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Este documento discute as alterações fonético-fonológicas no falar belenense, especificamente os metaplasmos por transposição. O texto apresenta o conceito de variação linguística e explica que as mudanças na fala ocorrem por fatores diatópicos, diafásicos, diacrônicos e diastráticos. Em seguida, descreve os tipos de metaplasmos, focando nos metaplasmos por transposição como metátese, hipértese e hiperbibasmo.
Este documento discute as alterações fonético-fonológicas no falar belenense, especificamente os metaplasmos por transposição. O texto apresenta o conceito de variação linguística e explica que as mudanças na fala ocorrem por fatores diatópicos, diafásicos, diacrônicos e diastráticos. Em seguida, descreve os tipos de metaplasmos, focando nos metaplasmos por transposição como metátese, hipértese e hiperbibasmo.
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Este documento discute as alterações fonético-fonológicas no falar belenense, especificamente os metaplasmos por transposição. O texto apresenta o conceito de variação linguística e explica que as mudanças na fala ocorrem por fatores diatópicos, diafásicos, diacrônicos e diastráticos. Em seguida, descreve os tipos de metaplasmos, focando nos metaplasmos por transposição como metátese, hipértese e hiperbibasmo.
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DISCIPLINA: LNGUA PORTUGUESA I PROF: JOAQUIM NEPOMUCENO
ALTERAES FONTICO-FONOLGICAS NO FALAR BELENENSE: METAPLASMOS POR TRANSPOSIO
Belm Junho de 2010 2 GRUPO DE TRABALHO
GRUPO 2
Aluna: Adriane ---
N de Matrcula: ---
Aluna: Aline ---
N de Matrcula: ---
Aluna: Bruna Toscano Gibson
N de Matrcula: ---
Aluna: Klissia ---
N de Matrcula: ---
Aluno: Renan ---
N de Matrcula: ---
Aluna: Talita ---
N de Matrcula: ---
Turma: --- 3 INTRODUO
Qualquer um de ns pode observar empiricamente a multiplicidade do fe- nmeno lingustico. Tal fato, em um pas como o Brasil, chega a ser inegvel, pois, quando comparamos a fala de um habitante da regio norte com a fala de um sulista, por exemplo, percebemos uma variao considervel, que se manifesta precipua- mente no aspecto fontico-fonolgico. A observao emprica, entretanto, no o suficiente. Essa variao pre- cisa ser estudada e sistematizada, pois, quando tomamos conscincia da verdadeira natureza do fenmeno lingstico e de como a lngua se realiza no meio social, po- demos trabalhar de maneira a alcanar melhores resultados, tanto enquanto profis- sionais que tm a lngua como seu foco, como enquanto usurios que somos da ln- gua portuguesa, em nossas atividades profissionais e na vida cotidiana. Alm disso, a constatao do fenmeno de variao lingstica h de tra- zer enormes benefcios em nossas relaes sociais, pois, ao dissociarmos as no- es de variao e erro, nos possvel finalmente abandonar os tantos preconceitos lingsticos (e, por certo, sociais) que acompanham nossos julgamentos. Neste trabalho realizamos uma pesquisa de campo que consistiu na ob- servao das alteraes fontico-fonolgicas no falar belenense, dando ateno aos chamados metaplasmos por transposio. Aps a coleta do corpus, analisamos as alteraes ocorridas e identificamos os fenmenos constatados. Por fim, organiza- mos as informaes e pesquisamos alguns conceitos relacionados a esta rea de estudo, para compor a redao do trabalho.
4 1. A VARIAO LINGUSTICA
A variao lingustica um fenmeno observvel em todas as regies do mundo, e em todas as lnguas. No se restringe perspectiva diacrnica, pois em um dado momento podemos perceber inmeras variaes de um mesmo idioma, em razo de fatores como a localizao geogrfica, a classe social dos falantes, a situa- o de uso, dentre outros. O dialeto, segundo J. M. Cmara Jr. (apud CARVALHO e NASCIMENTO: 1984, p. 11), a modificao regional de uma lngua, ou ainda, so lnguas regio- nais que apresentam entre si coincidncias de traos lingusticos essenciais. Pelo conceito podemos perceber, portanto, que a variao no impede a comunicao, j que os traos lingusticos essenciais estaro sempre presentes. Mas no podemos ignorar, claro, que alguns fatores (notadamente o lxico) podem dificultar essa comunicao. O conceito de dialeto est, entretanto, mais relacionado ideia de comu- nidade de fala do que dimenso regional. Uma comunidade de fala um agrupa- mento de falantes que tm caractersticas lingusticas comuns (BELINE: 2008). Para Guy (apud BELINE: 2008, p. 129), a comunidade de fala composta por falantes que:
compartilham traos lingusticos que distinguem seu grupo de outros; comunicam-se relativamente mais entre si do que com outros; e compartilham normas e atitudes diante do uso da linguagem.
