Anda di halaman 1dari 20

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

DETECÇÃO DE CURTO-CIRCUITO ENTRE ESPIRAS


DO ENROLAMENTO DO ESTATOR UTILIZANDO
ANÁLISE TERMOGRÁFICA.

Relatório Final apresentado à Pró-Reitoria de Pesquisa


e Pós-graduação, por exigência do término da Bolsa de
Iniciação Científica, referente ao período de
AGO/2008 a JUL/2009.

Bolsista: Vinícius Augusto Diniz Silva

Curso: Engenharia Mecânica Período: 10 °

Orientador: Jorge Nei Brito

Departamento: DEMEC

São João Del Rei, Agosto de 2009


1. Introdução

O crescimento da competitividade e os novos desafios relacionados com o


aumento de produtividade entre as indústrias têm exigido sistemas cada vez mais
complexas e sofisticadas, por isso, o sistema de monitoramento da condição dessas
máquinas tem se tornado muito importante.
Com esse alto grau de produtividade, qualquer parada não programada
(manutenção corretiva não planejada) causa grandes prejuízos. Portanto, uma melhoria
no uso adequado das técnicas de manutenção torna-se imprescindível. Conhecer as
técnicas existentes, aprimorá-las e desenvolver novas tecnologias significam uma
manutenção de melhor qualidade e, conseqüentemente, com menos tempo de horas
paradas, Brito (2002).
De uma maneira geral, as falhas num motor elétrico apresentam-se conforme
ilustra a Fig. 1.
Normalmente, os programas de monitoramento de motores elétricos têm como
base a análise de vibração, que detecta as falhas de mancais e desbalanceamento,
desalinhamento, folgas e pé manco o que na Fig. 1, aparece como “outras” falhas, que
somada com mancais cobre 53% das falhas que ocorrem em motores elétricos, Beltrame
(2008).

Fig. 1. Distribuição dos locais de falha em motores elétricos.

2
Para alcançar a redução de índices de falha, novas metodologias, treinamentos e
novos equipamentos são cada vez mais necessários. Estes aspectos apresentados
constituem a motivação e justificativa do desenvolvimento deste trabalho.
Das análises dos trabalhos técnicos e científicos relacionados com detecção de
assimetrias no estator encontrados na literatura, pôde-se observar que nos últimos três
anos a detecção de falhas de curto-circuito entre espiras de uma mesma fase vem
despertando muito interesse na comunidade científica. Entretanto, as pesquisas estão
ainda começando. Nos trabalhos publicados, são apresentados poucos resultados, tanto
de simulações quanto experimentais, que validem os métodos propostos, Baccarini
(2005).
Os objetivos deste trabalho são apresentar as principais causas do curto-circuito
entre espiras em estatores utilizados em motores de indução trifásico, realizar uma
comparação entre os principais tipos de detecção e equipamentos utilizados atualmente.
O estudo avalia quais os principais pontos positivos e negativos de cada tipo de método
de detecção, levando em conta também as conclusões apresentadas na literatura.

2. Revisão Bibliográfica
2.1. Revisão bibliográfica sobre Termografia.

Todos os objetos que nos cercam são constantes fontes emissoras de energia
térmica sob forma de energia radiante invisível, o infravermelho. Quando um objeto
aquece, ele irradiará cada vez mais energia de sua superfície. No entanto a temperatura
de um corpo qualquer não depende exclusivamente da radiação do mesmo, os valores de
temperatura também são avaliados em função da emissividade do corpo. Segundo
RoMiotto (2007), a emissividade é a medida da capacidade de um objeto em absorver,
transmitir e emitir a energia infravermelha. A técnica capaz de tornar visível essa radiação
é chamada termografia infravermelha, Ferreira (2002).

O acompanhamento da temperatura é muito importante em vários processos, tais


como: em barramentos e equipamentos elétricos, em superfícies de equipamentos
estacionários, em mancais em máquinas rotativas, Ferreira (2002).

