MÓDULO XVII
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
Direito Econômico e Financeiro
Direito Eleitoral
Direito Internacional
Direito Previdenciário
Direitos Humanos
Medicina Legal
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MÓDULO XVII
DIREITO ADMINISTRATIVO
Serviços Públicos
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DIREITO ADMINISTRATIVO
DIREITO ADMINISTRATIVO
1. SERVIÇOS PÚBLICOS
1.1. Definição
Serviços públicos são aqueles serviços prestados pela Administração, ou por quem
lhe faça às vezes, mediante regras previamente estipuladas por ela para a preservação do
interesse público.
1.2. Critérios
Para distinguir quais serviços são públicos e quais não, deve-se utilizar as regras de
competência dispostas na Constituição Federal (por exemplo, artigos 21 e 196). Quando
não houver definição constitucional a respeito, deve-se observar as regras que incidem
sobre aqueles serviços, bem como o regime jurídico ao qual a atividade se submete. Sendo
regras de direito público, será serviço público; sendo regras de direito privado, será serviço
privado.
Essa é a chamada “cláusula exorbitante”, que visa dar à Administração Pública uma
prerrogativa que não existe para o particular, colocando-a em uma posição superior em
razão da supremacia do interesse público.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
A prestação de serviços públicos pode ser realizada sob duas modalidades: outorga e
delegação. A outorga deve ser feita por meio de lei e implica na transferência da
titularidade e da execução dos serviços que só poderá ocorrer para as pessoas integrantes
da Administração Indireta que tenham personalidade de direito público. Quando for
realizada por delegação implicará apenas na transferência da execução dos serviços e
poderá ocorrer para as pessoas integrantes da Administração Indireta que tenham
personalidade de direito privado, bem como para os particulares.
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Composta pela União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
2
Composta por autarquias, fundações, empresas públicas, sociedade de economia mista, agencias
reguladoras e executivas.
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Para os particulares surgem as figuras dos permissionários, concessionários e autorizatários.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Para Hely Lopes Meirelles, Maria Sylvia Zanella di Pietro e Celso Antonio Bandeira
de Mello, concessão é uma espécie de contrato administrativo destinado a transferir a
execução de um serviço público para terceiros; permissão é ato administrativo unilateral e
precário.
• em situação de emergência;
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DIREITO ADMINISTRATIVO
• com aviso prévio, por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações e
em caso de inadimplemento do usuário.
Notamos, contudo, que a matéria longe está de ser pacificada, tanto na nossa
melhor doutrina quanto nas jurisprudências de nossos tribunais.
• inciso II: os usuários têm o direito de receber informações (do Poder Público e
do concessionário) acerca da prestação dos serviços. O mecanismo para o pedido
de informações é o mandado de segurança.
• Valor inicial: o artigo 9.º traz um critério objetivo; o valor inicial da tarifa deve
ser o preço da proposta vencedora da licitação.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
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DIREITO CIVIL
Direito de Família
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DIREITO CIVIL
DIREITO CIVIL
Direito de Família
• a conversão em divórcio só poderia ser feita após três anos de separação judicial;
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DIREITO CIVIL
• pode haver divórcio direto desde que haja, no mínimo, 2 anos de separação de
fato;
A Lei 6.515/77 também está revogada com o advento e entrada em vigor do novo
Código Civil Brasileiro.
2. DO CASAMENTO
2.1. Conceito
O casamento é a união entre homem e mulher, na forma da lei, com a finalidade de
constituição de família.
• Fidelidade
• Assistência mútua
2.4.2. Consentimento
Deve haver vontade entre as partes. Para que o casamento tenha validade, deve
haver o consentimento pleno. Inexistindo o consentimento, é inexistente o casamento.
Havendo consentimento mediante coação, o casamento é anulável.
2.4.3. Solenidade
O casamento é um ato eminentemente solene. Deve ser obedecida a celebração. A
autoridade que celebra o casamento é o Juiz de Casamentos, que é uma pessoa nomeada
pelo Poder Executivo para desempenhar essa função.
Nos casos em que a celebração for feita por autoridade incompetente, o casamento é
anulável (artigo 1.550, inciso VI, do Código Civil); no entanto a anulabilidade deve ser
desconstituída em dois anos, caso contrário o casamento passa a ter validade (artigo 1560,
inciso II, do Código Civil).
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DIREITO CIVIL
2.5. Espécies
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DIREITO CIVIL
c) Casamento consular
É o casamento nulo ou anulável que foi celebrado de boa-fé por um ou por ambos os
cônjuges. Ele terá validade até que seja declarada a nulidade. O casamento de boa-fé gerará
efeitos para o cônjuge que assim agiu, tendo este direito a alimentos, herança etc.
2.5.3. Esponsais
É o compromisso solene de casamento. Hoje, não há regulamentação nem efeitos
legais para os esponsais. O exemplo de esponsais hoje no Brasil é o noivado. Em alguns
casos, os esponsais poderão ter efeitos jurídicos, como o rompimento injustificado que
cause ao outro danos materiais e morais, podendo ser requerida indenização por parte do
prejudicado.
2.6. Habilitação
É um procedimento administrativo feito perante o Oficial do Registro de Pessoas
Naturais para verificar se há ou não algum impedimento para a celebração do casamento.
Em regra, a habilitação sempre será prévia, no entanto a lei permite habilitação posterior
no caso de casamento religioso e casamento nuncupativo.
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DIREITO CIVIL
São considerados mais graves e por esse motivo são de natureza pública.
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DIREITO CIVIL
a) Inciso I
Não podem se casar parentes em linha reta. São os pais e os irmãos. Esse casamento
é chamado incestuoso. Caso haja filhos advindos do incesto, terão todos os direitos de
filhos legítimos.
b) Inciso II
Não podem se casar os afins em linha reta. São as sogras, os sogros, o genro, a nora,
o padrasto, a madrasta, o enteado e a enteada. Esse vínculo de afinidade existirá tanto no
casamento quanto na união estável, lembrando que a união estável também gera parentesco
(artigo 1595, caput, do Código Civil). Não existem impedimentos na linha colateral, como
cunhadas e cunhados.
c) Inciso III
Não há mais necessidade dessa regra especial, tendo em vista que hoje o filho
adotivo será enquadrado na regra do inciso I.
d) Inciso IV
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DIREITO CIVIL
e) Inciso V
Não podem se casar o adotado com o filho do adotante. Isso porque os mesmos são
irmãos.
f) Inciso VI
Não podem se casar pessoas casadas. O segundo casamento não se convalida com a
dissolução do primeiro casamento nem com a viuvez. A nulidade absoluta do primeiro
casamento, no entanto, convalida o segundo casamento.
g) Inciso VII
Não podem se casar viúva ou viúvo, se houver filhos do casamento anterior, antes
de fazer o inventário. O caso desse inciso (casamento de viúvo(a) antes de ser feito o
inventário) acarretará a perda do usufruto dos bens dos filhos. Portanto, para que incida a
suspensão é necessário que existam filhos do cônjuge falecido; que da morte do cônjuge
anterior não tenha sido feito inventário; que existam bens a serem partilhados e que
existam outros herdeiros na linha descendente ou ascendente.
Não pode se casar mulher viúva, divorciada ou com o casamento anulado antes de
10 meses. Existe tal impedimento para evitar dúvidas quanto à paternidade de eventual
filho. A jurisprudência, no entanto, entende que, sendo comprovada a não-gravidez, o
casamento poderá ser realizado antes desse prazo. Hoje é desnecessária a regra da
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DIREITO CIVIL
jurisprudência já que o parágrafo único do artigo 1.523 dá pleno poder ao juiz para suprir a
hipótese suspensiva.
O divorciado, para se casar em novas núpcias, precisa partilhar seus bens com o
cônjuge anterior. Isso porque, a pessoa quando divorcia tem plena liberdade para manter o
condomínio com o cônjuge anterior, estabelecendo cotas para os bens no termo da
separação ou mesmo divórcio. Porém, para se casar vai ter que dissolver esse condomínio
que remanesceu mantido para não gerar qualquer confusão patrimonial.
Não podem se casar tutor com tutelado, curador com curatelado, nem com os seus
herdeiros, enquanto não cessar a tutela e a curatela e não estiverem saldadas as respectivas
contas.
a) Inexistência
É aquele ato que aparenta ser casamento, mas nem chega a existir, como tal, no
plano jurídico (exemplo: união homossexual). Faltam elementos essenciais à sua própria
caracterização no mundo jurídico, inexistindo o casamento inclusive para o cônjuge de
boa-fé. Há necessidade do reconhecimento de que algumas situações de casamento não se
enquadram nem na nulidade nem na anulabilidade.
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DIREITO CIVIL
b) Nulidade
• quando o casamento tiver como um dos cônjuges pessoa enferma mental sem o
necessário discernimento para os atos da vida civil. A hipótese é rara pois a
debilidade mental deve ser constatada pelo próprio oficial de registro civil ou
pelo Juiz de Paz.
c) Anulação
• quando o casamento é celebrado com pessoa com idade inferior a 16 anos e que
não foi outorgado o suprimento de idade com base na gravidez ou para não gerar
sanção penal (artigo 1.520 do Código Civil);
c.1) Inciso I
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DIREITO CIVIL
c.2) Inciso II
c.4) Inciso IV
Inovou o Código Civil atual em considerar que a ignorância sobre doença mental
grave, pode tornar insuportável a vida em comum do cônjuge enganado e, escusar a
ignorância, outorgando à parte a anulação para o casamento. É bom ressaltarmos que a
doença mental é de caráter psicológico, sendo que a pessoa goza de discernimento para os
atos da vida civil. Isto significa que a pessoa não tem uma imbecilidade ou idiotia, pois se
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DIREITO CIVIL
tivesse seria caso de nulidade. A pessoa tem uma esquizofrenia e isso pode causar a
anulabilidade.
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MÓDULO XVII
DIREITO COMERCIAL
Letras de Câmbio
(Dec. n. 2.044/1908 / Dec. n. 57.663/66)
Disposições Gerais a Todos os Títulos de Crédito
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DIREITO COMERCIAL
DIREITO COMERCIAL
1. LETRA DE CÂMBIO
Com relação à sua estrutura, é classificada como ordem de pagamento. Assim, como
fora mencionado em módulo anterior, alguém dá ordem para que interposta pessoa efetue o
pagamento a um terceiro beneficiário.
Portanto, três situações jurídicas diversas surgem, quais sejam, a situação daquele
que dá a ordem para o pagamento de determinada quantia (sacador); a situação daquele a
quem a ordem para pagamento é dirigida, que deverá efetuar o pagamento (sacado) e a
daquele que será beneficiado pela ordem de pagamento (tomador).
2.1. Saque
sacado
sacador tomador
3. ACEITE
Trata-se de ato cambial por meio do qual o sacado concorda com o pagamento do
valor mencionado na letra de câmbio.
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DIREITO COMERCIAL
4. ENDOSSO
Aquele que endossa a letra de câmbio (endossante) é quem tem o crédito, ou seja, o
tomador e, por força desse ato, transfere seu crédito ao endossatário.
Via de regra, não existem limites para o endosso nos títulos de crédito, exceto para o
cheque, que só pode ser endossado uma vez.
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DIREITO COMERCIAL
d) Póstumo: é aquele que se realiza após o protesto ou após o prazo para o mesmo.
Ele gera os efeitos de uma cessão civil de créditos.
Há, ainda, uma modalidade de endosso denominado “endosso sem garantia”, que é
aquele que o titular procede na transferência a titularidade da cártula sem que se obrigue ao
seu pagamento. Na realidade, trata-se de denominação doutrinária. Entretanto, possui
características de cessão civil.
Importante frisar que, conforme preceitua o artigo 912 do Código Civil, a cláusula
que condicione o endosso é considerada não escrita, bem como o endosso parcial é
considerado nulo.
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DIREITO COMERCIAL
6. AVAL
Trata-se de ato cambial de garantia. Assim, por meio dele, determinada pessoa
(avalista) garante o pagamento do valor mencionado em título de crédito, seja em favor do
devedor principal, seja em favor de algum coobrigado (que se denomina avalizado).
data do aceite do título. Caso isso ocorra, a responsabilidade do avalista será mantida
mesmo no caso de o avalizado recusar o aceite do título de crédito.
Desde que exista expressa menção no título, o aval pode ser parcial. A exigência de
previsão expressa homenageia o princípio da cartularidade.Assim como o endosso, o aval
pode ser em preto, caso em que haverá a identificação do avalizado, ou em branco, sem
que se identifique o avalizado. No último caso, o aval será sempre em favor do sacador
(aquele que primeiro se obriga).
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DIREITO COMERCIAL
8. PAGAMENTO DO TÍTULO
10. PROTESTO
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DIREITO COMERCIAL
10.1. Modalidades
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DIREITO COMERCIAL
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MÓDULO XVII
DIREITO CONSTITUCIONAL
PODER JUDICIÁRIO
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DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO CONSTITUCIONAL
1. PODER JUDICIÁRIO
1
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DIREITO CONSTITUCIONAL
A garantia de autonomia financeira está prevista nos artigos 99, § 1.º, e 168, ambos
da Constituição Federal. Dentro dos limites estipulados, conjuntamente com os demais
poderes na Lei das Diretrizes Orçamentárias, cada Tribunal elabora sua proposta
orçamentária, sendo que a dotação aprovada pelo Poder Legislativo deve ser repassada até
o dia 20 de cada mês (artigo 168 da Constituição Federal).
