PENAL
Profª Ana Cristina de Mendonça
Monitora: Acácia Lima Figueira
1º Semestre/2009
Aulas 01, 02, 03 e 04 – Direito Processual Penal (Aulas 11, 12,13 e 19-02-2009)
Professor – Ana Cristina Mendonça
Monitora: Acácia Lima Figueira
SISTEMAS:
Os sistemas processuais penais são:
1. Sistema acusatório clássico ou privado;
Este era um “Sistema de Partes”, portanto, triangular, considerando que era possível
identificar juiz, autor e réu.
O autor e o réu deveriam estar no mesmo patamar.
J
/ \
A R
Esse sistema surgiu logo após o sedentarismo do homem. (com noções de posse
e propriedade). No entanto, a autotutela continuou a existir, o homem continuava a fazer
justiça com as próprias mãos.
Vem então o surgimento do processo, primeiramente com a finalidade de
prevenção de crimes que em regra eram patrimoniais.
Nesta época, porém, trabalhava-se com o “Direito dos Costumes” e não com o “Direito
Escrito”, pois ainda não existiam latim ou grego.
Assim, o procedimento era estritamente oral (celeridade e concentração de atos
processuais) não era diferido no tempo, era uma grande audiência pública, onde havia
publicidade excessiva, uma vez que toda a população era chamada a assistir o processo
e o julgamento.
O autor era geralmente a vítima - geralmente da classe dominante - e era necessário que
se provocasse a Jurisdição.
Por isso, esse processo era considerado “Processo de Partes”, isto é, as partes deveriam
provocar a jurisdição e só assim se poderia julgar.
O Juiz julgava seguindo o princípio da “Íntima Convicção”, isto é, não precisava
expor os motivos de sua decisão, absolvia ou condenava sem dar qualquer informação.
Havia absoluta liberdade probatória, ou seja, não havia nenhuma vedação às provas
obtidas por meios ilícitos.
O julgador se quedava totalmente inerte como forma de garantia de uma suposta
imparcialidade (não produzia provas, apenas verificava as provas trazidas pelas partes).
Na verdade, esse sistema gerava grande impunidade e tráfico de influência, uma vez que
a produção das provas era de alto valor econômico; a vítima desprovida de recursos
financeiros não buscava a punição do autor do fato, e a vítima provida desses recursos
conseguia produzir todas as provas que necessitava e ainda indicava o órgão julgador.
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2. Sistema inquisitivo;
Após o Sistema Acusatório, Clássico, surge o Sistema Inquisitivo.
A escrita passa a existir (latim, grego) e ocorre a centralização do Poder surgindo o
Estado. Este sistema era Linear, ou seja, o Juiz acumula as funções de autor, defensor e
julgador.
J=A+D+J
A vítima do crime passa a ser a sociedade e o Estado detém para si a titularidade do
processo
O Estado passa a verificar todos os crimes para punir o criminoso, evitando o tráfico de
influência, transformando o procedimento de partes (triangular) em procedimento
linear, como dito anteriormente.
O Estado juiz vai iniciar o processo, colher as provas existentes. O réu passa a ser
objeto de investigação Estatal, despido de direitos.
O sistema anterior prejudicava o réu em virtude da publicidade excessiva. Por
isso, no sistema inquisitivo, o processo passou a ser totalmente sigiloso.
Esse sistema acabou com a liberdade de prova impondo, predefinindo as provas a serem
utilizadas para cada fato (PROVA LEGAL) e, no auge desse sistema aos “Juízos de
Deus”, (PROVA TARIFADA).
Esse é um “Sistema de Valoração”, pois, uma prova acaba por valer mais que a
outra. Dessa forma, as provas passam a ser absolutas e relativas (ou indiciárias). A lei
definirá como será a sentença. (mas ao final tudo dava em condenação!)
Surge a idéia de que a Confissão é rainha das provas. No entanto, a prova poderia ser
obtida de qualquer forma, inclusive dando ensejo para a obtenção de provas decorrentes
de meios ilícitos.
O Juiz não seguia o princípio da “Íntima Convicção”, as provas acusariam ou
absolveriam de acordo com o somatório do seu valor.
A lei era elaborada por quem julgava e executava, isto é, toda a trajetória processual era
seguida pelo CLERO. Isso acontecia, pois, somente o Clero conhecia a escrita (o
Império tinha ao seu lado a Igreja).
Esse sistema surgiu para consertar os erros do sistema anterior, porém, não deu
certo. Não surgiu com a finalidade que acabou alcançando.
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/ \
A R
No entanto, o Estado não abre mão de ser autor do processo, pois a vítima seria a
Sociedade; existia também a Ação Privada, porém como exceção. (Surge na França, o
MP - órgão estatal de acusação tradicionalmente. Ressalte-se que o Ministério Público
Brasileiro é diferente do MP do resto do mundo, pois ele além de órgão acusador é
também “custos legis”).
Mas, o Estado julgador (o Poder Judiciário era inerte e imparcial) é diferente do Estado
acusação.
Este Também era um “Sistema de Partes”, portanto, triangular, considerando que era
possível identificar juiz, autor e réu. O autor e o réu deveriam estar no mesmo patamar,
isto é, igualdade de partes (com contraditório e ampla defesa).
O Juiz julgava seguindo o princípio do “Livre Convencimento Motivado”, e não o
princípio da “Íntima Convicção”, a exceção do Tribunal do Júri.
A publicidade do processo voltou, porém apenas para a sala de audiência. (voltou a ser
sigiloso para devolver o suposto réu, naquele momento à sociedade no seu “Status quo
ante”). E aqui a oralidade de dissocia da escrita.
Embora nesse sistema exista liberdade dos meios de prova, havia também vestígios de
prova legal como:
_ indispensabilidade de exame de corpo de delito, art. 158 do CPP. ( a referida prova
pericial não pode ser suprida pela confissão do réu);
_ quanto ao estado das pessoas, somente será possível no processo penal a prova
estabelecida pela lei civil, art. 155 do CPP.
No entanto, os vestígios de prova legal não caracterizam a prova tarifada. As provas
deixaram de ser tarifadas, ou seja, todas as provas passaram a ter o mesmo valor,
diferentemente do que ocorria no sistema inquisitório.
Obs:
* Art.167 c/c 158 do CPP: Corpo de Delito Indireto é o depoimento das testemunhas
que presenciaram o vestígio do fato. Essa prova testemunhal que supre a ausência da
perícia.
* O Corpo de Delito Direto é o exame pericial elaborado por perícia técnica.
O exame de corpo de delito não pode ser suprido pela confissão do acusado.
Mas, isso não quer dizer que a prova da confissão é de menor valor do que a prova
pericial, mas sim que a confissão não pode substituir o exame de corpo de delito,
portanto, a prova pericial deve existir (para que não haja erros processuais), ex: réu que
confessa sem ser o autor do fato, ex: condenar réu sem haver cadáver da vítima e depois
está aparecer viva, como no caso dos “Irmãos Naves”.
4. Sistema misto.
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Questões Importantes:
Questão -1-
O sistema processual penal brasileiro é:
a) Inquisitivo;
b) Acusatório;
c) Acusatório misto.
Esse Sistema Acusatório Misto pode ter 2 significados:
1- Não é puro, pois para os autores garantistas segue princípio “Dispositivo”, isto é, o
Judiciário completamente inerte;
2- Não é puro devido o princípio da Verdade Real (este sistema não é adotado no Brasil)
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Questão -2-
O sistema processual penal brasileiro é:
a) Inquisitivo;
b) Acusatório puro;
c) Acusatório misto.
PRINCÍPIOS:
É importante não confundir os Princípios de Direito Penal com os do Direito Processual
Penal.
Os Princípios são verdades fundantes, dali partem outras verdades que o Estado
pretende resguardar e seguir, sob pena de ofender o Estado Democrático de Direito.
Não se usa a hierarquia entre princípios, mas sim a regra da elasticidade, aumentando a
abrangência de um e diminuindo a abrangência de outro.
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Observação:
Existe diferença entre “fato penal” e “fato processual penal”, este último, é a acusação
expressa, a narração dos fatos, o dia, o horário, o que fez o sujeito, etc....
QUESTÕES:
Questão 1:
“A” foi denunciado por furto. Durante o processo, surgiu prova de que a conduta foi
praticada com violência. O MP nada fez. O juiz também não, e condenou o réu por
furto.(“caso de mutatio libeli”) Apelaram acusação e defesa. Qual a decisão a ser
proferida pelo Tribunal?
a) condena por roubo. (Não pode, pois haveria supressão de instância).
b) mantém a condenação por furto, pois, afinal, ele subtraiu coisa alheia.
c) absolve o réu, que nunca mais poderá ser processado por esse fato.
Resposta:
Letra c, pois o réu não foi denunciado pelo tipo penal correto e não pode ser penalizado
pelo erro do MP. Além disso, ninguém poderá ser processado duas vezes pelo mesmo
fato. “Non bis in idem”. (Diferente de Risco Duplo)
O Tribunal não poderá apreciar a violência praticada.
Questão 2:
“A” foi denunciado por furto. Durante o processo, surgiu prova de que a conduta foi
praticada com violência. No prazo das alegações finais- {então não apresentou
alegações finais} (antes da reforma), o MP pediu prazo para aditar. O juiz negou e
condenou o réu por furto. O que faz o MP?
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- RITOS ANTIGOS:
Atenção: o novo Rito Ordinário é o mesmo que o Sumário, o mesmo que a primeira fase
do Tribunal do Júri e é o mesmo que o procedimento previsto na Lei de Tóxicos
(desaparecem todos os ritos especiais do CPP, mas permanecem os ritos especiais das
Leis Extravagantes):
RITO ORDINÁRIO:
(Reclusão)
Denúncia ou Queixa Recebimento Citação Interrogatório Alegações
RITO SUMÁRIO:
(Detenção- não admite regime fechado)
Denúncia ou Queixa Recebimento Citação Interrogatório Alegações
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Observação:
Se o devido processo previsto em lei não for seguido, não haverá Devido Processo
Legal.
