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QUESTIONÁRIO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I (Entrega dia 11/06/2008)

1) Explique o significado da chamada cláusula geral antievasão ou cláusula geral antielisão


fiscal, discorrendo também sobre o seu conteúdo de defesa da livre concorrência e sobre a sua
constitucionalidade.

Com o advento da Lei Complementar nº 104 de 2001 e a inclusão da norma geral


antielisiva no artigo 116 do CTN; criou-se um mecanismo que visa identificar o fato gerador
efetivamente ocorrido, conforme especificação legal, contudo, fora ocultado pelo
contribuinte. Em outras palavras, essa cláusula visa atacar a tentativa de ocultar o fato gerador
de um tributo que foi escamoteado a fim de evitar a tributação.

Com essa medida alcançasse também o princípio da isonomia, pois não seria justo o
contribuinte A, que realiza fato gerador previsto em lei sob a forma jurídica tradicional, seja
tributado e o contribuinte B, que de má-fé realiza o mesmo fato gerador, mas sob forma
jurídica obscura, não arque com o mesmo ônus tributário. Garante-se aqui a real
aplicabilidade do tributo, pois se a conduta de A, apesar de não aparentar ser um fato gerador,
mas efetivamente é, conforme previsão legal, então, o mesmo deverá arcar com o tributo, pois
a sua conduta tem a essência de fato gerador e foi alcançada pela determinação legal
tributária.

Ante o instituto da livre concorrência, podemos notar que a Constituição tutelou esse
direito, primeiro, em seu artigo 170, IV, na qual prévio como princípio a ser observado no
tocante a ordem econômica, a fim de garantir a justiça social. Em seguida, a Constituição
estabeleceu em seu artigo 173, § 4º que o Estado deve reprimir entre outras coisas à
eliminação da concorrência, haja vista a intenção do legislador em fomentar a livre
concorrência, pois sem dúvida, seu objetivo é proteger os cidadãos de um abuso econômico.

2) Explique as posições jurisprudenciais do STF e do STJ no que pertine ao caráter de norma


interpretativa dos artigos 3º e 4º da Lei Complementar Federal 118/2005.

Em linhas gerais a tese adotada pelo Superior Tribunal de Justiça em consonância


com o Supremo Tribunal Federal, consiste em afirmar que todos os tributos sujeitos a
lançamento por homologação, cujo pagamento tenha sido antecipado, são restituíveis em
função dos últimos 10 anos de contribuição indevida (tese do "5+5").

Está é a interpretação cabível, pois bem, o Governo Federal partindo da premissa


que os 10 anos são "pesados" aos cofres da administração pública, editou a Lei
Complementar nº 118/2005 com um escopo bastante singular, o de acabar com a
interpretação consolidada do Poder Judiciário. A nova norma inserida pela Lei
Complementar em epígrafe define que o prazo para exercer o direito de ação começa a ser
contado a partir do momento do pagamento do crédito, o que o reduz em 5 anos o prazo de
restituição do indébito, já que não se soma mais o prazo de constituição do crédito, assim,
malferindo diretamente a interpretação trazida pelo Superior Tribunal de Justiça, este que é o
verdadeiro interprete da lei federal (CTN), em outras palavras, fere o princípio da tripartição
dos poderes aduzido pelo texto constitucional.

3) Explique as cinco diferenças entre obrigação tributária principal e obrigação tributária


acessória.

A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador realizado pelo sujeito
passivo e tem por objeto o pagamento do tributo (art. 113, §1°, CTN). A obrigação surge com

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a ocorrência da conduta em concreto, ou seja, com a subsunção do fato à norma de Direito
Tributário (fato imponível) que o classifica como capaz de gerar conseqüências no campo
jurídico, qual seja, a exigibilidade do tributo.

O Código Tributário Nacional considera prestação da obrigação principal o tributo ou


a penalidade pecuniária. Ainda quanto à obrigação principal, cabe alguma observação em
relação à última parte do §1°, do artigo 113, do CTN, que contém dispositivo sobre a extinção
da obrigação tributária. A extinção da obrigação principal se dá com a extinção do crédito dela
decorrente. Normalmente a extinção do crédito se dá com o pagamento do tributo. Porém, de
acordo com o artigo 156, do CTN, existem outras formas de extinção, quais sejam: a
compensação, a transação, a remissão, a prescrição, a decadência e a conversão do depósito
em renda, dentre outras.

