• O artigo 92 do CPP faz menção ao estado civil das pessoas. Entenda-se este
como não apenas o estado de casamento, viuvez, separação, etc., mas como todo
o estado referente à pessoa, como filiação, nacionalidade, naturalidade e outros.
De Existência:
1) Petição inicial (262, 282, CPC): Instrumento do direito de ação e tutela jurisdicional.
2) Jurisdição (2º do CPC): Órgão jurisdicional provocado.
3) Citação (213 do CPC): Cientificação do réu quanto ao processo.
4) Capacidade postulatória (1º, I, § 1º, L 8906/94; 9º, L 9099/95; 7º, CPC).
De validade:
1) Petição inicial apta (295, §, CPC): é requisito de existência do processo, deve sê-la.
2) Competência: imparcial (86, 87 e 134, CPC): Não tomará posição de autor ou réu.
3) Válida (219 CPC):
4) Capacidade processual (7º e 13, CPC): É a capacidade de estar em juízo.
De existência De validade
Órgão jurisdicional Juízo competente e imparcial (imparcial: sempre
que não for impedido ou suspeito.
Partes Capacidade para estar em juízo e capacidade
postulatória.
Demanda (pedido) Regularmente formulada e deve ser inédita (não
pode haver litispendência e nem coisa julgada.
Notas
• As regras dos artigos 252 e 254 se aplicam aos jurados e aos membros do MP;
• Juiz impedido: artigo 252 do CPC;
• Juiz suspeito: artigo 254 do CPC;
• 252 e 254 são as causas de impedimento e suspeição;
• As causas de suspeição e impedimento não se aplicam às autoridades policiais
(107), por serem estas de procedimento inquisitivo.
Art. 100 - Não aceitando a suspeição, o juiz mandará autuar em apartado a petição, dará
sua resposta dentro em 3 (três) dias, podendo instruí-la e oferecer testemunhas, e, em
seguida, determinará sejam os autos da exceção remetidos, dentro em 24 (vinte e quatro)
horas, ao juiz ou tribunal a quem competir o julgamento.
§ 1º - Se, ouvido o Ministério Público, for aceita a declinatória, o feito será remetido ao
juízo competente, onde, ratificados os atos anteriores, o processo prosseguirá.
§ 2º - Recusada a incompetência, o juiz continuará no feito, fazendo tomar por termo a
declinatória, se formulada verbalmente.
Art. 109 - Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer motivo que o torne
incompetente, declará-lo-á nos autos, haja ou não alegação da parte, prosseguindo-se na
forma do artigo anterior.
1. Pode ser apreendido produto do crime ou coisa que seja importante para a prova.
2. Esta coisa só será restituída quando não mais interessar ao processo;
3. Apreende-se o produto do crime; se este se alterou, seqüestra-se (Jules Rimet);
4. A restituição pode ser feita pela autoridade policial ou pelo juiz (120 do CPP);
5. Se houver controvérsia quanto à propriedade, apenas o juiz;
6. Instaurar-se-á um incidente processual de coisas apreendidas;
7. Antes de restituir-se a coisa, ouvir-se-á o MP sempre (120, § 3º do CPP);
8. Coisa ilícita ou oriunda de ato ilícito: não restituída ainda que absolvido o réu.
9. Impossibilidade de restituição no caso de arquivamento de IP ou de absolvição:
as coisas apreendidas que forem de fabricação, uso ou porte proibidos, serão
confiscadas, pois é incabível a devolução de objetos ilícitos (119 e 124 do CPP).
Artigo 152, CPP: Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o processo
continuará suspenso até que o acusado se restabeleça, observado o § 2º do Art. 149.
Medidas Cautelares
Artigo 5º, XI da CF: "A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de (1) flagrante delito ou (2)
desastre, ou (3) para prestar socorro, ou, (4) durante o dia, por determinação judicial";
• Casa: todo local (de trabalho inclusive) não aberto ao público (50, § 4º do CP);
Obs. este prazo é para que se inicie a busca, podendo esta terminar após.
Artigo 301 do CPP: Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes
deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
1. Prova: todo meio utilizado pelas partes, produzido no contraditório, com o fim
de convencer o julgador da veracidade de suas alegações.
Prova irrepetível: impossível, pela sua natureza, de ser renovada em juízo. Ex. perícia;
exame de corpo de delito. Nas provas irrepetíveis a defesa poderá impugnar vários
possíveis vícios que tenham ocorrido na elaboração do processo.
