HISTÓRIA DA FILOSOFIA
VOLUME XIII
CAPA DE: J. C.
COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO
VIII
O PRAGMATISMO
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Iorque em 1842, estudou também na Europa, onde permaneceu
posteriormente durante largos períodos. Foi professor de psicologia
(1889-97) e de filosofia (1897-1907) na Universidade de Harvard e
morreu em 1910. Os seus primeiros estudos foram de fisiologia e de
psicologia; é autor de uma obra clássica, Os princípios de psicologia
(1890), e de uma obra, igualmente clássica, sobre As diversas
formas de experiência religiosa (1902). Os escritos filosóficos de
James são colecções de ensaios, de leituras ou
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WILLIAM JAMES
para uma preferência pelo método que torna possível a sua contínua
rectificação (método que Peirce considera próprio da ciência),
James, assumindo as
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ordem dada dos fenómenos, estabelece entre eles relações que não
pertencem à sua natureza em bruto, tudo isto com o fim de
simplificar e de prever. Mas a simplificação e a previsão são fins
humanos e, portanto, todo o trabalho da ciência se organiza para a
realização desses fins. Seria fácil objectar que a
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Num universo deste tipo, nem mesmo Deus pode ser concebido como
omnisciente ou como omnipotente; trata-se de um Deus finito. "No
sistema pluralista, Deus, não sendo já o absoluto, tem funções que
podem ser consideradas não totalmente diferentes das funções das
outras partes menores e por isso semelhantes às nossas. Tendo um
meio externo a ele, existindo no tempo e criando a sua história
exactamente como nós o fazemos, deixa de ser estranho a tudo o
que é humano, pois essa estranheza é própria do estático,
intemporal e perfeito Absoluto" (A Pluralistic Universe, págs. 318-
19). Um universo pluralista deste tipo assemelha-se mais a uma
república federal do que a um império ou a um reino. "Se uma
qualquer parte dele constituir uma unidade, referindo-se a um
centro efectivo de consciência ou de acção, alguma outra parte
governa-se por si mesma e permanece ausente e não reduzida à
unidade" (Ib., p. 322). O universo pluralista é assim, em certa
medida, sempre um multi-universo: a sua unidade não é a implicação
universal, a integração abso-
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acto que eles supõem digno de ser realizado com vista a um fim
desejável, pode ser considerado falso e erróneo pelos outros
indivíduos. Mas também aqui o único critério selectivo é o da
utilidade e eficácia dos conhecimentos ou das proposições
examinadas. É esta utilidade e eficácia que determinam o seu
reconhecimento social (Humanism, 1912, p. 59). Con-
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UNAMUNO
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em si: têm um ser construído pelo homem que, tendo que operar
com elas, deve elaborar o programa da Sua conduta e planear o que
lhes pode ou não fazer e o que delas pode esperar. "Na realidade,
eu preciso
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que não vai ser. Vive-se à vista do passado" (Ib., p. 111). Mas
também este reconhecimento é depois dogmatizado como exigência
de "uma nova revelação", que deveria ser para o homem a razão
histórica: "não uma razão anti-histórica que parece cumprir-se na
história, mas literalmente aquilo que aconteceu ao homem,
constituindo a razão substancial, a
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âmbito de uma ciência, o uso que essa ciência faz de tal noção.
Deste ponto de vista, os postulados da matemática, por exemplo,
deixaram de ser proposições privilegiadas, tornando-se proposições
semelhantes a
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1922; A experimentação na ciência, na filosofia e na
religião, 1936).
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possível que as intuições individuais se coordenem e coexistam.
Escolhe-se uma destas intuições como tipo e considera-se como
verdadeira, realizando assim uma concordância prática entre os
diversos indivíduos, as outras condenam-,se como aparências. As
sínteses da ciência constituem um passo em frente, eliminando a
disparidade dos direitos entre as perspectivas do sentido comum e
coordenando-as num organismo no qual cada uma encontra o seu
lugar. Por último, a
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indica a negação implícita das categorias próprias do pragmatismo,
e priva o espiritualismo das categorias que o justificam, reduzindo-
o a uma hipótese fideísta, o que lhe tira precisamente aquela força
pragmática de que pretendia usufruir.
