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APLICAÇÃO DO EUROCÓDIGO 7 (EN1997-1) AO DIMENSIONAMENTO DE

FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS

João Candeias Portugal , Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Lisboa, Portugal, portugal@lnec.pt

RESUMO
A Norma Europeia EN 1997-1:2004 introduz alterações significativas na abordagem ao dimensionamento geo-
técnico por meio de cálculos, quando comparada com a versão anterior ENV 1997-1:1994, cujo estatuto foi de
Pré-Norma. São preconizadas 3 abordagens de cálculo distintas quando se recorre a cálculos, fazendo variar os
coeficientes parciais de majoração das acções, de minoração das propriedades dos terrenos e/ou de minoração das
resistências dos terrenos. Quer os valores dos coeficientes parciais de segurança, quer as abordagens de cálculo a
adoptar para determinado tipo de estrutura poderão ser estabelecidas nos Anexos Nacionais, a elaborar por cada
Estado Membro. Os critérios de dimensionamento geotécnico ficam portanto dependentes não só da valoração
nacional dos coeficientes parciais de segurança, como também da abordagem adoptada. Na comunicação apli-
cam-se as três abordagens da Norma ao caso do dimensionamento de fundações superficiais, comparando-as com
o critério tradicional utilizado em Portugal.

1 INTRODUÇÃO Xk
Xd = (3)
γM
A EN 1997-1 preconiza que a verificação da seguran-
ça de estruturas geotécnicas, quando realizada à custa
em que,
de cálculos, seja feita considerando os estados limites
Xk - é o valor característico da propriedade;
últimos relevantes, e, para todos eles, explicitamente
verificada a desigualdade: γM - é o coeficiente parcial de minoração.
Para o cômputo dos valores de cálculo do efeito
Ed ≤ Rd (1) das acções (Ed) podem ser aplicados coeficientes par-
ciais de majoração, quer às acções propriamente ditas
em que, (γF), quer aos respectivos efeitos (γE), isto é:
Ed - é o valor de cálculo do efeito das acções;
Rd - é o valor de cálculo da resistência às acções. ⎧ X ⎫
Ed = E ⎨γ F × Frep ; k ; a d ⎬ (4.1)
As acções são quantificadas através dos seus valo- ⎩ γM ⎭
res representativos (Frep): ou,
⎧ X ⎫
Frep = ψ Fk (2) Ed = γ E × E ⎨Frep ; k ; a d ⎬ (4.2)
⎩ γM ⎭
em que, em que,
Fk - é o valor característico da acção; ad - são valores de cálculo dos dados geométricos da
ψ - é o respectivo coeficiente de combinação. estrutura.
Os valores de cálculo das propriedades dos terre- Para o cômputo dos valores de cálculo da resistên-
nos (Xd) são, ou quantificados directamente, ou atra- cia às acções (Rd) podem ser aplicados coeficientes
vés de: parciais de minoração, ou às propriedades do terreno
(γM), ou à resistência propriamente dita (γR), ou a am- Quadro 1: Conjunto A - Coeficientes parciais de ma-
bos, isto é: joração das acções (γF) e seus efeitos (γE)
⎧ X ⎫ Acção Símbolo
Conjunto A
Rd = R ⎨γ F × Frep ; k ; a d ⎬ (5.1) A1 A2
⎩ γM ⎭ Desfav. 1,35 1,00
ou, Permanente γG
Favorável 1,00 1,00

