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Design de calçados: investigando as necessidades das mulheres portadoras de restrições físicas

Mariana Rachel Roncoletta


IV Encontro Científico Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2008

Design de calçados: investigando as necessidades das mulheres portadoras de


restrições físicas ortopédicas
por Mariana Rachel Roncoletta 1

Este estudo investiga as necessidades estéticas e ergonômicas no


design de calçados para mulheres portadoras de restrição física ortopédica com
diferença entre membros inferiores de 1 a 4 centímetros, com o objetivo de, através
do sapato, proporcionar maior inclusão social. O estudo compreende as seguintes
etapas:
. inclusão social – relações entre moda e design socialmente responsável;
. objeto calçado – histórico, estrutura, ergonomia e estética;
. investigação das necessidades do usuário – ética em pesquisa de campo, e
. possíveis inclusões sociais através do design de calçados: resultados.
Utilizamos o termo “portador de restrição física” e não “portador de
deficiência física” pela possível conotação depreciativa do segundo termo. Segundo
OMS-WHO 2, a palavra “restrição está ligada a fatores externos à pessoa, um
ambiente pode trazer restrições a uma pessoa, já a palavra deficiência se relaciona
aos fatores fisiológicos, do indivíduo que a colocam em desvantagem em relação ao
outro”.
O design socialmente responsável está relacionado diretamente à
qualidade de vida. A pesquisa em prol da melhoria da qualidade de vida no campo do
design é abordada por diferentes enfoques desde os anos 1960: o design verde e
consumismo, design responsável e consumo ético, ecodesign e sustentabilidade,
acessibilidade e inclusão social etc. Neste projeto utilizamos o enfoque da inclusão
social através do design de produtos (o calçado) para mulheres portadoras de
restrições físicas ortopédicas.
Como critério de inclusão social utilizamos as perspectivas dos
seguintes autores:
. Design inclusivo de Jordan (1998) – enfatiza a utilização dos aspectos culturais do
usuário, além dos aspectos tecnológicos. Como exemplo negativo nos calçados,
encontramos na maioria dos sapatos para diabéticos uma aparência estética que
evidencia as restrições do usuário.
. Designer valorizado de Whiteley (1998) – processo de reflexão que inclui as
questões éticas e ecológicas de natureza cultural, ambiental, social e política diante do
perfil polivalente e interdisciplinar do design na sociedade contemporânea.
Abordagem que considera os valores sócio-culturais do designer e do usuário.

1
Mariana Rachel Roncoletta, mestranda em Design da Universidade Anhembi Morumbi, sob
orientação de Rosane Preciosa. Pós-graduada em Jornalismo de Moda e Estilo de Vida pela UAM
(2007). Especialista em Moda, Comunicação e Marketing pela UAM em 2004. Bacharel em Desenho
de Moda pela Faculdade Santa Marcelina em 1992. Stylist e consultora de moda. Email:
m.rachel@terra.com.br
2
OMS-WHO – Organização Mundial de Saúde

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Design de calçados: investigando as necessidades das mulheres portadoras de restrições físicas
Mariana Rachel Roncoletta
IV Encontro Científico Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2008

. Modelo social de Margolin (2002) – sua investigação constitui-se no trabalho de