A obrigação acessória, ou formal, ou instrumental é aquela decorrente da legislação


tributária, sem conteúdo pecuniário, que se traduz em prestações positivas ou negativas no
interesse da fiscalização ou da arrecadação de tributos (art. 113, §2°, CTN). As obrigações
acessórias objetivam dar meios à fiscalização tributária para que se investigue e controle o
recolhimento de tributos. São exemplos à emissão de notas fiscais, a declaração de imposto de
renda, os livros fiscais etc.

Caso o sujeito passivo da obrigação tributária não cumpra a obrigação acessória,


haverá a imposição de multa punitiva e, conforme exposto no subitem acima, será convertida
em obrigação principal para fins de sua cobrança (art. 113, §3°, CTN).

4) Explique as diferenças entre obrigação tributária principal decorrente de tributo e obrigação


tributária principal decorrente de multa.

Ao ler o disposto no artigo 113, § 3°, do CTN, nota-se que o legislador determina a
conversão da obrigação acessória em principal, na modalidade relativa a penalidade
pecuniária, quando a obrigação acessória não fora observada, portanto, adotando-se a mesma
sistemática do artigo 113, §1°, do CTN.

Para a grande maioria dos doutrinadores, cientistas do Direito Tributário, a penalidade


pecuniária, tecnicamente, não poderia estar inserida no conceito de obrigação tributária (art.
3°, CTN), pois não se confunde o tributo (prestação da obrigação tributária), com a
penalidade decorrente do não-pagamento de tributo ou de descumprimento de obrigação
acessória.

A penalidade pecuniária é sanção administrativa, que não tem nada em comum com o
tributo; trata-se de matéria estudada pelo Direito Financeiro, que cuida das receitas obtidas
pelo Estado (tributo e penalidade são espécies do gênero “receitas derivadas”, conforme
classificação do Direito Financeiro).

Porém, para o CTN, a penalidade pecuniária é objeto da obrigação tributária, pois à


época de elaboração do CTN, Direito Financeiro e Direito Tributário se confundiam, como
ensina Luiz Antonio Ribeiro, em Direito Tributário.

5) Explique a diferença entre substituição tributária progressiva e substituição tributária


regressiva, explicitando, outrossim, a posição do STF sobre a não ocorrência do fato gerador
presumido, bem como a não efetivação da presunção de valor fiscal.

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Em análise ao artigo 128 do Código Tributário Nacional, constatamos que a
substituição tributária regressiva se aplica após a ocorrência do fato gerador, logo, não há o
que se questionar sobre a sua constitucionalidade.

Outrossim, a substituição tributária progressiva, se caracteriza pela determinação legal,


ou seja, derivada de lei, onde uma pessoa que será responsável pelo pagamento de imposto de
terceiros que se encontram na continuação da cadeia econômica, isto é, cujos fatos geradores
devem ocorrer posteriormente.

Nota-se que a principal diferença entre os dois institutos de Direito Tributário é que na
substituição regressiva o pagamento do tributo é efetuado posteriormente à ocorrência do fato
gerador, totalmente oposto a situação amparada pela substituição tributária progressiva.

O STF, no tocante à substituição tributária progressiva, tem entendido que a não


ocorrência do fato gerador presumido, logo este não se obriga a obedecer antecipadamente,
assim gerará obrigação de restituir o valor pago a maior.

6) Explique a relação do Princípio da “pecunia non olet” com o artigo 118 do CTN.

Aliomar Baleeiro, comentando o art. 118, do CTN, assim declarou: "a validade,
invalidade, nulidade, anulabilidade ou mesmo a anulação já decretada do ato jurídico são
irrelevantes para o Direito Tributário. Praticado o ato jurídico ou celebrado o negócio que a lei
tributária prescreve como fato gerador, está nascida a obrigação para com o fisco. E essa
obrigação subsiste independentemente da validade ou invalidade do ato. Se nulo ou anulável,
não desaparece a obrigação fiscal que dele decorre, nem surge para o contribuinte o direito de
pedir repetição do tributo acaso pago sob invocação de que o ato era nulo ou foi anulado. O
fato gerador ocorre e não desaparece, do ponto de vista fiscal, pela nulidade ou anulação".

