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PROCESSO:TC- 02.368/06
Administração direta. PRESTAÇÃO DE
CONTAS ANUAL do PREFEITO MUNICIPAL
de CAMPINA GRANDE, relativa ao exercício
de 2005. PARECER FAVORÁVEL À
APROVAÇÃO DAS CONTAS. Aplicação de
multa e outras providências.

RELATÓRIO

1. Os autos do PROCESSO TC-02.368/06 correspondente à PRESTAÇÃO DE


CONTAS ANUAL DO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE, exercício de 2005, de
responsabilidade do Prefeito VENEZIANO VITAL DO REGO SEGUNDO NETO,
foram analisados pelo órgão de instrução deste Tribunal, que emitiu o relatório
de fls. 4171/4199 com as colocações e observações a seguir resumidas:
1.01. Apresentação da Prestação de Contas no prazo legal, em conformidade
com a RN TC-99/97.
1.02. A Lei Orçamentária Anual estimou a receita e fixou a despesa em
R$289.988.600,00 e autorizou a abertura de créditos adicionais
suplementares em 30% da despesa fixada.
1.03. Créditos adicionais no montante de R$ 51.885.238,45, sendo R$
49.338.699,62 de créditos suplementares e R$ 2.546.538,83 de créditos
adicionais. Foram abertos R$ 349.388,83 sem autorização legislativa e R$
2.590.906,00 sem fontes para a cobertura.
1.04. Repasse ao Poder Legislativo representando 5,80% da receita
tributária do exercício anterior.
1.05. A RECEITA ORÇAMENTÁRIA ARRECADADA foi 24,40% inferior à
prevista no orçamento para o exercício.
1.06. A DESPESAORÇAMENTÁRIA REALIZADA foi superior em 9,86% à
realizada no exercício anterior.
1.07. A Administração Indireta Municipal é composta de dez entidades,
sendo três autarquias, uma empresa pública e seis fundos especiais. A
Auditoria fez a análise dos aspectos principais insertos na PCA, fls.
4176/4182.
1.08. O balanço orçamentário apresenta receita orçamentária de R$
219.217.508,80 e despesa orçamentária de R$ 225.694.479,43,
ocasionando déficit no montante de R$ 6.476.970,63;
1.09. ° balanço financeiro registrou saldo para o exercício seguinte, no
montante de R$ 21.294.515,54, representando um incremento nas
disponibilidades no montante de R$ 1.337.138,10;
1.10. O balanço patrimonial apresenta um passivo a descoberto da ordem
de R$ 34.77 51,20; ;V! ~ V
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continua é Pá,. 02/17--
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1.11. A dívida municipal no final do exercício importou em R$
202.979.348,93, representando acréscimo de 12,21% em relação ao
exercício anterior'. Desse montante, 39,49% corresponde a
compromissos do Instituto de Previdência. No exercício de 2005, a dívida
fundada da Câmara Municipal com o IPSEM atingiu o montante de R$
3.567.780,87 e vem sendo honrada pela Prefeitura Municipal, cabendo a
esta última efetuar a compensação financeira sobre os repasses ao poder
Legislativo Municipal. A Prefeitura Municipal foi autorizada, desde 2003, a
efetuar o parcelamento dos débitos com o Instituto de Previdência;
1.12. DESPESAS CONDICIONADAS:
1.12.1. Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE):
27,26% das receitas de impostos mais transferências;
1.12.2. Ações e Serviços Públicos de Saúde (SAÚDE): 8,45% das
receitas de impostos mais transferências;
1.12.3. PESSOAL: 37,61%2 da Receita Corrente Líquida (RCL). O
gastos do Poder Executivo a este título correspondeu a 35,61%
da RCL.
1.12.4. FUNDEF: Foram aplicados 72,44% dos recursos do FUNDEF na
remuneração do magistério.
1.13. Os recursos de convênio somaram R$ 7.312.744,29, sendo R$
5.733.288,56 de recursos federais e R$ 1.579.455J3 de instituições
privadas.
1.14. Os gastos com obras e serviços de engenharia, no total de R$
11.173.021,08, correspondente a 4,95% da DOTG, sendo pagos R$
6.685.751,02 com recursos federais, R$ 1.895.132,62 com recursos
municipais e R$ 329.603,84 com recursos do Fundo Municipal de Saúde.
1.15. Normalidade dos subsídios do Prefeito e Vice-Prefeito.
1.16. Existência do Documento TC 035/2006, versando sobre denúncia
acerca do contrato firmado entre a Prefeitura Municipal e a Associação
dos Marceneiros da Catingueira;
1.17. Quanto à gestão fiscal, foi observado o não atendimento às
disposições essenciais da LRF, quanto à (ao):
1.17.1. Manutenção do equilíbrio entre receita e despesa, tendo em vista
a constatação de déficit na execução orçamentária,
correspondente a 2,95% da receita arrecadada;
1.17.2. Compatibilidade de informações entre o RGF e a PCA;
1.18. Foram constatadas, a título de irregularidades, as seguintes
ocorrências:
1.18.1. Abertura de créditos especiais sem autorização legislativa, no
valor de R$349.388,83;
1.18.2. Abertura de créditos adicionais sem fonte de cobertura, no
montante de R$ 2.590.906,00;
1.18.3. Incorreta contabilização das receitas de programas federais, no
valor de R$ 3.195.526,03, indevidamente registradas em
"Transferências de convênios da União e suas Entidades";
1.18.4. Incorreta escrituração da receita do ..FE.-petrobra~s no valor de
R$ 399.433JO, indevidamente registrada e 'Demais
\.. Transferências da União";
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IA dívida fundada municipal importou em R$ 162.717.173,89, co'sp~ndentes
RCL.
H