importante, nesse mbito da variao, no confundir a ideia de desvio com a de erro. Na lingustica, consenso entre os tericos a concepo de que o erro ocorre apenas quando uma determinada construo impede a comunicao, por desrespeitar o sistema prprio de cada lngua. Vejamos, a seguir, um exemplo de desvio e outro de erro:
As criana comem frutas no caf da manh. (desvio)
Crianas as caf da manh frutas no comem. (erro)
No devemos igualmente pensar que a norma culta a maneira correta (norma-padro) de se falar. Bagno nos elucida a respeito:
5
Os falantes das variedades urbanas de prestgio tm a norma-padro como uma referncia, um ideal a ser alcanado. Eles, porm, no so falantes da norma-padro, porque a norma-padro um modelo extremamente enri- jecido de lngua. Ela s plenamente realizada em textos escritos (rara- mente falados) com alto grau de monitoramento estilstico. Mesmo assim, os traos caractersticos das variedades urbanas de prestgio j so fartamente detectados tambm nesses gneros textuais mais monitorados. Existe uma gramtica das variedades urbanas de prestgio do Brasil que MUITO dife- rente da gramtica normativa da lngua portuguesa (= norma-padro). (slide 14)
Como se v, a norma culta nada mais do que outra variao do idioma. As variaes que ocorrem na lngua so de quatro tipos:
TIPO FATOR CONDICIONANTE Variao diatpica Lugar Variao diafsica Situao de uso Variao diacrnica Faixa etria Variao diastrtica Grupo social, escolaridade
Todos esses tipos podem se manifestar nos seguintes nveis:
NVEL EXEMPLO Fontico and[] / anda[h] Morfolgico amigusimo / amicssimo Lexical reclame / propaganda Sinttico Eu l no vou. / Eu no vou l.
As variaes no so todas vistas da mesma maneira. No h nada ine- rente a uma ou outra que as torne boas ou ruins, mas os falantes de uma lngua sempre tm uma atitude em relao s prticas lingusticas. Essa atitude influenci- ada por nossas relaes sociais, como nos esclarece Beline (2008, p.129):
Quando falamos em atitude diante do uso lingustico, temos de nos trans- portar das diferenas geograficamente marcadas [...] para as diferenas so- cialmente marcadas. No temos atitudes apenas diante da lngua falada em 6 lugares diferentes, tambm nos posicionamos diante de modos de falar cor- relacionados a fatores sociais, tais como escolaridade e nvel econmico. Sabemos, intuitivamente que, no PB, por exemplo, deixar de fazer a con- cordncia de nmero no sintagma nominal (artigo, ncleo nominal e eventu- ais adjuntos) um indcio de baixa escolaridade, que em geral vem de mos dadas com baixo nvel econmico. Desse modo, um grupo de indiv- duos de maior nvel de escolaridade e de melhor situao econmica possi- velmente tentar evitar realizaes como as pessoa e uns carro, em vez de as pessoas e uns carros. Trata-se ento de um exemplo claro de que as atitudes lingusticas no esto delimitadas apenas por fronteiras geogr- ficas, mas tambm por fronteiras sociais.
Por essa breve exposio, j possvel perceber que o fenmeno da va- riao lingustica rico e bastante complexo. Seu estudo, por conseguinte, deve a- tender a uma srie de peculiaridades. Mas no nos cabe aqui discorrer mais sobre o assunto, que foi exposto a ttulo de introduo. Passemos ao objeto deste trabalho.
