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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

o Tribunal Pleno
Processo TC nO02424/07

Prefeitura de Santa Inês. Prestação de Contas


do Prefeito Municipal referente ao exercício de
2006. Emissão de Parecer Contrário à aprovação
das contas.

o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, no uso de suas atribuições que lhe


confere a Constituição Estadual, em apreciação aos presentes autos do Processo TC n°
02424/07, que trata da prestação de contas do Sr. Adjefferson KIeber Vieira Diniz, Prefeito
Municipal de Santa Inês, exercício de 2006, e

CONSIDERANDO que compete ao Tribunal de Contas do Estado, nos termos das


Constituições Federal e Estadual, c/c a Lei Complementar n° 18/1993, apreciar as contas
prestadas anualmente pelos prefeitos municipais, emitindo sobre elas parecer prévio;

CONSIDERANDO o relatório da Auditoria, o parecer do representante do Ministério


Público, a proposta do Relator e o mais que dos autos consta,

DECIDE, por deliberação unânime de seus membros, em sessão plenária hoje realizada,
emitir PARECER CONTRÁRIO à aprovação das contas do Prefeito Municipal de Santa
Inês, Sr. Adjefferson KIeber Vieira Diniz, relativas ao exercício de 2006, encaminhando-o à
consideração da Egrégia Câmara de Vereadores do Município, ressalvando de que essa decisão
decorreu do exame dos fatos e provas constantes dos autos, sendo suscetível de revisão se
novos fatos ou provas, inclusive mediante diligências especiais deste Tribunal, vierem a
interferir de modo fundamental nas conclusões alcançadas.

Presente ao julgamento a Exm", Sra. Procuradora Geral.


Publique-se e cumpra-se.
TC - Plenário Min. Joã ino, em 13 de maio de 2009 .

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. PROCURADORAGERAL
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo TC nO02424/07

o Processo TC n'' 02424/07 trata da Prestação de Contas do Prefeito de Santa Inês, Sr.
Adjefferson Kleber Vieira Diniz, relativa ao exercício de 2006.

o relatório elaborado pela Auditoria deste Tribunal, com base na documentação que
compõe os autos, destaca o seguinte:
a) A Prestação de Contas foi encaminhada a este Tribunal no prazo legal e instruída com
todos os documentos exigidos;
b) O orçamento para o exercício, Lei Municipal n° 111, de 31 de outubro de 2005, estimou
a receita e fixou a despesa em R$ 3.819.167,00, autorizou, ainda, a abertura de créditos
adicionais suplementares até o limite de 50% da despesa fixada;
c) A receita orçamentária arrecadada representou 117,17% de sua previsão;
d) A despesa empenhada correspondeu 119,26% de sua fixação;
e) Os gastos com obras e serviços de engenharia totalizaram R$ 386.856,85,
correspondendo a 8,49% da Despesa Orçamentária Total;
f) A remuneração do Prefeito e do Vice-Prefeito obedeceu aos ditames da Lei Municipal
n" 102/2004;
g) Os gastos com remuneração e valorização do magistério atingiram 53,05% dos recursos
oriundos do FUNDEF, porém, após a análise de defesa, a aplicação passou para
69,32%, atendendo o que dispõe a legislação do referido fundo;
h) Os percentuais aplicados em educação e em ações e serviços públicos de saúde
corresponderam, respectivamente, a 18,06% e 14,22% da receita de impostos, inclusive
transferências. Contudo, após a análise da defesa apresentada, esses percentuais
passaram para 34,95% e 16,15%, atingindo o mínimo exigido constitucionalmente;
i) Os gastos com pessoal do Poder Executivo representaram 46,49% da RCL;
j) Os recursos repassados ao Poder Legislativo atingiram 7,99% da receita tributária,
inclusive transferências, efetivamente realizada no exercício anterior;
k) A inspeção in loco foi realizada no período de 15 a 19 de outubro de 2007;
I) A denúncia protocolizada neste Tribunal contra o Gestor, a respeito de despesas com
recuperação de escolas municipais, foi devidamente apurada e considerada
improcedente;
m) O município não possui regime próprio de previdência.

