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Processo Te n. o 00085/04

Secretaria de Educação do Estado. Recurso de


Apelação. Provimento. Reforma da decisão recorrida
para retirar a multa aplicada ao gestor e julgar regular
o processo de inexigibilidade. Recomendações.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do processo TC N° 00085/04, que trata de


Recurso de Apelação interposto pelo Secretário de Educação do Estado, Sr. Neroaldo Pontes de
Azevedo, contra decisão consubstanciada no Acórdão ACI-TC 406/2005 julgando irregular o
processo de inexigibilidade de licitação n." 2200/2003, assim como o contrato n." 26/2003 com a
Editora Educarte, cujo objeto é a aquisição de 90.000 livros didáticos para alunos do Ensino
Fundamental de Jovens e Adultos, inscritos no Programa EJA, no valor de R$ 1.575.000,00, e

CONSIDERANDO que ficou constatada a existência de decisões contraditórias das Câmaras


Deliberativas sobre um mesmo tema;

CONSIDERANDO que o processo de inexigibilidade apresentado merece recomendações


quanto à motivação, procedimento de escolha da comissão técnica e elaboração do laudo técnico;

CONSIDERANDO o relatório da Auditoria, o parecer do representante do Ministério Público,


a proposta de decisão do Relator e o mais que dos autos consta,

ACORDAM os integrantes do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, à maioria, em


sessão plenária hoje realizada, em:
1) Conhecer e dar provimento ao recurso de apelação para tornar insubsistente a multa aplicada ao Sr.
Neroaldo Pontes de Azevedo através do Acórdão ACI-TC 406/2005, haja vista as decisões
contraditórias emitidas pelas Câmaras Deliberativas, gerando insegurança para os jurisdicionados, e
a ausência de indícios de conduta dolosa ou má-fé;
2) Reformar a decisão recorrida para julgar regular o processo de inexigibilidade de licitação objeto
deste processo;
3) Recomendar ao gestor, em casos futuros, o aperfeiçoamento do procedimento interno de escolha e
formalização das comissões técnicas, cuja qualificação deve ser necessariamente apresentada, assim
como dos requisitos mínimos para elaboração dos laudos técnicos, que devem ser suficientemente
detalhados para permitir uma análise comparativa do material avaliado, afastando suspeitas de
favorecimento.

Presente ao julgamento a Exm", Procuradora Geral.


Publique-s
TC - Plen ri

CON .
cumpra-se.
in ão Agripino, em 21 de maio de 2008.

AUDITOR OSCAR
3 ' E SANTIAGO MELO

11 . ~. -~...,v:;
/~RESANÓBREGA'
PROCURADORA GERAL
r LATOR
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n. o 00085/04

o presente processo trata de Recurso de Apelação interposto pelo Secretário de Educação do


Estado, Sr. Neroaldo Pontes de Azevedo, contra decisão consubstanciada no Acórdão ACI-TC
406/2005, publicado em 10 de maio de 2005, julgando irregular o processo de inexigibilidade de
licitação n." 2200/20031, assim como o contrato n." 26/2003 com a Editora Educarte, fls. 148/153, cujo
objeto é a aquisição de 90.000 livros didáticos para alunos do Ensino Fundamental de Jovens e
Adultos, inscritos no Programa EJA, no valor de R$ 1.575.000,00.
Na mesma decisão, houve aplicação de multa ao gestor no valor de R$ 2.534,15, fls. 319/320,
mantida na apreciação do Recurso de Reconsideração, fls. 342/343.
Inconformado, o interessado interpôs o Recurso de Apelação sob análise, fls. 347/356, onde
argumenta, em resumo, que:
1) Apesar da regra ser a realização de licitação, a possibilidade de contratação direta está prevista
na própria Constituição Federal e regulada na Lei de Licitações e Contratos para os casos em
que houver inviabilidade de competição;
2) A empresa contratada detinha de exclusividade na edição e distribuição dos livros didáticos
apontados como sendo os mais adequados ao programa EJA pela comissão técnica constituída
para tal finalidade;
3) As decisões insertas nos autos fundamentam-se no entendimento externado pela Auditoria,
segundo o qual existiriam dezenas e dezenas de editoras que produzem e comercializam livros
didáticos de excelente qualidade;
4) A interpretação da Auditoria não é a melhor que deve ser dada ao caso, pois os livros que
vinham sendo utilizados na rede estadual de ensino não estavam atendendo às expectativas
metodológicas de um ensino moderno e atraente a que se propõe a educação de jovens e
adultos;
5) Foi designada uma comissão composta por educadores extremamente qualificados e
experientes com finalidade exclusiva de analisar e emitir laudo técnico acerca dos livros
didáticos almejados, cuja conclusão foi pela adequação do material produzido pela Editora
Educarte;
6) Houve pareceres favoráveis tanto da Procuradoria Jurídica da Secretaria de Educação como da
Secretaria de Controle Interno;
7) Há inúmeras decisões deste Tribunal de Contas julgando regulares inexigibilidades de licitação
quando o objeto pretendido versa sobre a aquisição de material didático, inclusive um, de n."
00077/04, com objeto idêntico ao que agora se discute, e também com os mesmos critérios e
parâmetros para aquisição, caracterizando decisões paradoxais e antagônicas.
Em sua análise, a Auditoria entendeu que o apelante repetiu as mesmas alegações da defesa e
do recurso de reconsideração, trazendo como novidade a afirmação de que este Tribunal julgou regular
casos semelhantes em outros processos. Apesar disso, o Tribunal pode a qualquer tempo modificar
seu posicionamento, à luz de novos argumentos fundamentados em comandos legais e constitucionais,
de forma que os argumentos e documentos apresentados pelo apelante não autorizam a reforma do

