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TROCA DE INFORMAÇÕES ATRAVÉS DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

AS MONTADORAS E AS SUAS DISTRIBUIDORAS

Alexandre Cardoso Glioche


Mestrando em Logística Profissional
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
José Eugênio Leal
Departamento de Engenharia Industrial
Pontifícia Universidade Católica
Valéria Campos Gomes de Souza Miccuci
Doutoranda de Engenharia de Produção
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

RESUMO

Atualmente as empresas estão concentrando esforços para se tornarem mais competitivas no mercado global, ao
buscarem o controle da cadeia de suprimentos a qual pertencem de uma forma integrada, utilizando a tecnologia
da informação para aumentar a produtividade, diminuir os custos e aumentar a velocidade na troca das
informações entre os elos da cadeia de suprimento. A competição passa a ser então de cadeias de suprimento
versus cadeias de suprimento. O objetivo principal desse artigo é mostrar os procedimentos realizados, entre os
diversos elos da cadeia de suprimento, para integrar as empresas através da troca de informação, analisando o
caso real entre as montadoras e os seus distribuidores.

ABSTRACT

Currently the companies are joining efforts to become more competitive in the global market. For cause of this,
the companies are trying to control the chain of an integrated form, using the information technology to increase
the productivity, to diminish the costs and to increase the speed of the information exchange between the
members of the supply chain. The competition turns to a supply chains versus supply chains model. The main
objective of this article is to show the carried through procedure between the members of the supply chain, to
electronically integrate the companies by means of information exchange, analyzing the real case between the
assembly plants and its dealers.

PALAVRAS CHAVE
supply chain, logística, tecnologia da informação

1. INTRODUÇÃO

“O SCM é o gerenciamento da integração dos diversos processos de negócios e organizações


desde o usuário final até os fornecedores originais, que proporcionam a oferta de produtos,
serviços e informações que agregam valor para os clientes” (General Motors do Brasil,
2000). Esta visão da logística, por uma montadora, demonstra a importância da troca de
informações como fator de agregação de valor para a mesma.

A utilização da tecnologia de informação, através da troca eletrônica de informações, nas


montadoras e entre os membros da cadeia de suprimentos a qual pertencem, objetiva uma
maior competitividade global através da união de esforços dos mesmos. Ao oferecer um
serviço melhor, com um custo menor, os membros da cadeia buscam alcançar esse objetivo,
principalmente ao passarem a analisar a cadeia quase como se fosse uma só empresa.

As bases da tecnologia de informação, os diferentes tipos de sistemas de informação


existentes, as diversas aplicações corporativas possíveis, serão o tema de discussão deste
artigo. Serão apresentados, também, o caso real das montadoras de automóveis e o esforço
realizado por elas para garantir a integração e a qualidade de alguns processos com os seus
distribuidores (concessionárias) de automóveis e produtos. Além disso, será mostrado a
importância da integração dos mesmos tanto como diferencial competitivo como para
aumentar a velocidade com que as informações são transferidas entre os participantes da
cadeia de suprimento.

2. EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA

A logística é um dos setores dentro das empresas que mais tem crescido nos últimos anos.
Isso se deve à necessidade das empresas de disponibilizar os produtos desejados pelos clientes
na hora e no local desejado. Toda vez que um cliente vai a uma loja e não encontra o produto
desejado, acaba comprando outra marca, ou escolhendo outra empresa para adquirir o
produto.

A logística entra, nesse momento, para disponibilizar o produto na quantidade correta, na hora
certa e no local desejado (Ballou, 1993). Todas as atividades envolvidas para garantir a
disponibilidade do produto são tratadas pela logística, como, por exemplo, transporte e
expedição, gerenciamento do estoque, definição da localização dos centros de distribuição,
definição dos pontos de venda, processamento de pedido, gerenciamento de pedidos,
suprimento e operações de distribuição.