Entretanto, se não houver prejuízo, não haverá nulidade a ser alegada. Além disso, se as
partes consentirem, elas não poderão alegar nulidade.
CRIMES DE RESPONSABILIDADE:
Extinção
/
afiançável)
\
Recebimento da Denúncia RITO ORDINÁRIO
LEI DE TÓXICOS:
Extinção
/
dias
\
Recebimento da Denúncia Citação do Réu A.I.J
|
Testemunhas de Acusação
Testemunhas de Defesa
Interrogatório
Debates Orais
Sentença em Audiência
- RITOS NOVOS:
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JUIZADOS ESPECIAIS:
_ Nos Juizados Especiais houve ou não afronta ao Princípio do Devido Processo
Legal na Lei 9099/95, tendo em vista a Transação Penal?
- 1ª corrente: A transação não viola o Devido Processo Legal, pois seria uma exceção ao
mesmo, uma vez que é a própria Constituição no art. 98, I, que determina a criação dos
juizados especiais. Então, seria uma exceção trazida pela própria Constituição.
Os juízes perceberam que a pena pecuniária, multa, não cumpria a função de
ressocializar. Então, tiveram a idéia de transformar a pena pecuniária em cestas básicas,
devendo ser entregue diretamente à sociedade.
Essa foi a 1ª posição a surgir, porém, não é a majoritária.
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- Direito de presença:
O direito de presença é o direito de estar presente em todas as audiências.
O réu tem direito de estar fisicamente presente em todos os atos processuais.
Importante ressaltar que conforme o art. 217 do CPP “Se o juiz verificar que a
presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à
testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a
inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará
a retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor”:
Nesse caso, haverá mitigação do direito de presença do réu. No entanto, essa mitigação
ocorre somente no momento da oitiva da testemunha, pois o réu, na hipótese descrita no
artigo, só será retirado da sala de audiência no momento do depoimento da mesma,
depois ele retornará a sala de audiência.
A Autodefesa é para o réu disponível, pois este tem direito ao silêncio e o direito
de não produzir provas em seu prejuízo.
No entanto, para o juízo, a autodefesa é indisponível.
Já o direito à defesa técnica é indisponível para ambos. (para o réu e para o juízo, o bem
jurídico é absolutamente indisponível para o próprio Estado).
A Defesa Técnica é a defesa feita por um advogado em busca da liberdade do
réu. Em razão do Estado tutelar a liberdade do réu, para ambos (juiz e réu), a Defesa
Técnica é indisponível.
A Defesa Técnica tem, portanto, que ser efetiva (defesa efetiva é diferente de defesa
eficaz; defesa eficaz significa obter êxito, defesa efetiva significa que o advogado tem
que ter o mínimo de conhecimento necessário para utilizar os mecanismos corretos para
a defesa do réu).
O advogado deve efetivamente tutelar a defesa do réu. Se o juiz entender que o
advogado não tem condições de patrocinar a defesa do réu, poderá destituir o advogado
sem o intimar previamente e intimará o réu para constituir outro procurador; ainda que o
réu queira não poderá constituir o mesmo procurador que foi destituído pelo juiz. Isso,
em virtude da ampla defesa. Se o réu nada fizer, o juiz nomeará defensor público ou
advogado dativo.
Se a Ampla Defesa e a Defesa Técnica são para a proteção do réu, há
preocupação com a citação do mesmo, então:
Atualmente, existe a possibilidade de citação ficta por hora certa do réu, no processo
penal. Antes a única forma de citação ficta permitida pela lei era a citação por edital
(para aquele que esta se ocultando para não ser citado).
Há preocupação do entendimento subjeto do oficial de justiça, diante de determinada
circunstância.
- Citação Pessoal:
1- Se o réu foi citado, compareceu à audiência e falou sobre o fato, ainda que tenha
mentido, ele usou da autodefesa (direito à audiência e direito de presença).
O réu só não pode mentir e não pode silenciar em duas hipóteses:
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Observação:
Se o réu não responder à pergunta a ele dirigida, essa pergunta não poderá ser
consignada em ata, pois prejudicaria o réu.
3- Citado para o interrogatório não apareceu, será revel, isto é, não será intimado dos
próximos atos, pois aqui abriu mão da autodefesa.
O advogado será intimado e poderá proceder a defesa normalmente.
QUESTÕES:
Questão1:
_ A nova redação do art. 186 do CPP preservou o direito ao silêncio?
A nova redação do art. 186 do CPP prejudicou o direito ao silêncio. Antes da alteração
trazida pela Lei 10.792/03, parte do art. 186 era inconstitucional, mas os juízes liam o
artigo por inteiro para o réu (“o silêncio do réu poderá ser interpretado em prejuízo da
defesa”), no momento do interrogatório, causando nulidade do mesmo, beneficiando o
réu, já que vários processos eram declarados nulos.
No entanto, a nova redação do parágrafo único do artigo alerta o juiz que “O silêncio
não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa”, evitando que o juiz condene o réu
por ter permanecido em silêncio no interrogatório.
Questão 2:
_ Se o réu for revel, o juiz deve decretar sua prisão?
Ao ser revel, o réu está utilizando de um direito que é dele. Por isso, ele não poderá ser
prejudicado por utilizar desse direito. Então, o simples fato do réu ser revel não enseja a
decretação de sua prisão.
Observação:
Geralmente, o réu é preso nesse momento porque fugiu e não simplesmente por ser
revel.
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Mas, ainda assim, se o réu comparecer, ele terá o direito de ser ouvido e passará a ser
intimado de todos os atos processuais.
Caso o processo esteja em trâmite na 2ª instância, a posição majoritária é no sentido de
que o juiz de 1º grau é quem irá ouvi-lo (não será um membro do Tribunal), mas os
autos permanecem na 2º instância.
Se o réu antecipadamente informar ao juiz que não quer comparecer nos atos
processuais, ele não será revel e continuará sendo intimado para os demais atos
processuais, apenas estará dispensado de estar lá.
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conduzido sem saber de nada sobre o processo e sobre a audiência a ser realizada e
sobre a denúncia, pois, não foi instruído por um advogado.
Conforme o Art. 580 do CPP “A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou
notificação estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-
se, embora declare que o faz para o único fim de argüi-la. O juiz ordenará, todavia, a
suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a irregularidade poderá
prejudicar direito da parte”.
Atenção:
O correto é ler o artigo da seguinte forma: “A falta ou o vício na citação será
respectivamente suprida ou sanado, e por isso não vai haver nulidade”.
Isso, pois, a falta só pode ser suprida e não sanada e para haver nulidade ela deve ser
declarada.
Sobre essa matéria, na prova da defensoria pública, deve-se sustentar o
adiamento do ato, uma vez que o réu tem direito à autodefesa, portanto, ele tem direito
de escolher o seu advogado.
Na prova do Ministério Público e da Magistratura, deve-se sustentar
continuidade do ato, tendo em vista que o réu poderá ser interrogado novamente e
constituir um advogado de sua preferência, portanto, não haverá prejuízo para o réu.
A Lei 11719 coloca o interrogatório como último ato, pois ocorre na AIJ.
A defesa preliminar (peça de mérito) tem prazo de dez dias, trata-se de defesa técnica,
que é indisponível. Sendo assim, o réu não pode ficar sem a defesa preliminar. Se o
advogado não apresentá-la, o juiz deverá nomear defensor público, e se este não
apresentar no prazo de dez dias, deverá apresentar posteriormente.
Hoje, para o réu ser revel, ele terá que deixar de comparecer à AIJ – uma vez que atinge
a autodefesa.
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2ª corrente:
O prazo máximo de prescrição no país é de 20 anos, então, a prescrição deveria ser no
máximo por 20 anos.
3ª corrente:
É a corrente doutrinária majoritária – deve-se manter suspenso o processo e o prazo
prescricional pelo tempo de prescrição previsto para o crime, de acordo com o art. 109
do CP.
Mas, não há decisões sobre a matéria. Dentro de um ano, o STF apenas proferiu uma
decisão (um acórdão), dizendo que o prazo de suspensão é indeterminado, portanto,
devem ser acompanhadas as decisões do STF.
Crítica: Essa decisão gera crime imprescritível.
Em prova objetiva de concurso, deve ser adotada a posição majoritária. Em prova
subjetiva de concurso deve ser adotado o posicionamento do STF.
- No Tribunal do Júri:
O procedimento do Júri mudou e a reforma feita acabou com a plenitude de
defesa, pois o réu não precisa estar presente no dia do Júri (a autodefesa é disponível
para o réu, e se ele não compareceu no dia do julgamento, não haverá problemas. No
entanto, o seu advogado deve estar presente, pois a defesa técnica é indisponível).
Obs: a plenitude de defesa só existia no Júri.
O suposto autor de crime afiançável já podia ser julgado sem estar presente (chamado
julgamento de “cadeira vazia”, em virtude da ausência do réu), isso foi estendido ao
crime inafiançável.
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QUESTÃO:
_Quais são os efeitos da presunção de inocência?
1- É uma regra de tratamento;
2- Toda prisão anterior ao transito em julgado é considerada cautelar;
3- Ônus da prova;
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Ocorre que muitos autores defendem que o princípio da presunção de inocência altera a
distribuição do ônus da prova. Uma vez que o réu é presumidamente inocente, o ônus da
prova seria da acusação (a acusação teria que provar o que alegou, assim como que as
alegações do réu são inverídicas).
Os fatos constitutivos do direito do Estado de punir alguém por praticar conduta
tipificada como crime são aqueles descritos na denúncia ou na queixa. Esses fatos
representam a imputação.
Os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito de punir alegados pelo réu
não precisam ser provados por ele (Antigamente, o réu tinha que provar o que alegou).
Esses fatos são mencionados para implantar dúvida e uma possível absolvição (in dubio
pro).
Se o Ministério Público já tinha que provar o fato constitutivo do direito de punir do
Estado, conseguindo provar, ele desconstitui (derruba) todas as alegações do réu.
