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Apresentação:

Estaremos apresentando o Projeto Bisbilhoteca, projeto que visa atender a


demanda de freqüentadores dos diversos pontos culturais espalhados por toda a
cidade de Guarulhos, com destaque a biblioteca Monteiro Lobato e os centros culturais
Adamastor.

Vislumbrando a complexidade de elementos diferentes como inseparáveis


constitutivos do todo econômico, político, sociológico, psicológico, afetivo e também
mitológico, o movimento dialético entre o fazer e o pensar sobre o fazer desencadeou
a criação deste projeto.

Em meio à sofisticada tecnologia atual, nossos anseios procuram uma outra


linguagem que não seja puramente eletrônica, buscou-se através de uma outra forma
de linguagem, que fortaleça nossas próprias raízes e que nos leve ao foco mais lúdico.
Contar histórias é a mais antiga e, paradoxalmente, a mais moderna forma de
comunicação.

Contar histórias é uma arte milenar, uma das mais antigas manifestações do
ser humano, é uma arte que resiste às profundas transformações da evolução humana
e resistirá por muito tempo. O conto proporciona a alusão ao maravilhoso, ao
imaginário e a um mundo sem limites e sem regras. Através de elementos lúdicos,
profissionais qualificados e engajados, o objetivo de elucidar e trazer o público a este
ambiente tende a funcionar como um portal de passagem simbólico e aliado
Pedagogia da Narrativa, o conto é fundamental no processo de aprendizagem,
estabelecendo um elo importantíssimo para a compreensão das realidades.

Elementos para a criação da “Bisbilhoteca”:

O texto abaixo foi publicado nos Anais do 2º Congresso Brasileiro de Extensão


Universitária, na cidade de Belo Horizonte entre os dias 12 e 15 de setembro de 2004,
com referência ao Programa Sócio Educativo: Oficina de Contação de História e
Construção de Brinquedos Usando Sucata.

Para Vygotski (1988) “a cultura forma a inteligência e a brincadeira


favorece a criação de situações imaginárias e reorganiza experiências
vividas”, resultando no caminho que abre as portas para a entrada da
cultura, aprendizado que começa com brincadeiras em que se aprende,
criando significações, a comunicar-se com outros, a tomar decisões,
decodificar regras, expressar a linguagem e socializar.

Ao brincar, a criança movimenta-se em busca de parceria e, na


exploração de objetos, comunica-se com seus pares e se expressa através
de múltiplas linguagens, descobrindo regras e tomando decisões. O
brinquedo propicia à criança vivências que vão além das que são
naturalmente da sua idade. Assim, as regras facilitam a internalização de
significados culturais no comportamento da criança que não são facilmente
percebidos e compreendidos na vida real. Todas essas possibilidades e
tendências intrínsecas ao brinquedo revelam as capacidades que a criança
poderá desenvolver no futuro. O brinquedo é peça fundamental no quebra-
cabeça do desenvolvimento infantil, sendo muito difícil excluí-lo deste
processo. Em situações de brincadeira, a criança constrói a consciência de
realidade, possibilitando um maior entendimento das relações e fatos
sociais reais.

Em suma, é o desenvolvimento do imaginário infantil, através da


interação entre o jogo e a contação de história, que possibilitará à criança a
produção de elementos indispensáveis e responsáveis para sua relação
com o meio na solução de problemas reais. Os brinquedos, o
reconhecimento da transformação de materiais recicláveis em “vida”, o
ouvir, o ler e contar histórias remetem a criança a um reconhecimento de
suas potencialidades criadoras e criativas. Fomentar e resgatar esse
imaginário infantil são o diferencial para uma ação educadora que vislumbra
o homem como “um ser multidimensional, sendo ao mesmo tempo
biológico, psíquico, social, afetivo e racional” (Edgar Morin, 2000).

Para que todo o processo ocorra de forma plena e que os objetivos sejam
alcançados são necessários elementos para esta produção, que serão abordados de
forma simples, para compreensão do projeto em si:
Brinquedoteca

Uma brinquedoteca é caracterizada por possuir um conjunto de brinquedos,


jogos e brincadeiras, em um ambiente agradável, alegre e colorido, totalmente lúdico.
Sua montagem exige um planejamento adequado do espaço, não se perdendo de
vista o seu objetivo e, acima de tudo, com a presença de um profissional competente e
preparado para o desempenho dessa nova função, condições estas sem as quais não
se pode garantir um trabalho de boa qualidade.