7 2. OS METAPLASMOS
Metaplasmos so as alteraes fonticas que sofrem as palavras durante sua evoluo e tambm no seu uso cotidiano. Essas mudanas ocorrem apenas no campo fontico, pois os vocbulos mantm a mesma significao. Para a fontica histrica, metaplasmos so as alteraes que as palavras sofrem durante sua evoluo do Latim para o Portugus (CARVALHO e NASCI- MENTO: 1984, p. 35). Nos dicionrios, temos:
metaplasmo. s.m. (1789) Desvio da correta composio fontica da palavra, tolerada em razo da mtrica e do ornamento. (DICIONRIO ELETRNICO HOUAISS DA LNGUA PORTUGUESA 1.0)
me.ta.plas.mo. s.m. Qualquer das figuras que acrescentam, suprimem, per- mutam ou transpem fonemas nas palavras. (MINIAURLIO ELETRNICO VERSO 5.12)
Os metaplasmos se do por aumento, supresso, transposio e trans- formao. Os metaplasmos por transposio consistem no deslocamento de fonema ou ento de acento tnico na palavra. So eles (CARVALHO e NASCIMENTO: 1984, p. 37-38):
Mettese: transposio de um fonema na mesma slaba.
Hiprtese: transposio de um fonema de uma slaba para outra.
Hiperbibasmo: recuo (sstole) ou avano (distole) do acento tnico da palavra.
Segundo Hora, Monaretto e Telles (2007, p. 184), o processo de reorde- namento de segmentos dentro de uma mesma palavra um fenmeno antigo e per- sistente na Lngua Portuguesa. H autores para quem a hiprtese um tipo de mettese. Para alguns desses tericos, a mettese pode ser segmental (inter e intrasilbica) ou silbica. Outros, ainda, propem classificaes diversas. Mas, para os objetivos deste traba- lho, adotaremos a classificao de Carvalho e Nascimento (1984). 8 Sobre a mettese e hiprtese, h alguns estudos que apontam a motiva- o do uso do processo para a evitao de estruturas silbicas complexas. H tam- bm diversos motivos de natureza extralingstica, como a velocidade da fala, o pro- cessamento lingustico pelo falante, o estado de tenso do falante ou vrios outros aspectos atinentes ao momento da enunciao (REDMER: 2007). Em relao ao portugus brasileiro, notamos que a transposio est re- lacionada a diversos fatores de ordem social, como explicitam Hora, Monaretto e Telles (2007, p. 187):
No PB, parece que o processo de transposio de sons est relacionado escolaridade, principalmente, pois sua realizao ocorre preferencialmente em informantes com poucos anos de escolarizao. Dados de fala do Sul do Pas, obtidos no banco de dados do Projeto Variao Lingstica Urbana no Sul do Pas, VARSUL (1989), revelam que a mettese ocorre em poucos casos. Por outro lado, dados dos corpora provenientes do Nordeste eviden- ciam a ocorrncia mais larga desse fenmeno. Em ambas as regies, se- qncias com /p/ so as preferidas (pretender, preciso, perguntar, prateleira, pedestre etc.), e os deslocamentos em estruturas CC para CVC parecem sofrer algum estigma social.
Faremos, agora, a exposio do corpus coletado na cidade de Belm, jun- tamente com a anlise dos fenmenos constatados. 9 3. ANLISE DO CORPUS COLETADO
PROTOCOLO FENMENO METAPLASMO FORMA ORTOGRFICA varo Recuo do acento tnico do vocbulo /a/ Sstole Avaro Beflar Transposio do fonema /l/ para a slaba posterior Hiprtese Blefar Braganha Transposio do fonema /r/ na mesma slaba Mettese Barganha Broboleta Transposio do fonema /r/ na mesma slaba Mettese Borboleta Calanizao Transposio do fonema /l/ para a slaba anterior; transposio do fonema /n/ para a slaba posterior Hiprtese Canalizao Cardao Transposio do fonema /r/ para a slaba anterior Hiprtese Cadaro Cardeneta Transposio do fonema /r/ para a slaba anterior Hiprtese Caderneta Circuto Avano do acento tnico do vocbulo /i/ Distole Circuito Cndor Recuo do acento tnico do vocbulo /con/ Sstole Condor Contemporaniedade Transposio do fonema /i/ na mesma slaba Mettese Contemporaneidade Corcodilo Transposio do fonema /r/ na mesma slaba Mettese Crocodilo Cravo Transposio do fonema /r/ na mesma slaba Mettese