Rd =
{ }
R γ F × Frep ; X k ; a d
(5.2) Variável
Desfav.
γQ
1,50 1,30
γR Favorável 0,00 0,00

ou,
Quadro 2: Conjunto M - Coeficientes parciais de mi-
⎧ X ⎫ noração das propriedades dos terrenos (γM)
R ⎨γ F × Frep ; k ; a d ⎬
γM
Rd = ⎩ ⎭ Conjunto M
(5.3) Propriedade Símbolo
γR M1 M2
Ângulo de atrito1 γφ' 1,00 1,25
Coesão efectiva γc' 1,00 1,25
As equações (4) e (5) a aplicar dependem da abor-
Coesão não drenada γcu 1,00 1,40
dagem de cálculo a adoptar. Tendo por base as ex-
Resistência à compressão simples γqu 1,00 1,40
pressões (4) e (5.3) na EN 1997-1 estabelecem-se três
Peso volúmico γγ 1,00 1,00
abordagens de cálculo, associadas a outros tantos con- 1
juntos de coeficientes parciais de segurança, a saber: - Este coeficiente é aplicável a tanφ'
conjunto A (para as acções e efeitos das acções); con-
junto M (para as propriedades dos terrenos) e conjun- Enquanto os coeficientes A e M são gerais, os coe-
to R (para as resistências dos terrenos). ficientes R recomendados variam conforme o tipo de
A Abordagem 1 inclui 2 combinações e pressupõe estrutura em causa. Nos Quadros 3 a 6, apresentam-se
a aplicação de (4.1) e (5.3): os respectivos valores apenas para os casos de: funda-
Combinação 1: A1 "+" M1 "+" R1 ções superficiais (Quadro 3), ancoragens (Quadro 4),
Combinação 2: A2 "+" M2 "+" R1 estruturas de suporte (Quadro 5) e taludes (Quadro 6).
em que,
"+" - significa "combinado com". Quadro 3: Conjunto R - Coeficientes parciais de mi-
No caso do dimensionamento de estacas carrega- noração da resistência dos terrenos para Fundações
das axialmente e dimensionamento de ancoragens a Superficiais (γR)
Combinação 2 da Abordagem 1 é substituída por: Conjunto R (Fundações superfi-
Resistência Símbolo ciais)
Combinação 2: A2 "+" M1 ou M2 "+" R4.
R1 R2 R3
Na Abordagem 2 tem-se:
Carga vertical γR;v 1,00 1,40 1,00
Combinação: A1 "+" M1 "+" R2
Deslizamento γR;h 1,00 1,10 1,00
aplicável em conjunto com (4.1) ou (4.2) e (5.3).
No caso de problemas de estabilidade de taludes
deverá ser utilizada a expressão (4.2). Quadro 4: Conjunto R - Coeficientes parciais de mi-
Finalmente na Abordagem 3, aplicável em conjun- noração da resistência dos terrenos para Ancoragens
to com (4.1) ou (4.2) e (5.3) é para: (γR)
Acções estruturais - Combinação: A1 "+" M2 "+" R3 Sím- Conjunto R (Ancoragens)
Resistência
bolo R1 R2 R3 R4
Acções geotécnicas - Combinação: A2"+"M2 "+" R3.
Temporária γa;t 1,10 1,10 1,00 1,10
No caso de problemas de estabilidade de taludes
Permanente γa;p 1,10 1,10 1,00 1,10
todas as acções sobre os terrenos devem ser tratadas
como geotécnicas (isto é, usando A2).
Nos Quadros 1 a 6 são apresentados os conjuntos Quadro 5: Conjunto R - Coeficientes parciais de mi-
de coeficientes parciais de segurança recomendados noração da resistência dos terrenos para Estruturas de
no Eurocódigo 7. Os valores a adoptar em cada Esta- Suporte (γR)
do Membro serão estabelecidos nos respectivos ane- Conjunto R (Estruturas de su-
xos nacionais e podem diferir dos recomendados. Resistência Símbolo porte)
R1 R2 R3
Carga vertical γR;v 1,00 1,40 1,00
Deslizamento γR;h 1,00 1,10 1,00
Passiva γR;e 1,00 1,40 1,00
Quadro 6: Conjunto R - Coeficientes parciais de mi- Sendo B e L, respectivamente a largura e o com-
noração da resistência dos terrenos para Taludes (γR) primento da sapata, tem-se:
Conjunto R (Taludes)
Resistência Símbolo
R1 R2 R3 B' = B - 2eB (7)
Terras γR;e 1,00 1,10 1,00 M
eB = B (8)
V
L' = L - 2eL (9)
2 FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS M
eL = L (10)
V
2.1 Generalidades
sendo,
A aplicação das abordagens de cálculo do Eurocódigo
MB - o momento flector na direcção da largura B,
7 é feita para o caso das fundações superficiais. Tendo
V - a força vertical aplicada ao nível da base da sapa-
em vista uma comparação dos resultados obtidos com
ta,
os resultantes da aplicação do método do coeficiente
ML - o momento flector na direcção do comprimento
de segurança global, tradicionalmente utilizado na
L.
prática corrente da Engenharia nacional, escolheu-se a
Os factores de capacidade resistente são:
formulação de capacidade resistente preconizada no
Anexo D da EN1997-1:2004. Refere-se apenas a for-
⎛ φ' ⎞
mulação em condições drenadas, por ser a mais utili- Nq = e π tan φ' tan 2 ⎜ 45 + ⎟ (11)
zada nas aplicações práticas correntes. Para perspecti- ⎝ 2⎠
var as diferenças entre as abordagens de cálculo agora Nγ = 2 (Nq - 1) tan φ' (12)
propostas e as implícitas na versão ENV 1997-1:1994, Nc = (Nq - 1) cotg φ' (13)
é também apresentado o dimensionamento à luz dos
Casos B e C preconizados na Pré-Norma (ENV 1997- com,
1:1994). φ' - ângulo de atrito efectivo do terreno abaixo do pla-
no de fundação.
Os factores correctivos da inclinação da base da
2.2 Formulação de capacidade resistente fundação são:

