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BNDES-exim.
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Tirar
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o seu
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projeto
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dodo
papel.
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Esse
Esseé oé nosso
o nosso
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Esse
Esseé oé nosso
o nosso
papel.
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O BNDES-exim,
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além
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de ser
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o mais
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importante
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instrumento
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de financiamento
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às exportações
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de produtos
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brasileiros,
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é também
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o caminho
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mais
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curto
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entre
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as empresas
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de serviços
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e o emercado
o mercado
global.
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Se você
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trabalha
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projetos,
projetos,
obras,
obras,

desenvolvimento
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de software
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e outras
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atividades
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na área
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consulte
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as soluções
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BNDES-exim
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e leve
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seus
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conhecimentos
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parapara
o mundo.
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Se oSeserviço
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da sua
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empresa
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é competitivo,
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comcom
o BNDES
o BNDES
apoiando
apoiando
ele ele

fica fiimbatível. Acesse


ca imbatível. www.bndes.gov.br/exportacao.
Acesse www.bndes.gov.br/exportacao.
FCCE

Federação das Câmaras


de Comércio Exterior

Foreign Trade Chambers


Federation

Fédération des Chambres


de Commerce Extérieur

Federación de las Cámaras


de Comercio Exterior

Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 1


Diretoria 2006-2009
Presidente

JOÃO AUGUSTO DE SOUZA LIMA


Federação das Câmaras de Comércio Exterior
Foreign Trade Chambers Federation 1s t V i c e - P r e s i d e n t e
PAULO FERNANDO MARCONDES FERRAZ

A FCCE é a mais antiga Associação de Classe dedicada a FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE COMÉRCIO
exclusivamente às atividades de Comércio Exterior. EXTERIOR – FCCE assinou Convênio com o CONSE- Vice-Presidentes Vice-Presidente Europa
Arlindo Catoia Varela Jacinto Sebastião Rego de Almeida (Portugal)
Fundada no ano de 1950, pelo empresário João LHO DE CÂMARAS DE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS,
Gilberto Ferreira Ramos Vice-Presidente Nor te
Daudt de Oliveira (a ele se deve, 5 anos antes, a organismo que representa as Câmaras de Comércio
Joaquim Ferreira Mângia Cláudio do Carmo Chaves
fundação da Confederação Nacional do Comércio – Bilaterais dos seguintes países: ARGENTINA, BOLÍVIA,
José Augusto de Castro
CNC ), a FCCE opera ininterruptamente, há mais de CANADÁ , CHILE , CUBA , EQUADOR , MÉXICO , Vice-Presidente Sudeste
Ricardo Vieira Ferreira Martins
Antonio Carlos Mourão Bonetti
50 anos, incentivando e apoiando o trabalho das PARAGUAI , SURINAME , URUGUAI , TRINIDAD E
Vice-Presidente Sul
Câmaras de Comércio Bilaterais, Consulados Estran- TOBAGO e VENEZUELA.
Arno Gleisner
geiros, Conselhos Empresariais e Comissões Mistas a Além de várias dezenas de Câmaras de Comércio
nível federal. Bilaterais filiadas à FCCE em todo o Brasil, fazem parte
Diretores
A FCCE, por força do seu Estatuto, tem âmbito da Diretoria atual, os Presidentes das Câmaras de
nacional, possuindo Vice-Presidentes Regionais em Comércio: Brasil-Grécia, Brasil-Paraguai, Brasil-Rússia, Diana Vianna De Souza Luiz Oswaldo Aranha
diversos Estados da Federação, operando também no Brasil-Eslováquia, Brasil-República Tcheca, Brasil- Marie Christiane Meyers Marcio Eduardo Sette Fortes de Almeida
Alexander Zhebit Oswaldo Trigueiros Júnior
plano internacional, através “Convênios de Cooperação” México, Brasil-Belarus, Brasil-Portugal, Brasil-Líbano,
Alexandre Adriani Cardoso Raffaele Di Luca
firmados com diversos organismos da mais alta Brasil-Índia, Brasil-China, Brasil-Tailândia, Brasil-ltália e
Andre Baudru Ricardo Stern
credibilidade e tradição, a exemplo da International Brasil e Indonésia, além do Presidente do Comitê
Augusto Tasso Fragoso Pires Roberto Nobrega
Chamber of Commerce (Câmara de Comércio Inter- Brasileiro da Câmara de Comércio Internacional, o
Cassio José Monteiro França Roberto Cury
nacional – CCI), fundada em 1919, com sede em Paris Presidente da Associação Brasileira da Empresas Cesar Moreira Roberto Habib
e que possui mais de 80 Comitês Nacionais, nos 5 Comerciais Exportadoras – ABECE, o Presidente da Charles Andrew T'Ang Roberto Kattán Arita
continentes, além de operar a mais importante “Corte Associação Brasileira da Indústria Ferroviária – ABIFER, Daniel André Sauer Sergio Salomão
Internacional de Arbitragem” do mundo, fundada no ano o Presidente da Associação Brasileira dos Terminais de Eduardo Pereira De Oliveira Sizínio Pontes Nogueira
de 1923. Contêineres, o Presidente do Sindicato das Indústrias José Francisco Fonseca Marcondes Neto Sohaku Raimundo Cesar Bastos
A FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE COMÉRCIO Mecânicas e Material Elétrico, entre outros. Some-se, Luis Cesario Amaro da Silveira Stefan Janczukowicz

EXTERIOR tem sua sede na Avenida General Justo no ainda, a presença de diversos Cônsules e diplomatas
307, Rio de Janeiro, (Edifício da Confederação Nacional estrangeiros, dentre os quais o Cônsul-Geral da
do Comércio – CNC) e mantém com essa entidade, há República do Gabão, o Cônsul do Sri Lanka (antigo Conselho Fiscal (Titulares)

quase duas décadas “Convênio de Suporte Administrativo “Ceilão”), e o Ministro Conselheiro-Comercial da Delio Urpia de Seixas
e Protocolo de Cooperação Mútua”. Em passado recente Embaixada de Portugal. Elysio de Oliveira Belchior
A Diretoria Walter Xavier Sarmento

2 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 3
EDITORIAL SUMÁRIO

Enfrentando os desafios APOIO 6 Homenagem


O MARCO PÓLO BRASILEIRO
A falência de um grande banco de investimentos americano, em me- Falecido em abril, Giulite Coutinho entra para a história como
ados de setembro de 2008, foi o estopim para desencadear uma das mais um dos nomes mais importantes do comércio exterior do Brasil.
profundas turbulências financeiras da era do capitalismo. Tendo como epi-
centro as principais economias do mundo, a crise acertou em cheio todos
os setores e não deixou nenhum país de fora. De fato, os sentimentos de pâ-
nico e incerteza só fazem com que o clima se torne cada vez mais obscuro, 12 Abertura 33 Empresas
dificultando a busca por soluções sólidas que estaquem o aprofundamento SEMINÁRIO RENDE HOMENAGEM A GIULITE COUTINHO “OS SEMINÁRIOS ORGANIZADOS PELA FCCE SÃO UM
dos problemas causados pelos desvios financeiros do mundo desenvolvido. Presidente da FCCE pede 1 minuto de silêncio em homena- MARCO NA HISTÓRIA DA ECONOMIA DO ESTADO DO RIO”
No entanto, faz-se, cada vez mais urgente, discutir e encontrar meios cria- gem ao empresário Giulite Coutinho, morto em abril
tivos para que os efeitos da crise não chegue a se perpetuar e prejudicar os
investimentos tão importantes para o desenvolvimento do Brasil.
Por acreditar que é possível, sim, trilhar caminhos positivos em meio 14 Painel I 35 Municípios
aos problemas existentes, a FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE COMÉR- TERRITÓRIO PARA INVESTIMENTOS “A COLÔMBIA É UM PARCEIRO EXCELENTE E CONFIÁVEL”
CIO EXTERIOR deu início, em 06 de abril de 2009, a mais uma série de Palestrantes do Painel I comparam as economias dos dois Secretário de Desenvolvimento de Piracicaba fala sobre os
Seminários Bilaterais de Comércio Exterior e Investimentos. Entrando no países e comentam sobre as oportunidades de investimentos potencias de comércio com a Colômbia no setor de bicom-
seu quarto ano, com resultados de muito sucesso, os eventos representam bustíveis
um dos foros de debates sobre comércio exterior mais importantes do Bra-
sil. Por isso, mais do que nunca, a FCCE aposta na sua manutenção, levan-
do a público os desdobramentos e perspectivas atuais sobre esse que é um 18 Painel II 37 Câmaras de Comércio
dos setores que mais registraram crescimento nos últimos anos no País. COLÔMBIA EM NÚMEROS “O RELACIONAMENTO ENTRE BRASIL E COLÔMBIA
Para abrir a série, convidamos a Colômbia, país que representa rele- Palestrantes comentam os dados da economia colombiana e DEVE SER PRIVILEGIADO”
vância político-econômica no continente sul-americano, mas que, por ra- as viabilidades de investimentos no país
zões diversas, temos tido contatos muito aquém das reais potencialidades
vistas nas relações bilaterais. De fato, os números da economia colombiana CONSELHO DE

são dignos de atenção. O país conseguiu, a despeito dos problemas polí-


ticos internos (atualmente mais controlados), crescer a uma taxa média
CÂMARAS DE COMÉRCIO
DAS AMÉRICAS 21 Painel III 39 Cultura
anual superior aos índices latino-americanos, além de apresentar políti- SERVIÇOS EM PAUTA UM ARTISTA DE VOLUME
cas macroeconômicas que visem à estabilidade. Tudo isso fez com que o O setor de serviços é tema de debate no Painel III Fernando Botero, um dos mais respeitados artistas plásticos
EXPEDIENTE do mundo, mostra a alma colombiana.
país vizinho fosse um dos primeiros do continente a ser considerados uma
economia de baixo risco para investimentos estrangeiros. Nesse contexto, PRODUÇÃO
Federação das Câmaras de Comércio Ex-
intensificar os canais de relacionamento comercial permitirá com que bons
negócios sejam realizados, permitindo, assim, consolidar, ainda mais, o
terior – FCCE
Av. General Justo, 307/6o andar
25 Encerramento 42 Serviços
caminho da integração regional, proposta essa tapo acalentada pelo atual Tel.: 55 21 3804 9289 DIVERSIFICAÇÃO PARA ENFRENTAR A CRISE OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS EM SERVIÇOS
e-mail: fcce@cnc.com.br Secretário-executivo do MDIC afirma que a diversificação Artigo da equipe da Secretaria de Comércio e Serviços do Mi-
governo brasileiro. No entanto, para que tal objetivo tenha bases sólidas, é
necessário, antes de tudo, buscar um maior equilíbrio comercial, reverten- EDITOR de destinos de comércio exterior pode amenizar os efeitos nistério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
do as disparidades existentes no comércio entre os dois países, amplamente Brunno Braga da crise internacional
favorável ao Brasil. Para melhor ilustrar essa situação, o superávit brasilei- ASSESSORA DA PRESIDÊNCIA
ro com a Colômbia alcançou, em 2008, a marca de US$ 1,465 bilhão. Maria Conceição Coelho de Souza
A FCCE prestou, ainda nesta edição, homenagem a Giulite Coutinho,
TEXTOS E REPORTAGENS
27 Diplomacia 48 Etanol
um dos mais expoentes nomes do comércio exterior brasileiro, falecido em Brunno Braga O AUMENTO DO COMÉRCIO BILATERAL É POSSÍVEL ETANOL E CLIMA NAS RELAÇÕES BRASIL-EUA
abril de 2009. A dedicação que Coutinho deu ao comércio com outros pa- Cônsul-Geral da Colômbia no Rio fala sobre as relações Artigo por Marcos Sawaya Jank, presidente da
íses, sobretudo em momentos nos quais poucos homens de n´gócios ousa- DIAGRAMAÇÃO E ARTE Brasil-Colômbia
vam em prospectar países dos mais longínquos para venderem os seus pro-
Thalita Teglas UNICA - União da Indústria de Cana-de-Açúcar
Tel.: 55 21 8879-5570
dutos, pode e deve servir de exemplo para muitos empresários, malgrado os
tempos tortuosos vividos atualmente.
Com efeito, a FCCE trabalha para apresentar, discutir e debater me-
SECRETARIA
Sérgio Rodrigo Dias Julio 29 Financiamento 50 Relações Bilaterais
Representante do BNDES fala sobre as ações do banco em 2008
canismos que propiciem o fortalecimento do comércio exterior nacional. FOTOGRAFIA
Os desafios são muitos, é verdade. Mas encontrar condições para que os Christina Bocayuva
efeitos da crise sejam menos intensos é função de todos os atores que atuam
nesse setor e, ai, inclui-se a FCCE. Temos a certeza de que o leitor poderá
JORNALISTA RESPONSÁVEL
Brunno Braga (MTB 050598/00) 31 Política Comercial 54 Curtas
ter uma idéia melhor desse papel nas páginas desta publicação, a primeira e-mail: carbrag29@yahoo.com.br “PRECISAMOS PENSAR TAMBÉM EM INTERNACIONALIZAÇÃO”
de 2009. Tel.: 55 21 8880 2565 Coordenador da Apex diz, em entrevista, que comércio
As opiniões emitidas nesta revista são de respon- exterior brasileiro está cada vez mais maduro
sabilidade de seus autores. É permitida a repro-
BOA LEITURA dução dos textos, desde que citada a fonte.
O EDITOR
FOTO DA CAPA: SANTUARIO DE LAS LAJAS - IPIALES, COLÔMBIA

4 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 5
PERSONALIDADE

mpreendedor, ousado e visionário. Essas qua-


lidades, entre muitas outras, conseguem fazer
justiça a um dos empresários mais importantes
do comércio exterior brasileiro no século XX.
Conhecido como João Teimoso da exportação e Marco
Pólo Brasileiro, Giulite Coutinho realizou nas décadas
de 60 e 70 do século passado o que se pode chamar de
revolução no setor de exportação, indo a lugares onde
muitos não ousaram pensar em chegar, ajudando a le-
var a marca Made in Brazil para praticamente os qua-
tro cantos do mundo. Coutinho faleceu no dia 04 de
abril de 2009, aos 87 anos de idade, testemunhando
os frutos plantados por ele, décadas atrás, após anos
de intensas atividades empresariais voltadas para o
comércio com outros países.
Mineiro de Visconde do Rio Branco, cidade loca-
lizada na região da Zona da Mata, Coutinho foi filho
de um empresário do ramo do café na região. Com a
deblacé financeira mundial de 1929, a sua família viu
os seus negócios irem à ruína, perdendo praticamen-
te tudo, inclusive os ‘amigos’. Aos 18 anos, resolve
mudar-se para o Rio de Janeiro, então capital federal,
onde de início serviu na Aeronáutica e, logo depois,
trabalhou como propagandista médico do Laborterá-
pica (hoje Bristol, Myers & Squibb). No entanto, foi
em 1949 que ele começou a dar os seus primeiros
passos em direção ao comércio exterior, quando criou
a a GC Representações Matérias-Primas importadas e
embalagens. Foi através da empresa que Coutinho re-
alizou a sua primeira viagem à Europa, tarefa essa que
seria muitas vezes executadas nos anos seguintes.

CRIAÇÃO DA AEB
O MARCO PÓLO BRASILEIRO Dado o pontapé inicial, Coutinho foi se mostrando um empresário do setor
de comércio exterior cada vez mais atuante. Em 1954, ele criou a Forlab, con-

Falecido em abril, Giulite Coutinho entra para a história como um dos quistando várias representações de importantes empresas européias (Itália,
Dinamerca, Alemanha, França e Espanha). O sucesso do empreendimento fez

nomes mais importantes do comércio exterior do Brasil. com que a Forlab crescesse, criando, assim três divisões: a Forland, voltada
para produtos para indústria agrícola e animal; a Forin, divisão criada para
o setor de produtos primários industriais não farmacêuticos; e a Forexp, es-
pecializada em exportação de produtos manufaturados em geral do
Brasil.

6 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 7
VOCÊ QUER VENDER
res empresários do setor e repre-
sentantes dos mais altos escalões
do governo brasileiro.

M ASCATE DE OURO

Em função dos ótimos resultados


O MUNDO QUER COMPRAR
obtidos dentro dos trabalhos realiza-
dos em prol do comércio exterior, Cou-
tinho foi condecorado com o 1º Prêmio
“O Mascate de Ouro” da CNC - Con-

BRAZILIAN
federação Nacional do Comércio.
Em 1972, mais uma vez dotado
de grande senso de ousadia e oportu-
nidade, Coutinho chefiou a primeira

EXPORTERS
delegação de empresários brasileiros
à República Popular da China. Tal
empreendimento chamou a atenção,
sobretudo em razão de o Brasil não
possuir, à época, relações diplomá-
ticas com o a China. Dois anos de-
pois, foi novamente à China, sendo
que dessa vez, presidiu a missão que
convidou oficialmente autoridades
chinesas a visitarem o Brasil. Nesse
mesmo ano, o Brasil restabeleceu as
relações diplomáticas com o país asi-
ático. “Giulite Coutinho foi um em-
presário competente e líder combati- www.brazilianexporters.gov.br
vo, que comandou batalhas decisivas
para firmar a mentalidade exportado- www.vitrinedoexportador.gov.br
ra no setor produtivo brasileiro. Por
onde esteve conquistou amigos: era
um cultivador de amizades!”, escre-
veu o Professor e ex-ministro da Fa-
zenda, Antonio Delfim Netto, em sua
Carta do governo chinês autorizando a ida da missão empresarial chefiada por Coutinho coluna publicada pelo Jornal Folha
de São Paulo.
A Forexp foi o núcleo de de- preparar para a exportação, como
senvolvimento das atividades de formar preços, como embalar, com
Além da carreira de sucesso an-
gariada dentro do comércio exterior,
Versões em:
Giulite Coutinho orientadas para proteção adicional, como fazer ró-
Inglês
Coutinho também se destacou como
a exportação que o levou a novos tulos em outras línguas, melhoria dirigente esportivo, presidindo, na
outros empreendimentos e iniciati- na qualidade. Foi nesse contex- década de 70, do Conselho Nacional
vas. Ele queria repetir em escala to que Coutinho, juntamente com
Francês
do Desporto (CND) e, já na década de
brasileira o modelo das tradings empresários cariocas, paulistas e 80, ficando a frente da Confederação
japonesas, com participação ou mineiros, teve a idéia de fundar Brasileira de Futebol, entidade essa
acordos com fábricas. a Associação dos Exportadores do
Espanhol
que ajudou a reestruturar após a ex-
De fato, foi a partir desse maior Brasil (AEB), uma das mais ativas tinção da Confederação Brasileira
contato com o setor de exporta- entidades da economia brasileira de Desporto. Torcedor emblemático

Japonês
ção que foi iniciado um trabalho e responsável pela organização do do América, hoje pertencente à Se-
de verdadeira catequese junto ao fórum de comércio exterior mais gunda Divisão do campeonato cario-
fabricante de manufaturados com importante do País: o Enaex - En- ca, foi homenageado, em 2000, com
potencial para exportação. E, as- contro Nacional dos Exportadores, o batismo do estádio construído pelo
sim, Giulite e sua equipe começa- realizado anualmente e que sempre clube, na Baixada Fluminense.
ram a ensinar indústrias a como se conta com a participação dos maio-

8 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 9
Seminário Bilateral de
Comércio Exterior e Investimentos
BRASIL  COLOMBIA
Av. General Justo, 307 - Rio de Janeiro | auditório da Confederação Nacional do Comércio

Programa do Seminário - 06 de abril de 2009

14:00h ABERTURA DOS TRABALHOS: "O relacionamento das empresas colombianas e brasileiras PRESIDENTE DO PAINEL: EXPOSITORES:
João Augusto de Souza Lima - Presidente da FCCE no âmbito da América do Sul. A potencialidade do município Marco Polo Moreira Leite - Presidente do Conselho de • Oswaldo Trigueiro - Presidente do Conselho de Turismo da CNC
brasileiro exportador." Comércio Exterior da ACRJ
PRESIDENTE DA SESSÃO: MODERADOR: 18:00H SESSÃO DE ENCERRAMENTO:
Theóphilo de Azevedo Santos - Presidente da ICC e do PRESIDENTE DO PAINEL: Armando Meziat - Secretário de Desenvolvimento da Produção do MDIC
Conselho Superior da FCCE Carlos Alberto Andrade Pinto - Presidente da Câmara PRESIDENTE DA SESSÃO:
Bilateral Brasil - Colombia EXPOSITORES: João Augusto de Souza Lima - Presidente da FCCE
COMPONENTES DA MESA: •Fábio Martins Faria - Diretor do Planejamento
• Ivan Ramalho - Ministro interino de Estado do MDIC MODERADOR E PRONUNCIAMENTO ESPECIAL: e Desenvolvimento do Comércio Exterior - MDIC PRONUNCIAMENTO ESPECIAL:
• Ministro Clemente de Lima Baena Soares - Diretor do Carlos Alberto Andrade Pinto - Presidente da Câmara • Carlos Eduardo Rodriguez Tribin - Diretor da PROEXPORT Ivan Ramalho - Secretário-Executivo do MDIC
Departamento da America do Sul do MRE Bilateral Brasil - Colombia Colombia no Brasil
• Theóphilo de Azevedo Santos - Presidente da ICC e do COMPONENTES DA MESA:
Conselho Superior da FCCE EXPOSITORES: 17:00h PAINEL III: • Marco Polo Moreira Leite - Presidente do Conselho de
• Gustavo Affonso Capanema - Vice-Presidente do • José Francisco Calil - Secretário de Desenvolvimento "O relacionamento Brasil-Colombia nos setores: tecnologia da Comércio Exterior da ACRJ
Conselho Superior da FCCE Econômico - cidade de Piracicaba informação, turismo e logística." • João Augusto de Souza Lima - Presidente da FCCE
• Luis Feferbaun - Consul da Colombia no Rio de Janeiro • Luciene Ferreira M. Machado - Gerente de Comércio • Luis Feferbaun - Consul da Colombia no Rio de Janeiro
• Marco Polo Moreira Leite - Presidente do Conselho de Exterior e Integração da América do Sul - BNDES PRESIDENTE DO PAINEL: • Carlos Alberto Andrade Pinto - Presidente da Câmara
Comércio Exterior da ACRJ Maurício do Val - Diretor do Departamento de Comércio e Bilateral Brasil - Colombia
• Carlos Alberto Andrade Pinto - Presidente da Câmara INTERVALO PARA CAFÉ – 10 MINUTOS Serviços do MDIC
Bilateral Brasil - Colombia 15:30hPAINEL II: Pronunciamento especial: COQUETEL DE ENCERRAMENTO
"Oportunidades de investimentos e cooperação Brasil-Colombia nos Prof. Jovelino Gomes Pires - Presidente da Câmara de Em homenagem ao Sr. Tony Jozame Amar - Embaixador
14:30h PAINEL I: setores: construção civil, petróleo e fontes alternativas de energia." Logística da AEB Plenipotenciário da Colombia
ABERTURA

