Anda di halaman 1dari 2

VALOR ECONÔMICO

Pré-sal: Projeto de lei prevê que investimento na Petrobras não vai reduzir caixa ou elevar a dívida do governo

Capitalização vai valer 5 bilhões de barris

Danilo Fariello e Cláudia Schüffner, de Brasília e do Rio


01/09/2009

Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

José Sergio Gabrielli, presidente da


Petrobras: com o aumento de patrimônio, a
empresa vai poder elevar a sua capacidade de
endividamento e investimento
O governo federal deverá aumentar o capital da Petrobras o mais rápido possível. Segundo projeto de lei
encaminhado ao Congresso ontem, onde deverá tramitar por 90 dias, o prazo para ocorrer a
capitalização é de até um ano após sua aprovação, se integral. Em uma ligeira adaptação da previsão
inicial de investir as próprias reservas do pré-sal na companhia, foi apresentado ontem o projeto de uma
operação financeira que combina dois processos diferentes, mas que mantém a ideia original de a União
investir na estatal sem reduzir caixa ou elevar dívida.

O primeiro processo necessário à capitalização é a cessão onerosa de direitos, em que a determinado


valor a União venderá até 5 bilhões de barris das reservas do pré-sal à Petrobras - equivalente ao que se
prevê em produção no campo de Tupi. O outro processo é a capitalização em si, com títulos emitidos
pelo Tesouro em volume equivalente ou superior a esses barris.

A meta do governo é fazer esses processos no mesmo dia para que a emissão de títulos iguale a cessão
de direitos e não ocorra impacto sobre a dívida pública. Se sobrarem recursos investidos pelo governo e
minoritários na companhia além dos 5 bilhões de barris pagos, estes ficariam no caixa da empresa.

O valor total do aumento de capital ainda não está fechado. Como ele estaria condicionado a uma
contrapartida de cessão de direitos equivalentes a barris, seria o preço dessas reservas a ditar o volume
da capitalização. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) deverá contratar
uma entidade certificadora independente para definir esse preço. Também a própria Petrobras ou
acionistas minoritários poderão contratar certificadoras diferentes, para se certificar do indicado pelo
regulador. O diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, disse ontem que vai contratar uma empresa
especializada para esse cálculo. O valor dessas reservas pode ter uma variação muito grande. Já houve
venda de reservas no mundo envolvendo preços de US$ 2 a US$ 30 cada barril. Atualmente, o preço do
barril negociado se encontra na casa dos US$ 70, mas há muito desconto envolvendo os riscos até a
comercialização, por isso o preço da reserva é tão menor. A US$ 10 o barril, no limite de 5 bilhões deles
em reserva, o governo poderia entregar direitos de exploração à Petrobras por até US$ 50 bilhões.

Segundo o projeto de lei, o valor por barril envolvido na cessão de direitos será atualizado em até 24
meses após a primeira certificação. Se houver variação em relação ao preço inicialmente acordado
entre União e Petrobras, será feita a compensação. Se o preço da reserva em segunda análise subir, a
Petrobras pagará a diferença aos cofres públicos. Se cair, o governo compensará o que a Petrobras
pagou a mais antes, explica a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

A precificação das reservas é tema controverso, porque para se chegar a um preço final as variáveis são
muitas, como o custo para se explorar a reserva e o grau de aproveitamento do óleo, diz Nelson
Barbosa, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e idealizador do modelo. "Tudo isso
ainda será calculado", explicou Barbassa, da Petrobras, sem dar pistas de qualquer cálculo prévio que a
Petrobras tenha feito. Hoje, 90% das reservas da Petrobras no pós-sal já são certificadas.

O volume de recursos aportado pelo governo na empresa equivalerá à sua participação societária,
atualmente em 32,2% do total de ações emitidas pela companhia. Os acionistas minoritários, segundo a
Lei das Sociedades por Ações (S.As.) poderão acompanhar a chamada de capital, mantendo a
participação na atual proporção de distribuição de ações. Mas a expectativa do governo é que nem todos
os acionistas tomem essa iniciativa e, por consequência, a União aumente sua participação na
companhia. "Esse aumento de participação é possível", reconhece Dilma. Mas, se os minoritários
acompanharem o governo federal, certamente se tratará do maior aumento de capital já realizado no
mundo, diz um executivo da Petrobras.

Segundo a ministra, mesmo os investidores menores, que investiram recursos do FGTS na empresa em
2000, por meio dos Fundos Mútuos de Privatização (FMP), poderão acompanhar o governo no aumento de
capital, embora não esteja previsto que possam aplicar parte maior do fundo. Nesta ocasião, eles
colocariam recursos próprios. Os cotistas com FMPs representam 2,7% do capital social da estatal.

No processo previsto para aumento de capital, os minoritários não poderão ceder, de modo formal, seus
direitos de compra da nova emissão de ações a terceiros. Prevê-se que os atuais acionistas informarão,
na ocasião do aumento de capital, se desejam adquirir quantia maior do que aquela a que têm direito.
Dessa forma, os minoritários que abdicarem do direito de compra poderão abrir espaço para que os
demais acionistas aumentem sua base de ações. "Se os minoritários não exercerem seus direitos, o
aumento de participação na Petrobras será do povo brasileiro", disse o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, no lançamento do novo marco regulatório do pré-sal ontem. O presidente da estatal, José Sergio
Gabrielli, participou da cerimônia em Brasília.

Como a empresa deverá ter um ativo maior com o aumento de capital, seu balanço deverá sofrer
alterações, disse um executivo da Petrobras. Os direitos sobre os barris cedidos de forma onerosa à
companhia poderão ser incorporados ao ativo, aumentando o patrimônio da empresa e, por
consequência, elevando sua capacidade de endividamento e investimento.

Como os barris que vão servir de moeda para a capitalização ainda não foram sequer descobertos - estão
nas áreas que ainda pertencem à União por onde se estendem jazidas já descobertas no regime de
concessão - a União terá que concluir um processo de unitização da produção nessas áreas, ou seja,
definir as condições de separação entre campos de velhas e novas descobertas, já que o petróleo de um
campo pode migrar para o vizinho. Esse acordo é necessário quando se descobre que um determinado
reservatório se estende por áreas concedidas a uma ou mais empresas ou consórcios. O acordo tem que
ser feito entre as empresas que depois o sujeitam à aprovação da ANP.

Anda mungkin juga menyukai