Ante ao comentário em epígrafe, e olhando apenas pelo lado tributário, percebesse que
a simples ocorrência de um fato gerador e suficiente para a cobrança do tributo prescrito em
lei, pouco importando a origem da pecúnia.

A origem histórica deste princípio faz menção à época remota da Roma Antiga,
quando um Imperador Romano (Vespasiano) decidiu tributar a utilização de banheiros
públicos. Então, seu filho (Tito), sugeriu a revogação deste tributo, haja vista a sua origem
sórdida. Na ocasião, seu pai, apontando-lhe uma moeda, lhe fez a seguinte pergunta: “Olet?”
(tem cheiro?). - O filho respondeu: ‘Non Olet!”(não tem cheiro!). Daí nasceu o princípio da
pecunia non olet.

7) Explique as diferenças dos efeitos fiscais entre as condições resolutória e suspensiva.

O artigo 117 do Código Tributário prevê ainda as condições resolutiva e suspensiva da


ficção jurídica. No primeiro caso, ocorre desde o momento de sua implementação; no
segundo, desde o momento da prática do ato ou celebração no negócio.

O dispositivo deve ser aplicado em conjunto com os artigos 114 a 119, submetendo o
primeiro a evento futuro e incerto. Assim, para o orbe tributário, pode ser ajustada uma
compra e venda sob condição resolutória. No contexto lógico, se aperfeiçoado o negócio
jurídico, ocorre o fato gerador, do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis – ITBI,
inobstante tenha se desfeito o ato adiante. Doutra face, se a compra de uma colheita fica
sujeita a evento futuro e incerto – o aproveitamento da safra – e este não ocorrer, não há fato
imponível criador da obrigação tributária.

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A segunda hipótese é tratada no art. 105 do Código como fato gerador pendente,
remetendo às condições do art. 116. A impropriedade do termo é latente: o fato gerador nem
mesmo chega a existir no ato sujeito a condição suspensiva; refugiria à conceituação do art.
114. Não se aperfeiçoando o negócio, não existe fato gerador. É este que ocorre ou deixa de
ocorrer, não surge antes e independentemente do negócio jurídico.

8) Pesquise, sistematize e enumere a jurisprudência do STJ acerca da aplicação dos artigos


109 e 110 do CTN.

9) Explique e enumere as peculiaridades da capacidade tributária.

A capacidade contributiva foi consagrada pelo texto constitucional em seu artigo 145,
§ 1º, in verbis:

§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente
para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos
termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

José Maurício Conti, leciona que: “A expressão capacidade contributiva (capacidade


econômica) pode ser vista sob dois ângulos – estrutural e funcional – gerando conceitos
distintos. Sob o ângulo estrutural, a capacidade contributiva pode ser definida como a aptidão
para suportar o ônus tributário; a capacidade de arcar com a despesa decorrente do pagamento
de determinado tributo. Sob o ângulo funcional, pode ser visto como critério destinado a
diferenciar as pessoas, de modo a fazer com que se possa identificar quem são os iguais , sob
o aspecto do Direito Tributário, quem são os desiguais e em que medida se igualam, a fim de
que se possa aplicar o princípio da isonomia com o justo tratamento a cada um deles”.

Verifica-se que de fato o princípio da capacidade contributiva apresenta-se não


somente como um eficaz instrumento de justiça fiscal, mas também como um corolário lógico
do princípio da igualdade, básico em todo e qualquer regime democrático de direito.

Por último, vale salientar a passagem do artigo que diz “sempre que possível”, essa
expressão é bastante oportuna, pois deixa claro que deverá ser sempre observado as condições
pessoais de cada contribuinte, assim, visando uma justiça fiscal conforme já abordamos.

10) Explique as diferenças, exemplificando, entre as responsabilidades tributárias por


sucessão de terceiros e por infrações.

Responsabilidade por Sucessão

Na responsabilidade por sucessão é uma outra pessoa, que não seja quem gerou o fato
gerador, quem vai ser o responsável pelo pagamento do tributo. De acordo com Luciano
Amaro (2005), o sucessor ocupa a posição do antigo devedor, no estado em que a obrigação
se encontrava na data do evento que motivou a sucessão.

