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João Jose Gremmelmaier

Mundo de Peter
Em 2013, a maioria dos livros de
J.J.Gremmelmaier mudaram de formato,
alguns foram para A4, alguns, unificou,
em um único texto.
Mundo de Peter ele nomeou como:

Epopeia Peter
Primeira Edição
Curitiba
Paraná
2013
Bookess
J.J.Gremmelmaier
Este compilar em Epopeia Peter é
composto por 4 livros:

Mundo de Peter 1 – Peter & Sheila


Mundo de Peter 2 – Espinhos
Mundo de Peter 3 – O retorno de Paula
Mundo de Peter 4 – Coração Dividido

CIP – Brasil – Catalogado na Fonte


Gremmelmaier, João Jose
Epopeia Peter, Romance de Ficção, 700 pg./ João Jose
Gremmelmaier / Curitiba, Pr / Bookess / 2010
1. Literatura Brasileira – Romance – I - Titulo
85 – 62418 CDD – 978.365

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J.J.Gremmelmaier

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João Jose Gremmelmaier

Mundo de Peter
I
Peter & Sheila
Primeira Edição

Edição do Autor
Curitiba / Paraná
2010

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J.J.Gremmelmaier

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J.J.Gremmelmaier

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J.J.Gremmelmaier
Autor: João Jose Gremmelmaier
Editora Bookess
Nome da Obra. Mundo de Peter I
ISBN: 978-85-62418-36-5

As opiniões contidas no livro, são dos personagens, em nada


assemelham as opiniões do autor, esta é uma obra de ficção, sendo os
nomes e fatos fictícios.
É vedada a reprodução total ou parcial desta obra.
Sobre o Autor.
João Jose Gremmelmaier, nasceu em Curitiba, estado do
Paraná, no Brasil, formação em Economia, empresário a mais de 15
anos, já teve de confecção a empresa de estamparia, escreve em suas
horas de folga, alguns jogam, outros viajam, ele faz tudo isto, a
frente de seu computador, viajando em historias, e nos levando a
viajar juntos.
Autor de Obras como a série Fanes, Guerra e Paz, Mundo de
Peter, os livros Heloise, Anacrônicos, cria em historias que começam
aparentemente normais, mundos imaginários, interligando historias
aparentemente sem ligação nenhuma.

CIP – Brasil – Catalogado na Fonte


Gremmelmaier, João Jose
Mundo de Peter – Peter & Sheila, Romance de Ficção,
185 pg./ João Jose Gremmelmaier / Curitiba, Pr / Bookess /
2010
2. Literatura Brasileira – Romance – I - Titulo
85 – 62418 CDD – 978.365

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Peter &
Sheila
J.J.Gremmelmaier

MUNDO DE PETER I

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J.J.Gremmelmaier

Mundo de Peter, a aventura de um menino, inteligente,


inicia-se em uma cidade da Califórnia, pode procurar no mapa,
não vai encontrar lá, não a Comptche que mora Peter, pois esta é
parte de seu mundo, onde Magia, Amor, Família, tem um valor
muito alto para ele.
Este menino vai caminhar por muitos caminhos, achando
amigos, amores, magias, que vão o levar a muitos desafios.
Mundo de Peter, é a terceira serie de João Jose
Gremmelmaier, onde ele unira até o fim da ultima página de
Mundo de Peter, varias estórias já escritas pelo autor.
Bem vindos a Califórnia, Comptche, ao Mundo de Peter.

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sta historia é de um menino, de 13 anos, ele estudava


em sua cidade, poderia ser qualquer cidade de tamanho
Epequena Norte Americana, mas esta em Comptche na
Califórnia, cidade que com área rural não passa de 800
habitantes, tem seus amigos, dois desajustados (inteligentes) como
ele, que gostavam de ler.
Não tinha corpo físico para ser um jogador de futebol
americano, com seus quase um metro e cinquenta não pesava mais
de 41 quilos, ele adorava escrever e desenhar, e sua personagem
predileta, era uma menina chamada Sheila. Isto quando não estava
perturbando sua pequena irmã, Paula, com suas perguntas.
Adorava a fantasia de ter um personagem que fazia o que ele
queria, ela era uma feiticeira, que tinha poderes mágicos, era a
imagem de uma amiga de infância, mas isto era entre ele e a
personagem, ninguém mais sabia, ou poucos lembravam da
pequena Sheila.
A menina das historias de Peter, aprendera tudo que sabia
nos livros escondidos no sótão da casa da avó, livros que estavam
muito empoeirados quando ela encontrou, mas os ajeitou bem
arrumados e organizados em seu quarto, ela vestia preto em quase
todas as ocasiões, a chamavam de Dark, mas ela não sentia-se
assim, o menino sempre inventava historias referente as
desventuras da escola, que viravam aventuras de Sheila.
Os finais dela eram sempre bons, bem diferente dos que ele
passava na escola, ele estava voltando da escola, viu que a casa dos
James, os seus vizinhos diretos, haviam tirado a placa de vende-se,
será que teria sido vendida, esta pergunta veio rápido a cabeça de
Peter, que vê o carro de mudança pondo varias coisas para dentro,
não viu os moradores, mas viu que os carregadores levaram muitas
caixas para dentro.