A logística, como ciência, surgiu devido às necessidades militares, onde era preciso
desenvolver meios de estocar e levar suprimentos para as tropas de modo eficiente. Após a
Segunda Guerra, a logística começou a ser usada por empresas que tinham a necessidade de
atender a um leque de clientes cada vez maior e mais exigente, em um ambiente de forte
concorrência, que antes não existia.

Com o aumento desta concorrência, a logística veio para auxiliar as empresas em pontos
importantes para a competitividade, tais como:
? ? Redução dos custos de transporte;
? ? Aumento da eficiência na produção;
? ? Controle de estoques.

2.1 A integração logística

Como toda a ciência, a Logística também passou por uma evolução; os trabalhos de Wood &
Zuffo (1998) e La Londe (1994) destacam este tema, sendo que, segundo o último, a logística
evolui passando pelos seguintes estágios:
? ? Estágio 1 - Distribuição Física: Neste estágio, as empresas se preocupam em integrar
transporte de mercadorias acabadas, armazéns, gerenciamento de inventário, serviços ao
consumidor e qualquer outra função diretamente relacionada com distribuição para o
consumidor. O foco deste estágio é gerenciar a distribuição do produto final, atendendo as
necessidades do cliente ao menor custo possível.
? ? Estágio 2 - Internal Linkages - Neste estágio, as empresas começam a gerenciar seus
processos internos de forma unificada, procurando otimizar o sistema de produção como
um todo e não setor por setor.
? ? Estágio 3 - External Linkages - Aqui as empresas começam a olhar para fora de seus
domínios e olham umas para as outras, para otimizar toda a cadeia a que pertencem.

Quando a logística passou a unir a produção, a distribuição e o planejamento, o conceito


logístico passou a ser denominado logística integrada, cuja maior importância é a efetiva
coordenação da integração dos processos internos, de tal forma que todos os setores tenham
conhecimento e informações consistentes um do outro e a qualquer hora.

Quando o coordenação dos processos entre as organizações passa a ser necessário entre as
organizações e o gerenciamento passa a englobar a integração dos diversos processos do
negócio, envolvendo todos os membros do canal de suprimento, desde o usuário final até os
fornecedores originais, a logística integrada passa a ser conhecida como SCM (Supply Chain
Management – Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos).

O SCM otimiza e coordena as atividades num processo eficiente e unificado para todo e
qualquer segmento de empresa. A integração é importante, pois além de contribuir para a
redução dos custos de todos os membros, contribui também para a eficiência dos processos de
negócios e no aumento dos lucros de todos. Olha-se a cadeia como um todo (fornecedores,
clientes, empresa, intermediários, distribuidores e atacadistas), onde todos os parceiros
envolvidos devem contribuir para o aumento do nível de serviço.

2.2 A tecnologia e a logística

Em um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo, onde a logística evoluiu para um
conceito de gerenciamento da cadeia de suprimentos, a automação dos processos ultrapassa as
fronteiras da empresa para avançar nas relações entre indústria e parceiros. Para que as
alianças efetuadas com os parceiros sejam bem sucedidas, é necessário que as empresas
integrem os seus sistemas na cadeia de suprimento, para que a informação flua rapidamente.
Neste contexto, a troca rápida de informações é fundamental para ganhar eficiência.

Para eliminar as barreiras na comunicação entre empresas (pilhas de papéis, digitação,


relatórios, etc.) foi desenvolvida uma tecnologia baseada em comunicação eletrônica na qual
as informações vão e voltam com um mínimo de interferência. Esta tecnologia é conhecida
como EDI (Intercâmbio Eletrônico de Dados). Então, em um ambiente integrado, podemos
dizer que o EDI é uma etapa que permite o fluxo de informações eletronicamente entre os elos
da cadeia, sendo então uma troca automatizada, computador-a-computador, de informações
de negócios estruturadas, entre uma empresa e seus parceiros comerciais de acordo com um
padrão reconhecido internacionalmente (Bansaou,1999).
Uma escolha que deve ser feita no momento da integração entre os membros da cadeia é qual
será a rede de telecomunicação utilizada, como por exemplo, Internet, satélite, linha privada
ou fibra ótica. Para escolher qual a melhor rede de comunicação, deve ser avaliado o tráfego
de informações, o custo e a segurança (Kumar&Crooke,1999).

3. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Sistema de informação (SI) é um conjunto formado por pessoas, software, hardware,


procedimentos e dados. O sistema de informação é responsável por difundir as informações
através da organização (O’Brien, 2000). De acordo com Araújo (1999) um SI deve ser
flexível, fácil de usar, responsivo, comunicativo e rentável.

3.1 As bases das trocas de informação: as redes de computadores

Uma rede de computadores é formada por um conjunto de módulos processadores (MPs)


capazes de trocar informações e compartilhar recursos, interligados por um sistema de
comunicação O sistema de comunicação se constitui de um arranjo topológico interligando os
vários módulos processadores através de enlaces físicos (meios de transmissão) ou de um
conjunto de regras com o fim de organizar a comunicação (protocolos) (Comer & Stevens,
1991).

O número, nome, conjunto de funções e serviços, e o protocolo de cada camada variam de


uma arquitetura de rede para a outra. Algumas redes de computadores consistem em um
computador central e algumas estações remotas subordinadas a ele. Quando há a necessidade
de se interligar computadores de redes distintas, normalmente são utilizados gateways.
(Soares et al,1995). As redes de computadores podem ser:
? ? Quanto à abrangência:
- Locais;
- Geograficamente distribuídas (WAN) – quando se compartilha recursos especializados
por uma maior comunidade de usuários geograficamente dispersos. Tem um custo de
comunicação bastante elevado (circuito para satélites e enlaces de microondas), e seu
acesso é normalmente público. Possui arranjo topológico específico e diferente dos
das redes locais para a interligação entre os diferentes módulos processadores.
? ? Quanto à propriedade:
- Privadas – quando controladas por uma única entidade. Sua arquitetura é específica
para o atender as necessidades do proprietário, possibilitando a troca de informações
entre seus computadores;
- Públicas – possui uma arquitetura aberta, possibilitando a troca de informações entre
computadores de usuários diversos.

3.2 Internet, Intranet e Extranet

A Internet é uma arquitetura importante no contexto de interconexão de redes heterogêneas.


Caracteriza-se como uma rede WAN, e baseia-se na família de protocolos TCP/IP
(Transmission control protocol/Internet protocol) como língua franca, independente da
arquitetura da máquina e do sistema operacional utilizado (Soares et al,1995). É a maior rede
dos computadores do mundo, sendo uma rede de redes.

A Intranet é a utilização de e-mail e tecnologia da Internet dentro das empresas, com um


conjunto de serviços acessíveis somente dentro da própria rede de uma organização, sendo
atualmente uma importante fonte de informação dentro das empresas (O´Brien, 2000). A
Extranet compreende conexões de redes que utilizam tecnologias da Internet para
interconectar a Intranet de uma empresa com a Intranet de outra empresa, podendo ser através
de conexões diretas e privadas entre si mesmas ou através de redes privadas virtuais (VPN),
que são conexões seguras e de Internet entre si (Levine et al,1998).

3.3 Sistemas aplicativos de integração

Atualmente a informação é um bem muito valioso. Por isso deve ser utilizado um software
capaz de gerenciá-las, para que a empresa possua condições de tomar decisões. A informação
deve ser propagada por todos os módulos da empresa. Caso ao invés de um sistema integrado
tenhamos vários sistemas isolados teremos um volume de digitação muito grande, gerando
erros, retrabalho e maiores custos. Apresentaremos a seguir alguns sistemas aplicativos que
possibilitam a integração das informações.

