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Conhecimentos Bancários p/ BB

Teoria e exercícios comentados


Prof. Caio Oliveira – Aula 00
AULA 00: Estrutura do SFN

SUMÁRIO PÁGINA
1. Apresentação 1-3
2. Cronograma 3-4
3. Noções Gerais do SFN 5–6
4. Conselho Monetário Nacional 7 – 17
5. Banco Central 18 – 30
6. COPOM 32 - 35
7. Comissão de Valores Mobiliários 36 - 44
8. CRSFN 46 - 47
9. Lista das questões apresentadas 47 - 57

1 - Apresentação

Caríssimo aluno,

É com grande felicidade que escrevo esta aula demonstrativa de


Conhecimentos Bancários. Em primeiro lugar, porque sempre me
interessei muito pelo dinamismo e pela importância do Sistema
Financeiro. Afinal, quantas manchetes de jornal e questões importantes
das nossas vidas não envolvem os bancos? Em segundo lugar, porque
tenho certeza que estas aulas contribuirão fortemente para você se tornar
um funcionário público. A questão é de números: para citar apenas duas
instituições, a Caixa Econômica Federal realizou 3 concursos para
escriturário nos últimos 5 anos e o Banco do Brasil teve concurso para o
mesmo cargo em todos os anos nesse mesmo período. Ademais, há o
BRB e outros bancos regionais com concursos regulares para o mesmo
cargo e Banco Central, BNDES e CVM, que nos seus concursos costumam
exigir, se não toda a disciplina que estudaremos, ao menos o que diz
respeito ao SFN e à política econômica. Dessa forma, não se assuste com
a quantidade de temas que estudaremos – que é relativamente grande,
não posso negar -, mas se satisfaça em saber que este estudo lhe ajudará
em muito na jornada pela conquista do cargo público.

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Enfim, me entusiasmei demais com a matéria e não me apresentei!
Meu nome é Caio Oliveira e estou há quatro anos envolvido com
concurso público e, há dois, com o mercado financeiro. Sou Analista de
Mercado de Capitais na Comissão de Valores Mobiliários (vamos falar
bastante sobre ela neste curso) e, anteriormente, trabalhei três anos
como Analista de Comércio Exterior na Secretaria de Comércio Exterior
(um dos órgãos anuentes do SISCOMEX, o qual estudaremos mais para o
final do curso). Ainda, tenho MBA em Finanças pelo IBMEC: disciplina
que, afinal, está englobada em parte da nossa matéria de
“Conhecimentos Bancários”.

Em conclusão, vou tentar neste curso aliar minha experiência em


concursos, estudo teórico e exemplos da vida real. Com seu empenho na
leitura das aulas e a sua participação nos fóruns de dúvidas, teremos
boas oportunidades de aprendizado!

Meu método de estudo é simples e direto, mas não abro mão de


lhes ensinar todos os detalhes necessários para que vocês sejam
aprovados no concurso! As aulas seguirão, basicamente, a seguinte
estrutura:

explicação ampla sobre o tema;


análise detalhada dos tópicos cobrados normalmente em concursos,
com exemplos demonstrativos;
apresentação de exercícios já aplicados por diversas bancas e,
quando for necessário, de elaboração própria;
resolução dos exercícios.

Como vocês podem ver, utilizo uma linguagem simples e busco


explicar mesmo o que parece óbvio, mas, como o objetivo é preparar-
lhe para ser aprovado, alcançaremos gradualmente um sólido
conhecimento da matéria.

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Neste curso, focaremos no Edital do Banco do Brasil 03/2012


para escriturário, que acabou de ser publicado! Em relação ao edital,
a grande dificuldade que vejo na preparação do concurseiro é que,
primeiro, o conteúdo exige uma atenção constante às novas normativas
que surgem, e, segundo, os tópicos do Edital pertencem a áreas diversas
como economia, direito e administração. A grande vantagem deste curso,
na minha opinião, é apresentar informação completamente atualizada e
juntar, num mesmo lugar, diversas disciplinas de forma que um aluno
sem nenhuma bagagem na área possa entender tudo.

Além de percorrermos todo o programa de Conhecimentos


Bancários propriamente dito durante o curso, estudaremos também na
próxima aula o tópico Atualidades do Mercado Financeiro. E, para
complementar essa aula, sempre que possível, indicarei matérias de
jornal para vocês lerem mais sobre o tema.

2 – Cronograma

O cronograma das nossas aulas será o seguinte:

Aula Demonstrativa (1º/10/2012)


Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: Noções Gerais do SFN;
Conselho Monetário Nacional; Banco Central do Brasil; COPOM – Comitê
de Política Monetária; Comissão de Valores Mobiliários.

Aula 01 (22/10/2012)
Atualidades do Mercado Financeiro: Sistema Financeiro Nacional;
dinâmica do mercado; mercado bancário.

Aula 02 (26/10/2012)
Produtos Bancários (Parte 1): noções de cartões de crédito e débito;
crédito direto ao consumidor; crédito rural; caderneta de poupança.

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Aula 03 (29/10/2012)
Produtos Bancários (Parte 2): capitalização; previdência; investimentos;
seguros.

Aula 04 (2/11/2012)
Noções do mercado de capitais

Aula 05 (5/11/2012)
Noções do mercado de câmbio.

Aula 06 (12/11/2012)
Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil;
alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancárias; Fundo Garantidor de
Crédito (FGC).

Aula 07 (19/11/2012)
Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas. Prevenção e combate
ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e suas alterações,
Circular BACEN 3.461/2009 e suas alterações e Carta-Circular Bacen
3.542/12.

Aula 08 (26/11/2012)
Autorregulação Bancária.

Aula 09 (03/12/2012)
Exercícios para revisão. Resolução dos exercícios.

Agora, vamos ao que interessa!

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3 – Noções Gerais do Sistema Financeiro Nacional

Nesta aula estudaremos a estrutura básica do Sistema Financeiro


Nacional. Não obstante, para você entendê-la bem, deve saber para que
serve, afinal, o SFN. Vamos imaginar alguns exemplos para facilitar a
compreensão do assunto.
Sou um mero funcionário público e professor de curso preparatório
para concurso e quero comprar um apartamento no Rio de Janeiro, onde
moro. Certamente, não tenho dinheiro para tanto. Ao contrário, meu
vizinho de bairro Eike Batista, um dos homens mais ricos do Mundo, não
sabe mais onde colocar tanto dinheiro. Eu teria a opção, portanto, de
bater na casa dele e pedir R$ 300 mil emprestado para pagar em 20
anos, mas eu desconfio que os seguranças dele não gostariam muito da
história que tenho para contar. O Sistema Financeiro Nacional, porém,
existe para resolver o nosso problema! O Eike Batista empresta o dinheiro
que ele não consegue gastar para o Itaú, por exemplo, e eu vou à
agência do banco, apresento alguns documentos e o Itaú me empresta o
dinheiro que preciso! Essa é, portanto, a principal função do SFN: fazer a
intermediação do fluxo monetário entre os agentes econômicos
superavitários e os deficitários. No caso, o Itaú faz a intermediação,
eu sou o agente deficitário (ganho menos do que preciso para comprar
um apartamento hoje à vista) e o Eike Batista é o agente superavitário
(não gasta tudo o que ganha).
A função de unir poupadores e “gastadores” (pode chamar de
investidores ou agentes deficitários para ficar mais bonito), apesar de ser
a principal do SFN, não é a única. Uma função secundária, e muitas vezes
esquecida pelos livros de concurso, é a diversificação do risco do
emprestador. Ops, não precisa fazer cara de quem está perdido! Vamos
para outro exemplo. Imagine que eu ainda quero comprar um
apartamento e preciso de R$ 300 mil, mas não conheço o endereço do
Eike Batista. Porém, sei que o Zeca das Couves, meu vizinho de porta,
guarda exatamente R$ 300 mil debaixo do colchão! Eu bato na porta dele,

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faço a proposta, ele olha para a minha cara, mas, apesar de eu estar com
gel no cabelo e engomadinho, fala que não empresta para mim porque eu
tenho cara de caloteiro e ele não gostaria de perder todas as economias
que tem. Porém, veja lá, o Brasil tem um SFN relativamente
desenvolvido! Zeca das Couves abre uma poupança de R$ 300 mil na
CEF, que, por sua vez, empresta naquele mês R$ 100 milhões para que
seus clientes possam comprar seus sonhados apartamentos. Eu sou um
desses clientes que consegue comprar seu apartamento por causa de
poupadores como o Zeca das Couves! Porém, se eu der o calote na CEF,
muito provavelmente o Zeca não vai perder um centavo, porque a CEF é
uma instituição financeira grande e, para que ela quebre, milhares de
pessoas têm que dar um calote conjunto. Assim, o Zeca acaba me
emprestando o dinheiro indiretamente, mas com um risco muito menor
que se pegasse toda a sua poupança e deixasse na minha mão.
Essas são, portanto, as duas principais funções do SFN. Todas as
regras e instituições que estudaremos a seguir nada mais são que
partes desse amplo Sistema que busca cumprir a função de
intermediar o fluxo monetário entre os agentes econômicos superavitários
e os deficitários, diminuindo, ao máximo, o risco daquele que empresta o
dinheiro!
Vamos, então, aquecer os motores com uma questãozinha de
concurso. Marque Certo ou Errado:
(CESPE; BB 2009)
1 - O SFN atua na intermediação financeira, ou seja, no processo pelo
qual os agentes que estão superavitários, com sobra de dinheiro,
transferem esses recursos para aqueles que estejam deficitários, com
falta de dinheiro.

Solução: Certo. Como vimos, é exatamente esta a definição do principal


objetivo do Sistema Financeiro Nacional.