; 7 a 77,37% da '

2 Incluídos os gastos com o Poder Legislativo.


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1.18.5. Incorreta escrituração da receita do convênio SEDC/SETRAS, no
valor de R$ 138.202,40, indevidamente registrada como
"Outras Transferências da União";
1.18.6. Pagamento de parcelas da dívida da Câmara Municipal para
com o IPSEM, sem a respectiva compensação financeira;
1.18.7. Desorganização no tocante ao controle das despesas licitadas,
dificultando a fiscalização;
1.18.8. Impossibilidade da identificação da origem dos recursos que
custearam obras realizadas pelo FMS, no valor de R$
329.603,84;
1.18.9. Diferença a menor no valor de R$ 517.229,90 entre o saldo do
FUNDEF apurado pela Auditoria e o saldo conciliado;
1.18.10. Inexistência de registro analítico dos bens de caráter
permanente da Secretaria de Educação e Cultura;
1.18.11. Repasse de recursos próprios do município para contas de
Programas Federais vinculados ao Fundo Municipal de Saúde,
no valor de R$ 370.000,00;
1.18.12. Insuficientes aplicações em ações e serviços públicos de saúde;
1.18.13. Cobrança de taxa sobre contratos de prestação de serviços e
obras, contrariando o disposto no §2°, lI, art. 145 da CF/88;
1.18.14. Ausência de envio de contratos por excepcional interesse
público em vigor no exercício de 2005;
1.18.15. Incorreção do valor informado na receita de alienação de bens
de capital;
1.18.16. Encaminhamento de dados incorretos a esta Corte;
1.18.17. Envio de balancetes dos meses de agosto, setembro e
dezembro com ofício sem assinatura do Presidente da Câmara
Municipal;
1.18.18. Envio de balancetes ao Poder Legislativo Municipal
desacompanhados das vias referentes aos documentos de
receita e despesa comprobatórios dos atos da gestão;
1.18.19. Pagamento a firmas em situação irregular (R$ 649.505,57,
sendo da responsabilidade do Prefeito Municipal apenas a
despesa com a firma Elyane P. da Silva, no valor de R$
13.980,00);
1.18.20. Divergência no valor de R$ 53.427.162,15 entre o valor da
dívida junto ao IPSEM informado na PCA e aquele informado
pelo Instituto;
1.18.21. Insuficiência de comprovação da efetiva publicação dos REO e
RGF, uma vez que o Diário Municipal não é confeccionado em
gráficas, mas confeccionado em impressoras de computador
com duas cópias;
1.18.22. Diferença de saldo no valor de R$ 426.983,57 relativo à
movimentação de recursos da CIDE - Combustíveis, embora
haja a constatação de que os recursos foram posteriormente
devolvidos à conta específica;
\ 1.18.23. Ausência de informações no SAGRES sobre as unidades
escolares e de saúde e dos veículos à disposição do mu~n' 'pio.
2. Notificado, o Prefeito apresentou defesa, analisada pela Auditoria (fls. 836
que conclui:
2.01. A abertura de créditos adicionais sem indicação das fontes de recurs f1(0
/'//./
--
montante de R$ 334.012,79;
2.02. Esclarecida a divergência quanto ao valor da dívida do IPSEM;
2.03. O gestor informou a origem dos recursos do FMS que custearam obras; !

continua à Pág. 04/17 --

1 t !
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2.04. Também foi afastada a diferença de saldo no FUNDEF;


2.05. Os contratos por excepcional interesse público foram encaminhados
extemporaneamente;
2.06. As falhas de ausência de assinatura do Presidente da Câmara nos ofícios e
de documentos nos balancetes foram supridas;
2.07. As demais falhas foram ratificadas, tendo a Auditoria identificado ser de
responsabilidade:
2.07.1. Do Prefeito Municipal:
2.07.1.1. Abertura de créditos especiais sem autorização legislativa,
no valor de R$ 349.388,83;
2.07.1.2. Abertura de créditos adicionais sem fonte de cobertura, no
montante de R$ 334.012J9;
2.07.1.3. Pagamento de parcelas da dívida da Câmara Municipal
para com o IPSEM, sem a respectiva compensação
financeira;
2.07.1.4. Desorganização no tocante ao controle das despesas
licitadas, dificultando a fiscalização, tendo em vista que o
Prefeito Municipal foi a autoridade homologadora das
licitações no exercício;
2.07.1.5. Incorreção dos dados encaminhados ao Tribunal;
2.07.1.6. Insuficientes aplicações em ações e serviços públicos de
saúde;
2.07.1.7. Cobrança de taxa sobre contratos de prestação de serviços
e obras, contrariando o disposto no §2°, Il, art. 145 da
CF/88;
2.07.1.8. Diferença de saldo no valor de R$ 426.983,57 relativo à
movimentação de recursos da CIDE - Combustíveis,
embora haja a constatação de que os recursos foram
posteriormente devolvidos à conta específica;
2.07.1.9. Ausência de informações no SAGRES sobre as unidades
escolares e de saúde e dos veículos à disposição do
município.
2.07.2. Do Secretário de Finanças:
2.07.2.1. Incorreta contabilização das receitas de programas
federais, no valor de R$ 3.195.526,03, indevidamente
registradas em "Transferências de convênios da União e
suas Entidades";
2.07.2.2. Incorreta escrituração da receita do FE-Petrobras, no
valor de R$ 399.433JO, indevidamente registrada em
"Demais Transferências da União";
2.07.2.3. Incorreta escrituração da receita do convênio
SEDC/SETRAS, no valor de R$ 138.202,40,
indevidamente registrada como "Outras Transferências
da União";
2.07.2.4. Repasse de recursos próprios do município para contas
de Programas Federais vinculados ao Fundo Municipal de

