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Atividade Obrigatória a Distância – AD

Para a primeira situação em que a requerente formulou pedido visando a


condenação do requerido em lucros cessantes e danos emergentes e o magistrado julgou
parcialmente procedente o pedido, condenando o requerido apenas no que se refere aos lucros
cessantes não parece viável a “reformulação” de um pedido de danos morais em sede de
apelação. Isto porque, na apelação, o recorrente só tem a faculdade de impugnar aquela
matéria que, tendo sido requerida ao juízo a quo, não teve a procedência esperada.
Nesse mesmo sentido corre tanto doutrina como jurisprudência, aqui
exemplificadas nas figuras de Theotonio Negrão e José Roberto F. Gouvêa:

Art. 510: 10a. “É inadimissível inovar o pedido em sede de recurso,


visto que não se pode recorrer do que não foi objeto de discussão e
decisão em primeira instância” (RT 811/282)

Ou ainda:

Art. 515: 3. “Não pode o apelante impugnar senão aquilo que foi
decidido na sentença; nem cabe à instância ‘ad quem’ incovar a causa,
com invocação de outra causa petendi”(RTJ 126/813).

Vê-se, portanto, que totalmente malfadada estaria a “reformulação” de um


pedido de danos morais em sede de apelação, sem que este tenha sido previamente formulado
e julgado no juízo a quo.
Por outro lado, nada impede que a autora formule uma nova ação
condenatória requerendo o ressarcimento pelos danos morais, até porque, apesar de tal pedido
ser proveniente de um mesmo fato, ele pode advir de uma causa de pedir diferente. Aliás, vale
ressaltar, ainda, que o dano moral pode ter ocorrido em momento posterior a própria sentença
de primeira instância, o que de fato garantiria ainda mais legalidade ao novo pedido.
Destaca-se, também, a necessidade de observa-se o prazo prescricional para
a interposição deste novo pedido, pois caso ele já tenha totalmente decorrido, estará a autora
inviabilizada de fazê-lo.
Já no que tange a necessidade de uma Ação Rescisória para a realização
desse novo pedido, vale notar que esta é não apenas desnecessária como também incabível.
Isso porque a sentença proferida não apresenta qualquer vício ou muito menos enquadra-se
em qualquer das situações elencadas no rol do art. 485 do CPC.
Situação um pouco diversa seria o caso de que mesmo não tendo sido
pedido na inicial, o juiz tivesse condenado o requerido em danos morais. Nesse caso, observa-
se o próprio teor do Art. 485, V, in verbis:

Art. 485. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser


rescindida quando:
[...]
V – violar literal disposição de lei;
[...]

Portanto, tendo o magistrado decidido um pedido que nem sequer foi


requerido na inicial, estaria tal decisão eivada por violar dispositivos legais (arts. 128 e 460 do
CPC), podendo, portanto, ser alvo de Ação Rescisória.
Acompanhando este mesmo posicionamento tem decidido o Superior
Tribunal de Justiça:

Cabe ação rescisória por infringência literal a lei se o acórdão


condenou de modo diverso do pedido na inicial (STJ-1ª seção, AR
906-PR, rel. Min. João Otávio, j. 9.6.04, julgaram procedente, v.u.,
DJU 2.8.0, p. 274).

Importante destacar, ainda, que também é possível a correção do julgado por


intermédio de Apelação, conforme ensina Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery:

2. Pedido e Sentença. Deve haver correlação entre pedido e sentença


(CPC 460), sendo defeso ao juiz decidir aquém (cintra infra petita),
fora (extra petita) ou além (ultra petita) do que foi pedido, se para isto
a lei exigir iniciativa da parte. Caso decida com algum dos Vícios
apontados, a sentença poderá ser corrigida por embargos de
declaração, se cintra ou infra petita, ou por recurso de apelação, se
tiver sido proferida extra ou ultra petita. Por pedido deve ser
entendido o conjunto formado pela causa (ou causae) petendi e o
pedido em sentido estrito. A decisão do juiz fica vinculada à causa de
pedir e ao pedido. V. CPC 460.

Tem-se, portanto, que nesses casos, haverá por ser declarada apenas a
nulidade de parte da sentença (parte acometida de vício), corrigindo-se, assim, o equívoco do
juiz e fazendo coisa julgada do restante da decisão.
Já no tocante a segunda situação, onde a autora formula tanto o pedido de
danos emergentes e lucros cessantes como também o de dano moral e transita em julgado uma
sentença incompleta, apreciando apenas os dois primeiros pedidos, o caso ganha um contorno
diverso.
Isto se deve ao fato de que naquilo que tange aos danos morais a sentença é
completamente inexistente e por ser inexistente sequer faz coisa julgada, configurando-se um
típico caso de querela nullitatis insanabilis. Portanto, não acredito ser necessário o uso de
uma prévia Ação Rescisória para a reformulação desse pedido até porque não há o que ser
rescindido.
Desta forma, para a reformulação do pedido, bastaria a autora, até mesmo
no bojo desta nova ação, alegar a inexistência deste mesmo capítulo naquela anterior
sentença, “sanando” definitivamente o equívoco do magistrado.

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