Como se referiu, e por forma a que os resultados a bq = bγ = (1 - α tanφ')2 (14)


obter pudessem ser directamente comparados, utili- 1 − bq
zou-se a formulação de capacidade resistente, indica- bc = bq - (15)
da, a título exemplificativo, no Anexo D da EN 1997- Nc tan φ'
1:2004.
Para condições não drenadas tem-se: com,
R/A' = 0,5 γ* B' Nγ bγ sγ iγ + c' Nc bc sc ic + α - ângulo da base da sapata com o plano horizontal.
+ q' Nq bq sq iq (6)
em que, Os factores correctivos da forma da sapata são:
R - é a força vertical resistente do terreno de fundação,
B' - é a largura efectiva da sapata, sq Nq − 1
sc = = (16)
L' - é o comprimento efectivo da sapata, Nq − 1
A' - é a área efectiva da sapata (A'=B' L'),
γ* - é o peso volúmico efectivo do terreno abaixo do e, para sapatas rectangulares –
plano de fundação,
Nγ, Nc, Nq - são factores de capacidade resistente, B'
bγ, bc, bq - são factores adimensionais de inclinação sq = 1 + sen φ' (17)
L'
da base sapata,
B'
sγ, sc, sq - são factores adimensionais de forma da sγ = 1 - 0,3 (18)
sapata, L'
iγ, ic, iq - são factores adimensionais de inclinação do
carregamento, Para sapatas quadradas ou circulares -
c' - é a coesão efectiva do terreno, sq = 1 + sen φ' (19)
q' - é a tensão efectiva ao nível do plano de fundação.
sγ = 0,7 (20) A Norma preconiza que se despreze o efeito da
coesão efectiva na verificação da segurança ao desli-
Os factores correctivos de inclinação do carrega- zamento.
mento são: Nas abordagens de cálculo em que se utiliza a ex-
pressão (4.2) Vd = Vk.
m
⎛ H ⎞
iq = ⎜⎜1 − ⎟⎟ (21)
⎝ V + B' L' c' cot gφ' ⎠ 2.3 Aplicação da formulação de capacidade resistente
m +1
⎛ H ⎞
iγ = ⎜⎜1 − ⎟⎟ (22) Para efeitos de aplicação da formulação de capacidade
⎝ V + B' L' c' cot gφ' ⎠ resistente considerou-se sempre a aplicação de coefi-
1 − iq cientes parciais de majoração sobre as acções, isto é,
ic = i q − (23) aplicou-se para todas as abordagens a expressão (4.1)
Nc tan φ'
na valoração do efeito das acções. As acções, quer
variáveis, quer permanentes foram consideradas como
sendo, tendo um efeito desfavorável.
H - a força horizontal aplicada ao nível da base da No método tradicional aplicou-se um factor de
sapata e, segurança global de 3 à capacidade resistente inferida,
isto é:
2 + (B' / L')
m = mB = , (24)
1 + (B' / L') FS = R/V = 3 (29)
se H é paralelo a B (HB).
A segurança ao deslizamento foi equacionada as-
2 + (L' / B') sumindo um valor mínimo do respectivo factor de
m = mL = , (25)
1 + (L' / B') segurança igual a 1,5, isto é:
se H é paralelo a L (HL).
V tan δ
FS = = 1,5 (30)
2
m = mθ = mB sen θ + mL cos θ, 2
(26) H
se H forma um ângulo θ com a direcção de L.
