1. BIOGRAFIA
Nasceu em Atenas1, em 427 a.C., numa família aristocrática, seu nome
original era Arístocles, recebeu o apelido de Platão devido ao seu porte físico
atlético, robusto.2
Em 404 a. C., termina a Guerra do
Peloponeso, que determina o fim da hegemonia
ateniense; a democracia é derrubada e substituída
pela tirania. Em 399 a. C., um novo governo
democrático condena Sócrates à morte. Platão
tornou-se aprendiz de Sócrates por volta dos vinte
anos. Acompanhou de perto todos os passos do
julgamento de seu grande mestre, e o seu fim
trágico marcou-o profundamente, deixando
seqüelas para o resto de sua vida.
Platão é fortemente influenciado por esta
instabilidade política: não concorda nem com a
tirania, nem com a democracia. Esta desilusão e,
simultaneamente, a admiração por Sócrates e o
impacto de sua morte, o afastam da vida política propriamente dita, trilhando,
então, o caminho da Filosofia e partiu em peregrinação pelo mundo.
Dentre suas muitas viagens, destacam-se: o Egito, onde admirou a
antigüidade e a estabilidade política; a Sicília, onde houve a tentativa de colocar
em prática a idéia do “rei-filósofo”, da Sofocracia. 3 Fundou, em Atenas, a
Academia um dos mais importantes centros culturais da Antigüidade que durou
até 529 quando Justiniano a fecha.4
Em 348 a. C., Filipe da Macedônia invade a Grécia determinando o fim
de sua autonomia e independência política, no ano seguinte Platão morre.
2. OBRAS
A característica mais marcante de suas obras é que elas são escritas em
forma de diálogo, utilizando uma linguagem poética e simbólica, cheia de
metáforas e alegorias.
1
Centro cultural do mundo antigo.
2
Possuía as omoplatas desenvolvidas, “ombros largos”.
3
A sofocracia, sistema político que será explicado no item 6.
4
Imperador do Império Bizantino, a escola pagã rivalizava com a imposição do culto e da
educação cristã, isto será mais bem entendido no estudo da filosofia cristã.
2
4. EPISTEMOLOGIA5
6. A POLÍTICA
Defendia a sofocracia, o governo do sábio. Valoriza o Estado como
instituição necessária para a organização da sociedade. Assim, refere-se a três
classes que são um reflexo das três partes da alma: classe dos produtores
(artesãos, agricultores, comerciantes) na qual predomina a parte concupiscível da
alma, possui a função de abastecer a polis; classe guerreira (força militar e
policial) orientada pela parte irascível da alma, possuem a função de proteger a
polis; classe dos governantes dirigida pela parte racional da alma, sua função é
4
governar e administrar a pólis. Deve existir uma harmonia entre as três classes,
cada uma cumprindo com zelo sua função. Como poucos são sábios, poucos são
aptos para governar. Defende, assim, um governo elitista. O objetivo do seu
sistema consiste em “dar ao saber tanta força, capaz de transformar a força em
saber”.
7. A ÉTICA
A alma, prisioneira do corpo, busca um Bem perdido e esquecido (a
contemplação das idéias). No mundo sensível, o corpo pode ajudar a alma, mas
pode também atrapalhar (por exemplo, tornando-se escravo dos instintos
impedindo o conhecimento da verdade). Por isto, defende que a alma deve ter
total controle sobre o corpo, guiar o corpo impedindo-o de ser escravo dos
instintos. Aqui está, a primeira normativa ética de Platão: a pessoa humana deve
preocupar-se acima de tudo com o espiritual dominando os instintos corporais.
Segundo Platão, o filósofo6 não tem medo da morte, pois a morte significa
libertação, isto é, a alma se livra do cativeiro do corpo, podendo voltar a viver, se
estiver totalmente purificada, no mundo das idéias, e contemplar o Sumo-Bem.
Entretanto, enquanto dura a peregrinação desta vida, deve-se seguir a norma de
vida.
Conclui-se que corpo fraco é aquele “super influenciado” pelos sentidos, e
corpo robusto é aquele onde maior disciplina sobre os sentidos. E para que ter um
corpo robusto? Para ter uma alma saudável. E como conseguir um corpo robusto
disciplinado? Pela ginástica.7
6
Aquele que consegue destacar-se na preocupação com o espiritual.
7
Platão considera como as quatro grandes virtudes: fortaleza e temperança (controle dos
sentidos), sapiência (contemplar as idéias), justiça (aplicação social da sabedoria).
5
Doxa: Termo grego que significa "crença", "opinião", ou ainda "o que se diz".
Platão foi um dos primeiros filósofos a colocar o problema da distinção entre a
doxa e a episteme, isto é, entre opinião ou crença e conhecimento.
Dialética: A dialética pode ser descrita como a arte do diálogo. Uma discussão na
qual há contraposição de idéias, onde uma tese é defendida e contradita logo em
seguida; uma espécie de debate. Para Platão a dialética é o único caminho que
leva ao verdadeiro conhecimento. Pois a partir do método dialético de perguntas e
respostas é possível iniciar o processo de busca da verdade.
Inato: Para Platão significa algo que não é adquirido com a experiência, que não
depende da experiência, nem dos nossos sentidos.
Ofuscado: que não dá para ver, oculto, encoberto, apagado, sem brilho.
Racional: que se baseia pela razão, no que tem coerência, no que é lógico e
inteligente.
Elitista: que demonstra elitismo, ou seja, que apóia uma minoria que detém o
prestígio e o domínio sobre as outras pessoas.