<
Saúde, no valor de R$ 370.000,00;
2.07.2.5. Incorreção do valor informado na receita de aº~~aSf91 de
bens de capital; oi'" ~
2.07.3. Do Secretário de Administração:
2.07.3.1. Inexistência de registro analítico dos bens e caráter °

permanente da Secretaria de Educação e Cultura;


2.07.3.2. Envio extemporâneo

1/
de contratos por excepcional
interesse público em vigor no exercício de 2005;

1
--00"'"",'Pá,. 05/17--
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Auditoria: Não há prova documental de qualquer das
afirmações feitas pelo denunciante.
7.03.4. Denunciante: Orientado pelo Vice-Prefeito, o Sr. Luciano
Arruda Silva apresentou previamente a documentação e foi
habilitado a participar do pregão, sem que se tenha questionado
a capacidade técnica do licitante. Foi ainda orientado a baixar os
preços até que os outros licitantes desistissem, não importando
se a proposta se tornaria inexeqüível. O Vice-Prefeito teria dito
que tudo o que acontecia estaria previamente combinado com o
Prefeito Veneziano Vital. Auditoria: Não há necessidade de se
solicitar qualificação técnica para o fornecimento desse tipo de
material. Quanto à inexequibilidade dos valores da proposta
vencedora, não houve proposição de recursos administrativos no
certame.
7.03.5. Denunciante: Os pagamentos referentes às notas fiscais nO 002
e 006 foram efetuados antes da entrega do material. Auditoria:
Segundo as informações contidas nos autos, houve o regular
processamento da despesa. A Auditoria pediu informação sobre o
ingresso das mercadorias ao Fisco Estadual, mas aquele órgão
descreveu as dificuldades de coletar as informações solicitadas,
encaminhando apenas cópias das notas fiscais respectivas.
7.03.6. Denunciante: Afirma que a Sra. Anna Loureiro (Presidente da
CPL) teria declarado estar bastante preocupada com esse
processo licita tório e que o Prefeito Municipal também estaria
"sem dormir" pensando no assunto. O Vice-Prefeito teria então
sugerido a criação de uma empresa fantasma. Dias depois um
aditivo foi assinado pelo Prefeito, majorando o contrato para R$
133.725,20. Auditoria: Sobre a preocupação da equipe de
governo municipal, classificou as informações como boatos,
insuscetíveis de serem apurados. Quanto ao termo aditivo, a
alteração se deu por uma divergência no orçamento básico
quanto à unidade de mensuração do zinco nO 09 (metro e não
quilograma), o que teria resultado no aumento de R$ 9.600,00,
devendo ser franqueada a oportunidade de defesa para que o
gestor justifique a alteração contratual.
7.03.7. Denunciante: O Sr. Luciano Arruda Silva declarou que, ao
receber o primeiro cheque foi obrigado a entregar R$ 4.000,00
ao filho do Vice-Prefeito, tendo este entregado a soma ao Vice-
Prefeito. Informou, ainda, que era usual o pagamento de parte
da quantia ao Vice-Prefeito Municipal sobre todos os pagamentos
recebidos da Prefeitura. Quanto às notas fiscais de 12 a 17, o Sr.
Luciano Arruda Silva disse que não entregou nenhum dos
materiais. Auditoria: Não há prova sobre nenhuma das
alegações do denunciante. Quanto aos pagamentos, não há
registro no SAGRESapenas quanto às notas fiscais 16 e 17.
7.03.8. Denunciante: O Sr. Thiago Cristófanes Soares Santos dec ar
{$G
que empregados da loja do Vice-Prefeito exercem c rg s
comissionados na Prefeitura Municipal e apenas recebem salario,
sem prestar serviços e informou ainda serem verdadeiras todas
as declarações do sr. Luciano Arruda Silva. O filho do ViC~
Prefeito, conhecido por Netinho, fabricaria as licitações dO.
Programa Fome Zero. Auditoria: Segundo documento às flS'
e
f2r""'
331/332, o declarante informou, através de escritura pública
à "g. 08/17 --
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lavrada em Cartório, não ter sido o autor das afirmações a ele


atribuídas, declarando, que não tem conhecimento de
irregularidades no Programa Fome Zero. Ademais, na declaração
apresentada pelo denunciante, o nome do declarante está
grafado de forma errada, nO de identidade e do CPF são falsos e
a assinatura diverge da reconhecida em cartório. Os empregados
da loja de presentes do Vice-Prefeito não constam como
servidores que exercem ou exerceram cargo em comissão na
Prefeitura Municipal.
7.03.9. Em face de denúncias veiculadas na imprensa sobre a
implantação do Restaurante Popular, a Auditoria verificou que
cinco procedimentos Iicitatórios foram realizados entre 2004 e
2005, sendo todos julgados reçulares",
7.04. Documento Te 35/06 - Diz respeito a denúncia formulada pela
Associação dos Marceneiros da Catingueira (AMAC), sobre irregularidades
na contratação da associação para a confecção da estrutura para o Natal
dos Sonhos, em dezembro de 2005.
8. O Relator determinou a inclusão do processo na pauta da presente sessão, com as
notificações de estilo. É o Relatório.