• Na esfera federal:
• Na esfera estadual:
• Na esfera municipal:
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Por seis votos contra cinco, o Supremo Tribunal Federal não concedeu a liminar que
visava à suspensão do artigo 20 da Lei de Responsabilidade Fiscal (ADIn n. 2.238/00).
O controle externo das verbas do Poder Judiciário é feito pelo Tribunal de Contas.
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________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO CONSTITUCIONAL
a) Vitaliciedade
Em primeiro grau, é adquirida após dois anos de exercício (em razão da emenda
constitucional da reforma do Poder Judiciário, ainda não aprovada, poderá subir para três
anos, prazo já exigido para a aquisição da estabilidade daqueles servidores nomeados para
cargos efetivos).
Durante os dois primeiros anos, a perda do cargo dá-se por deliberação da maioria
qualificada (2/3) dos membros do tribunal (ou do órgão especial) a que o juiz estiver
vinculado, garantida a ampla defesa.
Para José Afonso da Silva (posição minoritária), a disponibilidade somente pode ser
decretada pelo Tribunal Pleno (e não pelo Órgão Especial, onde houver), e durante sua
incidência os subsídios serão integrais.
Nos tribunais com mais de 25 julgadores pode ser constituído um órgão especial,
com o mínimo de 11 e o máximo de 25 desembargadores, que exercerão as atribuições
administrativas e jurisdicionais de competência do Tribunal Pleno (artigo 93, inciso XI, da
Constituição Federal).
b) Inamovibilidade
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Pela inamovibilidade, o juiz titular somente deixa sua sede de atividades (por
remoção ou promoção) voluntariamente. Como exceção temos a remoção compulsória, por
motivo de interesse público.
O magistrado da Justiça Militar pode ser obrigado a exercer suas funções nos locais
para onde as tropas forem deslocadas, em exceção à inamovibilidade.
c) Irredutibilidade de subsídios
Garantia estendida a todos os servidores públicos civis e militares pelo artigo 37,
inciso XV, da Constituição Federal. De acordo com o Supremo Tribunal Federal, trata-se
de irredutibilidade meramente nominal, inexistindo direito à automática reposição do valor
corroído pela inflação.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Verifica-se, portanto, que mesmo antes do debate sobre a “lei da mordaça” (projeto
que tramita no Congresso Nacional impondo restrições às informações que podem ser
transmitidas pelos magistrados, membros do Ministério Público e Delegados de Polícia), os
membros do Poder Judiciário já estavam sujeitos a restrições quanto às suas manifestações.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Recebida a lista sêxtupla, o Tribunal formará uma lista tríplice, enviando-a ao Chefe
do Executivo. Em 20 dias o Chefe do Executivo fará a nomeação de um dos indicados (é
uma exceção à autonomia administrativa do Poder Judiciário).
No âmbito dos Tribunais Regionais Federais, a lista sêxtupla é elaborada pela OAB
Federal, enquanto para os Tribunais Estaduais, a lista é elaborada pela respectiva seccional
da Ordem dos Advogados do Brasil.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
É obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco
alternadas na lista de merecimento (são as denominadas indicações).
Na promoção por antiguidade, o Tribunal somente pode recusar o juiz mais antigo
pelo voto de 2/3 dos seus membros.
São garantidos subsídios com diferença não superior a 10% de entrância para
entrância, observados como teto os subsídios dos ministros do Supremo Tribunal Federal
(artigo 37, inciso XI, da Constituição Federal, que depende de regulamentação por lei de
iniciativa conjunta dos Presidentes da República, da Câmara dos Deputados, do Senado e
do Supremo Tribunal Federal; artigo 48, inciso XV, da Constituição Federal).
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Da mesma forma, temos a Justiça Estadual Comum, formada por órgãos judiciários
integrados no ordenamento dos Estados-membros.
A Justiça Especial não se confunde com a Justiça de Exceção (vedada pelo artigo
5.º, inciso XXXVII, da Constituição Federal).
Caso uma comarca não seja sede da Justiça Federal, a lei poderá permitir que causas
de competência da Justiça Federal sejam processadas e julgadas pela Justiça Estadual, com
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DIREITO CONSTITUCIONAL
recurso para o Tribunal Regional Federal da área de jurisdição do juiz de primeiro grau
(por exemplo, o artigo 27 da Lei n. 6.368/76, que trata do tráfico internacional de
entorpecentes, prevê o julgamento pela Justiça Estadual se o local da prática do crime for
Município que não seja sede de Vara da Justiça Federal).
Existem cinco Tribunais Regionais Federais, nos termos do artigo 27, § 6.º, do Ato
das Disposições Constitucionais Transitórias.
Os juízes classistas que remanesceram atuaram até o término dos seus mandatos, e,
cessado o mandato de um (empregador ou empregado), o outro deixava de atuar (sem
prejuízo dos subsídios até terminar o seu mandato).
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Os vogais das Juntas e seus suplentes, até a Emenda Constitucional n. 24/99, eram
nomeados pelo Presidente do Tribunal Regional do Trabalho respectivo, de acordo com as
listas tríplices que eram encaminhadas pelos sindicatos de empregados e empregadores
com base territorial na área da junta a ser provida.
Para constar da lista tríplice, o candidato deveria ser brasileiro, ter reconhecida
idoneidade moral, mais de 25 e menos de 70 anos de idade, estar no gozo dos direitos civis
e políticos, estar quite com o serviço militar, contar com mais de dois anos de efetivo
exercício da profissão e ser sindicalizado (era o sindicato quem atestava os dois últimos
requisitos). Ao contrário do juiz-presidente (togado), o vogal não precisava ser bacharel em
direito.
O mandato do vogal era de três anos, admitida uma recondução por igual período.
O juiz classista tinha como função formular perguntas e votar nos julgamentos.
Nas regiões onde não havia Juntas Trabalhistas, os julgamentos eram feitos pelos
Juízes de Direito, com recurso para o Tribunal Regional do Trabalho. A regra subsiste para
as regiões que não dispõem de Varas Trabalhistas (artigo 112 da Constituição Federal).
• Juízes do Trabalho.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Acredita-se que desde logo seja possível a aplicação subsidiária da Lei n. 9.099/95
aos processos trabalhistas instaurados de acordo com o novo rito, afastando-se, sempre que
viável, a incidência do Código de Processo Civil. É que o direito processual comum (artigo
769) do rito sumaríssimo passou a ser a Lei dos Juizados Especiais.
Os Tribunais Regionais Eleitorais são compostos por sete membros. Dois são
escolhidos dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado, dois entre Juízes
de Direito, um do Tribunal Regional Federal da região respectiva e os dois advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral indicados pelo Tribunal de Justiça dos Estados-
membros ou do Distrito Federal em lista sêxtupla, nomeados pelo Presidente da República
(artigo 120 da Constituição Federal).
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DIREITO CONSTITUCIONAL
advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal
Federal em lista sêxtupla.
Salvo motivo justificado, os juízes dos Tribunais Eleitorais servirão por no mínimo
dois anos, e nunca por mais de dois biênios consecutivos (quatro anos).
As Juntas Eleitorais são presididas por um Juiz de Direito (seja ou não juiz eleitoral)
e por dois ou quatro cidadãos de notória idoneidade. À junta eleitoral compete apurar as
eleições, resolver as impugnações e incidentes verificados durante a apuração, expedir os
boletins de apuração e o diploma aos eleitos para cargos municipais.
Em primeiro grau, as funções (como parte ou custos legais, nos termos do artigo 127
da Constituição Federal) do Ministério Público eleitoral são exercidas pelos membros do
Ministério Público estadual designados pelo Procurador Geral de Justiça no Estado (artigo
73 da Lei n. 8.625/93 e artigo 72 da Lei Complementar n. 75/93).
Os principais recursos estão previstos no artigo 102, inciso II, alínea “a”, e inciso
III, alínea “a”, da Constituição Federal, nos §§ 3.º e 4.º do artigo 121 da Constituição
Federal, nos artigos 257 a 282 do Código Eleitoral, nos artigos 8.º e 11 da Lei
Complementar n. 64/90 e no § 5.º do artigo 58 da Lei n. 9.504/97.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Não há previsão de interrogatório, o qual poderá ser facultado pelo juiz eleitoral ao
acusado. Recebida a denúncia, o acusado é citado para contestar em dez dias, seguindo-se
com a coleta dos depoimentos das testemunhas e as alegações finais (artigos 355 a 364 do
Código Eleitoral).
Dez dos ministros são militares da ativa, sendo três oficiais-generais da Marinha,
três oficiais-generais da Aeronáutica e quatro oficiais-generais do Exército.
Cinco ministros são civis escolhidos dentre os brasileiros maiores de 35 anos, sendo
três entre advogados de notório saber jurídico e reputação ilibada, com mais de dez anos de
efetiva atividade profissional (como se exige para o quinto constitucional), e dois por
escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público Militar.
• que esteja presente uma das situações previstas no artigo 9.º do Código Penal
Militar (Decreto-lei n. 1.001/69).
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DIREITO CONSTITUCIONAL
I – os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei
penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição
especial;
II – os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição
na lei penal comum, quando praticados:
* Alínea “c” com redação dada pela Lei n. 9.299, de 7.8.1996 (DOU de 08.8.1996,
em vigor desde a publicação).
III – os crimes praticados por militar da reserva ou reformado, ou por civil, contra
as instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I,
como os do inciso II, nos seguintes casos:
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________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO CONSTITUCIONAL
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função
da natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da
ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para aquele
fim, ou em obediência a determinação legal superior.
Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e
cometidos contra civil, serão da competência da justiça comum.*
Caso um militar, no mesmo contexto, pratique um delito não tipificado na lei penal
militar e um delito tipificado como crime militar, haverá a separação dos processos. À
Justiça Militar caberá processar e julgar o crime militar, enquanto à Justiça Comum caberá
processar e julgar o crime não tipificado como militar (alguns crimes estão tipificados nas
leis penais comuns e nas leis penais militares, outros; porém, somente estão previstos em
uma das leis).
Não cabe habeas corpus com relação ao mérito das punições disciplinares militares
(artigo 142, § 2.º, da Constituição Federal). Aspectos de estrita legalidade, porém, estão
sujeitos ao remédio constitucional.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Os crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil em tempo de paz, são de
competência da Justiça Comum e conseqüentemente estão sujeitos ao Tribunal do Júri (Lei
n. 9.299/96). Mesmo com a nova lei, o inquérito será processado por autoridades militares,
nos termos da parte final do § 4.º do artigo 144 da Constituição Federal.
Arruda Alvim leciona que “os arts. 24, inc. X, e 98, inc. I, ambos da CF, indicam
duas realidades distintas. Através do art. 24, inc. X, citado, verifica-se que o legislador
constitucional assumiu a existência dos Juizados de Pequenas Causas; já tendo em vista o
disposto no art. 98, inc. I, citado, constata-se que, nesta hipótese, refere-se o texto a causas
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DIREITO CONSTITUCIONAL
cíveis de menor complexidade. Estas, como se percebe, não são aquelas (ou, ao menos, não
devem ser aquelas) que dizem respeito ao Juizado de Pequenas Causas.
As causas de menor complexidade no âmbito civil são aquelas que não exigem
prova técnica de alta investigação, estando a questão disciplinada basicamente pelo artigo
3.º da Lei n. 9.099/95.
Pela Lei n. 9.841/99, já regulamentada pelo Decreto n. 3.474/00, além das pessoas
físicas capazes, maiores de 18 anos, também as microempresas estão autorizadas a figurar
como autoras nos Juizados Especiais Cíveis.
Leciona o Prof. Damásio de Jesus que o parágrafo único do artigo 2.º da Lei n. 10.
259/01 derrogou o artigo 61 da Lei n. 9.099/95 (que estabelecia ser de menor potencial
ofensivo a infração cuja pena máxima cominada era de até um ano), pois do contrário
seriam afrontados os princípios constitucionais da igualdade e da proporcionalidade
(Informativo Phoenix 22 – Complexo Jurídico Damásio de Jesus – agosto de 2001)
As teses, porém, ainda encontram resistência, sendo que parte da doutrina sustenta
que a regra dos dois anos não se aplica às infrações de competência da Justiça Estadual.
19
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Castro Nunes, em sua obra Teoria e Prática do Poder Judiciário, ensina que o
objetivo maior da Justiça de Paz é “permitir aos Estados, na modelação de seus aparelhos,
utilizar-se de uma forma de colaboração que, em nosso País, dada a sua extensão territorial,
terá nisso uma razão de ser, porque o Juiz de Paz é a Justiça em cada Distrito, ao pé da
porta dos moradores de cada localidade, para as pequenas demandas que exijam solução
pronta e abreviada nas formas processuais.
4
GRINOVER, Ada Pellegrini e GOMES, Luiz Flávio. Juizados Especiais Criminais. 1.ª ed., São Paulo: RT, 1996. p.
66.
5
LAGRASTA NETO, Caetano, coord. São Paulo: Juarez de Oliveira, 1999.
20
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Costa Manso, porém, bem adverte que “o caráter liberal da instituição obliterou-se
inteiramente. Hoje o Juiz de Paz, em regra, é um instrumento da política local e, portanto,
um instrumento da opressão. Nem é mais Juiz, nem é da paz”.
Sobre o tema, merece destaque o minucioso estudo desenvolvido pelo Exmo. Sr. Dr.
Antônio Carlos Alves Braga, Corregedor de Justiça do Estado de São Paulo nos anos de
1994 e 1995, publicado no DOE-Poder Judiciário, caderno 1, seção XXIII, de 6.10.1995,
no qual se destaca que o Juiz de Paz poderá exercer suas funções como conciliador dos
Juizados Especiais, a critério do juiz-presidente do respectivo Juizado.