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4 – Conselho Monetário Nacional
O Sistema Financeiro Nacional, porém, não é composto apenas por
mim, o Zeca das Couves e a CEF. Na verdade, milhões de pessoas,
milhares de empresas e centenas de instituições financeiras fazem parte
do SFN e efetuam operações muitas vezes mais complicadas que um
empréstimo imobiliário. Dessa forma, é mais que necessário que haja
regulamentação por parte do Governo sobre o SFN, até porque,
como sabemos, quando há uma crise financeira generalizada, todas as
pessoas no país sofrem (veja, por exemplo, a recente crise nos EUA...).
O SFN, portanto, não é composto apenas pelos intermediários, os
agentes superavitários e os deficitários. Há, ainda, órgãos normativos e
entidades supervisoras. Os órgãos normativos, como o próprio nome
sugere, são aqueles que criam normas para limitar e coordenar as ações
dos demais agentes do SFN. As entidades supervisoras, por sua vez,
são aquelas que supervisionam as operações realizadas pelas instituições
financeiras, demais empresas e pessoas que formam o SFN, aplicando
penalidades, inclusive, quando as normas são desrespeitadas. Antes que
entremos em mais detalhes, veja o quadro abaixo: Fonte: BACEN

Órgãos Entidades
Operadores
normativos supervisoras
Demais
Instituições instituições
Banco Central do financeiras financeiras
Brasil - Bacen captadoras de Outros intermediários
Conselho
depósitos à vista Bancos de financeiros e
Monetário
Câmbio administradores de recursos
Nacional - CMN
de terceiros
Comissão de Bolsas de
Bolsas de
Valores Mobiliários mercadorias e
valores
- CVM futuros
Conselho
Entidades
Nacional de Superintendência Sociedades
Sociedades abertas de
Seguros de Seguros Resseguradores de
seguradoras previdência
Privados - Privados - Susep capitalização
complementar
CNSP
Conselho Superintendência
Nacional de Nacional de
Entidades fechadas de previdência complementar
Previdência Previdência
(fundos de pensão)
Complementar Complementar -
- CNPC PREVIC

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Na aula de hoje, estudaremos o CMN, o Banco Central e a Comissão


de Valores Mobiliários. Os demais órgãos normativos e entidades
reguladoras serão estudados, em parte, na próxima aula e serão apenas
brevemente introduzidos agora. O COPOM, que também estudaremos
nesta aula está inserido dentro do BACEN, como veremos.
Pronto! Agora estamos aptos a entender como funciona e para que
serve o CMN.
Segundo a Lei 4.595/64, que criou o CMN, o seu objetivo é o de
formular a política da moeda e do crédito como previsto nesta lei,
objetivando o progresso econômico e social do País. Essa frase é
muito abstrata, mas, em poucas palavras, quer dizer que o CMN tem que
fazer o melhor de si para que o SFN funcione bem, sem que a moeda
nacional se torne disfuncional e garantindo que os investidores tenham
dinheiro para investir.
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho
Nacional de Previdência Complementar (CNPC), por sua vez, têm
responsabilidade semelhante à do CMN, mas nas áreas de seguro e
previdência complementar, respectivamente. O CNSP é responsável por
fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados e o CNPC tem
a competência de regular o regime de previdência complementar operado
pelas entidades fechadas de previdência complementar (fundos de
pensão).
Voltando agora para o CMN, vamos ver os seus principais objetivos.
Em negrito, coloco o texto da lei (muitas questões são dadas para quem
conhece a lei!) e, depois dos dois pontos, explico melhor o que a lei quer
dizer:
Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou
corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de
origem interna ou externa, as depressões econômicas e
outros desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais: o
CMN é o responsável por controlar a inflação, ou seja, a perda do

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poder de compra da moeda. Atualmente, o CMN define a meta de
inflação e o BACEN executa a política monetária para alcançar essa
meta (estudaremos melhor essa questão mais a frente).
Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais
necessidades da economia nacional e seu processo de
desenvolvimento: olha o Legislador enchendo linguiça! Essa frase
diz o mesmo que a anterior: o CMN é o responsável por controlar a
inflação, mas sem prejudicar o desenvolvimento nacional.
Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço
de pagamento do País, tendo em vista a melhor utilização
dos recursos em moeda estrangeira: quando um importador
quer comprar um produto estrangeiro, ele troca reais por dólares e
faz a importação. Para tanto, o Governo tem que ter uma reserva
de dólares, caso contrário a compra não pode ocorrer.
Historicamente, o Brasil em muitos momentos não tinha reserva
suficiente de dólares e muitos problemas ocorriam, não só com
importadores, mas também com credores estrangeiros. É por isso
que o CMN tem o poder de editar normas que garantam uma
reserva mínima de dólares para o país.
Orientar a aplicação dos recursos das instituições
financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo em vista
propiciar, nas diferentes regiões do País, condições
favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia
nacional: o CMN deve incentivar as instituições financeiras, por
meio de benefícios ou obrigando mesmo, a conceder crédito para e
incluir no sistema bancário a população de regiões menos
favorecidas, como o Nordeste e o Norte.
Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos
instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do
sistema de pagamentos e de mobilização de recursos: como
já vimos, o SFN tem a grande missão de conectar poupadores a
investidores. Se essa conecção for bem feita, o país melhorará

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porque haverá mais investimento e, portanto, mais riqueza no
futuro. O CMN, portanto, tem o importante objetivo de fazer com
que o recurso para o investimento seja mobilizado de forma rápida
e eficiente.
Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras:
como também já vimos, o SFN só tem serventia se grande parte
das instituições financeiras não quebrarem e mantiverem seus
compromissos em dia. Esse objetivo do CMN em negrito quer fizer
que ele é responsável por manter as instituições financeiras (IFs)
líquidas (com dinheiro para cumprir suas obrigações de curto prazo)
e solventes (terem, no total, mais ativos que passivos). Como
veremos, esse objetivo é implementado sobretudo pelo BACEN e
pela CVM, tendo o CMN responsabilidade apenas de criar regras
gerais.
Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária,
fiscal e da dívida pública, interna e externa: o CMN tem a
função de coordenar diversas áreas do governo direta ou
indiretamente responsáveis pelo funcionamento do SFN, tais como
monetária (BACEN), creditícia (próprio BACEN e instituições
financeiras de maneira geral), orçamentária (Congresso Nacional e
Ministério da Fazenda), fiscal (Ministério da Fazenda) e dívida
pública (Secretaria do Tesouro Nacional, pertencente ao Ministério
da Fazenda).
Autorizar as emissões de papel-moeda: o Banco Central não
pode emitir papel-moeda sem autorização do CMN!
Estabelecer condições para que o Banco Central da República
do Brasil emita moeda-papel de curso forçado, nos termos e
limites decorrentes desta Lei, bem como as normas
reguladoras do meio circulante: o CMN estabelece limites para o
BACEN emitir reais e esta entidade, com base na sua análise
técnica, emite o quanto achar necessário até os limites impostos.

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Determinar as características gerais das cédulas e das
moedas: se o CMN quiser, a nota de R$100 pode ter a cara do Tio
Patinhas, por exemplo. É este órgão normativo o responsável por
definir as características das cédulas e das moedas!
Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as
operações creditícias em todas as suas formas, inclusive
aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte
das instituições financeiras: o CMN é o maior responsável por
regular o crédito, como já dito. Estabelece diretrizes e regulamentos
que devem ser seguidos pelos agentes do SFN e, em alguns casos,
delega essa sua competência para o BACEN melhor regular.
“Delegar sua competência” quer dizer permitir que o seu poder de
regular o crédito possa ser exercido em casos específicos pelo
Banco Central.
Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que
exercerem atividades subordinadas a esta lei, bem como a
aplicação das penalidades previstas: o CMN regula de que
forma as instituições financeiras e demais operadores do SFN (que
estudaremos na próxima aula) serão criados, funcionarão e de que
forma serão fiscalizados. Basicamente, a frase em negrito
determina que o CMN deve regular todos os operadores do SFN.
Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem
observadas pelas instituições financeiras: tenho certeza que
você, caro concurseiro, adora contabilidade e estatística! O CMN
também gosta! E ele é o responsável por criar normas gerais para
que a contabilidade de uma instituição financeira seja comparável
com a contabilidade de outra instituição financeira.
Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos
corretores de fundos públicos: o CMN disciplina de forma geral
as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores e o BACEN e a
CVM fiscalizam.

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Não durma, querido aluno!


Vamos fazer uns exercícios agora para você ver como valeu o
estudo acima e depois voltamos para finalizar o tópico CMN!

(CESGRANRIO; Casa da Moeda 2009)


2 - O Sistema Financeiro Nacional se subdivide em dois subsistemas: o
normativo e o de intermediação. Do subsistema normativo fazem parte
o(a)
(A) Conselho Monetário Nacional e o Banco Central do
Brasil.
(B) Banco Central do Brasil e a Caixa Econômica Federal.
(C) Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social.
(D) Superintendência de Seguros Privados e as Bolsas de
Valores.
(E) Comissão de Valores Mobiliários e o Fundo Monetário
Internacional.

Solução: Letra A. Nesta questão, a CESGRANRIO simplificou a divisão do


SFN em apenas dois subsistemas: normativo e de intermediação. Pede,
no enunciado, para que o candidato indique a alternativa que só tenha
entidades do sistema normativo. A forma mais fácil e segura de responder
à questão é eliminar as respostas incorretas. Vejamos:
B) CEF é um banco, como sabemos, e, portanto, um intermediário, não
normatizando o SFN;
C) Mesmo que na alternativa anterior, acrescentando que o BNDES
também é um banco;

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D) Bolsa de Valores não é governo e, portanto, já podemos imaginar que
não faz parte do subsistema normativo;
E) O Fundo Monetário Internacional é uma entidade composta por várias
nações e, portanto, não é parte integrante do Sistema Financeiro
Nacional.
O CMN e o BACEN, como sabemos, regulam e fiscalizam o SFN.
Portanto, são sem dúvida entidades do subsistema normativo do
SFN.

(CESGRANRIO; BB 2010)
3 - O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é constituído por todas as
instituições financeiras públicas ou privadas existentes no país e seu
órgão normativo máximo é o(a)
(A) Banco Central do Brasil.
(B) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social.
(C) Conselho Monetário Nacional.
(D) Ministério da Fazenda.
(E) Caixa Econômica Federal.

Solução: É só marcar a bolinha e somar mais um pontinho! Letra C. O


CMN é o órgão normativo máximo do SFN.

(CESGRANRIO; BACEN 2009)


4 - O Conselho Monetário Nacional é a entidade superior do sistema
financeiro nacional, NÃO sendo de sua competência
(A) estabelecer a meta de inflação.
(B) zelar pela liquidez e pela solvência das instituições
financeiras.
(C) regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do
balanço de pagamentos.
(D) regular o valor interno da moeda, prevenindo e corrigindo
surtos inflacionários ou deflacionários.

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(E) fixar o valor do superávit primário do orçamento público.

Solução: Letra E. Essa questão não é para aventureiros! Estudamos todas


as competências do CMN, mas fixar o superávit do orçamento público não
está entre elas. O CMN fixa apenas a meta de inflação e não tem
poderes sobre a política fiscal do governo (“política fiscal” =
determinar o quanto será gasto, tendo-se em consideração o que deve
ser arrecadado, gerando-se, assim, superávit ou déficit do orçamento
público).

(CESPE; CEF 2010)


5 - A Lei nº 4.595/1964, alterada pela Lei nº 6.045/1974, dispõe sobre as
competências do CMN. De acordo com essa lei, compete ao CMN
A determinar as características gerais, exclusivamente, das
cédulas e dos tributos.
B coordenar sua própria política com a de investimentos dos
governos federal, estadual e municipal.
C autorizar as emissões de papel-moeda.
D disciplinar o crédito em determinadas modalidades.
E fixar diretrizes e normas da política internacional.

Solução:
A: o CMN determina as características gerais das cédulas e das
moedas. Os tributos são definidos, claro, pelo Congresso Nacional.
B: o CMN deve incentivar a aplicação de recursos por parte das IFS
públicas e privadas em regiões carentes do país, mas, de forma
alguma, influencia nos investimentos dos governos federais e locais ou
tem uma política própria de investimentos.
C: Correta! Como vimos, o BACEN não pode emitir papel-moeda sem
prévia autorização do CMN.
D: Pegadinha do Malandro! O CMN deve disciplinar o crédito em todas
as suas modalidades.

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E: O CMN é responsável por regular o valor externo da moeda e o
equilíbrio no balanço de pagamento do País, mas a política
internacional é algo infinitamente mais amplo e é responsabilidade da
Presidência da República e do Ministério das Relações Exteriores.

Marque Certo ou Errado:

(CESPE; BB 2009)
6 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social é uma das
principais entidades supervisoras do SFN.