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"A universalidade é a atitude de lançar um símbolo significante,
como estímulo, a todo e qualquer membro de um grupo indefinido a
fim de provocar a resposta exigida pela continuação do acto,
estando o indivíduo em questão incluído no mesmo grupo. A
necessidade é uma atitude que consiste em aceitar uma situação
reflexa, ou qualquer elemento dessa situação, como condição da
possibilidade de provocar o acto por ela requerido, isto partindo do
princípio de que o
cada um dos indivíduos que nele estão implicados (Ib., p. 134). Por
outro lado, o "si mesmo" (self) é ainda uma estrutura social, isto é,
uma estrutura que reflecte todo o processo social. Mea-d distingue
no si mesmo o eu e o me. O me é "o conjunto organizado pelas
atitudes dos outros que possam ser
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NOTA BIBLIOGRÁFICA
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rX
DEWEY
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Ora acontece que esse esforço e essa luta pela aceitação de tais
ideias são condicionados pela investigação científica, e filosófica.
Dewey chama Lógica à sua Teoria da investigação, se bem que não
se
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DEWEY
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Daqui surge o que Dewey chama "a ambiguidade do eu", isto é, a sua
possibilidade de situar-se de duas maneiras diferentes frente ao
mundo: aceitando-o ou repudiando-o. O eu, com efeito, pode sentir-
se bem no mundo em que vive, aceitá-lo Plenamente e sentir-se
membro dele: neste caso, está terminado e completo. Mas pode
também sentir-se em desacordo com o mundo e refutá-lo
intimamente. Então, ou se rende ao mundo, deixando-se levar pela
rotina que ele apresenta, por amor à paz, convertendo-se em seu
parasita ou num solitário egoísta, ou
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tica. Esta é uma crítica das críticas, que tem como finalidade
interpretar os acontecimentos para fazer deles instrumentos e
meios da realização dos valores humanos, mas que tenta igualmente
renovar o significado desses valores. É por isso que, mesmo estando
condicionada por uma determinada cultura e pelas formas da ciência
e da actividade prática que lhe são próprias, não é um reflexo dela,
pois implica uma mudança e elabora um plano de reforma e de
renovação. Sem dúvida, nada garante que um tal objectivo da
filosofia seja alcançado; mas a filosofia apela precisamente para
aqueles elementos que estão em
Deste ponto de vista, Deus não é uma realidade mas sim um ideal.
Por outro lado, como nota Dewey, um ideal não é uma ilusão pelo
simples facto de ser. um produto da imaginação: "a nossa imaginação
apercebe-se de todas as possibilidades". Mas considerá-lo como
ideal significa aceitar que as suas raízes só possam ser procuradas
na natureza e na história. "Ele emerge quando a imaginação idealiza
a exis-
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NOTA BIBLIOGRÁFICA
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x
REALISMO E NATURALISMO
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§ 771. Kulpe
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§ 772. MOORE
parte não pode existir fora do todo, ou uma qualidade não pode
existir independentemente da coisa da qual é qualidade, também os
objectos da cons-
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MOORE
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ética como indagação que tem por fim estabelecer quais as coisas
dotadas de tal qualidade, foi largamente aceite pelas correntes
naturalistas e instrumentalistas da filosofia anglo-americana, da
mesma forma
§ 773. BROAD
Na mesma linha do realismo de Moore encontramos ainda a obra do
inglês Charlie Duribar Broad (nascido em 1887), autor de numerosos
escritos sobre o mundo da ciência, da percepção sensível e da
percepção supra-sensorial (Percepção, física e realidade, 1914;
Pensamento científico, 1923; O espírito e o seu lugar na natureza,
1925; Cinco tipos de teorias éticas, 1930; Exame da filosofia de
McTaggart,
1933-1938; A ética e a história da filosofia, 1952; Religião,
filosofia e investigação psíquica, 1953).
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grande animal, cujo núcleo é uma vontade racional, mas finita, que
age e luta contra um conjunto de possibilidades recalcitrantes. A
unidade de energia física e psíquica revela-se na sensação, que é o
ponto em que a energia do estímulo externo deixa de ser observável
como movimento e se transforma numa nova espécie de energia
observada interiormente como sen-
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§ 776. SANTAYANA
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do mundo e do eu; é o domínio da dialéctica pura, isto é, das formas
ideais puras, que prescindem de toda a exigência e realidade
biológica e humana. A essência é ainda o objecto da contemplação
estética ou moral e da disciplina espiritual na medida em que
emancipa o homem das necessidades animais.