A Associação Brasileira de Brinquedotecas será uma colaboradora uma vez


que tem entre seus objetivos, assessorar pessoas e instituições que desejam instalar
brinquedotecas, estabelecer parceria com pesquisadores, instituições e pessoas
interessadas no assunto, elaborar e divulgar materiais escritos que demonstrem os
avanços na área, promover e incentivar o desenvolvimento de estudos e pesquisas,
além de oferecer um processo de educação continuada que possa permitir aos pais e
educadores refletirem sobre a importância do brincar.

Somente a partir do Congresso Internacional de Pediatria, realizado em 1974,


no Anhembi, que o reconhecimento desse espaço começou a acontecer. Hoje há
brinquedotecas espalhadas por todo o Brasil, porém nem todas têm se preocupado
em:

- proporcionar um espaço de brincadeira onde a criança possa realizar suas


atividades, livres das imposições dos adultos;
- favorecer o desenvolvimento psicomotor, sócio-cognitivo e afetivo das crianças;
- desenvolver a autonomia, a criatividade e a cooperação entre os pequenos;
- favorecer o processo de representação e, conseqüentemente, as diversas formas de
comunicação;
- estimular o relacionamento entre as crianças e suas famílias e entre as próprias
crianças.

Se os objetivos da brinquedoteca são tão importantes é imprescindível que os


profissionais que ali atuam tenham um preparo adequado, para que possa de alguma
forma contribuir para o desenvolvimento adequado da criança.
As brinquedotecas são espaços mágicos destinados ao brincar das crianças.
Elas jamais podem ser confundidas com o conjunto de brinquedos ou depósito de
crianças, pois a sua criação pode depender de diferentes objetivos sociais,
terapêuticos, educacionais com base no lazer e na ludicidade. Na realidade o brincar
está para a criança, como o trabalho ou demais atividades estão para o adulto. É
durante a atividade lúdica que a criança se desenvolve em sua plenitude, resolve
problemas, descobre novidades, supera os desafios, sociabilizar-se, enfim cresce do
ponto de vista físico-motor, sócio-emocional e cognitivo.

Profissionais envolvidos: Brinquedista - Contador de Estória

O princípio básico de ouvir uma história e contá-la e recontá-la, durante muitos


anos foram à maneira de preservar os valores e a coesão da sociedade. É o
maravilhoso que consola a aridez dos caminhos que temos à frente, que alimenta a
inspiração e abre o portal da intuição para outras soluções.

Ao ouvirmos um conto fazemos nosso próprio filme, criamos nossas próprias


imagens, construímos alicerçados em nossa experiência de vida, os cenários, as
personagens e o ritmo dos acontecimentos. A Pedagogia da Narrativa ensina-nos que
podemos narrar para educar. Podemos a partir de uma narrativa, abordar diversos
temas, como a literatura, a história, a geografia, a etnografia, o ambiente, a
matemática, a sociologia e entre outros.

Com isto, pouco a pouco vamos preenchendo o nosso imaginário com imagens
novas, uma vez que nossa realidade está à supervalorização das imagens e somos
bombardeados com imagens pré-concebidas e nos tornamos cada vez mais passivos
da globalização, nos tornando cada vez mais iguais e ouvir uma história pode vir a
valorizar nossa individualidade esquecida.

Na brinquedoteca é necessário um educador-brinquedista para o equilíbrio


entre a parte teórica e a prática, pois a capacidade do educador sobre o brinquedista
poderá tirar a magia, a liberdade e o sonho da brincadeira infantil. Brinquedista é o
profissional específico para atender as necessidades da brinquedoteca. É a profissão
mais importante da instituição porque ele deve ter em sua formação conhecimentos de
ordem psicológica, pedagógica, sociológica, literária, artística, enfim, elementos que
lhe dêem uma visão de mundo e um conhecimento sólido sobre criança, brinquedo,
jogo, brincadeira, escola, homem e sociedade.

Objetivo do Projeto:

O objetivo principal desse projeto é criar um espaço lúdico organizado, que


atenda o público infantil/escolar, freqüentador dos pontos culturais da cidade como a
Biblioteca Monteiro Lobato e os Centros Adamastor, onde serão aplicadas diversas
atividades, sempre de forma lúdico-didática, a fim de proporcionar melhor
compreensão e familiaridade com estes ambientes, com a literatura e seu
desenvolvimento empírico através da leitura e da contação de estória, que abrangesse
não somente a criança, mas seus pais, criando maior vínculo com as atividades
culturais e laços fraternais.