Os arts. 132 e 133 do CTN, tratam da chamada responsabilidade dos agentes


empresariais, ou seja, é sucessão tributária por fusão, desmembramento ou incorporação de
empresas. Quando adquire a empresa, o adquirente também será responsável pelos débitos.
Conforme se observa em Sacha Calmon (2004):

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Dá-se fusão quando duas ou mais empresas desaparecem para dar origem à outra, esta
nova. Os tributos devidos peças empresas fusionadas passam, por transferência legal, para
a nova pessoa jurídica de Direito privado. [...] A transformação é apenas uma troca de
roupagem societária. [...] A incorporação ocorre quando uma empresa, que continua a
existir, absorve outra, que desaparece do mundo societário. [...] Diz-se que há cisão total
quando a empresa se reparte em várias partes, cada qual tornando-se uma nova empresa
com o desaparecimento da empresa-mãe. Na cisão parcial, a empresa-mãe é preservada. A
cisão se dá por conveniência (especialização de atividades) ou para acomodar
divergências (separação de sócios, v.g.).

Se o adquirente compra estabelecimento comercial e continua exercendo a mesma


atividade até então ali exercida, ele vai ser responsável pelos tributos relativos ao
estabelecimento. Mas, se o alienante continuar exercendo ou voltar a exercer, no prazo de 06
meses, a mesma atividade antes exercida, a responsabilidade recai primeiramente sobre ele e,
o adquirente responde subsidiariamente, caso o alienante não tenha como adimplir a dívida.

Os sucessores vão responder pelos tributos, mas, o mesmo não ocorre no que se refere
às multas, uma vez que o CTN fala apenas em tributos no que se refere à sucessão. O
entendimento do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que as multas só devem ser
intentadas contra o infrator, sendo que se há o dolo, elas são pessoais.

No que se refere à sucessão, a Nova Lei de Falências determinou que, aquele que
adquirir bem de uma sociedade falida, ele não vai responder pelos débitos tributários relativos
a essa empresa. Mas, se houver uma sociedade entre o adquirente e o sócio falido haverá
responsabilidade solidária entre eles.

Responsabilidade por Infrações cometidas

A infração fiscal é uma espécie de sanção tributária instituída por entes que instituem o
tributo. No que se refere às infrações fiscais, a responsabilidade é objetiva. As sanções penais,
por sua vez, são de responsabilidade subjetiva, tendo em vista que tem que se comprovar o
dolo ou a culpa. Se a pessoa cometeu crime tipificado na Lei nº 8.137/90 é caso de sanção
penal.
O art. 136 fala da objetividade do ilícito fiscal, além de responsabilizar as pessoas pelo
pagamento das multas. Não depende da intenção do agente.

O art. 137 estabelece a responsabilidade pessoal do agente, livrando as pessoas


jurídicas. A pessoa é responsabilizada por ter cometido conduta contrária à lei. O agente atua
com vontade de infringir a norma jurídica, agiu com dolo específico.

O art. 138 trata da elisão da responsabilidade pela prática de ilícitos fiscais


substanciais e formais, como fala Sacha Calmon (2004), tendo em vista que foi descumprida
obrigação de dar, fazer ou não fazer. Neste dispositivo é tratado também o caso da denúncia
espontânea da infração por parte do próprio agente, sendo que esta só pode ocorrer, isto é, só é
válida se feita antes de iniciado o processo administrativo.

Se este for iniciado, não há mais que se falar em denúncia espontânea. A denúncia
espontânea é algo bastante vantajoso para o agente, pois a mesma exclui as multas de mora e
de infração que este deveria pagar, sendo que são multas bem altas. Com a denúncia
espontânea cabe ao agente pagar apenas as o valor principal com suas atualizações.

11) Explicite e enumere a posição do STJ quanto à interpretação do artigo 135, inc. III, CTN.

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REsp 1017732 AgRg no REsp 957265
AgRg no Ag 930334 REsp 966737
REsp 778783 REsp 830914, entre outras.

É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de que o simples inadimplemento


da obrigação tributária não caracteriza infração à lei, de modo a ensejar a redirecionamento da
execução para a pessoa dos sócios.

Mesmo em se tratando de débitos para com a Seguridade Social, a responsabilidade


pessoal dos sócios só existe quando presentes as condições estabelecidas no art. 135, III, do
CTN.