3.3.1 Comércio Eletrônico

As inter-relações com outras empresas, necessárias para montar e vender um produto,


constituem uma rede de relações comerciais que são importantes para a cadeia de suprimento.
Quando a relação de compra e venda ocorre entre empresas, utilizando diferentes tecnologias
da informação, diz-se que ocorre um comércio eletrônico de empresa para empresa (B2B –
business to business). (O’Brien, 2000).

Um importante desafio no B2B é a interação entre os participantes, pois para que haja uma
integração é necessário que os seus sistemas conversem entre si, para que as atividades
exercidas necessitem de um mínimo de intervenção humana. Para que as empresas
conversem entre si, será necessária a conversão dos dados em mensagens interpretadas pelos
sistemas de informação das empresas envolvidas. Além da dificuldade de integração entre os
sistemas heterogêneos, existe a dificuldade dos sistemas tratarem as informações da mesma
forma.

Há, porém, alguns tipos de impedimentos neste tipo de comércio eletrônico: tempo para
baixar informações, limitações da interface, problemas de pesquisa, inadequada mensuração
do sucesso de aplicações na Internet, fraca segurança, e a falta de um padrão na Internet
(Gregory et al., 1999).

Quando se realiza venda a varejo na Internet, diz-se que ocorre um comércio eletrônico de
empresa para consumidor (B2C - Business-to-Consumer). É a venda de produtos pelas
empresas ao consumidor final. O interessante, em relação ao varejo pela Internet, é que todos
as empresas estão a mesma distância do cliente (alguns cliques). Logo a distância é um
parâmetro irrelevante para o cliente, tendo a fidelidade como principal desafio. (O’Brien,
2000).

Os fatores de sucesso relacionados a essas lojas virtuais são: facilidade de utilização,


personalização, rapidez na entrega, manter o cliente atualizado de todo o processo,
pontualidade na entrega, oferta, socialização, aparência e impressão, incentivos, segurança e
confiabilidade. (O’Brien, 2000).

3.3.2 Sistemas Integrados de Gestão – ERP

Trata-se de “um pacote de software de negócios que permite a uma companhia automatizar e
integrar a maioria de seus processos de negócios” (Souza & Zwicker, 2000). O ERP é um
conjunto de programas integrados, os quais gerenciam as operações vitais do negócio de uma
empresa, com várias filiais e com uma atuação global. O sistema deve dar suporte a múltiplas
entidades jurídicas, várias linguagens e diversas moedas. A utilização do EDI é realizada por
todos os softwares de ERP. Atualmente os módulos de um ERP precisam integrar-se com
outros softwares. Normalmente esses programas “conversam” entre si através de arquivos.

Possuem o custo de implantação elevado, que envolvem o treinamento de toda a estrutura da


empresa, apresentando, ainda, dificuldade de convencer alguns usuários a adotar a ferramenta.
Trata-se de um software que controla todos os processos de uma empresa, necessitando de
várias parametrizações e que, muitas vezes, requerem profissionais preparados. A sua escolha
não se resume à escolha do melhor produto de software, mas à escolha de um parceiro de
negócio de longo prazo (O’Brien, 2000). Ao instalar um ERP, é necessário também que o
fabricante do sistema, o customize para atender as necessidades inerentes ao negócio do
cliente que não estão presentes no pacote oferecido.

O ERP falha quando se fala na integração das informações da cadeia de suprimento devido às
diferenças de arquitetura dos diversos sistemas, do trato das informações e da abordagem do
sistema. Para solucionar esse problema alguns fornecedores desenvolveram aplicações
capazes de administrar o fluxo de materiais entre os diversos elos da cadeia de suprimento,
utilizando, na maioria das vezes, a troca eletrônica de informações para assim poder executar
tarefas, como, por exemplo, ressuprimento automático, recebimento de pedidos e emissão de
nota fiscal. Para integrar as informações da cadeia de suprimento pode ser utilizado ERP +
EDI, que nada mais é do que o envio de informações de um sistema para outro através de
arquivos. O problema desse método é que, normalmente, o mesmo é processado no final do
dia e caso haja vários fornecedores na cadeia de suprimento, um pedido pode demorar dias
para ser processado pelo último elo da cadeia de suprimento.

