RESUMO
Atualmente as empresas estão concentrando esforços para se tornarem mais competitivas no mercado global, ao
buscarem o controle da cadeia de suprimentos a qual pertencem de uma forma integrada, utilizando a tecnologia
da informação para aumentar a produtividade, diminuir os custos e aumentar a velocidade na troca das
informações entre os elos da cadeia de suprimento. A competição passa a ser então de cadeias de suprimento
versus cadeias de suprimento. O objetivo principal desse artigo é mostrar os procedimentos realizados, entre os
diversos elos da cadeia de suprimento, para integrar as empresas através da troca de informação, analisando o
caso real entre as montadoras e os seus distribuidores.
ABSTRACT
Currently the companies are joining efforts to become more competitive in the global market. For cause of this,
the companies are trying to control the chain of an integrated form, using the information technology to increase
the productivity, to diminish the costs and to increase the speed of the information exchange between the
members of the supply chain. The competition turns to a supply chains versus supply chains model. The main
objective of this article is to show the carried through procedure between the members of the supply chain, to
electronically integrate the companies by means of information exchange, analyzing the real case between the
assembly plants and its dealers.
PALAVRAS CHAVE
supply chain, logística, tecnologia da informação
1. INTRODUÇÃO
2. EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA
A logística é um dos setores dentro das empresas que mais tem crescido nos últimos anos.
Isso se deve à necessidade das empresas de disponibilizar os produtos desejados pelos clientes
na hora e no local desejado. Toda vez que um cliente vai a uma loja e não encontra o produto
desejado, acaba comprando outra marca, ou escolhendo outra empresa para adquirir o
produto.
A logística entra, nesse momento, para disponibilizar o produto na quantidade correta, na hora
certa e no local desejado (Ballou, 1993). Todas as atividades envolvidas para garantir a
disponibilidade do produto são tratadas pela logística, como, por exemplo, transporte e
expedição, gerenciamento do estoque, definição da localização dos centros de distribuição,
definição dos pontos de venda, processamento de pedido, gerenciamento de pedidos,
suprimento e operações de distribuição.
A logística, como ciência, surgiu devido às necessidades militares, onde era preciso
desenvolver meios de estocar e levar suprimentos para as tropas de modo eficiente. Após a
Segunda Guerra, a logística começou a ser usada por empresas que tinham a necessidade de
atender a um leque de clientes cada vez maior e mais exigente, em um ambiente de forte
concorrência, que antes não existia.
Com o aumento desta concorrência, a logística veio para auxiliar as empresas em pontos
importantes para a competitividade, tais como:
? ? Redução dos custos de transporte;
? ? Aumento da eficiência na produção;
? ? Controle de estoques.
Como toda a ciência, a Logística também passou por uma evolução; os trabalhos de Wood &
Zuffo (1998) e La Londe (1994) destacam este tema, sendo que, segundo o último, a logística
evolui passando pelos seguintes estágios:
? ? Estágio 1 - Distribuição Física: Neste estágio, as empresas se preocupam em integrar
transporte de mercadorias acabadas, armazéns, gerenciamento de inventário, serviços ao
consumidor e qualquer outra função diretamente relacionada com distribuição para o
consumidor. O foco deste estágio é gerenciar a distribuição do produto final, atendendo as
necessidades do cliente ao menor custo possível.
? ? Estágio 2 - Internal Linkages - Neste estágio, as empresas começam a gerenciar seus
processos internos de forma unificada, procurando otimizar o sistema de produção como
um todo e não setor por setor.
? ? Estágio 3 - External Linkages - Aqui as empresas começam a olhar para fora de seus
domínios e olham umas para as outras, para otimizar toda a cadeia a que pertencem.
Quando o coordenação dos processos entre as organizações passa a ser necessário entre as
organizações e o gerenciamento passa a englobar a integração dos diversos processos do
negócio, envolvendo todos os membros do canal de suprimento, desde o usuário final até os
fornecedores originais, a logística integrada passa a ser conhecida como SCM (Supply Chain
Management – Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos).