Então, não houve inversão do ônus da prova propriamente. Pois, se o MP não conseguir
provar o que alegou, o réu não será condenado. O MP não tem que provar nada além do
que já deveria provar desde o início do processo, com a denúncia.
A presunção de inocência somente aumenta a probabilidade de absolvição do réu por
insuficiência de provas.
Mas, se o réu quiser uma sentença absolutória constando que ele não é o autor do fato,
deverá produzir provas nesse sentido (o ônus da prova incumbe a quem alega).
Observação:
Não há “in dubio pro reo” no Tribunal do Júri: Na primeira fase, o juiz atua pro
societate, pois o verdadeiro juiz natural é o Júri. Então, se houver dúvida sobre a
inocência do réu, o juiz deve pronunciar para que não haja usurpação da competência do
Júri. Na segunda fase, não há “in dubio pro reo”, uma vez que as perguntas e as
respostas da quesitação são diretas, não há margem para dúvidas. O Júri julga com
“Livre Convicção”, ele não fundamenta sua decisão.
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transitado em julgado), mas não suspende os efeitos do art. 393, I, CPP (prisão
cautelar), ver art. 597 do CPP.
Então, se após a sentença o réu continua solto, não significa que o réu não tenha
apelado, mas sim que o juiz, na sentença, portanto, antes da interposição de recurso, não
decretou a prisão. Da prisão cautelar cabe a impetração de “habeas corpus” e não
apelação.
Dessa forma, tem-se que a prisão é diferente da condenação.
O efeito suspensivo da apelação não afeta em nada na prisão ou na liberdade do réu.
O Recurso Extraordinário e o Recurso Especial não têm efeito suspensivo, nesse caso,
tal qual no processo civil, poderia haver a execução provisória da sentença.
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iuris” e o “periculum im mora” característicos de uma cautelar. Não teria mais perigo da
demora porque a tutela jurisdicional já foi prestada embora possa ser reformada. Essa
medida já seria mais benéfica para o condenado porque esse indivíduo já faria jus a
aplicação dos benefícios).
Para o STF e o STJ: “A presunção de não culpabilidade não impede a execução
provisória da sentença”.
STF e STJ, portanto, defendem que é Prisão Cautelar.
* Argumento Legal:
O art. 105 da LEP derrogou o 669, I do CPP.
Para quem defende a execução provisória não há incompatibilidade entre os dois.
* Argumento da Execução provisória:
A prisão após a sentença não seria uma cautelar, pois, os pressupostos da cautelar já
teriam desaparecido.
Essa afirmação serve como lição na hora de fazer qualquer leitura. Nem sempre
o que visualizamos à primeira vista e o que realmente é.
A prisão antes da sentença condenatória, mas, após o transito em julgado, em função da
presunção de inocência é uma prisão cautelar. Embora ela seja uma prisão cautelar os
benefícios da lei de execuções penais são aplicáveis é isso que está escrito.
O que essa frase (afirmação) quer dizer é que a presunção de inocência faz com que a
prisão seja cautelar. Mas caso ele esteja preso e já faça jus ao livramento condicional,
progressão de regime etc., vai ter o direito de receber.
O fato de ser presumidamente inocente não pode impedir que ele receba estes
benefícios.
Observações:
_ O que deve prevalecer: eventual presença ou ausência de efeitos suspensivos para o
recurso ou o Princípio constitucional da presunção de inocência?
Deve prevalecer o princípio constitucional da presunção da inocência. Não se pode
dizer que o indivíduo está cumprimento pena antes do trânsito em julgado, mas, ele não
pode ser prejudicado por uma garantia que ele próprio possui. Por esses motivos, ainda
que se considere natureza cautelar da prisão, os beneficio são aplicáveis; desde que não
tenha chance da pena subir.
_ Qual a função da discussão da natureza de execução provisória da pena ou cautelar?
Trata-se de uma divergência doutrinária (teórica), pois na prática não há diferença da
natureza jurídica dessa prisão, uma vez que a LEP estende os benefícios ao preso
provisório, em seu artigo 2°.
_ Se indivíduo está preso, se mantém preso ou não?
A discussão do art. 393, I, CPP, não preocupou em relatar os efeitos básicos de uma
sentença condenatória. Ele não diz, por exemplo, que a sentença esgota a jurisdição de
1° grau. A lei se preocupa com efeitos “plus” que irão diferenciar o direito processual
penal dos outros ramos de direito.
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Solto e preso do artigo não são solto e preso de fato, mas sim de direito. Se o indivíduo
está solto é porque tem o direito de estar solto demonstrando assim que não estão
presentes os requisitos da prisão preventiva.
Os juízes tradicionalmente em relação ao art.594 entendiam: O réu não poderá
apelar sem apresentar-se a prisão e prestar fiança. Essa atitude cerceia a defesa, viola do
duplo grau de jurisdição, viola a presunção de inocência. Até 01 ano e meio ou 2 anos
atrás era outro posicionamento.
Desde 1988 todos os tribunais inferiores até o STJ entendiam que essa questão do réu
não poder apelar era um absurdo, que viola do duplo grau de jurisdição, viola a
presunção de inocência. Portanto este dispositivo do CPC cerceava a defesa e, portanto
não tinha sido recepcionado pela Constituição.
A posição do supremo até dois anos atrás era de que era um requisito de admissibilidade
para o recurso de apelação o recolhimento do réu ao cárcere.
Na verdade o Estado deveria se impor e prender o indivíduo, e não esperar que ele se
recolha a prisão para que sua apelação seja recebida. A tentativa de tentar buscar a
liberdade é um recurso humano, não pode, o réu, ser punido por isso.
No art. 595 se a pessoa fugisse depois da apelação o recurso seria julgado deserto.
O Supremo há 2 anos atrás mudou de idéia e confirmou que este dispositivo não havia
sido recepcionado. Assim o entendimento hoje o réu não precisa se recolher para apelar.
A partir da análise do art.594 surgiam 6 hipóteses para o réu:
1. Primário de bons antecedentes afiançável: réu responde solto
2. Primário de bons antecedentes inafiançável: réu responde solto
3. Primário de maus antecedentes afiançável: réu responde solto
4. Reincidente de maus antecedentes afiançável: réu responde solto
5. Primário de maus antecedentes inafiançável : réu responde Preso
6. Reincidente de maus antecedentes crime inafiançável: réu responde Preso
Então, hoje, o juiz só pode decretar a prisão ou manter a prisão do réu na sentença penal
condenatória se presentes os requisitos da prisão preventiva (art. 312 do CPP). Se esse
não for o motivo da prisão, ela será ilegal.
(Leitura e remissão ao artigo 387 com redação nova da lei 11.719/08).
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O Recurso Extraordinário e o Recurso Especial não têm efeito suspensivo, nesse caso,
como já dito, portanto, tal qual no processo civil, poderia haver a execução provisória
da sentença.
Se o Recurso Especial e o Recurso Extraordinário forem recebidos, deve-se retirar a
cópia dos mesmos e pedir que se atribua efeito suspensivo através de uma Cautelar
Inonimada. O recebimento do recurso demonstra possibilidade de mudança assim,
“fumus boni iuris” e o “periculum in mora” estão demonstrados. Ou poderá fazer uso do
Habeas Corpus que pode demorar, pois só parecer do MP demora 20 dias.
Observação:
A questão das varas especializadas está sendo motivo de várias discussões em
tribunais superiores. Se essas varas não estariam criando um juiz perseguidor.
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O Tribunal do Júri é uma garantia constitucional de que o infrator será julgado pela
sociedade dentro do contesto social em que ele praticou aquela conduta, para que
população diga que se no lugar do infrator não faria a mesma coisa.
No entanto, se a sociedade já tiver opinião formada sobre o caso que irá ao júri popular,
no sentido de condenar ou absolver o réu, antes mesmo do júri ocorrer, estará havendo
parcialidade dos jurados. Nesse caso, para garantir imparcialidade dos jurados poderá
haver o desaforamento.
O desaforamento pode ser requerido por qualquer das partes ou pelo juízo ao Tribunal,
diante de clara parcialidade da população em determinado caso. O Tribunal de Justiça,
para deferir o desaforamento, deverá ouvir a defesa. O correto é que o desaforamento
ocorra para uma das comarcas vizinhas, exceto se lá também houver parcialidade da
população. No caso de não ir para comarca vizinha e necessária fundamentação.
O desaforamento é uma indicação do tribunal daquele juízo que irá julgar a causa, para
garantir a imparcialidade, que é finalidade do princípio do juiz natural. Por isso, o
desaforamento não afronta o princípio do juiz natural. O juiz e o promotor serão outros,
ou seja, serão os da comarca que o caso será julgado.
Exemplo:
O caso do vereador de Rezende.
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representá-lo. Então, devido a esse motivo, alguns doutrinadores entendem que não é
possível o princípio do promotor natural.
O STJ entende que há o princípio do promotor natural por analogia ao princípio do juiz
natural, portanto, deve ser entendido e respeitado como princípio constitucional, sob
pena de nulidade.
O STF em recente decisão entendeu que o princípio é infraconstitucional e não há
problemas na indicação de um membro para representar o MP, pois ele é uno. Não
podendo ser comparado ao princípio do Juiz Natural.
Nas provas de concurso, a posição que deve ser adotada é a seguinte:
- prova do MP: posição do STJ;
- prova de PGR: posição do STF;
- prova da Magistratura: devem ser apresentadas as duas correntes;
- prova da Defensoria Pública: posição do STJ.
QUESTÃO:
Discorra sobre o princípio da legalidade no Direito Penal substantivo e adjetivo.
Mencione se a legalidade foi respeitada no ECA
O Devido Processo Legal (LEGALIDADE) é o processo previsto em lei com
observância aos princípios e às regras da matéria, ex: rito do procedimento - um crime
punido com reclusão deve adotar o procedimento ordinário, se for adotado
procedimento sumário não haverá devido processo legal, pois estará sendo violado o
processo previsto em lei, exceto se não houver prejuízo.
Direito penal substantivo é o Direito Material Penal.
Direito penal adjetivo é o Direito Processual Penal.