A Auditoria apontou ainda várias irregularidades referentes aos aspectos examinados e


concluiu que, após análise de defesa, persistiram as seguintes e pelos motivos que se seguem:

1) Abertura de créditos adicionais com indicação de fonte inexistente num montante de


R$ 26.671,67.
Alegou o defendente que houve falha do responsável pelo controle dos créditos adicionais e
afirmou que na verdade deveria ter sido utilizada a fonte anulação de dotações para
cobertura dos decretos questionados, corroborando, dessa forma, com o que foi apontado
pela Auditoria. -'
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te nO02424/07

2) Despesa não licitada num total de R$ 368.442,98, correspondendo a 22,25% da despesa


licitável do exercício e 8,09% da despesa orçamentária total.
Nesse item, a Auditoria acatou em parte os argumentos apresentados e reduziu o valor das
despesas realizadas sem licitação para R$ 236.704,48, o que corresponde a 14,29% da
despesa licitável e 5,20% da despesa orçamentária do exercício.
3) Estocagem inapropriada dos medicamentos para distribuição no hospital municipal.
4) Inexistência de Controle patrimonial dos bens móveis e imóveis do município.
5) Despesas com doações sem comprovação da carência dos beneficiários, no valor de
R$ 18.184,00.
6) Inexistência de controle mensal individualizado de veículos e máquinas, descumprindo
o disposto na Resolução Normativa n005/05.
A defesa tratou desses itens de forma agrupada, afirmando se tratarem de questões sobre
controle interno e que estaria procurando organizar e operacionalizar com eficiência as
atividades da administração. O Órgão Técnico não aceitou essas alegações por não serem
suficientes para modificar o seu posicionamento inicial.
7) Despesas insuficientemente comprovadas, num montante de R$ 14.355,88.
O gestor acostou aos autos documentos afirmando que as notas de empenho, notas fiscais,
cópias de cheques, termos de doações e recibos, dão conta de que as despesas foram
realmente realizadas. A Auditoria rebateu citando que a documentação por si só não
comprova que os serviços foram efetivamente realizados e após analisar a documentação
acostada, aumentou o montante para R$ 79.742,16.
8) Despesas irregulares com diárias num montante de R$ 2.020,00.
Afirmou o responsável que as notas de empenho, cópias de cheques, requerimentos de
diárias e declarações atestam o recebimento das mesmas e que elas foram destinadas para
tratar de assuntos de interesse da edilidade. Por não especificar a finalidade dos
deslocamentos feitos pelo Prefeito e servidores, para os quais foram concedidas as diárias, a
Auditoria manteve o seu entendimento inicial.
9) Pagamento indevido de contas de energia elétrica de igrejas do município,
contrariando dispositivo constitucional.
Nesse caso, o defendente reconheceu a falha e alegou que havia no cabeçalho da conta de
energia o termo Poder Público, e então efetuou o pagamento de algumas contas. Entretanto,
solicitou à SAELP A, hoje ENERGISA, através de ofício, para desagrupar as referidas contas
das despesas da Entidade.
10) Recebimento pelo Sr. Francisco Gomes da Silva do montante de R$ 26.992,00,
referente ao convênio firmado com a Secretaria de Segurança e Defesa Social.
O defendente informou que foi firmado o convênio de cooperação mútua entre a Secretaria
de Segurança Pública e a Prefeitura de Santa Inês, cujo valor mensal de R$ 3.000,00 é
destinado às despesas com refeições, alojamento, aluguel, água, luz e telefone da Delegacia
Municipal. Alegou ainda que o valor especificado não foi ultrapassado e que foi cumprida as
cláusulas do referido convênio. O Órgão de Instrução não acatou os fatos narrados, pois não
ficou esclarecido porque o pagamento foi realizado em nome do Sr. Francisco Gomes da
Silva, sobre o qual não consta qualquer identificação ou qualificação enquanto recebedor
dos valores repassados do convênio firmado.
11) Despesas não empenhadas com obrigações patronais no montante de R$ 108.084,33.
12) Não retenção de contribuições previdenciárias sobre remunerações de alg~,
servidores municipais. ..