Os Casos B e C da Pré-Norma ENV 1997-1:1994
Para a verificação da segurança ao deslizamento foram equacionados com as seguintes combinações,
adopta-se: correspondentes à Norma (EN 1997-1:2004):
Hd ≤ Rhd (27) Caso B - A1 "+" M1 "+" R1
Caso C - A2 "+" M2 "+" R1, com γc' = 1,6 em vez de
com, 1,25.
Hd - a força horizontal de cálculo aplicada ao nível da Tomou-se como base de cálculo uma sapata de
base da sapata e, fundação de uma passagem superior actualmente
Rhd - a força horizontal resistente de cálculo do terre- construída e em funcionamento (Portugal, et al.,
no de fundação. 2005). A sapata com dimensões: B = 3,80 m; L =
Desprezando, como é prática corrente, a contribui- 10,15 m e com 1,2 m de altura (h = 1,2 m) serviu de
ção das terras à frente da sapata vem: fundação a dois pilares solidarizados na zona inferior
por uma parede entre ambos (Fig. 1).
Vd tan δ' d Os esforços máximos na base dos pilares (2 fustes)
Rhd = (28) são os indicados no Quadro 7.
γ R ;h
Quadro 7: Esforços máximos no topo da sapata (2
em que, fustes)
Vd - é a força vertical de cálculo aplicada ao nível da Flexão // B Flexão // L
VT
base da sapata e, Carga HTB MTB HTL MTL
(kN)
δ'd - é o ângulo de atrito efectivo no contacto terre- (kN) (kNm) (kN) (kNm)
no/sapata (para sapatas de betão armado betonadas in- Permanente 3500 700 1750 500 1000
situ pode-se assumir δ'd = φ'd). Variável 1500 300 750 2500 13000
mais elevados do intervalo de variação do ângulo de
atrito, obtiveram-se valores mínimos de B inferiores
ao diâmetro dos pilares suportados (1,1 m). Não po-
dendo ser adoptados por este condicionamento geo-
métrico, esses resultados não estão representados nas
figuras. No cálculo C3, para os valores de ângulo de
atrito na faixa inferior do intervalo de variação, a veri-
ficação da segurança ao deslizamento foi condicio-
nante em algumas abordagens. Assim, nas Figs. 6 e 7,
estão indicados, quando aplicável, os valores de ângu-
lo de atrito até aos quais (inclusivé) a verificação da
segurança ao deslizamento foi condicionante no esta-
belecimento da largura mínima da sapata.
Figura 1. Geometria de referência da sapata de cálculo Nas Figuras 2 a 7 adoptou-se a seguinte simbolo-
gia:
Considerou-se a sapata fundada a 2 m de profun- 1.1 - Abordagem 1, combinação 1;
didade, num terreno com: 1.2 - Abordagem 1, combinação 2;
γ = 20 kN/m3, 2 - Abordagem 2;
φ' - variável entre 30º e 42º (38º valor real estimado), 3.1 - Abordagem 3, acções estruturais;
c' = 0 ou 10 kPa. 3.2 - Abordagem 3, acções geotécnicas.
Os esforços reduzidos ao nível da base da sapata
5.0
foram estimados de acordo com: 4.5
Tradicional

