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GERAÇÃO DE VAZÃO EM RIOS DE REGIÕES SEMI-ÁRIDAS

Marcos Airton de Sousa Freitas. Coordenador do Grupo de Pesquisas em Recursos Hídricos,


Meio Ambiente e Computação Aplicada; Coord. do Curso de Especialização em Engenharia de
Software (Internet); Prof. da Universidade de Fortaleza - UNIFOR; E-mail: freitas@feq.unifor.br

Resumo - No projeto, otimização e análise de risco de sistemas múltiplos de reservatórios


faz-se, normalmente, uso de simulações e estudos de Monte Carlo. Para isso, são empregados
modelos de geração sintética de vazões, tanto à nível mensal quanto anual. Os modelos
autoregressivos disponíveis na literatura para a geração de vazão funcionam relativamente bem em
rios de regiões temperadas. Quando, porém, aplicados aos rios de regiões semi-áridas não
reproduzem, de maneira satisfatória, as características típicas de intermitência desses rios. Neste
artigo são analisados diversos modelos adaptados para regiões semi-áridas e aplicados a bacias
hidrográficas do Nordeste do Brasil, na geração sintética de vazões. Na gestão dos recursos
hídricos em regiões semi-áridas, sujeitas a condições críticas de precipitação e armazenamento de
água, é muito importante a análise dos impactos de secas extremas por meio da geração sintética
de vazões, bem como a definição de políticas de otimização e conservação da água.

Abstract – By the design, optimization and risk analysis of multipurpose reservoirs


systems Monte Carlo simulations, where usually used monthly and annually streamflow
generation models have been used. In general auto-regressive models preserve the statistical
parameters of the historical time series when they are applied in humid basis. Otherwise, they are
not able to reproduce the persistence (long periods of low and high flow) encountered in the
historical series of intermittent rivers from semi-arid areas. In this study several streamflow
generation models have been modified and applied to semi-arid in the Northeast Brazil. By the
water resources management in semi-arid regions, subject to critical precipitation and reservation
conditions, the impact assessment analysis of hydrologic droughts trough streamflow simulation is
of huge importance for water resources policy makers.

Key Words: geração de vazão; semi-árido; otimização.

1. INTRODUÇÃO

O semi-árido brasileiro, com área de cerca de 1 milhão de km2 , é caracterizado, dentre


outros aspectos, por uma acentuada variabilidade espaço-temporal de sua precipitação (400 a 1800
mm/a) e uma elevada taxa de evaporação (acima de 2000 mm/a), associada à condições geológicas
restritivas (subsolo cristalino de reduzida potencialidade hídrica), tendo como conseqüência a
apresentação de intermitência de seus cursos d’água. A construção de barragens artificiais ao
longo dos principais rios da região, apresentou-se, a partir do início deste século, como
necessidade indispensável no tocante à oferta hídrica, especialmente nos períodos de secas.

Para o dimensionamento e operação desses sistemas de reservatórios superficiais,


submetidos, via de regra, a usos múltiplos e concorrentes (abastecimento humano, irrigação,
produção de energia, etc.), lança-se mão, dentre outras ferramentas, de modelos determinísticos
chuva-vazão e/ou de modelos de geração estocástica de vazão (FREITAS, 1996), dependendo
principalmente da disponibilidade de dados.

Para a geração sintética de vazões foram apresentados na literatura diversos modelos, com
diferentes intervalos de tempo. De um modo geral, esses modelos podem ser agrupados em duas
categorias: modelos de geração direta e modelos de desagregação. À primeira classe pertencem os
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modelos, os quais geram vazões simultaneamente para distintos intervalos de tempo
(FERNANDEZ & SALAS, 1986; SIM, 1987; BARTOLINI et al., 1988; CLAPS et al., 1993). Nos
modelos de desagregação as vazões são geradas inicialmente para um intervalo de tempo maior,
por exemplo um ano, e então desagregadas em intervalos de tempo menores, como por exemplo
mês, semana, dia, etc.