3.3.3 EAI – a integração das aplicações corporativas

EAI (Enterprise Application Integration) é um software que permite a integração das


aplicações corporativas existentes dentro de uma empresa utilizando um middleware comum
(software independente da aplicação que serve como mediador das aplicações) na própria
empresa ou entre empresas distintas (William et al., 2001).
Na década de 60, surgiram os primeiros módulos de contas a receber, contas a pagar e folha
de pagamento, dentre outros, sendo executados em mainframe. Em meados dos anos 80
surgiram os sistema integrados empresariais (ERP) para conectar todos os processos internos
da empresa (Garcia & Shinotsuka, 2001). Nos últimos anos, surgiu a necessidade de interligar
os sistemas ERP de uma mesma empresa ou entre fornecedores, parceiros e cliente. A solução
para isso é o EAI.

A integração de uma empresa ou de empresas distintas é mais bem realizada através de um


software EAI ao invés da instalação de um único software de ERP. A resistência e o custo
para a implantação do mesmo são menores (Lee et al, 2003) porque não é necessário mudar os
processos da empresa para se adaptar ao novo software e sim utilizar os processos existentes e
integrá-los. Através desse software é possível integrar sistemas de diferentes fornecedores
(Son et al., 2003).

De acordo com Bernstein, (2003) podemos definir seis tipos soluções EAI: integração de
plataforma; integração de dados; integração de componentes; integração de aplicações;
integração de processos, e integração B2B.

3.3.4 ASP – Application Solution Provider

O ASP é um modelo de serviços ofertado por empresas (normalmente IDCs - Internet Data
Centers e Portais Verticais) com o intuito de oferecer acesso a aplicativos, através da Internet,
tanto às pessoas físicas quanto às pessoas jurídicas, aplicativos estes que tradicionalmente
seriam internalizados pelas empresas contratantes em ambientes e máquinas próprias. É um
fornecedor de serviços que aluga parte ou todas as suas aplicações de negócio para empresas
através de redes (Leem & Lee, 2003). Tem crescido muito a sua utilização nos últimos anos e
a tendência é que nós próximos anos mais empresas optem por utilizar esse modelo.

3.3.5 REA – Recursos, eventos e agentes

O REA é um modelo apropriado para a colaboração entre os diversos participantes da cadeia


de suprimento, porque é um padrão não proprietário, que todos os participantes podem
utilizar. Através do REA, pode-se ligar eventos econômicos entre diferentes empresas,
indústrias e nações. Essas ligações são feitas entre agentes para agentes ou atividade para
atividades ao invés de empresas para empresas (Haugen et al, 2000).

Vários sistemas já foram apresentados para a integração das informações da cadeia de


suprimento (ERP, EDI, EAI), mas esses modelos apresentam falhas porque são processos
proprietários (ERP, EAI) ou, apesar de não serem proprietários, o tempo que demanda para
transferir as informações entre os agentes é maior que o desejado (EDI). Na maioria das
vezes, esse processo é realizado no final do dia.

A grande vantagem do REA é que o mesmo foi projetado para ser on-line. Ou seja, os
processos são executados na hora, ao invés de serem processados no final do dia. Quando os
executados no final do dia, normalmente, a informação pode demorar de dois a três dias até
chegar ao último integrante da cadeia de suprimento. Porém, o REA ainda não está
completamente desenvolvido, embora algumas empresas estejam tentando a implantação do
mesmo como é o caso do software SCAN da empresa Logistics.