O princípio que pode ser considerado como característico das
essências é o da identidade: toda a essência é o que é, e é
perfeitamente individual. Mas a sua
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forma de fé, ainda que esta seja justificada pelo contínuo contacto
físico entre o cognoscente e o conhecido (Ib., p. 29). Implica
sempre confusão e erro: no
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ideias de Santayana não são claras. Por um lado, afirma que toda a
evolução natural tende a tornar possível a vida espiritual. "A
matéria" - diz (Ib., p.79) - "não se teria desenvolvido até aos
animais se a organização necessária não estivesse potencialmente
nela desde o princípio; e a sua organização nunca teria despertado a
consciência se a essência e a verdade não tivessem superado a
existência desde a eternidade apresentando-se, finalmente, com
todas as suas perspectivas suficientemente claras para que o
espírito as pudesse percebem. E assim estabelece um sentido, uma
direcção unívoca ao desenvolvimento do mundo material para a
realização do espírito. Mas, por outro lado, insiste no carácter
arbitrário, casual e contingente da evolução física, devido ao qual é
apenas a física, e não a metafísica, que nos pode revelar os
fundamentos das coisas (Ib., p. 274). Deste modo há uma contínua
oscilação no
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§ 777. ALEXANDER
A teoria da evolução (no sentido de Spencer), como progresso
universal e necessário da realidade cósmica, é o pressuposto da
doutrina de Santayana ainda que não encontre nela um tratamento
ou uma
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tempo que é uma forma do espírito, mas sim o espírito que é uma
forma do tempo (Ib., 11, p. 44). Dentro da substância universal do
espaço-tempo, revelam-se continuamente novas ordens de
realidade. Alexander considera a realidade como um processo de
evolução emergente; o mundo desenvolve-se a
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ALEXANDER
§ 778. WHITEHEAD
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A. N. WHITEHEAD
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integra. Não existe por essa razão nenhuma realidade nem qualquer
princípio que possa ser considerado independente da natureza antes
de entrar no campo do conhecimento.
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necessariamente é, que sem ele nada pode ser ou ser concebido, que
conhecê-lo é conhecer de uma
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sível solução não pode ser realizada nem pela arte nem pela ciência
mas apenas pela filosofia.
§ 780. M. R. COHEN
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sente quando se volta para casa depois de uma solitária viagem pelo
deserto" (Ib., p. 291). No campo da psicologia, Cohen exclui a
possibilidade de admitir a "alma" como entidade estranha ao corpo
e que se encontre para além dos fenómenos observáveis; mas exclui
igualmente que se possa reduzir a consciência ao simples
comportamento, como pretende o behaviorismo. E no campo das
ciências morais defende a ideia do direito de natureza, mas
considerando que as normas deste direito não são "evidentes",
devendo antes ser demonstrada a sua "certeza, exactidão,
universalidade e coerência" (Ib., p. 413). Contra o positivismo
jurídico (Kelsen), afirma que não pode faltar ao direito o aspecto
natural ou existencial, como polo complementar do aspecto racional
ou espiritual (Reason and Law, p. 4).
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desenvolvimento infalível.
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respectivos campos.
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§ 782. O NEO-TOMISMO
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NOTA BIBLIOGRÁFICA
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MACH
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muito menor que a variedade daquilo que realmente existe, Por isso,
o homem é levado a classificar os factos mediante os conceitos.
Estes têm a missão de reunir todas as reacções inerentes ao
objecto designado e atrair estas recordações à consciência tal
como
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§ 790. POINCARÉ
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também o do mais leve átomo: nada seria incerto para ela e tanto o
futuro como o passado seriam presente, aos seus olhos" (Théorie
analytique des probabilités, 1820). A física dos quanta desmentiu
este ideal. Não pode haver previsão infalível, e a razão deste facto
não reside numa imperfeição dos meios de observação ou de cálculo
em poder do homem mas sim na influência imprevisível que tais
meios podem ter sobre os fenómenos observados. Niels Bohr, o
físico dinamarquês (nascido em 1885) a quem a mecânica quântica
deve os seus mais fecundos aprofundamentos, enunciou em 1928 o
chamado "princípio de complementaridade", segundo o qual a
descrição espacio-temporal e a causalidade clássica são dois
aspectos "complementares" dos fenómenos que se excluem
mutuamente. Este princípio traduzia o reconhecimento da
impossibilidade de separar o
comportamento dos objectos atómicos da influência que sobre eles
exerce a observação (isto é, das condições em que se manifestam),
excluindo assim a hipótese de a física poder descrever uma cadeia
causal necessária de acontecimentos. Esta conclusão
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A primeira foi fornecida por Niels Bohr e por aqueles que nele se
inspiraram, e afirma que o conceito de realidade física deve incluir
as condições que tornam possível a observação da própria realidade.