Inexistindo prova de que houve dissolução irregular da empresa ou de que o


representante da sociedade agiu com excesso de mandato ou infringiu lei ou o contrato social,
não há que se direcionar para ele a execução.

A ausência de recolhimento do tributo não gera, necessariamente, responsabilidade


solidária do sócio-gerente, porquanto é necessário também que haja prova de que ele agiu
com excesso de poderes ou que tenha infringido a lei, o contrato social ou estatuto da
empresa.

12) Explique e enumere as diferenças entre os três tipos de lançamento tributário, bem como
pesquise o entendimento do STJ sobre o prazo decadencial do lançamento por homologação.

Com fulcro no artigo 142 do Código Tributário Nacional, podemos vislumbrar o


conceito legal do lançamento tributário, o que consiste em um meio pelo qual a autoridade
administrativa, verificando a ocorrência do fato gerador, torna exigível a obrigação tributária.

Existem três tipos de lançamentos tributários, quais sejam:

1. lançamento de oficio,
2. lançamento por declaração, e
3. lançamento por homologação.

O lançamento de oficio é aquele feito por iniciativa da autoridade administrativa, não


havendo qualquer participação do contribuinte. Esse tipo de lançamento é previsto no artigo
149 do CTN. Já o lançamento por declaração é aquele feito por declaração do próprio
contribuinte ou de terceiro, quando um ou outro fornece ao Fisco informações sobre a matéria
de fato indispensáveis à efetivação do lançamento, cabendo à Fazenda Pública determinar o
valor do crédito tributário e notificar o sujeito passivo. Tal modalidade de lançamento é
prevista pelo artigo 147 do Código Tributário Nacional.

O lançamento por homologação, também chamado de autolançamento, a lei estabelece


ao sujeito passivo o dever de apurar o valor do crédito e antecipar o pagamento sem prévio
exame da autoridade administrativa, cabendo a esta promover o controle deste atividade para
posterior homologação. Este tipo de lançamento é legalmente previsto pelo artigo 150 do
CTN.

Quanto ao prazo decadencial do lançamento por homologação, por diversas vezes o


STJ entendeu que esta modalidade de lançamento comporta três regras para a determinação

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do dies a quo do prazo decadencial do direito do crédito dos tributos sujeitos a lançamento
por homologação, quais sejam:

a) em havendo pagamento antecipado, mesmo que insuficiente, a Fazenda Pública dispõe do


prazo de cinco anos a contar da data do fato gerador para efetuar a homologação, regra do §4º
do artigo 150, CTN;

b) havendo dolo, fraude ou simulação no comportamento do sujeito passivo, o prazo


qüinqüenal para o Fisco realizar o lançamento de oficio tem seu termo inicial no primeiro dia
do exercício seguinte àquele em que o lançamento de ofício poderia ter sido efetuado, regra
do artigo 173,I;

c) não havendo pagamento algum, a Fazenda Pública dispõe de cinco anos para efetuar o
lançamento de ofício, a contar do primeiro dia do exercício seguinte ao que poderia fazê-lo,
regra do artigo 173,I.

Tal entendimento é comprovado pela transcrição dos seguintes julgados:

TRIBUTÁRIO – DECADENCIA – LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇAO (ART. 150 §


4º E 173 DO CTN).
1. Nas exações cujo lançamento se faz por homologação, havendo pagamento antecipado,
conta-se o prazo decadencial a partir da ocorrência do fato gerador (art. 150, § 4º, do CTN).
2. Somente quando não há pagamento antecipado, ou há prova de fraude, dolo ou simulação é
que se aplica o disposto no art. 173, I, do CTN.
3. Em normais circunstâncias, não se conjugam os dispositivos legais.
(Resp n. 395059/RS; DJ de 21/10/2002; p. 347; T2 – Segunda Turma; Rel. Min. Eliana
Calmon.

13) Explique as posições do STJ e do STF sobre o prazo decadencial da ação de repetição de
indébito fiscal, ao lume da Lei Complementar 118/2005.

A prescrição da ação de repetição de indébito tributário de tributo sujeito a lançamento


por homologação, à jurisprudência do STJ (1ª Seção) adotou o entendimento de que, no
regime anterior ao do art. 3º da LC 118/05, o prazo de cinco anos, previsto no art. 168 do
CTN, tem início, não na data do recolhimento do tributo indevido, e sim na data da
homologação – expressa ou tácita - do lançamento. Segundo o entendimento, para que o
crédito se considere extinto, não basta o pagamento: é indispensável à homologação do
lançamento, hipótese de extinção albergada pelo art. 156, VII, do CTN.