Seminário rende homenagem a Giulite Coutinho


Presidente da FCCE pede 1 minuto de silêncio em homenagem ao
empresário Giulite Coutinho, falecido em abril

Participantes do Seminário prestando homenagem póstuma à Giulite Coutinho

PARA COMPOR A MESA DA SESSÃO DE FREITAS, DEPARTAMENTO


CHEFE DO NEIRO (ACRJ); CARLOS ALBERTO PIN-
SOLENE DE ABERTURA DO SEMINÁRIO ECONÔMICO DA CONFEDERAÇÃO NA- TO, PRESIDENTE DA CÂMARA BILATERAL

BILATERAL DE COMÉRCIO EXTERIOR E CIONAL DO COMÉRCIO (CNC); LUCIENE BRASIL-COLÔMBIA; PRESIDENTE DA ICC Giulite Coutinho no 28° Encontro Nacional de Comércio Exterior
INVESTIMENTOS BRASIL-COLÔMBIA, O MACHADO, GERENTE DE COMÉRCIO EX- E DO CONSELHO SUPERIOR DA FCCE,

PRESIDENTE DA FCCE, JOÃO AUGUSTO TERIOR E INTEGRAÇÃO DA AMÉRICA DO TEÓPHILO DE AZEREDO SANTOS.
Ao dar início aos trabalhos da sessão, empresário saiu do Brasil e foi para a Chi- era apenas citado como referência à expor- “O Brasil não acreditava em
DE SOUZA LIMA, CONVIDOU OS SEGUINTES SUL DO BNDES; PAULO FERNANDO
o presidente da FCCE prestou homenagem na vender móveis. Na verdade, foi Coutinho tação. Hoje, graças a Coutinho, sabemos que
NOMES: CARLOS EDUARDO RODRIGUEZ MARCONDEZ FERRAZ, 1º VICE-PRESI- que abriu o mercado chinês para os produ- comércio exterior é muito mais do que isso.
comércio exterior, e o setor era
ao empresário Giulite Coutinho, membro do
TRIBIN, DIRETOR DA PROEXPORT CO- DENTE DA FCCE; GUSTAVO AFFONSO Conselho Superior da FCCE, e que faleceu tos brasileiros”, disse Souza Lima. Comércio exterior engloba um conjunto de apenas citado como referência
LÔMBIA-BRASIL; JOSÉ FRANCISCO CALIL, CAPANEMA, VICE-PRESIDENTE DO CON- no início do mês de abril. “Giulite Coutinho O presidente da FCCE lembrou que atividades que inclui exportação, importa- à exportação. Hoje, graças a
acompanhou, por algumas vezes, os tra- ção, seguro de crédito, transporte marítimo
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE DESENVOL- SELHO SUPERIOR DA FCCE; MARCO
foi uma pessoa da maior representatividade
balhos de Giulite Coutinho, e constatou as internacional, o marketing internacional
Coutinho, sabemos que co-
do comércio exterior brasileiro. Quando o
VIMENTO ECONÔMICO DE PIRACICABA; PÓLO MOREIRA LEITE, PRESIDENTE DO comércio exterior engatinhava, há 50 anos, imensas dificuldades que envolviam as ope- entre outras atividades”. Após tecer os co- mércio exterior é muito mais.”
Coutinho fundou a AEB. Naquela época, rações de comércio exterior no início da se- mentários, Souza Lima solicitou aos presen-
LUIS FEFERBAUN, CÔNSUL DA COLÔMBIA CONSELHO DE COMÉRCIO EXTERIOR DA gunda metade do século XX. “O Brasil não tes 1 minuto de silêncio em homenagem ao JOÃO AUGUSTO DE SOUZA LIMA
quando 99,9% dos empresários brasileiros presidente da FCCE
NO RIO DE JANEIRO; CARLOS THADEU ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO RIO DE JA- acreditava em comércio exterior, e o setor empresário Giulite Coutinho.
desconheciam siglas como FOB e SIF, o

12 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 13
PAINEL I

“O BNDES é o banco da po-


Território para investimentos lítica industrial brasileira,
ou seja, é uma instituição
que tem como objetivo pres-
Palestrantes do Painel I comparam as economias dos dois países tar apoio à indústria nacio-
e comentam sobre as oportunidades de investimentos nal e à infra-estrutura”
LUCIENE MACHADO
gerente de Comércio Exterior e Integração
da América do Sul do BNDES

A representante do BNDES con-


tou que, nos últimos 20 anos, a ins-
tituição auxilia no apoio às exporta-
ções brasileiras e aos movimentos de
internacionalização. “O BNDES cum-
pre o papel de ser a principal fonte
Luciene Machado, do BNDES, disse que o banco aposta na integração latino-americana de recursos de longo prazo no Brasil,
com muito orgulho. Somos sabedores
país vizinho. Óbvio que os nossos números país vizinho tem sido exemplar em ter- das limitações e ciente de muitos pa-
são bem maiores do que os deles, mas o mos de estabilidade de preços. “A Co- péis que precisa tomar”.
que se assemelha é o fato de a Colômbia lômbia conseguiu, via política do BC, O BNDES chegou, ao final de
está com espaço para usar mais a política ganhar credibilidade. A estabilidade da 2008, com ativos da ordem de US$ 280
monetária como instrumento anti-cíclico, moeda é fundamental. Como o Brasil iria bilhões, com uma carteira de financia-
pois houve um grande avanço no regime de ampliar os negócios se não tivesse cer- mentos da ordem de US$ 216 bilhões.
metas de inflação e também porque eles teza que a moeda permanecerá estável Para ela, a estrutura atual do banco
conseguiram um bom equilíbrio externo”, ao longo dos próximos anos? Então, eu permite com que ele seja lucrativo, ga-
afirmou Carlos Thadeu. Segundo ele, a Co- considero, com bastante conforto, que as rantindo, assim, uma perenidade dos
lômbia, apesar de também estar sofrendo nossas relações comerciais têm que es- negócios da instituição para os finan-
os efeitos da atual crise econômica, não tar estruturadas numa estabilidade, que, ciamentos de setores importantes da
está tão vulnerável como esteve no passa- talvez, poucos países da América Latina economia brasileira.
do. “Essa é a grande comparação que vejo tenham”, disse. De acordo com ela, o banco tem
hoje entre as economias colombiana e bra- Ele destacou, ainda, a importância dobrado de tamanho em termos de de-
sileira. Mas, para ampliarmos as bases de de os dois países adotarem políticas sembolso a cada dois anos. Esse pro-
Da esquerda para direita: Luciene Machado (BNDES), José Calil (secretário municipal de Piracicaba), Paulo M. Ferraz (vice-pres. Da FCCE),
negócios entre Brasil e Colômbia é funda- anticíclicas para que os efeitos da crise cesso teve início em 2003. “Isso, sem
Marco Polo M. Leite (ACRJ), Teophilo de Azeredo Santos (ICC)
mental manter a estabilidade de preços”. mundial sejam amenizados. “As polí- dúvida, não é uma tarefa fácil. Todos os
ticas se referem à redução da taxa de dias, enfrentamos uma série de ativida-
O PAINEL I TEVE COMO TÍTULO: O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE PIRACICA- TRANSPORTE DE CARVÃO PARA O PORTO DE SAN-
des que visam à busca pela produtivi-
BA; E CARLOS THADEU DE FREITAS, CHEFE DO TA MARTA. “SÃO PROJETOS QUE ATINGEM VOLU-
juros, contenção dos gastos públicos, e
relacionamento das empresas co- “A Colômbia está com espaço variáveis básicas sob controle. Se ado- dade e pela melhor alocação dos nossos
DEPARTAMENTO ECONÔMICO DA CONFEDERA- MES SIGNIFICATIVOS E QUE ULTRAPASSAM LAR-
recursos. O desafio é grande”.
lombianas e brasileiras no âmbito ÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO (CNC), QUE FEZ GAMENTE A CORRENTE BILATERAL DE COMPRA E
para usar mais a política mo- tadas, o fluxo de negócios aumentará”,
disse, finalizando a sua apresentação. A palestrante considerou que seja
da América do Sul. O PRONUNCIAMENTO ESPECIAL DO PAINEL. VENDA DE PRODUTOS”, ANALISOU O MODERADOR netária como instrumento anti- natural o papel do BNDES no apoio a
A POTENCIALIDADE DO MUNICÍPIO BRASI-
AO ABRIR OS TRABALHOS DA SESSÃO, CAR- DO PAINEL I. EM SEGUIDA, ELE PASSOU A PALA- cíclico, pois houve um grande projetos de infraestrutura de empresas
LOS ALBERTO PINTO DISSE QUE O RELACIONA- VRA PARA CARLOS THADEU DE FREITAS. BNDES
LEIRO EXPORTADOR. PARA brasileiras no exterior, já que o banco
PRESIDIR O PAINEL
MENTO ENTRE BRASIL E COLÔMBIA, NOS ÚLTI-
avanço no regime de metas de in-
FOI CONVIDADO O PRESIDENTE DA CÂMARA Luciene Machado, gerente de Co- tem projetos com essas mesmas carac-
BILATERAL BRASIL-COLÔMBIA, CARLOS AL- MOS ANOS, VEM GANHANDO DESTAQUE DENTRO PREPARADOS PARA A CRISE flação e porque eles conseguiram mércio Exterior e Integração da Améri- terísticas no Brasil em larga escala.
DO CONTINENTE SUL-AMERICANO. ELE CITOU O
BERTO PINTO. PARA A TAREFA DE MODERADOR,
O representante da CNC iniciou a sua um bom equilíbrio externo” ca do Sul do BNDES, foi a expositora “Em 2008, os desembolsos voltados
SETOR DE SERVIÇOS, DANDO TRÊS EXEMPLOS: A
O PRESIDENTE DA ICC E DO CONSELHO SUPE- seguinte. Ela começou a sua apresenta- para projetos de infraestrutura chega-
VENDA DOS AVIÕES MODELO TUCANO DA EMBRA-
palestra revelando que há pouco realizara
RIOR DA FCCE, TEÓPHILO DE AZEREDO SAN- CARLOS THADEU DE FREITAS ção traçando o perfil da instituição, que, ram a 38% do total do banco e, tam-
ER PARA O GOVERNO DA COLÔMBIA; A PESQUISA
um estudo sobre a situação econômica da Chefe do Departamento Econômico da CNC
TOS. PARA FAZER AS EXPOSIÇÕES DA SESSÃO, em 2009, completa 57 anos. “O BNDES bém, quando apoiamos exportações
QUE VEM SENDO DESENVOLVIDA PELA VALE (EX-
Colômbia. “Eu analisei um trabalho desen-
ESTIVERAM PRESENTES: LUCIENE MACHADO, é o banco da política industrial brasilei- relacionadas a projetos desse setor,
CRVD), PARA ATUAR NO SETOR DE EXPLORA- volvido pelo Banco Central da Colômbia, no O palestrante ressaltou que as em-
GERENTE DE COMÉRCIO EXTERIOR E INTEGRA- ra, ou seja, é uma instituição que tem eles têm papel fundamental e uma im-
ÇÃO DE CARVÃO NA COLÔMBIA; E O PROJETO, JÁ
qual expõe a situação econômica do país. presas brasileiras estão investindo na
ÇÃO DA AMÉRICA DO SUL DO BNDES; JOSÉ como objetivo prestar apoio à indústria portância em termos de participação
APROVADO PELO GOVERNO DOS DOIS PAÍSES, DE
Ao analisar esse trabalho, constatei que o área de serviços na Colômbia porque o
FRANCISCO CALIL, SECRETÁRIO MUNICIPAL DE Brasil está em situação parecida com a do nacional e à infra-estrutura”. muito relevante”.
CONSTRUÇÃO DE UMA ESTRADA DE FERRO PARA

14 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 15
tro desse sistema, existe um mecanismo ao lado de empresas brasileiras, posi- firmar operações conjuntas. Hoje, o limi- vel por US$ 566 milhões. A cidade também
que é o Seguro de Crédito à Exportação ções importantes nos demais mercados te para a movimentação de crédito monta atua, de forma expressiva, na exportação
(SCE), do qual o banco é o maior usuário. do continente sul-americano”. US$ 80 milhões”, disse. de máquinas e equipamentos para usinas
“O BNDES atua como um provedor de fun- Ao concluir a sua apresentação, a re- de açúcar no mundo todo.
ding e busca garantias para financiar essas “Entendemos que, dentro da presentante do BNDES ressaltou que a Calil mencionou, ainda, a importân-
operações em diferentes mecanismos. O estatal tem uma linha de internacionali- cia do Arranjo Produtivo Local de Piraci-
Seguro de Credito à Exportação é o mais política de integração conti- zação de empresas brasileiras, que pode caba que agrega 10 usinas de álcool, 80
importante, especialmente, para valores de nental do BNDES, é mais do ser utilizada por aquelas que queiram se empresas, vários centros de pesquisa e
projetos de exportação mais elevados ou que natural entrar na Co- instalar no mercado colombiano. “As em- universidades. “O APLA de Piracicaba é
para prazos mais longos”. O SCE é admi- presas podem contar com uma importan- um dos mais bem sucedidos hoje no Bra-
nistrado pela União, cujas deliberações es- lômbia, pois o banco já tem, te forma de apoio do BNDES. Nós temos sil. Recentemente, firmamos um convê-
tão a cargo do Comitê de Financiamento e ao lado de empresas brasi- buscado conhecer melhor as estratégias nio com a APEX (Agência Brasileira de
Garantia das Exportações, que é presidido leiras, posições importan- de internacionalização de empresas bra- Promoção de Exportações e Investimen-
pelo Secretário-Executivo do MDIC. sileiras” finalizou. tos) e estamos, assim, realizando missões
Outro mecanismo importante para o tes nos demais mercados do empresariais para vários países, inclusi-
comércio exterior ao CCR (Convênio de continente sul-americano” ETANOL ve para a Colômbia.
Crédito Recíproco) , criado inclusive com LUCIENE MACHADO
Em relação à Colômbia, o secretário
José Calil acredita no potencial do mercado colombiano para o consumo de etanol O secretário municipal de Desenvol-
a finalidade de mitigar as transferências li- gerente de Comércio Exterior e Integração revelou a existência de um convênio es-
quidas de divisas entre os países da Aladi da América do Sul do BNDES vimento Econômico de Piracicaba, José tabelecido entre a Apla de Piracicaba e
INTEGRAÇÃO desenvolvem, gerando emprego e renda (Associação Latino-Americana de Integra- Francisco Calil, disse que a Colômbia a Apex que visa encontrar oportunidades
para a população local”, considerou. A ção). “O CCR tem permitido o banco atuar tem mantido uma série de contatos com para vender tecnologia do etanol para o
O BNDES tem se pautado, desde representante do BNDES afirmou, ainda, O BNDES, contudo, já financiou pro- o governo do município paulista, sobretu-
de forma muito importante nas exportações jetos na Colômbia. Luciene Machado des- país vizinho. “Já realizamos duas missões
2003, por uma vertente integracionista, que o banco apóia a exportação de bens e para os países da região porque, de fato, do para os negócios voltados para o setor para a Colômbia no ano passado e uma este
informou Luciene Machado. Dessa for- serviços com o objetivo de inserir empre- tacou o programa Transmilênio, no qual sucroalcooleiro. A região de Piracicaba é
é um mecanismo que reduz riscos”, disse foi financiada a aquisição de ônibus para ano. A produção de etanol com tecnologia
ma, a instituição busca se aproximar dos sas que, talvez, diretamente, não tivessem Machado. O CCR é utilizado pelos Bancos responsável pela maior parte de produção brasileira vai gerar grande oportunidade
governos e de instituições correlatas na acesso, num primeiro momento, a muitos o sistema de transportes de Bogotá. “Esse de açúcar e álcool do Brasil. “Tivemos
Centrais e instituições autorizadas a operar projeto serve de paradigma e referência para entrarmos no mercado colombiano de
América Latina. “Entendemos que os flu- mercados estrangeiros. “Apostar em pro- nesse mecanismo. “Boa parte da carteira e um grande crescimento desde a década energia renovável porque o programa do
xos comerciais precisam ser apoiados e, jetos que tenham capacidade de alavan- para muitos países da América do Sul de 70 até o dia de hoje. O Brasil possui,
das exportações que nós temos para a re- que querem instalar um sistema eficiente governo daquele país que determina o uso
em muitos casos, oferecemos alternativas car diretamente ou indiretamente a maior gião tem lastro e se pauta nessa forma de hoje, 460 unidades (usinas e destilarias) de 10% do etanol na composição total da
viáveis de financiamento. presença de marcas brasileiras ou de em- de transporte de massa. Então, estar pre- de produção de etanol. Elas já começam
mitigação de risco, que é o CCR”. sente em iniciativas emblemáticas como energia colombiana. Esse programa abre
presas de menor porte no exterior é o que a ter uma produção mais intensiva através oportunidades grandes de exportação, seja
está por trás da atuação do banco nessas essa é também um foco do banco porque do bagaço que é utilizado na geração de
“Apostar em projetos que PROJETOS NA COLÔMBIA notabiliza empresas brasileiras, levando do próprio etanol, seja de equipamentos
vertentes. Esse apoio tem evoluído. Temos energia elétrica”, afirmou o secretário. para que se produza etanol em território
tenham capacidade de ala- em mente que temos ainda muito que per- Em relação à América do Sul, cerca de e consagrando a marca Brasil e quando o Ele fez questão de esclarecer que a
BNDES tem a oportunidade de participar colombiano”, comentou o secretário.
vancar diretamente ou in- correr, mas já garantimos algo em torno de US$ 13,5 bilhões de desembolsos relacio- produção do etanol no Brasil, que é obtida O secretário citou, também, que o
US$ 7 bilhões de desembolsos e uma car- nados à exportação para os países do con- dá um passo adicional de se tornar mais através do plantio de cana, não se carac-
diretamente a maior pre- conhecido e relevante no continente”, co- governo de Piracicaba estuda alternati-
teira de projetos muito expressiva”. tinente já foram feitas, desde 1997. “Es- teriza pelo desvio de áreas que são utili- vas para atrair investidores colombianos
sença de marcas brasileiras ses desembolsos têm sido crescentes. Em mentou. zadas por outras culturas na agricultura.
A representante do BNDES revelou, para investir no setor sucroalcooleiro bra-
ou de empresas de menor FINANCIAMENTO E CRÉDITO 2008, eles chegaram a US$ 450 milhões “Isso é um mito, pois dos 851 milhões de sileiro. As vantagens seriam: baixo custo
e, em 2009, a tendência é que a curva de ainda, que o banco está estruturando o km2 (área do Brasil), 354 milhões de km2
porte no exterior é o que Em relação à elegibilidade para con- projeto de construção da Ferrovia Carare, do valor da terra no Brasil, condições cli-
crescimento se mantenha”, previu a repre- são utilizados para a agricultura, e o cul- máticas excepcionais, mão-de-obra qua-
está por trás da atuação do seguir financiamento, Luciene Machado sentante do BNDES. que tem à frente duas das maiores cons- tivo da cana de açúcar representa apenas
revelou que o banco tem como função for- trutoras do Brasil - Odebrecht e Camargo lificada e outra série de benefícios que
banco nessas vertentes” No entanto, se para muitos países da 7,8 milhões de km2, o que corresponde a faz com que o etanol possa ser produzido
necer financiamento de longo prazo para América do Sul, o BNDES tem destina- Correa. “O BNDES está empenhando na 2,2% do total de área agricultável no Bra-
produtos, serviços e projetos, atividades estruturação, porque a parcela de exporta- aqui com investimentos colombianos.
do linhas de financiamento à exportação, sil”, disse, acrescentando que essa área Ele aproveitou para mencionar no
LUCIENE MACHADO que dependem de maturação mais lon- no caso da Colômbia, o país não figura ção que o banco financiar poderá alavan- de cultivo da cana de açúcar está concen-
gerente de Comércio Exterior e Integração ga. Ao agir assim, ela disse que o banco car e colocar as empresas brasileiras no seminário o lançamento do Parque Tec-
da América do Sul do BNDES entre os primeiros destinos de desem- trada na região sudeste. nológico de Biocombustível, que conta
preenche a lacuna deixada pela iniciativa bolsos propiciados pelo BNDES. “Temos atrativo mercado colombiano”, avaliou.
O Banco também entende que a inser- privada, que prefere prover recursos para Ela acrescentou que o BNDES atua, com suporte de importantes universi-
ção de empresas em determinados merca- um desafio em operar na Colômbia, um EXPORTAÇÃO dades brasileiras e algumas estrangei-
exportação de commodities e itens de me- mercado que apresenta riscos baixos de também, em operações de pequena mon-
dos é também função da capacidade de nor valor agregado. “Nós concentramos os ta, como exportação de equipamentos Piracicaba, apesar de ser considerada ras. “O objetivo do pólo é promover es-
manter essa atividade sustentável. É isso captação de recursos de financiamento tudos e desenvolvimento de tecnologia
recursos públicos, que são escassos, em internacionais. Mas, entendemos que, leves, por intermédio de bancos no exte- uma cidade de porte pequeno, é o sexto
que garante a perenidade e que essas em- itens de maior valor agregado”. rior, que são credenciados, avaliados pela município exportador do estado de São na área de biocombustíveis na cidade
presas lá continuarão ajudando os empre- dentro da política de integração conti- de Piracicaba. No parque estará insta-
O BNDES atua em conjunto com outros nental do BNDES, é mais do que natural área de crédito do banco. “Na Colômbia Paulo, e o 16º do Brasil. De acordo com o
sários brasileiros e também contribuindo órgãos de Estado no apoio aos movimentos existem três instituições bancárias com secretário, Piracicaba exportou, em 2008, lado o Centro Nacional de Bioenergia”,
para o povo do país onde os projetos se entrar na Colômbia, pois o banco já tem, disse, concluindo a sua exposição.
de internacionalização e exportação. Den- as quais temos contatos e interesses em US$ 2,5 bilhões, sendo o açúcar responsá-