Solução: Errado. Presente de Natal adiantado! O BNDES é apenas uma


Instituição Financeira. Entidades supervisoras são apenas: BACEN;
CVM; SUSEP; PREVIC.

(CESPE; BB 2009)
7 - A área normativa do SFN tem como órgão máximo o Banco Central do
Brasil (BACEN).

Solução: Errado. Essa é para pegar quem não estudou para a prova, o
que não é o seu caso! Os órgãos máximos do SFN (órgãos
normativos) são apenas: CMN; CNSP; CNPC. Todos começam com “C”
de Conselho!

(CESPE; BB 2009)
8 - As funções do CMN incluem: adaptar o volume dos meios de
pagamento às reais necessidades da economia e regular o valor interno e
externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos.

Solução: Certo. Esse é um exemplo de que ler as leis vale a pena. Leia
novamente os três primeiros objetivos do CMN que destacamos
anteriormente, que, basicamente, podemos resumir em dois: controlar
inflação e manter reservas em dólar.

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(CESPE; BB 2009)
9 - O CMN é o órgão formulador da política da moeda e do crédito,
devendo atuar até mesmo no sentido de promover o aperfeiçoamento das
instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência
do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos.

Solução: Certo. Mais uma vez repetindo a letra da lei! Lembra que já
vimos que o CMN deve promover a maior eficiência na mobilização
de recursos para proporcionar o investimento?

Agora que você já exercitou o que aprendeu anteriormente, vamos


avançar mais um pouco na matéria! Se quiser, tome um copo d’água ou
um café e volte com o gás renovado!

Para saber tudo sobre o CMN de forma a gabaritar qualquer questão


sobre o tema, você precisa saber como esse Conselho é composto e de
que forma ele funciona. Isso é fácil.
O CMN é integrado pelo Ministro da Fazenda (que atua como
presidente do Conselho), o Ministro do Planejamento, Orçamento
e Gestão (MPOG) e o Presidente do Banco Central (BACEN).
Portanto, são essas três pessoas que tomam as decisões do CMN, ou seja,
editam suas resoluções ou deliberações sobre todos aqueles temas que
listamos anteriormente.
As reuniões do CMN ocorrem mensalmente ou sempre que o
Presidente do Conselho (o Ministro da Fazenda) convocar uma
reunião extraordinária. Durante essas reuniões e no período entre elas,
o órgão responsável para secretariar o CMN é o BACEN. Por
“secretariar”, entenda-se organizar o local, as convocações, a edição de
atas que resumam o que foi discutido e a divulgação das resoluções e
deliberações do CMN.
Para decidir sobre qualquer tema, incluindo principalmente a edição
de resoluções e diretrizes, o CMN delibera por maioria de votos. O

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Presidente do Conselho ainda tem o voto de qualidade e a prerrogativa de
decidir em situações de urgência ad referendum dos demais membros do
CMN. Opa, com latim fica mais bonito! O Ministro ter voto de qualidade
quer dizer que ele é o último a votar. Ainda, a prerrogativa de decidir ad
referendum do Conselho em casos de urgência e interesse relevante, quer
dizer que o Ministro da Fazenda pode tomar uma decisão em nome do
CMN em caso de urgência e essa decisão será confirmada ou não pelos
demais ministros na reunião seguinte do CMN.
Para finalizar com chave de ouro o estudo sobre o CMN, marque
certo ou errado para as questões abaixo, de elaboração própria:

(Questão do Professor)

10 - O Conselho Monetário Nacional (CMN) é composto pelo Presidente da


República, pelo Ministro da Fazenda e pelo Presidente do Banco Central.

Solução: Errado. O Presidente da República não faz parte do Conselho.


São membros apenas: Ministro da Fazenda; Ministro do MPOG;
Presidente do BACEN.

(Questão do Professor)

11 - As reuniões ordinárias do Conselho Monetário Nacional (CMN)


ocorrem semestralmente e as extraordinárias sempre que convocadas por
seu presidente.

Solução: Errado. As reuniões ordinárias ocorrem mensalmente.

(Questão do Professor)

12 - As deliberações do Conselho Monetário Nacional (CMN) são por


maioria de votos, tendo o seu presidente direito a voto de qualidade e a
prerrogativa de decidir ad referendum em questões de relevante interesse
e emergenciais.
Solução: Certo. Definição perfeita do processo decisório no CMN!

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5 – Banco Central do Brasil

Já sabemos onde o Banco Central (BACEN) se situa na estrutura do


Sistema Financeiro Nacional (SFN): ele executa as normas criadas
pelo CMN, sendo o responsável por supervisionar instituições
financeiras captadoras de depósitos à vista, bancos de câmbio,
demais instituições financeiras e outros intermediários
financeiros. Não se preocupe em entender o que são todos esses
operadores supervisionados no momento (os estudaremos com detalhes
na próxima aula). Peço apenas agora que você dê mais uma olhada no
quadro que apresentamos assim que começamos a estudar o CMN.
Bom. Agora começaremos a estudar as funções do Banco Central.
Temas de política econômica não serão diretamente cobrados na prova,
mas apresentarei explicações básicas sobre economia quando necessário
para melhor compreensão dos temas de fato indicados no Edital.
A função geral do BACEN é a que já citamos: supervisionar grande
parte das instituições que compõem o SFN, para que todo o sistema
funcione bem. Porém, esta função geral envolve diversos aspectos, que
podem ser divididos da seguinte forma: o BACEN funciona como Banco
dos Bancos, Banqueiro do Governo, Único Banco Emissor e
Regulador do Sistema Financeiro Nacional.

5.1 – Banco dos Bancos


Como Banco dos Bancos, o BACEN empresta para instituições
financeiras com sérios problemas de liquidez (débitos de curto prazo
maiores que créditos também de curto prazo) superarem suas crises e
voltarem a funcionar normalmente em um futuro não muito distante.
Normalmente, porém, as instituições financeiras superam problemas de
liquidez pegando emprestado dinheiro com outras instituições financeiras.
O BACEN só empresta para as instituições em dificuldade, na verdade,
quando estas não conseguem se financiar normalmente no mercado
monetário (aquele de empréstimos de curtíssimo prazo), seja porque a

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instituição socorrida passa por uma crise de credibilidade (as demais
instituições não acreditam muito na sua sobrevivência) ou porque o
mercado como um todo está temendo muitas falências (quando há uma
crise, os bancos desconfiam uns dos outros e praticamente deixam de
emprestar dinheiro entre si).
A operação de empréstimo que o BACEN realiza como emprestador
de última instância, para evitar que instituições financeiras quebrem e o
SFN sofra com isso, é chamada de operação de redesconto. Em uma
operação de redesconto, a instituição financeira (IF) com problema de
liquidez pede um empréstimo para o BACEN e este decide se vai ou não
concedê-lo. Se decidir conceder, a instituição financeira entrega títulos
públicos para o BACEN em garantia pelo empréstimo e este entrega
dinheiro para a IF, para ser devolvido em determinado prazo e por certa
taxa de juros. Os títulos públicos são uma garantia para o BACEN,
porque, se a instituição financeira falir, o Banco Central vende os títulos e
reduz seu prejuízo com o empréstimo não pago.
Vamos a um exemplo da função do BACEN como Banco dos
Bancos. O Banco X tem, nos próximos dois dias, que pagar R$300
milhões para os seus credores Y e Z. Porém, irá receber nos próximos
dois dias apenas R$50 milhões do seu devedor A e tem em caixa, ou seja,
no seu cofre, R$30 milhões. O Banco X, portanto, precisa de R$220
milhões nos próximos dois dias para cumprir suas obrigações, senão terá
problemas de liquidez. A primeira opção do Banco X é a de pedir
emprestados os R$220 milhões para os demais bancos do SFN: Banco B e
Banco C. Caso estes dois bancos, porém, se recusem a emprestar R$220
mi para o Banco X, ele deverá pedir um empréstimo urgente para o Banco
Central. O BACEN pode se recusar a oferecer o empréstimo (o que
obrigaria o Banco X a dar calote nos credores Y e Z), mas, se achar que o
empréstimo é necessário para o bom funcionamento do SFN,
provavelmente aceitará emprestar os R$220 mi em uma operação de
redesconto. Nesse caso, o Banco X vende títulos públicos do Governo
Brasileiro para o BACEN no valor de R$220 mi e se compromete a

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recomprá-los em alguns dias por um valor um pouco superior aos R$220
mi (a diferença entre o que recebeu pelos títulos e o que pagou na
recompra é o juros que o Banco paga ao BACEN pela operação de
redesconto).

5.2 – Banqueiro do Governo


Como Banqueiro do Governo, o Banco Central é depositário das
reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de
Saque. Dessa forma, o BACEN é responsável pela compra, venda e
administração das chamadas reservas internacionais do Brasil: negocia
dólares e outras moedas relevantes como o Euro e a Libra Esterlina;
investe as moedas estrangeiras em caixa, comprando títulos de países
desenvolvidos como, por exemplo, os EUA; administra os Direitos
Especiais de Saque, que são títulos emitidos pelo FMI.
Como administrador das reservas internacionais do país, o BACEN
também atua no sentido de garantir o funcionamento regular do
mercado cambial, da estabilidade relativa das taxas de câmbio e
do equilíbrio no balanço de pagamentos. Isso quer dizer que o
objetivo do BACEN na área cambial é garantir (1) um funcionamento
transparente e estável do mercado de câmbio, no qual os negócios
combinados sejam corretamente cumpridos e sempre existam, (2) que as
taxas de câmbio não mudem muito drasticamente, o que tornaria o
trabalho dos importadores e exportadores muito mais arriscado e (3) que
o balanço de pagamentos do país não permaneça por muito tempo
desequilibrado, ou seja, que tudo que o Brasil recebe de dólares e demais
moedas estrangeiras não seja muito diferente daquilo que enviamos em
dólares e demais moedas para o exterior.

5.3 – Único Banco Emissor


Como Único Banco Emissor, o BACEN executa a política
monetária estabelecida em linhas gerais pelo CMN. Com a política
monetária, o Governo, de maneira geral, busca evitar distorções danosas
à economia decorrentes de desequilíbrios inflacionários ou deflacionários.

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A inflação é ruim para o país principalmente por dois motivos: (1) com a
inflação, os assalariados perdem o poder de compra mais rapidamente
que os mais ricos (os salários são normalmente fixos durante 12 meses,
enquanto os investimentos financeiros acompanham de perto o
crescimento da inflação), aumentando assim a desigualdade econômica
no país; (2) com a inflação variando muito, os agentes econômicos
(empresas, consumidores, bancos etc.) perdem uma visão de longo
prazo, porque é mais difícil fazer cálculos quando a inflação varia muito,
e, por isso, investem menos, o que, ao final, diminui o desenvolvimento
econômico do país.
De forma geral, a inflação existe quando há muito dinheiro
circulando e as pessoas físicas e jurídicas têm acesso amplo ao crédito.
Isso ocorre por um motivo simples: se você tem o dobro de dinheiro no
bolso hoje do que tinha ontem, provavelmente passará a consumir o
dobro também. O problema é que, se todo mundo passa a ter o dobro de
dinheiro hoje do que tinha ontem, não haverá o dobro de produtos a ser
vendido nas lojas. Na verdade, o número de produtos nas lojas será mais
ou menos o mesmo hoje em relação a ontem e o que provavelmente
acontecerá é que os produtos custarão o dobro também. A função do
BACEN como Único Banco Emissor é a de, portanto, não deixar que
na economia tenha um excesso (inflação) ou falta de moeda
(deflação).
Para cumprir a sua função de Único Banco Emissor, ao BACEN
competem as seguintes atividades:
Emitir moeda-papel e moeda metálica, nas condições e
limites autorizados pelo Conselho Monetário Nacional: como já
vimos anteriormente nesta aula, o CMN estabelece limites para o BACEN
emitir reais e esta entidade, com base na sua análise técnica, emite o
quanto achar necessário até os limites impostos.
Executar os serviços do meio-circulante: substituição e
destruição das notas e moedas desgastadas; projetar tecnologia para
novas cédulas e moedas; atender a demanda por dinheiro.