Assim, somente a partir dessa homologação é que teria início o prazo previsto no art.
168, I. E, não havendo homologação expressa, o prazo para a repetição do indébito acaba
sendo, na verdade, de dez anos a contar do fato gerador.

A norma do art. 3º da LC 118/05 estabeleceu como termo inicial do prazo


prescricional, nesses casos, a data do pagamento indevido, não tem eficácia retroativa. É que a
Corte Especial, ao apreciar Incidente de Inconstitucionalidade no Eresp 644.736/PE, sessão
de 06/06/2007, DJ 27.08.2007, declarou inconstitucional a expressão “observado, quanto ao
art. 3º, o disposto no art. 106, I, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código
Tributário Nacional”, constante do art. 4º, segunda parte, da referida Lei Complementar.

14) Explique as diferenças entre moratória e parcelamento do crédito tributário, à luz da


jurisprudência do STJ.

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Não se pode comparar a moratória ao parcelamento vez que na moratória não há
constituição em mora, uma vez que há concessão de novo prazo para pagamento, ao contrário
do parcelamento, em que o tributo já está vencido, sendo devido com juros e multa moratória.
O parcelamento é uma modalidade de suspensão do crédito tributário independente da
moratória.
Conquanto, o legislador ao instituir a Lei Complementar nº. 104/2001, fez questão de
salientar que o parcelamento não é uma espécie de moratória, mas sim uma modalidade
autônoma de suspensão da exigibilidade do crédito tributário.

15) Explique a atual ordem cronológica de pagamentos no âmbito do processo de falência,


com ênfase no crédito tributário, à luz da Lei Complementar 118/2005.

Com o advento da lei complementar em epígrafe, ficou estabelecida uma nova ordem
de pagamento no processo de falência, logo, faço menção ao parágrafo único do artigo 186, in
verbis:

Parágrafo único. Na falência:


I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis
de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do
valor do bem gravado;
II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da
legislação do trabalho; e
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados

Fica estabelecido que os créditos tributários não são preferenciais no que aduz aos
créditos extraconcursais, àqueles passíveis de restituição ou créditos com garantia real. A meu
ver o único crédito que merece maior destaque são os créditos extraconcursais, que conforme
o artigo 188 do CTN, define este com o sendo os créditos tributários advindos de fatos
geradores ocorridos no curso do processo de falência.

16) Explique quais são os privilégios do crédito tributário, à luz da jurisprudência do STJ.

O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de
sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente
de trabalho, nos termos da redação do art. 186, do CTN, dada pela LC 118/2005. É certo que
o crédito tributário tem preferência sobre garantia real.

REsp 681402 / RS

Este Superior Tribunal de Justiça consagrou entendimento no sentido de que "os bens
gravados com hipoteca oriunda de cédula de crédito podem ser penhorados para satisfazer o
débito fiscal" (Resp 222.142/SP, 1ª Turma, Rel. Min. Garcia Vieira, DJ de 29.11.1999).
Isso porque a impenhorabilidade de que trata o art. 57 do Decreto-Lei 413/69 não é
absoluta, cedendo à preferência concedida ao crédito tributário pelo art. 184 do CTN.
"O privilégio constante de tal preceito, segundo o qual o detentor da garantia real tem
preferência sobre os demais credores na arrematação do bem vinculado à hipoteca, é
inoponível ao crédito fiscal. Além disso, de acordo com o artigo 186 do Código Tributário
Nacional, o crédito tributário goza de preferência sobre os demais, à exceção dos de natureza
trabalhista. A Fazenda Pública não participa de concurso, tendo prelação no recebimento do
produto da venda judicial do bem penhorado, ainda que esta alienação seja levada a efeito em
autos de execução diversa". Ademais, "é firme a orientação desta Corte no sentido de que a

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impenhorabilidade dos bens vinculados à cédula industrial não se opõe aos créditos
tributários, tendo em vista que a hipótese prevista no art. 57 do Decreto-Lei 413/69 não se
inclui na ressalva do art. 184 do CTN. Com efeito, tendo o Código Tributário Nacional status
de lei complementar, suas disposições prevalecem sobre a disposição do referido Decreto, não
podendo a impenhorabilidade que prescreve prevalecer sobre as regras contidas no primeiro,
sob pena de violação do princípio da hierarquia das leis" (REsp 672.029/RS, 2ª Turma, Rel.
Min. Castro Meira, DJ de 16.5.2005).