Conforme DRACUP et al. (1980) quatro considerações fundamentais devem ser avaliadas,
quando da definição de secas, quais sejam: 1) qual o interesse maior na análise, isto é, qual a
natureza do déficit d’água a ser investigado (meteorológico, hidrológico ou agrícola), 2) qual o
intervalo de discretização utilizado na análise de série de tempo (anual, semestral, mensal, etc.), 3)
qual o patamar estabelecido para separação entre eventos de cheia e de seca e 4) a escolha dos
métodos de regionalização e padronização adotados.

Uma seca hidrológica pode ser definida como um, ou uma seqüência de anos, onde a vazão
média anual permanece abaixo da vazão anual média a longo prazo, considerando-se toda a série
existente (DRACUP et al., 1980). Um evento de seca pode, destarte, ser caracterizado por meio de
três parâmetros, a saber: a duração D, em anos; a severidade ou déficit acumulado S e a magnitude
M, a qual representa o déficit médio acumulado abaixo da vazão média anual.

Quando da aplicação de modelos estocásticos de geração de vazão fez-se necessário


observar não só as características de série de vazão, mas também o uso a que se destinam os
modelos. Um dos aspectos mais importantes na análise de recursos hídricos em regiões semi-áridas
são os impactos de eventos extremos, em especial, de secas prolongadas, sobre os sistemas de
recursos hídricos. Para isso é imprescindível a geração de longas séries de vazões sintéticas.
ASKEW et al. (1971), STEDINGER & TAYLOR (1982), bem como KENDALL & DRACUP
(1992) discutiram a incapacidade dos modelos tradicionais, baseados na cadeia de Markov, em
reproduzir a distribuição de freqüência de eventos de secas extremas, ocorridas nas séries históricas.

A seguir são analisados alguns modelos, adaptados de modelos citados na literatura


especializada, visando reproduzir as características típicas de intermitência dos rios de regiões
semi-áridas. Os modelos foram, então, aplicados, a nível mensal, à bacias da região semi-árida
brasileira.

2. MODELOS DE GERAÇÃO DA VAZÃO

2.1 Modelagem Anual

Um primeiro modelo anual a ser descrito é o modelo denominado Thomas-Fiering ou


modelo AR(1), isto é, Auto-Regressivo de ordem 1, que se baseia em um processo estocástico
(MASS et al., 1962). O segundo modelo é o modelo Gama-Autoregressivo ou GAR(1), proposto
por FERNANDEZ & SALAS (1990). Ambos os modelos são casos particulares do modelo
ARMA (BOX & JENKINS, 1976).

2.1.1 Modelo AR(1)

O modelo AR(1) original, também conhecido como Modelo Thomas-Fiering, pode ser
descrito através da equação:

Qi = µ + ρ (Qi −1 − µ ) + t iσ (1 − ρ 2 )1 / 2
sendo
Qi = vazão no ano i;
µ = média da população;
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σ = desvio padrão da população;
ρ = coeficiente de correlação lag-1 da população;
t i = variável aleatória N(0,1).

Para rios intermitentes do Nordeste do Brasil empregam-se, entretanto, variáveis aleatórias


com distribuições assimétricas, tais como a log-normal e gama.

2.1.2 Modelo GAR(1)

Um modelo Gama-Autoregressivo de 1ª ordem pode ser descrito por meio de um processo


aditivo da seguinte forma:

Qi = φQi −1 + ε i
onde
Qi = vazão no intervalo de tempo i;
φ = coeficiente de autocorrelação;
ε i = variável aleatória independente.

Para a geração de número aleatório com distribuição gama utiliza-se o esquema seguinte:

ε = λ (1 − φ ) + η
sendo
η = 0 → M = 0

 M

η = ∑ Y j (φ ) → M > 0
Uj

 j =1

com
M = variável aleatória com distribuição Poisson e média igual a − β ln(φ )
U j = variável aleatória uniforme (0,1)
Y j = variável aleatória com distribuição exponencial de média igual a 1 / α .

2.1.3 Modelo ARR (Alternating Renewal Reward)

O modelo anual Alternating Renewal Reward de KENDALL & DRACUP (1992), baseia-
se nas características (duração, severidade e magnitude) dos períodos de secas e cheias
encontrados na série histórica. Ele faz uso da distribuição geométrica para a simulação da duração
dos períodos de secas e cheias e da distribuição gama a dois parâmetros para a reprodução da
severidade.

