
também. Tal registro débito em despesa e crédito no passivo, é em observância ao principio da
competência, onde a despesa do mês deve ser contabilizado no mês em que ocorrer e não no mês
de seu pagamento.
O terceiro lançamento seguiu a mês regra, porem o valor do imposto no caso foi R$
300,00 pois a venda foi de R$ 3.000,00.
Feito isso podemos agora, fazer os lançamentos de apuração do resultado, e
levantarmos o BP de Junho de 2005.
Lembrando que agora temos mais uma conta de despesa, a conta de DESPESAS COM
IMPOSTOS, que também deve ser zerada.
Os lançamentos ficariam assim:
Feito isso podemos fazer o balanço patrimonial (BP) de Junho de 2005, que ficaria da
seguinte forma:
Percebam que agora temos uma linha a mais na nossa DRE, que a linha que indica a
despesa com IMPOSTOS. Ou seja, uma informação a mais, que indica quanto à empresa teve de
despesas com impostos no período.
Essa informação será muito útil quando começarmos a analisar a DRE.
Outro ponto importante também é que fizemos um lançamento para registrar a
despesa com o imposto a cada venda, isso não é muito comum no dia a dia, em virtude da enorme
quantidade de vendas que uma empresa pode vir a fazer.
Na prática, costuma-se somar o total das vendas, apurar o imposto, e fazer um único
lançamento que englobasse todas as vendas, assim no exemplo acima, no ultimo dia do mês de
Junho, somaríamos todas as vendas efetuadas, que totalizaram R$ 5.000,00, multiplicamos por
10% que resulta em R$ 500,00 e fazemos um único lançamento no final do mês, debitando a
conta de despesas com impostos e creditando a conta de impostos a pagar no passivo, dessa
forma tanto o nosso balanço como a nossa DRE ficaria da mesma forma, porém simplificamos a
quantidade de lançamentos, ao invés de fazermos dois lançamentos faríamos um único
lançamento.
A partir de agora, faremos sempre desse modo.
Partindo do balanço feito acima vamos fazer o exercício abaixo no próximo tutorial
corrigiremos.
As operações foram relativas ao mês de Julho.
1 – Venda de R$ 1.000,00 de mercadorias, por R$ 2.000,00 a prazo.
2 – Compra de R$ 1.500,00 de mercadorias, a vista.
3 – Recebimento de R$ 3.000,00 de clientes.
4 –Venda de R$ 2.000,00 de mercadoria por R$ 4.000,00, sendo metade recebido a
vista e metade a prazo.
5 – Pagamento de R$ 1.500,00 de fornecedores.
6 – Pagamento do valor total do impostos referentes ao mês de Junho.
7 – Venda de R$ 1.000,00 de mercadorias, por R$ 1.500,00 a prazo.
Faça todas as contabilizações, não se esquecendo de apurar o imposto AO FINAL, pela
alíquota de 15% sobre o valor das vendas, após apure o resultado, faça o balanço e a DRE.
Demonstração do Resultado do Exercício – 3.ª Parte
Correção do Exercício:
No tutorial passado ficou a seguinte proposta de exercício:
Contabilizações:
Feito isso temos todas as operações contabilizadas, os lançamentos de apuração do
resultado feitos. E podemos levantar o balanço do período.
Para não deixarmos de fazermos uma rápida análise, tendo em vista a maioria dos
lançamentos já são conhecidos, vamos ressaltar alguns pontos.
O lançamento de número 4 merece um destaque, veja que vendemos R$ 2.000,00 de
mercadoria, por R$ 4.000,00 sendo que recebemos metade a vista e metade a prazo. O
lançamento para apuração do custo é igual, debitamos a conta de CMV em R$ 2.000,00 e
creditamos a conta de mercadorias em R$ 2.000,00, na primeira registramos o aumento com um
débito e na segunda uma diminuição com um crédito.
No registro da venda, creditamos a conta de Receita de Vendas em R$ 4.000,00 e
fizemos mais 2 débitos, um na conta de clientes, no valor de R$ 2.000,00 e o outro na conta
Banco também no valor de R$ 2.000,00, pois do valor da venda metade (4.000,00 : 2 =
2.000,00), foi recebido a vista e o restante a prazo.
Logo trabalhamos com um lançamento de 3 fórmula, onde temos 2 contas debitadas e
1 conta creditada.