Em motores, Figura 2, geradores e transformadores, a termografia deve ser


aplicada de forma correlacionada com outras técnicas, como a análise de vibração. Para
os diagnósticos de falhas potenciais elétricas, a termografia infravermelha parte do

3
princípio de que a potência de tais máquinas que não saem na forma de serviço, de
alguma maneira está se transformando em perdas e sendo dissipada no meio, através de
efeito joule. Estas análises termográficas são tanto qualitativas quanto quantitativas e
permitem ao usuário acompanhar o envelhecimento da máquina, bem como diagnosticar
outras falhas decorrentes de curto circuito parcial entre espiras, falha parcial de isolação,
refrigeração etc., Rezende Filho (2007).

111,1°C

100

80
AR01: 112,7°C

60

40

25,3°C

Figura 2. Termograma de um motor elétrico.

2.2. Revisão bibliográfica sobre Curto Circuito Entre Espiras do Enrolamento do


Estator.

A deterioração do isolamento do estator normalmente começa com curto-circuito


envolvendo poucas espiras de uma mesma fase. A corrente de falta que é de
aproximadamente duas vezes a corrente de rotor bloqueado, provoca aquecimento
localizado que rapidamente se estende para outras seções do enrolamento, Tallam e
outros (2003). Assim, a detecção de falhas entre espiras é especialmente importante, pois
acredita-se que é o começo para a ocorrência das demais falhas nos enrolamentos, tais
como: curto-circuito entre bobinas de uma mesma fase e entre bobinas de fases
diferentes e, curto-circuito entre fase e terra, que podem resultar em perdas irreversíveis
do núcleo do estator, Boqiang e outros (2003).

O tempo de evolução de falhas de curto-circuito entre espiras, Figura 3, para as


demais falhas não pode ser estimado, pois depende das condições de operação do
motor, Baccarini (2005).

4
Figura 3. Curto-circuito entre espiras.

3. Bancada Experimental

A bancada experimental, Fig. 4, montada no Laboratório de Pesquisa


Experimental, situado na Universidade Federal de São João Del Rei - UFSJ,
Departamento de Engenharia Elétrica, foi utilizada para o estudo proposto.

4 2
1
3

Fig. 4. Bancada de Teste.

O curto circuito foi introduzido num motor de indução trifásico {1}, WEG (GF
12087), rotor gaiola, 3 CV, 1730 rpm, 220 V, 60 Hz, , 4 pólos, categoria N, 28 ranhuras,
rolamento SKF 6205-2Z, classe de isolamento B, FS 1,15, Ip/In 7,5, IP 55, 13,8 A. Um
gerador de corrente contínua {2} é utilizado como sistema de carga e está acoplado ao

5
motor através de um acoplamento flexível {3}, é possível a variação da carga através de
um painel de cargas resistivas e consegue-se controlar o curto-circuito através do quadro
{4}.
Os termogramas foram coletados pela câmera termográfica FLIR Systems
InfraCAM {5}. As informações contidas na câmera termográfica FLIR Systems InfraCAM
foram transferidas para o computador através do software de apoio QuickView,
permitindo, desta forma, realizar análises detalhadas, em um ambiente mais amigável.
Para o teste do curto-circuito entre espiras, foram extraídas dez derivações em
duas bobinas de duas fases distintas, o que permite fazer o fechamento de três espiras de
uma mesma bobina, que representa o início da falha. Além disso, a corrente do curto-
circuito foi controlada através de uma resistência de forma a não ultrapassar a duas vezes
a corrente nominal. Assim, foram feitas, praticamente, testes de degradação do
isolamento que é o começo de um problema que pode evoluir para curto-circuito. As fotos
da Fig. 5 mostram a vista lateral e frontal do estator, onde os cabos brancos são as
derivações e os cabos pretos são os terminais para o fechamento e alimentação das três
fases. Essas derivações foram dispostas externamente em uma placa de bornes de
modo a facilitar o controle da corrente de curto-circuito, alimentação do motor de indução
e aplicação de carga no gerador CC. Antes dos testes foi feito o balanceamento dinâmico
e alinhamento a laser, verificando-se também possíveis folgas mecânicas (base frouxa do
motor). Este procedimento permite que os termogramas coletados sejam representativos
da falha induzida.