Caso B; 1.1
4.0 c' = 0 kPa
V = VT + PT + PS (31) 3.5
Caso C; 1.2; 3.2
B (m)

HB = HTB (32) 3.0


2

3.1
HL = HTL (33) 2.5
2.0
MB = MTB + h × HTB (34) 1.5
ML = MTL+ h × HTL (35) 1.0
30 32 34 36 38 40 42
φ'(º)
em que,
PT - é o peso de terras sobre a sapata; Figura 2. Cálculo C1 (c' = 0 kPa)
PS - é o peso da sapata.
4.5
Tradicional

Tomou-se (kN): 4.0


c' = 10 kPa
Caso B; 1.1

3.5
PT = (2,0 - 1,2) × (10,15×B - 6,0) × 20
Caso C
(36) 1.2; 3.2
3.0
PS = 10,15 × B × 1,20 × 25
B (m)

(37) 2.5
2
3.1

2.0
Para aferir a influência da metodologia de dimen- 1.5
sionamento estudaram-se três situações de cálculo 1.0
(referidas ao Quadro 7): 30 32 34 36 38 40 42
φ'(º)
C1 - considerando apenas as acções verticais sobre a
sapata multiplicadas por um factor de 5 - 5VT; Figura 3. Cálculo C1 (c' = 10 kPa)
C2 - considerando as acções verticais e os esforços de
flexão na direcção transversal (B) - VT "+" HTB "+" 3.4
Tradicional
3.2
MTB; 3.0 c' = 0 kPa
Caso B; 1.1

C3 - considerando as acções verticais e os esforços de 2.8


Caso C; 1.2; 3.2

flexão nas direcções transversal (B) e longitudinal (L) 2.6 2


B (m)

2.4 3.1
- VT "+" HTB "+" MTB"+" HTL "+" MTL. 2.2
Para cada uma destas três situações calculou-se a 2.0

largura mínima da sapata a adoptar, em função do 1.8


1.6
ângulo de atrito do terreno, fazendo variar a metodo- 30 32 34 36 38 40 42

logia de dimensionamento. Considerou-se c' = 0 kPa φ'(º)

ou c' = 10 kPa. Os resultados obtidos estão represen- Figura 4. Cálculo C2 (c' = 0 kPa)
tados nas Figs. 2 a 7. Em alguns casos, para os valores
3.0
Tradicional
No Cálculo C3, isto é, quando a sapata é submeti-
2.8 Caso B; 1.1 da a carregamento duplamente excêntrico, a seguran-
2.6 c' = 10 kPa Caso C

2.4 1.2; 3.2


ça ao deslizamento condiciona o dimensionamento,
quer na abordagem tradicional, quer em 1.2 e 3.2, para
B (m)

2
2.2
2.0
3.1
os valores mais baixos do ângulo de atrito. Assim,
1.8 para valores de φ' ≤ 33º o cálculo tradicional é o mais
1.6
conservativo, fornecendo resultados muito próximos
1.4
30 32 34 36 38 40 42 de 1.2 e 3.2. Para valores superiores de φ' (φ' > 33º) o
φ'(º) dimensionamento é condicionado pela capacidade
Figura 5. Cálculo C2 (c' = 10 kPa) resistente vertical, fornecendo 1.2, 3.2 e 3.1, resulta-
dos praticamente coincidentes e próximos dos obtidos
8.0
Tradicional (32º)
através da abordagem tradicional. Ressalta no entanto,
7.0 Caso B; 1.1 mais uma vez, o facto de, embora mais conservativos,
c' = 0 kPa
6.0
Caso C; 1.2; 3.2 (30º) os resultados decorrentes da aplicação da Norma não
2
suportarem a segurança ao estado limite de utilização,
B (m)