Uma hipótese básica no processo de modelagem das vazões anuais por meio do modelo
ARR é a de que os eventos de secas sejam oriundos de populações distintas, ou seja, o déficit Yi
(déficit no ano i) seja independente e uniformemente distribuído, dependente, entretanto, da
duração. Para a geração anual são efetuados dois estágios: 1) modelagem do processo seca/cheia,
2) modelagem da vazão dentro de período de seca ou cheia. O modelo pode, deste modo, se
encontrar em um dos dois estados possíveis. Caso, por exemplo, o sistema seja a priori adotado
como sendo cheia, gera-se, então, DH1 anos de cheias. A seguir, adota-se o sistema como seca e
gera-se DL1 anos de seca e assim por diante. Sendo DHn e DLn distribuições de probabilidades
independentes e uniformemente distribuídas.
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O problema, portanto, resume-se à identificação de funções de distribuições de
probabilidade para os dois estágios do modelo. Para a modelagem do processo cheia/seca foi
utilizada a distribuição geométrica e para a modelagem da severidade das cheias e secas foi usado
a distribuição gama a dois parâmetros. Um fator restritivo no ajuste das distribuições para a
duração, bem como para a severidade, diz respeito à pequena amostra. Em um período de cerca de
80 anos de dados tem-se, por exemplo, cerca de 15 períodos de seca. Para superar essa deficiência
foram empregados, então, dois procedimentos: decimação e padronização. Na análise de série de
tempo com intervalo menor do que um ano, isto é, caso haja periodicidade, a variável original
pode ser substituída através de uma padronização, com o objetivo de remover essa periodicidade.

Empregou-se o procedimento de decimação (BLOOMFIELD, 1976) para a obtenção de n


(número de meses) séries de vazão, por meio do uso dos valores de vazões padronizados de anos
seguidos, para cada seca (cada cheia), em cada uma das n séries. As severidades dos períodos de
cheias e secas são, deste modo, avaliados. Esse procedimento simula uma regionalização, através
de n séries de vazões de n diferentes postos de uma região homogênea, submetidos às mesmas
condições climáticas.

Para a simulação da duração dos períodos de cheias e secas utilizou-se a distribuição


geométrica, conforme a equação a seguir:

f x ( x ) = pq x −1

Para a severidade empregou-se distribuições gama a dois parâmetros para cada duração,
segundo KENDALL & DRACUP (1992):

λe −λYD ( λYD ) r −1
f (YD ) =
Γ (r )
com

Γ = a função gama; r = o parâmetro de forma; λ = o parâmetro de escala.

2.2 Modelagem Mensal

2.2.1 Modelo PAR(1)

O modelo mensal de Thomas-Fiering ou PAR(1) pode ser representado pela equação a


seguir :

sj
Qi , j = Q + r j (Qi , j −1 − Q j −1 ) + t´ j s j (1 − r j )1 / 2 ,
2
s j −1
onde
Qi , j −1 e Qi , j = vazão no mês j-1 e j do ano i
Q j −1 e Q j = vazão média dos meses j-1 e j
s j −1 e s j = desvio padrão dos meses j-1 e j
r j = coeficiente de correlação do mês j
t´' j = variável aleatória de uma distribuição assimétrica
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Os resultados insatisfatórios resultantes de aplicações do modulo convencional Thomas-
Fiering em regiões semi-áridas, com inúmeros valores nulos de vazão, trouxeram propostas de
modificações desse modelo apresentadas por CLARKE (1973) e FILHO (1978). Tais
procedimentos levam em consideração a independência entre a ocorrência ou não-ocorrência de
vazão em cada mês do ano.
Inicialmente são determinados as probabilidades de ocorrências de vazão para cada mês,
dadas por:

n'
Pj =
n
onde
n´ = número de valores não nulos de vazão em um dado mês j com n observações;
n = número de anos da série histórica

Para cada mês é então gerado um número aleatório Vj com distribuição uniforme (0,1) e
comparado ao valor de probabilidade de ocorrência de vazão.

