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REVISÕES & ENSAIOS

SEMIOLOGIA DO CRESCIMENTO DEFICIENTE: ROTEIRO DIAGNÓSTICO

EDUARDO MARCONDES

A Pediatria tem sido definida como a comparar crianças sem considerar os fatores
parte da Medicina que estuda o ser humano constitucionais, étnicos e sociais, fazem que
em crescimento e desenvolvimento, desde o uma criança seja considerada de baixa esta-
nascimento até a adolescência inclusive. A tura pelos pais, quando na verdade, não o é.
ciência que estuda o crescimento (auxologia) Nesses casos, cabe ao pediatra a tarefa de
é, pois, integrante da própria doutrina pediá- convencer os pais de que estão errados, evi-
trica e a vigilância do crescimento e desen- tando, assim, erros alimentares (alimento da-
volvimento da criança a mais importante ação do à força a fim de favorecer o crescimento),
do pediatra. educacionais (sempre existe a possibilidade
Do ponto de vista social, a estatura dos da criança reagir desfavoravelmente à preo-
indivíduos de uma comunidade é um bom in- cupação dos pais o que pode gerar vários
dicador do estado de saúde de toda a popu- distúrbios) e terapêuticos (uso abusivo de
medicamentos, com ênfase em hormônios).
lação, índice melhor, segundo Tanner, do que
o produto bruto nacional. Estatura é status, Vê-se, portanto, que a baixa estatutra,
o cartão de visita biológico do indivíduo. A verdadeira ou falsa, é sempre um problema
vantagem em ser alto é notada desde o nas- importante. Deve o pediatra preparar-se para
cimento (recém-nascidos grandes têm me- o manejo adequado do problema, com ênfase
nor índice de morbidade e mortalidade do que nos aspectos semiológicos e terapêuticos. O
recém-nascidos pequenos), até a adultícia, objetivo dessa revisão é oferecer ao leitor um
pois se verificou coeficiente de correlação roteiro semiológico para o estudo de crian-
significante entre estatura e níveis de desem- ças portadoras de crescimento deficiente, o
penho. que envolve as seguintes etapas:
A baixa estatura pode ser considerada, Etapa l — reconhecimento da
pois, um desastre biológico na vida do indi- presença de distúrbio do
víduo, justificando uma das mais freqüentes crescimento
queixas dos pais ao pediatra: "meu filho não
cresce". Muitas vezes, o desconhecimento Etapa II — observação clínica
dos pais sobre a ampla variação normal do (anamnese e exame físico)
crescimento e a tendência incontrolável de Etapa III — auxograma
Etapa IV — exames subsidiários
Instituto da Criança "Prof. Pedro de Alcantara" do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo,
Unidade de Endocrinologia e Distúrbios do Crescimento. Não se pretende nesta revisão descrever
1 Professor Titular de Pediatria
Aceito para publicação em 12 de julho de 1982. os quadros clínicos das doenças que evoluem
com baixa estatura: tal propósito transforma- DIAGNÓSTICO
ria este artigo num livro de Pediatria, tendo
em vista o elevado número de entidades en- ESTATURA NORMAL = estatura localizada
volvidas no crescimento deficiente de uma entre os percentis 2,5 e 97,5
criança. De qualquer modo, há textos que
descrevem suscintamente as principais cau- BAIXA ESTATURA = estatura inferior ao
sas de baixa estatura 2 ' 3 ' 4 6 1 3 . Em resumo, percentil 2,5
esta revisão tem como objetivo principal SITUAÇÃO DE VIGILÂNCIA = estatura
mostrar um caminho na abordagem do pa- localizada entre os percentis 2,5 e 10
ciente de baixa estatura, atualizando publi-
cações anteriores 6 e 7. CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO RELAÇÃO
Nunca será demais lembrar que a vigi- PESO/ESTATURA
lância do crescimento estatura! (propósito
(IE = idade estatura e IP = idade peso)
desta revisão) é uma parte apenas da Pedia-
tria Preventiva: não basta que a criança se BAIXA ESTATURA PROPORCIONADA = IE
transforme em um adulto de estatura normal, e IP próximas
é necessário que esse adulto seja também BAIXA ESTATURA
feliz e útil à sociedade. DESPROPORCIONADA =
IE superior a IP
Etapa l IE inferior a IP