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo TC n° 02424/07

13) Não repasse ao INSS de contribuições previdenciárias devidas no exercício num


montante mínimo estimado de R$ 169.979,35.
14) Não retenção e não recolhimento das contribuições previdenciárias incidentes sobre as
prestações de serviço ao INSS, num total de R$ 104.375,56.
Nesses itens, o gestor citou que, quanto à falta de recolhimento para o INSS, tanto da parte
empregador como parte empregado e prestadores de serviços, está tomando as providências
cabíveis com a finalidade de identificar as obrigações e proceder a sua regularização junto ao
Órgão Previdenciário.

o Ministério Público veio aos autos e sugeriu que, como a Auditoria aumentou o valor das
despesas insuficientemente comprovadas de R$ 14.355,88 para R$ 79.742,16, fosse notificado
o interessado, Sr. Adjefferson Kleber Vieira Diniz, para apresentar novos esclarecimentos
sobre o item citado, em respeito ao direito constitucional do contraditório e ampla defesa.

o interessado foi novamente notificado e apresentou defesa às fl. 2656/3243, inclusive


apresentando termos de parcelamento de dívidas fiscais celebrados com a Secretaria da Receita
Federal.

A Auditoria analisou a documentação acostada e não alterou o posicionamento firmado


após a análise da primeira defesa, mantendo na íntegra aquelas irregularidades.

o processo retomou ao Ministério Público que, através de seu Representante, pugnou pela
emissão de Parecer Contrário das contas de gestão geral relativas ao exercício de 2006, pelo
julgamento regular com ressalva as despesas sem as devidas licitações, sem imputação de
débito, em face da ausência de danos materiais causados ao erário, pelo julgamento irregular a
gestão dos recursos dos seguintes itens: despesas com doações sem comprovação da carência
dos beneficiários, despesas insuficientemente comprovadas, despesas irregulares com diárias,
pagamento indevido de contas de energia elétrica de igrejas do município e recebimento por
parte do Sr. Francisco Gomes da Silva, referente ao convênio firmado com a Secretaria de
Segurança e Defesa ,Social. Opinou ainda pela declaração do atendimento aos requisitos de
gestão fiscal responsável, previstos na LC 101/2000, pela aplicação de multa contra o gestor,
por danos ao erário, despesas sem licitação e descumprimento de normas do TCEIPB, com
fulcro na Constituição Federal, art. 71, inciso VIII e LCE n° 18/93, art. 55 e 56, pela
representação ao órgão previdenciário dos fatos relacionados às contribuições previdenciárias e
pela recomendação de diligências no sentido de prevenir a repetição das falhas acusadas no
exercício analisado.

É o relatório, informando que o interessado e o seu representante legal foram notificados


da inclusão do processo na pauta desta sessão.

Em, 13 de maio de 2009.

AUDITOR OSCAR MA
I - S
ATOR
NTIAGO MELO
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo TC nO02424/07

Sobre as irregularidades remanescentes, passo a comentar:

a) Os créditos adicionais suplementares foram abertos e utilizados, conforme relatório da


