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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC-02266/07

Administração Direta Municipal. Prefeitura de Juru. Prestação de


Contas Anual, exercício de 2006. RECURSO DE
Publicado no O. O. E. RECONSIDERAÇÃO. Conhecimento. Não Provimento.

Em, O,f I Q ~l I D CZ

RELATÓRIO
O Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, em sessão plenária do dia 27/08/2008, ao apreciar a
Prestação de Contas Anual do Sr. Antônio Loudal Florentino Teixeira, então Prefeito Municipal de
Juru, do exercício de 2006, emitiu os seguintes atos formalizadores, cujas publicações no DOE se
deram em 04/09/2008:
1. PARECER PPL- TC N° 96/2008 contrário à aprovação da citada prestação de contas, tendo
em vista a ultrapassagem do limite de gasto com pessoal do Executivo, legalmente
estabelecido, sem adoção de medidas saneadora da transgressão; Aplicação em Manutenção
e Desenvolvimento do Ensino de 24,44% da receita de impostos e transferências, portanto,
abaixo do mínimo constitucionalmente exigido (25%) e; ausência de repasse das
contribuições previdenciárias do segurado e patronal ao Instituto de Previdência do Município
1
no montante de R$ 251.000,84, práticas que, de acordo com o Parecer Normativo-TC-47/01 ,
ensejam parecer contrário;
2. ACÓRDÃO APL TC 663/2008, nos seguintes termos:
I. considerar o atendimento integral às exigências essenciais da LRF;
11. aplicar multa ao Sro. Antônio Loudal Florentino Teixeira, no valor de R$ 2.805,10 ~dois
mil, oitocentos e cinco reais e dez centavos), com supedâneo no art. 56, incisos 11 , da
LOTCE/PB, por infração grave à norma legal, assinando-lhe o prazo de 60 (sessenta)
dias para o recolhimento (...);

11I. conhecer e julgar procedente, em parte, a denúncia formalizada através do DOC-TC-


10282/07 (fls. 174-182), no que se refere à cessão de terreno público (área anexa ao cam-
po de futebol municipal) a comerciantes locais sem autorização do Poder Legislativo;

IV. conhecer e julgar procedente a denúncia formalizada através do DOC-TC-21305/06 (fls.


717 -719), correspondente ao atraso de pelo menos 30 dias no pagamento dos salários dos
profissionais do magistério, a despeito da regularidade das transferências dos recursos do
FUNDEF ao município;

V. conhecer e julgar improcedente a denúncia formalizada através do PROC-TC-06976/06


(fls. 706-715).

Inconformado com a decisão, em 19/09/2008, o Senhor Antônio Loudal Florentino Teixeira, interpôs,
tempestivamente, Recurso de Reconsideração anexado aos autos, às fls. 1603/1612, pela Secretaria
do Tribunal Pleno.
Recebido o presente recurso pelo Gabinete do Relator, em 19/09/2008, o processo foi encaminhado à
Auditoria para exame de mérito das alegações, tendo emitido relatório de análise de defesa (fls.
1625/1628), no qual manifestou-se favorável à manutenção de todas as irregularidades que
estribaram as decisões vergastadas nos atos formalizadores alhures descritos, à exceção da
ultrapassagem do limite de gastos com pessoal pelo Executivo, estabelecido legalmente, em virtude
da aplicação, ao caso concreto, do preceptivo disposto no Parecer PN TC n° 12/2007, que exclui do
cômputo as despesas concernentes às obrigações' patronais, fazendo reduzir o percentual a 51,28 %
da Receita Corrente Líquida.
Instado a manifestar-se o Ministério Público junto ao Tribunal emitiu o Parecer n° 0707/2009, datado
de 11/05/2009, da lavra da ilustre Procuradora Geral Ana Teresa Nóbrega (fls. 1629/1631), mantendo \ /

1 6. A orientação constante do item 5, precedente, não exclui a possibilidade de pareceres contrários á aprovação de prestações de contas nas ~
quais se constatem outras irregularidades e ilegalidades, inclusive desobediência ao disposto na LRF e práticas danosas ao Erário.

, Art. 56, ll-

trlmoniaí:
Infração çrave a norma legal," reçularnentar de natureza contébií, financeira, orçamentária,

(9~j~-,
operacional e ~ ...
" 1\ .
f1s.2

seu posicionamento manifesto anteriormente no Parecer Ministerial inicial (fls. 1585/1591), ou seja,
pela emissão de Parecer Contrário. .

Analisando o mérito do presente recurso, o Órgão Ministerial entendeu que:


"Este Tribunal emitiu Parecer Contrário à aprovação da Prestação de Contas da Prefeitura
Municipal de Juru, relativa ao exercício de 2006. Constata-se que os motivos preponderantes
para a referida reprovação foram o não repasse das contribuições previdenciárias dos
servidores e da contribuição patronal ao Instituto de Previdência Municipal e a aplicação
abaixo do mínimo exigido constitucionalmente em Manutenção e Desenvolvimento do Ensino".