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Receber os recolhimentos compulsórios e, ainda, os
depósitos voluntários à vista das instituições financeiras: os
bancos comerciais “criam dinheiro”. Isso ocorre quando, por exemplo,
você deposita R$1000 no Banco do Brasil. O BB, apesar de lhe dever o
valor depositado, não guarda esses mil reais no cofre e espera você voltar
lá para buscar. Na verdade, o BB pega grande parte desse dinheiro e
empresta para outra pessoa. Essa outra pessoa – eu, por exemplo – pega
R$600 com o BB e vai gastar em algum lugar. Nessas duas transações
apenas, mil reais se transformaram em R$1600 para todos os efeitos.
Houve, como dito, “criação de moeda” por parte do banco.
Como se pode imaginar, se muita moeda for criada pelos bancos,
haverá inflação alta, o que o BACEN não pode permitir. Para evitar a
criação de moeda excessiva, o BACEN exige dos bancos que recebem
depósito a vista um recolhimento compulsório de parte desse depósito.
Esse percentual pode ser de até 100%, a critério do BACEN, dependendo
das condições econômicas vigentes. O recolhimento deve ser depositado
no Banco Central em dinheiro ou em títulos públicos federais.
Por fim, o BACEN também pode exigir que as instituições financeiras
depositem até 60% de outros títulos contábeis (tais como depósitos de
poupança), que não depósitos a vista, em dinheiro ou títulos públicos
federais. Da mesma forma, ainda, as instituições financeira podem
depositar no BACEN o tanto que quiserem, mesmo se esse valor
ultrapassar o que foi exigido pelo órgão.
Efetuar, como instrumento de política monetária, operações
de compra e venda de títulos públicos federais: como já dito, o
BACEN tem por objetivo evitar muita inflação ou deflação. Uma maneira
muito simples e direta de cumprir esse objetivo seria jogar dinheiro de
um helicóptero – para combater a deflação - ou queimar os cofres dos
bancos – para combater a inflação. No entanto, uma maneira mais
simples ainda é a de comprar títulos públicos federais, quando se
quiser injetar dinheiro na economia, ou vendê-los, quando se
quiser retirar dinheiro da economia. Vamos explicar melhor.

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A responsável por gerir a dívida pública do governo federal é a
Secretaria do Tesouro Nacional. Apenas a STN pode criar novos
títulos de dívida pública. O que o BACEN faz, na execução da
política monetária, é apenas comprar e vender os títulos de dívida
já existentes (lembrando que o BACEN tem uma máquina para imprimir
dinheiro até o limite imposto pelo CMN). Então: quando está sobrando
dinheiro na economia, o BACEN vende títulos de dívida, que são pedaços
de papel, e recebe dinheiro, o qual sai de circulação; quando está faltando
dinheiro na economia, o BACEN compra títulos de dívida e entrega
dinheiro, o qual passa a circular na economia. Essas operações são
chamadas de operações de mercado aberto, que vamos ver em mais
detalhes a seguir.
O Banco Central atua no sistema SELIC (onde são negociados os
títulos públicos federais) por meio do seu Departamento de Mercado
Aberto (Open Market, em inglês). Esse Departamento do BACEN tem a
missão de controlar diariamente a quantidade de moedas disponível para
as instituições financeiras. Se começar a sobrar muito dinheiro na
mão das IFs, dentro de padrões pré-determinados pelos diretores
do BACEN, o citado Departamento começa a vender títulos
federais que o BACEN tinha na sua carteira. Com a venda desses
títulos, as IFs entregam dinheiro para o BACEN, retirando liquidez do
mercado monetário. Por sua vez, se faltar dinheiro para as IFs, o
BACEN compra títulos do mercado, injetando assim moeda no
sistema financeiro. A operação em mercado aberto pode ser então
resumida:
 Tendência Inflacionária => Venda de Títulos Públicos =>
Redução da Liquidez
 Tendência Deflacionária => Compra de Títulos Públicos =>
Aumento da Liquidez
Como já vimos nesta aula, as operações em mercado aberto são
realizadas principalmente em operações compromissadas. As operações
compromissadas são muito simples: por exemplo, o BACEN vende um

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título público federal para o Banco X, pelo qual recebe R$1 milhão, e
assina um compromisso de recomprar este título de volta em um dia por
R$1.000.415 (e o Banco X, claro, assume o compromisso de revender por
esse valor). Nesse caso, o BACEN pegou R$1mi emprestado por um dia e
pagou por isso R$415 de juros. Com isso, o BACEN retirou um pouco da
liquidez da economia, possivelmente para limitar uma tendência
inflacionária (claro que o valor é muito pequeno: para mudar no mercado,
o valor teria que ser de dezenas de bilhões de reais).
Note-se ainda que as operações em mercado aberto podem ser
realizadas também em operações definitivas. Nessas operações, não
há compromisso de recompra dos títulos, sendo eles apenas transferidos
entre BACEN e instituição financeira.
Temos que observar, ainda, como ocorrem operacionalmente as
intervenções do BACEN em mercado aberto. Primeiro, não é qualquer
instituição financeira que pode negociar com o BACEN em operações
compromissadas. Apenas instituições credenciadas – chamadas de
dealers – podem atuar nesse mercado. Atualmente, são dez dealers
credenciados e que são mantidos na lista apenas se se mantiverem ativos
no mercado secundário. A cada semestre, obrigatoriamente uma IF é
descredenciada dessa lista e uma outra é habilitada no seu lugar. Isso
propicia maior competitividade no mercado secundário de títulos públicos,
porque, para ser um dealer com o BACEN, a IF tem que negociar em
grandes volumes no mercado e manter alto padrão ético.
Em segundo lugar, e ainda sobre as operações do BACEN no
mercado aberto, deve-se notar que há leilões formais e informais (go
around, em inglês, para se referir aos informais). Nos formais, participam
todas as instituições financeiras e são realizadas operações definitivas (o
BACEN estabelece as condições das vendas ou compras de títulos e as IFs
aceitam ou não). Nos leilões informais, a mesa de operações do BACEN
telefona para os dealers credenciados, negocia taxas e quantidades a
serem vendidas e compradas, e, por fim, efetua as operações
compromissadas.

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5.4 – Regulador do SFN
Como sabemos, o Banco Central não é o único, e tampouco o mais
importante, órgão regulador do Sistema Financeiro Nacional. Como define
a Lei nº 4.595, de 1964, que criou o CMN e o BACEN, compete ao
Banco Central da República do Brasil cumprir e fazer cumprir as
disposições que lhe são atribuídas pela legislação em vigor e as
normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional. Ele é,
portanto, um executor das leis do país e das normas expedidas pelo CMN.
Ademais, divide a responsabilidade de supervisionar o SFN com a CVM,
SUSEP e PREVIC, sendo cada entidade responsável por parte do sistema.
A seguir, vamos analisar as principais competências do BACEN na
supervisão das instituições financeiras e não financeiras de sua
responsabilidade:
Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas:
seguindo as diretrizes do CMN e em busca do melhor funcionamento do
SFN, o BACEN pode controlar o crédito sob todas as suas formas, ou seja,
pode incentivar, limitar ou mesmo proibir várias formas de crédito.
Efetuar o controle dos capitais estrangeiros, nos termos da
lei: como já visto quando estudamos o CMN, é importante para o país
manter reservas internacionais para eventuais crises internacionais. O
BACEN, portanto, atua de forma a manter essas reservas mínimas e
evitar muita volatilidade no câmbio, como também já vimos
anteriormente.
Exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as
penalidades previstas: existem centenas de normas aplicáveis às
instituições financeiras, referentes a câmbio, cheques, conta corrente,
entre outros temas. Essas normas seriam de pouca utilidade se não
houvesse penalidades para as instituições que as desrespeitassem e se
essas penalidades não fossem aplicadas. O BACEN seria, nesse aspecto,
um xerife que fiscalizaria e puniria as instituições pelas quais é
responsável.

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Conceder autorização às instituições financeiras, a fim de
que possam:
a) funcionar no País;
b) instalar ou transferir suas sedes, ou dependências, inclusive no
exterior;
c) ser transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas;
d) praticar operações de câmbio, crédito real e venda habitual de
títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal, ações,
debêntures, letras hipotecárias e outros títulos de crédito ou
mobiliários;
e) ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento;
f) alterar seus estatutos;
g) alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu controle
acionário.
Estabelecer condições para a posse e para o exercício de
quaisquer cargos de administração de instituições financeiras
privadas, assim como para o exercício de quaisquer funções em
órgãos consultivos, fiscais e semelhantes.
Regular a execução dos serviços de compensação de cheques
e outros papéis: o BACEN é responsável por regular o Sistema de
Pagamentos Brasileiro, o que inclui os serviços de compensação de
cheques.
Exercer permanente vigilância nos mercados financeiros e de
capitais sobre empresas que, direta ou indiretamente, interfiram
nesses mercados e em relação às modalidades ou processos
operacionais que utilizem: exerce essa função de forma não-privativa,
porque a CVM, a SUSEP e a PREVIC também são competentes para tanto.

“Mas concurseiro quer saber de questões de prova,


professor!”. OK, aqui vamos lá!
(CESGRANRIO; BACEN 2009)

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13 - O Banco Central do Brasil é o órgão executivo central do sistema
financeiro e suas competências incluem
(A) aprovar o orçamento do setor público brasileiro.
(B) aprovar e garantir todos os empréstimos do sistema bancário.
(C) administrar o serviço de compensação de cheques e de outros papéis.
(D) organizar o funcionamento das Bolsas de Valores do país.
(E) autorizar o funcionamento, estabelecendo a dinâmica operacional de
todas as instituições financeiras do país.

Solução: Letra E. Você que já sabe tudo sobre o BACEN poderia marcar
direto a letra E. Mas, na dúvida, o mais seguro é sempre começar
eliminando as incorretas:
A) O Orçamento é aprovado pelo Congresso Nacional, não pelo BACEN.
B) Os intermediários financeiros aprovam seus empréstimos por sua
conta e risco e o BACEN não garante nenhum deles.
C) O BACEN regulamenta e fiscaliza o serviço de compensação
de cheques e de outros papéis, mas não o administra.
D) As Bolsas de Valores são de responsabilidade da CVM.
E) Exato! Já estudamos essa função do BACEN na aula de hoje.