Ao criar este espaço, de forma adequada são agregados novos objetivos de


com seu funcionamento, que através das atividades proporcionará: estimulo a
criatividade, desenvolvimento a imaginação, da comunicação e da expressão,
incentivo a brincadeira de faz-de-conta, a dramatização, a construção, solução de
problemas, socialização e a vontade de inventar, colocando ao alcance da criança
uma variedade de atividades que, além de possibilitar a ludicidade individual em meio
ao coletivo, permitindo que ela construa seu próprio conhecimento.

Outro fator de grande importância é a possibilidade de a Bisbilhoteca ser um


forte ponto de apelo para os freqüentadores dos centros culturais, que muitas vezes
não praticam suas atividades cotidianas por não possuir um local para deixar as
crianças, sendo um fator que ganharia notoriedade para o investidor ter um
equipamento que atendesse não somente o adulto, mas toda sua família, criando de
forma perceptível a preocupação com toda a família.

Descrição e Informações do Local:

A localização da Bisbilhoteca é essencial estar atrelada aos pontos culturais


da cidade, o que facilitaria para que seus freqüentadores possam, de forma mais
tranqüila, deixar suas crianças em um local apropriado com profissionais preparados,
onde serão desenvolvidas diversas atividades de leitura e brincadeiras e assim utilizar
o lúdico para proporcionar um melhor aproveitamento do tempo.

Orçamento previsto:

Administração e organização do equipamento Bisbilhoteca será realizada pela


empresa autora do projeto junto do Núcleo de Ação Cultural da cidade, idealizando e
fornecendo total amparo nos primeiros meses do projeto. Sua ampliação, tanto nos
quesitos período de execução como sua atuação em mais pontos da cidade, será
decorrente ao estudo de avaliação que ocorrerá nos primeiros seis meses de trabalhos
realizados ou o período a ser definido junto do órgão municipal responsável.

Patrocinadores:

A Prefeitura poderá indicar possíveis patrocinadores, sejam elas organizações,


associações ou mesmo a iniciativa privada para a realização e participação deste
parceiro, que será de grande valia para a contribuição e apoio necessário para a
realização plena do projeto.

O patrocinador poderá utilizar de mídias externas, imagem (formato - logo da


empresa), sendo essencialmente, COLABORADORES, participando no fornecimento
de equipamentos, mão-de-obra e possível uso da marca exclusivamente no local.

ITEM DESCRIÇÃO VALOR (R$)

Montagem do local Adequação do espaço 3.000,00

Material didático Brinquedos e livros 4.000,00

Brinquedista Educador / salário 600,00

Organização - 1.000,00

Administração - 1.000,00

O valor total para a montagem da Bisbilhoteca ficará em R$ 9.000,00 (Nove Mil


Reais), com toda a estrutura necessária, adequação do espaço, material didático para
o funcionamento pleno do local e contratação de profissional especializado.
A administração do local no decorrer dos meses ficará em R$ 1.600,00, esta
taxa administrativa será paga mensalmente e o investidor / órgão municipal ficará livre
de qualquer encargo e/ou despesas decorrentes que podem vir a surgir referente à
manutenção e reposição dos materiais didáticos.

Anexos

I – Artigo sobre Brinquedotecas;


II – Artigo sobre Labrimp – Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos
(publicada na revista Nova Escola, Março de 1998);
III – Layout da Bisbilhoteca (s/escala);
IV – Artigo: Para fascinar, contação de histórias exige grande preparação. Julia
Dietrich para o Site www.aprendiz.com.br/guia_de_empregos.htm (publicada
em 2007).
Anexo I - Artigo sobre Brinquedotecas
Artigo publicado na Internet na data de 20/09/2004 de autoria de Hellen Santos:
http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_noticias/noticias_educacao/id211200.htm#espaco

Espaço para brincar é fundamental para o desenvolvimento das crianças


Proporcionar mais oportunidades para a brincadeira pode ser um ótimo presente de
Natal para as crianças. Isso é o que aconselha Maria Ângela Barbato Carneiro,
presidente da Associação Brasileira de Brinquedoteca e professora da PUC-SP.

"A brincadeira foi banida da escola nos últimos anos. Sob o pretexto de oferecer
conteúdo, procura-se trabalhar a abstração com a criança desde a pré-escola", afirma
Carneiro, lembrando que os pais tendem a exigir uma evolução de conteúdo muito
cedo. "Nesse sentido, os pais são grandes vilões. Acham que a pré-escola deve
alfabetizar".

A atenção que é dada à tecnologia investida nos brinquedos é segundo Carneiro,


muito grande. O espaço para o lazer e o contato com os pais é fundamental; mais que
qualquer objeto. Mesmo assim, aqueles que estão em dúvida sobre o que comprar,
deve lembrar que o ideal é mesclar brinquedos educativos com os chamados jogos
livres. Os primeiros, explica Carneiro, visam desenvolver alguma habilidade ou
conteúdo, como a coordenação motora, por exemplo. Já os segundos, trabalham,
basicamente com a imaginação infantil.

