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A Irresponsabilidade Solidária do Advogado no TCU

Em 12.09.2001, o ilustre Ministro Carlos Velloso, do Supremo Tribunal Federal – STF,


decidiu liminarmente, em sede de Mandado de Segurança (MS 24.073-3-DF), que o
Tribunal de Contas da União – TCU não poderia responsabilizar solidariamente os
advogados de empresa estatal (Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobrás) pela emissão de
parecer em contratação sem licitação, mediante interpretação da Lei Geral de
Licitações.

Os causídicos (impetrantes) da estatal haviam interpretado, no caso em concreto, que


seria possível a contratação direta, por inexigível a licitação, da empresa de consultoria
internacional Arthur D. Little – ADL e aduziram no writ, em síntese:

a) a ausência de competência do TCU para julgar os seus atos, pois os mesmos “não
exercem qualquer função de diretoria ou execução administrativa, não ordenam
despesas e não utilizam, gerenciam, arrecadam, guardam ou administram bens ou
valores públicos. Não têm assim, sequer o potencial de causar perdas, extravios ou
outros prejuízos ao Erário no desempenho de suas atividades profissionais”.

b) impossibilidade de responsabilização por atos praticados no regular exercício de sua


profissão, pois nos termos do Estatuto da Advocacia, a relação de emprego não retira do
advogado a isenção técnica, nem reduz a sua independência profissional. Além disso,
afirmam que, no caso, restringiram-se a verificar a presença dos pressupostos de
contratação direta, tendo por base as informações prestadas pelos órgãos competentes e
especializados.

O Presidente do TCU prestou informações, sustentando a inocorrência do direito líquido


e certo dos impetrantes, aduzindo que “a emissão de pareceres jurídicos situa-se na
esfera da responsabilidade administrativa do ocupante, no caso, de emprego público e
possui implicação na apreciação da regularidade dos atos de gestão de que resulte
despesa, quanto à sua legalidade, legitimidade e economicidade”. Nesse contexto, diz
que “os atos praticados pelos administradores foram respaldados nos pareceres
jurídicos por eles emitidos, pareceres estes que justificam a própria razão de sua
existência e constituem a fundamentação jurídica e integram a motivação das decisões
adotadas pelos ordenadores de despesas.”

Ocorre que o TCU é um tribunal administrativo, órgão auxiliar do Poder Legislativo no


controle externo das contas públicas da União e das entidades da administração indireta.
À referida Corte de Contas compete julgar as contas dos administradores e demais
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos das unidades dos Poderes da União
e das entidades da administração indireta, incluídas as fundações e sociedades
instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem causa
a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário, nos termos dos
arts. 70, 71 e 133 da Constituição Federal e do inciso I do art. 1º da Lei nº. 8.443, de 16
de julho de 1992.
Como os impetrantes não são administradores públicos, não ordenam despesas públicas
e as suas atribuições limitaram-se à elaboração de parecer técnico-jurídico, é incabível o
controle externo do TCU sobre essa atividade técnico-jurídica.

A segurança, no caso em concreto, foi concedida à unanimidade pelo plenário do STF,


conforme acórdão publicado no DJ 31.10.2003, tendo neste caso proferido
manifestações (votos) os Ministros Sepúlveda Pertence, Maurício Corrêa, Nelson
Jobim, Gilmar Mendes e o Relator Ministro Carlos Velloso.

Este entendimento do STF estende-se a todos os operadores do direito que emitam


pareceres, notas técnicas ou qualquer manifestação técnico-jurídica, obrigatória pelo
disposto no Parágrafo único do art. 38 da Lei nº. 8.666/93, com a redação dada pela Lei
nº. 8.883/94, pois estes profissionais, da mesma forma, não são administradores
públicos, não ordenam despesas públicas e as suas atribuições limitam-se à elaboração
de parecer técnico-jurídico sobre as minutas de editais de licitação, dos contratos,
acordos, convênios ou ajustes.

Ressalte-se que os Advogados da União e os Procuradores Federais também se


enquadram neste entendimento, pois, nos termos do art. 131 da Constituição Federal, os
mesmos têm por competência tão-somente “as atividades de consultoria e
assessoramento jurídico do Poder Executivo.”

Desta forma, conclui-se que os administradores públicos devem ser pessoas capacitadas
para exercer qualquer função de diretoria ou execução administrativa, ordenar despesas,
utilizar, gerenciar, arrecadar, guardar e administrar bens ou valores públicos, e, além
disso, possuir largo conhecimento jurídico para poderem praticar os seus atos dentro da
legalidade, sob pena de serem sancionados pelo TCU, tendo em vista que as
manifestações técnico-jurídicas que serviriam para respaldar juridicamente os seus atos
não passam de meras opiniões, muitas das vezes, infelizmente, desprovidas da correta
interpretação jurídica dos casos em concreto.

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