(CESGRANRIO; Casa da Moeda 2009)


14 - O Banco Central do Brasil tem várias atribuições, dentre as quais
NÃO se encontra a de
(A) receber os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais.
(B) emprestar às instituições financeiras para resolver problemas de
liquidez.
(C) autorizar o funcionamento de instituições financeiras.
(D) garantir cada empréstimo feito pelas instituições financeiras.
(E) regular o serviço de compensação de cheques.

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Solução: Letra D. Estudamos que todas essas são atribuições do BACEN,
menos a de garantir todos os empréstimos feitos pelas IFs.

(CESPE; CEF 2010)


15 - Ao exercer as suas atribuições, o BACEN cumpre funções de
competência privativa. A respeito dessas funções, julgue os itens
subsequentes.
I Ao realizar as operações de redesconto às instituições financeiras, o
BACEN cumpre a função de banco dos bancos.
II Ao emitir meio circulante, o BACEN cumpre a função de banco emissor.
III Ao ser o depositário das reservas oficiais e ouro, o BACEN cumpre a
função de banqueiro do governo.
IV Ao autorizar o funcionamento, estabelecendo a dinâmica operacional,
de todas as instituições financeiras, o BACEN cumpre a função de gestor
do Sistema Financeiro Nacional.
V Ao determinar, por meio do Comitê de Política Monetária (COPOM), a
taxa de juros de referência para as operações de um dia (taxa SELIC), o
BACEN cumpre a função de executor da política fiscal.
Estão certos apenas os itens
A I, II, III e IV.
B I, II, III e V.
C I, II, IV e V.
D I, III, IV e V.
E II, III, IV e V.

Solução:
I) Correta! Se ficou em dúvida, favor reler o tópico em que
apresentamos a função do BACEN como “Banco dos Bancos”.
II) Correta! Se ficou em dúvida, favor reler o tópico em que
apresentamos a função do BACEN como “Único Banco Emissor”.
III) Correta! Se ficou em dúvida, favor reler o tópico em que
apresentamos a função do BACEN como “Banqueiro do Governo”.

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IV) Correta! A banca preferiu a palavra “gestor” ao invés de
“regulador”, que seria a mais correta, mas já estudamos o tema. Para fins
de prova, portanto, gestor = regulador.
V) Beeeehhhh! O BACEN não cuida da política fiscal (que é da
competência da Presidência da República e do Congresso Nacional, como
já vimos quando falamos do CMN). Dicionário: “política fiscal” = equilibrar
a balança entre as receitas e os gastos do governo.
Conclusão: letra A correta.

(CESPE; CEF 2010)


16 - As atividades de competência privativa do BACEN incluem
I efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e
venda de títulos públicos federais.
II coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da
dívida pública, interna e externa.
III exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as
penalidades previstas.
IV executar os serviços do meio circulante.
V receber os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais e os
depósitos voluntários das instituições financeiras que operam no país.
Estão certos apenas os itens
A I e IV.
B II e V.
C I, II e III.
D I, III, IV e V.
E II, III, IV e V.

Solução:
I) Certa! Como vimos no tópico “Único Banco Emissor”, o BACEN
compra e vende títulos públicos federais de forma a combater a inflação
ou a deflação, o que nada mais é que fazer política monetária.

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II) Errada! Como vimos mais no início da aula, é o CMN – o maioral do
SFN – que é responsável por coordenar as políticas monetária,
creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e
externa.
III) Certa! Moleza: vimos isso no tópico “Regulador do SFN”.
IV) Certa! Já vimos que o BACEN é responsável por executar os
serviços do meio circulante, o que inclui trocar notas deterioradas por
novas, planejar cédulas com mais tecnologia etc.
V) Certa! Se ficou com dúvidas, favor reler o tópico “Único Banco
Emissor”, no qual estudamos os principais instrumentos de política
monetária do BACEN.
Conclusão: letra D correta!

Marque certo ou errado:


(CESPE; BB 2009)
17 - O SFN tem como órgão executivo central o BACEN, que estabelece
normas a serem observadas pelo CMN.

Solução: Errada! Já vimos isso algumas vezes: o CMN estabelece


normas a serem observadas pelo BACEN, não o contrário!

(CESPE; BB 2009)
18 - O BACEN tem competência para regulamentar, autorizar o
funcionamento e supervisionar os sistemas de compensação e de
liquidação, atividades que, no caso de sistemas de liquidação de
operações com valores mobiliários, exceto títulos públicos e títulos
privados emitidos por bancos, são compartilhadas com a Comissão de
Valores Mobiliários (CVM).

Solução: Certo! Já sabemos que o BACEN tem competência para


regulamentar, autorizar o funcionamento e supervisionar os sistemas de

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compensação e de liquidação. Ademais, sabemos que, no que diz respeito
a valores mobiliários, a CVM também é importante.

(CESPE; BB 2009)
19 - Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições
financeiras e regular a execução dos serviços de compensação de cheques
e outros papéis são as atribuições do BACEN.

Solução: Certo! Já vimos que são duas competências do BACEN: realizar


operações de redesconto (empréstimo de última instância para
instituições com problemas de liquidez) e regular a execução dos serviços
de compensação de cheques e outros papéis.

(CESPE; BB 2009)
20 - Além de autorizar o funcionamento e exercer a fiscalização das
instituições financeiras, emitir moeda e executar os serviços do meio
circulante, compete também ao BACEN traçar as políticas econômicas,
das quais o CMN é o principal órgão executor.

Solução: Errada! Já percebeu que é uma questão recorrente, não? Então,


entenda bem: o CMN estabelece normas a serem observadas pelo
BACEN, não o contrário!

(CESPE; BB 2009)
21 - As atribuições do BACEN incluem: estabelecer as condições para o
exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras,
vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de
capitais e controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país.

Solução: Certo! Caso tenha alguma dúvida, favor reler o tópico


“Regulador do SFN”. Nunca é demais reler a aula!

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6 – Comitê de Política Monetária (COPOM)
Ninguém empresta dinheiro de graça. Se você empresta dinheiro
para alguém, terá dois pontos negativos: não poderá utilizar o dinheiro
agora, tendo que esperar que ele seja devolvido no futuro; corre o risco
de que a pessoa para quem você emprestou o dinheiro não lhe pague de
volta o que foi emprestado. Dessa forma, é mais do que lógico que você
cobre juros sobre o dinheiro emprestado.
Os juros nada mais são do que o quanto você cobra para emprestar
o dinheiro. De forma simples, portanto, o dinheiro emprestado é a
mercadoria do emprestador e os juros são o valor da mercadoria
empréstimo. E, por fim, como tudo em economia, o valor da mercadoria
varia de acordo com a demanda e a oferta.
De forma bem simples, a oferta e a demanda agem da seguinte
maneira na definição dos preços em um mercado de livre concorrência: se
a Apple produz apenas 1 milhão de Iphones por ano e umas 500 milhões
de pessoas querem ter um celular desses, a Apple pode cobrar quase o
quanto quiser. Já no caso de Sidra Cereser, a empresa Cereser também
produz 1 milhão de garrafas, mas a demanda não é tão grande quanto a
que existe para Iphones. Dessa forma, os Iphones são muito mais caros
que a Sidra Cereser, porque a demanda é muito maior, apesar de a oferta
ser semelhante.
Na definição dos juros na economia, a história não é muito
diferente. Se a economia estiver em declínio e, portanto, as pessoas não
estiverem consumindo e investindo muito, não haverá demanda grande
por empréstimos e financiamentos. Dessa forma, a taxa de juros
provavelmente cairá, porque haverá pouca gente procurando
emprestadores, os quais teriam que abaixar o custo do dinheiro para
poder emprestar todo o dinheiro disponível. Do lado da oferta também
poderia acontecer a mesma coisa: apesar de a economia não estar
especialmente ruim, se houver um aumento grande no dinheiro ofertado
para empréstimos, a taxa de juros também deverá cair, caso a demanda
por empréstimos não aumente na mesma proporção que a oferta.

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O mercado de taxas de juros entre poupadores (quem empresta) e
gastadores (quem pega dinheiro emprestado) acontece livremente. Como
vimos, centenas de instituições financeiras são especializadas em fazer
essa intermediação e, dependendo da operação e do cliente envolvido,
estabelecem taxas de juros muito diversas. No entanto, posso garantir
que nenhuma IF com fim lucrativo (o que não inclui, por exemplo, o
BNDES) empresta dinheiro a uma taxa de juros menor do que aquela em
vigor no mercado interbancário da SELIC (sistema onde são negociados
títulos públicos federais entre as instituições financeiras nas chamadas
operações de redesconto). Este mercado monetário, como se costuma
dizer, estabelece a taxa básica de juros da economia. Com base nele,
portanto, os demais agentes financeiros estabelecem suas taxas de juros:
basicamente, pegam a taxa básica de juros SELIC e acrescentam um
valor a mais (chamado spread) para compensar o risco do cliente, do tipo
de garantia oferecida (se for com penhor, o spread é menor do que sem
garantia alguma, por exemplo) etc.
Você já sabe quase tudo sobre a taxa básica de juros SELIC, mas
ainda não se deu conta. Essa taxa é aquela que o BACEN paga nas
operações compromissadas de mercado aberto, quando empresta ou pega
dinheiro emprestado por um dia (overnight, que quer dizer de um dia
para o outro) com as instituições financeiras que atuam como dealers.
Mas essa taxa não cai do céu, como você já pode imaginar. Vamos ver de
onde ela vem exatamente e qual é o seu objetivo (o nosso amigo COPOM
entrará em jogo).
A história começa com o grande e poderoso Conselho Monetário
Nacional. Ele define a meta de inflação para o país e qual será seu teto e
piso. Atualmente, por exemplo, está determinado pelo CMN que a meta
de inflação é de 4,5% e que é aceitável que ela vá até 6,5% ou desça até
2,5%. Determina, assim, que o BACEN deve atuar na política monetária
dentro desses parâmetros de inflação.
Com essa meta de inflação em mente, o Comitê de Política
Monetária (COPOM) se reúne a cada 45 dias para decidir qual será

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a taxa de juros básica da economia (a popularmente conhecida
SELIC). O COPOM é constituído pelo presidente e oito diretores do BACEN
(o Regimento Interno do BACEN define que são 7 diretores apenas, mas
outras fontes normativas estabelecem que são 8). Eles se reúnem para
analisar como está o mercado e, principalmente, as expectativas de
evolução da inflação. Se acharem que há uma tendência de a inflação
ficar acima da meta estabelecida pelo CMN, aumentam a taxa básica de
juros: se o dinheiro fica mais caro, as pessoas vão gastar menos e a
inflação irá diminuir. Se os membros do COPOM, ao contrário, acharem
que o mercado não está ameaçando o cumprimento da meta de inflação,
podem diminuir a taxa SELIC: com dinheiro mais barato, as pessoas irão
consumir e investir mais, inclusive potencialmente aumentando a inflação.
A história da SELIC termina no Departamento de Mercado Aberto do
BACEN. Sabendo qual taxa de juros o COPOM definiu para os próximos 45
dias, o BACEN começa a comprar e vender títulos públicos, principalmente
em operações compromissadas mas também em definitivas, no mercado
aberto. Vamos a um exemplo para entendermos melhor.
O CMN estabeleceu que a meta de inflação é de 4,5%. O COPOM,
por sua vez, analisou os dados gerais da economia e concluiu que, para
uma meta de inflação de 4,5%, a taxa básica de juros SELIC deve ser de
10%. A área de mercado aberto do BACEN, então, passa a tentar
concretizar, diariamente, esta taxa de juros no mercado. No dia
16/10/2012, o BACEN olhou para o mercado interbancário de um dia na
SELIC com operações compromissadas de títulos públicos federais e
percebeu que os bancos estavam cobrando, uns dos outros, 10,5% de
juros de forma anualizada (na verdade, 0,0396% para cada dia útil, mas,
de forma anualizada, 10,5% - não se preocupe com o cálculo, isso é
matéria de matemática financeira). Com essa taxa de 10,5%, toca um
sinal vermelho no BACEN, porque é obrigação dele manter essa taxa
básica em 10% apenas. Então, o BACEN começa a emprestar dinheiro a
rodo, por meio de operações compromissadas com títulos públicos, até
que a taxa de um dia desse mercado desça para os 10% anualizados.

