Resumo: O artigo é sobre mandado de segurança coletivo, uma ação especial criada pela
Constituição Brasileira de 1988. São analisadas a base constitucional, a estrutura, a
interpretação, a aplicação e outras questões jurídicas relacionadas ao instituto.
Abstract: The article is about “mandado de segurança coletivo”, a special action created by
the Brazilian Federal Constitution of 1988. It analyses the constitutional support, structure,
interpretation, application and other legal points related to the action.
1.Introdução
2.Referência constitucional
Art. 5º:
(...)
LXX – o mandado de segurança coletivo poderá ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados
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Aluno da Graduação em Direito na Universidade Federal do Ceará (UFC).
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se pode tender a aboli-lo por meio de Emenda Constitucional, sendo assim componente
daquilo que se chama de limites materiais ao Poder Constituinte de 2º grau.
Segunda: pelo disposto no § 1º do art. 5º da Constituição, a norma constitucional
definidora do Mandado de Segurança Coletivo tem aplicabilidade imediata, é dizer, o
aplicador do Direito, nesse caso, mais especificamente, o Poder Judiciário, não pode negar
conhecimento ao referido writ sob a alegação de que seria necessária complementação
legislativa para a plena aplicabilidade do dispositivo constitucional.
Revela-se, pois, cristalina a proteção constitucional dada ao referido instrumento
para que possa ser meio eficaz na proteção dos direitos coletivos, que compõe a segunda
dimensão dos Direitos Fundamentais.
Toda interpretação que se dê ao Mandado de Segurança Coletivo, é necessário que
se diga, tem que estar, na medida em que a proteção do direito individual e do direito
coletivo não se choquem, atrelada ao Mandado de Segurança Individual, pois ambos
possuem status de garantia fundamental constitucional. Isso ocorre porque eles não são
ontologicamente distintos, devendo sempre ser contemplados em conjunto, na medida em
que, como já se disse, não entrem em conflito, fato que, em ocorrendo, requer que o
intérprete recorra ao sopesamento de bens e valores postos em choque no caso concreto,
visando a, mediante aplicação das técnicas de compatibilização de princípios
constitucionais, mormente aquela estampada no princípio da proporcionalidade, estabelecer
qual deles deve prevalecer, no caso concreto, sem, contudo, ferir a densidade normativo-
principiológica máxima que se deve conferir ao princípio concretamente sacrificado.
A principal conseqüência prática do exposto no parágrafo anterior está ligada à
disposição concernente à aplicabilidade imediata da garantia fundamental expressa pelo
mandamus coletivo. Destarte, as disposições infraconstitucionais do Mandado de
Segurança Individual devem ser estendidas ao Mandado de Segurança Coletivo sempre que
houver compatibilidade. Tal consideração tem uma grande utilidade prática, porém deve-se
atentar que o operador do Direito, ao se deparar com incompatibilidades entre o writ
individual e o coletivo que possam levar à impossibilidade de utilização da legislação
infraconstitucional daquele neste, deve apelar para os meios integrativos em Direito
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3. Objeto
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4. Finalidade
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5. Legitimidade
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Uma equivocada interpretação do artigo 5º, LXX com o artigo 5º, XXI, ambos da
Constituição da República, levou um setor da doutrina e da jurisprudência a defender a
necessidade de expressa autorização dos filiados para que as entidades constitucionalmente
legitimadas pudessem impetrar Mandado de Segurança Coletivo. Em boa hora, contudo, o
Supremo Tribunal Federal pacificou o entendimento segundo o qual o artigo 5º, XXI trata
da hipótese de representação, exigindo-se, por conseguinte, a expressa autorização,
enquanto o artigo 5º, LXX cuida da hipótese de legitimidade extraordinária, não havendo,
portanto, necessidade de juntada de autorização expressa dos filiados, haja vista a
legitimidade decorrer do próprio texto constitucional (cf. MORAES, 2004:175-178).
A legitimidade passiva não foge ao âmbito de considerações atinentes ao mandado
de segurança individual, motivo pelo qual nos absteremos de fazer mais considerações,
deixando aqui estampada apenas as questões mais próprias ao mandado de segurança
coletivo.
6. Procedimento
7. Coisa julgada
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8. Referências
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MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 15 ed., São Paulo: Atlas, 2004.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 22 ed., São Paulo:
Malheiros, 2003.
THEODORO JR., Humberto. Curso de Direito Processual Civil. Vol. I, 42 ed., Rio de
Janeiro: Forense, 2005.