No lançamento de número 6 fizemos o pagamento do valor total dos impostos do mês
de Junho, logo tínhamos como saldo de junho nessa conta a quantia de R$ 500,00, então fizemos
um débito na conta de Impostos a Pagar e um crédito na conta Banco.
Por ultimo pedi que apurássemos o valor do imposto pelo total das vendas efetuadas
no mês, sendo que o imposto seria igual a 15% do valor total das vendas. O primeiro passo seria
saber qual era o total das vendas no mês, apurando o saldo da conta de Receita de Vendas,
chegamos ao valor de R$ 7.500,00 de vendas efetuadas no mês, logo 15% desse valor é igual a
R$ 1.125,00.
Apurado o valor do imposto faltava o lançamento, que fizemos debitando a conta de
despesas com Impostos, e creditando a conta de impostos a pagar no passivo.
Lembrando que GERALMENTE, os impostos de um mês são pagos no mês seguinte,
com raras exceções. Por isso tempos que provisionar o valor do imposto no seu mês de ocorrência,
para que respeitemos o principio da Competência.
Feito isso zeramos as contas de resultado para a apuração do mesmo.
O próximo passo seria, efetuar o Balanço Patrimonial do mês de Julho, que ficaria da
seguinte forma:
Continuação:
Vamos agora, fazer um outro exercício, só que vamos agora adicionar, as seguintes
despesas: DESPESAS COM ALUGUEL, DEPESAS COM SALARIOS, DESPESAS DE CONSERVAÇÃO, e
as seguintes receitas: RECEITAS DE JUROS, RECEITAS DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS, além das
demais receitas, despesas e custos que estamos constantemente trabalhando.
A intenção aqui é somente mostrar como ficam essas despesas e receitas na DRE,
portanto faremos um exercício com poucos lançamentos.
Considerando o balanço acima, elaborado no final de Julho, vamos fazer a
contabilização das seguintes operações:
1 – Compra de R$ 1.000,00 de mercadorias, a vista;
2 – Pagamento do valor total dos impostos do mês de Julho.
3 – Aplicação financeira de R$ 6.000,00.
4 – Venda de R$ 1.200,00 de mercadorias por R$ 3.000,00 a vista.
5 – Recebimento de R$ 2.500,00 de clientes, sendo R$ 2.000,00 referentes às vendas e
R$ 500,00 de juros.
6 – A empresa fez uma melhoria, pintando a parede do seu estabelecimento e gastou
para tal R$ 400,00 em tintas (DESPESAS DE CONSERVAÇÃO), com pagamento a vista.
7 – A empresa contratou um funcionário no mês de Agosto, com o salário de R$ 250,00
(que será pago em Setembro), porém a despesa com o salário como já sabemos pertence ao mês
de Agosto.
8 – Contabilização da despesa com aluguel no valor de R$ 300,00 que será pago em
Setembro.
9 – Apuração do valor do imposto a pagar pelo percentual de 15% sobre as vendas.
10 – Contabilização do rendimento da aplicação financeira que foi de R$ 240,00.
Vamos a contabilização:
Vamos fazer um rápido comentário sobre os lançamentos novos.
O terceiro lançamento foi a realização de uma aplicação financeira, logo debitamos uma
conta chamada de aplicação financeira e creditamos a conta banco, para registrar a diminuição no
saldo desta.
O sexto lançamento foi um gasto que a empresa fez (UMA DESPESA), pintando o seu
estabelecimento, logo ela gastou R$ 400,00 em tintas. Então abrimos uma conta de DESPESAS
COM CONSERVAÇÃO e debitamos essa em R$ 400,00 e creditamos a conta bancos em R$ 400,00,
pois o pagamento foi a vista.
O sétimo lançamento foi o registro da despesa de salário do mês de agosto, porém ela
só será paga no mês de setembro, mas respeitando o principio da competência temos que
registrar ela no mês de ocorrência. Então debitamos a conta de despesa com salário e creditamos
a conta de salários a pagar.
O décimo lançamento foi o registro da receita de aplicações financeiras, no valor de R$
240,00, logo debitamos a conta de aplicações financeiras, e creditamos a conta de Receita com
Aplicações Financeiras.
Os demais lançamentos foram iguais aos que sempre fizemos.
Nosso Balanço Patrimonial de Agosto ficaria da seguinte forma:
Na DRE fizemos uma linha para cada tipo de despesa e de receita, isso facilita a nossa
análise, pois como sabemos o balanço patrimonial nos mostra a situação da empresa em um
determinado momento (SITUAÇÃO ESTÁTICA).