16 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 17
PAINEL II

afirmou. Ele informou que, no primeiro compromisso do governo brasileiro de A Colômbia, depois do Brasil, tem o

Colômbia em números bimestre de 2009, quase a metade do


saldo comercial brasileiro veio do co-
mércio com a Venezuela.
apoiar o financiamento para a constru-
ção da ferrovia do Carare, que permitirá
o desenvolvimento de infraestrutura do
segundo programa de biocombustíveis
mais avançado da América do Sul.
O país vizinho estabeleceu meta de
transporte ferroviário para os distritos chegar, em 2012, com 100% da frota
carboníferos das zonas central e oriental adaptada ao E-20 (20% de etanol na
Palestrantes comentam os dados da economia colombiana e as “Os seminários da FCCE da Colômbia”. O empreendimento tem composição dos combustíveis para au-
viabilidades de investimentos no país têm uma importância que previsão de receber recursos da ordem tomóveis). Assim, aos moldes do que
vai além do que se possa de US$ 650 milhões do BNDES e será apresentamos em seminários anterio-
construído pelas empresas Odebrecht e res, as tecnologias disponíveis no Bra-
imaginar à primeira vista. Camargo Correa. Assim, como fez a Lu- sil para implantação de destilarias de
Isso porque eles são uns ciene Machado (BNDES), Meziat defen- álcool e desenvolvimento da geração
dos poucos pontos de refe- deu como mecanismo para ampliação de energia elétrica através do bagaço
do financiamento, apoiar a utilização de cana são algumas das experiências
rência sobre comércio ex- do Convenio de Pagamento de Créditos que poderão ser compartilhadas para o
terior no Rio de Janeiro” Recíprocos (CCR). “ O CCR funciona desenvolvimento do segmento de bio-
para mitigar riscos e reduzir os custos combustíveis na Colômbia“, afirmou.
ARMANDO MEZIAT
secretário de desenvolvimento de financiamentos”. Meziat defendeu, ainda, a criação de
da produção do MDIC Além da construção de ferrovias, na canais de atuação conjunta no desen-
avaliação do secretário do MDIC, a área volvimento de tecnologia para o etanol
“Vejo como fundamental que, nesse de infraestrutura da Colômbia apresen- a partir da celulose.
mesmo enfoque, devamos ver a Colôm- ta grandes oportunidades em rodovias, No setor industrial, o secretário
bia como um potencial grande parcei- portos, energia elétrica e modernização mencionou que o Brasil está repre-
ro do Brasil. Se observamos o total de de aeroportos. Ele acrescentou que há sentado na Colômbia pelas empresas
comércio do Brasil com a Colômbia, outras oportunidades de atuação das Wegan, Marco Pólo, Tigre Tubos e Co-
constataremos que o saldo brasileiro empresas brasileiras, como a explora- nexões entre outras. Por outro lado,
de comércio com o país vizinho é gi- ção de campos de petróleo e a produção os investimentos observados no Brasil
gantesco. Por isso, temos que repensar de biocombustíveis. “A Petrobras, que de empresas de capital de origem co-
essa relação, pois comércio exterior está na Colômbia desde 1972, já atua lombiana estão concentrados no setor
não é uma via de mão única“, concluiu na prospecção de petróleo com êxitos, elétrico, principalmente em função da
Moreira Leite, passando, em seguida, como a maior descoberta registrada nos participação da Isa, empresa do setor
a palavra para o secretário de Desen- últimos 15 anos no país vizinho, quando de interconexão elétrica, que atua no
volvimento da Produção do MDIC, Ar- encontrou reservas de petróleo no cam- Brasil como controladora da empresa
mando Meziat. po de Guando, em exploração de águas de energia elétrica paulista. “Há tam-
profundas“. Meziat informou, ainda, que bém oportunidades nos mais diversos
Da esquerda para a direita: Fabio Martins Faria (MDIC), Armando Meziat (MDIC0, Marco Polo M. Leite (ACRJ), Carlos Tribin (Proexport) COMPETÊNCIA BRASILEIRA a empresa brasileira adquiriu os ativos setores no Brasil, e as empresas co-
Meziat fez, de início, colocações da Shell na Colômbia, onde passou a lombianas devem estar atentas para
comércio exterior. “Felizmente, ainda positivas referentes à participação do atuar na distribuição e comercialização participar mais diretamente no desen-
Oportunidades de investimen- SEMINÁRIOS DE EXCELÊNCIA de combustíveis. Por outro lado, Meziat volvimento industrial e da infraestru-
tos e cooperação Brasil-Colômbia encontram-se no Rio de Janeiro as prin- Brasil nas áreas estabelecidas como
Marco Pólo Moreira Leite abriu o cipais lideranças institucionais de co- prioritárias para atração de inves- destacou a participação da Ecopetrol, tura brasileira.
nos setores: construção civil, pe- empresa petrolífera colombiana, que
tróleo e fontes alternativas de Painel II destacando a importância da mércio exterior. Temos como exemplo, timentos diretos na Colômbia, que,
série de seminários desenvolvida pela a própria FCCE, a AEB entre outras”, conforme mencionou, são as áreas de está atuando no Brasil, participando de “Temos uma grande siner-
energia FOI O TÍTULO DO PAINEL II. consórcio com a Petrobras e a Vale num
PRESIDENTE DO CONSELHO DE COMÉRCIO FCCE. “Os seminários da FCCE têm considerou. construção civil, petróleo e sucroal- gia para o desenvolvimen-
uma importância que vai além do que Com relação ao seminário, Moreira cooleiro. “Nessas áreas, o Brasil tem bloco de prospecção e produção de pe-
EXTERIOR DA ACRJ, MARCO PÓLO MOREIRA tróleo e gás na nova fronteira da bacia to conjunto dos nossos
LEITE, ATUOU COMO O PRESIDENTE DA SESSÃO. se possa imaginar à primeira vista. Isso Leite enfatizou o papel da Colômbia e grande competência e dispõe de tecno-
porque eles são uns dos poucos pontos da América do Sul nas relações comer- logia para compartilhar com os irmãos sedimentar para Maranhão. mercados. A Colômbia,
O PAINEL FOI MODERADO PELO SECRETÁRIO DE
DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DO MDIC, de referência sobre comércio exterior no ciais brasileiras. “Quando se pensa em colombianos”, disse. SINERGIA depois do Brasil, tem o
ARMANDO MEZIAT, QUE TAMBÉM FEZ O PRO- Rio de Janeiro. Infelizmente, nos últi- comércio exterior, pensa-se nos merca- No setor de construção civil e en-
mos anos, o Rio de Janeiro vem sendo dos norte-americano e europeu e, agora, genharia pesada, Meziat destacou a Quanto ao setor de etanol, o se-
segundo programa de bio-
NUNCIAMENTO ESPECIAL, E O PAINEL CONTOU
COM AS EXPOSIÇÕES DO DIRETOR DO PLANE-
esvaziado de uma maneira progressiva o chinês. No entanto, apesar de a mídia presença das construtoras Odebrecht, cretário demonstrou estar otimista combustíveis mais avança-
JAMENTO E DESENVOLVIMENTO DO COMÉRCIO
com relação ao comércio exterior no dá pouca importância para a a nossa re- Camargo Correia e Andrade Gutierrez. em relação a possíveis parcerias en- do da América do Sul”
EXTERIOR DO MDIC, E DO DIRETOR DA PRO- Brasil”, analisou. Em sua avaliação, gião, o continente sul-americano é bas- “Por ocasião da visita do presidente tre Brasil e Colômbia. “Temos uma
EXPORT COLÔMBIA NO BRASIL, CARLOS EDU-
os seminários auxiliam para o fortale- tante relevante, sobretudo quando se é Lula à Colômbia, em 2008, o minis- grande sinergia para o desenvolvi- ARMANDO MEZIAT
cimento do Rio de Janeiro na área de observado os números do comércio”, tro Miguel Jorge (MDIC) reforçou o mento conjunto dos nossos mercados. secretário de desenvolvimento
ARDO RODRIGUEZ TRIBIN.
da produção do MDIC

18 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 19
Essas grandes empresas estão co- palestrante afirmou que a relação ria crescer bastante. Eu ressalto que dades do mesmo porte no mundo. Já em com o Grupo Andino. Desde então, o tipos de Zona Franca: as Zonas Francas
laborando para o desenvolvimento dos tem tido uma recuperação de terreno. a Colômbia tem uma população de 46 Bogotá, a percepção de segurança é um governo colombiano procurou mudar Permanentes, que permitem com que
nossos países", disse, lembrando, ain- “Já tivemos uma participação expres- milhões de habitantes e dispõe de um fato. Com os baixos índices de crime, esse quadro. Assinamos, em 2008, um uma empresa se estabeleça sem precisar
da, que o presidente da Colômbia, Álva- siva em 2000. O comércio entre os PIB de US$ 379 bilhões, com uma eco- o investidor estrangeiro e o turista se Tratado de Livre Comércio com o Ca- montar uma estrutura, pois elas dispõem
ro Uribe, defendeu, em recente encontro dois países é amplamente favorável nomia razoavelmente industrializada, sentem atraídos para investir na Co- nadá, e já foi pré-aprovado o TLC com de infra-estrutura local; e as Zonas Fran-
com o presidente do Brasil, Luiz Inácio ao Brasil. As exportações brasileiras mas que possui uma economia de gran- lômbia, algo que antes era impossível os EUA, faltando apenas a aprovação cas Uniempresariais, que permitem com
Lula da Silva, maior presença do inves- para a Colômbia cresceram firmes de de complementaridade, possibilitando de ser cogitado”. do Congresso americano. Temos tam- que uma empresa, mediante solicitação
timento de empresas brasileiras na Co- 2003 a 2007, e tiveram uma estabili- uma expansão firme do comércio nos bém TLCs com o Chile, com Guatema- ao Ministério de Comércio Exterior, po-
lômbia. “O investimento brasileiro tem zação em 2008, ao passo que as im- dois lados“, concluiu. PORTO SEGURO PARA INVESTIR la, Honduras e El Salvador e estamos dem se instalar na localidade onde dese-
um conceito de produção e riqueza so- portações vêm crescendo firmemente O expositor citou um artigo pu- negociando um TLC com a União Eu- ja. “Os benefícios dados são escalonais e
cial de longo prazo, e não é um investi- desde 2005, triplicando as compras INVESTINDO NA COLÔMBIA ropéia”. Rodriguez revelou que, atual- obedecem aos requisitos de acordo com
blicado na revista americana Forbes,
mento especulativo. Essa é a mensagem brasileiras de produtos colombianos, Carlos Rodrigues, diretor Proex- no qual a Colômbia é colocada como mente, Brasil e Colômbia estão nego- o setor, valor de investimentos e núme-
que queremos passar, que é a de que so- o que contribuiu para que haja um port Colômbia, foi o último palestrante o segundo país da América Latina ciando com o Brasil a implementação ro de mão-obra que a empresa irá gerar.
mos parceiros para o desenvolvimento maior equilíbrio nas relações bilate- do Painel II. A Proexport trabalha para mais favorável à proteção dos investi- de um acordo de bitributação. “Eu Essa ferramenta faz com que a Colômbia
de uma nova etapa no caminho para a rais“, considerou o palestrante. a promoção de investimento estran- dores. “A Colômbia tem o quarto PIB considero que, se firmado, o acordo seja competitiva com os esquemas de
plena integração sul-americana”, disse, geiro na Colômbia, para o incentivo do da América Latina e tem a terceira representará um grande passo para os comércio exterior da grande maioria das
encerrando, assim, a sua participação. EXPECTATIVA DE CRESCIMENTO investidores brasileiros que querem economias que concorrem conosco para
DE COMÉRCIO turismo brasileiro para a Colômbia e, população da região, atrás apenas do
também, na promoção das exportações. Brasil e do México. As reservas inter- entrar na Colômbia e vice-versa.” atrair investimentos.”
COMÉRCIO TÍMIDO Os contratos de estabilidade ju-
Em mais dados estatísticos apre- Dessa forma, a sua exposição foi foca-
Fábio Martins Faria trouxe aos sentados, Faria mostrou que, atual- da na amostragem a respeito das viabi- Nome Oficial: República da Colômbia rídica é outra ferramenta importante
presentes dados sobre o comércio mente, a Colômbia encontra-se na 28ª lidades e condições para a alocação de Capital: Santa Fé de Bogotá para o desenvolvimento dos negócios
exterior brasileiro, numa perspec- posição no destino das exportações investimentos no país vizinho. Ele des- na Colômbia, de acordo com o exposi-
Área: 1.038.700 km2
tiva analítica, falando, sobretudo, a brasileiras, com 1,2% do total de ven- tacou o setor de turismo como um dos tor. Ele explicou que se uma empresa
População: 47 milhões de habitantes (2007) investir US$ 1,7 milhão, ela pode ad-
respeito da sua evolução, e a relação das brasileiras ao exterior. No tocante à mais dinâmicos. “A Colômbia vem com
comercial com a Colômbia “O inter- importação, houve uma evolução signi- um crescimento do turismo bastante Sistema político: República Presidencialista quirir um seguro de estabilidade jurí-
câmbio comercial do Brasil com a ficativa. O Brasil saiu do 42º lugar para interessante nos últimos três anos. Os Chefe de Estado e de Governo: Presidente Álvaro Uribe Vélez dica, que é 1% do total a ser investido.
Colômbia é muito semelhante à re- o 29º. O principal estado exportador investimentos aumentaram, principal- “Nesse contrato, fica a garantia dada
Chanceler: Jaime Bermudez pelo governo de que as regras de mer-
lação que o Brasil teve com o resto brasileiro para a Colômbia é São Paulo, mente, por causa de toda a mudança
Embaixador do Brasil na Colômbia: Valdemar Carneiro Leão Neto cado estabelecidas serão respeitadas,
do mundo, que apresentou um cresci- com 53,4% do total. “Há uma série de que teve a Colômbia nos últimos sete
mento bastante acentuado até 2008.” ações desenvolvidas pelo MDIC, lide- anos do governo do presidente Álvaro Embaixador da Colômbia no Brasil: Tony Jozame Amar independente de governos futuros. Es-
O diretor do Depla revelou que os rada pela SECEX, para buscar ampliar Uribe, que trouxe estabilidade e segu- ses contratos vão de três a vinte anos,
PIB US$ 249,7 bilhões
principais produtos exportados para o comércio e diversificar a pauta de rança para o país”, afirmou Rodrigues. prorrogáveis por um período idênti-
PIB per capita US$ 5.174 co”.
a Colômbia são o petróleo - primeiro negociações com a Colômbia. Na ver- O PIB da Colômbia vem crescendo
produto na pauta de exportações bra- dade, já há expectativa de crescimento bem acima da média da América La- PIB PPP US$ 402,4 bilhões
BIOCOMBUSTÍVEIS
sileiras para o país vizinho - , bens das exportações de alguns setores da tina, informou o palestrante. “Desde PIB per capita PPP US$ 8.367
de metalurgia, café, plásticos, auto- indústria brasileira para a Colômbia”. 1999, a inflação colombiana é de um Unidade monetária: Peso colombiano (US$ 1,00 = Col$ 2.400) A Colômbia é um país que dis-
móveis entre outros produtos, o que No entanto, apesar do aumento nas re- digito. Para 2009, a meta de inflação põe de seis milhões de hectares para
mostra a variedade da pauta. lações comerciais, o intercâmbio ainda é de 5%. O fluxo de investimento es- nacionais aumentaram, significativa- agricultura e produz, hoje, 1 milhão
Já no campo da importação, é tímido. “As exportações mundiais trangeiro registrou, em 2008, o maior mente, 55% desde outubro de 2006,
ZONAS FRANCAS de litros diários de etanol. No entan-
máquinas e equipamentos, automó- de automóveis, com mais de 1500 ci- número na história da Colômbia, tota- dando maior solidez ao setor finan- O projeto de criação de Zonas Fran- to, Rodriguez contou que o país ainda
veis, eletrônicos, produtos orgâni- lindradas, para a Colômbia foi de 933 lizando a quanto de US$ 10,5 bilhões, ceiro. A solvência do setor financeiro cas foi criado para atrair os investimentos não conseguiu satisfazer a demanda
cos, ferros fundidos estão entre os milhões do mundo. Só que o Brasil colocando o país andino como um dos colombiano está 6,5 pontos acima do estrangeiros ao país. O expositor contou interna. “O Brasil tem inúmeras opor-
produtos colombianos mais compra- respondeu, apenas, por 43 milhões de mercados mais atrativos para investi- Acordo de Basiléia, e a cobertura da que antes da criação dessas zonas es- tunidades de comercializar o etanol e
dos pelos brasileiros. veículos exportados para esse país.” O mentos na América Latina”. inadimplência cresceu cinco vezes na peciais, a taxação do Imposto de Renda o biodiesel com a Colômbia, já que o
Martins Faria contou que os palestrante lembrou do peso do Brasil Rodriguez contou, ainda, que a última década. para as empresas era de 38 %. Hoje, o país consegue suprir apenas 20% da
principais destinos das exportações como um grande exportador de auto- Colômbia está resolvendo o problema Esse quadro faz com que, na ava- governo colombiano cobra das empresas demanda interna. Mas, é interessante
colombianas são os Estados Unidos móveis que, só, em 2007, exportou 3 da segurança, reduzindo significativa- liação do palestrante, as empresas que se instalam nas zonas francas alíquo- perceber que as oito usinas de etanol
e a Venezuela. Do lado da compra, bilhões automóveis para o mundo todo. mente os índices de violência urbana. percebam as oportunidades existentes ta de 15%. “Além disso, essas empresas existentes na Colômbia foram constru-
os Estados Unidos aparecem como o Por isso, ele disse acreditar que a in- “Medellín, nos fins dos anos 80, era no mercado interno colombiano, além não pagam IPTU, não pagam imposto de ídas com tecnologia indiana. Isso, con-
primeiro país fornecedor de produtos dústria automobilística brasileira tem considerada a cidade mais insegura do de aproveitarem os acordos comer- importação para produtos de bens de ca- tudo, está mudando. Já há empresas do
para a Colômbia, e, em seguida, estão potencial para ampliar as suas expor- mundo, com 389 homicídios por cada ciais firmados com terceiros países. pital, se beneficiam dos acordos de livre interior de São Paulo que estão levando
China, México, Brasil e Venezuela. tações de automóveis para a Colômbia. 100 mil habitantes. Hoje, a cidade “Em 2002, a nossa agenda comercial comércio assinados pela Colômbia entre componentes importantes das usinas”,
Em termos do intercâmbio co- “O fato é que temos ainda um comércio apresenta 24 homicídios por 100 mil era muito fraca. Tínhamos apenas outros benefícios e incentivos”. O diretor disse concluindo a sua exposição. Em
mercial entre Brasil e Colômbia, o reduzido com a Colômbia, que pode- habitantes, média inferior a muitas ci- acordos comerciais com o México e da Proexport explicou que existem dois seguida, o presidente da sessão, Marcos
Polo Moreira Leite, encerrou o painel.