VOTO DO RELATOR
Gestão fiscal
A instrução processual evidenciou déficit orçamentário ao final do exercere,
deixando clara a existência de desequilíbrio entre receitas e despesas orçamentárias.
Quanto aos Relatórios de Gestão Fiscal exigidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, a
Auditoria verificou incongruências na informação sobre a dívida consolidada em relação à
PCA. Assim, as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal foram apenas parcialmente
atendidas, cumprindo a esta Corte recomendar à Administração Municipal a estrita
observância àquele diploma legal.

Cabe ainda fazer menção à sugestão da Auditoria (fls. 4194) no sentido de que o
gestor providencie a publicação dos REO e RGF de forma a garantir o mais amplo acesso
da população aos demonstrativos.

Gestão Geral
No município de Campina Grande, desde a gestão anterior, a ordenação de
despesa é partilhada com os Secretários Municipais. Tal procedimento já foi adotado nas
tas referentes aos exercícios de 2002, 2003 e 2004 e deve ser repetido no exer~í io
ora em análise.
A Auditoria procedeu à repartição da responsabilidade pelas falhas detectadas s
1
autos, individualizando as atribuídas ao Prefeito Municipal e aos Secretários Municipais.
anto a estes últimos, a apuração se dará nas prestações de contas referentes a cada
Secretaria, em autos próprios, em que serão exercidos o contraditório e a ampla defesa .
.for essa razão, foram debatidas no presente processo apenas as irregularidades sob a
responsabilidade do Prefeito Municipal, sem a notificação dos demais agentes públicos
citados.
-- continua à Pág. 09/17 --

4 Processos Te 6.744/04, 4.674/05, 4.815/05,5820/05. e 6.655/05


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o TAC previu o afastamento gradativo dos trabalhadores, sendo 188 cooperados


dispensados até 31.07.05, 376, até 31.08.05, 376 até 30.09.05, 470 até 31.10.05 e 478
até 30.11.05, perfazendo 1.888 trabalhadores (fls.9553), impondo multas em caso de
descumprimento. As contratações por excepcional interesse público realizadas para dar
continuidade aos serviços foram realizadas em novembro de 2005.

Considerando todos esses fatos e ainda que os créditos abertos não foram
efetivamente utilizados, entendo que a falha não deve repercutir negativamente nas
contas prestadas, mas deve fundamentar a aplicação de multa e ensejar as
recomendações de estrita observância às normas constitucionais e legais pertinentes.

Abertura de créditos adicionais sem fonte de cobertura, no montante de R$ 334.012,79,'


Também nesse caso não houve utilização de créditos adicionais sem fontes
de recursos, tão somente a abertura.
A defesa argumenta a ocorrência de falha na redação do decreto de abertura de
créditos, gerando uma diferença de R$ 200.000,00 nas fontes de cobertura. A
justificativa não foi acatada pela Auditoria, ante a ausência de documento válido para
comprovar o equívoco.

A Constituição Federal veda a abertura de créditos adicionais sem as respectivas


fontes de recurso. Entretanto, no caso em análise, a ausência de fontes de recursos
representou apenas 0,64% do total de créditos adicionais abertos ou 0,14% da
despesa orçamentária do exercício. Ademais, a falha não está inserida dentre as
enumeradas como ensejadora da emissão de parecer contrário à aprovação pelo Parecer
Normativo 52/04. A irregularidade encontra-se, como bem acentuou a Representante do
Parquet, no âmbito formal, devendo provocar recomendações por parte desta Corte,
além de servir de fundamento à aplicação de multa.

Pagamento de parcelas da dívida da Câmara Municipal para com o IP5EM, sem


a respectiva compensação financeira
A Auditoria deste Tribunal verificou que a Prefeitura Municipal de Campina Grande
tem honrado o parcelamento de compromissos de responsabilidade da Câmara Municipal
junto ao IPSEM, no montante de R$ 3.567.780,87, correspondendo a 2,19% da
dívida fundada interna da entidade (fls. 4184, item 4.4), sem que efetue a
compensação desses valores em relação aos repasses ao Poder Legislativo.

Com efeito, é obrigação do Poder Legislativo Municipal o pagamento dos encargos


previdenciários bem como o repasse dos valores descontados a este título de seus
servidores. Ocorre que, sob o aspecto jurídico, apenas o município, representado por seu
Prefeito, possui personalidade jurídica para celebrar ajustes da espécie.
Preceitua o Código Civil:
(yu
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
.
(. .)
111- os Municípios;
Assim, a lei civil confere apenas ao murucipro (e não à Câmara Municipal) a
personalidade jurídica de direito público interno. Copiosos são os julgados das Cortes
Superiores a esse respeito: ~" .

Origem: STJ - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA .


Classe: RESP - RECURSO ESPECIAL - 777897
Processo: 200501443976 UF: AL Órgão Julgador: QUINTA TURMA
Data da decisão: 26/06/2007 Documento: STJ000760876
--~~ntinua à Pág. 11/17 --
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\
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ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL SERVIDOR


PÚBLICO. ILEGITIMIDADE DA CÂMARA MUNICIPAL PARA FIGURAR NO
PÓLO PASSIVO DE AÇÃO ORDINÁRIA. LEGITIMIDADE DO MUNICÍPIO.
PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO.
É firme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que as
câmaras municipais não têm personalidade jurídica, de sorte que somente
estão legitimadas a atuarem em juízo quando em defesa de suas garantias
institucionais, não sendo o caso em questão. Precedentes. Recurso especial
conhecido e provido.
Origem: STJ - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Classe: RESP - RECURSO ESPECIAL - 946676
Processo: 200700978607 UF: CE
Órgão Julgador: PRIMEIRA TURMA
Data da decisão: 23/10/2007
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA. CONTRIBUIÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS.
VEREADORES. CÂMARA MUNICIPAL PERSONALIDADE JURÍDICA E
JUDICIAL INSTITUTOS DISTINTOS. ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM.
CARÊNCIA DE AÇÃO. PRECEDENTES.
A jurisprudência desta colenda Corte de Justiça possui entendimento pacífico e
uníssono no sentido de que: - em nossa organização jurídica, as Câmaras
Municipais não têm personalidade jurídica. Tem elas, apenas, personalidade
judiciária, cuja capacidade processual é limitada para demandar em juízo, com o
intuito único de defender direitos institucionais próprios e vinculados à sua
independência e funcionamento; - é do Município a legitimidade, e não da
Câmara de Vereadores, para figurar no pólo ativo da ação ajuizada, in
casu, com o fito de que sejam devolvidas as importâncias pagas a título de
contribuições previdenciárias sobre a folha de salários, no que toca às
remunerações dos ocupantes de cargos eletivos (vereadores), assim como que não
sejam feitas novas cobranças para o recolhimento no pagamento dos agentes
políticos referenciados; - a relação processual se estabelece entre os ocupantes
dos cargos eletivos e o Município.

Naturalmente, portanto, apenas o Município, representado por seu Prefeito, é


juridicamente capaz para efetuar acordos de parcelamento de débitos previdenciários.
Acresça-se que, consoante observação do Ministério Público às fls. 10.463, há o interesse
e a necessidade do Poder Executivo em negociar a dívida previdenciária, com o intuito de
obter o certificado de regularidade previdenciária, indispensável para o recebimento de
transferências voluntárias do Governo Federal.
De outra parte, as obrigações previdenciárias referentes aos servidores do Poder
Legislativo devem ser suportadas pelas dotações da Câmara Municipal. A Lei~
esponsabilidade Fiscal, que inclui os encargos previdenciários no cômputo da desp
com pessoal (art. 18), estabeleceu limites próprios de despesa a este título em rela ~
aos Poderes Municipais (art. 20, III). A assunção de obrigações previdenciárias do P d
Legislativo por parte do poder Executivo devem, portanto, ser acompanhadas de med
compensatórias, a fim de tornar efetivo o cálculo das despesas com pessoal, atribuindo a
cada Poder o efetivo encargo com seus servidores.
\. A questão, entretanto, não deve ser resolvida por ato unilateral do Chefe do Poder
Executivo, sob pena de ofensa ao princípio constitucional de separação dos poderes.
Nesse passo, é oportuna a sugestão ministerial no sentido de recomendar ao Prefeito

r
Municipal, vencidas as tentativas de composição com a Câmara Municipal, a adoção de
medidas judiciais adequadas para que o Poder Judiciário decida acerca da matéria. Mas a
observação técnica sobre o assunto não constitui, a meu sentir, falha imputável a

gestor. à Pá,. 12/17 --


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Desorganizacão no tocante ao controle das despesas licitadas, dificultando a fiscalizacão:

Ausência de informações no SAGRES sobre as unidades escolares e de saúde e dos


veículos à disposição do município.

Encaminhamento de informações incorretas à Corte de Contas

No tocante às licitações realizadas, ressalta-se que o Prefeito Municipal tem


responsabilidade solidária aos ordenadores de despesa tendo em vista que foi
homologador da maior parte dos certames.

As falhas demonstram desorganização administrativa no trato das informações


fornecidas ao controle externo e devem motivar a aplicação de multa nos termos do art.
56, II da LOTCE e recomendações à Administração Municipal no sentido de organização
mais eficiente das rotinas administrativas, a fim de que a atividade de controle externo
não seja dificultada em oportunidades futuras.

Cobrança de taxa sobre contratos de prestação de serviços e obras, contrariando o


disposto no §2°, lI, art. 145 da CF/88

A Auditoria, em seu relatório inicial, levantou dúvidas sobre a constitucionalidade


da Lei Municipal nO 2.797/93 (fls. 1881/1884), que instituiu a cobrança de taxa sobre
contratos de prestação de serviços ou obras.

O gestor não pode ser penalizado por fazer cumprir a Lei, recolhendo os tributos
municipais instituídos. Por outro lado, não cabe a este Tribunal o pronunciamento sobre a
constitucionalidade de lei em matéria tributária. Assim, mais uma vez assiste razão ao
Ministério Público Especial, no sentido de que seja recomendado ao Chefe do Poder
Executivo a adoção de medidas administrativas, a fim de adequar a legislação tributária
municipal aos ditames constitucionais, ou judiciais para provocar o Poder Judiciário a
manifestar-se, com a definitividade própria da coisa julgada, sobre a constitucionalidade
do diploma normativo municipal.

Diferença de saldo no valor de R$ 426.983,57 relativo à movimentação de recursos da


CIDE - Combustíveis

A Unidade Técnica, na análise de defesa às fls. 8382, verificou a comprovação dos


recursos da CIDE - combustíveis, mas destacou a falha na movimentação dos recursos,
uma vez que se trata de verba com finalidade vinculada, que deve ser colocada em conta
específica. No caso em debate, os recursos no montante de R$ 162.586,35 foram
utilizados em finalidade pública, mas diversa da estabelecida em lei, embora os recu~s
utilizados fora das finalidades da CIDE tenham sido devolvidos em 17.07.06, co
registrado pela Unidade Técnica.