O SCM otimiza e coordena as atividades num processo eficiente e unificado para todo e
qualquer segmento de empresa. A integração é importante, pois além de contribuir para a
redução dos custos de todos os membros, contribui também para a eficiência dos processos de
negócios e no aumento dos lucros de todos. Olha-se a cadeia como um todo (fornecedores,
clientes, empresa, intermediários, distribuidores e atacadistas), onde todos os parceiros
envolvidos devem contribuir para o aumento do nível de serviço.
Em um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo, onde a logística evoluiu para um
conceito de gerenciamento da cadeia de suprimentos, a automação dos processos ultrapassa as
fronteiras da empresa para avançar nas relações entre indústria e parceiros. Para que as
alianças efetuadas com os parceiros sejam bem sucedidas, é necessário que as empresas
integrem os seus sistemas na cadeia de suprimento, para que a informação flua rapidamente.
Neste contexto, a troca rápida de informações é fundamental para ganhar eficiência.
3. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Atualmente a informação é um bem muito valioso. Por isso deve ser utilizado um software
capaz de gerenciá-las, para que a empresa possua condições de tomar decisões. A informação
deve ser propagada por todos os módulos da empresa. Caso ao invés de um sistema integrado
tenhamos vários sistemas isolados teremos um volume de digitação muito grande, gerando
erros, retrabalho e maiores custos. Apresentaremos a seguir alguns sistemas aplicativos que
possibilitam a integração das informações.
Um importante desafio no B2B é a interação entre os participantes, pois para que haja uma
integração é necessário que os seus sistemas conversem entre si, para que as atividades
exercidas necessitem de um mínimo de intervenção humana. Para que as empresas
conversem entre si, será necessária a conversão dos dados em mensagens interpretadas pelos
sistemas de informação das empresas envolvidas. Além da dificuldade de integração entre os
sistemas heterogêneos, existe a dificuldade dos sistemas tratarem as informações da mesma
forma.
Há, porém, alguns tipos de impedimentos neste tipo de comércio eletrônico: tempo para
baixar informações, limitações da interface, problemas de pesquisa, inadequada mensuração
do sucesso de aplicações na Internet, fraca segurança, e a falta de um padrão na Internet
(Gregory et al., 1999).
Quando se realiza venda a varejo na Internet, diz-se que ocorre um comércio eletrônico de
empresa para consumidor (B2C - Business-to-Consumer). É a venda de produtos pelas
empresas ao consumidor final. O interessante, em relação ao varejo pela Internet, é que todos
as empresas estão a mesma distância do cliente (alguns cliques). Logo a distância é um
parâmetro irrelevante para o cliente, tendo a fidelidade como principal desafio. (O’Brien,
2000).
Trata-se de “um pacote de software de negócios que permite a uma companhia automatizar e
integrar a maioria de seus processos de negócios” (Souza & Zwicker, 2000). O ERP é um
conjunto de programas integrados, os quais gerenciam as operações vitais do negócio de uma
empresa, com várias filiais e com uma atuação global. O sistema deve dar suporte a múltiplas
entidades jurídicas, várias linguagens e diversas moedas. A utilização do EDI é realizada por
todos os softwares de ERP. Atualmente os módulos de um ERP precisam integrar-se com
outros softwares. Normalmente esses programas “conversam” entre si através de arquivos.
O ERP falha quando se fala na integração das informações da cadeia de suprimento devido às
diferenças de arquitetura dos diversos sistemas, do trato das informações e da abordagem do
sistema. Para solucionar esse problema alguns fornecedores desenvolveram aplicações
capazes de administrar o fluxo de materiais entre os diversos elos da cadeia de suprimento,
utilizando, na maioria das vezes, a troca eletrônica de informações para assim poder executar
tarefas, como, por exemplo, ressuprimento automático, recebimento de pedidos e emissão de
nota fiscal. Para integrar as informações da cadeia de suprimento pode ser utilizado ERP +
EDI, que nada mais é do que o envio de informações de um sistema para outro através de
arquivos. O problema desse método é que, normalmente, o mesmo é processado no final do
dia e caso haja vários fornecedores na cadeia de suprimento, um pedido pode demorar dias
para ser processado pelo último elo da cadeia de suprimento.
De acordo com Bernstein, (2003) podemos definir seis tipos soluções EAI: integração de
plataforma; integração de dados; integração de componentes; integração de aplicações;
integração de processos, e integração B2B.