5.0
3.1
implicitamente garantida na via tradicional. A combi-
4.0
nação 2 fornece, também neste caso, resultados mais
3.0
favoráveis.
2.0
30 32 34 36 38 40 42
φ'(º)

Figura 6. Cálculo C3 (c' = 0 kPa) 3 CONCLUSÕES

8.0
Do estudo paramétrico efectuado sobre uma fundação
7.0
Tradicional (34º)
Caso B; 1.1
superficial de secção rectangular, submetida a uma
c' = 10 kPa
Caso C (31º) tipologia de esforços corrente para estruturas de betão
6.0 1.2; 3.2 (32º)
armado, afigura poder-se concluir que a Abordagem
B (m)

2
5.0
3.1 de cálculo 3 para acções estruturais desfavoráveis é
4.0 bastante próxima da prática de dimensionamento tra-
3.0 dicional em Portugal. No entanto, e ao contrário da
2.0 prática corrente, a verificação da segurança de acordo
30 32 34 36
φ'(º)
38 40 42 com a Norma não constitui garantia de segurança a
estados limites de utilização, aspecto que se afigura
Figura 7. Cálculo C3 (c' = 10 kPa) como uma significativa desvantagem do ponto de vis-
ta da sua utilização corrente. As incertezas acrescidas
A combinação 1.1 (igual ao Caso B da Pré- à verificação explícita da segurança a estado limite de
Norma), embora não relevante para efeitos do dimen- utilização, introduzem uma complexidade adicional à
sionamento pretendido, é apresentada como referên- aplicação do Eurocódigo 7.
cia. As combinações 1.2 e 3.2 são coincidentes para as Esta conclusão é válida no pressuposto que todas
fundações superficiais e iguais ao Caso C da Pré- as acções verticais sobre a fundação são assumidas
Norma quando a coesão efectiva (c') é nula. como tendo um efeito desfavorável. Se se admitir que
Da análise aos resultados obtidos constata-se que, as acções verticais permanentes sobre uma sapata com
quando a sapata é submetida a carga vertical centrada carregamento excêntrico são favoráveis, a aplicação
(Cálculo C1 - Figs. 2 e 3), a aplicação do critério tra- do Eurocódigo 7 conduz a resultados diferentes
dicional de dimensionamento conduz a resultados bas- (Frank et al., 2004).
tante próximos dos calculados através de 3.1 (Abor-
dagem 3, acções estruturais). Ressalta no entanto que,
a verificação de segurança por 3.1, não assegura de REFERÊNCIAS
per si a segurança a estados limites de utilização, im-
plicitamente garantida na via tradicional. As combina- CEN/TC250 (2004). EN 1997-1:2004. Eurocode 7
ções 1.2, 3.2 e 2 fornecem resultados mais favoráveis. Geotechnical design – Part 1: General rules.
Em qualquer caso a segurança ao deslizamento nunca CEN/TC250 (1994). ENV 1997-1:1994. Eurocode 7
é condicionante. Geotechnical design – Part 1: General rules.
Quando a sapata é submetida a esforços de flexão Frank, R.; Bauduin, C.; Driscoll, R.; Kavvadas, M.;
apenas na direcção transversal (Cálculo C2 - Figs. 4 e Krebs Ovesen, N.; Orr, T.; Schuppener, B. (2004).
5) as considerações anteriores mantêm-se válidas. Designers' Guide to EN 1997-1. Eurocode 7:
Getechnical Design - General Rules, Thomas Tel-
ford Limited (H. Gulvanessian Editor).
Portugal, J. C.; Lopes, M. G.; Pinto, A. L. (2005).
Construção de Empreendimentos na Prática. Ca-
pítulo 5 - Fundações. Verlag Dashöfer.

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