Anda di halaman 1dari 7

ERGONOMIA INTRODUÇÃO*

*texto adaptado da Introdução do livro de Antoine Laville – “ERGONOMIA”, 1976.

O termo Ergonomia é relativamente recente: criado e utilizado pela primeira vez pelo inglês
Murrel, passa a ser adotado oficialmente em 1949, quando da criação da primeira sociedade
de ergonomia, a Ergonomic Research Society, que congregava psicólogos, fisiologistas e
engenheiros ingleses, interessados nos problemas da adaptação do trabalho ao homem.

A etimologia do vocábulo Ergonomia não especifica bem o objeto dessa disciplina. Podemos
defini-la, em síntese, como sendo o conjunto de conhecimentos a respeito do desempenho do
homem em atividade, a fim de aplicá-los à concepção das tarefas, dos instrumentos, das
máquinas e dos sistemas de produção. A Ergonomia nasceu de necessidades práticas: ligada à
prática, já que sem aplicação perde a razão de ser, ela se apóia em dados sistemáticos,
utilizando métodos científicos.

I. Uma antiga história


Ainda não existe uma história propriamente dita da Ergonomia, pelo menos uma história
identificável. Se os conhecimentos relativos ao comportamento do homem no trabalho vêm
sendo recolhidos de modo sistemático há trinta anos, provocando o aparecimento dessa
disciplina, é certo que a aplicação dos conhecimentos parciais e empíricos aos problemas do
trabalho é muito antiga. Poderíamos mesmo dizer que ela remonta à criação das primeiras
ferramentas. Na verdade, tamanha é a importância da adaptação da ferramenta ao homem,
que os paleontólogos discriminam as primeiras etapas deste último na terra segundo o grau
da “ergonomia” da primeira, ou seja, fala-se de uma “Era da Pedra Lascada” e de uma “Era da
Pedra Polida”. Importância esta que vai se revelando cada vez mais, como pode ser observado
pelo formato e o material de que são feitos os martelos de hoje (VER FIGURA ABAIXO). Estes são
escolhidos em função das características da matéria trabalhada (madeira, pedra, ferro, etc.) e
do efeito procurado (precisão, força, etc.), além das características dos homens que os
manejam (dimensão da mão, potência muscular utilizada, controle da massa que se
movimenta, etc.).

As primeiras medidas e observações sistemáticas foram feitas seja por engenheiros e


organizadores do trabalho, seja por pesquisadores, seja por médicos.
1. Os engenheiros e organizadores do trabalho o fazem numa perspectiva do
aperfeiçoamento do rendimento do homem no trabalho.

Podemos citar Vauban, no século XVII, e Belidor, no século XVIII, que tentam medir a carga
do trabalho físico diário nos próprios locais de trabalho. Sugerem que uma carga demasiado
elevada acarreta esgotamento e doenças, preconizando uma melhor organização das tarefas
para elevar o rendimento. Um pouco mais tarde, engenheiros como Vaucanson e Jacquard
montariam os primeiros dispositivos automáticos para suprimir alguns postos
particularmente penosos: os tecelões nas tecelagens, por exemplo. Depois, viriam os
organizadores do trabalho, como Taylor e seus precursores, que analisariam o trabalho,
tendo em vista definir as melhores condições de rendimento. O modelo de desempenho do
homem sobre o qual eles se baseariam é análogo ao do funcionamento de uma máquina.

2. Os pesquisadores, físicos e fisiologistas interessam-se pelo homem em


atividade para compreender seu desempenho.

Leonardo da Vinci estuda as dimensões e os movimentos dos segmentos corporais: é o


começo da antropometria (VER FIGURA ABAIXO) e da biomecânica. Mais tarde, Lavoisier
descobre os primeiros elementos da fisiologia respiratória e da calorimetria. Faz ainda as
primeiras tentativas de avaliação do custo do trabalho muscular. Coulomb introduz a noção
de duração do esforço, criticando as experiências e observações que não duram mais que
alguns minutos. Estuda os ritmos de trabalho em inúmeras tarefas e procura determinar uma
carga ótima que considere as diferentes condições de execução do trabalho.