O princípio da legalidade é sinônimo de devido processo legal no Direito Processual
Penal, ou seja, no Direito penal adjetivo.
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Observação:
O processo penal começou a admitir a verdade ficta com a transação penal nos Juizados
Especiais criminais. Por isso, hoje, há uma flagrante mitigação da verdade real no
processo penal, pois a transação penal abre margem para a verdade ficta.
QUESTÃO:
_ Quais são os limites para a Verdade Real, no Processo Penal Brasileiro?
1. Transação Penal (homologa-se o acordo e pronto) é mais uma mitigação!!!!
2. Vedação de revisão criminal contra o réu; (será somente a favor do réu)
3. Inadmissibilidade das provas ilícitas;
4. Juizado Especial e a transação penal (mitigação da verdade real).
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Resposta:
O candidato deveria responder:
Doutor; como promotor de justiça, não é minha função admitir ou não a juntada da
carta, isso é função do juiz.
Como promotor poderia opinar a favor ou contra a juntada.
- se o candidato desejar opinar contra:
Deverá sustentar o que diz Frederico Marques.
- se o candidato desejar opinar a favor:
Deverá argumentar contra Frederico Marques.
Ele escreveu o texto antes da Constituição de 1988; o Brasil era católico na época. Hoje
vigora no Brasil a liberdade dos meios de prova e as exceções previstas são as provas
ilícitas e ilegítimas.
Atualmente existe um projeto de lei tramitando no congresso para incluir no CPP a
vedação expressa às cartas psicografadas.
QUESTÃO:
_É possível admitir a carta psicografada? E possível valorar a carta psicografada?
A carta psicografada, em virtude da liberdade dos meios de provas, não é uma prova
ilegal, pois não é proibida por lei, portanto poderia ser admitida. Para fundamentar que a
carta psicografada não é prova permitida, até que sobrevenha a lei vedando tal prova,
deve ser adotado o posicionamento de Frederico Marques, em que atos de fé não são
prováveis, sendo dessa forma prova proibida.
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É importante observar que há uma mitigação na expressão “prova ilícita”, por isso, é
necessário ver acórdãos sempre.
1- Interceptação Telefônica:
Um terceiro, estranho aos interlocutores, ouvindo e provavelmente gravando conversas.
Sem que os interlocutores saibam que estão sendo ouvidos.
- Requisitos da Interceptação Telefônica:
1. Só pode ser autorizada em procedimentos criminais;
2. Em crimes punidos com reclusão;
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2- Escuta Telefônica:
Um dos interlocutores sabe que existe um terceiro ouvindo e gravando. Assim, a
gravação é autorizada por um dos interlocutores. Essa atitude não dispensa a
autorização do outro.
A escuta está normalmente associada a extorsão mediante seqüestro.
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6- Quebra de Sigilo:
Primeiramente é importante saber que a Quebra de Sigilo e a Interceptação são figuras
diferentes.
A Interceptação é autorizada para frente, atinge o futuro, e se tem acesso aos conteúdos,
enquanto a Quebra de Sigilo é autorizada para trás, ou seja, atinge o passado, é o acesso
aos dados, mas não ao conteúdo.
Na Quebra de Sigilo a pessoa tem acesso aos números em que o indivíduo telefonou,
qual a data, horário e tempo de duração da ligação. Não tem como saber o que ele disse
com o outro interlocutor.
A Interceptação é reserva jurisdicional. A violação a direitos na interceptação e muito
maior que na quebra. Na quebra o indivíduo nunca teve sigilo absoluto. A pessoa que
trabalha na companhia telefônica; o gerente do banco, a receita federal etc.tiveram
acesso a esses dados.
Os membros do MP e CPI podem requisitar documentos (à Receita Federal, companhia
telefônica) quando entender conveniente. Só pode requisitar estes documentos porque
não há reserva jurisdicional.
- Requisitos da Interceptação Telefônica:
Observações:
_ É possível quebra de e-mail? Mensagem celular?Msn?
A carta tecnicamente tem sigilo absoluto. Embora nenhum direito seja absoluto,
todos eles podem ser ponderados. Assim, o Juiz não pode usar apreensão de carta.
Importante saber que carta aberta é documento. Carta fechada é inviolável.
Os Juízes escrevem no mandado de busca e apreensão descrevendo os documentos e no
final vem especificando, exceto cartas fechadas. O CPP permite, mas esta prevalência
não pode se sobrepor à Constituição.
O e-mail pode ser considerado uma evolução da carta e da telefonia. O problema
e que “quebra” atinge o passado, mas não atinge conteúdo. O provedor criptografa e
guarda a mensagem. Quando o juiz autoriza a quebra o provedor informa para quem
você mandou o e-mail, dia e hora juntamente com o conteúdo.
O grande problema é a questão da pedofilia. Para investigar este tipo de crime e
necessário saber o conteúdo; pois só os dados e destinatário não provam a pedofilia.
E-mail salvo no computador é considerado documento (carta aberta).
A posição majoritária entende que pode quebrar, pois a lei de telecomunicações se
refere à telefonia e a telemática (situação em que se enquadraria o e-mail).
A doutrina minoritária baseia-se no direito constitucional de inviolabilidade do
domicílio.
_ A Interceptação é prova, meio ou vestígio?
E o meio através do qual você ouve as conversas.
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Exemplo:
2- Proporcionalidade:
O grande defensor dessa teoria é José Carlos Barbosa Moreira. Essa
proporcionalidade de Barbosa Moreira não é a proporcionalidade da Constituição
Federal de 1988 (ponderação de interesses).
Para Barbosa Moreira, a Constituição Federal de 1988 proíbe realmente as provas
obtidas por meios ilícitos, mas nada diz sobre as provas ilícitas por derivação. Então, ele
diz que deve ser feita uma análise da proporcionalidade dos bens jurídicos violados, ex:
a prova obtida por meio ilícito para provar o crime de tráfico e o próprio crime de
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tráfico: _O que viola mais gravemente um bem jurídico penalmente protegido? Para ele
é o crime de tráfico.
Dessa forma, o crime de tráfico merece maior reprimenda por parte do Estado do que a
obtenção da prova por meio ilícito, uma vez que o direito da sociedade prevalece sobre
o direito individual. Então, o sujeito responderia pelo crime, pois apesar de Barbosa
Moreira não admitir a prova obtida por meio ilícito, para ele é possível a utilização das
provas ilícitas por derivação.
Em resposta a essa teoria, o STF diz que se fosse observada a proporcionalidade de bens
jurídicos apresentada por Barbosa Moreira, a liberdade prevaleceria e ninguém poderia
ser preso.
# CASOS CONCRETOS:
- Provas absolutamente independentes e fatos incomunicáveis:
QUESTÃO:
A apreensão de fitas de vídeo dentro de um consultório médico, que não é
domicílio, sem autorização judicial, que comprovam que o médico abusava sexualmente
de menores é:
a) ...
b) ...
c) Equiparável a uma escuta telefônica operada pelos policiais sem autorização judicial,
numa extorsão mediante seqüestro.
d) Prova ilícita
Resposta: D
(Temos que saber que consultório médico é domicílio, ainda que a questão diga que não
é!)
Atualmente, simplesmente ter as fitas (armazenar) é crime! (art.241, B, ECA)
A resposta não é letra “c”, na interceptação, viola-se o sigilo de todos os
interlocutores da conversa. Na escuta telefônica, um interlocutor sabe da escuta e
autorizou a gravação, mas além do consentimento de um dos interlocutores, deve haver
autorização judicial, pois o sigilo do outro interlocutor está sendo violado.
Mas, no caso da extorsão mediante seqüestro, a escuta é válida, pois há a ponderação de
interesses (violação do sigilo das comunicações telefônicas do seqüestrador X liberdade
da vítima – ponderação de direito individual frente a outro direito individual),
prevalecendo o direito individual da liberdade da vítima.
Além disso, a polícia está utilizando o grampo telefônico para libertar a vítima e não
para prender o seqüestrador.
Mais um argumento seria o flagrante delito do seqüestrador (crime permanente).
Mesmo nesse caso a autorização judicial deverá ser buscada posteriormente.
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Na questão, o grampo não está sendo utilizado para salvar as crianças e sim para
prender o infrator. No caso, não há crime, pois a questão não disse que o médico estava
veiculando as fitas (possuir as fitas não é crime). Então, será necessário mandado de
busca e apreensão para apreender as fitas, por isso a prova é ilícita (essa é a posição
majoritária).
Para a prova do Ministério Público, a prova seria lícita, conforme a Teoria da
Proporcionalidade de Barbosa Moreira.
- Conexão:
Num mandado de busca “fechado”, o objeto que encontrei tem nexo vinculante ao que
fui buscar.
O mandado de busca e apreensão deve ser bem detalhado, mas se ao cumprir o mandado
for encontrado objeto conexo com aquele descrito no mandão a ser cumprido, ele
também deverá ser apreendido.
Dessa forma, se em uma conversa telefônica interceptada for verificada a existência de
outros crimes, havendo conexão entre as infrações (a interceptada e a conexa a ela),
mesmo se uma for infração de reclusão e a outra infração for de detenção, a apuração da
infração conexa poderá ser realizada na mesma investigação.
- Caso Fortuito:
O objeto que fui buscar é encontrado, e encontro ainda outros objetos de outros crimes
que não tem nenhuma conexão.
Se o crime verificado na interceptação não for conexo ao crime apurado pela
interceptação telefônica, deverá ser aberta outra investigação, pois se trata de infração
apurada por caso fortuito, devendo, portanto, ser expedido novo mandado de busca e
apreensão da prova obtida, exceto se houver flagrante (interceptação em tempo real).
Nesses casos não há ilícito, pois a interceptação foi autorizada judicialmente.
Essa matéria abrange áudio e vídeo, se autorizados judicialmente, a prova será lícita.
- Inevitabilidade do Encontro:
“A” é indiciado em um inquérito policial que apura o crime de homicídio. A
polícia não encontrou a arma do crime. “C” entra na casa de “A” e pratica um furto,
dentre a “res furtiva” está a arma. Ao sair da casa de “A”, “C” é preso em flagrante pelo
furto e a “res” é apreendida pela polícia.