4. AS MONTADORAS E SUAS DISTRIBUIDORAS

No mundo, o setor automobilístico passa por uma forte transformação decorrente do processo
de globalização associado à revolução tecnológica, que vem alterando as relações e processos
nas várias partes da cadeia produtiva – montadoras, fornecedores, autopeças e
concessionárias. Por conta desta revolução, as montadoras e sua cadeia de suprimento serão
utilizadas como um exemplo real de utilização de tecnologia para a troca de informações
entre os membros.

Atualmente as quatro grandes montadoras instaladas no Brasil - Fiat, Volkswagen, General


Motors (GM) e Ford, utilizam a comunicação através de satélite para interligar a montadora e
os seus distribuidores, utilizando um padrão de comunicação desenvolvido pelos mesmos. O
layout dos arquivos está disponível, através dos distribuidores das montadoras, para todas as
empresas interessadas em desenvolver programas para essa troca de informações, nos casos
das montadoras Fiat, Volkswagen e Ford. A GM optou por homologar alguns sistemas de
gestão comercial desenvolvidos para atender os seus distribuidores, para dessa forma, ter um
maior controle na qualidade das informações que são prestadas a montadora e garantir que os
sistemas possuam todas as facilidades necessárias para atender os requisitos da fábrica.

A Ford e a Volkswagen possuem um processo de troca eletrônica de informações muito


parecidas, visto que o processo foi iniciado na época da Autolatina. Já a Fiat e a GM iniciaram
os processos de integração depois, sendo que a última vem investindo muito nessa integração
nos últimos anos, implantando, inclusive, novos processos como o ressuprimento automático.
Todas as montadoras possuem integração com os seus distribuidores.

Apresentaremos abaixo os principais processos, nos quais as empresas montadoras estão


investindo em TI, para facilitar a integração. A pesquisa foi realizada através de
documentação disponibilizada pelas montadoras. A Tabela 1 mostra os processos que serão
comentados e indica se o processo faz ou não uso do EDI.

Processo Fiat Ford GM Volks


Nota fiscal de compra Sim Sim Sim Sim
Pedido de compra Sim Sim Sim Sim
Pedidos cancelados Sim Sim Sim Sim
Lista de preços Sim Sim Sim Sim
Mudança de código / Engenharia Sim Sim Sim Sim
Atualização de preços de modelos Sim Sim Sim Sim
Relatório gerencial Sim Sim Sim Sim
Cardápio de serviços Não Sim Não Não
Campanha Não Sim Sim Sim
Tempo padrão Não Sim Sim Sim
Solicitação de garantia Não Sim Sim Sim
Aviso de vendas Não Sim Sim Sim
Progresso de veículo Não Sim Sim Sim
Administração de consórcio Não Sim Não Sim
Ressuprimento automático Não Não Sim Não
Tabela 1: Processos realizados através de EDI pelas montadoras no Brasil

Quanto aos processos integradores acima, cabem algumas explicações:


? ? Nota fiscal de compra – a sua função é eliminar a digitação das notas fiscais através de
um arquivo enviado pela montadora às concessionárias, aumentando a velocidade de
entrada de dados e reduzindo o erro;
? ? Pedido de compra – as informações de pedido são inseridos diretamente num sistema das
concessionárias, que gera um arquivo que é enviado às montadoras;
? ? Pedidos cancelados – a montadora informa, através de do envio de um arquivo às
concessionárias, que um determinado produto dentro de um pedido não vai ser atendido;
? ? Lista de preços - através do envio de um arquivo da pelas montadoras contendo as
informações dos produtos, a concessionária atualiza os custos de reposição da
mercadoria, o custo de garantia e preços de venda sugerido. Além dessas informações,
apresenta informações relacionadas ao cadastro da peça, ou seja, múltiplo por pedido,
classificação do produto, percentual do IPI e letra de desconto do produto;
? ? Mudança de código / Engenharia – este arquivo é enviado pelas montadoras às
concessionárias sempre que é necessário informar a mudança de código de engenharia ou
do fornecedor;
? ? Atualização do preço / modelos de veículos - este arquivo é enviado pelas montadoras às
concessionárias sempre que se deseja atualizar os preços dos modelos de veículos;
? ? Relatório gerencial – através de um arquivo enviado pelas concessionárias à matriz das
montadoras, mostrando o resultado consolidado da concessionária, permitindo às
montadoras estabelecer níveis, ranking e informações gerenciais. No caso da GM, as
informações são enviadas diretamente à matriz em Detroit;
? ? Cardápio de Serviços – somente realizado pela Ford, através do envio de um arquivo às
concessionárias, têm como objetivo simplificar a elaboração de orçamentos e facilitar a
criação da ordem de serviço (documento utilizado para registrar a entrada do veículo na
concessionária), agilizando o atendimento;
? ? Campanha - um arquivo é enviado pelas montadoras às concessionárias sempre que é
diagnosticado uma falha de segurança ou algum defeito de fabricação em seus veículos,
contendo o código niv (chassis) dos veículos que devem participar do recall. Isso permite
à concessionária identificar os veículos que precisam passar pelo recall, sempre que esse
aparecerem nas mesmas para algum reparo, aumentando a qualidade do serviço e o
faturamento das mesmas (quem paga o serviço é a montadora). Processo não realizado
pela Fiat;
? ? Tempo padrão - um arquivo é enviado pelas montadoras às concessionárias contendo o
tempo padrão permitido para determinados serviços, que serão utilizados tanto no
faturamento de serviços da garantia (as montadoras pagam pelo tempo padrão os serviços
de garantia a serem realizados), quanto para avaliar a produtividade dos mecânicos nas
concessionárias. Processo não realizado pela Fiat;
? ? Solicitação de garantia - importante para o faturamento das garantias, esse processo é
divido em alguns processos menores: o envio da solicitação de garantia pela
concessionária às montadoras; o retorno com os erros diagnosticados, a relação das
garantias aprovadas e relação das garantias reprovadas, enviados pelas montadoras às
concessionárias. Processo não realizado pela Fiat;
? ? Aviso de vendas - um arquivo é enviado pelas concessionárias às montadoras,
informando imediatamente uma venda realizada, pois a partir do dia da venda é que se
conta o prazo para efetuar o pagamento do veículo. Processo não realizado pela Fiat;
? ? Progresso de veículo – a montadora envia um arquivo contendo o status do veículo na
mesma, possibilitando o acompanhamento da produção do veículo pela concessionária,
tanto dos veículos por ela vendida como dos veículos vendidos pela Internet e que serão
entregues pela mesma. Processo não realizado pela Fiat;
? ? Administração de veículos - um arquivo é enviado pelas montadoras às concessionárias,
permitindo à concessionária acompanhar a formação de grupos de consórcios e fazer o
pedido do veículo do consórcio. Processo não realizado pela Fiat, nem pela GM;
? ? Ressuprimento automático - apenas a GM utiliza esse processo, sendo conhecido como
Autogiro. Serve para abastecer a concessionária automaticamente, baseada nas vendas
realizada pelas concessionárias e não pela previsão da demanda. Diariamente a
concessionária informa a sua posição do estoque e de acordo com a posição e a política
de estocagem adotada. A fábrica, então, envia os produtos necessários para atingir a
política da concessionária. As outras montadoras, apesar de não realizarem esse processo,
recebem diariamente arquivos contendo as informações dos produtos vendidos pelos seus
distribuidores. Esse processo de ressuprimento automático pode ser divido nos seguintes
processos menores:
- Política de estocagem. Define qual o saldo deve ser mantido pela concessionária,
sendo feita uma sugestão pela montadora, e validado pela concessionária. Processo
digitado pela Web;
- Informação de demanda. A concessionária gera as informações de venda no final
do dia e as envia à montadora;
- Reposição automática. A concessionária recebe um arquivo com os produtos que
serão automaticamente enviados pela montadora.