No século XIX, Chauveau define as primeiras leis do dispêndio energético no trabalho


muscular. Marey desenvolve técnicas de medida (cápsulas manométricas que constituem os
primeiros cardiógrafos e pneumógrafos) e as técnicas de registro (fusil fotográfico). Estuda os
movimentos, bem como o andar. Finalmente, no início deste século, Jules Amar fornece as
bases da Ergonomia do trabalho físico, estudando os diferentes tipos de contração muscular
(dinâmica e estática). Interessa-se pelos problemas da fadiga, pelos efeitos do meio ambiente
(temperatura, ruído, claridade). Multiplica os sistemas de registro (lima e plaina
registradoras). Durante a Primeira Guerra Mundial, ocupar-se-á igualmente da reeducação
dos feridos e da concepção de próteses. Seu livro “O motor humano”, publicado em 1914, é a
primeira obra de Ergonomia, pois descreve os métodos de avaliação e as técnicas
experimentais, fornecendo as bases fisiológicas do trabalho muscular e relacionando-as com
as atividades profissionais.
3. Os médicos situam-se em uma corrente higienista de proteção da saúde dos
operários.

A partir do século XVII, Ramazzini, "verdadeiro criador da medicina do trabalho", segundo o


Dr. Valentin, interessa-se pelas conseqüências do trabalho, descrevendo as primeiras doenças
profissionais em uma série de monografias que tratam de atividades as mais diversas
(problemas oculares de pessoas que fabricam objetos pequenos, problemas devidos à má
postura e ao carregamento de cargas pesadas, a surdez dos caldeireiros de Veneza, etc.).
Tissot, no século XVIII, interessa-se pelos problemas de climatização dos locais e também
pela organização da medicina, propondo a criação de serviços particulares nos hospitais para
curar as moléstias dos artesãos. Patissier, no início do século XVIII, desenvolve os temas de
Ramazzini e Tissot, já então preconizando a reunião de dados estatísticos sobre a
mortalidade e a morbidade por moléstias e acidentes na população operária. Villermé, à
mesma época, realiza estudos estatísticos, efetuando uma importante pesquisa sobre as
condições de trabalho em inúmeras fábricas de todas as regiões da França, os quais
culminam num relatório publicado em 1840 sobre o estado físico e moral dos operários. Tal
relatório é considerado o ponto de partida para as primeiras medidas legais de limitação da
duração do trabalho e da idade, de engajamento para as crianças.

II. Desenvolvimento atual


Na primeira metade do século XX, o progresso dos conhecimentos em psicologia e fisiologia é
considerável, mas as pesquisas sobre os problemas de trabalho ainda são raras. No início do
século, na Alemanha, nos Estados Unidos e, depois, na Inglaterra, alguns psicólogos criam os
primeiros institutos e centros de pesquisa orientados para o estudo desses problemas.

Lahy, na França, participa desta corrente, pesquisando as condições de trabalho em algumas


profissões. Mas a pressão do ambiente orienta a psicologia do trabalho para os problemas da
seleção de pessoal. À parte algumas tentativas isoladas, somente na metade deste século é
que ela sai do âmbito da psicologia diferencial para desenvolver pesquisas sobre a atividade
do homem no trabalho). Na França, no início do século, Jules Amar cria o primeiro
laboratório de pesquisas sobre o trabalho profissional, no Conservatório Nacional de Artes e
Ofícios, e desse modo a fisiologia do trabalho encontra uma estrutura para se desenvolver.
Mais tarde, os progressos da neurofisiologia e da psicofisiologia permitirão estender as
pesquisas a domínios situados fora do âmbito muscular.

Após seu aparecimento oficial, a Ergonomia tende a ampliar suas bases científicas: de um
lado, em direção à Biometria, à Bioquímica e à Biomecânica; de outro, em direção à
Psicologia Social e à Sociologia. Tal tendência levanta o problema de seus limites, questão
ainda hoje atual. Sólidas bases científicas eram necessárias para a criação da disciplina, mas
outros elementos, ligados à evolução dos problemas do trabalho, desempenharam na época
um papel igualmente importante.