20 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 21
PAINEL III

Serviços em Pauta exportadores de serviços o mesmo tipo


de apoio que é consentindo para o setor
maior economia da América Latina e é um
país que tem o investment grade. As con-
entanto, o representante da Apex reve-
lou que esse processo é dominado pelas
exportador de bens.” dições apresentadas são absolutamente fa- médias empresas. Dessa forma, com o
Uma das medidas citadas pelo re- voráveis e capazes de orientar a Colômbia intuito de abrir mais o leque de opor-
O setor de serviços é tema de debate no Painel III presentante do MDIC é a criação da como um país interessante para receber tunidades, Lima informou que a Apex
Secretaria de Comércio de Serviços investimentos brasileiros”. De acordo com desenvolve, atualmente, projeto para as
(SCS), exclusiva para tratar do setor de do Val, os segmentos de serviços que ofere- pequenas empresas, cujo objetivo é fazer
serviços em âmbito do MDIC. “Com a cem oportunidades potenciais para o Brasil com que elas se tornem, em médio prazo,
SCS, houve a inclusão de um programa na Colômbia são o turismo, infraestrutura e exportadoras. O projeto, desenvolvido
exclusivo para serviços, que antes es- tecnologia da informação. em parceria com o MDIC, já atendeu a
tava voltado para o setor de indústria, 5 mil empresas. Elas recebem orientação
e que se transformou na política de “As condições apresen- técnica para que se adéqüem ao tema do
desenvolvimento produtivo, orientada mercado internacional. “Acompanhamos
para o setor de serviços em conjunto tadas são absolutamente as estatísticas do IPEA (Instituto de Pes-
de ações, de medidas e de etapas que favoráveis e capazes de quisa Econômica Aplicada), que apon-
estão sendo cumpridas por diversos ór- orientar a Colômbia como tam cerca de 3 mil empresas com enorme
gãos de governo de uma forma satisfa- potencial exportador, mas que não alcan-
tória”, explicou. Ele destacou, ainda, a um país interessante para çam esse perfil. Por isso, a Apex está,
criação de um sistema informativo de receber investimentos bra- também, de olho nessas empresas.”
comércio exterior próprio para o setor sileiros”
de serviços que está em andamento. TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
MAURÍCIO DO VAL
A previsão é de que o sistema estará diretor do Departamento de Comércio
disponível em julho de 2009. “A partir No que tange ao tema do Painel, Lima
e Serviços do MDIC
dessa ferramenta, a exemplo do que já disse ter a convicção de que o segmento
existe para o segmento de bens - SIS- de serviços pode ser muito melhor traba-
PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS lhado nas relações bilaterais. “O setor de
COMEX -, haverá uma possibilidade
segura de gestão de políticas públicas O coordenador da área de mercados Tecnologia da Informação oferece enor-
orientadas para o crescimento do se- regionais da Apex-Brasil, Gilberto Lima, me oportunidade para que haja coopera-
tor”, detalhou. A criação da Nomen- começou a sua exposição informando que ção conjunta. O Brasil está sendo visto
clatura Brasileira de Serviço também o foco dos trabalhos da agência está na pe- como um país de plataforma de interna-
foi objeto de comentários por parte do quena e na media empresa. Em seguida, cionalização de software, nos segmentos
palestrante. Segundo ele, a NBS dará ele explicou que a Apex busca desenvol- de outsourcing e offshore. E eu vejo
Da esquerda para a direita: Gilberto Lima (Apex) Mauricio do Val (MDIC), Jovelino Gomes (AEB) e Oswaldo Trigueiros (CNC) mais subsídios para o acompanhamen- ver no Brasil uma cultura mais sofistica- uma viabilidade imensa na relação com
to de estatísticas mais qualificadas da para o comércio exterior, com ênfase, a Colômbia dentro do setor de TI”.
dentro do setor de serviços. sobretudo, para o processo de internacio-
O PAINEL III DO SEMINÁRIO BILATERAL ESPECIAL DA SESSÃO, QUE CONTOU, AINDA, COM “Se levarmos em consideração o que es- nalização de empresas. “Entendemos que “Atualmente, o nível de
DE COMÉRCIO EXTERIOR E INVESTIMENTOS A EXPOSIÇÃO DO PRESIDENTE DO CONSELHO DE ses números representam em termos do INICIATIVAS GOVERNAMENTAIS o cenário global é marcado pela competi- possibilidade de inserção
BRASIL-COLÔMBIA ABORDOU O SETOR DE SER- TURISMO DA CNC, OSWALDO TRIGUEIRO. comércio exterior de bens, ainda é peque- tividade muito acirrada e que o tema da
Mauricio do Val revelou que, recente- exportação não é hoje o mais importante. de mercado internacional
VIÇOS COMO TEMA DOS DEBATES. COM O TÍ- Mauricio do Val apresentou números no, pois eles se referem a 15% do total de mente, o governo federal tomou iniciativas Atualmente, o nível de possibilidade de exige que se fale em inter-
TULO: O relacionamento Brasil-Co- do setor de serviços que atestam a sua exportação de bens. Mas, é o crescimento no sentido de dar às exportações de serviços inserção de mercado internacional exige
lômbia nos setores de tecnologia importância dentro da economia brasilei- do setor o que dá destaque.” uma condição mais favorável e mais ágil na nacionalização de negócios
da informação, turismo e logísti- ra. Pelos dados estatísticos mostrados, o que se fale em internacionalização de
liberação de recursos para o financiamento negócios e esse jogo é completamente e esse jogo é completamente
ca, os palestrantes levantaram as setor de serviços representa, hoje, 65% EVOLUÇÃO à exportação. Ele contou que, da mesma
potencialidades desses segmentos do PIB brasileiro. Cerca de 60% dos em- diferente da exportação.” Para ele, o po- diferente da exportação”
Nos últimos cinco anos, a evolução forma, o BNDES sinaliza a disposição de sicionamento estratégico das empresas no
dentro das relações entre os dois pregos formais estão na área de serviços, estender o financiamento à exportação de
países sul-americanos. e mais de 55% dos Investimentos Diretos percentual das exportações de serviços cenário internacional exige que elas não GILBERTO LIMA
no Brasil superou os resultados obtidos serviços, ainda muito concentrado para o mais enxerguem mercados para destinar coordenador da área de mercados
PARA PRESIDIR O PAINEL FOI CONVIDADO Estrangeiro nos últimos anos foram orien- setor de construção civil, para demais seg- regionais da Apex-Brasil
O DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE COMÉRCIO tados para o setor de serviços. Do Val pelas exportações de bens. Em 2008, os seus produtos simplesmente.
as exportações do setor de serviço cres- mentos da área de serviços. Lima disse que a Apex tem formas
E SERVIÇOS MDIC, MAURÍCIO DO VAL, E,
DO afirmou, ainda, que o comércio exterior No que diz respeito à Colômbia, o
PARA ASSUMIR A MODERAÇÃO, FOI CONVIDADO O de serviços, com base nos dados do Ba- ceram 28% em relação ao ano anterior. diferentes de promover produtos bra- Ele citou um levantamento que ates-
“Outro aspecto que considero impor- sub-secretário ressaltou que o país vizinho sileiros ou atrair investimentos para o ta que o Brasil está formando, por ano,
PRESIDENTE DA CÂMARA DE LOGÍSTICA DA AEB, lanço de Pagamento na conta de serviços
tante ressaltar é que esses resultados tem peso especial para o comércio exterior Brasil. As estratégias conduzidas pela 17 mil programadores de software. Mas,
JOVELINO GOMES PIRES. O COORDENADOR DA levantados pelo Banco Central, atingiu, de serviços. “A Colômbia tem 50 milhões
ÁREA DE MERCADOS REGIONAIS DA APEX-BRA- em 2008, US$ 78 bilhões e, tendo nas ex- são causas e efeitos das medidas toma- agência podem ser através de uma ro- esse número não atende à demanda, uma
das pelo governo brasileiro nos últimos de consumidores. É o segundo país mais dada de negócios internacional ou par- vez que ela chega a quase 24 mil pro-
SIL, GILBERTO LIMA, FEZ O PRONUNCIAMENTO portações, montante de US$ 29 bilhões. populoso da América do Sul. É a quarta
anos, no sentido de equalizar para os ticipação de feiras internacionais. No gramadores para o mercado brasileiro.

22 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 23
ENCERRAMENTO

“Já que o Brasil tem demanda e carên-


cia de profissional, vejo como necessário
estabelecer diálogo muito mais aprofun-
Diversificação para enfrentar a crise
dado entre Brasil e Colômbia para que
essa plataforma seja aplicável na relação
bilateral dos dois países. Esse é o nosso Secretário-executivo do MDIC afirma que a diversificação de destinos
interesse: discutir um pouco mais dentro
da realidade da nossa vizinhança, o tema
de comércio exterior pode amenizar os efeitos da crise internacional
de atração de investimentos com estraté-
gias em conjunto. E é a nossa intenção
de fortalecer esse diálogo, pensando em
ter um memorando de entendimento, que
vai além do papel, e que estabeleça uma
diretriz sólida de trabalho entre os dois
países.”, concluiu Gilberto Lima.

TURISMO
Ao tomar a palavra, Oswaldo Trigueiro
iniciou a sua palestra tecendo elogios ao
setor de turismo da Colômbia. “O Brasil
está muito interessado no turismo da Co-
lômbia. Eu vivi, durante meados da década
de 90, por alguns meses no país. Há pou-
co, retornei e fiquei impressionado com as
mudanças ocorridas por lá, especialmente
com relação à organização e à segurança
de Bogotá. Fiquei muito encantado.”

“O turismo é o setor que


mais gera divisas, é a indús-
tria da paz. Ao trabalhar
essa área, não estamos aju-
dando apenas a indústria Museu de arte de Medellin Da esquerda para dirita: Ivan Ramalho (MDIC), Carlos Alberto A. Pinto (Pres. Cãmara de Comércio Brasil-Colômbia),embaixador Paulo Pires
do Rio (FCCE), Mauricio do Val (MDIC)
do turismo, mas, também,
ticas que visem a uma melhor organização AEROPORTO INTERNACIONAL DO RJ
auxiliando o comércio exte- da aviação comercial dentro do espaço PARA COMPOR A MESA DA SESSÃO DIRETOR DA SECRETARIA DE COMÉRCIO QUEDA NO COMÉRCIO
rior como um todo” sul-americano. “Temos, hoje, pontos de Trigueiro teceu críticas ao esvaziamen- SOLENE DE ENCERRAMENTO DO SEMINÁ- E SERVIÇOS DO MDIC; GILBERTO LIMA,
desequilíbrios entre os países da região. to dos vôos internacionais diretos com saída Após fazer os agradecimentos iniciais
OSWALDO TRIGUEIRO RIO BILATERAL DE COMÉRCIO EXTERIOR DIRETOR DA APEX; EMBAIXADOR PAULO pelo convite feito pela FCCE para fazer o
presidente do Conselho de Turismo da CNC
Ao criar uma organização sul-americana pelo aeroporto internacional do Rio de Ja-
de aviação, atingiremos os aspectos bi- neiro. “É preciso dar mais atenção à cidade E INVESTIMENTOS BRASIL-COLÔMBIA, O PIRES DO RIO, DIRETOR CONSELHEIRO pronunciamento especial da Sessão Solene
laterais para ter uma aviação melhorada, do Rio de Janeiro, que hoje não dispõe de PRESIDENTE DA FCCE, JOÃO AUGUSTO DO CONSELHO SUPERIOR DA FCCE; AR- de Encerramento, o secretário-executivo
Em seguida, Trigueiro fez uma análise com redução tributária e outros movimen- um aeroporto internacional com vôos dire- do MDIC, Ivan Ramalho, disse que os se-
DE SOUZA LIMA, CONVIDOU: JOVELINO MANDO MEZIAT, SECRETÁRIO DE DESEN- minários bilaterais contribuem muito para
conjuntural a respeito do setor de turis- tos coordenados”, colocou. Ele disse, ain- tos para as demais cidades estrangeiras. O
mo brasileiro. Para ele, a inexistência de da, que essa idéia pode ser estendida para Brasil hoje é um grande exportador de tu- GOMES PIRES, PRESIDENTE DA CÂMARA VOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DO MDIC; a cultura de comércio exterior no Brasil.
espaço destinado a tratar sobre a balança a formação de parcerias com as entidades ristas, mas precisamos também ‘importar’, DE LOGÍSTICA DA AEB; FABIO MARTINS OSWALDO TRIGUEIRO, PRESIDENTE DO
Segundo ele, os encontros fazem com que
comercial de turismo, prejudica estudos governamentais de turismo dos países para que assim, a nossa balança se torne se conheçam mais as realidades e viabili-
FARIA, DIRETOR DE PLANEJAMENTO E CONSELHO DE TURISMO DA CNC; E
dades de comércio dos países convidados.
mais detalhado para medir a oferta e de- da América do Sul. “Para isso, é preciso mais equilibrada. Por isso, a importância
manda desse setor. “O turismo é o setor que identifiquemos os nossos processos, o de se debater melhor o assunto, pois o Rio DESENVOLVIMENTO DO COMÉRCIO EXTE- CARLOS ALBERTO PINTO, PRESIDENTE DA Ele mencionou, ainda, o am-
que mais gera divisas, é a indústria da que temos para vender e o que podemos de Janeiro ainda é a porta de entrada para o RIOR; LUIS FEBERBAUM, CÔNSUL-GERAL CÂMARA BILATERAL BRASIL-COLÔMBIA. biente de crise financeira mundial,
paz. Ao trabalhar essa área, não estamos vender. É preciso, também, que o Brasil turismo no Brasil”, disse, encerrando a sua lembrando que o Brasil também co-
DA COLÔMBIA NO RIO DE JANEIRO; PAU- O SECRETÁRIO-EXECUTIVO DO MDIC, meça a sentir os seus efeitos, como
ajudando apenas a indústria do turismo, se identifique lá fora como uma área de participação. Após a palestra do represen-
mas, também, auxiliando o comércio ex- turismo sustentável, saudável e com infra- tante da CNC, o moderador da sessão, Jove- LO MARCONDES FERRAZ, 1º VICE-PRE- IVAN RAMALHO, FEZ O PRONUNCIAMENTO a redução das exportações e impor-
terior como um todo”. Ele defendeu polí- estrutura de qualidade”, comentou. lino Gomes Pires encerrou o Painel III. SIDENTE DA FCCE; MAURÍCIO DO VAL, ESPECIAL DA SESSÃO.
tações no ano de 2009. “O comér-

24 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 25
DIPLOMACIA

cio internacional está sendo afetado Ramalho afirmou que muitos C OMISSÃO B ILATERAL
pela crise e o Brasil também está
incluído nesse processo. Tudo indi-
países terão uma queda no comér-
cio exterior ainda mais expressiva Com relação à Colômbia, o secre- O aumento do comércio bilateral é possível
ca que, este ano, o Brasil tenha uma do que a brasileira. Em sua aná- tário-executivo do MDIC informou que
redução bastante significativa. Bas- lise, isso se explica pela grande o país é o único da América do Sul
ta lembrar que, em 2008, as expor- diversificação o comércio exterior com qual o ministério ainda não es- Cônsul-Geral da Colômbia no Rio fala sobre as relações Brasil-Colômbia
tações alcançaram a marca de US$ brasileiro. “Felizmente, nos últi- tabeleceu uma comissão bilateral de
200 bilhões e, para este ano, esta- mos anos, o comércio internacio- comércio. No entanto, ele revelou que
mos prevendo que o Brasil alcance nal brasileiro conseguiu ampliar o já estão em curso as negociações para
a cifra de US$ 160 bilhões”, disse seu comércio exterior e as expor- que, ainda este ano, seja criado o foro
o secretário, acrescentando que as tações e das importações. Menos de debates permanentes aos mesmos P ARA O CÔNSUL - GERAL DA C OLÔM -
importações deverão cair 20% em de 20% das exportações brasilei- moldes já existentes com os demais BIA NO R IO DE J ANEIRO , L UIS F EFER -
2009 em relação ao ano anterior. ras estão destinadas aos Estados países do continente. “Temos um enor- BAUM , B RASIL E C OLÔMBIA PASSAM POR

Unidos. Então, os 80% restantes me interesse em formar uma comissão UM MOMENTO INTERESSANTE NO QUE DIZ

formam uma centena de outros pa- bilateral com a Colômbia, pois verifi- RESPEITO ÀS RELAÇÕES COMERCIAIS . NO
“Não somos dependentes camos que há um grande potencial de ENTANTO , APESAR DE GRANDES EMPRESAS
íses que compram os nossos pro-
de apenas um mercado e dutos e bens, que também estão crescimento nas relações comerciais. JÁ ESTAREM ATUANDO NESSE PROCESSO DE

nem de um só produto” bastante diversificados. Então, No ano passado, tivemos uma corrente INTEGRAÇÃO , AINDA HÁ MUITO PARA SER

como vimos, não somos dependen- de comércio de cerca de US$ 3 bilhões, FEITO . S EGUNDO ELE , PARA QUE OS DOIS
IVAN RAMALHO mas que pode ser muito maior”, disse, PAÍSES TENHAM CONTATOS MAIS INTENSOS ,
secretário-executivo do MDIC tes de apenas um mercado e nem
de um só produto”, comentou. concluindo, assim, o seminário. SÃO NECESSÁRIOS MAIS INVESTIMENTOS
NO SETOR DE LOGÍSTICA E TROCA DE MAIS
MISSÕES EMPRESARIAIS . F EFERBAUM CON -
CEDEU ENTREVISTA À R EVISTA DA FCCE
NA QUAL COMENTOU SOBRE ESSES E OU -
TROS ASSUNTOS . C ONFIRA :

COMO A ECONOMIA COLOMBIANA ESTÁ RES-


PONDENDO À ATUAL CRISE ECONÔMICA?
L. F EFERBAUM - O governo colombia-
no está fazendo uma grande campa-
nha para atrair investimentos de em-
presas estrangeiras alem de reduzir
as despesas governamentais.

BRASIL E COLÔMBIA SÃO DOIS PAÍSES QUE,


APESAR DA PROXIMIDADE GEOGRÁFICA,
POSSUEM UM FLUXO DE COMÉRCIO AINDA
PEQUENO. COMO OS DOIS PAÍSES PODEM
FAZER PARA QUE ESSE QUADRO MUDE?
L. FEFERBAUM - Para melhorar o co-
mércio entre os países tem que se fazer
um profundo estudo para estruturar as
condições logísticas e facilitar o trans-
porte da mercadoria exportável. Existe
uma barreira ecológica que é a Amazô-
nia do Brasil e da Colômbia que impede
o transporte e fluxo de mercadoria com
baixo custo de frete e obriga o uso de
navios com pouca freqüência, ou o alto
custo de frete aéreo. Viabilizando um
Ivan Ramalho, secretário-executivo do MDIC, disse que as relações comerciais entre Brasil e Colômbia precisam ser mais equilibradas transporte efetivo e de custo aceitável

26 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 27
FINANCIAMENTO

“O BNDES luta para que a economia brasileira


não desacelere”
Representante do BNDES fala sobre as ações do banco em 2008
LUCIENE MACHADO É CHEFE DO DEPARTAMENTO DA ÁREA DE COMÉRCIO EXTERIOR DO BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
SOCIAL (BNDES). PRESENTE EM DIVERSOS SEMINÁRIOS BILATERAIS REALIZADOS PELA FCCE, ELA E SUA EQUIPE ATUAM NO PROCESSO DE INSERÇÃO
DE EMPRESAS BRASILEIRAS EM PROJETOS NOS MERCADOS EXTERNOS, COM ÊNFASE PARA A AMÉRICA LATINA. LUCIENE MACHADO DISSE, EM ENTREVISTA
À REVISTA DA FCCE, QUE A CRISE FINANCEIRA ATUAL FARÁ COM QUE O BANCO TENHA MAIS DEMANDA POR CONTA DO ENXUGAMENTO DE CRÉDITO
INTERNACIONAL. ELA DISSE, NO ENTANTO, QUE O BNDES ESTÁ PREPARADO, JÁ QUE A INSTITUIÇÃO TEM COMO FUNÇÃO ELABORAR SOLUÇÕES PARA
PERÍODOS ANTICÍCLICOS, COMO ESTE QUE O MUNDO VIVE NO MOMENTO. ACOMPANHE, A SEGUIR, OS PRINCIPAIS TRECHOS DA ENTREVISTA:

COMO O BNDES ESTÁ ENCARANDO A


ATUAL CRISE FINANCEIRA INTERNACIONAL?
LUCIENE MACHADO - Quando há um
ambiente internacional de bonança, e as
empresas dispõem de outras fontes de
financiamentos, nós não somos tão de-
mandados. Por outro lado, quando há uma
situação de crise, significa que o BNDES
tem pela frente muito trabalho a ser fei-
to, já que o banco tem a função de atuar
dentro de ações anticíclicas. Em outu-
bro de 2008, a crise se fez sentir, e para
o ano de 2009, essa situação ainda deve
permanecer. Então, se em 2008, fizemos
US$ 97 bilhões de desembolsos, este ano,
a demanda deverá ser maior. Por isso, o
BNDES tornou disponível um orçamento
Muralhas de Cartagena de las Índias - símbolo de proteção e força de US$ 110 bilhões para desembolsos.

