o Tribunal Pleno
Processo TC nO02424/07
DECIDE, por deliberação unânime de seus membros, em sessão plenária hoje realizada,
emitir PARECER CONTRÁRIO à aprovação das contas do Prefeito Municipal de Santa
Inês, Sr. Adjefferson KIeber Vieira Diniz, relativas ao exercício de 2006, encaminhando-o à
consideração da Egrégia Câmara de Vereadores do Município, ressalvando de que essa decisão
decorreu do exame dos fatos e provas constantes dos autos, sendo suscetível de revisão se
novos fatos ou provas, inclusive mediante diligências especiais deste Tribunal, vierem a
interferir de modo fundamental nas conclusões alcançadas.
•J
/t -> /~ 'j /'-"
I~VJ1~ "::7 i
/ h,.AT~A J~ OR
. PROCURADORAGERAL
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo TC nO02424/07
o Processo TC n'' 02424/07 trata da Prestação de Contas do Prefeito de Santa Inês, Sr.
Adjefferson Kleber Vieira Diniz, relativa ao exercício de 2006.
o relatório elaborado pela Auditoria deste Tribunal, com base na documentação que
compõe os autos, destaca o seguinte:
a) A Prestação de Contas foi encaminhada a este Tribunal no prazo legal e instruída com
todos os documentos exigidos;
b) O orçamento para o exercício, Lei Municipal n° 111, de 31 de outubro de 2005, estimou
a receita e fixou a despesa em R$ 3.819.167,00, autorizou, ainda, a abertura de créditos
adicionais suplementares até o limite de 50% da despesa fixada;
c) A receita orçamentária arrecadada representou 117,17% de sua previsão;
d) A despesa empenhada correspondeu 119,26% de sua fixação;
e) Os gastos com obras e serviços de engenharia totalizaram R$ 386.856,85,
correspondendo a 8,49% da Despesa Orçamentária Total;
f) A remuneração do Prefeito e do Vice-Prefeito obedeceu aos ditames da Lei Municipal
n" 102/2004;
g) Os gastos com remuneração e valorização do magistério atingiram 53,05% dos recursos
oriundos do FUNDEF, porém, após a análise de defesa, a aplicação passou para
69,32%, atendendo o que dispõe a legislação do referido fundo;
h) Os percentuais aplicados em educação e em ações e serviços públicos de saúde
corresponderam, respectivamente, a 18,06% e 14,22% da receita de impostos, inclusive
transferências. Contudo, após a análise da defesa apresentada, esses percentuais
passaram para 34,95% e 16,15%, atingindo o mínimo exigido constitucionalmente;
i) Os gastos com pessoal do Poder Executivo representaram 46,49% da RCL;
j) Os recursos repassados ao Poder Legislativo atingiram 7,99% da receita tributária,
inclusive transferências, efetivamente realizada no exercício anterior;
k) A inspeção in loco foi realizada no período de 15 a 19 de outubro de 2007;
I) A denúncia protocolizada neste Tribunal contra o Gestor, a respeito de despesas com
recuperação de escolas municipais, foi devidamente apurada e considerada
improcedente;
m) O município não possui regime próprio de previdência.
Processo Te nO02424/07
i
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo TC n° 02424/07
o Ministério Público veio aos autos e sugeriu que, como a Auditoria aumentou o valor das
despesas insuficientemente comprovadas de R$ 14.355,88 para R$ 79.742,16, fosse notificado
o interessado, Sr. Adjefferson Kleber Vieira Diniz, para apresentar novos esclarecimentos
sobre o item citado, em respeito ao direito constitucional do contraditório e ampla defesa.
o processo retomou ao Ministério Público que, através de seu Representante, pugnou pela
emissão de Parecer Contrário das contas de gestão geral relativas ao exercício de 2006, pelo
julgamento regular com ressalva as despesas sem as devidas licitações, sem imputação de
débito, em face da ausência de danos materiais causados ao erário, pelo julgamento irregular a
gestão dos recursos dos seguintes itens: despesas com doações sem comprovação da carência
dos beneficiários, despesas insuficientemente comprovadas, despesas irregulares com diárias,
pagamento indevido de contas de energia elétrica de igrejas do município e recebimento por
parte do Sr. Francisco Gomes da Silva, referente ao convênio firmado com a Secretaria de
Segurança e Defesa ,Social. Opinou ainda pela declaração do atendimento aos requisitos de
gestão fiscal responsável, previstos na LC 101/2000, pela aplicação de multa contra o gestor,
por danos ao erário, despesas sem licitação e descumprimento de normas do TCEIPB, com
fulcro na Constituição Federal, art. 71, inciso VIII e LCE n° 18/93, art. 55 e 56, pela
representação ao órgão previdenciário dos fatos relacionados às contribuições previdenciárias e
pela recomendação de diligências no sentido de prevenir a repetição das falhas acusadas no
exercício analisado.
AUDITOR OSCAR MA
I - S
ATOR
NTIAGO MELO
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo TC nO02424/07
1. Emita PARECER CONTRÁRIO à aprovação das contas do Prefeito de Santa Inês, Sr.
Adjefferson KIeber Vieira Diniz, relativas ao exercício de 2006, encaminhando-o à
consideração da Egrégia Câmara de Vereadores do Município, ressalvando de que essa decisão
decorreu do exame dos fatos e provas constantes dos autos, sendo suscetível de reViS~ <
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo TC nO02424/07
novos fatos ou provas, inclusive mediante diligências especiais deste Tribunal, VIerem a
interferir de modo fundamental nas conclusões alcançadas;
2. Impute débito ao Sr. Adjefferson Kleber Vieira Diniz, no valor de R$ 26.992,00 (vinte e
seis mil, novecentos e noventa e dois reais) referente ao pagamento irregular ao Sr. Francisco
Gomes da Silva, no tocante ao convênio firmado entre a Prefeitura e a Secretaria de Segurança
e Defesa Social;
3. Aplique multa pessoal ao Sr. Adjefferson Kleber Vieira Diniz, no valor de R$ 2.805,10
(dois mil, oitocentos e cinco reais e dez centavos) pelas irregularidades cometidas;
4. Assine prazo de 60 (sessenta) dias para recolhimento do débito aos cofres do município e da
multa aos cofres do Estado, sob pena de cobrança executiva a cargo do Ministério Público
Comum;
5. Recomende a adoção de medidas administrativas e gerenciais com vistas a não repetição das
falhas ora debatidas, a realização de um controle mais efetivo do estoque, dos bens patrimoniais
e dos veículos e máquinas, conforme determinam as Resoluções Normativas desta Corte de
Contas, e mantenha estrita observância ao que preceitua a Lei 4.320/64 e as normas previstas
na Constituição Federal do Brasil.