A arma em relação a “A” é prova ilícita por derivação.
O Estado não pode utilizar de provas obtidas por meios ilícitos, não importa
quem praticou o ilícito (Estado ou particular). A arma estava dentro da casa de “A”
(asilo inviolável) e foi obtida por “C” através de meio ilícito (violação do asilo
inviolável, resguardado constitucionalmente). A polícia obteve a arma de forma lícita
(prisão em flagrante de “C”), mas a prova (arma) foi obtida por “C” através de meio
ilícito. Portanto, a prova obtida pelos policiais é prova ilícita por derivação. A prova
(arma) que seria lícita foi contaminada pela violação de domicílio de “A”.
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Exemplos:
• Glória Trevi:
Glória Trevi estava grávida e teve que se submeter ao exame de DNA
(resguardada pelo pacto de São José da Costa Rica - direito individual de não fazer
prova contra si mesma) para saber quem era o pai do filho, uma vez que ela disse ter
sido vítima de estupro dentro da carceragem e todos os homens que ali trabalhavam
seriam suspeitos de estupro e de ser o pai da criança (direito individual coletivo de não
serem acusados de estupro e de saberem quem era o pai da criança).
O direito individual de liberdade do grupo de policiais (grupo determinado) prevalece
sobre o direito individual de Glória Trevi.
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O exame não tem um valor probante maior que as outras provas. O código dispõe:
São espécies de prova:
- exame de corpo de delito e outras perícias;
- o interrogatório;
- a confissão;
- as perguntas ao ofendido;
- a prova testemunhal;
- a acareação;
- dos documentos;
- da busca e apreensão (medida cautelar).
Problema:
Tem-se 2 réus acusados do mesmo crime, co-autoria, no Tribunal do Júri, mas
são julgados separadamente (o principal motivo de separação são as recusas, as recusas
motivadas não tem limite para garantir a imparcialidade, as imotivadas ou peremptórias
podem apenas ser 3, para cada parte)
O réu “A” foi absolvido por negativa de autoria, o réu “B”, julgado depois, é absolvido
pelos jurados pelo mesmo motivo (5 a 2).
O Ministério Público apela argüindo nulidade, pois verificou que um dos jurados
presentes no julgamento também participara do primeiro julgamento (estava impedido)
_ Qual a principal tese de defesa?
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Este jurado seria “não determinante”, uma vez que mesmo que este tivesse votado
seriam 4 a 3.
Hoje se foi absolvido não necessita dessa tese. Se, no entanto, foi considerado
culpado se fará a nulidade.
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INQUÉRITO POLICIAL:
- Dos Indícios
Ao delegado não e possível limitar antecipadamente qual vai ser sua linha de
investigação. O delegado não colhe provas, mas sim indícios.
Indício é uma presunção sem certeza.
O artigo 6°CPP, é um rol exemplificativo para o delegado; este baseia-se na sua
discricionariedade.
Além disso, a ordem de atos apresentada no artigo não precisa ser seguida.
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial
deverá:
I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação
das coisas, até a chegada dos peritos criminais;
II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos
criminais;
III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
IV – ouvir o ofendido;
V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo
III do Título VII, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas
testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura;
c Arts. 185 a 196 deste Código.
VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer
outras perícias;
VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e
fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
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O inquérito não é “formal” como procedimento, sendo sua forma pré-definida pela lei.
Pode o delegado alterar a ordem e a forma de colheita dos indícios.
O inquérito policial é formal (escrito) à medida que o delegado deve seguir as
formalidades legais, ex: o inquérito policial é escrito, o delegado deve rubricar todas as
suas folhas. Isso não significa rito procedimental rígido.
Não há nulidades na fase de inquérito, pois não se aplica a Teoria das Nulidades no
Inquérito Policial.
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QUESTÃO:
_ Qual o único ato de natureza jurisdicional praticado pelo delegado?
É a Lavratura do auto de prisão em flagrante.
Neste momento, o convencimento do delegado “impera”. A posição do delegado faz jus
se o indivíduo vai permanecer preso ou ser beneficiado pela liberdade provisória.
- §1° :
Se em 24 horas o indivíduo não apresentar advogado, a Defensoria Pública deve ser
notificada em 24 horas sob pena de ilegalidade da prisão.
- Artigo 304:
Antigamente a lavratura era concomitante às oitivas das testemunhas. A mudança fez
com que o juiz tenha a obrigação de ouvir todos, e somente após a oitiva lavrar o auto.
Assim, é possível um indivíduo ser capturado e não ser autuado, quando o delegado
verificar que não e caso de prisão em fragrante.
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Após a lavratura do auto só o juiz pode relaxar a prisão. O artigo 304 foi uma solução
para o flagrante forjado.
**A lei de drogas dispõe que o usuário não pode ser preso em fragrante. A prisão possui
3 fases como relatado anteriormente; a grande discussão é:
_ É ou não possível capturar e levar o indivíduo para delegacia?
A captura é uma das fases da prisão; mas se o usuário se recusar a ir a delegacia para
assinar TCO, a lei afirma que ele não pode ser preso.
A posição majoritária da doutrina afirma que não e vedada a prisão captura.
- Investigação Direta:
O inquérito seria realizado pelo MP e não pela polícia.
Essa investigação ocorreria devido ao envolvimento da polícia nos crimes investigados.
Na Investigação Direta, o MP trabalha diretamente com o delegado de polícia para
agilizar os casos (Promotor de Investigação). No entanto, o membro do MP que
acompanhou a investigação não é o mesmo que acompanhará o processo.
Mas, a polícia não é subordinada ao MP, apesar do delegado não ter discricionariedade.
Ou seja, o delegado de polícia tem necessariamente que cumprir as requisições do MP,
sob pena de crime de prevaricação, mesmo não havendo subordinação.
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ATENÇÃO!
Ministério Público tem poder de investigação, diz Segunda Turma
A Segunda Turma do STF, em julgamento nesta terça-feira, reconheceu por unanimidade que
existe a previsão constitucional de que o Ministério Público (MP) tem poder investigatório. A
Turma analisava o Habeas Corpus (HC) 91661, referente a uma ação penal instaurada a pedido
do MP, na qual os réus são policiais acusados de imputar a outra pessoa uma contravenção ou
crime mesmo sabendo que a acusação era falsa.Segundo a relatora do HC, ministra Ellen
Gracie, é perfeitamente possível que o órgão do MP promova a coleta de determinados
elementos de prova que demonstrem a existência da autoria e materialidade de determinado
delito. “Essa conclusão não significa retirar da polícia judiciária as atribuições previstas
constitucionalmente”, poderou Ellen Gracie.Ela destacou que a questão de fundo do HC dizia
respeito à possibilidade de o MP promover procedimento administrativo de cunho investigatório
e depois ser a parte que propõe a ação penal. “Não há óbice [empecilho] a que o Ministério
Público requisite esclarecimentos ou diligencie diretamente à obtenção da prova de modo a
formar seu convencimento a respeito de determinado fato, aperfeiçoando a persecução penal”,
explicou a ministra. A relatora reconheceu a possibilidade de haver legitimidade na promoção
de atos de investigação por parte do MP. “No presente caso, os delitos descritos na denúncia
teriam sido praticados por policiais, o que também justifica a colheita dos depoimentos das
vítimas pelo MP”, acrescentou.Na mesma linha, Ellen Gracie afastou a alegação dos advogados
que impetraram o HC de que o membro do MP que tenha tomado conhecimento de fatos em
tese delituosos, ainda que por meio de oitiva de testemunhas, não poderia ser o mesmo a
oferecer a denúncia em relação a esses fatos. “Não há óbice legal”, concluiu.O HC foi denegado
por essas razões e porque outra alegação – a de que os réus apenas cumpriam ordem do
superior hierárquico – ultrapassaria os estreitos limites do habeas corpus. Isso porque envolve
necessariamente o reexame do conjunto fático probatório e o tribunal tem orientação pacífica
no sentido da incompatibilidade do HC quando houver necessidade de apurar reexame de fatos
e provas.
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Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação
com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras
circunstâncias.
(não se pode condenar com base em indícios e presunções)
Indução= leia-se dedução.
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Interdição Policial (Lei 9035/95, art.2º, II: c/c 301 e 302 CPP, e 6º, CPP)
É o nome atuação da polícia quando sabe da prática da infração penal.
São os atos da polícia, prender quando em flagrante...etc.
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A ordem deve ser denegada porque no inquérito não há ampla defesa e nem
contraditório.
(FALSA)
3. Sistemático:
A ordem de acontecimento dos fatos é considerada para a colheita de provas. Cada
diligência será realizada em função das anteriores cronologicamente.
Verifica a seqüência de atos praticados pelo delegado baseado na discricionariedade
dentro da sistematização da colheita dos fatos.
Se o delegado ao investigar um crime descobre outro poderá baixar uma portaria
para poder investigar este novo crime; desde que seja conexo. Se não forem conexos
deve iniciar um novo inquérito.
4. Unidirecional:
O objeto do inquérito é o fato determinado.
O delegado de polícia não pode investigar em um inquérito vários fatos, ele só pode
investigar um fato (fato este que poderá ser constatado crime, ou fato atípico, etc.)
Havendo mais de um fato, deverá ser instaurado mais de um inquérito policial.
6. Indisponível:
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
7. Sigiloso:
Nos termos do:
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do
fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a
autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a
instauração de inquérito contra os requerentes, salvo no caso de existir condenação
anterior.
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Ou seja, esse auto de resistência serve para garantir ao policial que a conduta dele é
lícita.
Ao lavrar o auto de resistência existirá a cognição coercitiva, o inquérito será
instaurado, ainda que seja encaminhado para o inquérito policial militar (isso é
muito importante).
- Se o sujeito foi alvejado e fugiu da polícia também deverá ser lavrado o auto de
resistência, para garantia do policial. Mas, nessa hipótese será instaurado inquérito
policial pelo crime que o sujeito tinha praticado.