Artigo 225 do CPP: "Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por
enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução
criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer
das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.
Interceptação telefônica: o material colhido nela poderá ser utilizado para condenação,
depois da degravação (redução a termo da gravação). Artigo 155 do CPP (vide acima).
Obs. Caso o cidadão se recuse a ceder material para exame, haverá presunção de
paternidade? Não. O processo penal já o trata como presumidamente inocente.
Fim da matéria de
AV1
Princípios relativos à prova
2. Teoria dos frutos da árvore envenenada (157, § 1º, CPP) É consequência lógica
do princípio da inadmissibilidade das provas ilícitas. É a teoria da ilicitude por
derivação; todas as provas derivadas daquela obtida de forma ilícita são igualmente
consideradas. Pode ser isoladamente lícita, mas por derivada de ilícita, não vale.
Obs. Prova ilícita é qualquer uma obtida com violação jurídica. Deve ser desentranhada
do processo. A exceção é quando a prova ilícita favorece o réu e garante sua inocência.
Interceptação telefônica (L 9296/96): somente se dará com ordem judicial e com fins
criminais. Veja a redação do artigo 5º, I da CF: "é inviolável o sigilo da correspondência
e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins
de investigação criminal ou instrução processual penal".
Interceptação telefônica: 3º grava sem que os interlocutores tenham
conhecimento.
Escuta telefônica: 3º grava, mas com o conhecimento de um dos interlocutores.
Gravação clandestina: um dos interlocutores grava, sem o conhecimento do outro.
Gravação ambiental: idem.
Obs. Se há conhecimento da realização da gravação, esta valerá como prova, mesmo
que não seja de âmbito criminal.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da
investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo
impossibilidade manifesta, devidamente justificada.
Obs. O réu tem direito de silenciar e mentir, mas apenas na segunda fase do
interrogatório, a fase do interrogatório de mérito.
Art. 185 - O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo
penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado.
Artigo 187 do CPP: O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do
acusado e sobre os fatos.
§ 1º Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de vida ou
profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa,
notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do
processo; se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a
cumpriu e outros dados familiares e sociais.
§ 2º Na segunda parte será perguntado sobre:
I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita;
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que atribuí-la, se
conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do crime, e quais sejam, e
se com elas esteve antes da prática da infração ou depois dela;
III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia desta;
IV - as provas já apuradas;
V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde quando, e se
tem o que alegar contra elas;
VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer objeto que com
esta se relacione e tenha sido apreendido;
VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos antecedentes e
circunstâncias da infração;
VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa.
Prova pericial: é o meio de prova realizado por certos especialistas sobre questões que
exigem conhecimento técnico específico sobre certo tema, e que o juiz não possui. O
exame de corpo de delito é a mais importante das perícias.
• Crime de fato permanente: a infração que deixa vestígios (elementos
sensíveis, que se podem sentir) do crime. Estes vestígios deixados pelo crime é
que são denominados corpo de delito, é a materialidade do crime.
• Crimes transeuntes: as infrações penais que não deixam vestígios (calúnia,
injúria).
Art. 167, CPP: Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Declaração do ofendido
Obs. Como todos os demais meios de prova, a declaração do ofendido possui um valor
relativo, sendo perfeitamente possível que ele embase uma condenação. PROVA!
Prova testemunhal
1. Conceito
Artigo 217 do CPP: Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar
humilhação, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo
que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e,
somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu,
prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor.
210, § único, CPP: Antes do início da audiência e durante sua realização, serão
reservados espaços separados para garantia da incomunicabilidade das testemunhas.
2. Características
a) Apenas pessoa pode ser testemunha, e deve ser estranha ao processo (artigo 202
do CPC: "Toda pessoa poderá ser testemunha");
b) O testemunho do réu deve ser objetivo, sem emitir opinião ou juízo de valor.
Observações:
3. Deveres da testemunha
a) Ir depor. Se intimado, e não comparece, pode haver condução coercitiva.
b) Dizer a verdade. Seu silêncio ou declaração falsa pode configurar crime de falso
testemunho (crime de mão própria, de execução indelegável) do artigo 342 do
CP. Mas se houver a possibilidade de que este testemunho o prejudique, assiste-
lhe o direito de ficar em silêncio para não produzir provas contra si.