• não cabe Recurso Especial de decisão proferida por juiz singular, como na
hipótese dos embargos infringentes previstos na Lei n. 6.830/80 (artigo 105,
inciso III, da Constituição Federal);
• não cabe Recurso Especial contra decisões dos Juizados Especiais para Causas
Cíveis de menor complexidade e Causas Penais de menor potencial ofensivo,
pois as Turmas de Recurso não são Tribunais. Nesse sentido a Súmula n. 203 do
Superior Tribunal de Justiça;
21
________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO CONSTITUCIONAL
O prazo para o Recurso Especial (STJ), para o Recurso Ordinário (STJ ou STF) e
para o Recurso Extraordinário (STF) em regra é de 15 dias (artigo 508 do Código de
22
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Já a Súmula n. 356 estabelece que “o ponto omisso da decisão, sobre o qual não
foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de Recurso Extraordinário, por
faltar o requisito do prequestionamento”.
23
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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MÓDULO XVII
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
1. RESPOSTA DO RÉU
1.1. Contestação
Contestação significa o ato jurídico de impugnação às pretensões do autor.
b) Inépcia da inicial: baseia-se na figura da inépcia do art. 295, inc. I, par. ún., do
Código de Processo Civil.
1
________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
c) Litispendência: esta ocorre quando uma ação é reproduzida no Juízo que ora a
examina, isto é, ela já foi ajuizada, existe em outra Vara com as mesmas partes, a
mesma causa de pedir e o mesmo pedido (art. 301, inc. V, §§ 1.º e 2.º, do CPC).
e) Conexão: a conexão se dá quando uma ação guarda estreita relação com outra,
sendo-lhes comum o objeto ou a causa de pedir (arts. 301, inc. VII, e 103,
ambos do CPC). Comprovada a conexão, o feito não se extingue, devendo os
autos serem remetidos ao Juízo prevento.
1.2. Exceção
Trata-se de defesa de natureza processual. Visa que o Juízo não adentre ao mérito
sem antes vencer um obstáculo de processo ou que, simplesmente, pare nesse obstáculo.
2
________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Claro está que o impedimento não pode ser esquecido, podendo ser aplicada a lei
processual comum (princípio da subsidiariedade).
“Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser opostas, com
suspensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência”.
Não cabe recurso das decisões proferidas nas exceções (art. 799, § 2.º, da CLT),
salvo se terminativas do feito na Justiça do Trabalho. Ex.: acolhe o Juízo a exceção de
incompetência em razão da matéria (neste caso, cabe recurso).
1.3. Reconvenção
Reconvenção é ação autônoma ou contra-ação proposta pelo réu (reconvinte) em
face do autor (reconvindo) no mesmo feito e Juízo em que é demandado. É o ataque que o
réu faz contra o autor. É ação e não meio de defesa que deve ser apresentada na
oportunidade da contestação em audiência.
2. PRESCRIÇÃO
3
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
A prescrição deve ser argüida como prejudicial do mérito, na defesa (art. 265, inc.
IV, do CPC).
4
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MÓDULO IX
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
2. DEFINIÇÃO
1
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
2
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
De 1960 a 1980 ocorreu uma evolução importante desse processo, passando de uma
fase de simples cooperação (enfatiza-se o esforço para a realização de um trabalho em
comum para dar curso mais flexível à produção, para eliminar as barreiras protecionistas
que pudessem criar obstáculos à fluência das relações de produção, circulação e consumo)
para uma fase de maior abrangência e profundidade, ou seja, para a fase de integração,
caracterizada pela presença de um esforço global de reagrupamento, de unificação e de
coordenação, com a finalidade de se construir um conjunto coerente com a exclusão de
discriminação, afastando toda e qualquer medida de política econômica imposta por um
Estado em seu exclusivo proveito.
O art. 1.º do Tratado de 1980 revela a amplitude conceitual nos seguintes termos:
“Pelo presente Tratado, as Partes Contratantes dão prosseguimento ao processo de
integração encaminhado a promover o desenvolvimento econômico-social, harmônico e
equilibrado, da região e, para esse efeito, instituem a Associação Latino-Americana de
Integração (doravante denominada ‘Associação’) cuja sede é a cidade de Montevidéu,
República Oriental do Uruguai”.
Esses dois Tratados de Montevidéu não conseguiram implantar o desiderato por eles
manifestado, uma vez que, para tal, seria necessária uma vontade efetiva, e esta, na
verdade, não existiu. Somente após o sucesso alcançado pela Comunidade Européia,
manifesta-se a tendência para a formação efetiva de um processo de implantação de bases
comunitárias. O caminho à cooperação e à integração ocorreu a partir de 1985, com o
Tratado de Iguaçu e com o Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento, em
1988.
4
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
Esse Tratado torna mais uma vez evidente que a adoção de políticas econômicas não
pode mais fazer-se restritivamente ao âmbito de um Estado. A necessidade da integração
impõe direcionamentos à ação estatal em direção à convergência dos esforços,
eliminando-se as posições político-econômicas discriminatoriamente protecionistas.
• defesa da concorrência;
• regime de adequação;
• código aduaneiro;
5
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
Essa reunião conferiu (Protocolo de Ouro Preto – art. 34) ao Mercosul personalidade
jurídica, permitindo-lhe , assim, praticar todos os atos necessários à realização de seus
objetivos, em especial contratar, adquirir ou alienar bens móveis e imóveis, comparecer em
juízo etc.
Esse novo espaço, entretanto, exige a adoção de novas políticas econômicas que
deverão levar em conta não somente os aspectos quantitativos, mas também os
qualitativos, para que se possa alcançar uma verdadeira integração e convergência política.
6
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MÓDULO IX
DIREITO ELEITORAL
Votação – Apuração – Impugnações –Recurso Contra a
Diplomação – Impugnação de Mandato Eletivo
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DIREITO ELEITORAL
DIREITO ELEITORAL
1. VOTO
O sufrágio (do latim sufragium, apoio) representa o direito de votar e ser votado e é
considerado universal quando se outorga o direito de votar a todos que preencham os
requisitos básicos previstos na Constituição, sem restrições derivadas de condição de raça,
de fortuna, de instrução, de sexo ou de convicção religiosa.
O voto, que é personalíssimo (não pode ser exercido por procuração), pode ser
direto (como determina a atual Constituição Federal) ou indireto. É direto quando os
eleitores escolhem seus representantes e governantes sem intermediários. É indireto
quando os eleitores (denominados de primeiro grau) escolhem seus representantes ou
governantes por intermédio de delegados (eleitores de segundo grau) que participarão de
um Colégio Eleitoral ou órgão semelhante.
1
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITO ELEITORAL
O voto, com valor igual para todos, é a aplicação no direito político da garantia de
que todos são iguais perante a lei (cada eleitor vale um único voto – one man, one vote).
2. VOTAÇÃO E IMPUGNAÇÕES
Os atos relacionados à votação e sua fiscalização estão disciplinados nos artigos 104
e 114 a 156 do Código Eleitoral. A apuração, as impugnações e os recursos estão
disciplinados pelos artigos 158-195 do mesmo diploma legal.
Compete ao Tribunal Superior Eleitoral, com base no artigo 23, inciso IX, do
Código Eleitoral, combinado com o artigo 105 da Lei n. 9.504/97, regulamentar, até o dia 5
de março do ano das eleições, os procedimentos relativos à votação e à apuração das
eleições.
2
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITO ELEITORAL
Conforme consta dos Acórdãos ns. 108.451 e 111.129, ambos do Tribunal Regional
Eleitoral/SP, e do Recurso n. 8.714 do Tribunal Superior Eleitoral (DJU de 30.4.1990), o §
6
COSTA, Tito. Recursos em Matéria Eleitoral. 7.ª ed. São Paulo: RT. p. 190.
3
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DIREITO ELEITORAL
Talvez por perceber que a legitimidade de cada eleição exige a análise do caso
concreto, o legislador não definiu o que é a corrupção, a fraude, ou o abuso do poder
econômico, político ou de autoridade, garantindo uma fluidez de conceito capaz de dotar
de eficácia e operacionalidade o sistema jurídico eleitoral. Sobre o tema, merece destaque a
seguinte exposição de Antonio Carlos Mendes:7 “É contrário à noção de operacionalidade
estabelecer um rol de proibições, um rol conceitualmente estabelecido de situações de
ordem fática configuradoras do abuso de poder econômico. Por quê? Porque essa não é a
melhor abordagem da teoria do abuso do poder econômico; porque com isso, ao se
estabelecer em numerus clausulus as hipóteses de abuso de poder econômico, estar-se-ia, é
certo, excluindo outras situações fáticas, juridicamente relevantes à configuração desse
mesmo abuso”.
7
I Seminário Brasileiro de Direito Eleitoral. Anais do TRE do Rio Grande do Sul. 1990. p. 68.
8
Direito Eleitoral Brasileiro. 8.ª ed.São Paulo: Edipro, 2000. p. 264.
4
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITO ELEITORAL
Tito Costa9 dá maior amplitude a esse rol e aceita também que eleitor, associação de
classe e sindicatos figurem no pólo ativo da ação de impugnação de mandato eletivo.
Por fim há que se observar que a condenação definitiva por abuso do poder
econômico ou político gera a inelegibilidade também para as eleições que se realizarem
nos três anos seguintes, ao da data da eleição em que se verificou (Súmula 19 do TSE e
alínea “d” do inciso I do artigo 1.º da Lei Complementar n. 64/90).
7
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MÓDULO IX
DIREITO INTERNACIONAL
Teorias das Qualificações e Preceitos Básicos
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________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITO INTERNACIONAL
DIREITO INTERNACIONAL
Como já foi visto, os elementos de conexão são vias para a aplicação do Direito
substantivo, brasileiro ou estrangeiro, conforme principalmente a Lei de Introdução ao
Código Civil (elementos pessoais, reais, delituosos etc.). Assim, necessário se faz examinar
a Teoria das Qualificações, dada sua importância no desenvolvimento do Direito
Internacional Privado.
A referida Teoria foi desenvolvida pelos juristas Franz Kaltn, na Alemanha (1891), e
Etienne Bartin, na França (1897).
Dessa forma, qualificar é saber com clareza como e qual instituto é aplicável à
situação apresentada.
A Lei de Introdução ao Código Civil adotou três critérios de qualificação: lex rei
sitae (lex causae), lex obrigationis (lex causae) e, para os demais casos, a lex fori.
1
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITO INTERNACIONAL
Assim, quando há imóvel envolvido, a qualificação se faz pela lei do lugar onde se
situa o bem. Igualmente, o legislador optou pela lei da causa nas obrigações. Quaisquer
outros problemas com a qualificação dos institutos, com a exata natureza dos mesmos,
serão resolvidos pela lei do próprio território.
2. PRECEITOS BÁSICOS
A afirmação acima não vale apenas para o Direito Internacional Privado, e sim para
todos os ramos. A ordem pública não pode ser desobedecida; todavia, na referida matéria a
questão ganha relevância, tendo em vista as possibilidades de aplicação do Direito
Estrangeiro.
O artigo 17 da Lei de Introdução ao Código Civil é claro: “As leis, atos e sentenças
de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil,
quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes” (grifo
nosso).
2
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITO INTERNACIONAL
Cabe aqui um exemplo famoso para ilustrar o instituto: o casamento entre Sophia
Loren e Carlos Ponti. Ambos adquiriram a nacionalidade francesa, para que Carlos Ponti
pudesse divorciar-se de sua primeira esposa e contrair núpcias com Sophia Loren, porque a
Itália, na época, não permitia o divórcio.
2.3. Reenvio
Reenvio significa retorno e o nosso Direito o proíbe. O Direito aplicável será aquele
que a norma brasileira determinar: o Estrangeiro ou o próprio Direito Interno.
• 1.º grau: ocorre, por exemplo, quando um país “A” nega competência à sua lei
interna, considerando aplicável a lei de um país “B”; no entanto, esse país “B”
nega competência à sua lei interna e considera aplicável a lei do país “A”, ou
seja, a questão não se resolve;
• 2.º grau: quando envolve um terceiro país, com o retorno de aplicação para o
primeiro;
3
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITO INTERNACIONAL
Direito Internacional Privado é instrumental, ou seja, serve para apontar onde se encontra a
solução, não diz qual é a solução.
Para resolver a questão prévia aplica o juiz ou o Direito do foro ou o próprio Direito
estrangeiro, aplicável à questão principal (dependendo do que menciona a lei).
4
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MÓDULO XVII
DIREITO PENAL
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DIREITO PENAL
DIREITO PENAL
Enquanto o furto é a subtração pura e simples de coisa alheia móvel, para si ou para
outrem (artigo 155 do Código Penal), o roubo é a subtração de coisa móvel alheia, para si
ou para outrem, mediante violência, grave ameaça ou qualquer outro recurso que reduza a
possibilidade de resistência da vítima.
O caput do artigo 157 trata do roubo próprio, e o seu § 1.º descreve o que a doutrina
chama roubo impróprio. A diferença reside no preciso instante em que a violência ou a
grave ameaça contra a pessoa são empregadas. Quando o agente pratica a violência ou
grave ameaça, antes ou durante a subtração, responde por roubo próprio; quando pratica
esses recursos depois de apanhada a coisa, para assegurar a impunidade do crime ou a
detenção do objeto material, responde por roubo impróprio.
• Qualquer outro meio: é a chamada violência imprópria, que pode ser revelada,
por exemplo, pelo uso de sonífero, de hipnose etc. A simulação de arma e o uso
de arma de brinquedo configuram a grave ameaça.