5. CONCLUSÃO

A concorrência aumentou muito nos últimos anos e com isso os clientes estão recebendo
produtos com melhor qualidade e um nível de serviço melhor. As empresas precisam, cada
vez mais, melhorar os seus processos para que o produto chegue com o menor custo possível
e no momento certo. A tecnologia de informação hoje é um dos principais fatores que está
permitindo às empresas alcançarem esse objetivo, e, nos últimos anos, é o setor que mais
evoluiu.

Para diminuir os seus custos e melhorar a qualidade, as empresas estão formando parcerias e
alianças para, juntas, reduzirem o custo final ao cliente. Então, as empresas, ao invés de
competirem entre si, estão promovendo a concorrência de toda a cadeia de suprimento. Na
maioria dos casos, há uma empresa patrocinadora que, normalmente, é a mais forte da cadeia.

Um processo que vem sendo muito utilizado atualmente é a troca eletrônica de informações,
visto que, através dela, as empresas conseguem atualizar os seus sistemas de informação
rapidamente e minimizando a necessidade de pessoas para operar a troca de informação. Esse
processo é automático e entre sistemas de informação. Possui, porém, custo inicial da
implantação da troca eletrônica de informações muito alto, pois é necessário investir em toda
uma infra-estrutura (equipamento, contratar técnicos) antes de implantar os processos que
também devem ser desenvolvidos para atender às necessidades da empresa.

O EDI é um facilitador para a implantação de ferramentas que precisam ser ágeis e uma forma
das empresas reduzirem custos. Muitas vezes, várias empresas da cadeia fazem a manutenção
da mesma informação em suas bases de dados. Essa atualização pode ser feita por apenas uma
empresa e passada para as demais através da troca eletrônica de informações. Ou seja,
antigamente a preocupação era ligar os sistemas de dentro da empresa e, hoje em dia, a
preocupação é ligar todos os sistemas utilizados na cadeia de suprimento.

Um modelo de negócio que foi projetado para solucionar esse problema foi o REA,.
Atualmente as maiores empresas de ERP estão incluindo facilidades nos seus softwares para
aumentar a visibilidade da cadeia de suprimento, mas ainda estão encontrando algumas
dificuldades para alcançar esse objetivo e a definição de um padrão de negócio.

Uma forma eficiente de integrar as informações da cadeia de suprimento seria a inclusão de


um membro integrador na cadeia de suprimento. Esse integrador teria a responsabilidade de
consolidar todas as informações em um único local além de definir um padrão de troca de
informações. Dessa forma todos os integrantes da cadeia podem consultar ou importar a
informações relevantes ao seu negócio. Esse modelo de negócio é muito bem implementado
através da utilização do ASP. Com o ASP, pode-se obter uma maior integração em uma
cadeia de suprimento, uma vez que as informações ficam em apenas um lugar, possibilitando
às empresas serem mais competitivas e a obter serviços relacionados a uma infra-estrutura que
antes teria um custo proibitivo.

No setor automobilístico visto, a montadora é o elo mais forte da sua cadeia e, com isso,
estabelece os padrões para todo os outros parceiros. Através da troca eletrônica de
informações realizada pelas mesmas com seus parceiros, via EDI, as montadoras conseguem
integrar alguns processos e desenvolver novas facilidades. Desta forma busca melhorar a
qualidade do serviço oferecido ao cliente e diferenciar o seu produto das outras marcas. É o
caso do cardápio de serviço patrocinado pela Ford e o AutoGIRO patrocinado pela GM.

A implantação de ASP, nesse modelo de negócio, facilitaria muito mais a troca de


informações devido à base de dados poder estar localizada na montadora ou em um integrador
de informações, permitindo integrar o sistema da montadora com o sistema das
concessionárias para dessa forma enxergar tudo como apenas um único sistema, sem
necessitar esperar o envio de arquivos.

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