A falha, mais uma vez, ressalta a deficiência do controle administrativo municipal


e deve somar-se às demais para fins de recomendação de maior zelo com as rotinas
administrativas, mas não importou em prejuízo ao erário nem malversação dos recursos,
razão pela qual não compromete as contas em exame.

Denúncias anexadas aos autos e em tramitacão nesta Corte


Processo TC 4.345/08
O processo foi formalizado em 03.07.08 e ainda não possui relatório técnico.
r';1°o0tio", à Pá,. 13/17 --
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
-- Pág. 13/!7 --

A denúncia, quanto ao exercício de 2005, diz respeito à contratação da empresa


Unhares Prudêncio Mão de Obra Especializada e a supostas irregularidades nos convites
de nO 28/2005 e 27/2005. Os demais fatos denunciados referem-se ao exercício de 2006.
Quanto à empresa Unhares Prudêncio, as despesas questionadas pelo
denunciante referem-se aos empenhos 17483/05 e 17506/05 (duas parcelas de
elaboração do projeto estrutural para implantação do restaurante popular), no total de
R$ 6.000,00 e o denunciante fez juntar, inclusive, cópias dos dois cheques que fizeram
frente à despesa. As contas sacadas foram CISTERNAS DE PLACAS e RESTAURANTE
POPULAR, ambas vinculadas a recursos federais repassados por força de convênio.
A despesa foi efetuada na execução do Programa Fome Zero, fato informado
pelo próprio denunciante. A verba envolvida é, portanto, federal, não se inserindo no
âmbito das competências desta Corte. Ademais, a denúncia foi apresentada ao Ministério
Público Estadual e Federal, conforme divulgado pela imprensa, não havendo, portanto,
qualquer providência adicional a ser adotada.
Os recursos repassados aos municípios pela União têm sua aplicação
fiscalizada pelo Tribunal de Contas da União, nos termos do art. 71, VI da Constituição
Federal.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido


com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a
Estado, ao Distrito Federal ou a Munic!pio;
Assim, cabe ao Tribunal de Contas da União apurar eventuais desvios de
verbas federais. O entendimento jurisprudencial a respeito do tema é uníssono:

Origem: STJ - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


Classe: HC - HABEAS CORPUS - 25548
Processo: 200201563798 UF: MA Órgão Julgador: QUINTA TURMA
Data da decisão: 04/11/2003 Documento: STJ000519935
CRIMINAL. HC. CRIME DE RESPONSABILIDADE DE PREFEITO.
TRANCAMENTO DE AÇÃO PENAL. FISCALIZAÇÃO DE RECURSOS
TRANSFERIDOS PELA UNIÃO FEDERAL MEDIANTE CONVÊNIO.
COMPETÊNCIA DO TCU. INCORPORAÇÃO AO PATRIMÔNIO DO
MUNICÍPIO. IRRELEVÂNCIA. INÉPCIA DA DENÚNCIA. EXERCÍCIO
PLENO DA DEFESA POSSíVEL. FALHAS NÃO-VISLUMBRADAS. ANÁLISE
SOBRE A INEXISTÊNCIA DE PROVA QUANTO À APROPRIAÇÃO DOS
RECURSOS PÚBLICOS E AUSÊNCIA DE DOLO NAS CONDUTAS QUE NÃO
PODE SER FEITA NA VIA ELEITA. FALTA DE JUSTA CAUSA NÃO-
EVIDENCIADA DE PLANO. ORDEM DENEGADA.
L É cediça a competência do Tribunal de Contas da União para fiscalizar ~
aplicação de quaisquer recursos transferidos pela União Federal mediant .1]
convênio, nos exatos termos do art. 71, inc. VI, da Constituição Federal. G-/
lI. Tem-se como irrelevante se as verbas repassadas, mediante convênio, ao
Município já tenham sido incorporadas ao seu patrimônio, pois a Constituição
Federal legitima o Tribunal de Contas da União, como órgão administrativo, a
fiscalizar a sua aplicação.

Origem: TRF - PRIMEIRA REGIÃO ~


Classe: AC - APELAÇÃO CIVEL - 200237000040468 ~
Processo: 200237000040468 UF: MA Órgão Julgador: TERCEIRA TURMA .
Data da decisão: 16/5/2006 Documento: TRFl00229702

lU! -- continua à Pág. 14/17 --


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
-- Pág. 14/17 --

ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO. DECISÕES DO TCU. NATUREZA


ADMINISTRATIVA. EXAME PELO JUDICIÁRIO. POSSIBILIDADE.
REPASSE DE VERBAS FEDERAIS A MUNICÍPIO ATRAVÉS DE CONVÊNIO.
COMPETÊNCIA DO TCU PARA FISCALIZAÇÃO DOS RECURSOS DA
UNIÃO. PROCEDIMENTO DE TOMADA DE CONTAS. DISPENSA DE
DEFESA TÉCNICA. INSTRUÇÃO DA CAUSA. DESNECESSIDADE.
Compete ao TCU "fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela
União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a
Estado, ao Distrito Federal ou a Município" (art. 71, VI, da Constituição Federal).

