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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO-TC-2098/07
Administração Direta Municipal. Prefeitura de Vista Serrana.
Prestação de Contas Anual relativa ao exercício de 2006 -
Emissão de PARECER FAVORÁVEL. Através de Acórdão em
Publicado no Df O. E. separado, ATENDIMENTO PARCIAL ÀS EXIG~NCIAS
Em, jA? I-M-j Df?. ESSENCIAIS DA LRF. RECOMENDAÇCES.

RELATÓRIO
Tratam os autos do presente processo da análise da Prestação de Contas do Município de Vista
Serrana/PB, relativa ao exercício financeiro de 2006, de responsabilidade do Prefeito e Ordenador de
Despesas, Sr. Monaci Marques Dantas.
A Divisão de Acompanhamento da Gestão Municipal I - DIAGM I, com base nos documentos insertos
nos autos, emitiu o relatório inicial de fls. 741-754, evidenciando os seguintes aspectos da gestão
municipal:
1. Sobre a gestão orçamentária, destaca-se:
a) o orçamento foi aprovado através da Lei Municipal n." 008, de 21 de dezembro de 2005,
estimando a receita e fixando a despesa em R$ 4.730.499,00, como também autorizando
abertura de créditos adicionais em 100% da despesa fixada na LOA;
b) durante o exercício, foram abertos créditos adicionais no montante de R$ 1.569.700,00, e
utilizados o montante de R$ 940.986,36 todos com as devidas fontes de recursos;
c) a receita orçamentária efetivamente arrecadada no exercício totalizou o valor de R$
4.137.345,13, representando 87,46% da receita prevista no orçamento do valor previsto no
orçamento;
d) a despesa orçamentária realizada atingiu a soma de R$ 4.282.037,87, inferior em 9,48% do
valor previsto no orçamento;
e) o somatório da Receita de Impostos e das Transferências - RIT atingiu a soma de R$
3.669.249,35;
h) a Receita Corrente Líquida - RCL alcançou o montante de R$ 4.137.345,12.

2. No tocante aos demonstrativos apresentados:


a) o Balanço Orçamentário apresentou déficit equivalente a 3,5% da receita orçamentária
arrecadada;
b) o Balanço Financeiro registrou um saldo para o exercício seguinte, no valor de R$
141.323,74;
c) o Balanço Patrimonial evidenciou superávit financeiro no valor de R$ 58.873,95;
d) a dívida municipal atingiu, ao final do exercício, a importância de R$ 82.449,79,
correspondendo a 2% da receita orçamentária total arrecadada.

3. Referente à estrutura da despesa, apresentou a seguinte composição:


a) o município realizou despesas com licitação no montante de R$ 1.407.930,16,
correspondendo ao montante de 32,88% da despesa orçamentária total;
b) as remunerações dos Vereadores, do Prefeito e do vice-Prefeito foram pagas em
consonância com as normas legais;
c) os gastos com obras e serviços de engenharia, no exercício, totalizaram R$ 366.796,72
correspondendo a 8,56% da Despesa Orçamentária Total (DOTR).

4. Quanto aos gastos condicionados:


a) a aplicação de recursos do FUNDEF na remuneração e valorização dos profissionais do
magistério (RVM) atingiu o montante de R$ 178.750,61 ou 61,03% das disponibilidades do
FUNDEF (limite mínimo=60%);
b) a aplicação na manutenção e desenvolvimento do ensino (MDE) alcançou o montante de R$
898.960,67 ou 24,50% da RIT (limite mínimo=25%);
c) o Município despendeu com saúde a importância de R$ 652.597,18 ou 17,79% da RIT;~.)
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d) as despesas com pessoal da municipalidade alcançaram o montante de R$ 1.760.425,35 ou


42,55% da RCL (limite máximo=60%);
e) as despesas com pessoal do Poder Executivo alcançaram o montante de R$ 1.616.538,01 ou
39,07% da RCL (limite máximo=54%).