A etapa l diz respeito ao reconhecimento BAIXA ESTATURA DISTORCIDA =


da presença de distúrbio do crescimento e inadequacidade de considerar a relação
envolve aspectos conceituais. O que vem a altura/peso em virtude da presença de
ser a baixa estatura? graves deformidades
O Instituto da Criança "Prof. Pedro de
Alcântara" do Hospital das Clínicas da Fa- CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO PROPORÇÕES
culdade de Medicina da Universidade de São CORPÓREAS SEGMENTARES
Paulo adota um critério bio estatístico na (SS = segmento superior e SI = segmento
conceituação do crescimento normal e de inferior)
seus distúrbios: conhecendo-se a estatura
normal para uma determinada idade e um RELAÇÃO SS/SI NORMAL (patologia do
determinado sexo, pode-se estabelecer um esqueleto possivelmente ausente)
critério conceituai. O referencial de norma- RELAÇÃO SS/SI ANORMAL (patologia do
lidade é o conhecido estudo antropométrico
esqueleto possivelmente presente):
realizado em Santo André, Estado de São
Paulo. — relação SS/SI diminuída =
A metodologia e os resultados finais re- encurtamento da coluna
ferentes a estatura e peso já foram publi- — relação SS/SI aumentada =
cados 8 6 1 2 . Por outro lado, as normas atual- encurtamento dos membros inferiores
mente vigentes no Instituto da Criança para (micromelia):
a caracterização do crescimento físico e para
o diagnóstico e classificação dos distúrbios — micromelia rizomélica
do crescimento também já foram publicadas — micromelia mesomélica
por "Pediatria" (S. Paulo) 9 : nesta publicação, — micromelia acromélica
o leitor encontrará as tabelas para estatura
e peso, para recém-nascidos e de 3 a 239
meses de idade, para crianças de sexo mas- CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A(S) CAUSA(S)
culino e de sexo feminino, nos percentis 2,5; ETIOLÓGICA(S) PRÊSENTE(S)
5,0; 10,0; 15,0; 20,0; 25,0; 35,0; 50,0; 65,0;
75,0; 80,0; 85,0; 90,0; 95,0 e 97,5. 01 — de causa familiar
Vale lembrar, contudo, os conceitos es- 02 — doenças genéticas (gêmeas ou
senciais sobre o crescimento normal e seus cromossômicas)
distúrbios com deficiência. 03 — doenças neuroendócrinas
04 — doenças do esqueleto atendimento pediátrico de bom nível: justifi-
05 — doenças da nutrição ca-se, contudo, atenção especial para alguns
06 — doenças sistêmicas aspectos,
07 — baixa estatura ao nascer (também As famílias nas quais há uma criança
referido como baixo peso ao que implacavelmente se transformará em um
nascer) adulto de baixa estatura, necessitam de es-
08 — carência psicossocial pecial compreensão e apoio por parte do
09 — outras causas pediatra desde o primeiro momento, vale di-
10 — a esclarecer zer, desde a feitura da observação clínica
00 — não esclarecido da criança que é, na verdade, o primeiro
momento formal da relação pediatra/família.
A partir das tabelas, foram obtidas as Cuidado, pois!.
curvas de crescimento, instrumento indispen-
sável para o diagnóstico da estatura da crian-
ça e acompanhamento evolutivo de seus dis-
túrbios eventuais. As figs. 1 e 2 constituem ANAMNESE
os impressos utilizados atualmente pelo Ins-
tituto da Criança. "A história do paciente revela mais do
Como resultado da etapa l, a criança que que os níveis do hormônio do crescimento" *.
se apresenta ao consultório do pediatra por Os seguintes aspectos são relevantes.
ser portadora de crescimento físico insufi-
ciente (por enquanto na opinião dos pais),
poderá ser enquadrada em uma das seguintes
alternativas: Crescimento em si mesmo — Claro está
que deficiência do crescimento físico é a
1 — a criança tem estatura normal queixa dos pais. Interrogar sobre a idade da
2 — a criança tem estatura normal, po- criança por ocasião da detecção do problema,
rém se encontra em situação de se desde o nascimento ou se a partir dessa
vigilância ou daquela idade. Se há medidas da estatura
3 — a criança é portadora de baixa anteriores, tanto melhor: o gráfico do cresci-
estatura mento mostrará o início da desaceleração do
crescimento e a intensidade do mesmo: caso
A alternativa 1 ocorre com grande fre- contrário, apelar para comparação com outras
qüência no consultório do pediatra: a família
crianças. Foi observado alterações das pro-
acha que o filho é baixo, mas ele não o é!
porções corpóreas? Em que pese a baixa
Tudo se deve ao despreparo dos pais na ava-
estatura atual, o ganho mensal em centíme-
liação da estatura de seu filho e cabe ao
pediatra esclarecê-los, tarefa nem sempre tros velocidade é satisfatório?
fácil, tal a ansiedade dos mesmos. Nesses
casos, o problema clínico da criança encerra- Situações ilustrativas:
se ao nível da etapa l, sobretudo se a análise
de duas ou três medidas da estatura revela — baixa estatura ao nascer (grupo 07) —
velocidade normal do crescimento (perma- de termo: desnutrição fetal (mau
nência no mesmo canal, constate-se no grá- prognóstico)
fico). pré-termo: prematuridade (bom prog-
Se estão presentes as alternativas 2 nóstico, possível normalização da es-
(vigilância) ou 3 (baixa estatura), dá-se pros- tura em 12 meses)
seguimento ao estudo do caso, passando-se — baixa estatura com boa velocidade de
então para a etapa II. crescimento todo o tempo (perma-
nência no mesmo canal): crescimen-
to deficiente de causa familiar, grupo
Etapa II 01 (bom prognóstico, possível esta-
tura final satisfatória através do es-
A etapa II é a feitura da observação clí- tirão da puberdade)
nica da criança com crescimento deficiente. — crescimento deficiente após 18 a 24
Basicamente, não difere da cuidadosa obser- meses com desaceleração progress!
vação clínica que integra todo e qualquer vá: hipopituitarismo (grupo 03)
Desenvolvimento neuropsicomotor — O
crescimento deficiente pode ou não evoluir
com atraso do desenvolvimento neuropsico-
motor, com ênfase na deficiência mental:
por isso, o conhecimento do desenvolvimen-
to da criança é de importância na elucidação
da etiología da doença presente, Eventual-
mente serão solicitados testes para aferição
da inteligência da criança: se isso não for
possível, o pediatra utilizará as informações
contidas nos quadros 1 e 2. Comparação com
outras crianças da família (irmãos, primos) é
útil e a análise do desempenho escolar é
fundamental.