A “trombada” será considerada violência se for meio utilizado pelo agente para
reduzir a vítima à impossibilidade de resistência, caracterizando o roubo e não o furto (um
forte empurrão, por exemplo). Se, no entanto, a “trombada” consistir num mero esbarrão,
1
________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO PENAL
Sim, pois a vítima do roubo é tanto quem sofre a lesão patrimonial, como quem
sofre a violência ou grave ameaça. Exemplo: se A empresta seu carro a B, sendo este
último assaltado, ambos serão vítimas.
Da mesma forma, havendo grave ameaça contra duas pessoas, mas lesado o
patrimônio de apenas uma, haverá crime único, porém, com duas vítimas.
Empregada grave ameaça contra cinco pessoas e lesado o patrimônio de três, por
exemplo, há três crimes de roubo em concurso formal.
E se o agente emprega grave ameaça contra uma pessoa para subtrair bens de duas?
Nesse caso, se o agente não sabe que está lesando dois patrimônios, há crime único,
evitando-se a responsabilidade penal objetiva; se o agente sabe que está lesando dois
2
________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO PENAL
1.7. Tentativa
A tentativa é possível e será verificada quando, iniciada a execução, mediante
violência ou grave ameaça, o agente não consegue efetivar a subtração; não se exige o
início da execução do núcleo “subtrair”, e sim da prática da violência, conforme entende o
Prof. Damásio de Jesus.
No roubo próprio, a lei menciona três meios de execução, que são a violência, a
grave ameaça ou qualquer outro recurso que dificulte a defesa da vítima. No roubo
impróprio, a lei menciona apenas dois, que são a grave ameaça e a violência, incabível o
emprego de sonífero ou hipnose (violência imprópria).
• Que o agente tenha se apoderado do bem que pretendia furtar. Se o agente ainda
não tinha a posse do bem, não se pode cogitar de roubo impróprio, nem de
tentativa. Exemplo: o agente está tentando arrombar a porta de uma casa, quando
alguém chega ao local e é agredido pelo agente, que visa garantir sua
impunidade e fugir sem nada levar. Haverá tentativa de furto qualificado em
concurso material com o crime de lesões corporais.
1.8.3. Consumação
O roubo impróprio consuma-se no exato momento em que é empregada a violência
ou grave ameaça, ainda que o agente não atinja sua finalidade (garantir a impunidade ou
evitar a detenção).
4
________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO PENAL
1.8.4. Tentativa
A tentativa não é admissível, pois ou o agente emprega a violência ou a grave
ameaça e o crime de roubo impróprio está consumado, ou não as emprega e o crime
praticado é o de furto. Esse é o entendimento predominante na doutrina e na
jurisprudência.
IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior;
5
________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO PENAL
Arma é qualquer instrumento que tenha poder vulnerante. A arma pode ser própria
ou imprópria. Arma própria é a criada especificamente para ataque e defesa, tal como o
revólver, por exemplo. Arma imprópria é qualquer objeto que possa matar ou ferir, mas
que não possui esta finalidade específica, como, por exemplo, faca, tesoura, espeto etc.
Para o aumento da pena, é necessário que a arma seja apontada para a vítima; não
basta que o agente esteja armado e que a vítima tome conhecimento disto.
Para nós, o fundamento dessa causa de aumento é o poder intimidador que a arma
exerce sobre a vítima. Assim, não importa o poder vulnerante da arma, desde que ela seja
apta a incutir medo na vítima, facilitando o roubo. Assim, a arma de fogo descarregada ou
defeituosa ou o simulacro de arma configuram a majorante em tela.
• deve ser apreciada na sentença final como critério diretivo de dosagem da pena
(circunstância judicial do artigo 59 do Código Penal);
Observe-se que essa majorante não se aplica nos casos em que ocorre o chamado
seqüestro-relâmpago, embora tenha sido esta a intenção da lei. Com efeito, o seqüestro-
relâmpago não se trata de roubo, mas sim de extorsão, pois o comportamento da vítima, no
sentido de fornecer a senha do cartão magnético, é imprescindível para o sucesso da
empreitada criminosa. Como se vê, no caso do seqüestro-relâmpago, não se trata de
subtração e por isso não se pode falar em roubo. Assim, em que pese a boa intenção do
legislador, essa circunstância incidirá em outras situações, nas quais a privação de
7
________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO PENAL
liberdade da vítima for utilizada com meio para a realização de um roubo ou, após a sua
consumação, como forma de fugir à ação policial.
A parte final dispõe que “se resulta morte, a reclusão é de 20 (vinte) a 30 (trinta)
anos, sem prejuízo da multa”. É o denominado latrocínio, considerado crime hediondo nos
termos da Lei n. 8.072/90.
Destarte, não confundir tentativa de latrocínio com roubo qualificado pela lesão
grave. No latrocínio tentado, o agente tem intenção de matar a vítima, o que não ocorre por
circunstâncias alheias à sua vontade. No roubo qualificado pela lesão grave, o agente tem
intenção de lesionar a vítima.
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________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO PENAL
O nexo causal estará presente quando a violência constituir meio para a subtração
(roubo próprio) ou quando for empregada para garantir a detenção do bem ou a
impunidade do agente (roubo impróprio).
Exemplos:
Exemplo 1: João rouba alguém hoje; semanas depois, para garantir a impunidade,
mata a vítima. Responderá por roubo em concurso material com homicídio, pois a
violência não foi empregada no mesmo contexto fático.
Exemplo 2: ladrão mata um desafeto seu, que passa pelo local durante o roubo. Foi
durante o roubo, mas não em razão dele.
Tem-se, como regra, que a morte ou lesão corporal grave, resultando de violência,
pode ser de qualquer pessoa (exemplo: segurança da vítima).
Súmula n. 603 do Supremo Tribunal Federal: “ainda que a morte seja dolosa, por
haver latrocínio (crime contra o patrimônio), a competência é do juízo singular”.
ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de
fazer alguma coisa”.
1.ª) Para Nelson Hungria, no roubo o bem é tirado da vítima, e na extorsão a vítima
entrega o bem.
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DIREITO PENAL
Questão: Como ficará a repressão do crime de seqüestro, já que o artigo 158 não o
prevê como causa de aumento de pena?
Quando o agente emprega fraude e violência ou grave ameaça para obter a coisa, o
delito é de extorsão, pois a entrega ocorre não em razão da fraude, mas sim da violência ou
grave ameaça. Observe o exemplo citado por Nelson Hungria: “Uma pessoa simula ser
policial e, sob ameaça de morte, obriga a vítima a entregar-lhe certa quantia em dinheiro”.
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________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO PENAL
Note-se que aqui a lei fala em cometimento, não em concurso, sendo indispensável,
pois, que os co-agentes pratiquem atos executórios do crime. Exige-se, portanto, a co-
autoria e não a mera participação. Não se deve confundir essa majorante com a prevista no
crime de roubo e furto, que prevêem o concurso de pessoas, o qual abrange a co-autoria e a
participação.
As penas foram alteradas pela Lei n. 8.072/90, que aumentou a pena privativa de
liberdade de 6 (seis) a 12 (doze) anos para 8 (oito) a 15 (quinze) anos, eliminando a multa.
O caput do artigo 159 do Código Penal trata da forma simples da extorsão mediante
seqüestro: “seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do resgate”.
3.4. Consumação
O crime se consuma no momento do seqüestro, com a privação da liberdade de
locomoção da vítima. Trata-se, portanto, de crime formal, já que não exige o pagamento do
resgate, considerado simples exaurimento. Tratando-se de delito permanente, poderá
ocorrer prisão em flagrante enquanto a vítima estiver sob o poder dos seqüestradores
(artigo 303 do Código de Processo Penal).
3.5. Competência
A competência para julgamento desse delito é do local onde se deu a consumação.
Se o crime consumar-se em território de duas comarcas, ambas serão competentes,
fixando-se uma delas por prevenção (artigo 71 do Código de Processo Penal).
3.6. Tentativa
A tentativa é possível quando, iniciado o ato de “seqüestrar”, os agentes não tiverem
êxito na captura da vítima.
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________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO PENAL
Se o crime for cometido por quadrilha ou bando (reunião de mais de três pessoas
para o fim de cometer crimes), aplica-se a qualificadora do parágrafo em análise. Nesse
caso, questiona-se: fica absorvido o delito de quadrilha ou bando previsto no artigo 288 do
Código Penal? A resposta é sim, segundo o Prof. Victor E. Rios Gonçalves, pois “apesar de
ser delito formal e normalmente autônomo em relação às infrações perpetradas pelos
quadrilheiros, nesta hipótese constituiria inegável bis in idem”. Para nós, entretanto, existe
concurso material com o delito de quadrilha ou bando que tem momento consumativo e
objetividade jurídica diversa.
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________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO PENAL
O parágrafo foi inserido pela Lei dos Crimes Hediondos, alterada pela Lei n.
9.269/96. Trata-se de causa de diminuição de pena.
Responde pelo crime do artigo 346 do Código Penal quem tira, suprime, destrói ou
danifica coisa própria que se encontra em poder de terceiro em razão de contrato (exemplo:
aluguel, penhor etc.) ou de ordem judicial (exemplo: juiz determina a penhora de um bem
entregue a depositário).
Não há crime de dano culposo previsto pela legislação comum. No Código Penal
Militar existe, por exemplo, policial desidioso que danifica sua arma.
• Inutilizar: fazer com que o bem se torne inútil para as funções originárias.
• Deteriorar: qualquer outra forma de dano que não seja destruir ou inutilizar;
estragar; causar modificação para pior.
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DIREITO PENAL
4.5. Consumação
A consumação tem lugar com o efetivo dano ao objeto material, total ou parcial.
4.6. Tentativa
A tentativa é admissível.
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________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO PENAL
O preso que danifica a cela para fugir, para alguns doutrinadores, não comete crime
de dano, pois este exige intenção específica de causar prejuízo à vítima. Para outros,
incluindo-se o Prof. Damásio de Jesus, há crime de dano, pois, para sua existência, basta
que o agente tenha ciência de que causará prejuízo com sua conduta.
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MÓDULO IX
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
1. JUSTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA
Consoante os Juízes Federais Daniel Machado Rocha e José Paulo Baltazar Júnior15
“...trata-se de procedimento administrativo destinado a suprir a falta ou insuficiência de
documentos ou produzir prova de fato ou circunstâncias de interesse dos beneficiários, ou
de empresas, perante a Previdência Social” .
Ressalte-se que declaração feita em cartório por uma testemunha não é prova
documental, tratando-se sim de prova testemunhal reduzida a termo.
A justificação administrativa não pode ser proposta como processo autônomo. Ela
deve correr junto com o processo principal, que é o requerimento do benefício – artigo 142,
§ 2.º, do Decreto n. 3.048/99.
2. COMPETÊNCIA
A competência para essas ações, como regra, é da Justiça Federal (artigo 109, inciso
I, da Constituição Federal).
2
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Previdenciário para a concessão do benefício, deve ser provado o nexo causal entre a
incapacidade ou a morte do segurado e o acidente.
Nos casos das ações que envolvem benefício previdenciário não acidentário, se no
local onde o segurado ou o dependente tem domicílio não houver sede de vara da Justiça
Federal, a competência passa a ser da Justiça Estadual. A competência em caso de recurso,
porém, será do Tribunal Regional Federal – artigo 109, §§ 3.º e 4.º, da Constituição
Federal.
Das decisões dos Tribunais poderão caber ainda recurso especial ao Superior
Tribunal de Justiça e recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal.
3
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Trata-se, portando, de direito adquirido. Assim, essa pessoa terá direito ao benefício
mesmo não sendo mais segurada.
Exemplificando:
_____________________________
direito de revisão.
Hoje, o próprio direito de pedir a revisão decai em cinco anos. Anteriormente, esse
prazo era prescricional, e desta forma era possível sanar o vício a qualquer tempo; porém,
as diferenças devidas reportavam-se às prestações vencidas nos últimos cinco anos, como
na pensão alimentícia.
16
Op. cit. p. 277/278.
4
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
pode ser invocada para elidir ações revisionais que busquem a correção de reajustes
aplicadas erroneamente às prestações previdenciárias ...”.
Os incapazes terão direito a receber todo o valor que não foi pago e que lhes era
devido desde o momento que preencheram os requisitos para a concessão do benefício.
5
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MÓDULO XVII
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________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Processo Cautelar
1. BUSCA E APREENSÃO
O objeto da cautelar de busca e apreensão poderá ser uma coisa ou uma pessoa
incapaz. Essa distinção é muito importante para que se analise a natureza jurídica do
provimento da cautelar de busca e apreensão. Esse provimento poderá ter natureza
cautelar ou executiva. Terá natureza cautelar sempre que o objeto do provimento for coisa,
visto que o provimento executivo para entrega de coisa tem meio próprio.
1
________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
2. AÇÃO DE EXIBIÇÃO
A tutela da ação de exibição é bastante ampla, pois pode ter caráter principal ou
cautelar. Caso tenha caráter cautelar, pode ser preparatória ou incidental.
3.1. Objetivo
O sistema processual brasileiro é formal, porque cada ato processual deverá ser
praticado dentro de um determinado momento. Muitas vezes, porém, não se tem como
esperar esse momento, pelos mais variados motivos (perecimento de prova, desnaturação
do objeto). Daí, infere-se, segundo posição majoritária, tratar-se de medida de natureza
cautelar, pois ela evita que haja perecimento da prova, ou seja, preserva o resultado final.