Deste ponto de vista, a influência exercida pela observação sobre o
comportamento futuro de um sistema faz parte do próprio sistema
físico (Discussione epistemologica con Einstein, in Einstein, editado
por Schilpp, trad. ital., págs. 182 -e segs.). Sendo assim, a mecânica
quântica não é incompleta ou provisória (exceptuando os problemas
insolúveis que nos apresenta), estando antes destinada a
desenvolver-se na direcção já tomada.
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leis matemáticas.
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niz. O mundo de que fala a ciência, por ser constituído por símbolos
e fórmulas matemáticas, é deste ponto de vista a sombra ou o
símbolo do mundo real constituído pela comunidade dos espíritos, e
se a
Esta visão espiritualista, que aliás tem muito pouca coerência por
afirmar que "o mundo externo" seria um mundo físico, isto é, um
mundo dos símbolos, mas também um mundo real constituído de
acordo com as consciências, não resiste à análise da ciência
moderna, segundo a qual a ciência reencontraria no mundo aquela
ordem que ela própria lhe atribuiu. A obra da ciência seria deste
modo a de uma "mente" demiúrgica. Eddington. afirma: "devido
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!TA teoria dos conjuntos foi apresentada por Cantor numa famosa
obra intitulada Fundamentos de uma teoria universal dos conjuntos,
publicada em 1883, e que foi considerada como uma teoria do
infinito autêntico ou actual. Este infinito, segundo Cantor, não é um
infinito que possa crescer ou diminuir indefinidamente mas
continuando sempre finito; constitui antes uma grandeza sui
generis, claramente definível. Neste sentido, é um conjunto cujos
elementos estão em correspondência biunívoca com os elementos de
qualquer dos seus subconjuntos; segundo o exemplo adoptado por
Royce para ilustrar este conceito (§
707), poderemos imaginar um mapa geográfico idealmente perfeito
de um país, desenhado no próprio país; esse mapa conteria a sua
representação e também uma série de mapas representando cada
um
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crição do modo como se forma em nós uma certa imagem, nem como
demonstração de um teorema a indicação das condições físicas e
psíquicas que devem ser satisfeitas para que lhe possamos
compreender o enunciado. Não se confunda a verdade de uma
proposição com o ser pensada... Uma proposição não
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os fenómenos físicos.
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§ 797. A SEMIÓTICA
Ao comportamentismo e ao pragmatismo (especialmente ao de
Mead) poderemos associar a semiótica de Charles Morris (nascido
em 1901), professor da Universidade de Chicago. Morris é autor de
vários
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NOTA BIBLIOGRÁFICA
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**RUSSELL
(FALTA AQUI UMA PEQUENA PARTE, POR CAUSA DA
FOTOGRAFIA)
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BERTRAND RUSSELL
forma mais simples observando que ambas têm por único objecto a
teoria geral das relações. Se bem que o " cálculo das relações" seja
considerado por Russell como constituindo a terceira parte da
lógica simbólica, as outras duas partes, isto é, o cálculo das
proposições e o cálculo das classes, referem-se igualmente a
relações: o primeiro sobre as relações de inferência das
proposições e o segundo sobre as relações do indivíduo com a classe
a que pertence ou das classes entre si.
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outra propriedade".