A idéia de que brinquedos educativos são entediantes para as crianças já não vale
mais. É possível encontrar uma grande variedade de opções que se encaixem no perfil
do presenteado. "Os pais têm que observar qual seria o jogo adequado para o seu
filho", aconselha a professora. Para as crianças mais agitadas, por exemplo, jogos que
exijam movimentos amplos são mais indicados. Já para os tímidos, brinquedos
detalhistas se encaixam melhor.

É bom lembrar ainda, que os jogos tradicionais, como pião, e que não exigem muita
despesa, podem ser resgatados. Melhor ainda se contar com a participação dos pais.
Anexo II - Artigo sobre Labrimp
Artigo publicado na Internet na data de 20/09/2004 no site http://novaescola.abril.uol.com.br
Revista Nova Escola da Fundação Victor Civita (Escola on-line) Ed. Março/1998.

Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos (Labrimp)


Avenida da Universidade, 308, bloco B, salas 42 e 44 - Cidade Universitária, São
Paulo / SP.

Adriana Vera e Silva


Aqui o faz-de-conta vira ciência:
Conheça um laboratório que pesquisa brincadeiras e ajuda o professor a trabalhar com a
fantasia das crianças:

Dentro do mais importante centro acadêmico do país, a Universidade de São Paulo


(USP), funciona um laboratório onde, em vez de tubos de ensaio e microscópios,
existem bonecas e carrinhos. É o Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos
(Labrimp) da Faculdade de Educação (Feusp). Ele foi criado para estudar o uso de
brinquedos e brincadeiras na educação. Ali, os autores das experiências não
costumam ter mais de 1 metro de altura, e seu trabalho é brincar.

Esse mundo "de mentirinha" é objeto de pesquisas científicas de verdade. Enquanto


as crianças se divertem com os 1500 objetos da brinquedoteca (coleção de
brinquedos) do Laboratório, são observadas pela equipe do Labrimp e por estudantes
de Pedagogia da USP. "Eles analisam a forma como as crianças se organizam, que
temas elas usam nas brincadeiras ou os brinquedos de que mais gostam", diz a
professora Tizuko Morchida Kishimoto, coordenadora do Laboratório. "Dessa forma,
comprovam que brincar é fundamental para o desenvolvimento", afirma Ruth Elisabeth
Truzzi, funcionária do Labrimp.

Além da brinquedoteca, o Laboratório oferece vários serviços úteis para o professor.


Organiza palestras sobre o uso de brincadeiras no ensino, fornece informações sobre
esse tema pelo correio, tem uma biblioteca especializada e até um acervo de
brinquedos e materiais pedagógicos antigos. "Aqui nós fazemos de tudo um pouco",
conta Ruth. "Até lavamos brinquedos sujos."
Brinquedoteca, antes terá que assistir a uma palestra oferecida pela equipe do
Labrimp. Para cada grupo de alunos, é preciso haver dois responsáveis. As visitas de
escolas são feitas às quintas-feiras, das 14h às 16h. Qualquer criança pode ir à
brinquedoteca, basta que um responsável por ela marque horário por telefone. As
visitas abertas à comunidade são feitas às terças-feiras, das 9h às 12h, e as quartas,
das 14h às 17h. Em geral, só se consegue um horário para escolas depois de dois
meses.

TODA CRIANÇA PODE IR À BRINQUEDOTECA

Para visitas de escolas, há uma fila de espera de dois meses.

Não existe limite de idade para quem vai à brinquedoteca, mas a maioria das crianças
que a freqüenta tem de 3 a 6 anos. As visitas são gratuitas. Elas precisam ser
marcadas por telefone, dura uma hora e são organizadas para grupos de quinze
crianças. A brinquedoteca ocupa um salão de 117 metros quadrados, dividido em
vários ambientes, cada um montado a partir de um tema. Existem, por exemplo, um
escritório, uma cozinha e instrumentos musicais, tudo em miniatura, e ainda um
estoque de fantasias. Essa organização por temas ajuda as crianças a inventar
brincadeiras.
Anexo III – Layout de brinquedoteca
Baseada no projeto dos alunos de Lazer e Indústria do Entretenimento, da Universidade
Anhembi-Morumbi (São Paulo. 2004).
IV – Artigo: Para fascinar, contação de histórias exige grande preparação:
Artigo publicado na internet de autoria de Julia Dietrich para o site:
www.aprendiz.com.br/guiadeempregos.htm

Olhos bem abertos e atentos. Sorrisos, sustos, lágrimas e, de repente, uma baita
gargalhada. Mais suspense, alguma indignação e a espera ansiosa pelo “viveram
felizes para sempre”. Presente na vida humana desde que o mundo é mundo, o ato de
contar histórias há cerca de 15 anos ganhou espaço comercial no Brasil e cada vez
mais livrarias, escolas e até empresas abrem as portas para esse mundo da
imaginação.