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Essa taxa desce quando o BACEN começa a emprestar muito dinheiro
nesse mercado (o que ele faz comprando títulos) pela famosa lei da oferta
e demanda: o BACEN oferta muito um produto – empréstimo de dinheiro
-, o qual passa com isso a valer menos, porque no mesmo tempo não
houve um aumento equivalente de demanda.
Por fim, algum aluno poderia perguntar: “Mas o que acontece se o
Departamento de Mercado Aberto não conseguir acertar exatamente nos
10% ou, pior, se o BACEN – com base nas decisões do COPOM - não tiver
sucesso em manter a inflação entre 2,5% e 6,5%?”. Bem, diria que no
primeiro caso não haveria problema e é até esperado que a taxa SELIC
média real não seja exatamente a programada: é plenamente aceitável
que, no exemplo, ela fique entre mais ou menos 10,10% e 9,90%. Os
10% são um objetivo difícil de acertar na mosca. No segundo caso, se a
inflação rompesse o teto de 6,5%, porém, o Presidente do Banco Central
deveria fazer uma declaração pública, em carta aberta dirigida ao Ministro
da Fazenda, na qual explicaria os motivos do acontecido e de que forma a
inflação será corrigida para o centro da meta.
Enfim, gostou do tema? Vamos fazer agora uma questão de
despedida desta aula:

(CESPE; BB 2009 – alterada pelo professor)


22 - O Comitê de Política Monetária (COPOM) do BACEN foi instituído em
1996, com os objetivos de estabelecer as diretrizes da política monetária
e de definir a taxa de juros. A criação desse comitê buscou proporcionar
maior transparência e ritual adequado ao processo decisório do BACEN.
Acerca do COPOM e da taxa básica de juros, julgue os próximos itens.
I O juros é definido pela oferta e demanda de fundos emprestáveis.
II Desde a adoção da sistemática de metas para a inflação como diretriz
de política monetária, as decisões do COPOM visam cumprir as metas
para a inflação definidas pelo CMN. Se as metas não forem atingidas,
cabe ao presidente do BACEN divulgar, em carta aberta ao ministro da

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Fazenda, os motivos do descumprimento, as providências e o prazo para
o retorno da taxa de inflação aos limites estabelecidos.
III A taxa Selic é a referência para todos os empréstimos e
financiamentos do mercado financeiros. Em cada operação de empréstimo
ou financiamento, sobre a taxa básica de juros é acrescentado o spread
correspondente ao risco da operação.
IV Ao comprar títulos públicos federais no mercado aberto, o Banco
Central busca diminuir a taxa de juros interbancária praticada na
plataforma SELIC para empréstimos de um dia.
V O COPOM, constituído no âmbito do BACEN, tem como objetivo
implementar as políticas econômica e tributária do governo federal.
Estão certos apenas os itens
A I, II, III e IV.
B I, II, III e V.
C I, II, IV e V.
D I, III, IV e V.
E II, III, IV e V.

Solução: Letra A. As quatro primeiras assertivas estão corretas e são


muito importantes para o concurso. A última está claramente errada,
porque o COPOM atua apenas na política monetária, que faz parte da
política econômica, mas não tem com certeza nada a ver com tributos,
que faz parte da política fiscal.

7 – Comissão de Valores Mobiliários

Caro aluno, você já avançou muito na matéria “Conhecimentos


Bancários”! Falando sobre o CMN, o BACEN e o COPOM, já estudamos
temas de política econômica e mercado financeiro. Agora, vamos fazer
uma distinção entre mercado de crédito, monetário, câmbio e capitais,
para você entender bem a especialização da CVM dentro do SFN.
Basicamente, poderíamos dividir o Mercado Financeiro em quatro
subáreas: mercado monetário, de crédito, cambial e de capitais. O

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mercado monetário seria aquele no qual as instituições financeiras
suprem suas necessidades de liquidez mais imediata (aqui é praticada a
política monetária pelo BACEN). O mercado de crédito reúne
instituições preocupadas com empréstimos de curto e médio prazos,
principalmente voltados para a administração do capital de giro das
empresas (o dinheiro que elas precisam para o dia a dia de pagar
salários, fornecedores etc.) e para o consumo de famílias e empresas
(este mercado também é regulado e fiscalizado pelo BACEN). O mercado
de câmbio é com certeza conhecido por todos: trocar reais por moedas
estrangeiras (este também é normatizado e fiscalizado pelo BACEN). Por
fim, resta o mercado de capitais (=valores mobiliários), que está
focado no financiamento de médio e longo prazos e é normatizado e
fiscalizado pela CVM, a qual passaremos a estudar.
Nesta primeira aula, não estudaremos os operadores e as operações
fiscalizados pela CVM: isso será realizado nas próximas aulas. Por
enquanto, olharemos apenas para a estrutura administrativa da CVM e
para sua forma de atuação.

7.1 – Estrutura Administrativa da CVM


A CVM é uma “autarquia com autonomia reforçada”. Em termos
mais técnicos ainda é uma entidade autárquica em regime especial,
vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e
patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa
independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato
fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e
orçamentária. Depois dessa frase de fôlego, vamos explicar cada ponto
levantado nessa definição:
A Comissão de Valores Mobiliários será administrada por um
Presidente e quatro Diretores, nomeados pelo Presidente da
República, depois de aprovados pelo Senado Federal, dentre
pessoas de ilibada reputação e reconhecida competência em
matéria de mercado de capitais: como visto, as pessoas que

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deliberam em nome da CVM não são subordinadas hierarquicamente a
ninguém, são estáveis e têm mandato fixo. São, na verdade, cinco
diretores (sendo um deles o presidente), cada um com mandato fixo de
cinco anos, sem direito a recondução (ou seja, não podem ficar mais de
cinco anos seguidos no cargo). Ademais, a lei estabelece que 1/5 do
colegiado de diretores deve ser renovado a cada ano, ou seja, todo ano
pelo menos um diretor deve ser substituído. Por serem estáveis, os
diretores, depois de nomeados, não podem ser demitidos nem pelo
Presidente da República: só saem do cargo por renúncia, condenação
judicial transitada em julgado (ou seja, condenação na justiça sem direito
a recurso) ou processo administrativo disciplinar (instaurado pelo Ministro
da Fazenda). Quando um diretor não termina o seu mandato, por motivo
de morte, renúncia ou perda de mandato, outro diretor é nomeado para
terminar o tempo restante do mandato.
Vamos apresentar um exemplo para você não esquecer o assunto
(costuma ser questão de prova). Em julho de 2013, temos cinco
diretores: A, B, C, D, E. O mandato do diretor E termina neste mês,
quando completa 5 anos no cargo, e ele não pode emendar dois
mandatos seguidos. Portanto, o diretor E vai sair do colegiado e outro
será nomeado no seu lugar. O Presidente da República, avisado do fato,
indica o Sr. F, que tem ilibada reputação (não é conhecido por ser
criminoso ou antiético) e reconhecida competência em matéria de
mercado de capitais (tem um currículo bom na área de mercado de
capitais) para ser aprovado pelo Senado. Os senadores discutem e
entrevistam o Sr. F, indicado pelo Presidente da República, e decidem ou
não aprová-lo. Se aprovado, o Presidente pode nomeá-lo e, a partir de
então, ele será estável durante todo o seu mandato (de 5 anos, no caso).
A CVM detém autonomia financeira e orçamentária: a
autonomia financeira busca aumentar a independência da CVM frente a
Administração Central. Para tanto, a CVM não depende para o seu custeio
apenas do Orçamento Federal (que depende do Congresso e da

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Presidência da República), mas também tem outras fontes de renda
próprias:

 dotações das reservas monetárias que lhe forem atribuídas pelo


Conselho Monetário Nacional (no caso, parte da arrecadação do
IOF);
 receitas provenientes da prestação de serviços pela Comissão,
observada a tabela aprovada pelo Conselho Monetário Nacional;
 renda de bens patrimoniais e receitas eventuais;
 receitas de taxas decorrentes do exercício de seu poder de polícia,
nos termos da lei (por exemplo, taxas de fiscalização cobradas dos
fundos de investimento).

A CVM é uma entidade autárquica em regime especial,


vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e
patrimônio próprios: o importante, para fins de concurso, é saber que a
CVM pertence à administração indireta (que exerce a função do governo,
mas de forma descentralizada, com personalidade jurídica própria) e que
ela está vinculada ao Ministério da Fazenda (é fiscalizada e coordena seus
trabalhos com o MF), mas não é subordinada a ele (como sabemos, o
Ministro da Fazenda não pode, por exemplo, exonerar qualquer dos
diretores da CVM).

7.2 – Forma de Atuação da CVM


Assim como o BACEN é o xerife nos mercados de crédito e câmbio,
a CVM é a fiscalizadora do mercado de capitais. A CVM regula tudo aquilo
que as leis e/ou o CMN requer que ela regule. Vamos ver, portanto, quais
são as principais competências da CVM e de que forma ela fiscaliza e
pune aqueles que não cumprem as regras estabelecidas.
Compete à CVM, em linhas gerais:

 regulamentar, com observância da política definida pelo Conselho


Monetário Nacional, as matérias expressamente previstas em lei;

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 administrar os registros instituídos lei (tais como registro de oferta
pública de ações, que estudaremos mais para o final do curso);
 fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado
de valores mobiliários, bem como a veiculação de informações relativas
ao mercado, às pessoas que dele participem, e aos valores nele
negociados;
 propor ao CMN a eventual fixação de limites máximos de preço,
comissões, emolumentos e quaisquer outras vantagens cobradas pelos
intermediários do mercado (limitar, por exemplo, o preço cobrado por
uma corretora para cada compra de ação que o seu cliente realizar);
 fiscalizar e inspecionar as companhias abertas (companhias abertas
são aquelas que têm valores mobiliários negociados em Bolsa).