Percebam também que as Receitas de Juros e de Aplicações Financeiras são somadas
e as despesas são diminuídas.
Então partimos do valor da Receita de Vendas que é de R$ 3.000,00 diminuímos os R$
1.200,00 de CMV, e as outras despesas sucessivamente, quando chegamos a Receitas de Juros
começamos a somar, e assim fizemos com a Receita de Aplicação Financeira e chegamos ao lucro
liquido, se após a Receita de Aplicações Financeiras houvesse mais alguma despesa diminuiríamos
se houve mais alguma receita somaríamos.
Sabemos também que o balanço só nos mostra as contas patrimoniais (AS CONTAS
QUE MOSTRAM OS BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES), nos omitindo as contas de resultados
(RECEITAS, CUSTOS E DESPESAS), que será na DRE que essas contas são demonstradas.
Então a DRE e o Balanço Patrimonial se completam, ou seja, o que um não mostrar o
outro mostra.
O Balanço nos mostra que a empresa tem R$ 14.315,00 de lucro do exercício, porém
a DRE nos diz que desse lucro todo somente R$ 1.140,00 foram gerados no mês de Agosto.
A DRE esta nos mostrando EXATAMENTE como a empresa chegou a esse lucro, partindo
das vendas, diminuindo o custo, diminuídos as demais despesas e somando as demais receitas,
até chegarmos ao lucro liquido.
Então essa DRE está nos mostrando com uma boa quantidade de informações para
sabermos como a empresa chegou a esse resultado.
Imagine que a empresa ao invés de separar todas as despesas e receitas apresentasse
a seguinte DRE.
Deve estar parecendo fáceis as perguntas acima, afinal vocês acompanharam e fizeram
as operações, na verdade esse exercício vai funcionar como uma “alavanca”, um empurrãozinho,
pois no próximo tutorial colocarei um Balanço e uma DRE já prontos para que vocês façam uma
análise.
Lembrando que essa análise que estamos fazendo é uma coisa superficial, na verdade
falaremos depois, bem depois, sobre análise das demonstrações contábeis, que nesse momento
sim será bem aprofundado no assunto.
No próximo tutorial veremos também como fica a DRE e o BP (Balanço Patrimonial)
quando a empresa tem um prejuízo.
Não deixem de colocar sua avaliação sobre o tutorial na parte superior desta página,
assim como o seu comentário, seja uma crítica, sugestão, dúvida ou elogio, será com base nelas
que poderemos melhorar a qualidade da informação que estamos tentando passar.
Demonstração do Resultado do Exercício – 4.ª Parte
Correção do Exercicio:
Vamos a correção:
As perguntas eram:
1 – Quando a empresa deve ao Fornecedor?
2 – Quando a empresa deve de Passivo (Ver observação acima)?
3 – Somente com o saldo que a empresa tem no banco ela consegue pagar o seu
Passivo? E sobra quanto? Com esse dinheiro que sobrou a empresa consegue pagar alguma coisa
do seu Patrimônio Liquido?
4 – Quanto à empresa tem em estoque?
5 - Quanto à empresa tem a receber de clientes? E quanto tem aplicado no mercado
financeiro?
6 – Qual foi o rendimento da aplicação financeira de agosto?
7 – Qual o valor que os donos da empresa investiram inicialmente, para que a empresa
tivesse dinheiro para começar a trabalhar?
8 – Quanto foi à despesa com salário?
9 – Qual a sua opinião sobre a saúde financeira da empresa?
Resposta: Olhando o balanço, sabemos que a empresa tem R$ 6.475,00 no banco, logo
se o seu passivo é de R$ 2.000,00, ela consegue com o saldo que está no banco pagar todo o seu
passivo, ainda sobra R$ 4.475,00. E ainda consegue pagar o valor do Capital Social que esta no
Patrimônio Liquido, cujo valor é de R$ 4.000,00. O valor dos lucros do exercício ela não consegue
pagar pois este é de R$ 14.315,00.
7 – Qual o valor que os donos da empresa investiram inicialmente, para que a empresa
tivesse dinheiro para começar a trabalhar?
Resposta: O valor do investimento que os donos da empresa investem para que ela
tenha condições de pagar suas primeiras operações é chamado de Capital Social, e fica no grupo
do Patrimônio Liquido, seu valor é de R$ 4.000,00.