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Em seguida, Russell insere nesta teoria dos tipos urna teoria dos
graus, dando lugar à chamada teoria ramificada dos tipos, que vem
exposta no artigo publicado em 1908 e, de uma forma mais ampla,
nos Principia Mathematica (1, Intr., cap. 11); e formulou um axioma
de redutibilidade que afirma a existência, para toda a função
proposicional de qualquer nível, de uma outra função proposicional,
formalmente equivalente, de primeiro nível. Mas este princípio,
introduzido por Russell para tornar possíveis certas generalizações
matemáticas, parecia reintroduzir a possibilidade de afirmações
antinómicas resultantes da combinação de tipos diferentes de
termos; e o próprio Russell aconselhou o seu abandono na
introdução à segunda edição dos Principia Mathematica (1925). Por
outro lado, a teoria ramificada dos tipos introduzia no conjunto da
teoria lógica uma complexidade que muitos lógicos e matemáticos
consideraram inútil.
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tical Logic, 1940, cap. VII; From a Logical Point of View, VII, 3).
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Por outro lado, Russell admite que se possa falar de objectos não
existentes e de objectos de que não se tem uma consciência
directa; ambos os casos estão em contradição com as condições que
ele atribuiu à estrutura da linguagem. Para resolver este problema,
elaborou a teoria da denotação (exposta pela primeira vez num
artigo de 1905, On Denoting, agora em Logic and Knowledge). De
acordo com esta teoria, existem frases que não dizem
verdadeiramente nada sobre os objectos existentes mas que dizem
alguma coisa sobre os símbolos existentes na própria frase. Por
exemplo, a frase "0 autor de Waverley é escocês" nada nos diz
sobre Scott (porque não contém nenhum constituinte que denote
Scott), mas
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isto porque os seus elementos não são iguais aos que constituem o
domínio privado. Enquanto ponto de
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meios para actuar sobre eles mas não pode conter nenhum juízo
genuinamente ético, dado que se refere àquilo que é verdadeiro ou
falso" (Religion and
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apenas para realizar os fins que desejamos atingir. Mas esses fins
não são aqueles que "devemos desejar", dado que aquilo que
devemos desejar é apenas aquilo que qualquer outra pessoa deseja
que nós desejemos (What 1 Believe, p. 29). Apesar do carácter
díspar e contraditório dos desejos humanos, a tentativa de os
disciplinar e de os coordenar a fim de atingir a máxima satisfação
possível não pode ser
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pelo, conhecimento" é aquilo que ele acha poder servir para este
fim, segundo o que escreve no livro Aquilo em que creio (1925);
outras vezes, exprime o mesmo
ideal como "conquista. da felicidade" (The Conquest of Happiness,
1930). De qualquer modo, não se
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rte, o prazer espontâneo e todos os ideais que o
homem preferiu até hoje. A raiz deste perigo não está na ciência
mas sim no seu uso como instrumento do poder. O espírito
científico é cauteloso, procede por tentativas e é antidogmático:
nunca julga conhecer toda a verdade nem mesmo que o seu melhor
conhecimento seja inteiramente verdadeiro. Sabe que toda a
doutrina será emendada mais tarde ou mais cedo e que a emenda
necessária exige liberdade de investigação e liberdade de
discussão. Mas por outro lado a técnica científica parece ter
apostado em fazer surgir sonhos de poder e de domínio. "Os
técnicos que utilizam a técnica científica e, mais ainda, os governos
e as grandes indústrias que utilizam os
NOTA BIBLIOGRÁFICA
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íND1CE
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272
§ 778. Whitehead ... ... ... ... ... 130 §779. Woodhridge.
Randall ... ... ... 138 §780. M. R. Cohen ... ... ... ... ... 142
§7SI. O materialismo dialéctico ... ... 147 §782. O
neo4omismo ... ... ... ... 155
das Ciências ... ... ... ... ... 165 §784. Avenarius ... ... ... ...
... 167 §785. Mach ... ... ... ... ... ... 170 §786. Hertz.
Duliem ... ... ... ... 176 §787. Energetismo e vitalismo ...
... 178 §788. Meyerson ... ... ... ... ... 183 §789. O
desenvolvimento crítico da geometria ... ... ... ... ... ... 187
§790. Podnearé ... ... ... ... ... 190 §791. O
desenvolvimento crítico da física. A relatividade ... ... ... 194
273
§ 798. Vida e Obra ... ... ... ... ... 237 § 799. A Lógica:
caracteristicas ... ... 239 § 800. A Lógica: divisões
fundamentais 243 § 801. As antinomias ... ... ... ...
250 § 802. Teoria da linguagem ... ... ... 254 § 803. A
teoria do conhecimento ... ... 259 § 804. A ntica ... ... ...
... ... ... 264
274
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