Fig.5. Fotos do estator do motor de indução trifásico que foi rebobinado de forma a
permitir curto-circuito entre espiras alojadas na mesma ranhura.

6
4. Metodologia

4.1. Aplicação da Termografia para detecção de Curto Circuito Entre Espiras do


Enrolamento do Estator.

A radiação térmica, ou infravermelho, é energia que se propaga no espaço na


forma de ondas eletromagnéticas. Essa radiação está na faixa do infravermelho do
espectro eletromagnético que é classificado em faixas de acordo com o comprimento de
onda (λ) da radiação, Silva e outros (2006).
Na Figura 6, temos a região do espectro que nos interessa que é a do
infravermelho, que se estende do comprimento de onda de 1 mm até 770 nm, no limite
com a luz visível.

Figura 6. Espectro Eletromagnético.

Na Equação 1, tem-se que o comprimento de onda se relaciona com dois outros


parâmetros das ondas eletromagnéticas: a freqüência e a energia do fóton, onde 𝜈 é a
freqüência da onda [Hz], c a velocidade da luz no vácuo [2,998x108 m/s] e λ o
comprimento de onda [m].

𝑐 (1)
𝜈 =
𝜆

7
Na Equação 2, tem-se a energia do fóton, onde E é a energia do fóton [J] e h a
Constante de Planck [6,626x10-34 J.s].

𝐸 =ℎ×𝑣 (2)

A Equação 2 é a hipótese de Planck para o corpo negro, onde admitia que a


energia radiante fosse emitida e absorvida em quantas de energia (h × ν), mas esta
hipótese era considerada como artifício de cálculo apenas. Foi em 1905 que Einstein,
investigando o efeito fotoelétrico, sugeriu a natureza quântica da luz e a quantização da
energia em pequenos pacotes, os fótons, dada pela Equação 2, também chamada de
Equação de Einstein. Como a freqüência permanece constante, já que é o parâmetro que
caracteriza a onda, a velocidade de propagação e o comprimento de onda mudam
proporcionalmente quando as ondas viajam em diferentes materiais. Todo corpo que está
acima do zero absoluto emite radiação térmica e é justamente essa energia que é
captada pelas câmeras de infravermelho para a obtenção de imagens térmicas de corpos,
Silva e outros (2006).
Cada material emite radiação de uma forma, e um corpo negro é aquele capaz de
absorver e emitir todas as radiações em todos os comprimentos de onda. Na Equação 3,
tem-se a distribuição espectral da radiação emitida por um corpo negro descrita por Max
Planck onde W λb é a radiância espectral do corpo negro no comprimento de onda λ
[Watt/m².μm], k é a Constante de Boltzmann [1,381x10-23 J/K] e T a temperatura absoluta
do corpo negro [K].

2𝜋ℎ𝑐³ (3)
𝑊𝜆𝑏 = × 10−6
𝜆5 (𝑒 ℎ𝑐 𝜆𝑘𝑇 − 1)

A radiância espectral total do corpo negro, ou fórmula de Stefan-Boltzmann,


Equação 4 é a integração de λ = 0 a λ = ∞, , onde Wb é a radiância espectral total do
corpo negro [W/m²] e σ é a Constante de Stefan-Boltzmann [W/m².K4].

Wb = σ.T4 (4)

A importância de se estabelecer equações para a distribuição espectral do corpo


negro vem do fato de que ela estabelece um limite máximo de toda emitância espectral de

8
uma fonte. Um objeto, ou fonte, real não tem o mesmo comportamento de emissão de
radiação do corpo negro, e a sua curva de emitância é limitada pela correspondente do
corpo negro na mesma temperatura do objeto, Silva e outros (2006).
A emissividade é um fator que diminui a emitância espectral total de um objeto real
em relação à energia emitida pelo corpo negro na mesma temperatura. A emissividade do
objeto, ε(λ,T), é calculada pela Equação 5 onde W o é a radiância espectral total de um
objeto real e
Wb é a potência total de radiação emitida pelo corpo negro na mesma temperatura
do objeto.