2
________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O juiz só defere a oitiva antecipada se houver risco, como, por exemplo, o requerido
vai mudar de país ou está prestes a morrer.
3
________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
a) Petição inicial: artigos 281, 282 e 283 do Código de Processo Civil, no que for
compatível. O requerente deve:
• esclarecer o fato que quer demonstrar, para que o juiz verifique se aquele meio
de prova é o mais adequado para demonstrar aquele fato (ex.: será indeferido se
o sujeito quiser perícia para provar que é casado, porque essa prova será feita por
certidão, e não por perícia).
b) Liminar: proposta a cautelar, o juiz pode conceder a liminar, mas terá que
aguardar a citação do requerido para a prova ser produzida.
R.: Por ser homologatória, não há gravame, ou seja, tem cabimento, mas não tem
interesse recursal. Se o juiz, porém, na mesma sentença, resolve um incidente, como, por
exemplo, indefere pedido de esclarecimento pericial em audiência e homologa a cautelar,
cabendo apelação, pois houve gravame.
Como observação final sobre essa cautelar, ressalta-se que a prova produzida fica
em Juízo e poderá ser utilizada pelo requerido, pelo requerente, ou qualquer outro
interessado juridicamente.
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________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
4. ALIMENTOS PROVISIONAIS
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
c) Nas demais hipóteses previstas pela lei: reporta-se aos casos em que a legislação
extravagante autoriza a cautelar (ex.: investigação de paternidade).
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MÓDULO XVII
Sentença
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Sentença
1. SENTENÇA
1.1. Conceito
Sentença em sentido estrito é a decisão definitiva que o juiz profere solucionando a
causa.
a)Despachos: são atos judiciais que não possuem carga decisória, incapazes de
trazer prejuízo às partes, e que determinam a marcha do processo. Os despachos, em
regra, são irrecorríveis, mas em alguns casos, excepcionalmente, admite-se
correição parcial ou mesmo habeas corpus.
b) Decisões interlocutórias:
Mistas: são aquelas que têm força de decisão definitiva, encerrando uma etapa
do procedimento processual ou própria relação do processo, sem o julgamento
do mérito da causa. Podem ser:
1
________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO PROCESSUAL PENAL
c) Sentenças:
Absolutórias:
Observações:
Nula é a sentença em que o juiz não indica os artigos de lei. Da mesma forma, na
sentença o juiz deve examinar toda a matéria articulada pela acusação e pela defesa, sendo
nula a sentença que deixa de considerar todos os fatos articulados na inicial acusatória.
Fundamentação per relatione ocorre quando o julgador, em sua decisão, adota como
razões de decidir a fundamentação utilizada em manifestação anterior no processo.
Exemplo: quando o Tribunal adota a fundamentação do juiz de primeiro grau. Alguns
doutrinadores criticam essa possibilidade, afirmando que nesse caso é como se não
houvesse fundamentação. O Supremo Tribunal Federal e a jurisprudência, no entanto,
aceitam essa prática. O julgador pode utilizar as razões do Ministério Público se este atuou
como custos legis.
3
________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Com a publicação, o juiz não pode mais alterar a sentença por ele prolatada. Quanto
aos erros materiais, a legislação é omissa, sendo aceito que a qualquer tempo proceda-se à
correção dos pequenos erros materiais a requerimento das partes, permitindo-se a correção
inclusive ex officio pelo juiz.
A intimação da sentença deverá ser feita pessoalmente ao réu e seu defensor. Se não
forem encontrados, serão intimados por edital. O prazo do edital será de 90 dias se a pena
privativa de liberdade imposta for igual ou superior a um ano, e de 60 dias nos demais
casos.
A regra trazida no artigo 370, §§ 1.º e 2.º, do Código de Processo Penal (intimação
do defensor constituído pela imprensa) não é verificada para a sentença, que possui
disposição específica no artigo 392 do Código de Processo Penal.
A fluência do prazo recursal se inicia a partir da última intimação (do réu ou de seu
defensor), ou, se por carta precatória, da juntada da carta cumprida aos autos. No caso de
intimação por edital, o prazo da apelação correrá após o término do prazo fixado no edital.
Assim, não são admitidas decisões além ou aquém (extra petita, ultra petita ou citra
petita) do que consta na denúncia ou queixa.
4
________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Trata-se de uma garantia fundamental da defesa, que oferece resistência àquilo que
foi descrito na peça inicial.
A mutatio libelli não se trata de dar classificação jurídica diversa aos fatos narrados
na inicial, mas sim de modificação (mutatio) desses fatos, em virtude de provas produzidas
nos autos.
Se a pena for menor ou igual à anterior, deve-se observar o disposto no artigo 384,
caput, do Código de Processo Penal. O juiz deve, obrigatoriamente, baixar os autos para a
manifestação da defesa, que no prazo de 8 dias deverá produzir provas, podendo arrolar até
3 testemunhas. Caso o condene sem a adoção dessa providência, em regra, será nula a
decisão, pois o acusado tem o direito de saber qual é a nova acusação para que dela possa
se defender.
Se a pena for maior que a anterior, deve ser observado o artigo 384, parágrafo
único, do Código de Processo Penal (exemplo: durante a instrução, surgem provas de que o
crime praticado foi roubo e não furto). O juiz deve baixar os autos para o Ministério
Público aditar a denúncia no prazo de 3 dias (usa-se por analogia o prazo do artigo 46, §
2.º, do Código de Processo Penal). Em seguida, abre-se o prazo de 3 dias para a defesa se
manifestar, podendo arrolar até 3 testemunhas, e requerer a produção de provas.
5
________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO PROCESSUAL PENAL
O juiz, ao baixar os autos para o Ministério Público aditar a denúncia, deve ser
cauteloso para não antecipar o julgamento. Exemplo: não pode afirmar “não foi
furto, foi roubo”. O juiz também não pode ser lacônico a ponto de não indicar às
partes a razão pela qual aplica o artigo 384, parágrafo único, do Código de
Processo Penal, devendo, por exemplo, dizer: “... baixem-se os autos nos termos
do artigo 384, parágrafo único, do Código de Processo Penal, em virtude das
declarações prestadas a fls...”.
• Não, não se aplica porque a lei exclui essa possibilidade. Não foi esquecimento
do legislador, foi omissão proposital. Se fosse possível a aplicação do parágrafo
único do artigo 384 do Código de Processo Penal à ação penal privada, estar-se-
ia admitindo a possibilidade de o juiz obrigar o querelante a aditar a queixa,
ampliando a acusação, o que seria incompatível com o princípio da
disponibilidade da ação penal privada. O juiz não pode obrigar o ofendido a
iniciar a ação, nem a aditar a queixa. O querelante, por iniciativa própria, pode
fazê-lo, mas não pela aplicação do artigo 384, parágrafo único, do Código de
Processo Penal.
aplica o artigo 384 do Código de Processo Penal; será preciso nova acusação, que pode ser
feita:
1.5.2. Súmulas
Súmula n. 453 do Supremo Tribunal Federal: é vedada a aplicação do artigo 384,
caput e parágrafo único, do Código de Processo Penal, em segunda instância. Visa garantir
o duplo grau de jurisdição. Se o Tribunal reconhecesse e condenasse pelo outro delito,
estaria suprimindo o primeiro grau de jurisdição.
• não pode aplicar o artigo 384 do Código de Processo Penal, pois violaria o duplo
grau de jurisdição;
• não pode anular a sentença porque não pode reconhecer de ofício nulidade
prejudicial à defesa que não foi argüida pela acusação.
O Tribunal, então, deverá absolver o réu, devendo ser instaurado novo processo para
o crime de roubo, se esse ainda não prescreveu.
Se, por exemplo, o réu foi processado por dano simples (ação penal privada) e
durante a instrução verifica-se que o bem não era particular, e sim público, o dano torna-se
qualificado de ação penal pública incondicionada. Pela modificação da natureza da ação
penal, o processo não deveria ter sido instaurado por queixa, mas sim por denúncia. A
solução é anular a ação penal desde o início pela ilegitimidade ad causam.
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________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Ser o nome do réu lançado no rol dos culpados, o que poderá ocorrer após o
trânsito em julgado da sentença penal condenatória, por força do artigo 5.º,
inciso LVII, da Constituição Federal.
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MÓDULO XVII
DIREITO TRIBUTÁRIO
Isenções Tributárias
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DIREITO TRIBUTÁRIO
DIREITO TRIBUTÁRIO
1. ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS
O primeiro conceito sustenta que a obrigação tributária nasce, mas não é exigível. O
seguinte, que é o atual, sustenta que a obrigação nem mesmo chega a nascer. O que para a
doutrina clássica é isenção, na verdade, trata-se de remissão (causa extintiva da obrigação
tributária).
Decretos, em tese, não podem conceder isenções tributárias, embora sejam usados
na prática. Contra tais decretos é cabível ação popular. O Chefe do Executivo que baixar
decretos isentivos comete crime de responsabilidade (artigo 85, inciso VII, da Constituição
Federal).
Medida provisória não pode conceder isenções, dado seu caráter precário e a não
previsão legal, assim como não pode instituir tributos, embora, na prática, o Supremo
Tribunal Federal aceite a criação de tributos por medida provisória, desde que observados
os demais princípios constitucionais (anterioridade, igualdade etc.).
Lei complementar pode criar isenções para os tributos que foram instituídos por lei
complementar, tais como empréstimos compulsórios, impostos residuais e contribuições do
artigo 195, § 4.o, da Constituição Federal.
1
________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO TRIBUTÁRIO
• Isenções heterônomas: são as concedidas por pessoa política distinta daquela que
tributou. Na Constituição Federal, existem apenas duas hipóteses de isenções
heterônomas:
- artigo 155, § 2.º, inciso XII, alínea “e”, da Constituição Federal: a União, por
meio de lei complementar, pode conceder isenções de ICMS sobre
exportações de produtos não-industrializados, porque os industrializados são
imunes (artigo 155, § 2.º, inciso X, alínea “a”, da Constituição Federal). O
artigo 32, inciso I, da Lei Complementar n. 87/96, cuja inconstitucionalidade
está sendo questionada, isenta de ICMS todos os produtos ou mercadorias
destinadas a exportação (usurpação da competência tributária dos Estados,
reduzindo suas fontes arrecadatórias);
- artigo 156, § 3.º, inciso II, da Constituição Federal: autoriza a União, por
meio de lei complementar, a conceder isenções de ISS sobre exportações de
serviços.
2
________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO TRIBUTÁRIO
Esses convênios devem ser celebrados pelo Poder Executivo representado pelo
Governador, e ratificados pelo Poder Legislativo estadual (ou distrital). Em rigor, a isenção
de ICMS não é concedida pelo convênio estadual, mas sim pelo decreto legislativo que o
ratifica.
A Lei Complementar n. 24/75, artigo 4.º, estabelece que os convênios devem ser
celebrados pelo Poder Executivo, representado pelo Secretário da Fazenda, e devem ser
ratificados pelo Poder Executivo, representado pelo Governador, por meio de decreto. Esse
decreto não é lei (é ato normativo infralegal); portanto, fere o princípio da legalidade.
A referida lei dispõe, ainda, que se o Governador não ratificar em 5 dias operar-se-á
a ratificação tácita.
3
________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO TRIBUTÁRIO
As isenções são normalmente concedidas sem prazo e sem encargo. Porém, também
podem ser concedidas com prazo certo e de modo condicionado. Exemplo: os médicos que
instalarem seus consultórios na periferia do Município ficam isentos do Imposto sobre
Serviços (ISS) por 10 anos.
A lei isentiva impede que o tributo nasça. A lei remissiva faz desaparecer o tributo já
nascido. A lei anistiante faz desaparecer o ilícito tributário.
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________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
DIREITO TRIBUTÁRIO
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MÓDULO IX
DIREITOS HUMANOS
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DIREITOS HUMANOS
DIREITOS HUMANOS
1. INTRODUÇÃO
17
Introdução ao sistema interamericano de proteção dos direitos humanos: a Convenção
Americana de Direitos Humanos.In: GOMES, Luiz Flávio e PIOVESAN, Flávia (Coords.). O
Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos e o Direito Brasileiro. São Paulo: RT,
2000. p. 17-18.
1
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITOS HUMANOS
Note, portanto, que o sistema global de proteção internacional dos direitos humanos
tem duas linhas de desenvolvimento, de desdobramento – uma geral e outra específica –,
ambas se integrando para dar amplaproteção aos direitos fundamentais para a dignidade
18
Direitos Humanos Contemporâneos. São Paulo: Malheiros, 1999. p. 118.
19
.Op. cit. Introdução ao sistema interamericano de proteção dos direitos humanos: a Convenção
Americana dos Direitos Humanos p. 20.
2
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITOS HUMANOS
humana. Note ainda que “o campo de incidência do aparato global de proteção não se
limita a uma determinada região, mas pode alcançar, em tese, qualquer Estado integrante
da ordem internacional, a depender do consentimento do Estado no que se atém aos
instrumentos internacionais de proteção”20.
20
Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 4.ª ed. São Paulo: Max Limonad,
2000. p. 205.
21
STEINER, Henry. Regional arrangements – General introduction”. International Law and
Human Rights(material de curso ministrado na Harvard Law School, 1994). Apud GOMES, Luiz
Flávio e PIOVESAN, Flávia. (Coords.). Op. cit. O Sistema Interamericano de Proteção dos
Direitos Humanos e o Direito Brasileiro. p. 21. , (em nota de rodapé).
22
Idem, ibidem, p. 22.