ENTÃO, O BNDES JÁ SE ANTECIPOU


será possível ampliar o intercâmbio vernos como o da Petrobras e a a política for colocada de lado e se PARA UMA EVENTUAL QUEDA DE FINANCIA-
comercial. Precisamos, também, au- Ecopetrol. Há muito interesse em der todo o apoio possível na melho- MENTOS DISPONÍVEIS NO MERCADO?
mentar o número de missões comer- facilitar a viabilização dos pro- ria das condições de vida do povo. LUCIENE MACHADO - Sim. Nós temos essa
ciais entre os dois países. jetos da Vale e há uma positiva e função. O BNDES luta para que a econo-
ativa determinação em facilitar os Q UAIS SÃO AS VANTAGENS PARA O
mia brasileira não desacelere. É claro
EM QUE NEGÓCIOS OS BRASILEIROS interesses das empresas. A parti- EMPRESARIADO BRASILEIRO PARA QUE
que, de forma eventual, encontraremos al-
MAIS INVESTEM NA C OLÔMBIA ? cipação da Colômbia como mem- ELE INVISTA NA C OLÔMBIA ? guns setores com problemas, mas é nosso
L. F EFERBAUM - Os grandes investi- bro do Mercosul vai facilitar a L.F EFERBAUM - Inicialmente, exis- dever manter o ritmo da economia forte.
mentos de brasileiros têm sido con- implementação de projetos. te um mercado consumidor apreci-
centrados em Siderurgia, Petróleo e ável assim como os mercados dos A SENHORA PODE ESTIMAR COMO SERÁ O AU-
Mineração. Mas há também interes- C OMO O GOVERNO DA C OLÔMBIA países vizinhos. Nosso país tem um MENTO DE DEMANDA EM 2009?
ses de outros setores, como o têxtil. ANALISA OS PROJETOS DE INTEGRA - acervo de qualidade de executivos LUCIENE MACHADO - É difícil prever. Ninguém
ÇÃO SUL - AMERICANA , TÃO DEFENDIDA que, seguramente, serão de grande sabe ao certo a extensão da crise. Há ainda uma
HÁ PROJETOS DE COOPERAÇÃO BI- PELO GOVERNO BRASILEIRO ? ajuda para os mercados nacionais forte possibilidade de uma grande crise de con-
L AT E R A L E N T R E BRASIL E COLÔM- L. F EFERBAUM - Este é um tema mui- e internacionais. Existem acordos fiança por parte dos empresários. Isso significa
BIA. SE SIM, O SENHOR PODERIA to complicado pelo fato que muitos e benefícios concedidos pelos Es- que muitos investimentos serão postergados.
D A R D E TA L H E S ? dos interesses são similares e assim tados Unidos que disponibilizam Então, o nosso objetivo é estimular o empresa-
L. F E F E R B A U M - Já existem pro- defendidos prioritariamente. A inte- este mercado para as firmas insta- riado para que os investimentos possam aconte-
jetos patrocinados pelos dois go- gração só vai ter resultados quando ladas na Colômbia. cer, ainda que com um pequeno atraso e, even-

28 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 29 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 29
POLÍTICA COMERCIAL

tualmente, suprir as fontes de financiamento, já


que hoje a captação de recursos está muito di-
fícil. Mas, o aumento da demanda por recursos
“Precisamos pensar também em internacionalização”
do banco tem sido o esperado.

“Quando há uma situação de Coordenador da Apex diz, em entrevista, que comércio exterior brasi-
crise, significa que o BNDES leiro está cada vez mais maduro
tem pela frente muito traba-
lho a ser feito, já que o banco
tem a função de atuar dentro
de ações anticíclicas”
O BNDES SEMPRE LEVANTOU A BANDEIRA
DA INTEGRAÇÃO REGIONAL. COMO VEM SEN-
DO FEITO ESSE PROCESSO NO QUE DIZ RES-
PEITO A FINANCIAMENTO DE PROJETOS NO
CONTINENTE SUL-AMERICANO?
LUCIENE MACHADO - O ano de 2008 foi mui-
to bom em termos de comércio exterior para
a América do Sul, em termos de projetos fi-
nanciados pelo BNDES. Nós batemos dois
recordes. O primeiro foi que conseguimos
conceder US$ 6,7 bilhões de desembolsos
para projetos de investimentos para a região.
E, para a América do Sul, os desembolsos
foram de US$ 443 milhões. Assim, 2008
foi um ano no qual conseguimos cumprir
os nossos objetivos. Esperamos que para
2009, tenhamos números superiores aos do
ano anterior, acompanhados de uma maior
diversificação de mercados.

COMO É O QUADRO DE ATUAÇÃO DE PROJE-


TOS DE EMPRESAS BRASILEIRAS NA COLÔMBIA O COORDENADOR DE MERCADOS REGIONAIS DA AGÊNCIA BRASILEIRA DE PROMOÇÃO DE EXPORTAÇÕES E INVESTIMENTOS (APEX), GILBERTO
QUE DISPÕEM OU DISPUSERAM DE DESEMBOL- LIMA, DISSE QUE O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO ESTÁ NO CAMINHO CERTO. APESAR DA CRISE INTERNACIONAL, O PAÍS, NA ANÁLISE DE LIMA,
SOS DO BNDES? ESTÁ PREPARADO PARA ENFRENTÁ-LA PORQUE O PAÍS NÃO É MAIS UM MERO EXPORTADOR DE COMMODITIES E SE ESPECIALIZANDO, CADA VEZ MAIS,
LUCIENE MACHADO - O BNDES auxiliou na POR QUE A COLÔMBIA NÃO ESTÁ ENTRE OS SAS BRASILEIRAS ATUANDO DE FORMA MAIS NO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE SUAS EMPRESAS. POR ISSO, A AGÊNCIA VEM INTENSIFICANDO OS TRABALHOS NOS DIVERSOS ESCRITÓRIOS
consecução de dois projetos na Colômbia. PRINCIPAIS PAÍSES-DESTINOS DE PROJETOS INTENSA NA COLÔMBIA? DA APEX NO MUNDO E ANUNCIANDO A ABERTURA DE OUTRAS LOCALIDADES, COMO NA CHINA. LEIA OS PRINCIPAIS TRECHOS DA ENTREVISTA:
O primeiro foi o Transmilênio, e o segundo, FINANCIADOS PELO BNDES? LUCIENE MACHADO - As empresas brasi-
a construção da ferrovia Carare. Este ainda LUCIENE MACHADO - O BNDES é mais leiras têm total competência para entrar
está em fase de desenvolvimento, e é o de demandado para financiar projetos em no mercado colombiano e desenvolver QUAL É A AVALIAÇÃO QUE O SENHOR E muito para ampliar esse número. Assim, G ILBERTO LIMA - O ano de 2008 é para
maior vulto. Ele conta com a participação países que tenham mais dificuldades de projetos por lá. A experiência de atuação A APEX FAZEM DA SÉRIE DE SEMINÁRIOS as entidades e instituições que se dedi- ser comemorado, ainda que nos meses
das empresas de engenharia Odebrecht e acesso a crédito. Então, é razoável acre- nos mercados da América Latina serve ORGANIZADOS PELA FCCE? cam a estruturar debates e aproximações finais tenhamos tido problemas. A
Camargo Correa. O governo brasileiro já au- ditar que a nossa carteira em outros paí- como sinal de como se deve atuar na Co- GILBERTO LIMA - A Apex admira e aplau- bilaterais, como é o caso da FCCE, têm Apex diversificou bastante a sua car-
torizou a concessão do Seguro de Crédito à ses que tenham risco alto vai ser sempre lômbia. Mas, é preciso contar com a pre- de a iniciativa da FCCE em realizar essa um grau de contribuição para o país teira de projetos. No passado, a gente
Exportação para a operação. Então, técnicos maior do que para países que apresen- sença física dos empresários brasileiros série de seminários de comércio exterior. inestimável. apoiava 30 setores da economia brasi-
do banco estarão indo conversar com re- tam risco baixo. Então, Colômbia, Chile no país, estudando e compreendendo o Isso porque o Brasil precisa debater cada leira. No final de 2008, aumentamos
presentantes do Banco Central colombiano e México são países nos quais o BNDES as demandas e necessidades locais, van- vez mais esse tema. A presença interna- P ARA O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEI - esse número para 70. Isso é reflexo da
para acertar os pontos nos quais parte dos tem grande dificuldade em estar presen- tagens, dificuldades, saber quem são os cional do Brasil é crescente. O País já RO , O ANO DE 2008 COMEÇOU BEM , maturidade do setor exportador brasi-
recursos serão utilizados o CCR, o que deve te, em razão da grande disponibilidade concorrentes etc. E esse é o processo que conseguiu alcançar uma meta antiga de MAS FOI AFETADO PELA CRISE FINAN - leiro. O grande destaque é que o Bra-
acontecer nas próximas semanas. O proje- de acesso ao crédito. tem que acontecer com todos os países chegar a 1,25% de participação no co- CEIRA INTERNACIONAL DE GRANDES sil não trabalha mais somente no cam-
to está orçado em US$ 1 bilhão e boa parte MAS, MESMO ASSIM, É POSSÍVEL ACREDI- que a gente atua. Onde isso já aconteceu, mércio mundial. É claro que esse índice PROPORÇÕES . P ARA A A PEX , QUAL FOI po das exportações de commodities,
dele terá a utilização do CCR. TAR QUE POSSAMOS TER GRANDES EMPRE- os resultados positivos apareceram. também mostra que temos que trabalhar O SALDO DO PERÍODO ? mas também no campo de vendas de

30 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 31 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 31
EMPRESAS

produtos de valor agregado em muitos diária. A nossa estrutura está ‘linkada’ tar. Mas, nós estamos dispostos a colabo-
setores diferentes. Os investimentos
brasileiros voltados para o comércio
com instituições internacionais de comér-
cio que dinamizam as nossas informações.
rar para que muitas empresas brasileiras
consigam chegar a esse nível.
“Os seminários organizados pela FCCE são um
exterior tiveram um retorno financeiro Temos uma equipe de mercados regionais
superior aos outros anos. A empresa que vai a campo pegar essas estatísticas
A COLÔMBIA, PAÍS CONVIDADO PARA SER
TEMA DO SEMINÁRIO, TEM RELEVANTE IM-
marco na história da economia do estado do Rio”
que recebe o apoio da Apex, ou que e que vai auferir onde nós temos reais PORTÂNCIA ECONÔMICA NA REGIÃO. MES-
participa de algum projeto setorial em chances de penetração. Então, não é só MO ASSIM, O FLUXO COMERCIAL ENTRE
que a Apex se apresenta, consegue entender que há oportunidades na crise, BRASIL E O PAÍS VIZINHO É PEQUENO.
atingir um nível de exportação médio mas também fazer com que as oportuni- MARCO P ÓLO M OREIRA L EITE, PRESI -
COMO A APEX PODE TRABALHAR PARA QUE DENTE DO C ONSELHO DE C OMÉRCIO E XTE -
de quase um dobro de empresas que dades sejam concretizadas. E isso a Apex HAJA UM AUMENTO DO COMÉRCIO ENTRE OS
RIOR DA A SSOCIAÇÃO C OMERCIAL DO R IO
não participam de projetos desenvol- está fazendo. DOIS PAÍSES?
DE J ANEIRO , É UM ENTUSIASTA E FORTE
vidos pela Apex, o que nos deu uma GILBERTO LIMA - A Colômbia vem con- APOIADOR DO PROJETO DE SEMINÁRIOS
enorme satisfação mediante a tais re- ‘A Apex diversificou bas- seguindo gerar estabilidade política e
sultados. BILATERAIS ORGANIZADOS PELA FCCE.
tante a sua carteira de pro- econômica. Já há um número razoável de P ARA ELE , OS EVENTOS SÃO IMPORTANTES
investimentos brasileiros no mercado co- PORQUE , ALÉM DE PROMOVEREM DISCUS -
MAS O SENHOR ACREDITA QUE O COMÉRCIO jetos. No passado, a gente lombiano, mas ainda há um vasto campo SÕES SOBRE OS RUMOS DO COMÉRCIO EX -
EXTERIOR BRASILEIRO ESTÁ PREPARADO
apoiava 30 setores da eco- a ser explorado. A Apex tem uma série TERIOR NACIONAL , COLOCA O RIO DE JA-
PARA ENFRENTAR O ATUAL MOMENTO DE
nomia brasileira. No final de projetos para setores que querem en- NEIRO COMO UM DOS CENTROS DOS DEBATES
TURBULÊNCIA ECONÔMICA QUE ATINGE O
trar no mercado colombiano. São os se- NACIONAIS SOBRE O TEMA . E LE
MUNDO TODO? de 2008, aumentamos esse tores da indústria têxtil, de móveis entre
CONCEDEU

GILBERTO LIMA - Para 2009, o cenário ENTREVISTA PARA A R EVISTA DA FCCE E


número para 70” outros. Esses setores estão indo a feiras FALOU ENTRE OUTROS ASSUNTOS , A RESPEI -
é de reposicionamento. Se o ambiente é e congressos e estão enxergando oportu-
de retração econômica e há também um TO DA CRIAÇÃO DO PROJETO R IO INTER -
O SENHOR FALOU DURANTE PALESTRA NO nidades num mercado de 50 milhões de NACIONAL , DESENVOLVIDO PELA ACRJ E
recuo nas exportações, verificamos aí um SEMINÁRIO QUE COMÉRCIO EXTERIOR NÃO pessoas. Este ano, vamos marcar presen- OUTRAS INSTITUIÇÕES FLUMINENSES .
desafio. Por isso, vamos encarar 2009 com É SÓ EXPORTAÇÃO/IMPORTAÇÃO. PODERIA ça nas cidades de Bogotá e Medellín, e
uma ‘mira laser’, estudando os nichos, COMENTAR MAIS SOBRE ISSO? muitas instituições brasileiras estão bas-
identificando os ’cavalos vencedores’, que GILBERTO LIMA - Para a Apex, é muito tante entusiasmadas com o nível de prio-
setores do comércio exterior brasileiro são importante estimular um conceito dentro ridade que a Apex está destinando este
fortes para determinadas regiões do mun- do empresariado brasileiro de que comér- ano para a Colômbia. PARA O SENHOR, QUE É REPRESENTANTE
do. Assim, nós vamos procurar melhorar cio exterior não é só exportação. O empre- DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO RIO DE
o nosso foco e reforçar o nosso nível de sário que pensa assim precisa se reciclar. JANEIRO, QUAL É A IMPORTÂNCIA DA RE-
presença internacional. Em um período “As entidades e instituições ALIZAÇÃO DOS SEMINÁRIOS BILATERAIS DE
É claro que mudar essa mentalidade não
de baixa, é, também, momento de oportu- é uma tarefa fácil. Mas precisamos pensar que se dedicam a estrutu- COMÉRCIO EXTERIOR AQUI NO RIO?
nidades e reposicionamento. Essa história também em internacionalização. A expe- rar debates e aproximações MOREIRA LEITE - Os seminários reali-
de dizer que é com crise que as oportu- riência está nos mostrando que é marcan- zados pela FCCE são muito importantes
nidades existem, só é concreta quando se bilaterais, como é o caso para a cidade e o estado do Rio de Ja-
do presença no mercado alvo que as em-
usa inteligência comercial. presas conseguem resultados efetivos. Por da FCCE, têm um grau de neiro. O Rio precisa falar mais para fora.
isso é que hoje a Apex tem um centro de contribuição para o país Os debates aqui, infelizmente, ainda es-
“Essa história de dizer que negócios. Temos escritórios nos principais tão muito voltados para dentro. Por isso,
inestimável” eu considero os seminários organizados
é com crise que as oportu- países do mundo. Abrimos, recentemente,
um escritório em Cuba e, apesar de toda pela FCCE como um marco na história
nidades existem, só é con- O SENHOR GOSTARIA DE FALAR MAIS ALGU- da economia do estado do Rio, pois traz
desconfiança inicial gerada, já consegui- MA COISA PARA OS EMPRESÁRIOS BRASILEI-
creto quando se usa inteli- mos movimentar US$ 100 milhões de 31 o debate sobre comércio exterior tão im-
ROS DO SETOR DE COMÉRCIO EXTERIOR?
de outubro de 2008 até abril de 2009. Ain- portante e pouco discutido por aqui.
gência comercial” GILBERTO LIMA - As empresas que tive-
da este ano, estaremos abrindo escritórios rem interesse no tema de promoção de
na China, Rússia, Moçambique, Angola, QUAL É A FORÇA DO RIO JANEIRO
DE
COMO A APEX AUXILIA AS EMPRESAS CON- exportação e internacionalização dos seus DENTRO DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASI-
SIGAM MAIS DADOS A RESPEITO DE COMO
África do Sul e Índia. Esses países são negócios e que queiram ter um conheci- LEIRO?
AGIR INTERNACIONALMENTE?
os nossos pontos de presença. É a Apex mento mais aprofundado de como atuar
se internacionalizando para que haja, na MOREIRA LEITE - O Rio de Janeiro tem
GILBERTO LIMA - Hoje, a Apex tem uma em âmbito internacional, sobretudo nas grande expressão nacional no comércio
área extremamente bem estruturada, com ponta, estrutura, inteligência e articula- localidades onde os centros de negócios
ção comercial para poder dar suporte de exterior em vários setores, sobretudo na
os maiores bancos de dados do mundo. O estão abertos, podem entrar em contato área de serviços. Só que isso não é res-
acompanhamento dos resultados do co- entrada para as empresas brasileiras. Isso conosco através do site http://www.apex-
é que se chama internacionalizar. É um saltado. Por isso, eu aplaudo a iniciati-
mércio internacional, que avalia as trocas brasil.com.br/cn e entender melhor onde va do Souza Lima (João Augusto, presi-
comerciais e as oportunidades, é quase jogo ainda mais desafiador do que expor- e como estamos atuando. dente da FCCE). Nós somos líderes, por

32 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 33
MUNICÍPIOS

exemplo, no segmento de Tecnologia da foi um retrocesso. Não havia necessidade permanente. Já temos o apoio do governo
Informação. Isso faz perceber que temos
um espaço grande para crescer. Além
disso, pois o escritório era muito bem ins-
talado no centro do Rio e grande parte dos
estadual, da Alerj (Assembléia Legislati-
va do Rio de Janeiro), assim como da Fir- “A Colômbia é um parceiro excelente e confiável”
disso, as principais empresas brasilei- técnicos da secretaria é carioca. De fato, jan (Federação das Indústrias do Rio de
ras que atuam fortemente no comércio desconheço as razões pelas quais o MDIC Janeiro), do SEBRAE e da própria FCCE.
internacional estão sediadas aqui, como decidiu por transferir o escritório para Agora, é colocar essa idéia em prática. E,
Petrobras, Vale e CSN. Há, ainda, aqui Brasília. Por isso, repito, nós, empresá- assim, nós vamos conseguir virar o jogo.
Secretário de Desenvolvimento de Piracicaba fala sobre os poten-
a sede da FCCE e da AEB (Associação
dos Exportadores do Brasil). Isso tudo
rios do Rio de Janeiro, não podemos mais
admitir que o nosso estado seja esvaziado
cias de comércio com a Colômbia no setor de bicombustíveis
“Numa pesquisa realizada
demonstra a importância do Rio dentro politicamente.
do comércio exterior nacional. recentemente com empre-
PIRACICABA É UM DOS MAIS IMPORTANTES
QUAIS SÃO AS AÇÕES PREVISTAS PELA sários de todo o mundo, MUNICÍPIOS EXPORTADORES DO BRASIL. A CI-
“Nós, empresários do Rio ACRJ NO SETOR DE COMÉRCIO EXTE-
o Rio de Janeiro aparece DADE ESTÁ LOCALIZADA NO INTERIOR DO ESTADO
RIOR ESTE ANO?
de Janeiro, não podemos entre as mais agradáveis DE SÃO PAULO E É UM DOS CENTROS DE TECNO-
MOREIRA LEITE - Estamos organizando LOGIA DE BICOMBUSTÍVEIS MAIS AVANÇADOS DO
mais admitir que o nosso o projeto denominado Rio Internacio- cidades do mundo para se MUNDO, SOBRETUDO NO SETOR DE ETANOL, SEU
estado seja esvaziado poli- nal. Nesse projeto, estamos colocando fazer negócios” PRINCIPAL PRODUTO DE EXPORTAÇÃO. DE OLHO
todas as entidades e players do comér- NO MERCADO COLOMBIANO, QUE RECENTEMEN-
ticamente” cio exterior juntos para foros de debates O SENHOR FALOU SOBRE A NECESSIDADE TE ESTABELECEU COTA MÍNIMA DE ETANOL NO
e afins. A ACRJ está assumindo uma DE FORTALECER A ‘MARCA RIO’. ELA COMBUSTÍVEL DOS AUTOMÓVEIS DO PAÍS, O GO-
MAS, ENTÃO, COMO FAZER PARA QUE O
liderança momentânea, pois o projeto
RIO TENHA MAIS FORÇA POLÍTICA E ECO-
AINDA CONSEGUE SER VISTA COMO UMA VERNO DE PIRACICABA JÁ ORGANIZOU MISSÕES
visa estabelecer diretrizes em conjunto, MARCA FORTE? EMPRESARIAIS E BUSCA CONTATOS PERMANENTES
NÔMICA DENTRO DO CENÁRIO DE COMÉR-
com todas as entidades pensando numa MOREIRA LEITE - A marca Rio é a COM AS AUTORIDADES COLOMBIANAS PARA QUE O
CIO EXTERIOR BRASILEIRO?
mesma direção. Acredito que, com esse maior do Brasil. Numa pesquisa reali- COMÉRCIO DE ETANOL SE CONCRETIZE DE FATO.
MOREIRA LEITE - O empresariado e polí- projeto, estaremos fortalecendo a marca
ticos fluminenses precisam lutar para que zada recentemente com empresários de JOSÉ FRANCISCO CALIL É SECRETÁRIO MUNICI-
Rio no comércio exterior. todo o mundo, o Rio de Janeiro apare- PAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE PI-
entidades importantes ligadas ao comércio
exterior não saiam daqui. Por exemplo, a ce entre as mais agradáveis cidades do RACICABA E ESTEVE REPRESENTANDO O GOVERNO
O RIO INTERNACIONAL SERIA, ENTÃO
mundo para se fazer negócios. E é essa DA SUA CIDADE NO SEMINÁRIO BILATERAL BRA-
saída da Secex (Secretaria de Comércio UM FORO DE DEBATES E IDÉIAS?
Exterior, órgão vinculado ao MDIC), no força que a gente não pode dispensar SIL-COLÔMBIA. ELE CONVERSOU COM A REVISTA
MOREIRA LEITE - Sim, a proposta é exa- e a idéia do Rio Internacional é unir DA FCCE SOBRE O RELACIONAMENTO ENTRE O
ano passado, foi um baque. Na verdade, tamente essa: criar um foro de debates forças para que isso não aconteça. MUNICÍPIO DO INTERIOR PAULISTA E A COLÔMBIA.
CONFIRA OS PRINCIPAIS TRECHOS:

QUAL É A IMPORTÂNCIA DA COLÔMBIA PARA


A ECONOMIA DE PIRACICABA ?
JOSÉ CALIL - A Colômbia é hoje um dos
principais países da América Latina. O
país apresenta bons índices de crescimen-
to, tem uma economia bastante saudável.
Mas, apesar disso, a Colômbia é um país
dependente do petróleo. Em razão disso, o
governo colombiano instituiu um programa
de desenvolvimento de etanol, obrigando a
mistura de 10% de etanol nos combustíveis
utilizados pelos automóveis no país. Dessa
forma, eles deverão investir, seja na impor-
tação do etanol brasileiro, seja na impor-
tação de equipamentos para montagem de
usinas de açúcar e álcool para poder aten-
der a demanda estabelecida pelo governo
colombiano. E, como Piracicaba é um dos
Baía Guanabara (RJ): Para Marco Polo M Leite, o empresariado fluminense tem que reforçar a marca Rio dentro o setor de comécrio exterior principais centros produtores de etanol
do Brasil, vemos no mercado colombia-

34 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 35
CÂMARAS DE COMÉRCIO

no inúmeras oportunidades de negócios.