𝑊𝑜 (𝜆, 𝑇) (5)
𝜀 𝜆, 𝑇 =
𝑊𝑏 (𝜆, 𝑇)

Então, considerando a emissividade do material, na Equação 6, temos a radiância


espectral total de um objeto real.

Wo = ε(λ,T).σ.T4 (6)

A verificação contínua da temperatura de uma máquina rotativa é um dado


importantíssimo na manutenção preditiva. Como é natural, uma alteração qualquer na
temperatura de funcionamento da máquina rotativa é indicativo de modificação no
comportamento da mesma. Por tais motivos, a temperatura é um parâmetro que deve ser
levado em consideração em todo e qualquer programa de manutenção, em qualquer
nível.
Assim a termografia mostra-se uma técnica que pode conseguir grandes
resultados no diagnóstico desta falha, pois quando um motor entra em curto circuito
temos um aumento considerável da temperatura do mesmo, sem falar que a termografia é
uma técnica que possui uma análise mais simplificada em comparação com as
tradicionais, além de ser muito disseminada no meio industrial.

4.1.1. Processo de Medição.

A radiação medida pela câmera depende tanto da temperatura quanto da


emissividade do corpo que está sendo analisado. Portanto, a informação da emissividade

9
da câmera é fundamental para uma estimativa precisa da temperatura do fluxo radiante
medido. Normalmente os valores variam de 0,1 a 0,95. Para superfícies extremamente
polidas temos emissividades inferiores a 0,1 e, para superfícies oxidadas os valores são
superiores a 0,95, Silva e outros (2006).
Além da emissividade, outros parâmetros do objeto analisado devem ser inseridos
na câmera tais como temperatura refletida, temperatura atmosférica, distância entre
objeto e câmera e umidade relativa. A temperatura refletida é aquela admitida para todas
as superfícies emissoras no meio adjacente ao objeto em estudo. Enquanto que
temperatura atmosférica é a da atmosfera entre objeto e câmera. A distância entre o
objeto e câmera e a umidade relativa são parâmetros inseridos com o objetivo de se
calcular a atenuação que a radiação sofre até chegar à lente do equipamento, Silva e
outros (2006).
A câmera de infravermelho ao visualizar um objeto recebe radiações emitidas não
só pelo próprio objeto, mas também pelo meio adjacente, refletidas pela superfície do
objeto. Ambas as radiações são, em parte, atenuadas pela atmosfera na trajetória da
medição. A estas, é adicionada uma terceira contribuição de radiações emitidas pela
própria atmosfera. Esse processo é ilustrado na Figura 7, Bezerra e outros (2006).

Figura 7. Representação da medição termográfica (a) Objeto Analisado (b) Meio


Adjacente (c) Atmosfera.

No entanto, a radiação medida pela câmara não depende apenas da temperatura


do objeto, mas também da temperatura ambiente e da emissividade do objeto. Essa
radiação resulta também do meio externo que se reflete no objeto, Bezerra e outros
(2006).

10
5. Análise Dos Resultados Experimentais
5.1. Detecção do Curto-Circuito Inicial através de Fluxo Magnético.

Segundo Thomson (2001), pode existir um tempo de operação do motor antes que
o curto-circuito entre espiras evolua para curto-circuito entre fase-terra e fase-fase, o que
justifica o desenvolvimento de sistemas de detecção de falhas.
Pode-se dizer que a presença de uma anormalidade no circuito do rotor e ou no
circuito do estator irá proporcionar um distúrbio na densidade de fluxo magnético que
atravessa o entreferro da máquina, causando uma modificação no espectro de referência
e que podem ser identificadas através da análise das componentes de freqüências,
Lamim Filho (2007).
Segundo Nandi (2000), o 21° harmônico rede (1260 Hz) está sempre presente
quando há uma falha no estator. Após a comparação de vários espectros de fluxo
magnético, pôde-se verificar que os harmônicos 19º e 21º da rede de alimentação foram
os mais excitados pela inserção do curto circuito. Esses harmônicos serão considerados
como sendo freqüências características de falhas, Lamim Filho (2007).
Os espectros de fluxo magnético foram coletados utilizando o equipamento da CSI
UltraSpec 8000, através da bobina de fluxo CSI A03430A.
Na Fig. 8, tem-se o espectro de fluxo magnético para o motor funcionando com
100 % de carga na condição sem defeito.

