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Autos n° 053.08.000047-1

Ação: Indenização Por Danos Morais/Ordinário


Autor: José Sadi Cabral
Réu: Diário do Litoral

SENTENÇA

Vistos, etc.

José Sadi Cabral, ajuizou a presente Ação de


Indenização por Danos Morais com pedido de Tutela Antecipada contra Diário
do Litoral, ambos qualificados, alegou que teve seu nome negativo junto aos órgãos
de proteção ao crédito, pela parte ré, sendo que nunca contratou os serviços desta.
Requereu em sede de antecipação de tutela a exclusão do nome do rol dos
inadimplentes, bem como a indenização por danos morais.
Deferida a antecipação de tutela, fl.16.
Em contestação, aduziu a parte ré em sede preliminar,
carência da ação e ilegitimidade passiva ad causam. No mérito, afirmou que a parte
autora contatou com a requerida para ser realizado o serviço de entrega de jornal em
sua residência, sendo que tal procedimento ocorre diretamente via telefone, não
precisando os clientes firmar qualquer assinatura com a distribuidora dos exemplares.
Requereu a improcedência da demanda, revogando-se a liminar concedida e
condenando a parte autora a má-fé processual.
Houve réplica (fls.56/59).
Vieram-me os autos conclusos.
É o relatório.

D E C I D O:
Cuida-se de ação de indenização por danos morais e
materiais com pedido de tutela antecipada proposta por José Sadi Cabral em
desfavor de Diário do Litoral, onde objetiva a parte autora o provimento jurisdicional
positivo, com a condenação do demandado ao pagamento de indenização por danos
morais sofridos pela parte autora em decorrência da
inscrição indevida junto aos órgãos de proteção ao crédito.
Possível o julgamento antecipado da lide. É que, com
efeito, "a necessidade da produção de prova em audiência há de ficar
evidenciada para que o julgamento antecipado da lide implique cerceamento de
defesa. A antecipação é legítima se os aspectos decisivos da causa estão
suficientemente líquidos para embasar o convencimento do magistrado" (STF)
(TJSC – Apel. Cív. n.º 98.006527-5, da Capital, rel. Des. Eder Graf, j. em 15 de junho
de 1999).
Assim sendo, passo a decisão,Gabinete
desde logo,
Juiz nos
Manoel termos
Donisete do
de Souza
artigo 330, inciso I, do Código de Processo Civil, uma vez que n.ºencontro
Processo na
053.08.000047-1
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documentação carreada aos autos e nos princípios de direito aplicáveis a espécie,


suporte hábil ao deslinde da causa e suficientes ao embasamento do meu
convencimento, independentemente da coleta de outras provas, inclusive da
realização de perícia.