Resposta: Essa questão exige um pouco mais de análise, vejamos a empresa tem um
passivo de R$ 2.000,00 porém tem dinheiro suficiente no banco para pagá-lo e ainda sobra uma
quantia que dá para “pagar” o capital social, e ainda sobra um pouquinho.
Se somente com o dinheiro que ela tem no banco paga todo o seu passivo, já podemos
chegar a conclusão que sua saúde financeira é boa, mas temos que analisar os demais itens.
Para que ela “pague” o valor dos Lucros do Exercício, ela dispõe do saldo na aplicação
financeira, do saldo que ela tem a receber de clientes, e ainda de um pouquinho de mercadoria.
Porém aqui fica uma incógnita: Será que todos os seus clientes irão pagar? Vejam que
o valor dos clientes, é o maior dentro do Ativo.
No tutorial passado disse que veríamos a partir deste tutorial como fica quando uma
empresa apresenta um prejuízo.
Pois até aqui estávamos sempre trabalhando com lucros, atrás de lucros.
O prejuízo na contabilidade.
Vamos fazer um exemplo de exercício, bem simples para demonstrar como fica um
prejuízo na DRE e como é apresentado no balanço.
O terceiro lançamento, registro das despesas de salário (R$ 250,00) e de aluguel (R$
300,00), fizemos da seguinte forma debitamos a conta de DESPESA COM SALARIOS e creditamos
a conta de SALARIO A PAGAR, no valor de R$ 250,00 para registro da despesa de salário. E para o
registro da despesa de aluguel, debitamos a conta de DESPESA COM ALUGUEL, e creditamos a
conta de ALUGUEIS A PAGAR. Percebam que fizemos 2 débitos e 2 créditos em um mesmo
lançamento, logo fizemos um lançamento de 4.ª Formula.
Nos lançamentos 6 e 7 tivemos duas novas despesas (DESPESAS BANCARIAS, e
DESPESAS COM CORREIOS). A despesa bancaria não há o que se falar na sua forma de
pagamento, pois ela é debitada diretamente no saldo da conta bancaria, então é considerada como
paga a vista (no exemplo que estamos trabalhando). Já a despesa com CORREIOS foi paga a vista,
então creditamos a conta bancos em tal valor.
Feito isso zeramos todas as contas de resultados, transferindo o saldo de cada uma
para a conta ARE (APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO), que serve para apurar o resultado.
Após transferimos o saldo de cada uma das contas de despesas e receitas, para a
conta, temos que somar o saldo de cada lado da conta ARE, se somarmos veremos que o lado do
débito tem de saldo R$ 1.250,00 e no lado de crédito tem de saldo R$ 1.000,00.
Agora tem um ponto importante, sabemos que a conta ARE serve para apurarmos o
resultado, sabemos também que o saldo dessa conta será transferido para uma conta no grupo do
patrimônio liquido (nos exemplos anteriores sempre a conta de LUCROS DO EXERCICIO), e que
esse grupo por ficar do mesmo lado do passivo, os lançamentos a credito aumentam o seu saldo, e
os lançamentos a débito diminuem o seu saldo.
Vimos também que quando a conta ARE apresenta um saldo final credor (saldo na
coluna de crédito maior do que o saldo na coluna de débito), a empresa apurou lucro. Então temos
que complementar o valor na coluna de debito até que zeremos essa conta, então fazemos um
lançamento a debito. E se fazemos um lançamento a débito, temos que fazer um lançamento a
crédito em alguma outra conta, que no caso será a conta de LUCROS DO EXERCICIO. Se estamos
creditando essa conta, e essa conta fica no Patrimônio estamos aumentando o seu saldo. Então
estamos aumentando o Patrimônio Liquido da empresa.
Mas voltando ao exercício, o nosso caso agora é ao contrário temos um saldo maior no
lado do débito na conta ARE, o que indica que a empresa teve prejuízo, afinal se quando o saldo
no lado do crédito é maior a empresa tem lucro, quando o saldo no lado do débito é maior a
empresa tem ????????? PREJUIZO.
A conta ARE é uma conta transitória, que não deve ser apresentada no balanço, então
devemos zerar o seu saldo, e para zerar o seu saldo temos que fazer um lançamento a credito de
modo que os valores a débitos e a credito sejam iguais, e se fizemos um lançamento a crédito
temos que fazer um lançamento a débito em outra conta.