1260 Hz
1140 Hz

Fig. 8. Espectro do fluxo magnético para a condição sem defeito.

11
hz
hz
Na Fig. 9, tem-se o espectro de fluxo magnético para o motor funcionando com 100 % de
carga e três espiras curto circuitadas.

1260 Hz

1140 Hz

Fig. 9. Espectro do fluxo magnético para três espiras em curto-circuito.

hz
Na Fig. 10, tem-se o espectro de fluxo magnético para o motor funcionando com 100 %
de carga e seis espiras curto circuitadas.
hz

1140 Hz
1260 Hz

Fig. 10. Espectro do fluxo magnético para seis espiras em curto-circuito.

hz
hz

12
5.2. Detecção do Curto-Circuito Inicial através da Análise de Vibração.

Para aquisição dos sinais usou-se o equipamento SKF Microlog GX, gentilmente
cedido pela SKF do Brasil. Este equipamento é um coletor e analisador de sinais que
digitaliza as informações nele contidas.
Essas informações podem ser analisadas diretamente no próprio equipamento ou
então transferidas para o computador através do software de apoio SKF @ptitude Analyst
Human Interface Machine. Nesta opção tem-se um ambiente mais confortável de trabalho,
permitindo análises detalhadas, geração de relatórios e montagem de banco de dados.
Os sinais de vibração foram obtidos utilizando-se um acelerômetro SKF
CMSS2200, com sensibilidade de 100 mV. Usou-se uma janela Hanning com 1600 linhas
e 8 médias, para uma faixa de freqüência de 0 a 1000 Hz. As amplitudes foram medidas
em velocidade (mm/s).
Os sinais foram aquisitados com o acelerômetro colocado alternadamente nas
posições vertical, horizontal e axial, tanto do lado do acoplamento flexível quanto do lado
de trás do motor.
Nas Fig. 11, para o motor sem falha, Fig. 12 para o motor com curto-circuito entre
3 espiras e Fig. 13, para o motor com curto-circuito entre 6 espiras, observa-se um
aumento nas harmônicas da Fl (Freqüência de Linha), que é 60Hz.

Fig. 11. Espectro de Vibração para o motor sem falha.

13
Fig. 12. Espectro de Vibração para o motor com curto-circuito entre 3 espiras.

Fig. 13. Espectro de Vibração para o motor com curto-circuito entre 6 espiras.

Segundo Bate (1987), na detecção de curto-circuito apresenta dificuldade de


diferenciar este tipo de falha usando somente análise de vibração.

5.3. Resultados Experimentais com a Câmera Termográfica

Para a realização dos experimentos a câmera termográfica foi configurada com


emissividade de 0,85, após igualar-se a temperatura da câmera a um termopar, tendo
assim certeza da temperatura coletada. A umidade relativa e a temperatura ambiente
foram preservadas, sendo a primeira monitorada por um termômetro de bulbo úmido e
estando em torno de 75%. Foi mantida uma distância, entre o motor e a câmera, de 0,40
m.

14
Antes do inicio do processo de medição, esperou-se 2 horas, para que a
temperatura do motor se estabilizasse como mostrado em Guedes (1994), Fig. 14.

Fig. 14. Curva de temperatura de um motor elétrico isolamento classe B.

Foram coletados vários termogramas nas condições: sem falhas, curto-circuito


entre 3 espiras e curto-circuito entre 6 espiras. Desta forma foi possível verificar a
elevação da temperatura, comparando o motor com presença de falha com a condição
sem falha, Fig. 15. A área escura no motor representa a área onde houve um maior
aquecimento. No termograma superior aparece a área de maior elevação de temperatura.
Pode-se observar o aumento de 8,41% do nível de temperatura do motor com curto-
circuito em relação ao teste sem falhas.