1. Exigências técnicas. A concepção de máquinas complexas e sua utilização em situações


extremas exigem que se considere sempre mais o modo de atuação do homem. Este problema
manifestou-se de forma brutal durante a última guerra mundial, quando se encontrou
dificuldade na utilização de material bélico complexo. Mas, atualmente, pode-se encontrar
ainda numerosos exemplos:

O aumento da velocidade dos aviões e as exigências de segurança a elas ligadas impõem a


concepção de um posto de comando adaptado às possibilidades do piloto que, submetido a
longos percursos e à mudança de fusos horários, verá modificações na sua capacidade de
pilotar; a construção de sistemas de produção inteiramente automatizados, como na
indústria química, cria situações de trabalho onde o operador encarregado do controle
permanecerá isolado, devendo, a partir de tinia série de indicações, acompanhar o bom
andamento do processo de fabricação e intervir com rapidez em caso de raros incidentes, e
isto durante muitas horas, tanto de dia como de noite; a fabricação miniaturizada,
principalmente no ramo eletrônico, exige uma precisão extrema no trabalho, que só pode ser
feito corretamente se a concepção do posto respeitar de maneira quase perfeita as exigências
fisiológicas e psicológicas.

O que se constata, aliás, é que estas diversas atividades de trabalho devem se efetuar em
ambientes extremos ou artificiais: isto ocorre com o desenvolvimento de atividades em zonas
geográficas muito quentes ou muito frias e, principalmente, com a multiplicação dos postos
de trabalho em que os operadores são submetidos a ruído intenso, vibrações e condições
térmicas impostas pelas técnicas de fabricação (como nas indústrias têxtil e alimentar).

2. Exigências econômicas. O desenvolvimento dos meios técnicos de produção se faz


acompanhar de um aumento da complexidade das máquinas, mas também de seu custo: não
se toleram sua má utilização ou algum incidente em sua manobra; necessidades técnicas e
pressões econômicas exigem sua contínua utilização; o trabalho em equipes alternadas e o
trabalho noturno abarcam número sempre maior de trabalhadores; o índice de ausência e o
turn-over aumentam em muitos setores industriais, acarretando um elevado custo econômico
para a sociedade.

3. A pressão social dos trabalhadores. Submetidos a condições de trabalho que põem


em risco sua saúde, a um ritmo acelerado de produção, à fragmentação das tarefas, a
agressão do meio ambiente (ruído, poeira, vibrações), a alterações periódicas dos horários de
trabalho, etc., os trabalhadores não toleram a diferença entre os imensos esforços exigidos
por uma industrialização sempre mais aperfeiçoada e as raríssimas ações realizadas para
mudar as condições de trabalho, salvo quando se trata de aumentar a produção. A noção de
melhoria das condições de trabalho aparece muito cedo na história do movimento operário;
mas, freqüentemente, ela só se traduz em reivindicações de medidas de proteção (limitação
da jornada de trabalho, proteção contra o ruído), que são mais fáceis de serem alcançadas e
generalizadas.

Entretanto, a resistência para suportar condições de trabalho penosas aumenta nos países
industrializados como se verifica pelo apelo a mão-de-obra estrangeira e por sua significativa
presença em empregos onde as condições de trabalho são severas (trabalho em cadeia,
construção civil, etc.).

Esses três tipos de pressão impulsionaram o desenvolvimento de pesquisas sobre o


desempenho do homem em atividade, particularmente em atividade profissional, levando a
que se reunissem os conhecimentos já adquiridos a fim de torná-los úteis à organização e
concepção dos meios de trabalho, sem, contudo provocar aplicações idênticas, na prática. A
utilização de conhecimentos ergonômicos liga-se aos objetivos das empresas, das populações
que as compõem e da sociedade a que pertencem. Tais conhecimentos servem tanto para
aumentar a eficácia de um sistema de produção como para diminuir a carga de trabalho do
operador. Mas esses objetivos muitas vezes são contraditórios, constatando-se
freqüentemente que a melhoria de um posto de trabalho feita a partir de dados ergonômicos
não se faz acompanhar simultaneamente por uma atenuação na carga de trabalho para o
operário: um dispositivo mais aperfeiçoado no comando de uma máquina fará com que um
mesmo operador conduza duas delas; o rendimento aumenta, mas também aumenta
simultaneamente o trabalho do operário. A Ergonomia se aplica dentro de um determinado
quadro político. Assim, não se constitui num fator de melhoria das condições de trabalho. Na
maioria dos casos, foi através de pressões sociais, feitas principalmente pelos sindicatos e
pelos operários, que as mudanças mais significativas foram alcançadas.
III. Quadro da Ergonomia
1. Definição. Assim, a Ergonomia pode ser definida como "o conjunto de conhecimentos
científicos relativos ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e
dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficiência" (A.
Wisner). Nesse caso, se a Ergonomia é, de início, uma tecnologia, isto é, um corpo de
conhecimentos sobre o homem aplicável aos problemas levantados pelo conjunto homem-
trabalho, ela tem, contudo, métodos específicos de estudo e pesquisa sobre a realidade do
homem no trabalho que definem um tipo de pensamento que lhe é próprio, colocando
questões às diversas ciências sobre as quais se apóia (principalmente à Fisiologia e à
Psicologia) e suscitando pesquisas no terreno do homem em atividade.