Porém, conduzir o público pelas histórias nem sempre é tarefa fácil e não significa ler
um livro em voz alta. “Preparação é fundamental. É preciso ensaiar e pensar como a
história quer ser contada”, explica a contadora de histórias profissional há mais de 15
anos Marília Tresca (www.wooz.org.br/contadora/historia.htm). Dentre outros recursos,
a contadora faz uso de origamis, objetos e fantasias. “Na preparação penso quem será
o narrador. Decido que uma história deve ser contada no ponto de vista de
determinado personagem, que não é necessariamente o protagonista ou o narrador do
livro original”, diz.

Talvez o mais famoso contador de histórias brasileiro, Ilan Brennan


(http://www.ilan.com.br/) insiste que para se tornar um contador é necessário, antes de
mais nada, ser apaixonado por livros e organizar previamente o material. Na estrada
há 15 anos, ele explica que, antes de se apresentar, monta um roteiro a partir das 700
histórias que estão compiladas em sua memória. “Embora faça esse tipo de atividade
há bastante tempo, ainda sinto um comichão na barriga. Acho que não teria mais
graça continuar sem esse nervosismo”, explica.

Além da preparação, Tresca e Brennan insistem no estudo. Ambos oferecem cursos


de formação para contadores de história e explicam que existem outros profissionais
que prestam esse tipo de serviço com qualidade. Mesmo aqueles que querem
trabalhar voluntariamente com a atividade precisam investir no treinamento. Prova
disso é Associação Viva e Deixe Viver que, desde 1997, entre outras ações, trabalha
com contação de histórias para crianças internadas em hospitais e para seus
funcionários e voluntários exige formação.
“É um processo super longo. Durante um ano a pessoa tem que comparecer em
palestras mensais sobre diversos temas que vão de formas de combater as doenças,
lidar com a morte e até como utilizar determinados acessórios para áreas hospitalares
específicas”, explica Tresca. “Depois assistimos a um contador experiente em uma
visita ao hospital e preenchemos um relatório para ser analisado. Posteriormente vem
a formatura e começamos a exercer a função sozinhos”, completa, lembrando que,
mesmo sendo contadora experiente e com atuação profissional, também teve que
passar por todo processo educativo.

Além das óbvias boas lembranças, Tresca conta que aprendeu muito nos dois anos de
voluntária na associação. “Uma vez fui contar uma história para uma bebê de apenas
três meses que estava inquieta e sua mãe exausta da estadia no hospital. Quando
cheguei no quarto, a mãe se perguntou porquê eu contaria uma história para um nenê,
mas depois de eu contar os três porquinhos, não só a criança se acalmou como ela
também”, lembra.

Não são só as crianças e mesmo bebês que ficam fascinados pelo mundo das
narrativas. Brennan realiza mensalmente uma noite de degustação de histórias na
Livraria da Vila, na cidade de São Paulo (SP). Durante a atividade, ele conta histórias
eróticas de diferentes regiões do globo, acompanhadas de uma refeição especial e em
alguns casos, até de dançarinas do ventre, sonoplastas e músicos.

Para os dois profissionais, contar histórias para adultos é igualmente surpreendente e


as reações, embora no começo sejam mais tímidas, acabam similares às da
juventude. “Os olhos brilham e eles vão se envolvendo na história, se divertem, se
emocionam”, explica Tresca. “Quando toca um celular em cena, incluo o aparelho na
trama ou aproveito o caso Renan Calheiros dentro da narrativa”, complementa
Brennan, sobre as diferenças de se trabalhar com os mais velhos.

O segmento adulto abre um novo espaço no mercado. Embora o campo tradicional


(em livrarias e escolas) esteja bastante saturado, a figura do contador de histórias
cativa cada vez mais empresas que visam motivar ou entreter seus funcionários.
Tresca lembra que já contou histórias vestida de fada para adultos de uma agência
bancária. “Dá super certo, pois as histórias se relacionam com nosso inconsciente e
com sentimentos e sensações que muitas vezes deixamos dormentes”, conclui.

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