15
Três espiras em curto- Seis espiras em curto-
Ausência de Falha
circuito circuito
Visão do Topo
Visão Lateral
Esquerda
Visão Lateral Direita

Fig. 15. Termogramas do Motor de Indução para os testes realizados.

6. Conclusões

Os resultados mostram que a utilização da termografia na detecção do curto-


circuito é uma ferramenta de grande auxilio. Juntamente com outras técnicas de
manutenção preditiva, a ferramenta torna o processo de inspeção muito mais rápido, pois
consegue detectar pontos ou regiões aquecidas, com temperaturas superiores da
condição normal de funcionamento.
Com a termografia é possível verificar uma grande quantidade de máquinas em
um pequeno intervalo de tempo, e assim a análise do fluxo magnético pode ser executada
apenas na máquina que apresentar uma temperatura elevada, confirmando-se o curto-

16
circuito. Se a mesma inspeção fosse feita somente com o fluxo magnético, todo o
processo seria mais oneroso, pois o tempo necessário aumentaria significativamente. No
caso de curto-circuito a redução do tempo de análise torna-se ainda mais importante, pois
a evolução de um curto-circuito é muito rápida.
Desta forma, a manutenção preditiva dispõe de mais uma aliada, e que torna o
processo cada vez mais eficiente e eficaz, aumentando assim a confiabilidade e a
disponibilidade dos equipamentos de uma planta industrial, evitando-se as paradas não
planejadas.

7. Referências Bibliográficas

Baccarini, L. M. R., “Detecção e Diagnóstico de Falhas em Motores de Indução”, Belo


Horizonte, Faculdade de Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Minas
Gerais, 2005. Tese (Doutorado).

Bezerra, L. A., Silva, R. N. T., Guerrero, J. R. H., Magnani, F. S.; “Estudo Da Influência De
Parâmetros Na Medição Por Termografia”, IV Congresso Nacional de
Engenharia Mecânica, Recife-PE, 2006.

Beltrame, E.; “Análise de Cuito Elétrico de Motores”, Revista Manutenção y Qualidade, 28


p. 2008.

Boqiang, X., Heming, L., e Liling, S.; “Apparent impedance angle based detection of stator
winding inter-turn short circuit fault in induction motors”. Industry Applications
Conference, 2003. 38th IAS Annual Meeting Conference Record of the, 2:1118–
1125, Oct 2003.

Bate, G. H. “Vibration diagnostics for industrial electric motor drives”. Technical Report
BO0269-11, Brüel & Kjaer, 1987, 12p.

Brito, J. N., “Desenvolvimento de um Sistema Inteligente Híbrido para Diagnóstico de


Falhas em Motores de Indução Trifásico”, Campinas, Faculdade de Engenharia
Mecânica, Universidade Estadual de Campinas, 2002. Tese (Doutorado).

Ferreira, S. D. A. A. “Estudos da aplicação da termografia como ferramenta de


manutenção em sistemas elétricos de potencia”. Brasília, 2002. 120 f.

17
Lamim Filho, P. C. M., “Monitoramento “on-line” de Motores de Indução Trifásicos,
Campinas: Faculdade de Engenharia Mecânica”, Universidade Estadual de
Campinas, 2003. 140 p. Tese (Doutorado).

Nandi, Subhasis and Toliyat, Hamid A.; “Novel Frequency Domain Based Technique To
Detect Incipient Stator Inter-Turn Faults In Induction Machines”, Electric
Machines & Power Electronics Laboratory Dep. of Electrical Engineering, Texas
A&M University, 2000.

Rezende Filho, O., “Aplicações termográficas na Manutenção Onde normalmente


erramos!”. Revista Manutenção y Qualidade, 28 p. 2007.

RoMiotto Instrumentos de Medição Ltda, “Como Determinar a Emissividade dos Objetos”,


2007.

Silva, R. N. T., Magnani, F. S., Lima, R. C. F., “Algumas Aplicações do Uso da


Termografia na Detecção de Falhas”. IV Congresso Nacional de Engenharia
Mecânica, Recife-PE.2006.