Situações ilustrativas:

— deficiência mental moderada: desnu-


trição (grupo 05), carência psicosso-
cial (grupo 08)
— deficiência mental grave: hipotireoi-
dismo (grupo 03), algumas mucopo-
lissacaridoses, como, por exemplo,
gargulismo (grupo 04),
História alimentar — Não há crescimento mulação. A marginalização social própria de
normal sem a ingestão de dieta normal, com crianças faveladas e abandonadas não pode
ênfase no aporte protéico-calórico, de vita- ser esquecida e certamente é fator muito
mina D e de ferro. Um cuidadoso inquérito importante no atendimento prestado por hos-
alimentar, atual e pregresso, é fundamental pitais públicos à clientela indigente ou simile.
na anamnese de crianças com crescimento
deficiente: note-se que, no Brasil, uma das
causa mais freqüente de baixa estatura na Período neonatal em especial — Estatura
população infantil é a distrofia protéico-caló- ao nascer já foi comentado anteriormente e
rica (ou desnutrição) associada à carência obviamente o peso também é importante.
psicossocial. É especialmente importante a Anoxia neonatal pode ser causa de cresci-
investigação da alimentação no primeiro ano mento deficiente e por isso é indispensável
de vida, pois carências importante nessa épo- pesquisar o tipo de parto, se chorou ao nas-
ca da vida, ainda que superadas, podem dei- cer ou se foram necessárias manobras de
xar como seqüela o atraso no crescimento reanimação, dificuldades respiratórias peri-
estatural. Qual a alimentação no período neo- natais, duração e intensidade da ictericia
natal? O aleitamento materno foi suficiente? própria do recém-nascido e — como já refe-
O eventual complemento foi adequado? As rido — alimentação no período. Lembre-se
refeições de sal foram bem aceitas? A vita- que a desnutrição fetal é causa importante de
mina D foi ministrada? crescimento deficiente e de mau prognóstico.
Além das características da dieta, urge
investigar a ocorrência de manifestações re- Passado mórbido — Todas as doenças
lativas ao aparelho digestivo que poderiam pregressas relevantes devem ser anotadas e
comprometer a incorporação de nutrientes, assinaladas no gráfico de crescimento o que
ainda que a dieta fosse normal. Assim, ano- possibilitará uma eventual correlação entre
rexia, vômitos, diarréia e obstipação intestinal as mesmas e o prejuízo do crescimento.
devem ser cuidadosamente investigados Neste item enquadra-se proeminentemente o
(início, término, intensidade). grupo 06 (nanismo visceral) com ênfase nas
doenças do aparelho respiratório (sobretudo
Dinâmica das relações intrafamiliares e asma brônquica rebelde), do aparelho renal
estímulação ambiental — Se a alimentação (nanismo renal) e do aparelho digestivo com
é o combustível do corpo, a estimulação é defeito da digestão e/ou absorção (nanismo
do espírito e ambos são indispensáveis para celíaco). Intercurrências significativas no
o crescimento normal. Está plenamente acei- primeiro ano de vida podem determinar a
to que crianças submetidas a agravos emo- perda do "impulso para crescer": gastrente-
cionais e/ou marginalizadas do ponto de vista rites repetidas, por exemplo. Infecções crô-
biopsicossocial têm crescimento físico defi- nicas (infecção de vias urinarias, tuberculose,
ciente, além do reconhecido prejuízo do de- esquistossomose) eventualmente evoluem
senvolvimento emocional. A criança rejeitada, apresentando como dado clínico único (ou
não amada, superprotegida, abandonadar,cas- principal) a deficiência de crescimento.
tigada e muitas outras situações, ostensivas
ou veladas, cresce deficientemente e cabe
ao pediatra detectar todas essas condições, Antecedentes familiares — Em adição ao
não só através de inquérito pertinente mas interesse pela ocorrência de doenças de ca-
também — e sobretudo — observando o rela- ráter familiar, importante em qualquer tipo
cionamento dos pais com a criança durante de atendimento, a anamnese da criança com
o próprio atendimento. O mau relacionamento crescimento deficiente deve incluir dados
entre mãe e pai ou entre irmãos deve ser sobre a estatura de familiares: sugere-se, se
pesquisado. Baixa estimulação ambiental é possível, a obtenção concreta da estatura dos
condição observada em relação a crianças pais, irmãos e avós e indagação a respeito
institucionalizadas com ênfase nas creches de tios e primos. Tais dados permitem avaliar,
sendo importante lembrar, que é crescente o ainda que grosseiramente, o papel da herança
número de crianças de baixa idade, que per- para o crescimento da criança em estudo
manecem de quatro a oito horas diárias em (Quadro 3). Importante, também, a consangüi-
creches, eventualmente sem nenhuma esti- nidade entre os pais.
— Acondroplasia
— Síndroma de Hurler
(gargulismo, MPS-I)
— Progéria