A Ergonomia pode ser considerada um conjunto de conhecimentos interdisciplinares.

A Psicologia e a Fisiologia são as duas principais ciências onde a Ergonomia foi buscar raízes
e continua a se edificar. Mas o desempenho do homem no trabalho é de grande
complexidade, e a Ergonomia ampliou progressivamente o campo de suas bases científicas:
assim, ela recorre a conhecimentos adquiridos em setores tão diversos como a Antropologia e
a Sociologia para estabelecer suas normas de aplicação. Aliás, isso pode ocasionar um grave
risco: carente de limites, esta disciplina estaria condenada ao desaparecimento. Entretanto,
se a Ergonomia conserva seu objetivo principais qual seja, a concepção de situações e
instrumentos de trabalho de acordo com o desempenho do homem, então ela é diretamente
identificável.

De acordo com a Sra. S. Pacaud:

"O que é verdadeiro para a Ergonomia é verdadeiro para toda ciência interdisciplinar: não é a
matéria apenas que a torna autônoma, mas o objetivo. É ele que orienta e guia as pesquisas
aplicadas e teóricas". O objetivo das pesquisas em Ergonomia é "o estudo das trocas
regulamentadoras entre o ambiente profissional e o trabalhador".

2. Disciplinas afins. Estes objetivos diferenciam bem a Ergonomia de disciplinas como a


Organização do Trabalho ou a Segurança do Trabalho. O objetivo da Organização do
Trabalho é conceber sistemas de "produção" mais eficazes do ponto de vista econômico,
técnico e social. O homem é apenas um dos elementos considerados, e sua atividade está
diretamente subordinada à eficácia do conjunto do sistema. Na Medicina do Trabalho, o
objetivo prioritário é a defesa da saúde do trabalhador, a conservação de sua integridade
física e mental. Colocando-se, de início, em um plano preventivo, ela só se liga à tecnologia
no nível do exame crítico do dispositivo de produção. Já a Segurança do Trabalho coloca-se
num nível tecnológico para realizar seu próprio objetivo: conservação da integridade física do
trabalhador.

Tal diferenciação corresponde a uma realidade francesa. Ela pode evoluir, pois é grande o
intercâmbio dessas disciplinas. Pode-se constatar que alguns médicos do trabalho, agentes e
engenheiros de segurança e organizadores do trabalho realizam por vezes atividades
especificamente ergonômicas. Em outros países, na prática, as diferenciações não são as
mesmas. Cada um dos dois aspectos - tecnologia da concepção dos meios de produção
adaptados ao desempenho do homem e higiene industrial para a proteção da saúde física e
psíquica dos trabalhadores - pode ter uma importância diferente.

3. Clientela. Na prática atual, os conhecimentos sobre o homem no trabalho são utilizados


por engenheiros na concepção ou correção dos meios de produção e de produtos, pelos
organizadores do trabalho na organização de sistemas de produção em que o homem
intervém, pelos serviços de higiene e segurança no estabelecimento de normas e limites que,
uma vez ultrapassados, porão em risco a saúde dos trabalhadores, pelos departamentos de
pessoal em seu papel de formação, pelos sindicalistas em seu papel de defesa das condições
de trabalho. Entretanto, fora do âmbito estrito da empresa, certos dados ergonômicos são
utilizados por arquitetos na concepção de locais de trabalho (oficinas, escritórios, centros
comerciais, alojamentos, etc.), por designers, por criadores de uma profissão ou tarefa, por
reeducadores.

4. Os diferentes tipos de ergonomia. Distingue-se habitualmente uma ergonomia de


correção de uma ergonomia de concepção. A primeira procura melhorar as condições de
trabalho existentes e é freqüentemente parcial (modificação de um dos elementos do posto,
claridade, dimensões) e de eficácia limitada, além de ser onerosa do ponto de vista
econômico, pois o controle de ruído de uma máquina já fabricada, por exemplo, é mais difícil
de fazer, menos eficaz e mais custoso do que quando a máquina ainda se encontra em fase de
projeto. A ergonomia de concepção, ao contrário, tende a introduzir os conhecimentos sobre
o homem desde o projeto do posto, do instrumento, da máquina ou dos sistemas de
produção.