Carvo Desiguno Avano do acento tnico do vocbulo /gui/; acrscimo dos fonemas /u/ e /i/ no meio do vocbulo Distole e epntese Designo Detremin Transposio do fonema /r/ na mesma slaba; supresso do fonema /r/ no final do vocbulo Mettese e apcope Determinar Drobar Transposio do fonema /r/ para a slaba anterior Hiprtese Dobrar Drumir Transposio do fonema /r/ na mesma slaba; substituio do fonema /o/ pelo fonema /u/ Mettese e neutralizao Dormir Enterter Transposio do fonema /r/ na mesma slaba Mettese Entreter Estauta Transposio do fonema /u/ para a slaba anterior Hiprtese Esttua Estrupo Transposio do fonema /r/ para a slaba anterior Hiprtese Estupro Filantrpo Avano do acento tnico do vocbulo /tro/ Distole Filantropo Fludo Avano do acento tnico do vocbulo /i/ Distole Fluido Frever Transposio do fonema /r/ na mesma slaba Mettese Ferver 10 Fromiga Transposio do fonema /r/ na mesma slaba Mettese Formiga Fr Transposio do fonema /r/ na mesma slaba; supresso do fonema /l/ no meio do vocbulo Mettese e sncope Flor Gratuto Avano do acento tnico do vocbulo /i/ Distole Gratuito Indetificar Transposio do fonema /n/ para a slaba anterior Hiprtese Identificar Indetificao Transposio do fonema /n/ para a slaba anterior Hiprtese Identificao Indce Avano do acento tnico do vocbulo /di/ Distole ndice Interpetrao Transposio do fonema /r/ para a slaba posterior Hiprtese Interpretao Interpetrar Transposio do fonema /r/ para a slaba posterior Hiprtese Interpretar Iorgute Transposio do fonema /r/ para a slaba anterior Hiprtese Iogurte Itm Avano do acento tnico do vocbulo /tem/ Distole Item Largatixa Transposio do fonema /r/ para a slaba anterior Hiprtese Lagartixa Largato Transposio do fonema /r/ para a slaba anterior Hiprtese Lagarto Nevroso Transposio do fonema /r/ para a slaba posterior Hiprtese Nervoso Opto Avano do acento tnico do vocbulo /pi/; acrscimo do fonema /i/ no meio do vocbulo Distole e epntese Opto Partelera Transposio do fonema /r/ na mesma slaba; supresso do fonema /i/ no meio do vocbulo Mettese e sncope Prateleira Pegria Transposio do fonema /r/ para a slaba posterior; supresso do fonema /u/ no meio do vocbulo Hiprtese e sncope Preguia Pegrioso Transposio do fonema /r/ para a slaba posterior; supresso do fonema /u/ no meio do vocbulo Hiprtese e sncope Preguioso Percisar Transposio do fonema /r/ na mesma slaba Mettese Precisar Perciso Transposio do fonema /r/ na mesma slaba Mettese Preciso Perguia Transposio do fonema /r/ na mesma slaba Mettese Preguia Perguioso Transposio do fonema /r/ na mesma slaba Mettese Preguioso Pertende Transposio do fonema /r/ na mesma slaba Mettese Pretende Pobrema Transposio do fonema /r/ para a slaba posterior; supresso do fonema /l/ no meio do vocbulo Hiprtese e sncope Problema 11 Poprsito Transposio do fonema /r/ para a slaba posterior Hiprtese Propsito Potrestante Transposio do fonema /r/ para a slaba posterior Hiprtese Protestante Preda Transposio do fonema /r/ para a slaba anterior Hiprtese Pedra Pregunta Transposio do fonema /r/ na mesma slaba Mettese Pergunta Preguntar Transposio do fonema /r/ na mesma slaba Mettese Perguntar Premiti Transposio do fonema /r/ na mesma slaba; substituio do fonema /e/ pelo fonema /i/ Mettese e neutralizao Permite Premitir Transposio do fonema /r/ na mesma slaba Mettese Permitir Presseguir Transposio do fonema /r/ na mesma slaba; acrscimo do fonema /s/ no meio do vocbulo Mettese e epntese Perseguir Preto Transposio do fonema /r/ na mesma slaba Mettese Perto Preturbao Transposio do fonema /r/ na mesma slaba Mettese Perturbao Projetl Avano do acento tnico do vocbulo /til/ Distole Projtil Pdico Recuo do acento tnico do vocbulo /Pu/ Sstole Pudico Purcisso Transposio do fonema /r/ na mesma slaba; substituio do fonema /o/ pelo fonema /u/ Mettese e neutralizao Procisso Ravia Transposio do fonema /i/ para a slaba posterior