23
Os Direitos Humanos como Tema Global. São Paulo: Perspectiva e Funag, 1994. p. 84.
3
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DIREITOS HUMANOS
Quanto ao sistema interamericano, revela que esse é o mais abrangente, uma vez
que atribui à Comissão Interamericana de Direitos Humanos(CIDH) “funções que, no
sistema das Nações Unidas, vão além daquelas da CDH ou do próprio Comitê dos
Direitos Humanos, que monitora o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos”24.
Por último, necessário considerar que essa conjugação dos sistemas global e
regional tem se mostrado positiva. O sistema normativo global apresenta um caráter mais
geral, contendo princípios básicos de proteção, e o sistema regional, complementar que é,
deve ter esse caráter, ou seja, deve ser editado levando em consideração e refletindo as
peculiaridades dos Estados, da região correspondente, complementando a normatização de
caráter geral. Desde que ambos, logicamente, comunguem os mesmos princípios, estejam
totalmente identificados e afins, não há dúvida de que essa interação é de extrema valia,
vindo ao encontro do objetivo fundamental, que é a tutela dos direitos humanos.
Carlos Weiss esclarece que a elaboração da Convenção “remonta a 1959, tendo sido
um projeto encaminhado à recém-criada Comissão Interamericana de Direitos Humanos,
mas sua edição foi ameaçada pelo surgimento dos pactos internacionais da ONU em
1966, eis que dois países – Argentina e Brasil – entendiam ser bastantes os tratados
24
STEINER, Henry. Op. cit. . p. 84.
25
Op. cit. p. 25.
4
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITOS HUMANOS
globais. Sua entrada em vigor ocorreu apenas em 1978, com o depósito do 11.º
instrumento de ratificação na Secretaria Executiva da OEA”26.
A fim de obter a adesão dos Estados Unidos, “a Conferência de São José da Costa
Rica decidiu deixar para um Protocolo à parte a declaração de direitos econômicos,
sociais e culturais; Protocolo esse que só veio a ser aprovado na Conferência
Interamericana de São Salvador, em 17 de novembro de 1988”. Além desse, outro
“Protocolo adicional à Convenção é o acordo sobre a abolição da pena de morte, obtido
na Conferência Interamericana de Assunção, em 08 de junho de 1990”27.
Além dessa consideração, o ilustre jurista, em relação a temas atualíssimos, que são
o aborto e a clonagem, acentua que: “Ao dispor no art. 4.º que o direito à vida deve ser
protegido pela lei desde o momento da concepção, vedou em princípio a legalização do
aborto. Digo ‘em princípio’, porque a cláusula em geral, constante dessa disposição,
parece abrir a possibilidade do estabelecimento de exceções à regra. De qualquer forma,
26
Op. cit. p. 99.
27
COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos. 2.ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2001. p. 364-365.
5
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITOS HUMANOS
A Convenção, podemos ainda citar, proibiu a prisão por dívidas, excepcionando tão-
somente a prisão administrativa decretada em razão de inadimplemento de obrigação
alimentar (art. 7.º), elencou garantias judiciais (art. 8.º), e trouxe, pela primeira vez,
disposição relativa ao direito à propriedade privada (uma vez que o Pacto de 1966 não tem
qualquer previsão), e fê-lo, segundo Fábio Konder Comparato, num sentido justo e
equilibrado, uma vez que o art. 21 estabelece que o uso e o gozo dos bens está subordinado
ao interesse social. Ainda de importância, condenou a usura e toda forma de exploração do
homem pelo homem, invocando que essas condutas devam ser reprimidas pela lei.
No que toca às garantias judiciais, Carlos Weiss30 diz que tais garantias são, em
regra, coincidentes com as consagradas no sistema universal, todavia destaca a prevista na
alínea "e" (direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado pelo
Estado, remunerado ou não, segundo a legislação interna, se o acusado não se defender
ele próprio, nem nomear defensor dentro do prazo estabelecido pela lei), enfatizando que
essa garantia não tem previsão no sistema global, inclusive está presente no texto
constitucional brasileiro, no art. 134, que prevê a defesa e orientação dos necessitados por
parte da Defensoria Pública.
Fábio Konder Comparato faz referência de que a Convenção segue, de modo geral,
o modelo europeu, e não o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos de 1966,
uma vez que, além da Comissão encarregada de investigar as violações (CIDH), a
Convenção criou um tribunal especial para julgar os litígios decorrentes (Corte
Interamericana); jurisdição, todavia, somente obrigatória para os Estados-partes que a
aceitem expressamente. Enfatiza, na seqüência, que a Convenção afastou-se do modelo
europeu no tocante às denúncias apresentadas à Comissão Interamericana, uma vez que
admite denúncias que contenham violações praticadas por Estados-partes, formuladas “por
qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não-governamental legalmente
reconhecida em um ou mais Estados-membros da Organização” (art. 44), “sem exigir que
o Estado-parte, apontado como responsável, haja previamente reconhecido a competência
investigativa da Comissão, tal como estatuído na Convenção Européia (art. 25)”32.
governo, a fim de observar in loco a situação geral dos direitos humanos” 34, ao cabo do
qual é elaborado relatório que é encaminhado ao governo em questão.
34
LINDGREN ALVES, J. A.Op. cit. p. 82.
35
Idem, ibidem.p. 79.
36
BUERGENTHAL, Thomas. The Inter-American system for the protection of human rights. In:
MERON, Theodor. Human rights in international law: legal and policy issues. Oxford: Clarendon
Press, 1984. p. 459. Apud PIOVESAN, Flávia. Op. cit... p. 40.
37
Nesse sentido:PIOVESAN, Flávia. Op. cit. p. 40.
8
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITOS HUMANOS
poderá emitir pareceres sobre a compatibilidade entre qualquer de suas leis internas e os
mencionados instrumentos internacionais.
42
WEISS, Carlos. Op. cit. p. 103.
10
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITOS HUMANOS
11
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITOS HUMANOS
Como sabemos, a mulher ainda sofre intensa discriminação, pelo que necessita de
proteção particularizada. Essa situação, dentre inúmeras outras ações desencadeadas, levou
o movimento de mulheres a bater-se, na Conferência Mundial sobre Direitos Humanos
realizada em Viena, em 1993, pelo reconhecimento de que "os direitos da mulher também
são direitos humanos"43.
Pela primeira vez, os direitos da mulher foram reconhecidos como direitos humanos
num documento internacional.
J. A. Lindgren Alves avalia que essa Declaração é importante, pois “define essa
modalidade específica de violência”, além de que “estabelece o compromisso – é bem
verdade que não-jurídico – dos Estados e da comunidade internacional com sua
eliminação”44.
43
LOPES DE FARIA, Helena Omena e MELO, Mônica de. Convenção sobre a eliminação de
todas as formas de discriminação contra a mulher e convenção para prevenir, punir e erradicar a
violência contra a mulher. Direitos Humanos – Construção da Liberdade e da Igualdade. Centro
de Estudos da Procuradoria-Geral do Estado, p. 389, out.1998,.
44
. Op. cit. p. 131.
12
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITOS HUMANOS
45
Op. cit. p. 81.
13
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
DIREITOS HUMANOS
b) que tenha ocorrido na comunidade e seja perpetrada por qualquer pessoa e que
compreende, entre outros, violação, abuso sexual, tortura, maus- tratos de pessoas, tráfico
de mulheres, prostituição forçada, seqüestro e assédio sexual no lugar do trabalho, bem
como em instituições educacionais, estabelecimentos de saúde ou qualquer outro lugar; e
c) que seja perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes, onde quer que
ocorra."
Após enumerar alguns dos direitos das mulheres, em igualdade com os homens, nos
arts. 4.º a 6.º, desfia, nos arts. 7.º a 9.º, os deveres dos Estados, que devem adotar medidas
de caráter preventivo e repressivo para erradicar a violência contra a mulher.
Há, portanto, por parte dos Estados, a obrigação de adotar medidas preventivas,
repressivas e punitivas para tanto, pelo que se exige um comprometimento efetivo nesse
sentido, porque, mais que fundamentar direitos, o que se exige, atualmente, é implementá-
los e protegê-los.
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MÓDULO XVII
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
1. DIREITOS DO CONDENADO
inciso VI, da Lei de Execução Penal. O sentenciado por crime político não está obrigado a
trabalhar (artigo 200 da Lei de Execução Penal), o que se aplica também ao preso
provisório. Caso este trabalhe, deverá fazê-lo exclusivamente no interior do
estabelecimento prisional.
A jornada de trabalho é de seis a oito horas. Esse limite máximo pode ser alterado
em casos excepcionais, desde que autorizado pela direção do estabelecimento.
g.1.Trabalho externo
O preso que cumpre sua pena em regime fechado poderá obter autorização para o
trabalho externo, concedida pela direção do estabelecimento (artigo 37 da Lei de Execução
Penal), observados os seguintes requisitos:
• Disciplina e responsabilidade.
• O número de presos não poderá exceder a dez por cento do total de empregados
na obra.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
g.2. Remição
A falta grave ensejará a perda do tempo remido, começando o novo período a partir
da data da infração disciplinar, consoante determina o artigo 127 da Lei de Execução
Penal. Resta saber se os dias remidos já declarados por decisão do juiz da execução serão
atingidos. Por outras palavras, a decisão que defere a remição opera a preclusão, caso não
seja interposto o agravo em execução? Para uma corrente jurisprudencial a resposta é
positiva. Veja a transcrição da seguinte ementa:
h) Previdência Social (artigo 41, inciso III, da Lei de Execução Penal): tratando-se
de dispositivo não auto-aplicável, aplicam-se as Leis ns. 8.212/91 e 8.213/91. Estão
previstos o auxílio-reclusão (artigos 18, inciso II, alínea “b”, e 80 da Lei n. 8.213/91) e a
gratificação natalina (artigo 40 da Lei n. 8.213/91).
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Esse direito pode ser objeto de restrição por parte da autoridade administrativa ou
mesmo de suspensão.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
2. DEVERES DO CONDENADO
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Por força do disposto no inciso III do artigo 39, deve o condenado tratar os demais
sentenciados com urbanidade e respeito.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
local adequado. Às faltas graves são impostas as sanções previstas nos incisos III e IV
acima expostos (artigo 57, parágrafo único). Diga-se, finalmente, que o poder disciplinar é
exercido pelo diretor do estabelecimento (artigo 47), podendo aplicar as sanções previstas
nos incisos I a III do artigo 53. O isolamento na própria cela ou num local adequado será
imposto pelo conselho disciplinar (artigo 54). A imposição da sanção deve ser precedida de
um procedimento de apuração, assegurada a ampla defesa.
Evidente que a higiene pessoal e o asseio da cela são deveres aos quais o condenado deve
se submeter (artigo 39, inciso IX). O mesmo se diga em relação à conservação dos objetos
de uso pessoal (artigo 39, inciso X). O descumprimento, dependendo da existência de lei
ou regulamento local, pode configurar falta média ou leve.
Ao preso provisório, consoante dispõe o parágrafo único do artigo 39, são impostos
os deveres compatíveis com a sua situação processual, tais como o comportamento
disciplinado (artigo 39, inciso I, primeira parte); a obediência ao servidor e o respeito a
qualquer pessoa com quem deva relacionar-se (artigo 39, inciso II); urbanidade e respeito
no trato com os demais presos (artigo 39, inciso III); conduta oposta aos movimentos
individuais e coletivos de fuga ou de subversão à ordem e à disciplina (artigo 39, inciso
IV); execução de tarefas e ordens recebidas (artigo 39, inciso V, parte final); submissão à
sanção disciplinar imposta (artigo 39, inciso VI); higiene pessoal e asseio da cela ou
alojamento (artigo 39, inciso IX); e, finalmente, conservação dos objetos de uso pessoal
(artigo 39, inciso X). Não lhe podem ser exigidos os seguintes deveres: cumprimento fiel
da sentença (artigo 39, inciso I, segunda parte); a execução do trabalho (artigo 39, inciso V,
primeira parte), porquanto goza o preso provisório da faculdade de trabalhar (artigo 31,
parágrafo único); indenização à vítima ou seus sucessores (artigo 39, inciso VII); a
indenização ao Estado das despesas de sua manutenção no cárcere (artigo 39, inciso VIII),
as duas últimas decorrentes de uma condenação transitada em julgado.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Direitos Deveres
41, inciso X). É possível a “visita íntima” sua manutenção (artigo 39, inciso VIII)
Uso do próprio nome (artigo 41, inciso Higiene pessoal e asseio da cela (artigo 39,
XI) inciso IX)
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________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Juízo da Execução Lei de Organização Art. 66: I) aplicação da lei penal mais
Judiciária benigna; II) declarar extinta a punibilidade;
(artigos 65 e 66 da III) decidir sobre soma ou unificação das
Lei de Execução penas, progressão ou regressão nos regimes,
Penal) detração ou remição da pena, sursis,
livramento condicional, incidentes da
execução; IV) autorizar saídas temporárias;
V) determinar forma de cumprimento e
conversão da pena restritiva de direitos,
conversão da pena privativa em restritiva de
direitos, aplicação e revogação da medida
de segurança e a substituição por ela da
pena privativa de liberdade, a desinternação
e o restabelecimento da situação anterior,
cumprimento da pena e da medida de
segurança em outra comarca; VI) zelar pelo
correto cumprimento da pena e da medida
de segurança; VII) inspecionar mensalmente
estabelecimentos penais; VIII) promover a
interdição de estabelecimentos penais; IX)
compor e instalar o Conselho da
Comunidade; X) emitir anualmente atestado
de pena a cumprir. O rol não é exaustivo. O
juiz também pratica atos de natureza
administrativa (função judiciária em sentido
estrito) na execução penal.