Tendo em vista que o Órgão de Instrução apontou irregularidades em seu relatório inicial, e
atendendo aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, o Relator determinou a
notificação do Sr". Monaci Marques Dantas, atual gestor do município, tendo este vindo aos autos e
apresentado documentos e esclarecimentos às fls. 760-1151, devidamente examinados pela
Auditoria (fls. 1167-1171), concluindo pela permanência das seguintes irregularidades:

Gestão Fiscal:
1. Não envio do REO do 6° bimestre para este Tribunal em tempo hábil;
2. Não comprovação da publicação dos REO's em órgão de imprensa oficial;
3. Não envio do RGF do 2° semestre para este Tribunal em tempo hábil;
4. Não comprovação da publicação dos RGF's em órgão de imprensa oficial;

Gestão Geral:
1. Não escrituração da dívida fundada do município;
2. Irregularidades no Convite nO025/2006;
3. Ultrapassagem do limite imposto pelo § 1° do art. 29-A da Constituição Federal, destacando
que o percentual obtido teve por base o valor registrado na Unidade Orçamentária - Câmara
Municipal - em função da vinculação ao município quanto à gestão orçamentária e financeira;
4. Aplicação de 24,85% dos recursos de impostos mais transferências na Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino - MDE, quando o mínimo a ser aplicado no exercício deveria ser
de 25%;
5. Não empenhamento de contribuições patronais ao INSS no valor de aproximadamente R$
259.840,66, incidentes sobre remunerações pagas pelo município;
Chamado a se manifestar, o Ministério Público emitiu o Parecer nO 1043/08 (fls. 1172-1178), da lavra
da Ilustre Procuradora Isabella Barbosa Marinho Falcão, pugnando pelo(a):
a) ATENDIMENTO PARCIAL aos requisitos de gestão fiscal responsável, previstos na LC
101/2000;
b) EMISsAo DE PARECER CONTRÁRIO à aprovação das contas em análise, de
responsabilidade do Sr. Monaci Marques Dantas, em face das irregularidades constatadas
em sua gestão durante o exercício de 2006;
c) APLICAÇÃO DE MULTA à aludida autoridade por transgressão a normas constitucionais e
legais, nos termos do art. 56, 11 da LOTCE;
d) RECOMENDAÇAO à Prefeitura Municipal de Vista Serrana, no sentido de guardar estrita
observância aos termos da Constituição Federal, da Lei de Responsabilidade Fiscal, da Lei nO
8.666/93 e ao que determina esta Egrégia Corte de Contas em suas decisões.
e) ENVIO DE CÓPIA da presente decisão à Procuradoria Geral de Justiça, para as providências
cabíveis na forma da legislação aplicável.

O Relator fez incluir o feito na pauta desta sessão, com as notificações de praxe.
Pronunciamento oral do MPjTCE na presente sessão, pugnando pela emissão de parecer favorável,
declaração de atendimento parcial as exigências da LRF e recomendações.

VOTO DO RELATOR
Após os relatórios da Auditoria remanesceram 6 (seis) irregularidades, as quais serão analisadas
separadamente a seguir:
a) Quanto à dívida municipal escriturada nos demonstrativos contábeis, esta não representa a
realidade patrimonial do ente, pois o Município de Vista Serrana deixou de registrar débitos
com INSS, FGTS e SAELPA. A omissão destes fatos contábeis tem sido relevada por esta
Corte por se tratar de uma falha formal, contudo, cabe recomendação ao gestor no sentido de
que, em exercícios vindouros o município faça o reconhecimento da dívida municipal em toda
sua extensão, d.e modo que a transparência~s demonstrativos contábeis possa ser o fi
condutor da efetivação do sistema de control~: l'
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b) Sobre as irregularidades no Convite nO 025/2006, acosto-me ao entendimento Ministerial de


que a apresentação de documentos forjados por empresa participante da licitação, não pode,
a princípio, ser de responsabilidade da Administração licitante, salvo quando comprovada a
sua participação ou conivência. Assim, como não constam nos autos elementos suficientes
para responsabilizar o gestor, não se pode imputar irregularidade ao prefeito. Por outro lado,
está comprovada nos autos a efetiva realização da obra e não há quaisquer indícios de
sobrepreço.
c) No que tange aos gastos excessivos com folha de pagamento por parte do Poder legislativo,
a Auditoria verificou que no exercício de 2006, esses dispêndios alçaram 76,54% da receita
base, suplantado o limite Constitucional de 70% instituído pelo § 1° do art. 29-A da
Constituição Federal.

Ressalte-se que no caso em tela, como a Câmara está vinculada orçamentariamente ao