A resposta dada à questão não está muito correta, uma vez que o auto de resistência
também tem o "fumus comissi delicti", mas não é da infração penal que cometia,
mas sim da resistência.
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Legenda:
(*) cognição imediata;
(**) cognição coercitiva;
(***) cognição mediata.
AÇÃO PENAL:
A Ação Penal é sempre Pública , essa é a regra, o devemos verificar é a iniciativa
(legitimidade), a exceção é a Ação Privada.
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EXCEÇÕES:
A Ação será Pública INCONDICIONADA:
- Estupro seguido de morte;
- Estupro seguido de lesão grave.
O Interesse de Agir é sempre do Estado. Em algumas situações ele transfere à
vítima a possibilidade de agir ou não.
Assim, por exemplo, quando a intimidade e a vida privada da pessoa devem ser
preservadas, por exemplo, no estupro. Quando o estupro é seguido de morte ou lesão
grave passa a ser obrigatória a investigação do MP.
Mas existem duas grandes discussões neste tema.
A primeira acontece em relação à vítima pobre no crime de estupro.
Se a vítima não fosse pobre e desejasse condenar o autor do fato poderia através de ação
privada. Se no transcorrer da ação quiser desistir, poderá a qualquer momento.
Em relação à vítima pobre, a ação passa a ser Pública condicionada a representação
sendo que a mesma, segundo a lei, só poderia desistir Antes do oferecimento da
Denúncia.
Nesta situação temos o Princípio da Isonomia violado, pois se a vítima perdoa o infrator
o MP não pode desistir do processo.
Assim, existe a figura da “Irrefragabilidade da Norma Penal”.
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Que significa que a norma penal só pode ser derrubada por norma penal. Diante disto
para alterar o dispositivo em relação à vítima pobre é necessária outra lei.
Na prática os juízes utilizam-se da tese de Funcionalismo de Roxin para evitar que o
réu, perdoado pela vítima pobre seja condenado. Baseia-se na função social do
processo.
Legitimidade para a causa, ou seja, legitimidade com pertinência subjetiva para a ação
penal.
- Súmula 608 do STF: (É o maior erro penal do STF, pois diz que o estupro é crime
complexo, prevalecendo a Ação Penal Pública Incondicionada, para a doutrina não é
crime complexo. Há um esvaziamento do conteúdo do requerimento para não soltar o
estuprador, é uma súmula de política criminal).
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Antes existia a figura do adultério hoje, não mais, sofreu Abolitio Criminis. Mas, essa
ação deve continuar no código principalmente em relação a novas situações de crime,
que o código penal deve prever. Atualmente e provavelmente futuramente a questão dos
trans-sexuais (Induzimento a Erro Essencial sobre a Pessoa - Uma pessoa que se casasse
com outra, e após o casamento percebesse que foi ludibriado em relação ao sexo
daquela pessoa).
Em 68 anos do atual código penal primeira vez que o código prevê antecipadamente
uma situação mantendo um tipo especial de ação para esta situação.
Somente o ofendido pode oferecer a queixa.
- Ação penal privada subsidiária da pública:
Essa ação é exceção ao artigo 129, I, da CR/88.
- Conceitos Anteriores:
Legitimidade Ordinária:
A Legitimidade Ordinária no Direito Penal é do Estado, mas este tem que se fazer
presente de alguma forma, essa personificação é dada ao MP. (O MP é o Estado em
Juízo).
O Legitimado, portanto é o MP.
Legitimidade Extraordinária:
Ás vezes, a legitimidade é entregue para a vítima, (legitimidade para agir), mas não tem
o Direito de Punir, que continua a ser do Estado.
O Legitimado Extraordinário é o Ofendido nas Ações Penais Privadas, mas a pretensão
punitiva continua a ser do Estado.
Legitimação Concorrente
“No Processo Penal a Legitimidade Extraordinária exclui a Ordinária”, portanto, não há
Legitimação Concorrente, diferente do Processo Civil.
Exceção:
Na Ação Penal Privada Subsidiária da Pública, onde há Legitimidade Concorrente por 6
meses.
Inquérito Policial MP (mas Não fez nada) 6 meses contados da Inércia do MP,
5 dias (preso)
15 dias (solto)
No entanto, o MP continua a ser Legitimado Ordinário, pois seus prazos são impróprios,
pode requerer o arquivamento, petição inicial, etc.
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- Decadência:
No Direito Penal é a perda do direito de ação ou perda do direito de representação.
A decadência é causa de extinção da punibilidade, mas pode haver a exceção no caso da
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública, pois ainda há o MP como Legitimado
Ordinário.
Exemplo 2:
Maria, filha de José, menor de 18 anos, foi vítima de estupro (ação penal privada), cujo
infrator era Pafúncio.
“ Maria representada por seu pai, vem oferecer queixa contra Pafúncio”.
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Exemplo 3:
Maria, filha de José, foi vítima de estupro (ação penal privada), cujo infrator era
Pafúncio. No entanto, Maria falece, pois foi atropelada.
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Problemas:
-1-
Art. 34. Se o ofendido for menor de vinte e um e maior de dezoito anos, o direito de
queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal.
Nos levava a Súmula 594, STF:
Súmula 594
OS DIREITOS DE QUEIXA E DE REPRESENTAÇÃO PODEM SER EXERCIDOS,
INDEPENDENTEMENTE, PELO OFENDIDO OU POR SEU REPRESENTANTE
LEGAL.
Com o CC de 02 o art.34, sofre uma revogação tácita.
-2-
Súmula 714- STF:
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QUESTÃO:
- Sobre a Ação Penal marque a correta:
a) Se o MP requer o arquivamento da representação o ofendido nos crimes contra o
honra do servidor no exercício da função nada poderá fazer.
b) Quando o MP requer o arquivamento da representação o ofendido nos crimes contra
a honra de servidor no exercício da função tem legitimidade para o oferecimento da
queixa.
Resposta:
Letra a
Atenção:
- A legitimidade extraordinária pode ser originária ou subsidiária a do MP. (existe ação
penal exclusiva = originária da lei, e a subsidiária do MP)
# NO DIREITO PENAL:
1 - Interesse de agir:
"Não há crime sem lei anterior que o defina".
Análise da Adequação:
- Prova da Infração do Crime;
- Indícios Suficientes de Autoria
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3 - Legitimidade de parte:
É a prova da infração que irá indicar a legitimidade ativa. São os indícios da autoria que
vão indicar a legitimidade passiva. Ex: no crime de estupro, dependerá dos indícios da
autoria (legitimidade passiva) para definirem a legitimidade ativa:
- pai estupra filha: legitimidade ativa é do MP - a ação civil pública incondicionada.
- um homem estupro uma mulher qualquer: legitimidade ativa da vítima - ação penal
privada.
Sem provas da infração e indícios suficientes da autoria não existem as condições da
ação.
Mas, existe uma quarta condição da ação (na verdade, ela é a primeira condição a ser
analisada): A Justa Causa.
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- 3ª corrente:
Essa é a corrente majoritária.
Justa causa (prova de infração e indícios suficientes de autoria, lastro ou suporte
probatório mínimo) é a quarta condição da ação e dela dependem as outras condições
(interesse de agir, legitimidade de parte e possibilidade jurídica do pedido).
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- 5ª corrente:
A Justa Causa é “qualquer coisa” que possa ou não justificar o processo.
Crítica:
Esse posicionamento deixa a Justa Causa muito subjetiva, possibilitando a absolvição
do réu sem haver processamento, por exemplo, se o juiz entender ser caso de bagatela.
(Ler o livro Justa Causa Penal Constitucional, do autor Luís Gustavo Grandinetti
Castanho de Carvalho. Este Livro diz da Proporcionalidade versus a Razoabilidade).
QUESTÃO:
São condições da Ação Penal:
a) Interesse de Agir, Legitimidade de partes e Justa Causa;
b) Interesse de Agir, Possibilidade Jurídica do Pedido e Justa Causa;
c) Legitimidade de Partes, Possibilidade Jurídica do Pedido e Justa Causa;
d) Interesse de Agir, Legitimidade de Partes e Possibilidade Jurídica do Pedido.
e) Justa Causa.
Resposta: Letra e.
- Incomunicabilidade do Preso:
_ No inquérito policial, é possível a incomunicabilidade do peso? O inquérito deve ser
sigiloso?
É impossível a incomunicabilidade do preso no inquérito policial. Essa é posição
majoritária, pois a Constituição Federal de 1988 veda a incomunicabilidade do preso no
Estado de necessidade e no Estado de sítio. Então, é entendimento majoritário que
também é vedada no Estado democrático de direito.
A posição minoritária diz que é vedada a incomunicabilidade do preso apenas no Estado
de defesa e no Estado de sítio, sendo permitida no Estado democrático de direito.
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Respondendo a segunda proposição, o inquérito não deve ser sigiloso, ele pode ser
sigiloso.
Mas, o inquérito pode ficar sigiloso para todos, inclusive para o advogado de defesa
para não atrapalhar as investigações, por exemplo, no caso da interceptação telefônica,
sendo que o sigilo perdurar a enquanto for necessário, não há prazo determinado.
O STF diz que a partir do momento que a operação (ex: interceptação telefônica) é
deflagrada, o inquérito deixa de ser sigiloso para o advogado, não para todos somente
para o advogado.
QUESTÃO:
Sobre o inquérito marque a opção errada:
A) É possível a incomunicabilidade do preso;
E) O inquérito deve ser sigiloso.
* O candidato deve estar atento à data e ao enunciado da questão, pois não estão
querendo saber sobre a execução penal. O que está errado na questão e o “deve” deveria
ser “pode”. O advogado tem acesso ‘total’ ao inquérito, mesmo sem procuração, para
analisar se vai ou não patrocinar a causa. Esta era a alternativa menos errada.
O inquérito é sigiloso em relação ao advogado quando houver infiltração policial ou
interceptação telefônica.
*Segredo de justiça não alcança advogado, segundo informativo do STF. O advogado
vai ter acesso depois que a prova foi colhida. (gravação telefônica)
- Prazo e Arquivamento:
Dá-se o Arquivamento (Conclusão) sempre nos crimes de Ação Penal Pública.