Antropometría — Peso, estatura, enver-


gadura, perímetros cefálico e torácico, seg-
mento inferior (distância púbis-chão) e seg-
mento superior (estatura-segmento inferior)
são as medidas antropométricas indispen-
sáveis,
A morfología geral e a relação peso/es-
tatura permitem detectar algumas situações,
Medicamentos utilizados — Tendo em como por exemplo:
vista que certos tratamentos prescritos para
estimular o crescimento da criança podem — baixa estatura familiar (grupo 01) e
determinar baixa estatura final por causa de
hipopituitarismo (grupo 03) = baixa
aceleração da idade óssea, bem como a ação
estatura proporcionada.
deletéria sobre o crescimento da cortisona
e seus derivados, mister se faz um levanta- — desnutrição (grupo 05) = baixa esta-
mento de todos os medicamentos potencial- tura desproporcionada com idade pe-
mente lesivos para o crescimento recebidos so inferior à idade altura.
pela criança em estudo.
— hipotireoidismo (grupo 03) = baixa
Idade da menarca — Se for o caso. estatura desproporcionada com idade
peso superior à idade altura.
— raquitismo (grupo 05) e osteogênese
EXAME FÍSICO imperfeita (grupo 04) = baixa estru-
tura distorcida, impraticável o relacio-
O exame físico há de ser completo, no mentó entre estatura e peso,
geral e no especial. O reconhecimento de si-
nais indicativos da presença de tais ou quais A relação segmento superior/segmento
doenças integrantes do grupo 06 (nanismo
inferior (SS/SI) é muito importante: seu va-
visceral, decorrência principalmente de doen-
lor ao nascimento é 1,7 com progressiva
ças dos aparelhos cardiorrespiratório, diges-
diminuição até atingir o valor 1,0 em torno
tivo, renal e hematopoiético), não serão ana-
lisados nesta revisão que se restringe aos dos sete ou oito anos de idade para não mais
aspectos mais específicos do crescimento se modificar. A relação SS/SI permite detec-
físico. tar algumas situações, como por exemplo:

— Hipopituitarismo (grupo 03) = relação


Inspeção geral da criança — Interesse SS/SI normal em relação à idade cro-
especial para as alterações da forma do cor- nológica.
po como um todo e para o exame da fisio- — Hipotireoidismo (grupo 03) = relação
nomia da criança. Muitas doenças comprome- SS/SI diminuída em relação à idade
tedoras do crescimento são diagnosticadas
cronológica.
pela inspeção da criança e não cabe, nas di-
mensões deste capítulo, a descrição de cada — Doença de Morquio (grupo 04) =
uma delas. relação SS/SI diminuída em relação
à idade cronológica.
Situações ilustrativas:
— A condroplasia (grupo 04) = relação
— Síndroma de Down SS/SI aumentada em relação à idade
— Hipotireoidismo cronológica (micromelia rizomélica).
Avaliação do estado nutricional — Refe- ogiva (estreito e alto), bem como, alterações
re-se em especial ao grupo 05. Caracterizar das pregas palmares. Pressão arterial elevada
o estado nutricional da criança, confirmando pode ser o único dado clínico presente em
a presença de eutrofia ou distrofia: nesse crianças com nanismo renal, além da baixa
caso, procurar sinais indicativos das três estatura.
mais freqüentes distrofias por carência que Recordemos as alternativas dois e três
podem comprometer o crescimento, desnu- em função da etapa l, respectivamente crian-
trição, raquitismo e anemia. Estabelecer diag- ça em situação de vigilância e criança porta-
nósticos de acordo com os critérios roti- dora de baixa estatutra. No caso da criança
neiros, cuja análise mais detalhada escapa estar em vigilância, poderão ocorrer as se-
aos objetivos desta revisão. guintes subalternativas ao final da etapa li:
— criança em vigilância com:
Avaliação do desenvolvimento pubertário velocidade de crescimento normal
— No sexo masculino, engloba o exame de anamnese e exame físico normais
genitais, pêlos pubianos, pêlos axilares, pê- conduta — observação
los faciais, volume testicular e timbre da voz. — criança em vigilância com:
No sexo feminino, mamas, pêlos pubianos e velocidade de crescimento em
pêlos axilares. O exame dos genitais em desaceleração e/ou
especial é indispensável para a avaliação da anamnese e exame físico anormais
idade genital que, por sua vez, tem um signi- conduta — iniciar etapa III
ficado clínico muito importante, simile ao da
idade óssea. Sabe-se que quanto mais tarde Se a alternativa ao final da etapa I é a
o aparecimento da puberdade, maiores as presença de baixa estatura, a conduta é ini-
oportunidades de uma estatura final normal: ciar a etapa III independente das conclusões
assim, idade genital atrasada melhora o da etapa II.
prognóstico de crianças portadoras de cresci-
mento deficiente porém capazes de usufruir
o estirão da puberdade (nada adianta o atraso
da idade genital em crianças acondroplá- Etapa III
sicas).
É o auxograma, método gráfico de ex-
Exame do esqueleto — Evidentemente a pressar os diferentes aspectos do crescimen-
nível de exame clínico (estudo radiológico to e que na opinião do autor é um excelente
integra a etapa IV). É importante o reconheci- meio de triar os casos. O método proposto
mento de alterações das proporções cor- consiste num sistema biotipológico aberto
póreas gerais (cabeça, tronco e membros), que se fundamenta no princípio das variações
de curvaturas anômalas da coluna, dos sinais individuais em torno de medidas médias
de raquitismo (fontanelas amplas, bossa fron- estabelecidas para cada idade e cada sexo.
tal, rosário raquítico, alargamento epifisário, Trata-se de um sistema de coordenadas car-
curvaturas diafisárias), da presença de exos- tesianas em cuja abscissa se encontram os
toses (pela palpação dos membros), das dis- meses ou anos de idade e na ordenada a
morfias de crânio e tórax e das curvaturas idade cronológica (1C), idade altura (IA), ida-
decorrentes de fraturas. de peso (IP), idade óssea (10), idade mental
(IM) e idade genital (IG). Verifica-se, assim,
Outros dados — O exame da denticão que todas as unidades habituais dos parâme-
pode ser útil na caracterização global do tros do crescimento (kg, cm, número de
atraso do crescimento. Idade dentária atra- dentes, relações corpóreas, desenvolvimento
sada é comum no raquitismo e no hipotireoi- sexual) são substituídas por uma única refe-
dismo: anomalias dos dentes é observada na rência: o tempo.
Doença de Ellis-Van Creveld, na osteogênese Quanto à obtenção dos dados, IA, IP e
imperfeita. Opacificação da córnea é encon- IG são decorrência do exame físico da crian-
trada com muita freqüência no gargulismo. ça. A 10 só pode ser obtida, é claro, pela
Várias doenças cromossômicas evoluem com radiografia de mãos e punhos. Quanto à IM,
alterações da implantação e morfologia dos se possível, deverá ser obtida através da
pavilhões auriculares, micrognatia, palato em aplicação de testes psicométricos, ou então
pelo próprio pediatra, de modo superficial menos seis meses: pré-escolares e
porém válido, pela observação da conduta da escolares de sexo masculino
criança, pelas informações da mãe e — se quanto ao desvio-padrão da média —
