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A CHEGADA DE UM FILHO PELA ADOÇÃO

Sara Andréia Turcatto Elias*

“Cada filho é uma história em si, e com cada filho construímos uma nova história”.
(Cigoli, 1990)

A chegada de um filho, seja biológico ou adotivo acarreta mudanças


na dinâmica da família. Neste sentido a adotivo corre o risco de ser admitido como um
intruso, favorecendo desgastes dentro desta família. A família é tida por nós como um
sistema ativo em constante transformação, ou seja, um organismo complexo que se
altera com o passar do tempo para assegurar a continuidade e o crescimento psicossocial
de seus membros. Esse processo dual de continuidade e crescimento permite o
desenvolvimento da família como unidade e, ao mesmo tempo, assegura a diferenciação
de seus membros. A necessidade de diferenciação, entendida pelos pesquisadores como
a necessidade de auto- expressão de cada indivíduo funde-se com a necessidade de
coesão e manutenção da unidade no grupo com o passar do tempo. A constituição do
adotivo em seu processo de diferenciação talvez tenha suas peculiaridades. Em uma
adoção tardia (criança acima de 3 anos), por exemplo, a criança é incluída mais tarde
em uma família e seu modelo fragmentado de ego terá a tendência de continuar se
expressando desse modo. O comportamento sintomático desse processo é uma recusa
ou dificuldade para manter um vínculo constante e confiável. O adotivo se vê as voltas
de muitas incertezas e essas fases de instabilidade e confusão, marcará a passagem para
um novo equilíbrio funcional, se encontrarem um campo fértil, que propicia tal
modificação. Isso pode acontecer somente se a família é capaz de tolerar a diferenciação
de seus membros. A criança pequena, ainda que imatura, não pode lidar com as
perturbações da separação precoce, e isto pode acarretar prejuízo emocional e uma
personalidade instável. Neste caso, mães adotivas poderiam suprir as necessidades
básicas da criança, na medida em que mantém com ela uma relação íntima e constante.
No entanto, as crianças não respondem aos estímulos da mesma forma, embora muitas
pessoas pensem diferentemente. Essas constatações não se dão apenas com crianças que
moram em casas-abrigo, mas também com crianças que vivem com seus pais, mas
sofrem por negligência ou omissão. As primeiras precisarão encontrar pais que estejam
preparados para uma criança com necessidades especiais, ou seja, que relutam em
acreditar que poderão ser realmente amadas. No entanto, quando se encontram em
novos lares, construindo um novo vinculo familiar, a criança parece protestar contra
todos que a rodeiam, deixando os pais extremamente confusos. A Fase de Protesto
poderá ser trabalhada e esclarecida com os pais adotivos, adequando-os a essa realidade:
a da criança que vive um padrão de Vínculo Inseguro, sendo exageradamente amigáveis
com todos que se aproximam, como se tentassem atrair a companhia e de alguém que
lhes desse mais segurança. Outras, ao contrário, parecem evitar qualquer aproximação
mais calorosa, como se tivessem medo da decepção. Parece que essas crianças sentem a
falta de pessoas particularmente sintonizadas com elas e, apesar disso, a não produção
de um evidente transtorno de vínculo pode fazer com que elas oscilem em seu
comportamento. Apesar das flutuações, quase sempre estarão disponíveis para serem
compreendidas e desejosas de serem amadas.

*
Formada em Psicologia pela UNESP – Assis (SP) e Mestre em Psicologia pela mesma instituição, atua
em consultório e na casa-abrigo Lar de Amparo à Criança Filhos de Deus e consultório. É professora e
coordenadora do Curso de Pedagogia da Fasert/Anhanguera Educacional.

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