No exemplo acima a empresa tem um Lucro do Exercício de R$ 14.315,00, logo o
prejuízo apurado agora vai diminuir esse valor, agora a empresa não tem mais R$ 14.315,00.
Vejam que somamos todos os lançamentos a débito na conta ARE e que eles totalizam
R$ 1.250,00. Somamos também, apuramos pois só tem um lançamento, o saldo no lado do crédito
da conta ARE que é de R$ 1.000,00.
Nosso saldo na conta esta maior no lado do débito em R$ 250,00, como disse acima a
conta ARE não deve aparecer no balanço, então temos que zera-la, e para tal, precisamos fazer
um lançamento nela de modo que a soma dos lados do débito e do crédito sejam iguais.
Lembrem-se: não deixem de colocar sua avaliação sobre o tutorial, assim como o seu
comentário, crítica, sugestão, dúvida ou elogio, será com base nelas que poderemos melhorar a
qualidade da informação que estamos tentando passar.
Demonstração do Resultado do Exercício – 5.ª Parte
Correção do Exercício:
Correção:
Resposta: Basta somarmos os saldos das contas que compõem esse grupo, que são
CAPITAL SOCIAL E LUCROS DO EXERCICIO, o resultado é R$ 7.200,00
Resposta: Primeiramente temos que nos atentar que o ATIVO é grupo que registra o
BENS E DIREITOS, logo temos dois item, o que nos interessa na pergunta são os bens, temos
como BENS apresentados no balanço, CAIXA, MERCADORIAS e VEICULOS, logo a soma deles
totalizam R$ 19.800,00. Em caso de duvida quanto a bem e direito, reveja os primeiros tutoriais.
Resposta: R$ 2.450,00
Resposta: A despesa com imposto do período é a que foi demonstrada na DRE, e não
no balanço. O total é de R$ 1.000,00. Isso indica que a empresa não pagou alguns impostos de
outros meses, pois o saldo da conta no balanço é de R$ 2.450,00.
Resposta: R$ 900,00
Resposta: R$ 300,00.
Resposta: A principio podemos dizer que sim, pois vemos que houve um acumulação no
total dos dois itens, a despesa de aluguel do mês é de R$ 300,00, porém a empresa esta
demonstrando que a divida dela é de R$ 900,00. O mesmo acontece com os impostos, a despesa
do mês dela com impostos foi de R$ 1.000,00, e a divida apresentada no balanço é de R$
2.450,00.
Conclusão
Apesar de um exercício simples, podemos ver que conseguimos extrair uma grande
quantidade de informações dos demonstrativos contábeis acima, com o passar do tempo e o
decorrer dos demais tutoriais, começaremos a analisar os demonstrativos mais profundamente. O
que gerará uma quantidade de informações adicionais.
Podemos dizer o mesmo quando uma empresa tem prejuízo, as pessoas acham que
aquela empresa está ficando sem dinheiro.
Vamos fazer os exercícios, como esse exercício será somente para analise do exposto
acima, vamos somente contabilizar, e apurar o resultado e efetuar o balanço sem montar a DRE.
Mas porque isso ocorreu? Podemos notar que 3 grandes fatores ajudaram a isso
ocorrer, o primeiro foi o pagamento de parte da divida com o fornecedor, no valor de R$ 2.300,00.
O segundo foi a compra de móveis a vista, no valor de R$ 1.000,00. E o terceiro foi que a venda
que a empresa fez, foi totalmente a prazo, assim ela deixou de receber R$ 1.700,00.
Lógico que a soma desses três fatores não resulta num no valor exato da diminuição do
dinheiro em caixa, para demonstrar tal situação teremos uma outra demonstração contábil que
veremos mais adiante. O objetivo aqui foi demonstrar que nem sempre uma empresa que teve
lucro aumenta o seu dinheiro em caixa.
Vamos agora demonstrar o contrario que nem sempre quando a empresa tem prejuízo,
quer dizer que houve uma diminuição de dinheiro.
Para tal vamos considerar o balanço acima, para fazer os seguintes lançamentos no
mês de março, após faremos os lançamentos, a apuração do saldo, e o balanço, para vermos como
é que ficou agora.
O exercícios irão sempre alternando entre lucros e prejuízos, e faremos sempre que
necessário a DRE para fixarmos o aprendizado.
Ok?
Lembrem-se: não deixem de colocar sua avaliação sobre o tutorial, assim como o seu
comentário, crítica, sugestão, dúvida ou elogio.