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Brasília, capital

do Brasil
(1960)

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INFORMAÇÃO IMPORTANTE

O texto que se segue é uma reprodução escrita,


com pequenas adaptações e esclarecimentos, do
programa exibido pela Rádio e Televisão de
Portugal, “1960 – Brasília, capital do Brasil”,
integrado na série “50 Anos 50 Notícias”, de 2007.
Como tal, cumpre-me esclarecer que toda a
informação constante deste documento foi
apresentada pela citada estação de televisão
portuguesa, aquando da exibição do documentário
referido.
Resta-me recordar, em último lugar, que no ano
de 2007 a Rádio e Televisão de Portugal celebrou o
seu quinquagésimo aniversário.

BRASÍLIA, CAPITAL DO BRASIL (1960)


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Aos primeiros instantes do dia 21 de Abril de
1960, abençoada pelo legado pontifício Cardeal
Cerejeira e saudada por Sua Santidade, o Papa João
XXIII, directamente de Roma, Brasília torna-se a
capital do Brasil.
(Nuno Portas, Arquitecto) “O projecto era muito
claro. Aquela cruz, que é a cruz com que se pode
marcar no mapa que vamos fazer a cidade aqui, é
também a cruz com que se pode representar o
modo como os romanos faziam as cidades dois mil
anos antes. E ainda pode ser outras cruzes. A partir
daí, aquilo é preenchido com blocos, paralelos uns
aos outros, os que são ministérios, os que são
hotéis, os que são casas, e é aí que, certo modo,
Brasília é mais banal que aquilo que se pensa.”
(Nuno Teotónio Pereira, arquitecto) “O Oscar
Niemeyer já era um ídolo para nós, nessa altura,
que fez os projectos dos principais edifícios do
Governo: a Catedral, o Congresso.”
Brasília era o sonho de qualquer arquitecto. Uma
cidade fundada de raiz, com belos e escultóricos
monumentos, mas que não resistiu ao destino das
grandes metrópoles brasileiras.
(Nuno Teotónio Pereira) “Houve uma afluência
enorme, uma afluência avassaladora de emigrantes
brasileiros e foram crescendo, à volta de Brasília,
favelas, como há em todas as cidades brasileiras, e
bairros clandestinos.”
(Nuno Portas) “O paradoxo é este: Brasília nunca
chegou a atingir os 400 mil habitantes, mas a
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Grande Brasília está nos dois milhões de habitantes.
É uma cidade que não tem indústria nem
actividades. Com muita dificuldade, arranja-se uma
livraria ou lojas do género, porque tem muitos
estudantes.”
O mesmo crescimento desordenado aconteceu
em Lisboa, nos finais dos anos 50. A industrialização
da cidade trouxe para a capital mais de um milhão
de camponeses que rodearam os subúrbios de
Lisboa com uma cintura de “bairros de lata”.
(Nuno Portas) “Esta grande aglomeração de
Lisboa fez-se tão rápida, que era impossível arrumá-
la numa qualquer Brasília.”
O Governo apostou nos bairros sociais. Os jovens
arquitectos, admiradores de Oscar Niemeyer,
tiveram a oportunidade de pensar a cidade no Bairro
dos Olivais.
(Nuno Portas) “ (Olivais) que não tinham,
obviamente, a dimensão de Brasília, mas à escala
portuguesa tinham, digamos assim. Vamos pensar
que aquelas pessoas vinham das terras e que, de
repente, nós as metíamos numas caixas todas
arrumadas, como estantes, onde as pessoas se
encaixavam.”
Francisco Rodrigues viveu escondido nos
subúrbios, onde a pobreza só era mostrada nas
televisões estrangeiras:
“Para melhorar os seus padrões de vida, muitos
milhares de camponeses vieram para Lisboa, uma
cidade de grandes monopólios industriais, vivendo
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em bairros de lata, e ganhando em média pouco
mais de 2 libras por semana.”
(Francisco Rodrigues, militante comunista em
1960) “Lembro-me de, às vezes, passar na rua à
noite e estarem os cafés cheios de pessoas, todos a
ver a telenovela. Mas, para mim, era absolutamente
impensável entrar no café para ver, porque era-nos
(comunistas) proibido, para não sermos
detectados.”
A Guerra Colonial abrandou a construção dos
bairros sociais e os “bairros de lata” cercaram a
capital. Lisboa foi uma das maiores vítimas dos anos
60.

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ANEXOS

Figura 1 – Conjunto de obras da autoria de Oscar Niemeyer, considerado o nono génio


mundial pela empresa de consultadoria geral Synectics.

Programa disponível, na Internet, em:

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URL:
http://www.youtube.com/watch?v=1B21vS3Jksc

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