No tocante aos convites de nO 27 e 28 de 2005, em que se alega o


direcionamento dos procedimentos Iicitatórios, entendo que a apuração do tema deve
seguir naqueles autos, não obstando, todavia, a apreciação das contas ora debatidas.

PROCESSO 4.835/05
O processo trata do Pregão Presencial 17/05, cuja autoridade homologadora
foi o Prefeito Municipal, objetivando a aquisição de equipamentos e materiais para
aplicação na construção de cisternas de placas do Programa Fome Zero. Ao processo foi
anexado o processo 6531/07 (denúncia do Presidente da Assembléia Legislativa, sr.
Deputado Arthur Paredes Cunha Lima).
Naqueles autos, após análise da Auditoria, o MPjTC opinou pela regularidade
do certame com assinação de prazo para apresentação do instrumento contratual
(fls. 216/217 daqueles autos).
Anexada a denúncia supracitada, a Auditoria procedeu à apuração dos fatos
narrados e concluiu, fls. 354/381, pela improcedência total da denúncia, em face dos
argumentos descritos anteriormente, sugerindo, ainda, a notificação da autoridade
competente para trazer informações adicionais sobre o certame. O prazo para
apresentação de defesa está em curso.
Sobre a denúncia, filio-me ao pronunciamento da Unidade Técnica por entender
que não foi encontrado qualquer fundamento nos fatos denunciados.

Documento TC 35/06

Essa denúncia foi encaminhada ao Tribunal de Contas nos primeiros dias de 2006
e, até a presente data, não havia sido apurada pela Auditoria. O documento não se fez
acompanhar das fotos e outros documentos que o denunciado menciona, razão pela qual
não é possível cogitar, em exame inicial, sobre a possibilidade de que sejam verídicos
seus fundamentos. tr.~
Entendo ainda que não é razoável a paralisação das contas ora em análise par~
que se apure a denúncia, sendo recomendável a instrução do assunto em autos
apartados.

Processo TC 7.264/06

Os autos tratam de denúncias sobre irregularidades em licitações realizadas pel ?


Prefeitura Municipal de Campina Grande. Nos procedimentos apresentados pela defes
naqueles autos (convite nO 45/05, homologada pelo Prefeito, e Pregão Presencial nO
93/06, homologado pelo Secretário Municipal de Saúde), não foram encontradas falhas
segundo relatório técnico de tls. 260 daqueles autos. iJ. f1
li -- contlnu à Pá,. 15/17 --

,
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
-- Pág. 15/17 --

Quanto aos demais certames, tem-se que:


1. No processo TC 6.333/05 (Dispensa nO71/05 - MONITORAMENTO E
TERRAPLANAGEM DO LIXÃO, homologada pelo Prefeito Municipal) a DILIC
(fls. 314/315) considerou sanadas as falhas detectadas, entendendo não ter
havido indícios de prejuízos ao erário. Ademais, informou a Auditoria, fls.
328, que o valor pago (R$ 167.384,32), bem aquém do contratado, que foi
de R$ 265.680,00;
2. O processo TC 5.813/05 (Concorrência 02/05, homologada pelo
Prefeito Municipal) trata da para contratação de manutenção, conservação e
limpeza urbana. Sobre essa contratação:
a. Houve a apresentação de denúncia, por parte da empresa Qualix
Serviços Ambientais Ltda (doc. 19.332/05), versando sobre
irregularidades no edital de licitação. Após a apuração da denúncia e
apresentação da defesa, o MPjTC posicionou-se pela juntada da
denúncia ao processo licitatório dada a impossibilidade de correção
do edital, uma vez que já havia ocorrido o certame;
b. Anexada a denúncia aos autos do processo TC 5813/05, a Auditoria
elaborou relatório consolidado (fls. 2868/2879), no qual conclui:
i. Sobre a denúncia, os itens do edital de concorrência que
conflitam com a Lei nO 8.666/93 são os seguintes:
1. Item 12.1.5.5 - exigência de que o licitante apresente
declaração de que possui ativos livres de ônus reais, penhoras
ou gravames;
2. Item 12.4.4.1.1 -Pedido de declaração formal de
disponibilidade e vinculação
3. Item 12.4.4.1.2 - Requer a lista de compromisso para os
bens indicados que não de propriedade da licitante. Ressalte-
se que a lei requer apenas a declaração formal de sua
disponibilidade;
4. Item 12.4.4.4.2 - Contém a redação "os imóveis indicados
deverão estar localizados no município de Campina Grande".
O art. 36 §6° da Lei 8.666/93 veda a exigência de
propriedade e localização prévia, explicita apenas a
declaração formal de sua disponibilidade;
5. Item 3.1.4.6 do projeto básico - anexo I - por não indicar
os locais com dificuldades de acesso;
6. Item 3.4.1 do projeto básico - anexo I - em VirtUde~
determinar a reciclagem de lixo hospitalar.
Sobre a concorrência, foram constatadas as seguintes falhas:
9t
1. Não foi comprovada a divulgação do resumo do edital
jornal de grande circulação no Estado, no município e outros
meios, conforme preconiza o art. 21, III da Lei 8.666/93;
2. A exigência de prévio recolhimento de taxa acima do valor do
custo efetivo da reprodução gráfica da documentaçã~
fornecida, a teor do art. 32, §So da Lei 8.666/93;
3. Ausência de justificativa para a utilização do INCC para fins ~f·
reajustamento contratual, haja vista não se tratarem ~

obra daquele setor; ir


serviços contratados de materiais de construção e mão de
/i/1
.