Hiprtese Raiva Sastifao Transposio do fonema /s/ para a slaba anterior Hiprtese Satisfao Sastifazer Transposio do fonema /s/ para a slaba anterior Hiprtese Satisfazer Sastifeito Transposio do fonema /s/ para a slaba anterior Hiprtese Satisfeito Rcorde Recuo do acento tnico do vocbulo /Re/ Sstole Recorde Reptl Avano do acento tnico do vocbulo /til/ Distole Rptil Retrocido Transposio do fonema /r/ na mesma slaba Mettese Retorcido Rbrica Recuo do acento tnico do vocbulo /Ru/ Sstole Rubrica Rim Recuo do acento tnico do vocbulo /Ru/ Sstole Ruim Simultaniedade Transposio do fonema /i/ na mesma slaba Mettese Simultaneidade Suprfulo Transposio do fonema /l/ para a slaba posterior Hiprtese Suprfluo Stil Recuo do acento tnico do vocbulo /Su/ Sstole Sutil Tauba Transposio do fonema /u/ para a slaba anterior Hiprtese Tbua 12 Valdo Avano do acento tnico do vocbulo /li/ Distole Vlido Vrido Transposio do fonema /r/ para a slaba anterior Hiprtese Vidro Vremelho Transposio do fonema /r/ na mesma slaba Mettese Vermelho Xerx Avano do acento tnico do vocbulo /rox/ Distole Xrox
13 CONCLUSO
A realizao deste trabalho foi, para ns, de grande valia, pois tivemos a oportunidade de comprovar empiricamente os conhecimentos tericos apresentados em sala de aula acerca dos metaplasmos. O fenmeno da variao de uma lngua merece, de fato, ser estudado, principalmente em se tratando de um pas como o Brasil, onde a diversidade tem grandes dimenses. Constatar a riqueza das variaes lingusticas no dialeto brasi- leiro no apenas interessante, mas trata-se de uma ao que em muito pode con- tribuir para o combate s atitudes preconceituosas e de excluso, pois a partir de um trabalho como este adquirimos conscincia de como as lnguas so inerentemente variveis, e que a norma culta tambm apenas mais uma das inmeras variaes do idioma. Para concluir, gostaramos de citar a reflexo de S:
A lngua o meio pelo qual o homem expressa suas prprias ideias, as de sua gerao, as da comunidade a que pertence. Ela , enfim, um retrato de seu tempo. Cada falante usurio e agente modificador de sua lngua, nela imprimindo marcas geradas pelas novas situaes com que se depara. Nesse sentido, podemos constatar que a lngua instrumento privilegiado da projeo da cultura de um povo, enquanto conjunto das criaes do ho- mem que constituem universo humano, como dizia Cmara Jr. (1904-1970).
Desse modo, percebemos a importncia de valorizar a variao lingstica, pois, com isso, estaremos valorizando a cultura que a utiliza. 14 REFERNCIAS
BAGNO, Marcos. Por uma pedagogia da variao lingustica. Apresentao do programa Microsoft PowerPoint.
BELINE, Ronald. A variao lingustica. In: FIORIN, Jos Luiz (org.). Introduo lingustica: I. Objetos tericos. 5.ed. So Paulo: Contexto, 2008.
FERREIRA, Aurlio Buarque de Holanda. Miniaurlio Eletrnico. Verso 5.12.
HORA, Dermeval da; MONARETTO, Valria N. O; TELLES, Stella. Portugus brasi- leiro: uma lngua de mettese? Letras de Hoje, Porto Alegre, v.42, n.3, set. 2007. Disponvel em: < http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/view/ 2799>. Acesso em: 18 abril 2010.
HOUAISS, Antnio. Dicionrio eletrnico Houaiss da lngua portuguesa. Verso 1.0.
REDMER, Clarissa Diassul da Silva. Mettese e epntese na aquisio da fonologia do PB: uma anlise com base na teoria da otimidade. 2007. 107 f. Dissertao (Mes- trado em Letras) Universidade Catlica de Pelotas, Pelotas, 2007.
S, Edmilson Jos de. Metaplasmos ontem e hoje: usando o passado para entender o presente. Disponvel em: <http://conhecimentopratico.uol.com.br/linguaportuguesa/ gramatica-ortografia/18/artigo143715-1.asp>. Acesso em: 18 abril 2010.
SANTOS, Janete S. dos. Letramento, variao lingustica e ensino de portugus. Linguagem em (Dis)curso, v.5, n.1, 2005. Disponvel em: <http://www3.unisul.br/ paginas/ensino/pos/linguagem/0501/06.htm>. Acesso: 24 maio 2010.