Tallam, R. M., Lee, S. B, Stone, G., Kliman, G. B., Yoo, J, Habetler, T. G., e Harley, R. G.;
“A survey of methods for detection of stator related faults in induction machines”.
In Diagnostics for Electric Machines, Power Electronics and Drives, 2003.
SDEMPED 2003. 4th IEEE International Symposium on, pages 35 - 46, Aug
2003.

Thomson, W. T.; “On-line mcsa to diagnose shorted turns in low voltage stator windings of
3-phase induction motors prior to failure”. In Electric Machines and Drives
Conference, 2001. IEMDC 2001. IEEE International, pages 891–898, 2001.

8. Publicações

A partir do desenvolvimento da pesquisa “Detecção de Curto-Circuito Entre


Espiras do Enrolamento do Estator Utilizando Análise Termográfica”, foi possível a
elaboração de dois artigos científicos, aceitos em congressos nacionais e internacionais.

18
1. Diagnóstico de Curto-Circuito Inicial nos Enrolamentos do Estator de Motores de
Indução Através da Análise Termográfica, artigo submetido ao 20th International Congress
of Mechanical Engineering (COBEM 2009).

2. Utilização de Técnicas Preditivas para Detecção de Curto-Circuito Inicial Entre


Espiras do Enrolamento do Estator, artigo submetido ao 24º Congresso Brasileiro de
Manutenção (CBM 2009).

9. Comentários
9.1. Comentários do Aluno

O desenvolvimento deste trabalho tem sido de grande importância para minha


formação profissional. Através deste projeto de Iniciação Científica estou tendo a
oportunidade de trabalhar com varias tecnologias industrialmente renomadas, que utilizam
técnicas de termografia, análises de vibração, e fluxo magnético.
Estou tendo a oportunidade de estudar os motores elétricos, entendendo o seu
princípio de funcionamento, aprendendo a especificá-los, bem como desenvolvendo um
projeto de pesquisa multidisciplinar aprendendo além das técnicas preditivas e
diagnosticar seus defeitos através dos espectros de fluxo magnético, e termogramas,
procedimentos elétricos de ligação de motores elétricos e as conseqüências de um curto-
circuito para o motor. Além de entender a importância do monitoramento das máquinas
em uma planta industrial e as conseqüências do impacto econômico gerado pelas
paradas inesperadas, devido aos seus defeitos.
Os trabalhos foram desenvolvidos dentro do cronograma previsto com as metas
cumpridas com êxito.

9.2. Comentários do Orientador

O bolsista tem apresentado grande interesse pela pesquisa. Têm sido proativo e
desenvolvido todas as atividades previstas com muita determinação.
Este trabalho contribuirá, significativamente, para a consolidação da pesquisa na
área de manutenção preditiva. Através deste trabalho será possível até mesmo a
prestação de serviço para grandes empresas que trabalham com monitoramento preditivo
das máquinas.

19
O bolsista também tem procurado ajudar seus colegas de pesquisa do LASID,
ensinando-lhes a trabalhar com o SKF Microlog GX e o software de apoio SKF @ptitude
Analyst Human Interface Machine, com a câmera termográfica e o UltraSpec 8000. Estes
equipamentos, também serão usados pelos demais bolsistas em outros projetos.
O bolsista já apresenta um crescimento significativo relativo à manutenção
preditiva e mais especificamente com relação à análise de falhas em motores elétricos.
Além disso, também conseguiu entender a importância da revisão bibliográfica. Todos
estes ganhos, sem dúvida, possibilitarão ao bolsista um diferencial que refletirá no seu
estágio supervisionado e posteriormente na sua profissão.

10. Agradecimentos

À Universidade Federal de São João Del Rei que possibilitou e financiou essa
pesquisa. Ao Departamento de Eletricidade da Universidade Federal de São João Del Rei
- DEPEL onde foram realizados os testes, ao PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Científica) pela bolsa, e ao técnico Carlos Eduardo Pádua Oliveira, por todo o
apoio prestado.

11. Assinaturas

Orientador:
Prof. Jorge Nei Brito _________________________________

Bolsista:
Acadêmico Vinicius Augusto Diniz Silva _________________________________

20

Anda mungkin juga menyukai