V j >Pj ⇒ Qi , j = 0
V j ≤ Pj ⇒ Qi , j > 0
Quando Qi , j > 0 e Qi , j −1 = 0 , então Qi , j é determinado do seguinte modo:
Qi , j = Q j + s j t j
sendo
t j = número aleatório com distribuição normal N(0,1).

Uma outra modificação desse modelo foi proposta por MATALAS (1967). Não sé devido as
características assimétricas das vazões mensais, mas também por causa da dificuldade de obtenção
de um estimador representativo do valor populacional de assimetria, pois as séries históricas de
vazão são geralmente curtas, utiliza-se muitas vezes uma distribuição de probabilidade log-
normal. Como o logaritmo de nulo não é definido, o que impossibilitaria de se aplicar a
transformação log diretamente a séries históricas de rios intermitentes, MATALAS (1967)
apresentou uma forma de estimar os parâmetros da série histórica no domínio logarítmico sem
alterar a série em si.

2.2.2 Modelo Two-tier

A maioria dos modelos, entretanto, não captura, a distribuição e a persistência dos totais
anuais. As vazões mensais geradas (por modelos mensais) caso somadas, normalmente diferem
das vazões anuais sintéticas (geradas por modelos anuais), particularmente quando o modelo é
especificado em termo dos logaritmos das vazões, ou de alguma outra transformação efetivada.
Em tais casos, ou as vazões mensais ou as anuais necessitam ser ajustadas para se manter tal
consistência. Uma questão relevante é como ajustar as vazões sazonais geradas sem
substancialmente distorcer suas distribuições marginais. Neste estudo diversos métodos de ajustes
foram testados e analisados.
Na aplicação de modelos estocásticos de vazão em sistemas de recursos hídricos é
importante, portanto, que não apenas os parâmetros estatísticos das vazões mensais, mas também
os das vazões anuais, sejam reproduzidos. Os valores de vazões negativos gerados, bem como a
distorção na distribuição marginal foram observados. A utilização de um ou outro procedimento
de ajuste é de fundamental relevância, notadamente na avaliação da capacidade do modelo de
geração em reproduzir os períodos de secas extremas e estimar com razoável precisão a vizinhança
das vazões anuais históricas.
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2.2.3 Método dos Fragmentos

O Método dos Fragmentos de SVANIDZE (1980) norteia-se na desagregação, em vazões


mensais (ou intervalo de tempo menor), de vazões anuais pré-geradas por algum modelo anual
(neste caso, pelo modelo ARR). O cerne do modelo caracteriza-se pela estimativa, para cada mês e
para todos os anos i da série histórica, dos denominados fragmentos, dados por:

Qi , j
f i, j = n

∑Q i, j
j =1
sendo:
n = número de meses (n=12); Qi , j = vazão no mês j do ano i.

Os fragmentos f i , j correspondem ao valor percentual da vazão anual (denominador da


equação acima) no ano i. A seguir os valores anuais históricos de vazão são ordenados de forma
crescente e divididos em intervalos de classes. Os limites dos intervalos de classes são formados
pela média entre valores sucessivos de vazão. O número total de classes é igual ao número de anos
de vazão da série medida. A primeira classe tem como limite inferior zero e a última classe tem
limite superior infinito. As vazões anuais geradas são, então, distribuídas conforme os intervalos
de classe e fragmentadas em valores mensais.

2.2.4 Modelo de Desagregação

O modelo de desagregação proposto por VALENCIA & SHAAKE (1973) faz uso de um
modelo de geração de vazão anual, para em seguida desagregar esses valores anuais em vazões
mensais, semanais ou diárias. O modelo baseia-se na equação a seguir:

Qi = AM i + BVi

onde
Qi = matriz de vazões
A = vetor de parâmetros [12x1]
12
M i = matriz coluna de vazão no ano i subtraída de µ , estimado por M = 1
12 ∑Q
j =1
j

B = matriz de parâmetros [12x12]