Até porque entendemos que a Colômbia
E EM RELAÇÃO AO COMÉRCIO EXTERIOR
COM OUTROS PAÍSES, COMO FOI O ANO DE
COM RELAÇÃO À CRISE, COMO O GOVERNO
DE PIRACICABA ESTÁ VIVENCIADO ESSE PE- “O relacionamento entre Brasil e Colômbia
é um parceiro excelente e confiável. 2008 PARA A ECONOMIA DE PIRACICABA? RÍODO DE COMPLICAÇÕES NO SETOR FINAN-
J OSÉ C ALIL - Exportamos mais de CEIRO MUNDIAL E QUE TEM REFLEXOS EM deve ser privilegiado”
O GOVERNO E OS EMPRESÁRIOS DE PI- US$ 2,5 bilhões em 2008, colocan- VÁRIAS SETORES DA ECONOMIA?
RACICABA JÁ ESTÃO F AZENDO CONTATOS do Piracicaba como o 16º município JOSÉ CALIL - De uns anos para cá, o mer-
COM AS AUTORIDADES E EMPRESÁRIOS CO- em termos de valor das vendas ao cado de açúcar e álcool, em razão da pro-
LOMBIANOS PARA CONCRETIZAR O COMÉR- exterior do Brasil. A grande con- cura pelo etanol como fonte de energia
CIO DE ETANOL BRASILEIRO? centração dessas vendas está no renovável, estava muito aquecido. Então,
JOSÉ CALIL - Já tivemos duas missões reali- setor sucroalcooleiro, mas há gran- a crise veio dar uma ducha de água de
zadas em 2008. Mas, é importante mencio- de presença do setor industrial na água fria no setor de etanol. Ainda não
nar que, além do etanol, estamos também composição da pauta exportadora sentimos a crise de forma direta, mesmo
fechando acordos comerciais para exportar do municí pio. A Caterpillar é um porque esse setor possui uma carteira de
tecnologia do setor de agricultura e também exemplo de empresas que exportam encomendas que tem períodos de dois e
produtos de outros segmentos, como cimen- usando Piracicaba como cidade-ba- três anos. Mas, no setor de máquinas e
to, máquinas e equipamentos para o setores se para esse processo. Então, Pira- equipamentos, os efeitos da crise já estão
de mineração, química, petroquímica. cicaba tem presença forte no mer- sendo sentidas, já que a demanda redu-
cado externo em razão da produção ziu-se drasticamente.
“Existe uma concentração sucroalcooleira, mas, também está
presente em razão da sua indústria O SENHOR ACREDITA EM RECUPERAÇÃO
tecnológica muito forte em de máquinas e equipamentos, espe- AINDA ESTE ANO?
Piracicaba” cialmente para o setor agrícola. JOSÉ CALIL - A minha perspectiva é que a
crise perca força já no segundo semestre, só
que a recuperação ainda vai ser tímida. Con-
tudo, acredito que a retomada da indústria
aconteça, de fato, só em meados de 2010.

“A crise veio dar uma du-


cha de água de água fria no
setor de etanol”
O QUE O SENHOR TEM A DIZER PARA OS
EMPRESÁRIOS COLOMBIANOS E DE OU -
TROS PAÍSES SOBRE AS VANTAGENS DE CARLOS ALBERTO ANDRADE PINTO É PRESIDENTE DA CÂMARA BILATERAL BRASIL - COLÔMBIA. PARA ELE, O BRASIL ESTÁ ACORDANDO PARA A IMPOR-
SE INVESTIR EM P IRACICABA ? TÂNCIA DO MERCADO COLOMBIANO, APÓS OS DOIS PAÍSES ESTAREM HISTORICAMENTE AFASTADOS COMERCIALMENTE. PINTO ACREDITA QUE A ESTABILIDADE DA
J OSÉ CALIL - Piracicaba detém a mais ECONOMIA COLOMBIANA DÁ O DIFERENCIAL PARA QUE SE CAMINHE NUMA DIREÇÃO MAIS APROFUNDADA DAS RELAÇÕES, INCLUSIVE PARA O INCREMENTO DE TROCAS
eficiente tecnologia voltada para o COMERCIAIS DE PRODUTOS DE MAIOR VALOR AGREGADO. LEIA, A SEGUIR, OS PRINCIPAIS TRECHOS DA ENTREVISTA CONCEDIDA POR ELE À REVISTA DA FCCE.
açúcar, álcool e bicombustíveis, pro-
venientes não somente da cana de
COMO O SENHOR AVALIA O PAPEL DA FCCE B I A PA R A O S P R Ó X I M O S A N O S ? que o relacionamento entre Brasil e
açúcar, mas também da celulose, da NO QUE DIZ RESPEITO À SUA ATUAÇÃO JUN- A NDRADE P INTO - A Colômbia é um Colômbia deve ser privilegiado.
mamona, da soja entre outros. Então, TO ÀS CÂMARAS DE COMÉRCIO? parceiro de primeira ordem para o
existe uma concentração tecnológi- A NDRADE P INTO - Uma câmara de Brasil. Do ponto de vista de credibili- M AS , APESAR DAS BOAS PERSPECTI -
ca muito forte em Piracicaba. Re- comércio que esteja sob os auspí- dade comercial, a Colômbia se desta- VAS , O FLUXO COMERCIAL ENTRE OS
centemente, o governo de Piracicaba cios da FCCE já parte do principio ca na America Latina. Não é segredo DOIS PAÍSES AINDA É FRACO .
inaugurou o Parque Tecnológico de de que ela se encontra apta a ope- que o risco-Colômbia sempre este- A NDRADE P INTO - Sim, com certe-
Piracicaba na área de bicombustíveis. rar imediatamente. A infraestrutura ve patamares abaixo do risco-Brasil za. Causa muita surpresa o fato de
Então, teremos uma concentração de que nos é oferecida permite que se Além disso, as instituições colom- essa corrente de comércio ser míni-
centros de pesquisa que vão unir as desenvolva um trabalho em que se bianas estão cada vez mais sólidas ma, sobretudo quando se considera
universidades, a iniciativa privada, aproximam os interesses comerciais a medida que avança o processo de os termos comerciais por produto. O
os centros de pesquisas na área de bi- dos dois países. consolidação do combate ao narco- que nós temos que evoluir é para um
combustíveis. Piracicaba é um grande tráfico, práticas ilegais de comércio relacionamento no seu sentido muito
motivador, em razão da sua força no QUANTO À COLÔMBIA, QUAIS SÃO e outras atividades que, infelizmen- mais amplo, como, na prestação de
AS SUAS P E R S P E C T I VA S PA R A AS te, ainda persistem em alguns países serviços e na venda de produtos de
campo tecnológico, para que o capital
RELAÇÕES ENTRE B R A S I L -C O L Ô M - latino-americanos. Então, eu acho maior valor agregado.
internacional invista na nossa cidade.

36 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 37
CULTURA

C OMO ESTÁ A PRESENÇA DE EMPRE -


SAS BRASILEIRAS NO PAÍS VIZINHO ?
A N DR ADE P IN TO - Bem, a Embra-
er já está há algum tempo na Co-
lômbia, vendendo os aviões tuca-
no para o governo colombiano. A
Vale procura alternativas no país
para a exploração do carvão, já
que a Colômbia é um dos maiores
produtores de carvão do mundo.
E, complementarmente, empre-
sas brasileiras (Camargo Correa e
Odebrecht) estão construindo a
estrada de ferro Carare que irá li-
gar as regiões carboníferas ao porto
de Santa Marta.A medida que essa
tecnologia se desenvolvam essas
presenças de empresas brasileiras,
mais empresas brasileiras estarão
mais confiantes em exportar tecno-
logia e produtos para a Colômbia
e,assim, a corrente de comércio vai
aumentar progressivamente e qua-
lificativamente.

"As instituições colom-


bianas estão cada vez
mais sólidas a medida
que avança o processo de
consolidação do comba-
te ao narcotráfico, prá-
ticas ilegais de comércio
e outras atividades que,
infelizmente, ainda per-
sistem em alguns países
Número de Empresas Brasileiras Exportadoras e Importadoras no latino-americanos"
Comércio com a Colômbia – 2008 e 2007
Então, é possível apostar no
incremento dessa relação num
futuro breve?
3.210 3.327
Andrade Pinto - Sim. Antes, as
barreiras eram geográfic as e cul-
turais, mas hoje elas estão mini-
mizadas. Parte do empr esariado
brasileiro já começa a acordar
para a importância do mercado
colombiano. O próprio governo
auxilia nesse processo, facilitan-
522 474 do os contatos por intermédio do
BNDES. Agora, o que precisamos
fazer é sair da esfera d a poten-
UM ARTISTA DE VOLUME
2008 2007
cialidade dessa relação e partir Fernando Botero, um dos mais respeitados artistas plásticos do mundo,
para ações práticas de comércio
Exportadores Importadores e investimentos. mostra a alma colombiana em traços únicos e fortes
38 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 39
pintor dos gordos. É dessa forma desenhar e pintar, o então jovem colombiano mudou-se, aos caso, ele tanto homenageia prostitutas como também denuncia pessoal”, disse Botero em entrevista a um jornal italiano. A
19 anos, para Bogotá, onde realizou sua primeira exposição. o estado de violência do seu país natal”, disse a professora de partir da década de 70, Botero mergulhou em outro ramo da
que o artista plástic o colombiano Com o dinheiro obtido através de prêmios e obras expostas História da Arte, Elisa Belén Herrera Peres, especialista sobre arte, adotando, dessa vez, a escultura como meio de expressão
Fernando Botero é popularmente co- em seu país, ele decide viajar, em 1952, para Madrid para a vida e obra do artista colombiano. Ela também ministra um artística. O estilo, contudo, não sofreu desvios e a preferência
nhecido. Tido como um dos pintores estudar na Academia de San Fernando. No entanto, foi na Itá- curso no Rio de Janeiro que trata mais sobre a importância de pelo volume permaneceu, tanto em esculturas em bronze quan-
lia, mais precisamente em Florença, que ele encontrou um Botero dentro do cenário de arte contemporâneo. to em mármore.
vivos mais importantes do mundo, Botero é, grande elenco de pintores que influenciariam, de forma cabal,
no entanto, muito mais do que um mero re- toda a sua trajetória artística. Ao estudar na Academia de San RECONHECIMENTO INTERNACIONAL ABU GHARIB
tratista de figuras corpulentas. Em verdade, Marcos, de 1953 a 1955, ele aprendeu a técnica de afrescos
e história da arte, e teve contato com obras de pintores renas- A visita de Botero aos Estados Unidos, no início da década Se, por décadas, as obras de Botero foram marcadas por
o colombiano busca mostrar, em suas obras, centistas italianos, que serviram de enorme referência para de 1960, e o trabalho nesta cidade fizeram com que o pintor quadros que retravam personagens em situações alegres, festi-
as nuances de personagens do cotidiano do Botero. Entre eles estão: Giotto, Piero della Francesca, Paolo alcançasse reconhecimento internacional quando Dorothy Mil- vas e, por vezes, cômicas, ele não se furtou em denunciar a vio-
Uccello e Andrea del Castagno. De fato, o Renascimento ita- ler, então curadora do Museu de Arte Contemporânea de Nova lência das guerrilhas colombianas, que teve exposições realiza-
seu país natal, com humor e sátira, mistura- Yorque (MoMA), aconselhou o museu a adquirir a Mona Lisa das em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil, em 2007,
liano iria marcar para sempre o seu estilo.
dos às críticas sociais das mais variadas. Além Mas, se foi a partir do movimento artístico italiano que de Botero, uma espécie de paródia ao famoso quadro de Leo- com o nome “A Dor dos Colombianos”. Recentemente, o artista
de pintar quadros, o artista também é conhe- Botero encontrou a estética do seu trabalho; foi no México que nardo da Vinci pincelado de formas rotundas características do colombiano voltou a ficar em evidencia quando decidiu pintar
o conteúdo da sua obra ganhou corpo. Ao passar alguns anos artista colombiano. A exposição do quadro foi um retumbante quadros que retratavam as torturas sofridas por prisioneiros
cido por ser autor de esculturas consideradas sucesso e deu a Fernando Botero visibilidade internacional de iraquianos executadas por tropas americanas em Abu Gharib.
nesse país, estudando os murais políticos de Rivera e Orozco,
de grande valor artístico. ele adquiriu a perspectiva política, sobretudo uma forte cons- “Estes trabalhos são resultados da indignação que as violações
ciência de latinidade, presente em seus quadros e esculturas. dos direitos humanos no Iraque causaram em mim e no resto do
“Botero é visto como um artista que pinta gordos. Mas, essa é mundo”, disse Botero em entrevista ao jornal americano The
uma leitura superficial. Na verdade, ele busca dar volume à New York Times. Foram pintados, ao todo, cinqüenta quadros
percepção que tem do mundo. Dessa forma, Botero inventou nos quais os sentimentos de violência e humilhação conseguem
um estilo único e próprio para as suas obras. Ele consegue ser captadas nas telas com tintas fortes. A exposição já per-
misturar influências renascentistas, que podem ser observadas correu diversos museus no mundo, mas ainda não tem previsão
nos tons de cores usados em suas pinturas. Mas, o mais impor- de chegar ao Brasil. “Os brasileiros são muito receptivos em
tante é a fortíssima identificação da cultura latino-americana, relação às obras de Botero. Ele é bastante conhecido aqui e isso
presente em seus quadros. Esse interesse vai desde a cultura é de suma importância, pois pela arte é possível que haja uma
pré-colombiana, passa pela colonização espanhola, e chega integração sul-americana mais sólida”, disse Elisa Peres.
aos desdobramentos sociais da Colômbia moderna. Nesse

O Arlequim Bailarina na Barra

monta, conseguida por poucos artistas plásticos do continente


AMOR À PINTURA latino-americano.
Para o pintor, a inconformidade é um dos atributos mais
Botero nasceu, em 1932, em Medellín. Desde cedo, ele teve, importantes para o artista. “Um artista nunca está completo.
por intermédio de seu pai, contato com o mundo da cultura, As suas obras têm que estar em constante evolução Em arte,
sendo que a pintura foi o ramo que mais mostrou apreço. Já na você nunca pode ter “primavera” ou “inverno” em sua cole-
adolescência, ele desenhava ilustrações para o jornal El Co- ção de obras. A coisa mais importante é ter um forte senso de
lombiano, de Medellín e, depois de anos praticando a arte de A Monalisa
determinação, necessário para ajudar desenvolver o seu estilo Fernando Botero

40 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 41
SERVIÇOS

Oportunidades de negócios em serviços às empresas locais, bastante eficientes em


operar no mercado doméstico e em exportar
ções maiores. O país está dividido em qua-
tro bacias hidrográficas: Magdalena, Atrato,
xões como Rio de Janeiro – Miami – Bo-
gotá como alternativa em épocas de trans-
Artigo elaborado pela equipe da Secretaria de Comércio e Serviços do Ministério de Desenvolvimento, para mercados externos selecionados (es- Orinoco e Amazonas. Através dessas bacias porte aéreo intenso. Quanto ao aporte de
Indústria e Comércio Exterior pecialmente EUA, Venezuela e Equador). foram transportadas, em 2003, 3,7 milhões visitantes à Colômbia, o incremento foi de
Outra forma é a identificação de parcerias de toneladas de carga em geral e 8,3 mi- 2,15%, aumento explicado pelo clima de
com empresas locais potencializadoras da lhões de pessoas. Através do rio Magdalena, confiança e segurança brindado por parte
projeção internacional da empresa brasilei- em 1995, foi transportado o percentual de do Governo nacional e que motivou uma
ra que venha a estabelecer presença comer- 48,6% da carga geral e 53,1% dos passagei- maior presença de viajantes do exterior.
cial na Colômbia ou, ainda, outros fatores ros conduzidos por via fluvial.
determinantes da decisão de investimento a
ser considerados pelo empresário brasileiro TRANSPORTE MARÍTIMO: SETORES DE SERVIÇOS DE IN-
(possibilidade de triangulações, posiciona- TERESSE: VISÃO GERAL
mento estratégico visando retornos de longo O país conta com três portos maríti-
prazo, deslocamento de competidores etc). mos principais. O porto de Santa Marta,
por estar numa região de baixo índice Os setores de serviços de maior po-
INFRAESTRUTURA pluviométrico e dispor de ventos alísios tencial para investimentos brasileiros fo-
durante todo o ano, é o preferido para as ram identificados a partir de prospecção
importações de grãos e de equipamen- tentativa, baseada nas características da
TRANSPORTE RODOVIÁRIO: tos sensíveis às condições climáticas. economia da Colômbia, face às capaci-
A rede rodoviária colombiana atinge Em geral, a oferta de transporte maríti- dades empresariais existentes no Brasil,
162.527 km, incluindo rodovias princi- mo é insuficiente, sendo algumas vezes com provável interesse de inserção no
pais e secundárias, rodovias de acesso às necessário optar por rotas alternativas mercado colombiano e vice-versa.
capitais e vias alternativas em construção. mais longas e onerosas, como a do porto • Serviços de engenharia, construção
A malha rodoviária colombiana é de bai- de Buenaventura. Também são prestados civil e arquitetura
xa densidade, inclusive no que se refere à serviços aduaneiros e de armazéns portu-
quantidade de usuários, se comparada a ários. As mercadorias são transportadas • Softwares
países em estado de desenvolvimento se- por via regular ou por barcos fretados.
melhante. Na Colômbia, a carga máxima Quando os barcos são fretados, o porto • Serviços pertinentes a atividades fa-
autorizada para caminhões contêineres de preferido é o de Cartagena, onde o frete é bris em geral (consultorias especializadas,
capacidade de transporte de 20 toneladas mais barato, apesar das dificuldades com reparo e manutenção de maquinário etc)
Praça Bolívar - Símbolo da liberdade colombiana
é reduzida para 15 toneladas. o cumprimento de prazos de chegada. A
Colômbia não conta com uma frota mer- • Serviços relacionados à atividade
COM UMA POPULAÇÃO DE MAIS DE 47 MILHÕES DE HABITANTES, A COLÔMBIA É UM DOS PAÍSES MAIS POVOADOS DA AMÉRICA DO SUL. A MAIOR
TRANSPORTE FERROVIÁRIO: cante nacional para o transporte de seus mineradora e à prospecção e extração de
PARTE DE SUA POPULAÇÃO CONCENTRA-SE NOS GRANDES CENTROS URBANOS DE BOGOTÁ (CAPITAL), ATIOQUIA E VALLE DEL CAUCA (APESAR DE CAUCA
APRESENTAR BAIXOS ÍNDICES DE RENDA PER CAPITA).
produtos. O país opera pelo mecanismo petróleo e gás
O país conta com 3.314 km de vias fér- de “charters” ou “space charters”, que
reas, dos quais somente 1.969 km estão em são contratados com cargueiros de ban- • Serviços pertinentes à produção e
riscos Standard & Poor’s. Isso significa que uso. Em geral, as ferrovias apresentam pro- deiras internacionais. A lei que obrigava distribuição de biocombustíveis
CONJUTURA ECONÔMICA BIRD: blemas de conservação, fazendo com que a os barcos nacionais a transportar 50% do
a referida agência considera a Colômbia to-
Banco Mundial: Já o Banco Mundial, talmente confiável no que tange à capaci- velocidade média seja baixa - 10 km por volume de cargas colombianas foi aboli- • Turismo
IEC: classifica a Colômbia em 66ª posição no dade do país de honrar a dívida externa de hora. O carvão é o produto que demanda da em 1989. O transporte marítimo res-
que se refere à facilitação para realiza- US$ 52 bilhões. Essa informação é de gran- maior utilização deste serviço, mobilizando pondeu, em 2003, por 97% (77.265.530 • Serviços financeiros, bancários e se-
O Índice Empresarial de Competitivida- um total de 42.809.220 toneladas, seguido toneladas) da carga de importação e ex-
de do Fórum Econômico Mundial, em 2007, ção de negócios proporcionada pelo orde- de importância para o investidor estrangeiro guros
namento jurídico e arcabouço normativo, já que é indicativa da improbabilidade de li- pelo cimento com 20.174.566 toneladas no portação.
classificou a Colômbia na 65ª posição (nesse ano 2003. Ocupa, assim, o segundo lugar
índice, os EUA ocupam a primeira posição acima da quase totalidade dos países da mitações à remessa de lucros ou repatriação
América Latina e Caribe. Para efeitos de capitais.Baseando-se nos indicadores na mobilização cargueira do país depois do TRANSPORTE AÉREO: CARACTERIZAÇÃO DO SETOR
e o Brasil a 59ª posição). Pelos critérios do transporte rodoviário. Cabe notar, porém,
Fórum Econômico Mundial, a Colômbia, comparativos, os EUA ocupam a 3ª posi- apresentados nos parágrafos acima, pode- A Colômbia conta atualmente com DE SERVIÇOS
ção e o Brasil a 122ª posição. se concluir que a Colômbia, tendo como que 91% desse total corresponde ao trans-
assim como o Brasil, é uma economia que porte de carvão, apenas 1,3% corresponde 683 aeroportos e campos de pouso, dos
deriva sua competitividade da disponibili- referência a média latino-americana, é um quais 145 são de propriedade do Estado,
GRAU DE INVESTIMENTO: mercado relativamente seguro, transparente ao transporte de carga interior e há pouca CARACTERÍSTICAS GERAIS
dade de recursos naturais baratos, evoluin- participação na mobilização de pessoas. 408 são privados e 130 são dos depar-
do rapidamente para a eficácia no uso de fa- e previsível para alocação do investimento tamentos e municípios. O transporte de O setor de serviços representa
Em 2007, a Colômbia passou a integrar, estrangeiro. A taxa de retorno do capital es-
tores, mas ainda muito longe de se constituir ao lado do México e do Chile, o seleto gru- TRANSPORTE FLUVIAL: passageiros e de carga concentra-se em 53,3% da economia colombiana16,
numa economia cuja competitividade deri- trangeiro investido fica na contingência da poucos aeroportos. As principais rotas significativamente abaixo as duas
po latino-americano que tem a chancela de identificação de nichos de mercado em que
va essencialmente da inovação tecnológica, grau de investimento (investiment grade), A Colômbia conta com 24.437 km de de transporte aéreo são as que ligam São maiores economias da América Latina
inclusive tecnologias de gestão, a exemplo a empresa estrangeira possa atuar com um rios, dos quais somente 6.175 são navegá- Paulo a Bogotá e Rio de Janeiro a Bogotá. (segundo a mesma fonte, Brasil 64,0%
conferida pela agência de classificação de diferencial de competitividade em relação
dos países desenvolvidos. veis, de forma permanente, por embarca- Alguns empresários utilizam outras cone- e México 69,4%).