O ASP é um modelo de serviços ofertado por empresas (normalmente IDCs - Internet Data
Centers e Portais Verticais) com o intuito de oferecer acesso a aplicativos, através da Internet,
tanto às pessoas físicas quanto às pessoas jurídicas, aplicativos estes que tradicionalmente
seriam internalizados pelas empresas contratantes em ambientes e máquinas próprias. É um
fornecedor de serviços que aluga parte ou todas as suas aplicações de negócio para empresas
através de redes (Leem & Lee, 2003). Tem crescido muito a sua utilização nos últimos anos e
a tendência é que nós próximos anos mais empresas optem por utilizar esse modelo.
A grande vantagem do REA é que o mesmo foi projetado para ser on-line. Ou seja, os
processos são executados na hora, ao invés de serem processados no final do dia. Quando os
executados no final do dia, normalmente, a informação pode demorar de dois a três dias até
chegar ao último integrante da cadeia de suprimento. Porém, o REA ainda não está
completamente desenvolvido, embora algumas empresas estejam tentando a implantação do
mesmo como é o caso do software SCAN da empresa Logistics.
No mundo, o setor automobilístico passa por uma forte transformação decorrente do processo
de globalização associado à revolução tecnológica, que vem alterando as relações e processos
nas várias partes da cadeia produtiva – montadoras, fornecedores, autopeças e
concessionárias. Por conta desta revolução, as montadoras e sua cadeia de suprimento serão
utilizadas como um exemplo real de utilização de tecnologia para a troca de informações
entre os membros.
5. CONCLUSÃO
A concorrência aumentou muito nos últimos anos e com isso os clientes estão recebendo
produtos com melhor qualidade e um nível de serviço melhor. As empresas precisam, cada
vez mais, melhorar os seus processos para que o produto chegue com o menor custo possível
e no momento certo. A tecnologia de informação hoje é um dos principais fatores que está
permitindo às empresas alcançarem esse objetivo, e, nos últimos anos, é o setor que mais
evoluiu.
Para diminuir os seus custos e melhorar a qualidade, as empresas estão formando parcerias e
alianças para, juntas, reduzirem o custo final ao cliente. Então, as empresas, ao invés de
competirem entre si, estão promovendo a concorrência de toda a cadeia de suprimento. Na
maioria dos casos, há uma empresa patrocinadora que, normalmente, é a mais forte da cadeia.
Um processo que vem sendo muito utilizado atualmente é a troca eletrônica de informações,
visto que, através dela, as empresas conseguem atualizar os seus sistemas de informação
rapidamente e minimizando a necessidade de pessoas para operar a troca de informação. Esse
processo é automático e entre sistemas de informação. Possui, porém, custo inicial da
implantação da troca eletrônica de informações muito alto, pois é necessário investir em toda
uma infra-estrutura (equipamento, contratar técnicos) antes de implantar os processos que
também devem ser desenvolvidos para atender às necessidades da empresa.
O EDI é um facilitador para a implantação de ferramentas que precisam ser ágeis e uma forma
das empresas reduzirem custos. Muitas vezes, várias empresas da cadeia fazem a manutenção
da mesma informação em suas bases de dados. Essa atualização pode ser feita por apenas uma
empresa e passada para as demais através da troca eletrônica de informações. Ou seja,
antigamente a preocupação era ligar os sistemas de dentro da empresa e, hoje em dia, a
preocupação é ligar todos os sistemas utilizados na cadeia de suprimento.
Um modelo de negócio que foi projetado para solucionar esse problema foi o REA,.
Atualmente as maiores empresas de ERP estão incluindo facilidades nos seus softwares para
aumentar a visibilidade da cadeia de suprimento, mas ainda estão encontrando algumas
dificuldades para alcançar esse objetivo e a definição de um padrão de negócio.
No setor automobilístico visto, a montadora é o elo mais forte da sua cadeia e, com isso,
estabelece os padrões para todo os outros parceiros. Através da troca eletrônica de
informações realizada pelas mesmas com seus parceiros, via EDI, as montadoras conseguem
integrar alguns processos e desenvolver novas facilidades. Desta forma busca melhorar a
qualidade do serviço oferecido ao cliente e diferenciar o seu produto das outras marcas. É o
caso do cardápio de serviço patrocinado pela Ford e o AutoGIRO patrocinado pela GM.
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