julgado. J ~ ·
I Registrado sob os n.? 2200/2003 na Secretaria de Controle da Despesa Pública e 002 3- /2003 na Secretaria de
Educação.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n. o 00085104

Por sua vez, o Ministério Público observou que o apelante não juntou as decisões que citou
como contraditórias, nem a Auditoria confirmou sua existência. Assim, é certo que o material didático
utilizado na Educação de Jovens e Adultos possui natureza diferenciada, porém, diversas editoras
produzem livros compatíveis com esse público alvo, não tendo o gestor logrado êxito na demonstração
da inviabilidade de competição, ou seja, não se evidenciou em que o interesse público restaria
prejudicado se efetivada a contratação com outra editora. Concluiu, ao final, pelo conhecimento do
recurso e pelo seu não provimento.

Considerações do relator: sobre a existência de julgados contraditórios neste Tribunal, apesar


de não haver juntado cópia das decisões o apelante os identificou adequadamente, de forma que uma
busca no arquivo foi suficiente para constatar-se a veracidade da afirmação, pois, com fundamento no
mesmo laudo técnico que subsidiou a aquisição de material didático analisada neste processo para as
series iniciais, houve outra aquisição para as séries mais altas, desta feita julgada regular pela 2a
Câmara Deliberativa através do Acórdão AC2- TC 288/06, de 04 de abril de 2006, fazendo-se
imperiosa a pacificação dos julgados pelo Plenário.
No mérito, entendo que o processo de inexigibilidade merece as seguintes restrições:
1) É frágil e subjetivo o Oficio que deu origem ao processo de compra, que se resume a afastar o
material então em uso, da Editora Claranto, dizendo-o inadequado "por não ter contribuído
para estimular a participação ativa do aluno de EJA" sem qualquer informação de quais dados
ou fatos subsidiaram esta conclusão, isto é, sem apresentar os estudos e avaliações realizados
pela Secretaria que fundamentem e permitam esta afirmação.
2) Apesar de insistir na qualificação técnica da comissão de três servidores designada para análise
do material didático, em nenhum momento ao longo do processo o Secretário se dignou a
apresentar o currículo dos componentes, justificando sua escolha. Aliás, sequer foram
informados os cargos que ocupam.
3) O laudo técnico fundamentador da decisão resume-se a duas páginas com elogios ao material
das Editoras Educarte e Dinâmica. Era de se esperar que fossem apresentados resumos de todos
os materiais avaliados, com a análise crítica pertinente a cada um deles e, ao final, a opinião
sobre a melhor escolha. Distante disso, o laudo constante nos autos é mais bem definido como
um resumo conclusivo das opiniões formadas pela comissão sobre o material eleito, sem dados
e critérios comparativos. Em suma, é um documento por demais "ligeiro e superficial" frente
aos valores que estão em questão.

É o relatório, informando que houve notificação ao interessado da inclusão do processo na


presente sessão.

Ante o exposto, proponho que este Tribunal:


1) Conheça e dê provimento ao recurso de apelação para afastar a multa aplicada ao gestor, haja

insegurança para os jurisdicionados, e, ainda, a ausência nos autos de indícios de conduta


dolosa ou má-fé; P
vista as decisões contraditórias emitidas pelas Câmaras Deliberativas deste Tribunal, gerando
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te n. o 00085/04

2) Reforme a decisão recorrida para julgar regular com ressalva o processo de inexigibilidade de
licitação objeto deste processo, pois sua fundamentação deu-se de forma precária e pouco
adequada ao volume de recursos envolvido;
3) Recomende ao gestor, em casos futuros, o aperfeiçoamento do procedimento interno de escolha
e formalização das comissões técnicas, cuja qualificação deve ser necessariamente apresentada,
assim como dos requisitos mínimos para elaboração dos laudos técnicos, que devem ser
suficientemente detalhados para permitir uma análise comparativa do material avaliado,
afastando suspeitas de favorecimento.

É a proposta, em 21 de maio de 2008.

AUDITOR OSCAR ·~Á:TIAGO MELO


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