42 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 43
CARACTERIZAÇÃO DE SUBSE- negociais, como Venezuela e Equador, ou industrial significativo, empresas brasi- FLUXO COMERCIAL EXTERIOR DE SERVIÇOS DA COLÔMBIA US$ BILHÕES
TORES ESPECÍFICOS para a qual tenha acesso privilegiado, no- leiras dedicadas àprestação de serviços
PERÍODO EXPORTAÇÃO DE SERVIÇOS IMPORTAÇÃO DE SERVIÇOS COLÔMBIA SALDO
meadamente os EUA. Em 2006, havia 561 pertinentes a atividades fabris como con-
De acordo com o Ministro de Indústria, empresas do setor de software na Colôm- sultorias especializadas, reparo e aluguel Colômbia Var.% (1) Total Mundo Part. % Colômbia Var.% (1) Total Mundo Part. % Valor Var.% (1) Valor
Comércio e Turismo da Colômbia, Luis bia, algumas com reconhecida competiti- de equipamentos etc, poderão identificar
Guillermo Plata, o governo colombiano vê vidade internacional18, cujo interesse em oportunidades de negócios. O mesmo se 2003 1,85 - 1.829,3 0,1 3,30 - 1.777,1 0,2 5,2 - -1,5
com grande interesse a diversificação dos se colocar no mercado brasileiro mediante aplica a empresas brasileiras especializa-
investimentos brasileiros no país, atual- investimentos diretos deve ser sondado. das em serviços pertinentes à mineração e 2004 2,19 18,4 2.209,9 0,1 3,87 17,3 2.117,1 0,2 6,1 17,7 -1,7
mente bastante concentrados nos setores Outro subsetor de serviços com pos- à prospecção e extração de petróleo e gás,
2005 2,59 18,3 2.473,4 0,1 4,70 21,4 2.350,8 0,2 7,3 20,3 -2,1
siderúrgico, mineiro e têxtil. Na opinião do sibilidades evidentes de negócios para haja vista a grande importância econômica
ministro, encontrariam excelentes oportu- empresas brasileiras é o de engenharia e desse setor no país. 2006 3,30 27,4 2.777,9 0,1 5,43 15,5 2.620,1 0,2 8,7 19,8 -2,1
nidades de negócios na Colômbia empresas construção civil. A topografia acidentada Há forte convergência de interesses
brasileiras com experiência internacional do país, cortado por duas ramificações da entre Brasil e Colômbia no que se refere 2007 3,54 7,3 3.291,5 0,1 6,15 13,3 3.085,9 0,2 9,7 11,0 -2,6
em turismo, infra-estrutura e biocombus- Cordilheira dos Andes e rios de grande à produção de biocombustíveis para con-
tíveis17. Além desses, no que se refere a caudal exige grandes obras de engenharia sumo interno e exportação. Como mencio-
serviços, esta Secretaria identifica oportu- para viabilizar o trânsito rodoviário e fer- nado acima, o governo colombiano está FLUXO COMERCIAL EXTERIOR DE SERVIÇOS DO BRASIL US$ BILHÕES
nidades em outras áreas, conforme expla- roviário eficiente. Outro empreendimento pronto a oferecer favores fiscais e apoio
nação a seguir. que deve gerar oportunidades de negócios institucional aos investimentos brasilei- PERÍODO EXPORTAÇÃO DE SERVIÇOS IMPORTAÇÃO DE SERVIÇOS Corr. Comércio do Brasil SALDO
Para as empresas brasileiras atuantes é a planejada construção de oleoduto no ros nessa área. Disso resultam evidentes
Brasil Var.% (1) Total Mundo Part. % Brasil Var.% (1) Total Mundo Part. % Valor Var.% (1) Valor
na área de softwares customizados e ou- norte da Colômbia que dará vazão às ex- oportunidades de negócios para empresas
tros serviços de informática, parcerias com portações venezuelanas direcionadas aos brasileiras exportadoras de serviços perti- 2003 9,57 - 1.829,3 0,5 14,35 - 1.777,1 0,8 23,9 - -4,8
empresas colombianas congêneres podem países do Pacífico. Também podem ser nentes à produção e distribuição de bio-
vir a se constituir como uma alternativa cogitadas parcerias entre empresas brasi- combustíveis (consultoria, assistência téc- 2004 11,61 21,3 2.209,9 0,5 16,11 12,3 2.117,1 0,8 27,7 15,9 -4,5
interessante para atingir o mercado colom- leiras e colombianas para atuação nas bi- nica, reparo de equipamentos etc), seja na
biano, em franca expansão, e mercados dos lionárias obras de duplicação do Canal do condição de exportadoras, seja realizando 2005 14,86 28,0 2.473,4 0,6 22,41 39,1 2.350,8 1,0 37,3 34,5 -7,6

quais as empresas colombianas têm amplo Panamá, país fronteiro à Colômbia. investimentos diretos mediante o estabele-
2006 17,95 20,8 2.777,9 0,6 27,15 21,2 2.620,1 1,0 45,1 21,0 -9,2
conhecimento e cultiva fortes vínculos Dado existir na Colômbia um parque cimento de filial no país.
2007 22,50 25,3 3.291,5 0,7 33,63 23,9 3.085,9 1,1 56,1 24,5 -11,1

FLUXO COMERCIAL DE SERVIÇOS DE BRASIL E COLÔMBIA (VALORES EM US$ BILHÕES)


2005 2006 2007 Var. % 2007/06

Exportações de serviços do Brasil (A) 14,86 17,95 22,50 25,35

Exportação de bens do Brasil (B) 118,53 137,81 160,65 16,57

Relação (A / B) 12,54 13,03 14,01

Exportações de serviços da Colômbia (A) 2,59 3,30 3,54 7,27

Exportação de bens da Colômbia (B) 21,15 24,39 29,36 20,38

Relação (A / B) 12,25 13,53 12,06

Importações de serviços do Brasil (A) 22,41 27,15 33,63 23,87

Importação de bens do Brasil (B) 77,63 95,85 126,58 32,06

Relação (A / B) 28,87 28,33 3,76

Importações de serviços da Colôbia (A) 4,70 5,43 6,15 13,26

Importação de bens da Colômbia (B) 21,20 26,05 32,90 26,30

Relação (A / B) 22,17 20,84 18,69


Cartagena - Fortaleza San Felipe de Barajas

44 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 45
EM 2008, OS SETORES DE SERVIÇOS ONDE O BRASIL IMPORTOU DA COLÔMBIA E EXPORTOU PARA ESTA FORAM:
COMÉRCIO POR ATACADO, EXCETO VEÍCULOS AUTOMOTORES E MOTOCICLETAS 252,1 486,8
CONTA SERVIÇOS – RECEITAS E DESPESAS POR PAÍS CNAE CLIENTE (VALORES EM US$ MIL) COMÉRCIO VAREJISTA 5,3 21,1
Receitas Despesas
TRANSPORTE TERRESTRE 269,7 27,8
EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL 20,6
TRANSPORTE AÉREO 1.510,3 3,3
EXTRAÇÃO DE MINERAIS METÁLICOS 77,1
ARMAZENAMENTO E ATIVIDADES AUXILIARES DOS TRANSPORTES 21,6 1,7
EXTRAÇÃO DE MINERAIS NÃO-METÁLICOS 2,7
CORREIO E OUTRAS ATIVIDADES DE ENTREGA 115,7
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS 15,8 63,7
ALOJAMENTO 7,5
FABRICAÇÃO DE BEBIDAS 20,6 EDIÇÃO E EDIÇÃO INTEGRADA À IMPRESSÃO 0,1 1,7

FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DO FUMO 49,8 ATIVIDADES CINEMATOGRÁFICAS, PRODUÇÃO DE VÍDEOS E DE PROGRAMAS DE TELEVISÃO; GRAVAÇÃO DE
1,5
SOM E EDIÇÃO DE MÚSICA
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS TÊXTEIS 0,4 380,8
ATIVIDADES DE RÁDIO E DE TELEVISÃO 161,1
CONFECÇÃO DE ARTIGOS DO VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS 1,7 TELECOMUNICAÇÕES 275,6 720,4
PREPARAÇÃO DE COUROS E FABRICAÇÃO DE ARTEFATOS DE COURO, ARTIGOS ATIVIDADES DOS SERVIÇOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 365,6 141,7
6,7 0,6
PARA VIAGEM E CALÇADOS
ATIVIDADES DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO 5,8 11,9
FABRICAÇÃO DE CELULOSE, PAPEL E PRODUTOS DE PAPEL 50,0 28,2
ATIVIDADES DE SERVIÇOS FINANCEIROS 39,9 157,5
FABRICAÇÃO DE COQUE, DE PRODUTOS DERIVADOS DO PETRÓLEO E DE BIOCOMBUSTÍVEIS 166,7
SEGUROS, RESSEGUROS, PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR E PLANOS DE SAÚDE 1,5
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS 26,1 1.052,3 ATIVIDADES JURÍDICAS, DE CONTABILIDADE E DE AUDITORIA 107,9
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS FARMOQUÍMICOS E FARMACÊUTICOS 44,5 ATIVIDADES DE SEDES DE EMPRESAS E DE CONSULTORIA EM GESTÃO EMPRESARIAL 265,2 342,8

FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE BORRACHA E DE MATERIAL PLÁSTICO 37,6 18,7 SERVIÇOS DE ARQUITETURA E ENGENHARIA; TESTES E ANÁLISES TÉCNICAS 121,1 53,1

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO 1,3 103,0


FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MINERAIS NÃOMETÁLICOS 1,8 33,7
PUBLICIDADE E PESQUISA DE MERCADO 104,7 2,2
METALURGIA 2,9 797,8
OUTRAS ATIVIDADES PROFISSIONAIS, CIENTÍFICAS E TÉCNICAS 1,9
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE METAL, EXCETO MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 26,1 366,3
ALUGUÉIS NÃO-IMOBILIÁRIOS E GESTÃO DE ATIVOS INTANGÍVEIS NÃO-FINANCEIROS 125,4 44,2
FABRICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA, PRODUTOS ELETRÔNICOS E ÓPTICOS 5,9 235,7 AGÊNCIAS DE VIAGENS, OPERADORES TURÍSTICOS E SERVIÇOS DE RESERVAS 67,4 49,3

FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS, APARELHOS E MATERIAIS ELÉTRICOS 25,4 745,2 ATIVIDADES DE VIGILÂNCIA, SEGURANÇA E INVESTIGAÇÃO 77,0

FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 192,7 1.645,9 SERVIÇOS DE ESCRITÓRIO, DE APOIO ADMINISTRATIVO E OUTROS SERVIÇOS PRESTADOS ÀS EMPRESAS 333,2 14,5

FABRICAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES, REBOQUES E CARROCERIAS 9,4 781,5 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DEFESA E SEGURIDADE SOCIAL 0,1 5,6

EDUCAÇÃO 8,9
FABRICAÇÃO DE OUTROS EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE, EXCETO VEÍCULOS AUTOMOTORES 1,5 0,2
ATIVIDADES DE ATENÇÃO À SAÚDE HUMANA 5,2 2,1
FABRICAÇÃO DE MÓVEIS 2,7
SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL SEM ALOJAMENTO 2,7
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DIVERSOS 2,4 16,7
ATIVIDADES LIGADAS AO PATRIMÔNIO CULTURAL E AMBIENTAL 1.731,0 5,3
MANUTENÇÃO, REPARAÇÃO E INSTALAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 6,8 ATIVIDADES ESPORTIVAS E DE RECREAÇÃO E LAZER 46,2

ELETRICIDADE, GÁS E OUTRAS UTILIDADES 9,3 ATIVIDADES DE ORGANIZAÇÕES ASSOCIATIVAS 153,4 43,3

OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA 5.913,2 113,1 REPARAÇÃO E MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA E COMUNICAÇÃO E DE OBJETOS
4,9
PESSOAIS E DOMÉSTICOS
SERVIÇOS ESPECIALIZADOS PARA CONSTRUÇÃO 0,4 ORGANISMOS INTERNACIONAIS E OUTRAS INSTITUIÇÕES EXTRATERRITORIAIS 1,3
COMÉRCIO E REPARAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES E MOTOCICLETAS 4,2 TOTAL 12.793,8 9.230,5

46 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 47
ETANOL

do Oriente Médio continua entrando nos pois o etanol de cana permite até 90% baseado em metas rígidas de redução de
Etanol e Clima nas relações Brasil-EUA EUA sem qualquer restrição. Que tipo
de "política de segurança energética" é
menos emissões de CO2 do que a gaso-
lina. Dada a notória competitividade do
emissões de gases de efeito estufa, acom-
panhado de mecanismos de comércio de
essa, que pune pesadamente as melhores etanol, haveria ainda uma importante carbono intra e intersetoriais, com possi-
Artigo escrito por Marcos Sawaya Jank, presidente da UNICA - União da Indústria de Cana-de-Açúcar alternativas do mundo moderno para re- redução dos custos para consumidores bilidade de compra de créditos em outros
duzir a dependência do petróleo? e dos gastos com subsídios governamen- países. O presidente Obama já anunciou
O fato é que no ano que vem teremos tais nos EUA. Por isso, o etanol de cana o ambicioso objetivo de reduzir 80% das
uma nova chance para tentar eliminar a poderia servir como importante comple- emissões de gases de efeito estufa até
tarifa sobre as importações americanas mento da enorme demanda prevista na 2050, em relação ao nível de 2005.
de etanol. Isso porque, se a tarifa secun- legislação americana, de forma previsí- Essa mudança radical na postura
dária não for renovada pelo Congresso vel e harmônica. dos EUA em relação ao tema climático,
americano até dezembro de 2010, ela Neste momento, porém, a melhor aliada aos incentivos que serão criados
cai naturalmente em 1º de janeiro de aposta para melhorar as relações Brasil- para reduzir a importação de petróleo de
2011. Sabemos que, além do Brasil, EUA na área dos biocombustíveis se- países "pouco amigáveis", representa
diversos grupos estarão se mobilizan- ria ampliar e dar maior consistência ao uma extraordinária oportunidade para o
do em favor da não renovação da tarifa memorando de entendimentos assinado Brasil e para outros países em desenvol-
americana em 2010, como as indústrias pelos dois países em março de 2007, vimento. Hoje, Brasil e EUA respondem
de rações e alimentos (carnes, lácteos, acrescentando um "capítulo climático" juntos por 70% da produção mundial de
etc.) que querem reduzir a volatilidade centrado na inclusão do etanol como al- biocombustíveis. Os dois países deve-
no preço do milho naquele país, além ternativa efetiva para mitigar o impacto riam adotar estratégias comuns e assu-
de uma parcela das indústrias automoti- das mudanças climáticas, criando um mir um papel de liderança nas discus-
vas e petroleiras, grupos ambientalistas, mercado global para energias limpas sões globais sobre mudança do clima e
acadêmicos e outros atores. e renováveis. Ocorre que o Poder Exe- na consolidação do uso de biocombus-
A verdade é que a eliminação das cutivo dos EUA propôs ao Congresso a tíveis como alternativa de segurança
atuais barreiras tarifárias ao etanol de criação de um ambicioso programa de energética, de mitigação das emissões
cana-de-açúcar seria um vetor funda- combate ao aquecimento global, que de- de gases de efeito estufa e de "democra-
mental para uma redução mais ambi- verá premiar bens mais limpos por meio tização" da produção e do uso de ener-
ciosa das emissões de gases de efeito de um sistema de comércio de licenças gias agrícolas renováveis no mundo em
estufa no setor de transporte dos EUA, de emissões, chamado de cap and trade, desenvolvimento.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega americano, Barack Obama, na Casa Branca: conversas sobre o comércio de etanol brasileiro em pauta

Etanol e mudança climática foram te- renovada há 30 anos! O fato é que neste Como bem salientou Lula em sua con-
mas importantes abordados na primeira ano, enquanto o Brasil produzirá 28 bi- versa com Obama, por trás dessa tarifa
reunião dos presidentes Lula e Obama sá- lhões de litros de etanol, os americanos prevalece uma enorme contradição: por
bado passado em Washington. Obama elo- já estarão ultrapassando os 40 bilhões de que o petróleo, que é finito e altamente
giou a vasta experiência brasileira na pro- litros, garantidos por um mandato gover- poluente, circula livremente pelo mundo
dução competitiva de álcool combustível e, namental que subsidiará a incrível meta sem qualquer barreira comercial enquan-
ao mesmo tempo, se esquivou da sempre de consumo de 136 bilhões de litros de to a sua melhor alternativa comercial, os
polêmica questão da tarifa protecionista biocombustíveis em 2022. Tal façanha biocombustíveis - muito mais limpos, re-
que bloqueia as nossas exportações. claramente resultou de um lobby agrí- nováveis e democráticos em seu alcance
Na realidade, sabemos que Obama cola bem estruturado dos produtores de geográfico -, são onerados por elevadas
não pode fazer grande coisa na matéria, milho daquele país, que terão mercado tarifas e crescentes barreiras não tarifá-
já que nos EUA tarifa é tema exclusivo garantido para até 57 bilhões de litros, rias? Enquanto o etanol precisa provar
do Congresso, onde um poderoso bloco complementado por outros 80 bilhões de sua sustentabilidade social e ambiental
de senadores comanda a resistência con- litros para biodiesel, etanol de celulose para o mundo, uma atitude que julgamos
tra qualquer abertura do mercado ameri- (chamado de "segunda geração") e outros correta, jamais se pediu que o petróleo fi-
cano de energias limpas. Sob o inacredi- combustíveis "avançados" em termos zesse o mesmo nos seus 150 anos de his-
tável argumento da "indústria nascente", energéticos e ambientais. Se depender tória de poluição, derramamentos e guer-
esta tarifa secundária de US$ 0,14 por do lobby agrícola americano, esse imen- ras. Basta dizer que, desde o início da
litro de etanol, aplicada pelos EUA (que so mercado permanecerá praticamente guerra no Iraque, o Brasil já pagou mais
equivale a mais de 30% do valor FOB fechado para importações de produtos de 500 milhões de dólares em tarifas aos
do produto), vem sendo periodicamente mais eficientes de outros países. cofres americanos, enquanto o petróleo Plantação de cana na região de Piracicaba - SP

48 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 49
RELAÇÕES BILATERAIS

produtos químicos orgânicos (US$ 1,8 bilhão); ferro fundido, ferro Os principais mercados fornecedores para a Colômbia,
e aço (US$ 1,4 bilhão); plástico e obras (US$ 1,4 bilhão); cereais em 2007, foram: Estados Unidos (25,8% do total), China
Intercâmbio Comercial (US$ 1,2 bilhão); combustíveis minerais - petróleo (US$ 0,9 bi-
lhão); produtos farmacêuticos (US$ 0,8 bilhão) e instrumentos e
(10,0%), México (9,3%), Brasil (7,1%), Venezuela (4,1%),
Japão (3,7%), Alemanha (3,6%), Coréia do Sul (2,7%),
Brasil – Colômbia aparelhos de ótica e precisão (US$ 877 milhões). Equador (2,2%), Argentina (2,1%), Chile (2,0%), Cana-
dá (2,0%), Peru (1,8%) e Itália (1,6%). Por mercado de
destino, as exportações da Colômbia são altamente con-
TEXTO ELABORADO PELA EQUIPE DO DEPARTAMENTO DE PLANE- centradas na Índia. Em 2006, 86,2% das vendas destina-
JAMENTO E DESENVOLVIMENTO DO COMÉRCIO EXTERIOR - DEPLA ram-se para este país. Do lado das importações os princi-
DA SECRETARIA DE COMÉRCIO EXTERIOR - SECEX DO MINISTÉRIO
pais fornecedores são: Senegal, que respondeu por 26,6%
DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR - MDIC
das aquisições efetuadas ao exterior, seguido de Portugal
(21,8%) e Itália (15,1%).