A autoridade policial deve elaborar um relatório (peça final do inquérito- no entanto
esta é dispensável) descrevendo as providências tomadas e este será remetido ao Juiz.
Neste, a autoridade policial não deve manifestar-se acerca da prova colhida, pois ao MP
incumbe a formação da “Opinio Delicti”.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
O arquivamento do Inquérito Policial é sempre determinado pelo Juiz, em razão de
pedido do MP. (O Juiz pode arquivar de ofício, nos crimes e Ação Privada)
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária,
por falta de base (insuficiência probatória) para a denúncia, a autoridade policial
poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
Quais são as razões de Arquivamento?(art.395,CPC-as mesmas de rejeição da denúncia/queixa)
1. For manifestamente inepta;
2. Faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal;
3. Faltar justa causa para o exercício da ação penal.
Se arquivado não poderá embasar futura Ação Penal Privada Subsidiária da Pública.
Se o Juiz discordar do pedido, deverá remeter os autos ao Procurador Geral de Justiça:
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer
o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no
caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou
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Oferecer a denúncia
/
Inquérito policial MP – Devolve a Delegacia de Polícia
\
Requerer arquivamento
Se o MP oferecer a denúncia:
Recebe
/
O JUIZ - Rejeita
\
Não recebe
Se o MP requer arquivamento:
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Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o
juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
I – a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;
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A dúvida é a seguinte:
_ Vamos continuar usando só a rejeição ou a construção jurisprudencial do não
recebimento?
Poderá aparecer das duas formas na prova.
O grande problema, na verdade, era o recurso, que ficou desta forma:
- Se o juiz absolver pelos incisos, I, II e III do art. 397 será Apelação;
- Se o juiz absolver pelo inciso, IV do art.397 será Recurso em Sentido Estrito.
_ Mas e se o Juiz deixar de receber a denúncia, será rejeição ou não recebimento?
- ARQUIVAMENTO:
O arquivamento é ato administrativo complexo,(alguns dizem que é composto), pois o
MP tem que formar a "opinio delicti" e pedir o arquivamento, o juiz vai fiscalizar o
Princípio da Obrigatoriedade, uma vez que o juiz atua administrativamente, nessa
hipótese. A participação do juiz é administrativa e não judicial.
Em regra, os arquivamentos não fazem coisa julgada.
Súmula 524 Supremo: Arquivado os autos do inquérito pelo Juiz a requerimento do
MP não poderá a ação penal ser exercida sem novas provas.
No entanto, o Ministério Público Estadual entende que se surgirem provas novas poderá
haver o desarquivamento do inquérito, até porque ato administrativo não faz coisa
julgada, acompanhando a súmula 524 do STF (portanto, em prova de concurso do MP,
esse posicionamento deve ser sustentado).Essa posição e minoritária.A grande maioria
da doutrina quando o juiz concorda com o arquivamento com o MP. O arquivamento
com lastreado na atipicidade da conduta faz coisa julgada. Baseado no 397CPP(nova
redação).
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o
juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo
inimputabilidade;
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime;
IV - extinta a punibilidade do agente
• Para o MP Federal faz coisa julgada porque adota a posição do STF.
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3- Insiste no Arquivamento:
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-Desarquivamento:
Formalmente nova (nunca foi produzida, mas não traz nada distinto do que já foi encontrado)
/
Nova Prova
\
Substancialmente nova (conteúdo novo)
*Hipótese 01
Ocorreu arquivamento de um inquérito de homicídio.
Após alguns anos uma pessoa liga para delegacia e informa ao delegado que possui
informações do caso. Com essa informação a pessoa esta dando notícia de nova prova
(Artigo 18CPP).
O delegado deve mandar desarquivar para se informar do caso e saber o que perguntar.
Muitas vezes a informação que a pessoa vai fornecer não e nada novo, mas mesmo
assim o inquérito será desarquivado.
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*Hipótese 02
No mesmo exemplo acima a vítima afirma que não viu o infrator, mas somente a mão
dele. Afirma que a mão dele tinha uma tatuagem.
Neste caso tem conteúdo novo, mas não o suficiente para denunciar.
Há permissivo para a continuidade do Inquérito.
*Hipótese 03
Vi o infrator não conheço o indivíduo, mas posso fazer um retrato falado.
Ainda não e suficiente para a Denúncia.
Há permissivo para a continuidade do Inquérito.
*Hipótese 04
A vítima chega a delegacia e fala quem foi o infrator. Se essa pessoa ao invés de
comparecer a delegacia tivesse comparecido ao MP poderia só através do depoimento
oferecer denuncia independente do desarquivamento. O depoimento trás todas as
informações suficientes para denúncia. A finalidade do desarquivamento é dar
prosseguimento em sede policial.
Exemplo 1:
Inquérito Policial
(José-artigo 33, Lei 11343/06–Tóxicos- e artigo 1° lei 2252/54)
Denúncia
José
Só em relação ao crime 33, da Lei de Tóxicos
Neste exemplo, José foi preso em flagrante delito acompanhado de José, menor (17
anos). No momento que o delegado deve analisar apenas a tipicidade formal. O
delegado lavra auto de prisão por tráfico de entorpecentes e corrupção de menores. O
MP deveria ter escrito que em relação ao crime de corrupção de menores requereu o
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Exemplo 2:
Inquérito Policial
(indiciados José e João, crime X)
Neste exemplo são dois indiciados, mas a denúncia foi proferida somente em relação a
um. Em relação ao outro o MP não se manifesta. O MP não pediu novas diligências
nem requereu o arquivamento. Recebeu a denúncia somente em relação a José. Quando
recebeu a denúncia José e réu, e em relação há João?
Não houve arquivamento, nem novas diligências.
Ele está em uma enorme situação de insegurança jurídica. Considera-se que neste caso
houve um Arquivamento Implícito Subjetivo (em relação à pessoa) em relação ao João.
QUESTÃO:
_ A construção jurisprudencial que consagrou o Arquivamento Indireto é: ?
São apenas dois acórdãos, anteriores a Constituição de 88, um deles é o conflito de
competência número 12, CA 12, STF, o outro é um HC.
IP Ministério Público Federal (crime estadual) Juiz discorda PGR (art.28, CPP)
Ministério Público Estadual (crime federal) Denúncia Juiz HC STF =
Tranca a Ação Penal (Arquivamento Indireto)
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Resposta:
Integração analógica. (Questão de hermenêutica).
- RENÚNCIA:
• Ato pré-processual (Antes da Instauração do Processo)
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• Ato unilateral
• Pode ser expresso ou tácito
A vítima pode deixar de oferecer queixa ficando inerte
Na Ação Penal Privada vigora o Princípio da Disponibilidade.
Poderá a vítima dispor da pretensão através do/e também:
PERDÃO:
- Ato bilateral
Pode ser:
#Expresso (Judicial ou Extrajudicial) ou
#Tácito: Pode ser provado por qualquer meio de prova.
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova.
Art. 58. Concedido (leia-se oferecido) o perdão, mediante declaração expressa nos
autos, o querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao
mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação.
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.
Cuidado!
O aceite é tácito, o perdão é expresso.
PEREMPÇÃO:
- Ato unilateral
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Muitas vezes a dificuldade que se tem para fixar a competência é por não saber qual é o
crime e como ocorre sua consumação.
Deve-se verificar se há conexão e continência.
Após, verificar se há algum juiz prevento, ou seja, verificar a prevenção.
Por último, verifica-se a presença de prerrogativa de função. Se o réu era Juiz
de Direito, ele possui prerrogativa de função e a competência será modificada
para o Tribunal de Justiça.
* Lugar da infração:
É o primeiro critério fixador de competência a ser verificado, pois é a regra:
“A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração,
ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução”, art.
70 do CPP.
Então, a primeira hipótese é de crimes materiais, pois o art. 70 se refere aos crimes
consumados e aos crimes tentados.
- No crime consumado:
A regra é o local da consumação do crime. Essa regra é consagrada pela expressão em
latim “locus comissi delicti”.
- No crime tentado:
O lugar da infração será definido pelo local do último ato de execução.
Mas, existem duas modalidades de crimes consumados:
° Plurilocais:
É um crime que possui a ação ou omissão em um local e resultado em local distinto.
O grande problema é o crime de homicídio, pois de acordo com a lei, a competência
será definida pelo local da consumação do crime. Então, se o infrator atira na vítima em
BH e ela é levada para um hospital em Brasília e lá ela falece. Surge um grande
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problema, pois a competência seria de Brasília, uma vez que foi lá que o crime se
consumou.
Mas as provas estão todas em BH, exceto o laudo de exame cadavérico, então todo o
processo correria por meio de precatória.
- De acordo com o STJ:
Na hipótese de crimes plurilocais, deveria ser adotada a Teoria Penal da Ubiqüidade,
isto é, o local do crime pode ser o local da ação ou o local do resultado. O STJ diz que o
mais adequado seria o local do resultado, pois lá estão as provas e, portanto, seria
melhor para o exercício do contraditório, da ampla defesa, economia processual. Assim,
para o STJ a competência será definida pela prevenção entre o local da ação ou do
resultado.
- No entanto, o STF:
Diz que o posicionamento do STJ é contra a lei, pois competência é matéria processual
e não penal. Então, não poderiam ser adotadas as regras do Código Penal, mas tão
somente as regras do Código de Processo Penal. Sendo que, de acordo com o CPP, a
competência será do local da consumação do crime.
Então, para o STF a competência é “locus comissi delicti” (o local da consumação do
delito).
Em prova, se não for questionada essa divergência, deverá ser dito que a competência é
“locus comissi delicti”, adotando, portanto, a linha do STF. A matéria de competência é
de matéria processual e não penal.
