Assim como outras práticas de manejo dentro da produção avícola de corte, pesquisas associando
programas de iluminação a problemas de pernas, mortalidade devido a desordens metabólicas e bem-
estar (sistema imune, estresse calórico, condição corporal) deram novos rumos aos programas de luz
artificiais, os quais atualmente são mais moderados, tanto em termos de fotoperíodo, quanto à
intensidade luminosa.
O fotoperíodo está relacionado ao número de horas de iluminação (seja natural e/ou artificial), enquanto a
intensidade luminosa está relacionada à sensibilidade de percepção da luz pelas aves (medida
normalmente em "lux").
O fotoperíodo crescente, quando utilizado em galpões abertos, que são mais comuns no Brasil,
inicialmente (1-7 dias de idade) ocorre com o fornecimento de luz contínuo ou quase contínuo (23 horas
de luz - L:1 hora de escuro - E), posteriormente (8-21 dias) há uma redução abrupta no fornecimento de
luz (luz natural ou natural + 2-4 horas de luz artificial) e finalmente (após 21 dias) ocorre um aumento
gradual ou repentino na iluminação artificial, de forma que fotoperíodo se torne novamente "contínuo". Há
necessidade de se ressaltar, que este é apenas um exemplo generalizado de um programa crescente de
iluminação, a campo existem uma série de ajustes e adaptações (diferentes latitudes, tipos de galpões,
linha comercial utilizada, estação do ano, desempenho esperado...) ao longo do ciclo de criação, que o
diferencia em dezenas de outros planos de iluminação, mas sempre dentro da mesma classificação.
1- Tamanho do galpão;
2- Tipo de lâmpada (e sua potência) a ser utilizada no galpão (incandescente, fluorescente, gás hélio...);
Apesar de representar um investimento inicial maior, lâmpadas fluorescentes apresentam maior poder de
iluminação em detrimento a lâmpadas incandescentes, devido a seu comprimento de onda e conseqüente
maior sensibilidade pelas aves. Portanto, uma mesma IL poderia ser obtida com um menor número de
lâmpadas fluorescentes de menor potência (redução no gasto energético).
A distribuição de lâmpadas deve ser uniforme, sendo recomendado uma distância aproximadamente igual
ao pé direito (altura) da primeira ou última linha (fileira) para tela ou lateral do galpão. A distância entre
fileiras deve ser menor ou igual ao dobro do pé direito, enquanto que a distância entre lâmpadas
dependerá do tipo e da potência das lâmpadas a serem instaladas.
EXEMPLO: Galpão 1.200 m2 (12 x 100 metros), com pé direito apresentando 3 metros, deseja-se instalar
lâmpadas para que o galpão fique com iluminação adequada para criação de frangos de corte.
Necessidade de lumens para o galpão: 1.200 x 20 = 24.000 lúmens
Distribuição: Duas (2) fileiras de lâmpadas, distantes 3 metros da tela e seis (6) metros entre si. Como são
duas fileiras, instalar-se-á 15 lâmpadas por fileira. A distância entre as lâmpadas na fileira será 6,67
metros (100 ÷ 15).
Distribuição: Duas (2) fileiras de lâmpadas, distantes 3 metros da tela e seis (6) metros entre si. Como são
duas fileiras, instalar-se-á 6 lâmpadas por fileira. A distância entre as lâmpadas na fileira será 16,67
metros (100 ÷ 6).
O conhecimento técnico de diferentes linhas de frangos comerciais, pelos gestores da granja avícola é de
suma importância, pois o fundamento básico na eficiência do programa de luz está relacionado
diretamente à redução na taxa de crescimento das aves, em fase que o mesmo ocorre de forma mais
acelerada. Neste sentido há que se acompanhar o peso corporal do lote (de acordo com padrões da linha
comercial associados aos resultados gerados ao longo do tempo na granja), ao se aplicar o programa de
luz, para que não ocorra restrição prolongada no fotoperíodo ao longo do ciclo de criação das aves.
Em relação ao peso, penso que uma observação importante seria avaliar comparativamente além do Manual da
linhagem, o histórico na empresa avícola. Em função de condições sanitárias, de manejo, qualidade de
pintainhos e nutricionais (entre outras) o desempenho histórico poderia ser inferior, semelhante ou até mesmo
superior aos padrões rotulados para a linhagem.
Acredito que 95% do peso padrão, por segurança seja a margem mais adequada. A diferença em 10% é
bastante significativa e o ganho compensatório neste sentido pode ser comprometido, inclusive em função de
outros fatores (sanitários, climatológicos, nutricionais e de manejo), que por ventura poderiam limitar a
produtividade.
Em relação à limitação do desempenho aos 28 dias, creio que podem haver além da questão da iluminação
artificial, outras fontes de variação. Uma maneira de ter ciência sobre o programa de luz, seria obviamente
aumentar gradativamente o número de horas e verificar a resposta em termos de desempenho. Porém sugiro
ter total segurança em relação principalmente às informações nutricionais, manejo e qualidade das aves
(origem). Creio ser esta uma informação difícil de se concluir algo, por que necessita realmente de um
diagnóstico analítico.
Atenciosamente
Reportar má conduta