17) Explique as conseqüências jurídicas do depósito do montante total do crédito tributário


cobrado pelo fisco.

Com fulcro no artigo 151, II do CTN, uma das formas de suspender a exigibilidade do
crédito tributário é através do depósito do montante integral do crédito tributário.

Outrossim, a Súmula 112 do STJ, diz que: "O depósito somente suspende a
exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro".

Destarte, podemos concluir que o contribuinte é assegurado o direito de depositar o


valor exigido, enquanto se chega à solução do litígio, suspendendo, inclusive, a exigibilidade
do crédito tributário.

18) Explique o que é prescrição intercorrente do crédito tributário.

A prescrição intercorrente pode ser evocada diante da paralisação do processo de


execução por parte da Fazenda Pública, por desídia, ou inexistência de bens do devedor
contemplado determinado lapso temporal.

A Súmula 314 do Superior Tribunal de Justiça aduz que: “em execução fiscal, não
localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual inicia-se o
prazo de prescrição qüinqüenal intercorrente”.

Ante as considerações, nota-se que o instituto da prescrição intercorrente tem como


escopo a segurança jurídica, pois visa resguardar o devedor da perseguição implacável e
eterna da Fazenda Pública o que seria muito prejudicial ao mundo jurídico, esse instituto vem
trazer força ao artigo 174 do CTN e ao artigo 40 da Lei de Execuções Fiscais.

19) Explique quais são os requisitos para a inscrição do crédito tributário na dívida ativa, bem
como as diferenças entre certidão negativa e certidão positiva com efeitos de negativa.

Dispõe o artigo 201 do Código Tributário Nacional:

“Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza,
regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo
fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular”.

Fica evidente pelo dispositivo legal transcrito, que somente pode ser inscrito em dívida
ativa aquele crédito que for considerado exigível, ou seja, pronto para cobrança (vencido).

Existem dois tipos de certidões, a primeiro, uma Certidão Negativa de Débitos (art.
205, CTN), aqui o órgão responsável certifica que aquela pessoa consultada não tem débitos
junto ao órgão. Na segunda, Certidão Positiva com efeitos de Negativa (art. 206, CTN), após

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consulta nota-se que existem créditos não exigíveis ou com exigibilidade suspensa, por
exemplo, em decorrência do parcelamento do débito.

20) Enumere e explique cinco posições jurisprudenciais do STF, relevantes e recentes, sobre
os crimes contra a ordem tributária, inclusive contra a ordem previdenciária.

HC 81321 / SP HC 93209 / SP
HC 90957 / RJ HC 86032 / RS
HC 84555 / RJ

Utilizando como parâmetro as jurisprudenciais supramencionadas, estas que


evidenciam o entendimento majoritário do STF, no sentido de garantir que nós crimes
previstos no artigo 1º da 8.137/90, há a necessidade da demonstração do resultado
naturalístico para que o mesmo seja considerado consumado. E que segundo o STF, a
consumação se dá com o lançamento definitivo do tributo, ou seja, com o exaurimento do
processo administrativo (com a constituição do crédito fiscal), assim, a partir desse momento
começando a contagem do prazo prescricional para a propositura da ação penal.

Ademais, o exaurimento da instância administrativa deve ser considerada como um


elemento normativo do tipo, conforme decisão acerca do HC 83414-RS. Portando, sem a
observância desse requisito, não há crime a ser punido, pois a conduta será considerada
atípica.

BIBLIOGRAFIA:

AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 8º Ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
CHIMENTI, Ricardo Cunha. Direito Tributário. 3º Ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 11º Ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 1998.

Fontes de Pesquisa Online:

www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=570
www.iaf.org.br/Prg_Vis_Art_Det.cfm?id=47&men=4
www.jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3267
http://www.acminas.com.br/serv/20080122153635.htm
www.stf.gov.br
www.stj.gov.br
www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=965

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