V j = vetor de componentes aleatórios

O vetor A é estimado por A = E (Qi M i ) E −1 ( M i M i ) , onde E( ) é o valor esperado e E-1( ) a


matriz inversa do valor esperado. A matriz de parâmetro B é por sua vez determinado a partir da
expressão a seguir, a qual pode ser obtida por decomposição espectral ou análise de componentes
principais:

BBT = E (QiQT i ) − E −1 ( M i M i ) E (Qi M i ) E T (Qi M i )


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3. APLICAÇÃO DOS MODELOS

Os diversos modelos foram consolidados em um pacote computacional denominado SAGE


(Stochastische AbflussGEnerierungsmodell), composto dos seguintes modelos de geração de
vazão sintética (FREITAS, 1995):

- Modelo PAR(Thomas/Fiering) com modificação de CLARKE(1973)


- Modelo PAR (Thomas/Fiering) com transformação de MATALAS(1967)
- Modelo Two-tier (PAR(1)/AR(1) com distribuição log-gama
- Modelo Two-tier (PAR(1)/AR(1) com distribuição log-normal
- Modelo Two-tier - PAR(1)/GAR(1)
- Métodos dos Fragmentos / AR(1) com distribuição log-gama
- Métodos dos Fragmentos / AR(1) com distribuição log-normal
- Métodos dos Fragmentos / GAR(1)
- Modelo de Desagregação /AR(1) de VALENCIA & SCHAAKE(1973)
- Alternating Reward Renewal Model / Métodos dos Fragmentos

Figura 1: Localização das bacias hidrográficas analisadas.

Para a verificação da aplicabilidade dos modelos a rios intermitentes do semi-árido


brasileiro, empregou-se os modelos a quatro bacias do Nordeste do Brasil (Figura 1), bacias essas
com áreas variando de 410 a 5695 km² (Tabela 1).

Para a análise do desempenho de modelos de geração de vazão no semi-árido três critérios


básicos são necessários, quais sejam: (1) análise dos parâmetros estatísticos das séries geradas; (2)
análise do resultado da simulação da operação do reservatório e (3) análise das características
(duração, severidade e magnitude) dos períodos de cheias e secas gerados (FREITAS, 1995).
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Tabela 1 - Características das bacias hidrográficas analisadas

Posto Rio Área da Vazão média


Nr. bacia (km2) anual (m3/s) Período
1 Faz. Cajazeiras Acaraú 1550 7.45 1963-82
2 Sitio Poço Dantas Bastiões 3700 3.88 1968-81
3 Sitio Novos São Gonçalo 410 3.05 1963-75
4 Limeira Capibaribe 5695 6.55 1957-75

Para cada uma das bacias hidrográficas foram geradas 100 séries de 50 anos de extensão,
com cada um dos modelos. Nas figuras 2, 3 e 4 são apresentados comparativos do valor histórico
com o valor mediano (100 séries geradas) dos parâmetros média, desvio padrão e coeficiente de
correlação, respectivamente. Os modelos Frag1 e Frag2 foram os que conseguiram melhor
reproduzir os parâmetros estatísticos analisados.

Vazão Média
His
60 Clarke
50 Matalas
Twotier1
40
(m³/s)

Twotier2
30 Twotier3
20 Frag1
10 Frag2
0 Frag3
J F M A M J J A S O N D Disag
mês

Figura 2 - Parâmetros estatísticos das séries geradas e histórica (média) para o Posto Faz.
Cajazeiras.
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Desvio Padrão
His
70 Clarke
60 Matalas
50 Twotier1
Twotier2

(m³/s)
40
30 Twotier3
20 Frag1
10 Frag2
0 Frag3
J F M A M J J A S O N D Disag
mês

Figura 3 - Parâmetros estatísticos das séries geradas e histórica (desvio padrão) para o Posto Faz.
Cajazeiras.

Coeficiente de Correlação
His
1 Clarke
0,8 Matalas
Twotier1
0,6
Twotier2
0,4 Twotier3
0,2 Frag1
0 Frag2
-0,2 Frag3
Disag
J F M A M J J A S O N D
mês

Figura 4 - Parâmetros estatísticos das séries geradas e histórica (coeficiente de correlação) para o
Posto Faz. Cajazeiras.