for o caso — pela escolaridade. O pediatra seis meses: lactentes de ambos
valer-se-á das informações contidas nos qua- os sexos
dros 1 e 2. doze meses: pré-escolares e
Dada a importancia da IO e da IM no dig- escolares de ambos os sexos
nóstico diferencial dos diferentes tipos de
nanismo, convém apresentar alguns aspectos
importantes referentes às mesmas. Em re- IDADE MENTAL (IM) — Vide quadros 1 e 2
lação à idade óssea, recomenda-se ao leitor
o estudo de recente revisão do autor à Para a realização de uma auxograma afe-
respeito 10. re-se a idade mental da criança em estudo
geralmente através dos testes de Gesell e de
Terman-Merrill, embora muitos outros testes
IDADE ÓSSEA (IO) pudessem ser igualmente empregados.
IO é o índice de desenvolvimento esque- Falar-se de psicometria, ou seja, de "me-
lético. Está relacionada com o crescimento didas" psicológicas é hábito comum mas não
físico (peso e altura) maturidade sexual, totalmente correto, pois se as medidas físi-
dentição, desenvolvimento mental etc. De- cas têm unidades próprias (centímetros, gra-
pende do sexo, raça, fatores nutricionais e mas, segundos), não existem tais unidades
hormonais, bem como do órgão efetor, o psíquicas: usa-se, então, o padrão de tempo
próprio osso. (idade) para base de comparação psicológica,
A velocidade de ossificação é um traço tomando a posição de determinada criança
hereditário: estudos de gêmeos, irmãos co- em relação a grande grupo de crianças da
muns e primos e de duas gerações, valorizam mesma idade submetidas às mesmas provas.
a influência genética. Afirma-se que a veloci- Sabe-se também que a realização da criança
dade de maturação é herdada autossomica- não é invariável; muitos fatores podem inter-
mente e que há uma relação básica genetica- ferir na execução dos testes: doença, can-
mente controlada entre a maturação física e saço, ansiedade, medo, mau aprendizado es-
a esquelética, relação que pode, entretanto, colar pouca simpatia entre examinado e
ser mascarada e modificada pelos fatores examinador, negativismo voluntário por parte
ambientais. O método é digno de confiança da criança etc.
para comparar a IO evolutiva, mas de valor Nas crianças pertencentes à faixa etária
duvidoso na avaliação de uma única radio- de 1 a 42 meses (três anos e meio) aplica-se
grafia. o teste de Gesell, que estuda as realizações
O fato da IO ser determinada por compa- da criança em quatro setores: motor, adapta-
ração com padrões preestabelecídos, e de tivo, linguagem e pessoal-social.
serem esses geralmente os apresentados por Para as crianças acima de três anos cos-
Greulich & Pyle 5, faz que seja de validade du- tuma-se aplicar o teste de Terman-Merrill,
vidosa a aplicação dos resultados em crian- que é baseado no de Binet-Simon, e estuda
ças não americanas. Sendo, no momento, im- ampla faixa de idade: desde os dois anos até
possível a confecção de um Atlas a partir de o adulto superior. O teste de Terman-Merrill
casuística brasileira, a alternativa seria a de- contém grande número de provas verbais e
terminação dos desvios da IO de crianças nor- dependentes de escolaridade, o que poderá
mais brasileiras em relação ao Atlas de ocasionar um relativo falseamento da IM no
Greulich e Pyle e obtenção de fatores de cor- estudo de crianças de meio sócio-econômico
reção. Os seguintes dados podem ser consi- inferior ou com problemas específicos de lin-
derados na prática diária n: guagem. O examinador deverá avaliar na prá-
tica, contando com sua experiência profissio-
— quanto ao desvio em relação ao Atlas nal, se para um determinado caso será ne-
de Greulich & Pyle — cessário outro teste.
zero meses: lactentes de ambos os
sexos, pré-escolares e escolares de Relações recíprocas entre os elementos
sexo feminino do auxograma (Fig, 3)
Figura 3 — Alguns auxogramas (não se cogitou da IG tendo em vista a idade
dos pacientes). A — Em a: auxograma hipotético de uma criança normal
ideal, porém, Irreal, isto é, altura, peso, maturidade óssea e idade mental
rigorosamente ao nível de 1C. Na realidade, a normalidade é uma linha quebra-
da, com pequenos desvios em relação à 1C, tal como representado em b.
B — Auxograma de um paciente do sexo feminino com nanismo primário
(Reg. 419.550). Em a: configuração típica. Em b: IP > IA provavelmente
porque a paciente estava iniciando a puberdade.
C — Auxograma de um paciente do sexo masculino com nanismo pituitario
(Reg. 807.277). Notar IA = IP praticamente, 10 < 1C (abaixo do valor cor-
respondente a — 1,96 s da média esperada para 1C, conforme a tabela à
pág. 64) e IM próxima de 1C.
O — Auxograma de um paciente de sexo feminino com nanismo hipotireoi-
diano (Reg. 745.355). Notar IP > IA, 10 < 1C (abaixo do valor correspondente
a — 1,96 s da média esperada para 1C conforme tabela à pág. 65) e IM muito
atrasada que é um dos dados mais conspicuos do hipotireoidismo.
E — Auxograma de um paciente do sexo masculino com nanismo carencial
por má nutrição proteica (Reg. 818.727). Em a: à admissão, notar IP < IA;
neste caso, IO está ligeiramente acima de IA e não entre IA e IP como