Auditoria, fl. 1726, com fontes de recursos suficientes para sua cobertura, o que ocorreu foi
apenas a indicação incorreta da fonte;
b) As despesas realizadas sem o devido processo licitatório, no valor de R$ 236.704,48,
demonstra uma falta de planejamento do gestor, por se tratar de despesas corriqueiras e
imprescindíveis para a manutenção da máquina administrativa;
c) As falhas referentes à questão de estocagem de medicamentos, controle dos bens móveis e
imóveis e inexistência de controle mensal individualizado de veículos e máquinas, inclusive
combustíveis, já se encontram regulamentadas, visto que, essa Corte de Contas baixou
Resoluções Normativas que tratam desses assuntos;
d) As despesas tidas como insuficientemente comprovadas no valor de R$ 79.742,16, estão
devidamente acompanhadas da documentação obrigatória para sua realização, ou seja, notas
fiscais, recibos, cópias de cheques, termos de doações e até mesmo declarações das pessoas
que prestaram serviços ou se utilizaram deles, sendo suficiente para afastar a falha apontada;
Da mesma forma se encontra o pagamento das diárias, pois os cheques foram nominais aos
recebedores, foram dados recibos pela quitação, as diárias foram solicitadas através de
requerimento e apostos declarações afirmando que as viagens foram realizadas,
comprovando, no meu entendimento, a realização das despesas questionadas;
e) O pagamento de despesas com energia elétrica para entidades religiosas é vedado pelo art.
19, da Carta Magna, porém como o valor despendido foi irrelevante, R$ 619,91, recomendo
ao gestor que observe as normas contidas na Constituição Federal para não mais ocorrer;
f) O pagamento feito ao Sr. Francisco Gomes da Silva, no valor de R$ 26.992,00, referente ao
repasse do convênio firmado entre a Prefeitura e a Secretaria de Segurança e Defesa Social,
não ficou devidamente esclarecido, pois o gestor não conseguiu explicar o motivo dessas
despesas terem sido pagas em nome do senhor citado, descumprindo, no meu entender, o
objeto do convênio, devendo, portanto, ser ressarcida aos cofres públicos a quantia
supracitada;
g) As falhas referentes a não retenção e não recolhimento das contribuições previdenciárias
incidentes sobre as remunerações dos servidores e dos prestadores de serviços, e a falta de
recolhimento da parte patronal, são releváveis, segundo entendimento firmado neste
Tribunal, tendo em vista que o gestor acostou aos autos termos de parcelamentos da dívida
fiscal, que compreendem o período de 0112006 a 02/2008.

Em conclusão, como as irregularidades remanescentes comprometem a lisura das


contas, proponho que este Tribunal:

1. Emita PARECER CONTRÁRIO à aprovação das contas do Prefeito de Santa Inês, Sr.
Adjefferson KIeber Vieira Diniz, relativas ao exercício de 2006, encaminhando-o à
consideração da Egrégia Câmara de Vereadores do Município, ressalvando de que essa decisão
decorreu do exame dos fatos e provas constantes dos autos, sendo suscetível de reViS~ <
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo TC nO02424/07

novos fatos ou provas, inclusive mediante diligências especiais deste Tribunal, VIerem a
interferir de modo fundamental nas conclusões alcançadas;

2. Impute débito ao Sr. Adjefferson Kleber Vieira Diniz, no valor de R$ 26.992,00 (vinte e
seis mil, novecentos e noventa e dois reais) referente ao pagamento irregular ao Sr. Francisco
Gomes da Silva, no tocante ao convênio firmado entre a Prefeitura e a Secretaria de Segurança
e Defesa Social;

3. Aplique multa pessoal ao Sr. Adjefferson Kleber Vieira Diniz, no valor de R$ 2.805,10
(dois mil, oitocentos e cinco reais e dez centavos) pelas irregularidades cometidas;

4. Assine prazo de 60 (sessenta) dias para recolhimento do débito aos cofres do município e da
multa aos cofres do Estado, sob pena de cobrança executiva a cargo do Ministério Público
Comum;

5. Recomende a adoção de medidas administrativas e gerenciais com vistas a não repetição das
falhas ora debatidas, a realização de um controle mais efetivo do estoque, dos bens patrimoniais
e dos veículos e máquinas, conforme determinam as Resoluções Normativas desta Corte de
Contas, e mantenha estrita observância ao que preceitua a Lei 4.320/64 e as normas previstas
na Constituição Federal do Brasil.

É a proposta, em 13 de maio de 2009.

AUDITOR OSCAR M ~~T~GO MELO


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