Diante do exposto, o Parquet opinou pelo conhecimento da insurreição e, no mérito, pugnou pelo seu
não provimento, ensejando a emissão de parecer contrário à aprovação das contas da Prefeitura
Municipal de Juru, exercício de 2006.

VOTO DO RELATOR
Inicialmente, cumpre informar os requisitos para interposição da via recursal em apreço, definidos no
art. 33 da lOTCE Pb, como segue:
Art. 33 - O recurso de reconsideração, que terá efeito suspensivo, será apreciado por quem
houver proferido a decisão recorrida, na forma estabelecida no Regimento Interno, e poderá
ser formulado por escrito uma só vei, pelo responsável ou interessado, ou pelo Ministério
Público junto ao Tribunal, dentro do prazo de quinze dias, contados na forma prevista no art.
30 desta Lei.
O dispositivo legal evidencia dois pressupostos de admissibilidade para interposição do recurso de
reconsideração, a saber: legitimidade e prazo.
No caso em comento, as decisões proferidas por esta Corte de Contas foram publicadas em
04/09/2008, conquanto a proposição da peça recursal ocorreu no dia 19/09/2008, ou seja,
tempestivamente. A legitimidade, também, se faz presente, posto que o recorrente é o Sro Antônio
loudal Florentino Teixeira, ex-Prefeito Constitucional. Sendo assim, o presente atende aos requisitos
do art. 33 da lOTCE ensejando o seu conhecimento.
Em que se pese o fato da Auditoria ter considerado a falha decorrente da ultrapassagem do limite de
gasto de pessoal passível de ser relevada, em face da aplicação do Parecer PN TC n° 12/2007,
entendo que citado Parecer, datado de 10/10/2007, formulado no bojo da consulta encartada no
Processo TC n° 5849/07, passou a orientar os jurisdicionados a partir da data de sua publicação.
Portanto, considerando que o Parecer em epígrafe não retroage, durante o exercício de 2006, para
fins de apuração dos gastos com pessoal, as obrigações patronais deveriam ser consideradas, como
se depreende do art. 18, in fine, da lei Complementar Federal n° 101/2000, in verbis:
Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com pessoal:
o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas,
relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de
Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e
variáveis, subsídios. proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais,
gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos
sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.
Com estribo no discorrido, concluo que os gastos com pessoal do Executivo corres ponderam a
57,44% da RCl, conforme apuração no relatório de instrução inicial (fls.1345/1357), ratificado
posteriormente pelo relatório de análise de defesa (fls. 1577/1584), bem como Parecer do Órgão
Ministerial (fls 1585/1591).
Consoante com a Parecer Ministerial n° 0707/2009, as ocorrências preponderantes que motivaram a
reprovação foram: o não repasse das contribuições previdenciárias dos servidores e da contribuição
patronal ao Instituto de Previdência Municipal e a aplicação abaixo do mínimo exigido
constitucionalmente em Manutenção e Desenvolvimento do Ensino. Considerando que, após análise
da Auditoria, os argumentos trazidos pelo insurreto não se revestiram de força capaz de elidir as
falhas listadas no presente parágrafo, não há como alterar a decisão exarada através do PARECER ~
PPl-TC N° 96/2008, contrário à aprovação da Prestação de Contas do exercício financeiro de 2006
da Prefeitura Municipal de Juru. .. /
Quanto às demais irregularidades, listadas no PARECER PPl TC n° 96/2008, que, somadas as já
declinadas, contribuíram na emissão do Acórdão APl TC 663/2008, resta informar que, quando da
análise do mérito da peça recursal, a Auditoria não vislumbrou qualquer fato ou documento novo
suficientemente capaz de alterar o entendimento inicialmente proferido. . I.<.n;~ ..'
Cf····
PROCESSO TC-02266/07 fls.3

Ante o exposto, e em harmonia com o Parecer Ministerial, voto pelo conhecimento do presente
recurso, por estarem configurados os pressupostos de tempestividade e legitimidade, e, no mérito,
pelo seu não provimento, mantendo, na integra, todos os termos do PARECER PPL TC n° 96/2008,
bem como do Acórdão APL TC n° 663/2008.

DECISÃO DO TRIBUNAL PLENO


Vistos, relatados e discutidos os autos do Processo TC n° 02266/07, ACORDAM os Membros do
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAíBA (TCE/Pb), à unanimidade, na sessão realizada
nesta data, em conhecer o presente Recurso de Reconsideração por estarem configurados os
pressupostos de tempestividade e legitimidade, e no mérito, negar-lhe provimento, mantendo, na
integra, todos os termos do PARECER PPL TC n° 96/2008, bem como do Acórdão APL TC n°
663/2008.

Publique-se, registre-se e cumpra-se.


TCE-Plenário Ministro João Agripino

Pessoa, 03 de junho de 2009


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Cons. Subst. Osc r amedê Santiago Melo
Relator
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i: Ana Teresa Nóbrega rr-
Procurador Geral do Ministério Público junto ao TCE~b

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