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________________________________________________________________________ MÓDULO XVII
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
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MÓDULO IX
MEDICINA LEGAL
Psicopatologia Forense
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MEDICINA LEGAL
MEDICINA LEGAL
Psicopatologia Forense
C. Delmonte Printes
1. INTRODUÇÃO
2. PERSONALIDADE
Para iniciar este breve estudo é importante ter noções sobre personalidade e caráter.
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MEDICINA LEGAL
a) Leptossômico
b) Pícnico
Baixo, gordo, com abdome volumoso, sem pescoço, com tendência à calvície,
apresenta variações freqüentes de humor, da euforia à depressão (ciclotímico).
c) Atlético
Sheldon descreveu os tipos somáticos, com base embriológica, englobando três tipos
básicos: endomorfo, mesomorfo e ectomorfo.
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MEDICINA LEGAL
2.2.1. Oligofrenias
As oligofrenias, também denominadas atrasos ou debilidades mentais, são
insuficiências congênitas, caracterizadas pelo não-desenvolvimento da inteligência;
diferem das demências, caracterizadas por deterioração da inteligência normalmente
desenvolvida.
a) Psicométrico
• Idiotas: com Q.I. até 30, para alguns autores, e até 20 para outros.
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MEDICINA LEGAL
b) Escolar
Outros critérios diagnósticos são o social e o clínico; porém, são pouco utilizados.
São inimputáveis.
2.2.2. Alienações
Alienações ou psicoses são alterações psíquicas que tornam o indivíduo
impossibilitado de manter uma vida normal e de participar da vida em sociedade (vida
coletiva e social), resultando daí as designações alienação ou alienados. São os “loucos de
todo o gênero” do Código Civil e a “doença ou doente mental” do Código Penal.
2.2.3. Demências
De acordo com o pensamento de Seglas, as demências ou deteriorações mentais são
caracterizadas por um enfraquecimento (deterioração) intelectual progressivo, global e
incurável. Podem ser exemplificadas pelas senis (arteriosclerose, demência e Alzheimer) e
pelos traumatismos.
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MEDICINA LEGAL
2.5. Neuroses
As neuroses manifestam-se por alterações freqüentes, geralmente sem base
anatômica conhecida, que não alteram a personalidade. Caracterizam-se por perturbações
afetivas, inadaptação à realidade e sensação de insuficiência afetiva e social, dentre outras.
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MEDICINA LEGAL
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MÓDULO IX
PORTUGUÊS
Pontuação
Pronomes Pessoais: Colocação e Uso
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PORTUGUÊS
PORTUGUÊS
Pontuação
1. PONTUAÇÃO
O princípio basilar é não separar aquilo que possui relação lógica (por isso não se
põe vírgula entre sujeito e verbo, entre verbo e complemento, entre conectivo e a oração
que ele está introduzindo). Paralela a essa noção, deve-se saber isolar o termo secundário
(geralmente adjunto adverbial ou oração adverbial) que estará entre termos que possuem
relação lógica. Observe caso a caso as principais falhas e as correções:
Uso Proibido
• Sujeito + Verbo + Complemento Tal medida econômica deve melhorar o mercado interno.
• Or. Principal + Or. Sub. Substantiva O ministro disse que o mercado interno deve melhorar.
• Or. Principal + Or. Sub. Adj. Restritiva Foi confirmada a medida que deve melhorar o mercado interno.
Uso Facultativo
• Adjunto Adverbial A medida econômica deve, daqui a um mês, melhorar o mercado.
• Oração Adverbial: na ordem direta Tal medida deve melhorar o mercado interno , se houver o acordo.
Inversão dos Termos O mercado interno , tal medida econômica deve melhorar .
1
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PORTUGUÊS
Uso Obrigatório
• Aposto Tal medida econômica , fruto do acordo , melhorará o mercado.
• Vocativo Prezados Senhores , tal medida econômica melhorará o mercado.
• Or. Principal + Or. Sub. Adj. Explicativa A medida econômica , que foi confirmada, melhorará o mercado.
• Oração Adverbial: antes da Oração Principal Se houver o acordo , tal medida deve melhorar o mercado interno.
• Oração Adverbial: no meio da Oração Tal medida , se houver o acordo , deve melhorar o mercado.
Principal
• Oração Coordenada (menos e, ou, nem)
Haverá melhoria , todavia falta concretizar o acordo ainda.
- conjunção no início da oração:apenas uma
vírgula antes
Haverá melhoria, falta , todavia , concretizar o acordo ainda.
- conjunção deslocada, isto é, no meio ou no final:
isolar
1.2.1. Gerúndio
As reduzidas de gerúndio vêm normalmente com vírgula:
Exemplos: Esta teoria objetiva que, mesmo existindo a separação de poderes, haverá
uma interferência entre eles.
1.2.2. Particípio
Nas reduzidas de particípio antecipadas, a vírgula é obrigatória.
Exemplos: Uma vez preenchidos todos os requisitos legais, o Ministério Público dispõe
do processo.
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PORTUGUÊS
Explicativo: O Brasil, descoberto por portugueses, fala a língua lusitana, porém com
influências africanas e indígenas.
1.2.3. Infinitivo
As orações reduzidas de infinitivo (com valor adverbial), desde que deslocadas, vêm com
vírgula.
1.3.1. Básico
a) Tal atitude, surpreendeu a todos.
Não se separa o conectivo e a oração que ele introduz. Sem vírgula é o correto.
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PORTUGUÊS
1.3.2. Médio
d) Apurou-se ainda, que o último projétil atingiu gravemente, o homem.
Entre os elementos que possuem relação lógica não se usa vírgula. Na frase acima a
relação lógica é:
, ainda, , gravemente,
Qual a relação lógica, o que se requer? O que se requer é a oitiva, portanto entre o
verbo e seu complemento (oitiva) não se pode pôr uma vírgula, separando-os. Como há um
elemento secundário entre eles (outrossim), cerque-o, isole-o, ou seja, use duas vírgulas:
Requer-se, outrossim, a oitiva.
1.3.3. Avançado
g) Para que haja mudanças é necessário agir.
h) Tudo ficou acertado, pois mesmo que houvesse falhas, o documento seria aceito.
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________________________________________________________________________ MÓDULO IX
PORTUGUÊS
Mesmo caso: há uma oração adverbial no meio de outra oração: duas vírgulas.
1 2 3
2 3
vírgula obrigatória
vírgula obrigatória
vírgula obrigatória
l) A Constituição Federal de 88 a qual trouxe importantes inovações sociais foi citada pelo
autor.
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________________________________________________________________________ MÓDULO IX
PORTUGUÊS
Nas orações adjetivas explicativas, deve-se sempre isolá-las: uma vírgula antes,
outra depois: A Constituição Federal de 88, a qual trouxe importantes inovações sociais,
foi citada pelo autor
EXERCÍCIOS
2) A legislação criada pelo homem para organizar a sociedade, cuidou de assegurar essas
condições.
3) Os números pesquisados pelo IBOPE, não revelam com precisão, a verdadeira tendência
do eleitor.
8) O ator fez referência ao art. 71, parágrafo único do Código Penal. Depois citou o art. 9º,
§ 1º da Constituição Federal.
10) O problema atinge apenas o funcionário e o patrão, apesar de não aceitar tal posição,
pretende indenizá-lo.
11) Estiveram presentes José Pereira, reclamante e João Silveira, reclamado para a
realização dos depoimentos.
14) Tudo já estava combinado, pois ainda que houvesse falhas, o documento seria aceito.
15) Importante mencionar que se as pessoas desconheciam tal possibilidade, podem exigir
a inserção.
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________________________________________________________________________ MÓDULO IX
PORTUGUÊS
16) Foi também convocado José da Silva Xavier que estava no local do crime, mas no dia
determinado, não compareceu.
17) A Lei 9.455/97 que define o crime de tortura, é a que traz o rol citado.
18) Três cidades foram importantes nessa época: o Rio de Janeiro que concentrava o poder,
Minas Gerais que possuía riquezas naturais e agropecuárias e São Paulo que começava a se
posicionar como forte centro industrial.
21) Poderá inscrever-se no concurso, todo candidato que na data prevista pelo edital,
possuir mais de 18 anos. Se houver inscrição por procuração, deverá o procurador,
apresentar documentação registrada em cartório. O prazo de inscrição, vai até o dia 30.
EXERCÍCIOS DE PROVAS
3) (MP/RS) Marque a opção em que há erro por falta ou emprego indevido de vírgula.
a) Por tais razões, entende-se, que na hipótese dos autos, não há infringência aos arts. 222
e 223, parágrafo único, do CPC.
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________________________________________________________________________ MÓDULO IX
PORTUGUÊS
b) Tenho a nítida impressão de que este ano será muito mais difícil para nós.
c) Na sistematização das leis mais complexas, seção é o conjunto de artigos que versam
sobre o mesmo tema.
GABARITO
2) errado: A legislação criada pelo homem para organizar a sociedade, cuidou de assegurar
essas condições.
razão: Nunca se separa o sujeito do verbo. Como há oração adverbial entre sujeito e
verbo, deve-se isolá-la.
correto: A legislação criada pelo homem , para organizar a sociedade , cuidou de assegurar
essas condições.
3) errado: Os números pesquisados pelo IBOPE, não revelam com precisão, a verdadeira
tendência do eleitor.
razão: Duas falhas, pois nunca se separa o sujeito do verbo e, por sua vez, o verbo de seu
complemento. Como há adjunto adverbial entre o verbo e seu complemento, pode-se isolar
o elemento acidental ou não:
correto: Os números pesquisados pelo IBOPE não revelam, com precisão , a verdadeira
tendência do eleitor.
correto: Os números pesquisados pelo IBOPE, não revelam com precisão a verdadeira
tendência do eleitor.
razão: Entre o conectivo e a oração que ele introduz, a vírgula é proibida, pois seria
romper uma relação lógica.
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________________________________________________________________________ MÓDULO IX
PORTUGUÊS
correto (sem vírgulas): Observou-se novamente que a partir das 18 horas haverá a
possibilidade de novo confronto.
correto (em um só dos advérbios): Observou-se novamente que , a partir das 18 horas ,
haverá a possibilidade de novo confronto.
correto: Avisamos que devido ao número de cartas recebidas a premiação será cancelada.
8) errado: O ator fez referência ao art. 71, parágrafo único do Código Penal. Depois citou
o art. 9º, § 1º da Constituição Federal.
correto: O ator fez referência ao art. 71, parágrafo único , do Código Penal. Depois citou o
art. 9º, § 1º , da Constituição Federal.
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________________________________________________________________________ MÓDULO IX
PORTUGUÊS
razão: Duas vírgulas erradas: a) entre o conectivo e a oração que ele introduz, a vírgula é
proibida; b) nunca se separa o sujeito do verbo. Seria correta (e também facultativa) uma
vírgula antes da conjunção “e”, porque traz sentido de oposição, equivalente à conjunção
“mas”.
10) errado: O problema atinge apenas o funcionário e o patrão, apesar de não aceitar tal
posição, pretende indenizá-lo.
razão: Apesar de a pontuação estar correta, seria mais adequado inserir uma vírgula
antes da conjunção “e”, pois os sujeitos são diferentes, o que permite tal uso.
correto: O problema atinge apenas o funcionário , e o patrão, apesar de não aceitar tal
posição, pretende indenizá-lo.
11) errado: Estiveram presentes José Pereira, reclamante e João Silveira, reclamado para a
realização dos depoimentos.
razão: Os apostos sempre vêm entre vírgulas, isolados, ou seja, uma antes e outra depois:
correto: Estiveram presentes José Pereira , reclamante , e João Silveira , reclamado , para
a realização dos depoimentos.
12) errado: Cumpre ainda ressaltar, que tal princípio vigora no Brasil.
razão: Entre a oração principal e a oração substantiva, estabelece-se uma relação lógica,
proibindo o uso da vírgula.
vírgula proibida
13) errado: Cumpre ainda ressaltar que, no Brasil vigora tal princípio.
razão: A vírgula solitária ali está errada. O trecho, por ter um termo acidental (adjunto
adverbial) no meio, pode ser pontuado de duas formas:
14) errado: Tudo já estava combinado, pois ainda que houvesse falhas, o documento seria
aceito.
10
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
PORTUGUÊS
razão: A oração adverbial sempre virá vinculada a uma oração principal. Quando a
oração adverbial vem no meio da oração principal ou no meio de uma relação lógica,
devem-se usar duas vírgulas, isolando tal construção intercalada.
correto: Tudo já estava combinado, pois , ainda que houvesse falhas , o documento seria
aceito.
16) errado: Foi também convocado José da Silva Xavier que estava no local do crime, mas
no dia determinado, não compareceu.
correto: Foi também convocado José da Silva Xavier , que estava no local do crime , mas ,
no dia determinado , não compareceu.
17) errado: A Lei 9.455/97 que define o crime de tortura, é a que traz o rol citado.
correto: A Lei 9.455/97 , que define o crime de tortura , é a que traz o rol citado.
18) errado: Três cidades foram importantes nessa época: o Rio de Janeiro que concentrava
o poder, Minas Gerais que possuía riquezas naturais e agropecuárias e São Paulo que
começava a se posicionar como forte centro industrial.
razão: Nessa enumeração, temos três orações adjetivas explicativas que devem ser
isoladas. Além disso, por uma enumeração com tamanho razoável, seria mais fluente se,
em vez da vírgula, fosse colocado o ponto-e-vírgula ao final de cada item da enumeração.
correto: Três cidades foram importantes nessa época: o Rio de Janeiro , que concentrava o
poder ; Minas Gerais , que possuía riquezas naturais e agropecuárias ; e São Paulo , que
começava a se posicionar como forte centro industrial.