colaboração e principalmente de comprometimento do cliente (usuário) e do designer
com o objetivo de priorizar as necessidades, seguindo a teoria da assistência social.
Esta abordagem permite localizar as necessidades do usuário através do
comprometimento entre pesquisador e usuário.
Utilizando estas abordagens reflexivas, e modelos de atuação do design
socialmente responsável, podemos observar as necessidades dos usuários em questão
com o objetivo de propor maior inclusão social através do design de moda.
Neste projeto nos referimos à moda contemporânea e suas
especificidades com relação ao usuário: quando os produtos de vestuário são
propostos mais como uma sugestão do que como uma imposição de padrões. Estas
são as diretrizes do primeiro capítulo que relaciona a moda contemporânea com o
design inclusivo.
Pode parecer uma contradição que a moda, mais reconhecida como um
mecanismo de simulação e imposição de padrões estéticos conhecidos como
modismos e/ou tendências possa apresentar, através de seus designers uma postura
ética, ou uma preocupação social, no sentido de melhoria da qualidade de vida de seus
usuários. Gostaríamos aqui de relembrar que moda é muito mais que imposição de
padrões, e sim uma forma de sintonizar idéias e sensações capaz de oferecer um
diagnóstico do mundo em que vivemos, segundo Preciosa (2004).
Castilho e Martins (2005) complementam que a moda é um sistema de
linguagem, um discurso transformado em produtos, estes por sua vez refletem os
valores e preocupações sócio-culturais de uma determinada época, num determinado
tempo e espaço pela interpretação subjetiva de seu criador (do designer de moda).
Parece-nos então natural que alguns designers incorporem os valores sócio-culturais
de seus tempos. Caso explicitado pela coleção de McQueen para Givenchy, de 1997,
e suas botas protéticas que serão abordadas nesta dissertação.
No segundo momento nos concentraremos no estudo do objeto
calçado. Faremos um breve histórico do calçado e de seus designers segundo os
historiadores de moda. Os componentes estruturais e técnicos do calçado. Os
princípios ergonômicos: a segurança e usabilidade, o conforto físico, fisiológico e
psicológico atribuídos por Nicolini (1995) e Jordan (2000) como critérios de
investigação entre o corpo do usuário e o design de calçados. As funções estéticas e
simbólicas segundo Löbach (2001).
O levantamento das necessidades dos usuários, constitui a terceira
etapa do projeto. Serão realizadas pesquisas qualitativas com as usuárias,
fisioterapeutas e ortopedistas do Hospital das Clinicas de São Paulo com base na
Resolução 196/96 do Código de Ética de pesquisa envolvendo seres humanos,
seguindo seus princípios de: autonomia, beneficência, não maleficência e justiça.
O objetivo da pesquisa de campo é dimensionar as necessidades
estéticas e ergonômicas do usuário em relação ao objeto calçado. Para tal precisamos
solicitar a participação ativa dos sujeitos 3, registrando suas considerações.
Utilizaremos as seguintes ferramentas:

3
Sujeito é o termo utilizado pela Resolução 196/96 para identificar os colaboradores na pesquisa.
Neste caso os sujeitos são os usuários, fisioterapeutas e ortopedistas.

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Mariana Rachel Roncoletta
IV Encontro Científico Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2008

. filmagem (áudio-visual)
. questionários qualitativos
. amostra de calçados dos sujeitos
. imagens de calçados (desenhos e fotos)
. protótipos.
Após a pesquisa de campo, verificaremos se a moda como linguagem
social pode proporcionar maior inclusão para as mulheres portadoras de restrições
físicas através do design de calçados, disfarçando as deformidades de seus próprios
corpos, reduzindo assim a discriminação social e contribuindo para a melhoria na
qualidade de vida.
Referencias bibliográficas:
CASTILHO, Kathia e MARTINS, Marcelo. Discursos da moda. São Paulo: Editora
Anhembi Morumbi, 2005.
JORDAN, Patrick W. Designing pleausurable products. Londres, Taylor & Francis,
2000.
___________. Human factors in product design. Londres, Taylor & Francis, 1999.
LÖBACH, Bernard. Desenho industrial. São Paulo, Editora Blucher, 2001.
MARGOLIN, Victor e MARGOLIN, Sylvia. “A social model of design”. Design
Issues, volume 18, número 4, 2002.
NICOLINI apud MARTINS, Suzana Barreto. O conforto no vestuário: uma
interpretação da ergonomia. Tese para obtenção do titulo de doutor no programa de
Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa
Catarina. Florianópolis, UFSC, 2005.
PRECIOSA, Rosane. Produção Estética. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi,
2004.
WHITELEY, Nigel. “O designer valorizado”. Arcos, volume 01, número único,
1998.

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