Outras diferenciações são ainda estabelecidas: ergonomia dos meios de produção - isto é, dos
componentes do trabalho - e ergonomia do produto. No último caso, trata-se de conceber o
objeto fabricado considerando os dados ergonômicos correspondentes ao número de
consumidores (carros, aparelhos eletrodomésticos, etc.).

Além disso, já se começa a formular questões em outro nível: de que maneira conceber um
produto, um objeto que possa ser fabricado considerando-se os dados ergonômicos dos
postos de trabalho, isto é, conceber o objeto a ser fabricado considerando não apenas as
limitações técnicas, econômicas e comerciais, mas também as limitações ergonômicas de
fabricação.

Podemos, enfim, distinguir uma ergonomia de proteção do homem que trabalha, para evitar
o cansaço, a velhice precoce, os acidentes, etc., e uma ergonomia de desenvolvimento, que
permitirá a concepção de tarefas de forma a elevar a capacidade e a competência dos
Operadores.

Desse modo, os problemas levantados pelo envelhecimento das aptidões e capacidades do


homem no trabalho podem ser estudados apenas na perspectiva do homem envelhecendo no
trabalho: quais são as condições nas quais o trabalhador idoso pode continuar a assumir sua
tarefa sem cansaço nem aceleração dos processos de envelhecimento? Elas podem ainda ser
estudadas também a partir de uma perspectiva dinâmica: quais são as condições nas quais o
trabalhador mais velho pode aumentar sua competência? No primeiro caso, obedece-se a
recomendações ergonômicas que permitem a conservação do posto no curso da vida
profissional (dimensões do posto, limite dos esforços físicos, limites do ritmo de trabalho,
sistema de auxílio aos trabalhadores, etc.). No segundo caso, tende-se a preconizar uma
concepção do conteúdo do trabalho, de modo a permitir o aumento da capacidade
profissional do trabalhador, com a idade. É claro que esta última perspectiva não pode se
realizar quando as condições de conservação do posto não são respeitadas.

IV. A Ergonomia no mundo


Na Europa ocidental, as abordagens ergonômicas a respeito do trabalho são antigas, mas
deve-se aos ingleses a origem tanto do termo como do conteúdo da Ergonomia, enquanto
disciplina autônoma. Na França, ela se desenvolveu principalmente nos setores de pesquisa e
ensino público (Conservatório Nacional de Artes e Ofícios, Centro Nacional de Pesquisa
Científica, Escola Prática de Altos Estudos), depois foi progressivamente atingindo os setores
industriais estatais (Régie Renault, Carvoarias da França) e já começa a penetrar no setor
privado. Na Inglaterra, inicialmente o ensino e a pesquisa localizaram-se em menor escala no
setor público: o mesmo ocorreu na Bélgica, Suíça, Holanda e nos países nórdicos, onde os
centros de Ergonomia são numerosos e ativos. O aspecto da higiene industrial é um elemento
importante em todos esses países e são justamente os problemas industriais que lhe
fornecem o campo de aplicação e os temas de pesquisa. Nos Estados Unidos, a Ergonomia se
desenvolveu principalmente no domínio da tecnologia do homem no trabalho, criando-se
assim uma corrente de pesquisa e aplicação que se costuma normalmente chamar de Human
Engineering e que alcançou grandes progressos no âmbito militar e, depois, no espacial.

Na Europa socialista, a Ergonomia se implantou com um certo atraso. Mas seu


desenvolvimento acelerado faz com que ela desempenhe importante papel no
estabelecimento dos conhecimentos e na passagem para sua aplicação.

A Ergonomia liga-se simultaneamente ao progresso dos conhecimentos científicos e à


evolução dos problemas do trabalho: durante muito tempo, o trabalho muscular centralizou
as pesquisas e aplicações. O desenvolvimento da Psicologia Experimental e da
Neurofisiologia, bem como os problemas levantados pelas tarefas que exigem uma atividade
mental importante e complexa, ampliaram os aspectos ergonômicos oriundos da
Psicofisiologia e da Psicologia do Trabalho. Do mesmo modo, liga-se aos objetivos daqueles
que a praticam: foi a importância concedida às questões de aplicação que acarretou o
desenvolvimento de human engineering, tecnologia estrita dos meios de trabalho.

Anda mungkin juga menyukai