Mas, os adeptos do posicionamento do STJ dizem que quando a divergência está entre o
Código Penal (artigo 6° local ação ou resultado) e o Código de Processo Penal, a
discussão não diz respeito ao STF, mas somente ao STJ, pois a Constituição não está
envolvida. Além disso, dizem que, conforme o art. 70 do CPP, “em regra” a
competência será definida pelo local da consumação do crime e se é “em regra” é
porque existe exceção.
A competência em razão do lugar é relativa, nada impede que se prorrogue. Entre as
duas posições vence o STJ.
° À distância:
Crime à distância é aquele que teve o início dos atos de execução puníveis dentro do
território nacional, mas o resultado deveria ter ocorrido fora do território nacional, ex:
Ex: “A” e “B” sacoleiras que se dirigiram ao Paraguai para compras. Em uma
desavença “A”desfere facadas em “B” que cambaleando chega ao outro lado da ponte.
A Competência será da Justiça Federal, pois, a lei diz que a competência será definida
pelo local do último ato de execução dentro do território nacional.
Então, se fosse, por exemplo, uma carta bomba, a competência seria do local onde a
carta foi postada.
O crime à distância é um crime plurilocal, porém, com a peculiaridade do estrangeiro.
> Crimes formais:
A competência será fixada pelo local que ocorreu a ação e resultado.
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/ STF \
Deputados Federais e Senadores | Presidente da República e Ministros
STJ \
| Governador (executivo) - Desembargador (judiciário)
TJ
| \
Juiz Prefeito
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O Secretário de Estado e o Deputado estadual deveriam ser julgados pelo STJ, por
simetria. Mas, a Constituição Estadual que prevê essa competência e seu limite é o
Tribunal de Justiça do Estado. Por isso, quando a Constituição Estadual prevê
prerrogativa de função para esses cargos, será para o TJ.
2- Súmula 721 do STF (esse posicionamento sempre existiu): não contrariedade à
Constituição Federal, é uma questão de hierarquia de normas. Se a Constituição Federal
estabeleceu, no seu art. 5º, que o Tribunal do Júri é o competente para julgar crimes
dolosos contra a vida, a Constituição Estadual não poderá conferir prerrogativa de
função para um cargo que ainda não possui e retirar a competência do Tribunal do Júri
passando para o Estado, por exemplo, conferindo ao Tribunal de Justiça competência
para julgar crimes dolosos contra a vida praticados pelo Secretário de Estado. Isso seria
inconstitucional, estaria contrariando o art. 56º da CR/88.
Recentemente, a jurisprudência tem entendido que Defensor público (defensor público
como instituição e não como defensor dativo) pode ter prerrogativa de função se a
Constituição Estadual lhe conferir. Até pouco tempo isso era considerado
inconstitucional, pois não há nenhum outro cargo da defensoria pública quepossui
prerrogativa de função (Defensoria pública da União não possui prerrogativa de
função). Então, embora não exista prerrogativa de função prevista na Constituição para
a defensoria pública, o entendimento recente é de que ela deve receber o mesmo
tratamento de independência, autonomia que possui o MP e como ele possui
prerrogativa de função a defensoria também deveria ter.
A prerrogativa de função que o Secretário de Estado e o Defensor público possuem
quando prevista na Constituição Estadual não abrange os crimes dolosos contra a vida,
portanto, eles continuam sendo julgados pelo Tribunal do Júri, pois a Constituição do
Estado não se sobrepõe à Constituição Federal.
No entanto, sobre o cargo de Deputados estaduais existe divergência:
Existe o posicionamento que defende que o artigo 27 da CR/88 confere todas as
imunidades e prerrogativas de garantias que são atribuídas aos Deputados
federais aos Deputados estaduais. Então, existem acórdãos inclusive nos
Tribunais Superiores dizendo que os Deputados estaduais teriam recebido
implicitamente da Constituição Federal a prerrogativa de função, com base no
art. 27 da CR/88. A Constituição Federal só não teria dito para onde seria essa
prerrogativa e caberia à Constituição Estadual definir.
Para quem defende esse posicionamento, os Deputados estaduais não perderiam
a prerrogativa de função nos crimes dolosos contra a vida e não seriam julgados
pelo Tribunal do Júri.
Mas, existe outro posicionamento defendendo que os Deputados estaduais não
possuem a prerrogativa prevista na Constituição Federal. Então, mesmo quando
a Constituição Estadual previr a prerrogativa de função, os crimes contra a vida
continuariam sendo julgados pelo Tribunal do Júri, acompanhando a súmula 721
do STF.
Diante da presença dessa súmula, é mais prudente adotar esse posicionamento.
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- CONEXÃO e CONTINÊNCIA:
Conexão:
Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
Conexão Subjetiva ou Intersubjetiva:
- Por Simultaneidade:
I – se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo,
por várias pessoas reunidas,...
- Por Concurso ou Concursal:
... ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar,...
- Por Reciprocidade:
... ou por várias pessoas, umas contra as outras;
Substituição da pena
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção
pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II - se as lesões são recíprocas.
É CONEXÃO, pois, identifica-se quem é o autor e a vítima de determinada conduta, e
cada um responde por sua conduta.
Continência:
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:
I – duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II – no caso de infração cometida nas condições previstas nos artigos 51, § 1º, 53,
segunda parte, e 54 do Código Penal.
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Rixa
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores:
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
É CONTINÊNCIA, pois, não identifica quem é o autor e a vítima.
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PRISÃO
Requisitos:
- Legitimidade;
- Pressupostos:
Fumus boni iuris (fumus comissi delict):
Prova da materialidade do crime + indícios de autoria – em sentido amplo, autoria e
participação
Periculum in mora (periculum libertatis):
: Perigo de que o réu ou o investigado prejudique a investigação, a
instrução criminal ou a fuga, fazendo com que o processo não seja
efetivo.
Devem existir ambos os pressupostos para que não se fira o “Princípio da Presunção
de Inocência”.
- Legalidade.
Questões:
_ O que é Homogeneidade das Cautelares?
_ Discorra sobre o Princípio da Proporcionalidade e as Prisões Cautelares:
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Coercitivo
...“as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja
encontrado em flagrante delito”.
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão
prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
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Art.302:
Próprio ou real
Impróprio _ Quando prender?
Presumido
3) Flagrante Presumido:
IV - é encontrado, logo depois,(aqui ele não é perseguido, e sim encontrado, e “logo
depois” é uma expressão que permite um intervalo de tempo maior) com instrumentos,
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
“Logo depois” Até 3 a 6 horas.(Não vale!!!!!!!! Vai depender do caso concreto.)
Elemento Fático;
Elemento Temporal.
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- Flagrante Esperado:
É LEGAL. Quando se sabe que o crime vai acontecer e espera-se, aqui não há
interferência no “Iter Criminis”.
Quando há interferência no “Iter Criminis”, por exemplo, tirar a bala do revólver, trocar
o veneno por substância inofensiva.
Este flagrante é ILEGAL, pois o Crime é Inexistente!!!!!! A Consumação é Impossível,
mas não é hipótese de Crime Impossível.
Questão:
Um comerciante está desconfiado de seus funcionários porque mercadorias estão
desaparecendo do estoque. Comunica e pede auxílio à polícia e policiais permanecem à
paisana no local. Em determinado momento, o comerciante chama uma d suas
funcionárias e determina que ela vá até o estoque buscar certa mercadoria, lá chegando
a moça subtrai outras e os policiais lhe dão voz de prisão. _ O flagrante é?
PREPARADO
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PRISÃO PREVENTIVA:
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- A Requerimento do MP ou Querelante
1_ Vedada a Prisão preventiva em sede de Inquérito policial;
2_ Vedada a Prisão preventiva em sede de Inquérito policial de ofício;
3_ Majoritária: Possibilidade de o Juiz decretar a Prisão preventiva de ofício no
Inquérito policial. (Poder de Cautela).
Para se ter a Prisão Preventiva é necessária a acumulação dessas 3 hipóteses a seguir:
Condições de Admissibilidade Requisitos ou Fundamentos
- LEGALIDADE Pressupostos
Art. 313. Em qualquer das Art. 312... quando Art. 312. A prisão preventiva
circunstâncias, previstas no houver prova da poderá ser decretada como:
artigo anterior, será admitida a existência do crime garantia da ordem pública, da
decretação da prisão preventiva e indício suficiente ordem econômica, por
nos crimes dolosos: da autoria. conveniência da instrução
I – punidos com reclusão; Se refere a criminal, ou para assegurar a
II – punidos com detenção, demonstração da aplicação da lei penal,...
quando se apurar que o existência de PEC Deve-se ter pelo menos a
indiciado é vadio ou, havendo + ISA, fazendo a existência de uma das
dúvida sobre a sua identidade, análise no caso hipóteses acima descritas.
não fornecer ou não indicar concreto. (que a situação
elementos para esclarecê-la; abstratamente prevista esteja
III – se o réu tiver sido presente no caso concreto)
condenado por outro crime
doloso, em sentença transitada
em julgado*, ressalvado o
disposto no parágrafo único do
artigo 46 do Código Penal.
IV - se o crime envolver
violência doméstica e familiar
contra a mulher, nos termos da
lei específica, para garantir a
execução das medidas protetivas
de urgência. (Incluído pela Lei
nº 11.340, de 2006)
REINCIDÊNCIA
Simples Simples Culposa DOLOSA Espefícica
Dolo + Culpa Culpa + Dolo Culpa + Culpa Dolo + Dolo Espécie “x” + Espécie “x”
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- Restrições:
Art. 313. Em qualquer das circunstâncias, previstas no artigo anterior, será admitida a
decretação da prisão preventiva nos crimes dolosos:
I - punidos com reclusão;
II - punidos com detenção, quando se apurar que o indiciado é vadio ou, havendo
dúvida sobre a sua identidade, não fornecer ou não indicar elementos para esclarecê-
la;
III - se o réu tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada
em julgado, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 46 do Código Penal.
IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos da lei específica, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência.
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas
provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições do artigo 19, I,
II ou III, do Código Penal.
-Lembrar:
Art. 315. O despacho que decretar ou denegar a prisão preventiva será sempre
fundamentado.
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar
a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobre vierem
razões que a justifiquem.
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