19) errado: Ele disse que se não houvesse contratempos, estaria presente.
razão: A oração adverbial sempre virá vinculada a uma oração principal. Quando a
oração adverbial vem no meio da oração principal ou no meio de uma relação lógica,
devem-se usar duas vírgulas, isolando tal construção intercalada:
11
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
PORTUGUÊS
20) A frase não traz falha. Por a oração adverbial estar na ordem direta, a vírgula é
facultativa:
21) errado: Poderá inscrever-se no concurso, todo candidato que na data prevista pelo
edital, possuir mais de 18 anos. Se houver inscrição por procuração, deverá o procurador,
apresentar documentação registrada em cartório. O prazo de inscrição, vai até o dia 30.
correto: Poderá inscrever-se , no concurso , todo candidato que , na data prevista pelo
edital , possuir mais de 18 anos. Se houver inscrição por procuração, deverá o procurador
apresentar documentação registrada em cartório. O prazo de inscrição vai até o dia 30.
EXERCÍCIOS DE PROVAS
1) B
2) B
3) A
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PORTUGUÊS
• advérbios (sem vírgula): sempre, aqui, lá, ontem, repentinamente, já, amanhã,
aí...;
• em + gerúndio;
• conjunções subordinativas: conforme, caso, que, quando, enquanto, visto que, já que, a
fim de que, para que, porque, mesmo que, conforme, segundo, embora...;
1) Era para eu ou para mim receber esses elogios. Não ocorreram brigas entre você e eu
ou entre você e mim.
Na segunda frase, o sujeito é “brigas”, portanto os pronomes não estão no caso reto,
mas sim estão sendo usados como complementos, portanto no caso oblíquo. : Ocorreram
acordos entre vocês e mim. Ocorreram acordos entre eles, ti e mim.
sujeito sujeito
Nota — Tudo que se falou, nesse caso, da primeira pessoa singular (eu - mim) também
vale para a segunda singular (tu -ti).
si mesmo; Eles viajaram e levaram as chaves consigo. Muito egoísta, ele só pensa em si.
Assim, estão equivocadas estas construções: Precisamos falar consigo. Concordo consigo.
A correção pode ser (de acordo com o tratamento): Precisamos falar com você (contigo).
Concordo com você (contigo).
As formas conosco e convosco são as normais, mas se usa com nós e com vós desde
que haja palavra reforçativa:
Como regra geral, o pronome “o” funcionará como objeto direto e o pronome “lhe”
como objeto indireto. Como o verbo visitar é transitivo direto, exige objeto direto: Ele o
visitou
EXERCÍCIO
l) Diria-se que a cidade, onde identificou-se a falha, não possui condições de resolvê-la.
Tornou-se impossível de não vê-la.
a) Entre mim e ela nunca houveram segredos; de maneira que, ao nos reencontrarmos
ontem, pudemos ser francos um com o outro.
b) Entre mim e ela nunca houve segredos; de maneira que, ao nos reencontrarmos ontem,
podemos ser francos um com o outro.
d) Entre eu e ela nunca houve segredos; de maneira que, ao nos reencontrarmos ontem,
podemos ser francos um com o outro.
e) Entre mim e ela nunca houve segredos; de maneira que, ao nos reencontrarmos ontem,
pudemos ser francos um com o outro.
GABARITO
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________________________________________________________________________ MÓDULO IX
PORTUGUÊS
Não pospor ao particípio. O correto é: Por me ter citado ou Por ter-me citados ou Por ter
me citado.
Não iniciar o período com o pronome átono. É o correto: “Necessita-se”. Respeitar palavra
atrativa (conjunção subordinativa). É o correto: enquanto se utiliza.
Não pospor ao futuro do indicativo. Como não há palavra atrativa, pode-se usar antes do
verbo (próclise) ou no meio (mesóclise): Essa atitude nos deixaria ou Essa atitude deixar-
nos-ia.
l) Diria-se que a cidade, onde identificou-se a falha, não possui condições de resolvê-la.
Tornou-se impossível de não vê-la.
Não pospor ao futuro do indicativo. Por estar se iniciando o período, só cabe o ênclise: Dir-
se-ia. O advérbio “onde” é palavra atrativa. O correto é: “onde se identificou”.
2) e
17
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MÓDULO IX
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________________________________________________________________________ MÓDULO IX
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
1. CONCEITO DE CONSUMIDOR
O par. ún. do art. 2.º equipara a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis,
ao consumidor, desde que haja intervisto em uma relação de consumo. Então, a relação
jurídica de consumo protegida pelo CDC pode ser individual, coletiva ou até difusa, caso
sejam pessoas indetermináveis.
2. CONCEITO DE FORNECEDOR
O art. 3.º do CDC traz o conceito de fornecedor: pessoa física ou jurídica, pública
ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
desenvolvem as atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação,
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de
serviços. Quem exerce essas atividades, habitualmente, é considerado fornecedor.
3. PRODUTOS
Amostra Grátis poderá ser considerada produto para fins de utilização do CDC,
visto que possui um valor e pode ser apropriada.
4. SERVIÇOS
O conceito inclui o serviço público. A relação que o contribuinte tem com o Estado
é de cidadania e não de consumo, portanto, quem paga tributo não é consumidor. Tratando-
se, porém, de serviço público individual e facultativo, remunerado por tarifa ou preço
público, a relação passa a ser de consumo, aplicando-se o Código de Defesa do
Consumidor.
Além desse conceito genérico, a Lei dispõe “inclusive as de natureza bancária (...)”,
escolhendo como técnica uma exemplificação de atividades. Após as inclusões, faz uma
exclusão: “salvo as atividades de natureza trabalhista”. Aquele que for contratado como
empregado presta um serviço com base na CLT e não com base no CDC, visto que a
relação jurídica é diversa.
2
________________________________________________________________________ MÓDULO IX
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
produto pode ser retirado pelo próprio fornecedor (recall) ou pelo Estado, pela sua força
coercitiva.
• Hipossuficiência.
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________________________________________________________________________ MÓDULO IX
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
7.1.1. Dano
Esse dano deve ser causado pelo produto ou pelo serviço.
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________________________________________________________________________ MÓDULO IX
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
Existe, ainda, uma quarta hipótese de excludente reconhecida pela doutrina e pela
jurisprudência: caso fortuito ou força maior. Exclui a responsabilidade, visto que rompe o
nexo causal entre o dano e o defeito. Exclui a responsabilidade, entretanto, quando o caso
fortuito ou força maior ocorrer após a colocação do produto ou serviço no mercado de
consumo.
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________________________________________________________________________ MÓDULO IX
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
• o fabricante;
• o produtor;
• o construtor;
• o importador.
• presumido: é o importador;
Resposta: Tendo em vista que o CDC exige a indenização para o direito de regresso,
não haverá a possibilidade de denunciação da lide (art. 88 do CDC).
9.1.1. Classificação
Há dois tipos de vício:
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________________________________________________________________________ MÓDULO IX
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
a) Vício de qualidade
b) Vício de quantidade
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MÓDULO XVII
EXERCÍCIOS
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
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_________________________________________________________________________MÓDULO XVII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO ADMINISTRATIVO
2
_________________________________________________________________________MÓDULO XVII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO CIVIL
1
_________________________________________________________________________MÓDULO XVII
2
_________________________________________________________________________MÓDULO XVII
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO COMERCIAL
3. O sacador (pessoa que determina que certa quantia seja paga por outra a
terceiro), o sacado (a quem a ordem é dirigida e que deverá efetuar o pagamento
ao terceiro) e o tomador (em favor de quem a ordem de pagamento é dada) são
pessoas que participam do saque de:
a)uma duplicata mercantil, quando a mercadoria é entregue a um terceiro, encarregado de
transportá-la e entregá-la ao comprador da mesma;
b)uma letra de câmbio;
c)nota fiscal/fatura relativa a uma compra e venda mercantil, celebrada por mandatário,
representante comercial autônomo ou comissário mercantil;
d)uma nota promissória para garantia de contrato de mútuo.
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4. Quais os efeitos do endosso, uma vez expirado o prazo para protesto de uma
letra de câmbio?
a)expirado o prazo para protesto, o endosso se exaure;
b)todos os efeitos cambiários usuais;
c)todos os efeitos idênticos ao endosso, após o vencimento da letra de câmbio;
d)todos os efeitos da cessão civil, cumulando-se os das exceções.
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO CONSTITUCIONAL
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
5. Uma ação já ajuizada que existe em outra vara com as mesmas partes, a mesma
causa de pedir e o mesmo pedido,recebe a denominação de:
a)conexão;
b)litispendência;
c)continência;
d)carência da ação.
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO ELEITORAL
1
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b)delegado do partido;
c)candidato;
d)todas estão corretas.
5. As impugnações oferecidas serão resolvidas _____ por maioria dos votos _____. O
oferecimento da impugnação é pressuposto ____ para que se possa recorrer no
prazo de 48 horas:
a)pelo TRE – dos membros da Câmara Eleitoral – da apelação;
b)de plano – da Junta Eleitoral – absoluto;
c)pela junta – dos membros da mesa – relativo;
d)de plano – da Junta Eleitoral – relativo.
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO INTERNACIONAL
Direito estrangeiro;
c)o juiz não aplicará o Direito estrangeiro, embora haja determinação legal para tanto, se
essa aplicação significar ofensa à ordem estabelecida;
d)o conceito de ordem pública é absoluto no tempo e no espaço aberto.
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO PENAL
2. Existe tentativa de latrocínio (art. 157, § 3.º, última parte, c.c. o art. 14, inc. II, do
CP), quando ocorre:
a)homicídio consumado + furto tentado;
b)furto consumado + tentativa de homicídio;
c)homicídio consumado + roubo tentado;
d)tentativa de homicídio + tentativa de furto.
3. O furto de energia elétrica, por meio de extensão clandestina (art. 155, § 3.º, do
CP ), é crime:
a)permanente;
b)continuado;
c)habitual;
d)formal.
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4. João da Silva e Antônio de Souza foram autuados em flagrante delito por terem
subtraído de Maria da Silva uma bolsa contendo objetos de uso pessoal e pequena
quantia em dinheiro. Ainda em fase de inquérito policial, constatou-se que a
vítima é irmã de João da Silva. Diante do caso narrado, analise as afirmações a
seguir:
I. O crime de furto cometido contra irmão depende de representação. Assim, Maria
deverá oferecê-la no prazo prescricional de 6 meses.
II. O crime de furto é de ação penal pública incondicionada, em qualquer hipótese.
III. O crime de furto cometido contra irmão depende de representação. Assim, Maria
deverá oferecer representação em face de João, no prazo decadencial de 6 meses.
IV. Antônio de Souza, sendo co-autor do furto, somente será processado se a vítima
representar.
V. A imunidade relativa é pessoal e não aproveita o co-autor.
Estão corretas as afirmações contidas em:
a) I e IV;
b) II;
c) III e V;
d) I e V.
5. Rogério, amigo íntimo de Rubens, comenta com este que vai assaltar o banco “Y”
na manhã de segunda-feira, pedindo que guarde segredo. No dia do roubo,
Rogério é preso e diz à polícia que Rubens sabia disto. Portanto, diante desta
hipótese, é correto afirmar que:
a)Rogério responde pelo crime de roubo e Rubens terá a pena reduzida de um a dois terços
por participação de menor importância;
b)Rubens é partícipe, eis que tinha ciência do crime a ser praticado por Rogério;
c)somente Rogério é autor do crime de roubo;
d)Rogério é autor e Rubens é co-autor.
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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5. É incorreto afirmar:
a)a competência para conceder benefícios e reconhecer fatos é do INSS;
b)o INSS sempre será o pólo ativo nas ações acidentárias;
c)caso o INSS não defira o pedido, o segurado deverá recorrer ao Judiciário;
d)quando se tratar de benefício previdenciário de origem acidentária a competência será da
Justiça Comum Estadual.
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
5. O juiz nega o pedido liminar numa medida cautelar de busca e apreensão. Contra
essa decisão deverá o autor:
a) agravar de instrumento, requerendo liminarmente ao relator do recurso a busca e
apreensão desejada;
b) considerar que a decisão não é recorrível, diante de sua natureza discricionária, e
aguardar a sentença que julgará a medida cautelar;
c) interpor correição parcial, com pedido de liminar para obter a imediata busca e
apreensão;
d) agravar de instrumento, requerendo ao relator, concessão de efeito suspensivo do
recurso;
e) apresentar de imediato agravo de instrumento ao próprio juiz da causa, invocando o
juízo de retratação.
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO TRIBUTÁRIO
4. A imunidade estabelecida pelo art. 150, inc. VI, "a", da Constituição Federal, que
veda a tributação recíproca entre União, Estados e Municípios, abrange:
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5. À luz do art. 111 do Código Tributário Nacional, regra que manda interpretar-se
literalmente a legislação tributária que disponha sobre a outorga de isenção e
outros benefícios, essa interpretação tende a operar:
a) “pro-lege”;
b) “pro-fisco”;
c) pró-contribuinte;
d) sem levar em conta tais objetos.
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITOS HUMANOS
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regional;
e)o sistema interamericano de proteção está inserido no sistema regional de proteção.
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):
MEDICINA LEGAL
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b) neuroses;
c) oligofrenias;
d) demências.
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EXERCÍCIOS
Aluno(a):