I i --contínua à Páq. 16117 --


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
-- Pág. 16/17 --

4. Ausência de justificativa para o acréscimo do item 15 -


serviços de espalhamento e acomodação de resíduos sólidos
(Anexo VII) na proposta comercial da empresa vencedora em
relação à planilha elaborada pela CPL.
3. O processo TC 6236/05 diz respeito à contratação, por dispensa licitatória,
da coleta de resíduos sólidos (autoridade homologadora - Prefeito
Municipal), sendo contratada a empresa Líder Limpeza Urbana Ltda, pelo
período de três meses. Naqueles autos, a Auditoria informa o seguinte:
a. A empresa anteriormente contratada para a coleta de lixo foi a Light
Engenharia e Comércio Ltda, vencedora da concorrência pública 05/01;
b. A empresa Light Engenhara teve seu contrato rescindido em face da
paralisação dos serviços;
c. A empresa Líder Limpeza Urbana iniciou a prestação de serviços por
dispensa Iicitatória lastreada na urgência em 27.08.04 e a prestação
prosseguiu até a concorrência 02/05;
d. A empresa Líder Limpeza Urbana, entre agosto de 2004 e dezembro de
2005, recebeu R$ 4.650.981,13, de acordo com o SAGRES.
Por todo o exposto, voto pela:
1. Emissão e encaminhamento à Câmara Municipal de Campina Grande de
parecer favorável à aprovação das contas do Prefeito Municipal de
Campina Grande, sr. Veneziano Vital do Rego Segundo Neto, relativas
ao exercício de 2005;
2. Declaração de atendimento parcial às exigências da LRF;
3. Aplicação de multa ao Sr. VENEZIANO VITAL DO REGO SEGUNDO
NETO, no valor de R$ 2.805,10, com fundamento no art. 56, II da LOTCE;
4. Determinação de extração de cópias dos contratos anexados aos autos para
fins de análise pela divisão competente e apreciação pelo órgão fracionário
desta Corte;
5. Formalização de processo para apurar o teor da denúncia veiculada pelo
Documento TC 35/06.
6. Recomendação a atual Administração municipal no sentido de que:
a. Guarde a mais estrita observância às normas constitucionais e legais de
finanças públicas, notadamente as pertinentes à autorização e abertura de
créditos adicionais e às exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal;
b. Adote providências para aperfeiçoar as rotinas administrativas, de forma a
não obstaculizar o exercício da fiscalização e evitar as incorreções de
registro contábil verificadas nos autos;
c. Adote as providências cabíveis quanto à compensação de valores devidos
pela Câmara Municipal em face do pagamento de obrigações
previdenciárias, bem como para obter provimento judicial sobre a
constitucionalidade da Lei 3.633/98.

PARECER DO TRIBUNAL
Vistos, relatados e discutidos os autos do PROCESSO TC-02.368j06, os MEMBROS
do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAÍBA (TCE-Pb), na sessão realizada
nesta data, com a declaração de impedimento do Conselheiro Fábio Túlio
Filgueiras Nogueira, decidem:

f
1. À UNANIMIDADE:
-- conclui à pág 17/17 -.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
-- Pág. 17/!7--
a. Emitir e encaminhar à Câmara Municipal de Campina Grande
parecer favorável à aprovação das contas prestadas pelo sr.
Veneziano Vital do Rego Segundo Neto, Prefeito Municipal de
Campina Grande, relativas ao exercício;
b. Declarar o atendimento parcial às exigências da LRF;
c. Determinar a extração de cópias dos contratos anexados aos
autos para fins de análise pela divisão competente e
apreciação pelo órgão fracionário desta Corte;
d. Formalizar processo para apurar o teor da denúncia veiculada
pelo Documento TC35/06.
e. Formalizar processos de prestação de contas dos Secretários
Municipais.
f. Recomendar à atual Administração municipal no sentido de
que:
i. Guarde a mais estrita observância às normas
constitucionais e legais de finanças públicas, notadamente
as pertinentes à autorização e abertura de créditos
adicionais e às exigências da Lei de Responsabilidade
Fiscal;
ll; Adote providências para aperfeiçoar as rotinas
administrativas, de forma a não obstaculizar o exercício da
fiscalização e evitar as incorreções de registro contábil
verificadas nos autos;
iH. Adote as providências cabíveis quanto à compensação de
valores devidos pela Câmara Municipal em face do
pagamento de obrigações previdenciárias, bem como para
obter provimento judicial sobre a constitucionalidade da
Lei 3.633/98.
2. À MAIORIA, aplicar multa ao Sr. VENEZIANOVITAL DO REGOSEGUNDO
NETO,no valor de R$ 2.805,10 (DOIS MIL OITOCENTOS E CINCOREAISE
DEZCENTAVOS),com fundamento no art. 56, 11da LOTCE,assinando-lhe
o prazo de sessenta (60) dias, a contar da data da publicação do
Acórdão, para efetuar o recolhimento ao Tesouro Estadual, à conta do
Fundo de FiscalizaçãoOrçamentária e Financeira Municipal, a que alude
o art. 269 da Constituição do Estado, a importância relativa à multa,
cabendo ação a ser impetrada pela Procuradoria Geral do Estado (PGE),
em caso do não recolhimento voluntário;
Publique-se, intime-se e registre-se.
Sala das Sessões do TCE-Pb - Plenário Ministro João Ag ipin
João Pessoa, 30 de julho de 2008.

'José Marques Mariz

Ana Ti. es obrega


Procuradora Geral do Mimstério Público junto ao Tribunal

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