Na tabela 2 são apresentadas as características das séries histórica e geradas para o Posto
Faz. Cajazeiras, no rio Acaraú. Nas tabelas 3 a 5 encontram-se as estatísticas dos parâmetros
característicos dos períodos de secas e cheias hidrológicas (duração, severidade e magnitude) para
os modelos anuais.

Tabela 2. Comparações das características estatísticas das séries histórica e geradas para o
Posto Faz. Cajazeiras.

Série Série Gerada


Parâmetros Estatísticos Histórica PAR(1) GAR(1)
Média(m³/s) 91.384 98.882 115.720
Desvio Padrão (m³/s) 104.223 96.545 122.283
Coef. de Variação 1.140 0.976 1.057
Coef. de Assimetria 1.579 1.923 1.607
Coef. de Correl. Lag-1 0.265 0.244 0.270
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Tabela 3. Comparação das estatísticas da duração dos períodos de secas hidrológicas das
séries histórica e gerada para o Posto Faz. Cajazeiras.

Série Série Gerada


Parâmetros Estatísticos Histórica PAR(1) GAR(1)
Média (ano) 3.133 3.053 3.141
Desvio Padrão (ano) 2.232 2.445 2.603
Coef. de Variação 0.712 0.801 0.829
Coef. de Assimetria 1.184 1.692 1.909
Coef. de Correl.Lag-1 0.451 -0.004 0.018

Tabela 4. Comparação das estatísticas da severidade dos períodos de secas hidrológicas


das séries histórica e gerada para o Posto Faz. Cajazeiras.

Série Série Gerada


Parâmetros Estatísticos Histórica PAR(1) GAR(1)
Média (m³/s*a) 204.761 181.444 244.755
Desvio Padrão (m³/s*a) 172.733 171.353 239.075
Coef. de Variação 0.844 0.944 0.977
Coef. de Assimetria 1.231 1.714 1.935
Coef. de Correl. Lag-1 0.393 -0.025 0.011

Tabela 5. Comparação das estatísticas da magnitude dos períodos de secas hidrológicas


das séries histórica e gerada para o Posto Faz. Cajazeiras.

Série Série Gerada


Parâmetros Estatísticos Histórica PAR(1) GAR(1)
Média (m³/s) 59.581 55.336 71.772
Desvio Padrão (m³/s) 22.164 24.068 29.513
Coef. de Variação 0.372 0.435 0.411
Coef. de Assimetria -0.839 -0.252 -0.494
Coef. de Correl. Lag-1 0.183 -0.033 -0.058

Na tabela 6 observam-se os erros médios de ajuste (bias e rmse) para o Posto Faz.
Cajazeiras.

Tabela 6 - Erros médios de ajuste (bias e rmse) para o Posto Faz. Cajazeiras.
Modelo Média Desvio Padrão Coef. de Correlação
bias rmse bias rmse bias rmse
TF/Clarke 0.2876 0.2321 0.2060 0.1674 6.6039 4.1213
TF/Matalas 0.1965 0.1953 0.1639 0.1591 6.4141 1.7117
Two-tier1 0.3237 0.2652 0.2810 0.2007 7.1211 3.9973
Two-tier2 0.3031 0.2808 0.2369 0.2922 8.7538 2.2963
Two-tier3 0.3325 0.2704 0.2691 0.3102 8.5416 5.7129
Frag1 0.0966 0.2136 0.0838 0.1673 0.1276 1.9774
Frag2 0.1381 0.1825 0.1387 0.1028 0.8318 2.6558
Frag3 0.2076 0.1801 0.1111 0.1304 1.1984 1.9313
Disag. 0.4867 0.4691 0.3299 0.3379 7.3794 7.1152
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4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Neste trabalho foram apresentados vários modelos usados na geração de vazão em região
semi-árida. Os modelos Frag1 e Frag2, quando aplicado às diversas bacias do semi-árido brasileiro
apresentaram resultados mais satisfatórios, provando assim serem uma ferramenta útil no projeto e
otimização de sistemas de reservatórios em regiões semi-áridas.

5. BIBLIOGRAFIA

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