Preliminar.
Sustenta a parte ré carência de ação, em razão da falta de
interesse processual, ao argumento de que não se faz presente a necessidade da
tutela jurisdicional e a adequação do procedimento, eis que não ocorreu o dano moral
alegado.
Data venia, não lhe socorre razão.
Segundo os ensinamentos de Alexandre Freitas Câmara
(Lições de Direito Processual Civil. p.127/128): "O interesse de agir é verificado
pela presença de dois elementos, que fazem com que esse requisito do
provimento final seja verdadeiro binômio: "necessidade da tutela jurisdicional"
e "adequação do provimento pleiteado". Fala-se, assim, em
"interesse-necessidade" e em "interesse-adequação". A ausência de qualquer
dos elementos componentes deste binômio implica ausência do próprio
interesse de agir".
Ora, no caso em apreço, não há que se olvidar da
existência de interesse processual por parte do autor, porquanto se encontra presente
o binômio necessidade/adequação, visto que a prestação da tutela jurisdicional se
mostra necessária para o fim dela buscar a real ocorrência da negativação, ao passo
em que o procedimento comum ordinário eleito se mostra adequado ao atendimento
do provimento pleiteado.
A questão relativa à análise da negativação, se foi indevida ou
não é objeto que diz respeito ao mérito da demanda e com ele será analisado.
Improcede, pois, a aventada preliminar.
Mérito
Relativo ao pedido indenizatório, passo a analisar.
Acerca dos danos morais esclarece Claxton Reis:
"Todo mal causado ao estado ideal das pessoas, resultando
mal-estar, desgostos, aflições, interrompendo-lhe o equilíbrio psicológico,
constitui causa eficiente para a obrigação de reparar o dano moral" (Dano
Moral, 4 ed., Forense, 1995, p. 86).
Na mesma linha, Carlos Alberto Bittar ensina que os danos
morais '...se traduzem em turbações de ânimo, em reações desagradáveis,
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desconfortáveis, ou constrangedoras, ou outras desse nível, produzidas
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esfera do lesado. Assim há dano moral quando a vítima suporta, por exemplo, a
desonra e a dor provocadas por atitudes injuriosas de terceiro, configurando
lesões nas esferas interna e valorativa do ser como entidade individualizada. De
maneira mais ampla, pode-se afirmar que são danos morais os ocorridos na
esfera da subjetividade, ou no plano valorativo da pessoa na sociedade,
alcançando os aspectos mais íntimos da personalidade humana (o da
intimidade e da consideração pessoal), ou da própria valoração da pessoa no
meio em que vive e atua (o da reputação ou da consideração social). Derivam,
portanto, de práticas atentatórias à personalidade humana' (Reparação Civil por
Danos Morais, 2ª ed., São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 1993, p. 31). (grifo
nosso)"1.
No caso em apreço, constata-se que a parte autora contratou os
serviços, via telefone, conforme formulário preenchido, fl.48, constando como
endereço da parte autora a cidade de Camboriú/SC. Apesar desta mencionar que
nunca tenha morado em tal cidade, o ofício de fl.71, comprova que o autor possuía
uma linha telefônica nesta cidade até a data de 14/03/2008, de sua titularidade, e no
endereço que foi preenchido o referido formulário.
Vislumbro, que tal pedido não merece acolhimento, eis que, a
parte autora residia no endereço preenchido no formulário, tendo como já citado uma
linha telefônica em seu nome, situação essa que merece observar, pois por mais que
a parte autora não tivesse realizado a solicitação do jornal, por não ter assinado
nenhum documento, como fez para adquirir uma linha telefônica em seu nome, sem
assinar ou sem apresentar sua documentação.
Diante de tais pontos não merece agasalho o pedido de
indenização por danos morais.
Aliás, compete ao juiz a árdua tarefa de avaliar e dizer se há ou
não dano moral a ser reparado e, se for o caso, de quantificá-lo pecuniariamente.
Cumpre-lhe atentar que simples susceptibilidades em relação à conduta alheia não
são indenizáveis. Não se pode dar guarida àqueles que, a pretexto de buscar
reparação por dano moral, somente pretendem se enriquecer. Decidiu o Superior
Tribunal de Justiça que "é de repudiar-se a pretensão dos que postulam
exorbitâncias inadmissíveis com arrimo no dano moral, que não tem por escopo
favorecer o enriquecimento indevido"2.
"Há que se definir, pois, o que seja tolerável e o que seja
indenizável, para valorizar-se qualitativamente a atividade judicante e não
esvaziá-la de seus mais nobres e profundos objetivos através da multiplicação
descontrolada de processos ou de soluções inaceitáveis como instituição do

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TJSC - Apelação cível n. 2002.007138-8, da Capital. Relator: Des.Gabinete Vanderlei Romer. Julgamento 18
Juiz Manoel Donisete de Souza
de setembro de 2003. Processo n.º 053.08.000047-1
2
AgRgAI
Endereço: Ruan.º 108.923,
Presidente Min.703,
Jucelino Sálvio de- Figueiredo
centro Teixeira.
CEP 89.850-000, Quilombo-SC - E-mail: qbouni@tj.sc.gov.br
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seguro para cobrir indenizações advindas de dano moral" (Apelação Cível n.


99.022456-2, da Capital. Relator: Des. Newton Trisotto).
Diante do exposto julgo improcedente o pedido formulado por
José Sabi Cabral contra Diário do Litoral nos autos desta ação indenizatória por
danos morais com pedido de tutela antecipada, com fulcro no art. 269, inciso I, do
Código de Processo Civil.
Condeno a parte autora ao pagamento das despesas
processuais e honorários advocatícios que, em atendimento à regra do art. 20, § 4º,
do Código de Processo Civil, fixo em R$ 600,00, (seiscentos reais) ponderado o
trabalho desenvolvido pelo patrono do autor.
Suspendo a condenação da parte autora ao pagamento das
despesas processuais e honorários advocatícios, eis que a ela deferidos os
benefícios da Lei 1.060/50.
Publique-se. Registre-se. Intime-se.

Quilombo (SC), 06 de agosto de 2009.

Manoel Donisete de Souza


Juiz de Direito

Gabinete Juiz Manoel Donisete de Souza


Processo n.º 053.08.000047-1
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