era esperado. Em b: após cura clínica, notar prre/u/zo do crescimento e
desenvolvimento residuais.
F — Auxograma de um paciente de sexo feminino portadora de acondroplasia
(Reg. 852.875). IP < IA o que indica obesidade, fato comum nesta condição
quando o paciente pertence a famílias de bom. nivel sócio-econômico como
é o caso presente. 10 abaixo do valor correspondente a — 1,96 s da média
esperada para a 1C, conforme tabela à pág. 65. O aspecto geral do auxo-
grama lembra hipotireoidismo, não fosse IM = 1C que afasta completamente
este diagnóstico.
G — Auxograma de um paciente de sexo feminino portadora de gargulismo
(Reg. 748.444). Note-se que o perfil é também compatível com hipotireoi-
dismo, pois estão presentes os seus dados básicos: IP > IA, IO < 1C
(abaixo do valor correspondente a — 1,96 s da média esperada para 1C, con-
forme tabela à pág. 64) e IM muito atrasada. Convém lembrar que hipoti-
reoidismo apresenta mucopolissacaridúria secundária e que, do ponto de
vista clínico, é diagnóstico diferencial de gargulismo.
1C vs. IA são tão bem balanceados que podem ser con-
siderados aspectos do mesmo processo, apre-
A relação entre 1C e IA é a medida da sentando uma velocidade equivalente, isto é,
intensidade da baixa estatura: quanto mais a uma unidade de ganho de altura, por exem-
vertical a linha que une os pontos correspon- plo, corresponde uma unidade de ganho de
dentes, mais grave é o nanismo. Isso permite maturação, no mesmo tempo decorrido. To-
uma visualização muito boa do ponto de vista dos os processos capazes de perturbar o
gráfico da evolução do caso, conforme a "ver- crescimento e desenvolvimento da criança,
ticalização" ou "horizontalização" da referida que evoluem com atraso equivalente de C e
linha, M, determinam a conservação do potencial de
crescimento, visto que M cessa tarrfbém, à
espera de que C possa superar os agravos.
IA vs. IP No caso contrário, atraso de C com M pro-
cessando-se normalmente, ocorre, por assim
dizer, "perda de tempo" para C, visto o pro-
As relações entre a altura e o peso do
gredir de M determinar uma diminuição do
paciente propiciam informações valiosas:
tempo útil de crescimento.
IA = IP: é a criança proporcionada, encontra-
diço na baixa estatura familiar e nos casos
de hipopituitarismo, esses podendo eventual-
mente evoluir com IA>IP, mas com diferença 1C vs. IM
pouco pronunciada. IA>IP: é a situação carac-
terística de problema nutricional, seja primá- A IM desempenha o importante papel de
rio seja secundário (doença celíaca, muco- contribuir para a divisão da baixa estatura em
viscidose, diarréia crônica de variada etiolo- dois grandes grupos, a saber: o que evolui
gía). Nesses casos, o paciente, além da baixa com rebaixamento intelectual e o grupo
estatura, apresenta-se emagrecido: nos doen- que apresenta desenvolvimento intelectual
tes com má nutrição proteica primária, a normal.
diferença entre IA e IP pode ser muito acen-
Hipotireoidismo, desnutrição (primária
tuada, por exemplo, 1C = 2 anos, IA = 18
principalmente), algumas mucopolissacarido-
meses e IP = 4 meses. IA<IP: situação me-
ses (com ênfase em gargulismo) e algumas
nos freqüente, pode ocorrer no hipotireoi-
dismo, onde a IA costuma estar muito afetada doenças do grupo das alterações cromossô-
micas são os principais exemplos do grupo
e a IP menos afetada por causa do mixedema.
que apresenta IM muito baixa. Na desnutri-
ção, a localização mais habitual da IM é entre
os parâmetros somáticos e a idade crono-
IA e IP vs. IO
lógica.
Considere-se o intervalo entre IA e IP
como sendo o "espaço somático", em relação
ao qual a IO pode-se localizar acima, no mes- 1C vs. IG
mo nível e abaixo. Acima e bem acima, ao
nível de 1C, corresponde à baixa estatura fa- Somente a partir de 10 anos de idade
miliar, que não apresenta nenhum dado anor- cronológica é que se cogita de valorizar atra-
mal além da baixa estatura: acima, mas não so da IG. Em crianças de baixa estatura de
tão acima como referido antes, com atraso causa familiar, sem nenhuma doença asso-
não desprezível em relação à 1C, pode corres- ciada, o atraso da IG é fator de melhora do
ponder aos hipopituitários. No mesmo nível, prognóstico quanto à estatura final: nessas
configura-se a situação típica da desnutrição crianças, quanto mais tarde a puberdade,
primária, quase sem exceção. Finalmente, maiores as oportunidades de uma altura final
abaixo (podendo ser muito abaixo), é a situa- satisfatória. Claro está que, em meninas, a
ção que costuma ser encontrada no hipoti- idade da menarca é considerada conjunta-
reoidismo. mente com a IG. O avanço de IG, que carac-
As relações entre a idade somática (IA teriza os quadros de puberdade precoce
e IP) e a 10 têm um valor prognóstico. Consi- (muitas vezes associado ao avanço da IO), re-
dere-se IA e IP como crescimento (C) e IO presenta certamente piora do prognóstico
como maturidade (M). Normalmente, C e M quanto à estatura final.
No estudo dos casos, ao final da etapa
III poderá estar esclarecida a etiología do
crescimento deficiente. Em caso contrário,
passa-se para etapa IV.