Poder Executivo, a responsabilidade recai sobre o Chefe do Executivo. Recomenda-se nesse
caso, que o ordenador de despesas, ou seja, o Prefeito Municipal, nos exercícios
subseqüentes restabeleça a legalidade, retornando os gastos com pessoal aos patamares
esculpidos na norma constitucional, como também reitero a sugestão do MPjTCE de
recomendar para que tanto o Executivo quanto o próprio Legislativo tomem providências no
sentido de conferir a plena autonomia entre os poderes, desvinculando as prestações de
contas, como forma de assegurar o exercício de freios e contrapesos que deve existir no
Estado Democrático de Direito.
d) Acerca da Aplicação de 24,85% dos recursos de impostos mais transferências na
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino - MDE, o Relator entende, que para esta
irregularidade, cabe relevação em virtude do ínfimo valor, que em termos absolutos,
corresponde apenas a R$ 5.537,23. Por outro lado, o percentual atinge 24,87% quando
deduzido da base de cálculo o montante de R$ 4.198,80, pagos a título de precatório o que
resulta numa não aplicação de apenas R$ 4.487,53.
e) Relativamente ao não empenhamento de contribuições patronais ao INSS no valor de
aproximadamente R$ 259.840,66, ao se analisar os argumentos do defendente da existência
de um parcelamento, juntamente com os documentos insertos, às fls. 729-740, fica latente a
consistência das alegações da defesa, pois, verifica-se que os valores das contribuições
previdenciárias eram deduzidos diretamente do repasse do FPM, atingindo no exercício de
2006, o montante de R$ 304.792,53. Assim, não há o que se falar em falta de contribuição
previdenciária, uma vez que o INSS era quem calculava e definia o valor devido e
determinava a retenção automática no repasse do FPM.

Ressalte-se que não foi comprovado o empenhamento das contribuições previdenciárias em


sua completude, visto que só foi empenhado na Função 13 - Obrigação Patronal - o
montante de R$ 184.897,56 e não consta nenhum empenho na Função 71 - Principal da
Dívida Contratual Resgatada - muito embora o município esteja pagando dívida parcelada
junto ao INSS. Os valores pagos ao INSS alcançaram o valor de R$ 304.792,53, sendo que
as contribuições devidas do mês corrente - INSS EMPRESA - atingiram R$ 208.357,80 e a
parte referente ao parcelamento - PARC/RET INSS - totalizou R$ 96.434,73. Em sendo
assim, faz-se necessário que o município utilize a boa técnica de identificação, mensuração,
registro e evidenciação das informações contábeis e que estas se apresentem de forma
completa e tempestiva.
f) No tocante as irregularidades referentes às disposições da LRF, a defesa não se manifestou,
restando sem comprovação as publicações dos REO (6° bimestre) e do RGF (2° semestre),
ensejando o não atendimento integral aos mandamentos da LRF.
Frente o exposto, o Relator entende que as irregularidades apontadas não têm o condão de macular
as contas aqui apreciadas, entendimento este que guarda consonância com o Parecer Ministerial,
motivos que me leva a votar nos seguintes termos:
1. pelo atendimento parcial às exigências essenciais da LRF;
2. pela emissão de Parecer FAVORÁVEL à aprovação das Contas do Prefeito do Município de
Vista Serrana, Sr", Monaci Marques Dantas, referente ao exercício de 2006;

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3. pela recomendação ao Executivo, como também ao Legislativo Municipal para que tomem
providências no sentido de conferir a plena autonomia entre os poderes, desvinculando as
prestações de contas, como forma de asseg~ o exercício de freios e contrapesos que
deve existir no Estado Democrático de Direito; .:;, •
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4. pela recomendação ao atual gestor do município no sentido de prevenir a repetição das


falhas acusadas no exercício de 2006, especificamente no referente:
./ ao reconhecimento e a escrituração de imediato da dívida municipal com INSS, FGTS e
ENERGISA;
./ ao retorno dos gastos com pessoal do Poder Legislativo Municipal aos limites instituído
pela norma constitucional;
./ à utilização da boa técnica de identificação, mensuração, registro e evidenciação das
informações contábeis previdenciárias e que estas sejam apresentadas de forma
completa e tempestiva.

DECISÃO DO TRIBUNAL PLENO DO TCE - PB


Vistos, relatados e discutidos os autos do PROCESSO -TC-2098/0?, os Membros do TRIBUNAL DE
CONTAS DO ESTADO DA PARAíBA (TCE-Pb), à unanimidade, na sessão realizada nesta data,
decidem EMITIR E ENCAMINHAR ao julgamento da Egrégia Câmara Municipal de Vista Serrana,
este PARECER FAVORÁVEL à aprovação da Prestação de Contas do Prefeito Municipal de Vista
Serrana, Sra. Monaci Marques Dantas, relativa ao exercício de 2006.

Publique-se, registre-se e cumpra-se.


TCE-Plenário Minis o Joã Agripino

João Pessoa, i.J de de 2008.

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Conselheiro Fábio Túlio Fi!,9u~iras Nogueira
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Cons. Subst. Umberto '5ttVeiraPorto

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Fui presente,
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Procuradora Geral do Ministério Público junto ao TCE-Pb

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