Importações da Colômbia
Principais Mercados Fornecedores – 2007 – US$ Milhões

Estados Unidos 8.416


COMÉRCIO EXTERIOR DA COLÔMBIA Evolução da Corrente de Comércio da Colômbia
1998 a 2007 – US$ Milhões China 3.270
A economia colombiana vinha crescendo em ritmo acele- México 3.018
rado entre 2002 e 2007, com expansão acima de 7% em 2007, 80.000
Brasil 2.350
75.000
principalmente devido aos avanços na segurança interna, ao 70.000
Venezuela 1.341
Importações da Colômbia
aumento dos preços, e às políticas econômicas pró-mercado do 65.000 Japão 1.209
Principais Produtos – 2007 – US$ Milhões
Presidente Uribe. O crescimento sustentado ajudou a reduzir a 60.000
Alemanha 1.185
55.000
pobreza em 20% e cortar o desemprego em 25% desde 2002. 50.000 Máquinas e Equipamentos 4.891 Coréia do Sul 881
Além disso, reformas do setor de hidrocarbonetos e as nego- 45.000 Automóveis e Autopeças 3.922
Colômbia 870
3.611
ciações do Acordo de Promoção Comercial dos EUA-Colômbia 40.000 Elétricos e Eletrônicos
Equador 720
35.000 Produtos Químicos Orgânicos 1.852
(CTPA) têm atraído níveis recorde de investimento estrangeiro. 30.000 Ferro Fundido, Ferro ou Aço 1.428 Demais 9.636
Fonte: GTIS
Desigualdade, subemprego e narcotráfico permanecem desafios 25.000 Plástico e suas Obras 1.379
20.000 Cereais 1.168
significativos da Colômbia a fim de sustentar sua expansão. Combustíveis Minerais (Petróleo) 898
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em 2008, de crescimento econômico em 2008 escor- Produtos Farmacêuticos 883
Fonte: OMC Participação do Brasil no Comércio Exterior da Colômbia
regou como resultado da crise financeira global e a dimi- Instr. E Apar. Ópticos e de Prescisão 877
2000 a 2008
Aeronaves e suas Partes 775
nuição da demanda por produtos colombianos. Em respos- Em 2008, a Colômbia totalizou exportações de US$ 37,6 bi- Fertilizantes 745
ta, a administração Uribe tem adotado diversas medidas lhões, valor 28,2% superior ao registrado em 2007, de US$ 29,4 Obras de Ferro Fundido, Ferro ou Aço 663
9.804
emergenciais para garantir linhas de crédito e de incen- bilhões. Já as importações apresentaram aumento de 20,6%, ao
Demais

Fonte: GTIS 1,02%


tivos ao investimento. O governo também tem incentivado passarem de US$ 32,9 bilhões, para US$ 39,7 bilhões. 1,45%
0,65% 2,20%
os exportadores de diversificar a sua carteira de clientes Após um déficit expressivo em 1998, a balança comercial da
0,88%
Em 2007, segundo o GTIS, a Colômbia teve como principais 3,18%
1,54% 0,91% 0,76%
fora dos Estados Unidos e da Venezuela, maiores parceiros Colômbia apresentou-se próxima do equilíbrio de 1999 até 2005, mercados de destino de suas exportações: Estados Unidos (34,3%
comerciais. No entanto, o setor empresarial continua pre- com saldos comerciais oscilando entre +US$ 1,5 bilhão e –US$ do total), Venezuela (17,7%), Equador (4,3%), Suíça (2,9%), Países 8,2% 7,1% 5,8%
ocupado com o impacto de uma recessão mundial sobre as 800 milhões. Em 2006, o déficit voltou a crescer, e em 2007 o Baixos (2,8%), Peru (2,7%), China (2,6%), Espanha (2,0%), Itália 4,5% 4,7% 5,0% 5,4% 6,2% 6,6%

exportações do país, bem como a aprovação da CTPA, que saldo negativo foi de US$ 3,5 bilhões. No ano de 2008, o déficit (1,9%), Alemanha (1,9%), República Dominicana (1,8%), México
está estagnado no Congresso dos EUA. comercial colombiano foi de US$ 2,0 bilhões. (1,7%), Brasil (1,7%), Reino Unido (1,4%) e Japão (1,3%). 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
A corrente de comércio da Colômbia registrou, em 2008, valor Importação da Colômbia Exportação da Colômbia
Exportações da Colômbia
recorde, chegando a US$ 77,33 bilhões, valor 24,2% superior ao Principais Mercados Compradores – 2007 – US$ Milhões Fonte: MDIC/SECEX, OMC

totalizado no ano de 2007, em que chegara a US$ 62,3 bilhões.


Segundo o Global Trade Information Services, a pauta de ex- Estados Unidos 9.966
portação da Colômbia, em 2007, foi composta dos seguintes produ- Venezuela 5.143
INTERCÂMBIO COMERCIAL ENTRE BRASIL E COLÔMBIA – 2008
tos: petróleo (atingindo US$ 10,3 bilhões, representando 35,1%), Equador 1.250
seguido de ferro fundido (US$ 1,8 bilhão), café, chá e especiarias Suíça 829 A corrente de comércio Brasil-Colômbia atingiu em 2008 o seu
(US$ 1,7 bilhão), plástico e obras (US$ 1,2 bilhão), automóveis Países Baixos 821 valor recorde de US$ 3,1 milhões, valor 13,0% superior ao que fora
(US$ 1,2 bilhão) plantas vivas e produtos de floricultura (US$ 1,1 Peru 790 registrado em 2007, de US$ 2,8 milhões.
bilhão) e pedras e metais preciosos (US$ 0,98 bilhão). China 769 As exportações brasileiras para a Colômbia em 2008, chegaram
Espanha 570 a US$ 2,295 bilhões, valor muito próximo ao registrado em 2007, de
Já na pauta de importação, os principais itens importados em
Itália 545
US$ 2,339 bilhões, registrado no ano anterior. Esse ligeiro recuo anota
2007 foram: máquinas e equipamentos (14,9% da pauta, totali-
Alemanha 542
a interrupção do crescimento das exportações que se registrava desde
zando US$ 4,8 bilhões); veículos automóveis e peças (US$ 3,9
Demais 8.766
1999. As importações, por sua vez, registraram formidável crescimen-
bilhões); equipamentos elétricos e eletrônicos (US$ 3,6 bilhões); Fonte: GTIS to de 94,3%, ao passarem de US$ 427 milhões para US$ 829 milhões

50 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 51
Exportações Brasileiras para a Colômbio por Fator Agregado
2008 - Participação %

Básicos 5,2% Semimanufaturados


6,6%

Manufaturados
88,2%

Fonte: MDIC/SECEX

Os principais produtos que compuseram a pauta de im-


Já as exportações de semimanufaturados passou de US$ 138 mi- portação brasileira da Colômbia, em 2008, foram: petróleo
lhões, em 2007, para US$ 150 milhões, em 2008. em bruto (total de US$ 164,4 milhões, e participação na
Os principais produtos que compuseram as exportações na- pauta de 19,8%), hulhas (US$ 134,9 milhões, 16,3%), co-
cionais à Colômbia, em 2008, foram: aparelhos transmissores e ques e semicoques (US$ 113,1 milhões, 13,6%), PVC (US$
receptores (total de US$ 172 milhões, e participação na pauta de 61,0 milhões, 7,4%), óleo de dendê em bruto (US$ 46,5
7,5%), aviões (US$ 137,0 milhões, 6,0%), tubos de ferro fundido milhões, 5,6%), ferro-ligas (US$ 37,2 milhões, 4,5%), po-
(US$ 133,0 milhões, 5,8%), produtos laminados planos de ferro/ límeros plásticos (US$ 35,6 milhões, 4,3%) e desperdícios
aço (US$ 88,5 milhões, 3,9%), fio-máquina de fero/aço (US$ 68,4 de alumínio (US$ 19,3 milhões, 2,3%).
milhões, 3,0%), pneumáticos (US$ 64,2 milhões, 2,8%), milho
em grãos (US$ 54,8 milhões, 2,4%), medicamentos (US$ 54,3
milhões, 2,4%), alumínio em bruto (US$ 51,4 milhões, 2,2%) e
bombas e compressores (US$ 50,7 milhões, 2,2%).
Ao se considerar as unidades da federação que exportaram
para a Colômbia em 2008, fica evidente a importância do estado
de São Paulo, com participação de 53,4%. Os demais principais
A Colômbia é o vigésimo (20º) destino das exportações bra- estados brasileiros que exportaram foram: Minas Gerais (8,4%),
sileiras, com participação de 1,2% na pauta total de 2008. Esta Rio Grande do Sul (5,7%), Paraná (5,7%), Rio de Janeiro (4,9%),
colocação está três posições acima da ocupada no ano anterior. Santa Catarina (3,5%) e Amazonas (3,4%).
A pauta brasileira de exportação para a Colômbia caracteriza- Nas importações brasileiras, a Colômbia é o vigésimo nono
se por ser majoritariamente composta por produtos manufatura- (29º) principal mercado fornecedor, com participação de 10,5%
dos, representando 88,2% do total de 2008. A categoria de básicos na pauta total de 2008. Esta colocação está treze posições acima
respondeu por 5,2% do montante e a de semimanufaturados, por da ocupada no ano anterior.
6,6%. O grupo que mais cresceu no comparativo 2008/2007 foi o A pauta de importação brasileira de produtos oriundos da Co-
de produtos básicos, ao registrar um aumento de 140,1%, de US$ lômbia foi composta, em 2008, de 54,3% de produtos básicos e
50 mil, em 2007, para US$ 119 mil, em 2008. Os manufaturados 45,7% de produtos industrializados, sendo os últimos compostos
sofreram queda de 5,9% e totalizaram US$ 2,02 milhões em 2008. de 35,4% de manufaturados e 10,3% de semimanufaturados.

52 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 53
CURTAS

PETROBRAS: PRODUÇÃO A diferença positiva de 52 dos campos da Companhia no governo colombiano, é um dos Janeiro (ACRJ), passa por re- sediado na Confederação. Se- sentante do Banco Interame- do BNDES, Luciano Couti-
DE ÓLEO E GÁS SOBE EM mil barris/dia de petróleo ocor- País e no exterior. maiores da América Latina. formas de restauração da sua gundo o executivo, a pesquisa ricano de Desenvolvimento nho.
MARÇO reu na Bacia de Campos e foi As cabines têm capacida- fachada. O prédio, tombado ouviu empresas das áreas de (BID) no Brasil, José Luis COLÔMBIA E BRASIL ASSI-
proporcionada pela entrada em COLÔMBIA PEDE SOCORRO de para oito pessoas sentadas pela prefeitura como Patrimô- agropecuária, indústria e ser- Lupo, assinaram em abril
A produção média de petró- produção de poços nas platafor- AO FMI e integram um sistema pro- nio Cultural da Cidade do Rio viços, e 50% delas revelaram contrato de empréstimo de NAM COOPERAÇÃO
leo e gás da Petrobras no Brasil mas e aumento da produção das jetado para operar em meio de Janeiro, foi inaugurado em que o atual cenário econômico US$ 1 bilhão para que o BN- Brasil e Colômbia con-
em março alcançou 2.315.276 A Colômbia solicitou, em
plataformas P-53 e FPSO Cida- abril, US$ 10,4 bilhões ao aos fortes ventos da região. A 1940, é um dos poucos mo- não impactou os investimentos DES financie crédito produti- cordaram em estabelecer
barris equivalentes por dia de de Niterói (Marlim Leste) e relação da Colômbia com os numentos art déco deixados em sustentabilidade até o mo- vo de longo prazo para micro, parcerias para desenvolver
(boed), refletindo um aumento FMI, dentro da nova Linha
P-54 (Roncador). No dia 19 de de Crédito Flexível (LCF) do teleféricos ficou famosa cinco pelo arquiteto francês Henri mento. Para 19% das entrevis- pequenas e médias empresas equipamentos militares, rea-
de 9,5% sobre o volume produ- março foi batido o recorde diário anos atrás, quando a cidade Sajous. tadas, o efeito da crise chegou brasileiras. lizar exercícios na Amazônia
zido em março do ano passado Fundo Monetário Internacio-
de produção de petróleo com o nal, informou nesta segunda- de Medellín inaugurou o Me- As obras tiveram início a ser positivo, traduzido em Trata-se da última parce- e monitorar o espaço aéreo
e de 3% em relação à produção volume de 2.042.559 barris. trocable, que utiliza os bon- em outubro daquele ano e de- um momento de oportunidade la do convênio, de US$ 3 bi- usado por narcotraficantes,
do mês anterior. A produção feira a entidade multilateral.
Considerados os campos do O ministro colombiano da dinhos aéreos dentro do sis- verão estar concluídas ainda para melhorar negócios e con- lhões, assinado entre as duas disseram, ontem, autoridades
exclusiva de petróleo dos cam- Brasil e do exterior, a produção tema público de transporte. no primeiro semestre deste quistar mais mercado. Os tra- instituições há três anos. Com de ambos os países. O acor-
pos nacionais, de 1.991.934 Fazenda, Óscar Iván Zu-
total de petróleo e gás natural luaga, e o diretor-geral do ano. O orçamento total é de balhos da reunião foram con- a conclusão desse acordo, o do, que deve entrar em vigor
barris/dia, superou em 10,6% da companhia atingiu, em mar- BALANÇA COMERCIAL FICA R$ 5.219.664,24. O restauro duzidos pelo vice-presidente BNDES negociará com o BID após a definição de detalhes
a do mesmo mês do ano pas- Banco Central, José Darío POSITIVA EM ABRIL
ço deste ano, a média diária de Uribe, solicitaram que "a do Palácio do Comércio conta do Comitê Brasileiro da CCI e novo convênio também no va- técnicos e no futuro incluirá
sado e em 2,7% o volume de 2.537.873 barris de óleo equiva- com o incentivo de empresas coordenador da Comissão de lor de US$ 3 bilhões, que será também o Peru, marca uma
1.940.412 barris/dia extraídos Colômbia seja considerada Na 3ª semana de abril, a ba-
lente (boe) diários. Esse resulta- para ter acesso a um acordo lança comercial apresentou ex- da iniciativa privada, do Go- Desenvolvimento Sustentá- dividido em três operações mudança de postura da Co-
em fevereiro de 2009. Tanto a do foi 8,5% maior que a produ- verno Federal - por meio da vel e Energia, Marcelo Drügg de US$ 1 bilhão. O contrato lômbia, que até agora tendia a
produção total (petróleo e gás) precatório por 90% de sua portações de US$ 2,756 bilhões
ção de março de 2008 e 4,3% cota (em torno de US$ 10,4 e importações de US$ 2,428 bi- Lei Rouanet, do Programa Barreto Vianna, com abertura assinado beneficiará cerca de priorizar a cooperação militar
como a exclusiva de petróleo acima do volume total extraído Nacional de Apoio à Cultu- do secretário geral do Comi- 25 mil empresas, num progra- com os EUA.
foram recordes mensais. bilhões)", assinala o comu- lhões, resultando em superávit
no segundo mês do corrente ano nicado do diretor-gerente de US$ 328 milhões. Até a 3ª ra (Pronac) - e do Governo do tê e consultor econômico da ma em que devem participar “Queremos construir uma
do FMI, Dominique Strauss- semana de abril, as exportações Estado do Rio de Janeiro, por CNC, Ernane Galvêas. O pre- mais de 80 bancos do sistema aliança estratégica com o Bra-
Kahn."É minha intenção acumulam US$ 7,001 bilhões meio da Lei de Incentivo à sidente do Comitê, Theópilo financeiro nacional. O crédito sil para melhorar a segurança
proceder rapidamente com o e as importações, US$ 5,336 Cultura. A primeira etapa foi de Azeredo Santos, também gerado a partir do empréstimo dos colombianos, da mesma
pedido ao diretório executi- bilhões, com superávit de US$ concluída em maio de 2008. participou do encontro. do BID vai financiar projetos forma como estamos aperfei-
vo do FMI para que aprove 1,665 bilhão. No ano, as expor- de ampliação, instalação e çoando nossa aliança estraté-
CNC: MESMO COM BNDES E BID ASSINAM modernização das micro, pe- gica com os Estados Unidos.
o pedido da Colômbia", des- tações totalizam US$ 38,178 CRISE, EMPRESAS EMPRÉSTIMO DE US$ 1
tacou Strauss-Kahn."As au- bilhões e as importações, US$ quenas e médias empresas. Para a Colômbia, o sul é tão
DEVEM INVESTIR EM BILHÃO PARA FORTALECER “É muito importante que o se- importante quanto o norte”,
toridades colombianas têm 33,501 bilhões, com saldo posi- SUSTENTABILIDADE MICRO, PEQUENAS E
respondido adequadamente tivo de US$ 4,677 bilhões. tor produtivo brasileiro tenha disse o ministro colombiano
MÉDIAS EMPRESAS a segurança de poder contar da Defesa, Juan Manuel San-
aos desafios criados pela Nas exportações, compa- A crise financeira mun-
crise financeira mundial e radas as médias até a 3ª sema- dial não diminuiu investimen- O presidente do BNDES, com estes recursos, que espe- tos, depois de se reunir em
demonstram estar compro- na de abril/2009 (US$ 583,4 tos das empresas na área de Luciano Coutinho, e o repre- ramos desembolsar de manei- Brasília com o chanceler
metidas em prosseguir nesta milhões) com a de abril/2008 sustentabilidade. Esta é umas ra ágil”, afirmou o presidente Celso Amorim.
firme trajetória". (US$ 669,4 milhões), houve das principais conclusões da
O governo colombiano decréscimo de 12,8%, em ra- pesquisa “A Cadeia da Sus-
explicou que o pedido de zão do declínio das vendas de tentabilidade”, apresentada
crédito é uma medida pre- produtos manufaturados . Nas em 13 de abril, na sede da
ventiva para atenuar os efei- importações, a média diária Confederação Nacional do
tos da crise internacional, até a 3ª semana de abril/2009, Comércio de Bens, Serviços
mas que não pretende utili- de US$ 444,7 milhões, ficou e Turismo (CNC), no Rio de
zar o dinheiro. 24,2% abaixo da média de Janeiro, por Altair Rossato,
abril/2008 (US$ 586,7 milhões) diretor da consultoria Deloitte
TELEFÉRICO e 2,5% inferior a março/2009 Touche Tohmatsu para a In-
A Colômbia passou a ofere- (US$ 456,3 milhões). dústria de Consumo, Varejo e
cer aos visitantes o mais novo Transporte.
ACRJ RESTAURA FACHADA Rossato participou da
teleférico do país na região de DO PRÉDIO-SEDE
montanhas do Parque Nacio- reunião promovida pela Co-
nal Del Chicamocha, no Esta- Situado na Rua da Can- missão de Desenvolvimento
do de Santander. O teleférico delária nº 9, o Palácio do Co- Sustentável e Energia do Co-
foi inaugurado em abril e tem mércio, edifício-sede da As- mitê Brasileiro da Câmara de
6,3 km de extensão. Segundo o sociação Comercial do Rio de Comércio Internacional (CCI),
Fachada do prédio da ACRJ, no centro do Rio de Janeiro

54 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos BRASIL • COLÔMBIA 55
Federação das Câmaras de Comércio Exterior
Foreign Trade Chambers Federation
Fédération des Chambres de Commerce Extérieur
Federación de las Cámaras de Comercio Exterior

C onse lho Supe rior


Membros Vitalícios

Antônio Delfim Netto


Benedicto Fonseca Moreira
Bernardo Cabral
Carlos Geraldo Langoni
Ernane Galvêas
Giulite Coutinho
Gustavo Affonso Capanema (Vice-Presidente)

José Carlos Fragoso Pires


Laerte Setúbal Filho

Milton Cabral

Paulo D’Arrigo Vellinho


Paulo Pires do Rio
Paulo Tarso Flecha de Lima
Philippe Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança
Theóphilo de Azeredo Santos (Presidente)

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