Como fiscalizadora do mercado de capitais, a CVM pode fazer o


seguinte:
 examinar e extrair cópias de registros contábeis, livros ou
documentos, inclusive programas eletrônicos e arquivos magnéticos,
ópticos ou de qualquer outra natureza, bem como papéis de trabalho de
auditores independentes, devendo tais documentos ser mantidos em
perfeita ordem e estado de conservação pelo prazo mínimo de cinco anos
por parte dos operadores do mercado de capitais e prestadores de
serviços do setor;
 intimar os operadores do mercado de capitais e prestadores de
serviços do setor a prestar informações ou esclarecimentos (se não
responderem à intimação, a CVM pode aplicar multa);
 requisitar informações de qualquer órgão público, autarquia ou
empresa pública;
 determinar às companhias abertas que republiquem, com correções
ou aditamentos (=acréscimos), demonstrações financeiras, relatórios ou
informações divulgadas;
 apurar, mediante processo administrativo, atos ilegais e práticas
não eqüitativas (=injustas) de administradores, membros do conselho

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fiscal e acionistas de companhias abertas, dos intermediários e dos
demais participantes do mercado.
Com o fim de prevenir ou corrigir situações anormais do mercado, a
CVM poderá:
 suspender a negociação de determinado valor mobiliário ou decretar
o recesso de bolsa de valores;
 suspender ou cancelar os registros de que trata a Lei 6.385/76
(como o de Analista de Valores Mobiliários, por exemplo);
 divulgar informações ou recomendações com o fim de esclarecer ou
orientar os participantes do mercado;
 proibir aos participantes do mercado, sob possível aplicação de
multa, a prática de atos que especificar prejudiciais ao seu funcionamento
regular.
A CVM poderá impor àqueles que desrespeitarem as leis e demais
normas de sua competência as seguintes penalidades:
 advertência (sem efeitos objetivos, mas é uma bronca pública);
 multa (de no máximo R$500 mil, 50% do valor da operação
irregular ou 3 vezes o valor da vantagem econômica obtida com o ilícito);
 suspensão do exercício do cargo de administrador ou de conselheiro
fiscal de companhia aberta, de entidade do sistema de distribuição ou de
outras entidades que dependam de autorização ou registro na CVM;
 inabilitação temporária, até o máximo de vinte anos, para o
exercício dos cargos mencionados acima;
 suspensão da autorização ou registro para o exercício das
atividades fiscalizadas pela CVM;
 cassação de autorização ou registro, para o exercício das atividades
fiscalizadas pela CVM;
 proibição temporária, até o máximo de vinte anos, de praticar
determinadas atividades ou operações, para os integrantes do sistema de
distribuição ou de outras entidades que dependam de autorização ou
registro na CVM;

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 proibição temporária, até o máximo de dez anos, de atuar, direta ou
indiretamente, em uma ou mais modalidades de operação no mercado de
valores mobiliários.
As penalidades citadas acima são aplicadas após conclusão de
processo administrativo que investigue o suposto desrespeito a norma
vigente. Não obstante, a CVM poderá, a seu exclusivo critério e se o
interesse público permitir, suspender, em qualquer fase, o
procedimento administrativo instaurado para a apuração de
infrações da legislação do mercado de valores mobiliários, se o
investigado ou acusado assinar termo de compromisso. O termo de
compromisso tem as seguintes características:
 O investigado, assinando o termo, se compromete a cessar a
prática de atividades ou atos considerados ilícitos pela CVM e a corrigir as
irregularidades apontadas, inclusive indenizando os prejuízos;
 Assinando o termo, o investigado não confessa que cometeu algum
ilícito.

Chegamos ao fim do nosso estudo da CVM!!! Agora, aos


exercícios!
(CESGRANRIO; BB 2010)
24 - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia ligada ao
Poder Executivo que atua sob a direção do Conselho Monetário Nacional e
tem por finalidade básica
(A) normatização e controle do mercado de valores mobiliários.
(B) compra e venda de ações no mercado da Bolsa de
Valores.
(C) fiscalização das empresas de capital fechado.
(D) captação de recursos no mercado internacional

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(E) manutenção da política monetária.

Solução: Letra A. Mamão com açúcar. A CVM normatiza e controla o


mercado de valores mobiliários (=mercado de capitais).

Marque a opção correta:


(CESPE; CEF 2010)
25 - A Lei n.º 6.385/1976 criou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM),
entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da
Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de
autoridade administrativa independente, ausência de subordinação
hierárquica, mandato fixo — vedada a recondução —, estabilidade de seus
dirigentes, além de autonomia financeira e orçamentária. Com relação
aos membros do colegiado da CVM, assinale a opção que apresenta,
respectivamente, o tempo de duração do mandato de cada um e a
proporção de membros que deve ser renovada anualmente.
A dois anos metade
B três anos um terço
C quatro anos um quarto
D cinco anos um quinto
E seis anos um sexto

Solução: Enrolaram na questão, mas a resposta é simples! O mandato


dos membros do colegiado dura 5 anos e todo ano um membro
deve ser renovado, ou seja, a proporção é de um quinto do colegiado
mudando a cada ano. Letra D.

Marque a opção correta:


(CESPE; CEF 2010)
26 - No exercício das suas funções, a CVM poderá impor penalidades
aos infratores da Lei do Mercado de Valores Mobiliários, da Lei
das Sociedades por Ações, das suas resoluções, bem como de outras

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normas legais cujo cumprimento lhe incumba fiscalizar. No
exercício dessa atividade fiscalizadora, a CVM poderá, entre outras,
aplicar a penalidade de
A censura pública.
B inquérito policial.
C expulsão.
D alerta administrativo.
E advertência.

Solução: A resposta correta é a letra E (Advertência). Na dúvida, porém,


você poderia chegar à resposta por exclusão: censura pública (não existe:
o mais próximo disso é a advertência); inquérito policial (é a investigação
de um crime na fase que antecede a instauração de um processo penal –
mas a CVM só tem processos administrativos!); expulsão (a CVM só
pode suspender ou inabilitar por até 20 anos alguém do cargo de
administrador ou conselheiro fiscal de entidade que dependa do registro
da CVM, não expulsar propriamente); alerta administrativo (isso não
existe no âmbito da CVM; o mais perto disso seria a própria advertência).

(CESPE; CEF 2010)


27 - Examinar e extrair cópias de registros contábeis, livros ou
documentos, inclusive programas eletrônicos e arquivos magnéticos,
ópticos ou de qualquer outra natureza, bem como papéis de trabalho de
auditores independentes dos fundos e sociedades de investimento,
carteiras e depósitos de valores mobiliários, consultores e analistas de
valores mobiliários, companhias abertas e demais emissoras de valores
mobiliários, pessoas naturais e jurídicas que integram o sistema de
distribuição de valores mobiliários são funções
A do Banco Central do Brasil (BACEN).
B da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
C do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
D da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).

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E da Secretaria de Previdência Complementar (SPC).

Solução: Letra B. Já estudamos esta função na aula de hoje, mas, só por


ler diversas referências ao tema “valores mobiliários” na questão, já dava
para saber que se tratava de função da CVM, não?

Sobre a CVM, marque Certo ou Errado:


(CESPE; BB 2009)
28 - A CVM é o órgão do SFN que se responsabiliza pela fiscalização das
operações de câmbio e dos consórcios.

Solução: Errada. Já sabemos que o mercado de câmbio é fiscalizado


pelo BACEN, não pela CVM. Ademais, aprenderemos na próxima aula
que as administradoras de consórcio são fiscalizadas pelo BACEN.

(CESPE; BB 2009)
29 - A CVM tem como um de seus objetivos assegurar o acesso do público
às informações acerca dos valores mobiliários negociados, assim como às
companhias que os tenham emitido.

Solução: Certo. Como já vimos, uma das competências da CVM é a de


fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de
valores mobiliários, bem como a veiculação de informações relativas
ao mercado, às pessoas que dele participem, e aos valores nele
negociados.

(CESPE; BB 2009)
30 - A CVM exerce a função de assegurar a observância de práticas
comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários e a de estimular
a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários.

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Solução: Certo. De forma ampla, está certíssimo. Este é o fim último de
todas as atividades da CVM.

8 – Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional

Este tópico não foi indicado pelo Edital, mas, como é relevante tato
para o BACEN quanto para a CVM, acho que vale a pena apresentá-lo
brevemente.
Contra as penalidades administrativas aplicadas pelo BACEN e pela
CVM, as partes atingidas podem recorrer, em segunda e última instância,
no Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional. Ainda, contra os
arquivamentos de processo administrativo, também pode haver recurso
no CRSFN.

O CRSFN é composto por oito conselheiros designados pelo Ministro


da Fazenda, com mandatos de dois anos e possibilidade de recondução
por uma única vez. O Ministro da Fazenda designa cada Conselheiro com
base em uma lista tríplice enviada por alguns órgãos públicos e
associações do mercado financeiro: dois representantes do Ministério
da Fazenda; um do Banco Central; um da CVM; quatro de
associações do Mercado Financeiro tais como ANBIMA, FEBRABAN.
Fazem ainda parte do Conselho de Recursos três Procuradores da Fazenda
Nacional, designados pelo Procurador-Geral da Fazenda Nacional, com
atribuição de zelar pela fiel observância da legislação aplicável, e um
Secretário-Executivo, nomeado pelo Ministro da Fazenda, responsável
pela execução e coordenação dos trabalhos administrativos. Para tanto, o
Banco Central do Brasil e, subsidiariamente, a CVM proporcionam o
respectivo apoio técnico e administrativo. Um dos representantes do
Ministério da Fazenda é o presidente do Conselho e o vice- presidente é o
representante designado pelo Ministério da Fazenda dentre os quatro
representantes das entidades de classe que integram o Conselho.

Agora, para finalizar esta aula, algumas questões sobre o CRSFN:

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(CESPE; BB 2009)
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) é um
órgão colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura do Ministério
da Fazenda. Com relação ao CRSFN, julgue os itens a seguir.
30 - É atribuição do CRSFN julgar, em segunda e última instância
administrativa, os recursos interpostos das decisões relativas às
penalidades administrativas aplicadas pelo BACEN quanto a matérias
relativas à aplicação de penalidades por infração à legislação de
consórcios.

Solução: Certo! Como já vimos, o BACEN fiscaliza os consórcios e, contra


as suas penalidades administrativas, há possibilidade de recurso no
CRSFN.

31 - É atribuição do CRSFN adaptar o volume dos meios de pagamento às


reais necessidades da economia, bem como regular os valores interno e
externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos.

Solução: Mais mole que essa impossível! Erradíssima! São funções do


CMN adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da
economia, bem como regular os valores interno e externo da moeda e o
equilíbrio do balanço de pagamentos!

9 - Lista de Questões Apresentadas


Marque certo ou errado:
(CESPE; BB 2009)
1- O SFN atua na intermediação financeira, ou seja, no processo pelo qual
os agentes que estão superavitários, com sobra de dinheiro, transferem
esses recursos para aqueles que estejam deficitários, com falta de
dinheiro.

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2- (CESGRANRIO; Casa da Moeda 2009)
O Sistema Financeiro Nacional se subdivide em dois subsistemas: o
normativo e o de intermediação. Do subsistema normativo fazem parte
o(a)
(A) Conselho Monetário Nacional e o Banco Central do
Brasil.
(B) Banco Central do Brasil e a Caixa Econômica Federal.
(C) Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social.
(D) Superintendência de Seguros Privados e as Bolsas de
Valores.
(E) Comissão de Valores Mobiliários e o Fundo Monetário
Internacional.

(CESGRANRIO; BB 2010)
3 - O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é constituído por todas as
instituições financeiras públicas ou privadas existentes no país e seu
órgão normativo máximo é o(a)
(A) Banco Central do Brasil.
(B) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social.
(C) Conselho Monetário Nacional.
(D) Ministério da Fazenda.
(E) Caixa Econômica Federal.

