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CONSIDERANDO que compete ao Tribunal de Contas do Estado, nos termos das Constituições
Federal e Estadual, clc a Lei Complementar n? 18/1993, julgar as contas dos administradores e demais
responsáveis por dinheiro, bens e valores públicos;
1. Julgar irregular a Prestação de Contas do Fundo Municipal de Saúde de Cubati, relativa ao exercício
de 2004, com a ressalva de que esta decisão decorreu do exame dos fatos e provas constantes dos autos,
sendo suscetível de revisão se novos fatos ou provas, inclusive mediante diligências especiais do
Tribunal, vierem a interferir de modo fundamental nas conclusões alcançadas;
2. Aplicar multa individual no valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais) cada, ao Sr. Gilmar Martins
Dantas e a Sra. Gicele Fernandes Martins Dantas, ex-Gestores do Fundo Municipal de Saúde de
Cubati, em vista das irregularidades constatadas;
3. Conceder-lhes o prazo de 60 dias para recolhimento das multas aos cofres do Estado, sob pena de
cobrança executiva, nos termos da Constituição Estadual;
4. Recomendar à atual Administração do Fundo Municipal de Saúde de Cubati a adoção de medidas no
sentido de conferir estrita observância às normas legais, inclusive quanto à organização e manutenção
da Contabilidade, evitando a repetição das falhas constatadas e promovendo o aperfeiçoamento da
gestão.
Processos Te n° 02730/05
a) Divergência nos valores de receita transferida pelo município registrados nos balancetes
mensais e nos extratos bancários
A Auditoria argumenta que os gastos com pessoal não se enquadram no conceito das despesas
que poderiam ser empenhadas no exercício seguinte na dotação de despesas de exercícios anteriores,
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discordando, portanto, do que a defesa alegou.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processos Te n° 02730/05
o defendente alega que não houve prejuízo ao erário e que o importante é a contabilização da
receita, que foi corretamente classificada. O Órgão de Instrução entende que a transferência entre
contas dificulta a identificação da origem dos recursos quando da análise de sua aplicação em saúde e
mantém seu entendimento.
d) Deficiência na elaboração dos Anexos XI dos balancetes mensais, tendo em vista ausência
de demonstração das despesas pagas no período, e incompatibilidade quanto ao total de
despesas pagas com recursos próprios, com relação aos recursos financeiros
A Auditoria não constatou a presença dos anexos retificados que o gestor afirma ter enviado.
A defesa argumenta que não houve prejuízo aos credores e que o prejuízo causado aos cofres
públicos foi devidamente ressarcido. A Auditoria mantém a irregularidade por entender que a emissão
de 10 cheques sem provisão caracteriza descontrole administrativo e financeiro praticados no
município.
Quanto ao INSS, a defesa afirma que houve parcelamento por parte do município. No tocante
às demais receitas, ISS e IRR, argumenta que devem ser consideradas receitas transferidas do
município, uma vez que parte delas (15%) retoma ao Fundo Municipal de Saúde. A Auditoria alega
que não foi anexada aos autos qualquer comprovação que pudesse alterar o entendimento inicial.
a) Divergência nos valores de receita transferida pelo município, nos meses de abril, junho,
julho e novembro, entre o registrado nos balancetes mensais e os extratos bancários
A Auditoria retificou o valor de receita sem comprovação, que passou para R$ 300,00, pois não
foi localizado no SAGRES do município registro do empenho informado.
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Processos Te n° 02730/05
A defesa afirma que não havia disponibilidade financeira para folha de pagamento e justifica a
falha com base no art. 37 da Lei 4.320/64. A Auditoria não acata a justificativa tendo em vista que para
o empenhamento de despesas deve ser observado o regime de competência.
o gestor afirma ter retificado e enviado os referidos anexos. A Auditoria, no entanto, não
constatou a presença dos anexos retificados no processo em análise.
A defendente alega que o valor de restos a pagar é resultado de saldo de exercícios anteriores e
que a inscrição no exercício foi de apenas R$ 400,00, o que não gera insuficiência financeira já que a
disponibilidade ao final de exercício foi de R$ 16.859,24. A Auditoria entende que houve contração de
dívida sem disponibilidade financeira e que deixou de ser observado o artigo 1°, § 1° da LRF.
A defesa argumenta que não houve prejuízo aos credores e que o prejuízo causado aos cofres
públicos foi devidamente ressarcido. A Auditoria mantém a irregularidade por entender que a emissão
de cheques sem provisão caracteriza descontrole administrativo e financeiro praticados no município.
Quanto ao INSS, a defesa afirma que houve parcelamento por parte do município. No tocante
às demais receitas, ISS e IRR, argumenta que devem ser consideradas receitas transferidas do
município, uma vez que parte delas (15%) retoma ao Fundo Municipal de Saúde. A Auditoria alega
que não foi anexada aos autos qualquer comprovação que alterasse o entendimento.
o processo seguiu ao Ministério Público que opinou pela regularidade com ressalva das
contas do Sr. Gilmar Martins Dantas (janeiro a março) e da Sra. Gicele Fernandes Martins Dantas
(abril a dezembro), na qualidade de gestores do Fundo Municipal de Saúde de Cubati, durante os
indicados períodos de 2004; aplicação de multa aos gestores, em razão dos fatos apurados e remessa
de recomendações à atual gestão para prevenir as falhas apuradas na presente prestação de contas.
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Processos Te n° 02730/05
Diante do exposto, e considerando que permaneceu a maioria das irregularidades apontadas pelo
Órgão Técnico de Instrução, denotando um descontrole administrativo e contábil no Fundo Municipal
de Saúde de Cubati, voto no sentido de que este Tribunal:
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CONS. SUBST. ÜSCA /~DE SANTIAGO MELO