Etapa IV

A etapa IV será cogitada em duas cir-


cunstâncias:
1) tentativa de elucidação diagnóstica.
2) documentação do caso,
Em relação à primeira, Sills u, no estudo
de 185 crianças com fracasso do crescimento,
afirma que em 2.607 estudos laboratoriais rea-
lizados, somente 34 (1,4%) foram úteis na
elucidação etiológica do caso, sendo 1,0% ao
nível de confirmação e apenas 0,4% ao nível
de elucidação. Assim, concordamos que ne-
nhum exame laboratorial ou radiológico deve
ser solicitado sem alguma indicação clínica,
desaconselhando-se enfaticamente as "bate-
rias de exames e testes". A determinação da
idade óssea, recorde-se, faz parte da etapa
III com vista à construção do auxograma:
obrigatório, pois, no estudo de todas as crian-
ças cujo estudo atinge a etapa III. Aceita-se
que 20 a 30% das crianças portadoras de na-
nismo não terão seu caso elucidado quanto à
etiología.
Em relação à segunda circunstância, cla-
ro está que se justifica a realização de tais
ou quais exames com vista ao ensino e à
investigação, em centros universitários.
Apresenta-se no quadro 4 alguns exames
subsidiários importantes para a elucidação do
tipo de nanismo apresentado por crianças
sem diagnóstico etiológico após a etapa III:
tais exames são considerados ao nível de 1.a
e 2.a linhas. O ponto de partida é um deter-
minado conjunto de sinais e sintomas.
Apresenta-se, em seguida, um roteiro
que se resume o exposto anteriormente. No-
te-se que há três terminais:
1) esclarecimento familiar (o que inclui
a própria criança conforme sua idade) em re-
lação a crianças com crescimento normal;
2) criança em observação: cuidados ge-
rais e orientação familiar quando a criança
está em vigilância com exame clínico normal
e velocidade de crescimento normal ou en-
tão quando a criança é portadora de baixa
estatutra com diagnóstico não elucidado e
3) tratamento etiológico se for o caso: REFERÊNCIAS
cuidados gerais e orientação familiar para as 1. BARLOW, M. J. & GARDNER, L. I. — History may
crianças cujo problema está definitivamente reveal more than growth hormone levels. J. Pediat
esclarecido. 81\ 632, 1972.
Se for lembrado que a maior parte das 2. CARAKUSHANSKY, G. — Roteiro diagnóstico para
crianças com grave deficiência de cresci- o lactente com deficit de crescimento. J. Ped. (Rio)
47: 59, 1979.
mento não são passíveis de tratamento etio- 3. CHIORBOLI, E. & BRICARELLO, S. — Atrasos do
lógico, conclui-se que a observação conti- crescimento: roteiro semiotécnico, diagnóstico e tra-
nuada da criança, os cuidados gerais e a tamento. In Murahovschi, J., coord. — Pediatria, Diag-
orientação familiar constituem a verdadeira nóstico + Tratamento. São Paulo, Sarvier, 1978. p. 109.
linha de ação do pediatra na abordagem do 4. GARDNER, L. l. — The nosology of failure to thrive.
problema, sem prejuízo de um pequeno con- Amer. J. Dis. Child. 132: 961, 1978.
tingente de casos realmente tratáveis do 5. GREULICH, W. W. & PYLE, S. I. — Radiographic
Atlas of Skeletal Development of the Hand and Wrist.
ponto de vista etiológico. Stanford, Stanford University Press, 1950.
Em relação à criança em vigilância com 6. MARCONDES, E. — Semiología do crescimento.
velocidade de crescimento normal, elas po- Pediat. prat. 39: 5, 1968.
dem usufruir o estirão da puberdade e atingir 7. MARCONDES, E., coord. — Crescimento Normal e
Deficiente. 2.a ed. São Paulo, Sarvier, 1978.
estatura final mínima satisfatória (1,50m para
8. MARCONDES, E.; BERQUÓ, E.; HEGG, R.; COLLI,
o sexo feminino e 1,60m para o sexo masculi- A. S. & ZACCHI, M. A. S. — Crescimento e Desenvol-
no): urge defender essas crianças de ações vimento Pubertário em Crianças e Adolescentes Bra-
iatrogênicas, orgânicas e psíquicas. Por outro sileiros. I. Metodologia. São Paulo, Edit. Bras, de Ciên-
lado, a baixa estatura psicossocial assume cias, 1982.
gradativamente um papel muito importante na 9. MARCONDES, E. — Normas para a caracterização
do crescimento físico e para o diagnóstico e classifi-
nosología pediátrica e é lamentável que mui- cação dos distúrbios do crescimento e do estado nú-
tos pediatras resistam à evidência dos fatos tricional. Última versão. Pediat. (S. Paulo) 4\ 100, 1982.
e insistam na busca de causas orgânicas da 10. MARCONDES, E. — Idade óssea em Pediatria. Pe-
baixa estatura, através de agressiva investi- diat. (S. Paulo) 2: 297, 1980.
gação laboratorial, menosprezando a ação de- 11. MARCONDES, E. & CHAMMAS, F. — Valores mé-
dios e limites de normalidade da idade óssea em
letérica sobre o crescimento exercida pelo crianças de São Paulo de 9 meses a 12 anos de idade.
ambiente adverso. Rev. Hosp. Clin. Fac. Med. S. Paulo 21: 217, 1966.
Finalmente, nunca será demais lembrar 12. MARQUES, R. M.; MARCONDES, E. BERQUÓ, E.;
que a principal causa da baixa estatura da PRANDI, R. & YUNES, J. — Crescimento e Desenvolvi-
mento Pubertário em Crianças e Adolescentes Brasi-
população infantil brasileira encarada como leiros, il. Altura e Peso. São Paulo, Edit. Bras, de Ciên-
um todo é a desnutrição, associada com fre- cias, 1982.
qüência às agressões de variada patologia 13. RASSI, V. & MURAHOVSCHI, J. — Deficiência de
infecciosa. O tratamento dessa condição, sa- crescimento no lactente e pré-escolar. In: MURA-
bemos todos, não é problema médico, mas HOVSCHI, J., coord. — Pediatria, Diagnóstico + Tra-
tamento. São Paulo, Sarvier, 1978. p. 104.
sim social e econômico, pendente da política
14. SILLS, R. H. — Failure to thrive. The role of cli-
do poder público na acepção mais abrangente nical and laboratory evaluation. Amer. J. Dis. Child.
que a palavra política puder comportar. 132: 967, 1978.

Endereço para correspondência:


Instituto da Criança
Hospital das Clínicas
Av. Dr. Enéias de Carvalho Aguiar n.° 647
São Paulo — SP — CEP 05403
Brasil

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