(CESGRANRIO; BACEN 2009)


4 - O Conselho Monetário Nacional é a entidade superior do sistema
financeiro nacional, NÃO sendo de sua competência
(A) estabelecer a meta de inflação.
(B) zelar pela liquidez e pela solvência das instituições
financeiras.
(C) regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do

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balanço de pagamentos.
(D) regular o valor interno da moeda, prevenindo e corrigindo
surtos inflacionários ou deflacionários.
(E) fixar o valor do superávit primário do orçamento público.

(CESPE; CEF 2010)


5 - A Lei nº 4.595/1964, alterada pela Lei nº 6.045/1974, dispõe sobre as
competências do CMN. De acordo com essa lei, compete ao CMN
A determinar as características gerais, exclusivamente, das cédulas e dos
tributos.
B coordenar sua própria política com a de investimentos dos
governos federal, estadual e municipal.
C autorizar as emissões de papel-moeda.
D disciplinar o crédito em determinadas modalidades.
E fixar diretrizes e normas da política internacional.

Marque Certo ou Errado:

(CESPE; BB 2009)
6 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social é uma das
principais entidades supervisoras do SFN.

(CESPE; BB 2009)
7 - A área normativa do SFN tem como órgão máximo o Banco Central do
Brasil (BACEN).

(CESPE; BB 2009)
8 - As funções do CMN incluem: adaptar o volume dos meios de
pagamento às reais necessidades da economia e regular o valor interno e
externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos.

(CESPE; BB 2009)

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9 - O CMN é o órgão formulador da política da moeda e do crédito,
devendo atuar até mesmo no sentido de promover o aperfeiçoamento das
instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência
do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos.

(Questão do Professor)

10 - O Conselho Monetário Nacional (CMN) é composto pelo Presidente da


República, pelo Ministro da Fazenda e pelo Presidente do Banco Central.

(Questão do Professor)

11 - As reuniões ordinárias do Conselho Monetário Nacional (CMN)


ocorrem semestralmente e as extraordinárias sempre que convocadas por
seu presidente.

(Questão do Professor)

12 - As deliberações do Conselho Monetário Nacional (CMN) são por


maioria de votos, tendo o seu presidente direito a voto de qualidade e a
prerrogativa de decidir ad referendum em questões de relevante interesse
e emergenciais.

13 - O Banco Central do Brasil é o órgão executivo central do sistema


financeiro e suas competências incluem
(A) aprovar o orçamento do setor público brasileiro.
(B) aprovar e garantir todos os empréstimos do sistema
bancário.
(C) administrar o serviço de compensação de cheques e
de outros papéis.
(D) organizar o funcionamento das Bolsas de Valores do
país.
(E) autorizar o funcionamento, estabelecendo a dinâmica
operacional de todas as instituições financeiras do país.

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14 - (CESGRANRIO; Casa da Moeda 2009)
O Banco Central do Brasil tem várias atribuições, dentre as quais NÃO se
encontra a de
(A) receber os recolhimentos compulsórios dos bancos
comerciais.
(B) emprestar às instituições financeiras para resolver
problemas de liquidez.
(C) autorizar o funcionamento de instituições financeiras.
(D) garantir cada empréstimo feito pelas instituições
financeiras.
(E) regular o serviço de compensação de cheques.

(CESPE; CEF 2010)


15 - Ao exercer as suas atribuições, o BACEN cumpre funções de
competência privativa. A respeito dessas funções, julgue os itens
subsequentes.
I Ao realizar as operações de redesconto às instituições financeiras, o
BACEN cumpre a função de banco dos bancos.
II Ao emitir meio circulante, o BACEN cumpre a função de banco emissor.
III Ao ser o depositário das reservas oficiais e ouro, o BACEN cumpre a
função de banqueiro do governo.
IV Ao autorizar o funcionamento, estabelecendo a dinâmica operacional,
de todas as instituições financeiras, o BACEN cumpre a função de gestor
do Sistema Financeiro Nacional.
V Ao determinar, por meio do Comitê de Política Monetária (COPOM), a
taxa de juros de referência para as operações de um dia (taxa SELIC), o
BACEN cumpre a função de executor da política fiscal.
Estão certos apenas os itens
A I, II, III e IV.
B I, II, III e V.
C I, II, IV e V.
D I, III, IV e V.

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E II, III, IV e V.

(CESPE; CEF 2010)


16 - As atividades de competência privativa do BACEN incluem
I efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e
venda de títulos públicos federais.
II coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da
dívida pública, interna e externa.
III exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as
penalidades previstas.
IV executar os serviços do meio circulante.
V receber os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais e os
depósitos voluntários das instituições financeiras que operam no país.
Estão certos apenas os itens
A I e IV.
B II e V.
C I, II e III.
D I, III, IV e V.
E II, III, IV e V.

Marque certo ou errado:


(CESPE; BB 2009)
17 - O SFN tem como órgão executivo central o BACEN, que estabelece
normas a serem observadas pelo CMN.

(CESPE; BB 2009)
18 - O BACEN tem competência para regulamentar, autorizar o
funcionamento e supervisionar os sistemas de compensação e de
liquidação, atividades que, no caso de sistemas de liquidação de
operações com valores mobiliários, exceto títulos públicos e títulos
privados emitidos por bancos, são compartilhadas com a Comissão de
Valores Mobiliários (CVM).

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(CESPE; BB 2009)
19 - Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições
financeiras e regular a execução dos serviços de compensação de cheques
e outros papéis são as atribuições do BACEN.

(CESPE; BB 2009)
20 - Além de autorizar o funcionamento e exercer a fiscalização das
instituições financeiras, emitir moeda e executar os serviços do meio
circulante, compete também ao BACEN traçar as políticas econômicas,
das quais o CMN é o principal órgão executor.

(CESPE; BB 2009)
21 - As atribuições do BACEN incluem: estabelecer as condições para o
exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras,
vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de
capitais e controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país.

(CESPE; BB 2009 – alterada pelo professor)


22 - O Comitê de Política Monetária (COPOM) do BACEN foi instituído em
1996, com os objetivos de estabelecer as diretrizes da política monetária
e de definir a taxa de juros. A criação desse comitê buscou proporcionar
maior transparência e ritual adequado ao processo decisório do BACEN.
Acerca do COPOM e da taxa básica de juros, julgue os próximos itens.
I O juros é definido pela oferta e demanda de fundos emprestáveis.
II Desde a adoção da sistemática de metas para a inflação como diretriz
de política monetária, as decisões do COPOM visam cumprir as metas
para a inflação definidas pelo CMN. Se as metas não forem atingidas,
cabe ao presidente do BACEN divulgar, em carta aberta ao ministro da
Fazenda, os motivos do descumprimento, as providências e o prazo para
o retorno da taxa de inflação aos limites estabelecidos.

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III A taxa Selic é a referência para todos os empréstimos e
financiamentos do mercado financeiros. Em cada operação de empréstimo
ou financiamento, sobre a taxa básica de juros é acrescentado o spread
correspondente ao risco da operação.
IV Ao comprar títulos públicos federais no mercado aberto, o Banco
Central busca diminuir a taxa de juros interbancária praticada na
plataforma SELIC para empréstimos de um dia.
V O COPOM, constituído no âmbito do BACEN, tem como objetivo
implementar as políticas econômica e tributária do governo federal.
Estão certos apenas os itens
A I, II, III e IV.
B I, II, III e V.
C I, II, IV e V.
D I, III, IV e V.
E II, III, IV e V.

(CESGRANRIO; BB 2010)
23 - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia ligada ao
Poder Executivo que atua sob a direção do Conselho Monetário Nacional e
tem por finalidade básica
(A) normatização e controle do mercado de valores mobiliários.
(B) compra e venda de ações no mercado da Bolsa de
Valores.
(C) fiscalização das empresas de capital fechado.
(D) captação de recursos no mercado internacional
(E) manutenção da política monetária.

(CESPE; CEF 2010)


24 - A Lei n.º 6.385/1976 criou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM),
entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da
Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de
autoridade administrativa independente, ausência de subordinação

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hierárquica, mandato fixo — vedada a recondução —, estabilidade de seus
dirigentes, além de autonomia financeira e orçamentária. Com relação
aos membros do colegiado da CVM, assinale a opção que apresenta,
respectivamente, o tempo de duração do mandato de cada um e a
proporção de membros que deve ser renovada anualmente.
A dois anos metade
B três anos um terço
C quatro anos um quarto
D cinco anos um quinto
E seis anos um sexto

Marque a opção correta:


(CESPE; CEF 2010)
25 - No exercício das suas funções, a CVM poderá impor penalidades aos
infratores da Lei do Mercado de Valores Mobiliários, da Lei das Sociedades
por Ações, das suas resoluções, bem como de outras normas legais cujo
cumprimento lhe incumba fiscalizar. No exercício dessa atividade
fiscalizadora, a CVM poderá, entre outras, aplicar a penalidade de
A censura pública.
B inquérito policial.
C expulsão.
D alerta administrativo.
E advertência.

(CESPE; CEF 2010)


26 - Examinar e extrair cópias de registros contábeis, livros ou
documentos, inclusive programas eletrônicos e arquivos magnéticos,
ópticos ou de qualquer outra natureza, bem como papéis de trabalho de
auditores independentes dos fundos e sociedades de investimento,
carteiras e depósitos de valores mobiliários, consultores e analistas de
valores mobiliários, companhias abertas e demais emissoras de valores

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mobiliários, pessoas naturais e jurídicas que integram o sistema de
distribuição de valores mobiliários são funções
A do Banco Central do Brasil (BACEN).
B da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
C do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
D da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
E da Secretaria de Previdência Complementar (SPC).

Sobre a CVM, marque Certo ou Errado:


(CESPE; BB 2009)
27 - A CVM é o órgão do SFN que se responsabiliza pela fiscalização das
operações de câmbio e dos consórcios.

(CESPE; BB 2009)
28 - A CVM tem como um de seus objetivos assegurar o acesso do público
às informações acerca dos valores mobiliários negociados, assim como às
companhias que os tenham emitido.

(CESPE; BB 2009)
29 - A CVM exerce a função de assegurar a observância de práticas
comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários e a de estimular
a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários.

(CESPE; BB 2009)
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) é um
órgão colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura do Ministério
da Fazenda. Com relação ao CRSFN, julgue os itens a seguir.
30 - É atribuição do CRSFN julgar, em segunda e última instância
administrativa, os recursos interpostos das decisões relativas às
penalidades administrativas aplicadas pelo BACEN quanto a matérias
relativas à aplicação de penalidades por infração à legislação de
consórcios.

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31 - É atribuição do CRSFN adaptar o volume dos meios de pagamento às
reais necessidades da economia, bem como regular os valores interno e
externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos.

Questão Gabarito
1 Certo
2 A
3 C
4 E
5 C
6 Errado
7 Errado
8 Certo
9 Certo
10 Errado
11 Errado
12 Certo
13 E
14 D
15 A
16 D
17 Errado
18 Certo
19 Certo
20 Errado
21 Certo
22 A
23 A
24 D
25 E
26 B
27 Errado
28 Certo
29 Certo
30 Certo
31 Errado

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