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J.J.Gremmelmaier
No dia seguinte o assunto da casa era que teriam novos
vizinhos e enquanto esperava o ônibus do colégio, Peter olha para
as casas vizinhas, para a casa dos James, foi inevitável lembrar de
sua infância, um sorriso triste lhe veio ao rosto com as lembranças,
estava distraído olhando a casa quando viu do outro lado da rua,
uma menina que poderia ser a sua descrição pessoal de menina
linda, o ônibus chegou e tampou sua visão dela, subiu rápido para a
ver novamente, numa cidade onde nada diferente acontece,
Comptche, alguém diferente a rua era algo a olhar, mas não estava
mais lá, ficou como bobo olhando para fora, tropeçou em um pé
esticado ao corredor e todos riram dele, a vergonha foi grande,
normalmente teria olhado para Caterine, a menina que ele achava
bonita de sua sala, mas recolheu-se e ficou a pensar na miragem
que tivera.
Sentou-se na segunda fila e foi quieto até a escola, adentrou
a sala em silencio, seu dois únicos amigos a escola estranharam
como ele estava quieto, abriu o caderno de anotações e desenhou o
rosto de Sheila e teve a impressão dela sorrir para ele, estava
distante quando o professor pegou o papel, esperou a bronca,
estava tão distante que nem sabia do que se falava na aula e ouviu
o professor dizer.
— Muito bem Peter, pensei que até você estava longe, mas
pelo menos você está anotando a aula!
O olhar de todos foram a ele, e quando o professor devolveu
o papel a sua carteira, Peter estudar não era novidade, mas para
ele as coisas estavam diferentes, estava longe, suas memorias
foram a seu avô, a sua infância, parecia que algo estava diferente,
olhou as anotações da aula, a letra parecia com a dele, mas não era,
e olhou o desenho ressurgir por cima e olhou para os amigos.
Paul, um de seus poucos amigos, olhou o desenho
ressurgindo, e passou um bilhete, talvez alguém mais poderia ter
olhado, mas ele desconversou, não sabia o que estava acontecendo,
mas a aula parou um momento quando a diretora da escola entrou
e apresentou a nova aluna, Peter não conseguiu acreditar, olhou o
papel e viu o desenho desaparecer, Paul e Call, olhavam a moça, e
a professora fala.

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— Alunos, esta é a nova colegas de vocês, Sheila James!
A menina olhou para Peter e não tirou os olhos dele,
impossível os demais não terem notado em uma turma de 22
pessoas, ela sentou-se a frente, e não olhou mais para trás,
prestou a atenção na aula, a cabeça de Peter estava perdida em
pensamentos, olhando o caderno, olhou os rascunhos do caderno,
eles haviam sumido, pegou seu caderno de desenho, pelo menos lá
ela ainda estava, mas sua lembrança lhe levou ao passado, de um
tempo que não ia a escola, um menino de 6 anos, brincando com
Sheila, a menina dos James, será que tudo que ele fizera foi manter
a memória viva de alguém de seu passado, olhou para os amigos,
sabia que alguém bonita como ela, logo estaria nas turmas mais
enturmadas, o intervalo de aula se fez, Call chega ao lado dele e
fala.
— Então Sheila existe, pensei que fosse uma fantasia?
— Uma fantasia infantil, uma linda fantasia infantil, nada mais
que isto!
— Acha que ela lembra de você? – Paul.
— Nem nos mais belos dos meus desenhos a imaginei assim,
mas vamos acordar, ela vai se enturmar, não é alguém que vá falar
com os 3 excluídos da escola!
Peter olhou para a menina sair, muitas outras foram falar com
ela, foram a cantina, e quando os das turmas superiores a viram,
caíram matando, carne nova numa escola de cidade pequena, Peter
estava olhando para ela, nem notou Ronald, um rapaz de 15 anos a
olhar para ele, levantar-se e ir a ele, o rapaz pensou em demarcar a
área, e chegou empurrando Peter.
— Pirralho, não permiti que olha-se para a garota, acha o
que?
Somente nesta hora Peter olhou para Ronald e falou.
— Permissão?
— Sim, a menina nova, não pode nem chegar perto dela!
Peter pensou em responder, mas dois outros já vinham apoiar
a idéia, a eterna forma de educação, o mais forte se impondo sobre

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o mais fraco, pensou em como poderia não fazer nada, e virou-se
para Ronald e falou.
— A menina tem nome, Ronald!
— E você sabe o nome dela, me impressiona, um patético
nada, sabe o nome da menina?
— Sei, mas nada que interesse a você, quer saber o nome
dela, se ela não lhe disse, não serei eu que direi!
— Esta me insultando pirralho?
— Quem sou eu para isto!
Ronald pega Peter pelo colarinho e ia falar algo quando sentiu
uma mão sobre a dele, olhou e era a menina, encarando-o.
— Ronald, melhor cantar as meninas que gostam de
ignorantes, pois com Peter, não vai mexer!
— E o que vai fazer!
Ronald nem viu de onde veio o choque, mas soltou Peter e
virou-se para ela e falou.
— Vai defender este pirralho, ele nem homem é!
Sheila mede Robert de cima a baixo, e fala.
— Ronald, es uma criança ainda, nem imagina o que as
meninas de sua sala falam do que tem entre as pernas, melhor não
me forçar falar, aqui em plena cantina!
— Eu vou..
— Vai me bater, gostaria de ver se é homem para isto!
Todos estavam olhando a menina quando um dos seguranças
do colégio chega perto e pergunta.
— Algum problema aqui?
Ronald olha para o rapaz e se afasta com os seus, Peter
pensou que a Sheila sentaria entre eles, mas nem olhou para ele,
voltou para a mesa das meninas, e sentou-se.
— O que aconteceu, alguém entendeu? – Paul.
Peter olhava para a mesa de menina, alguém se atreveu a
enfrentar Ronald, Sheila não sabia com o que estava mexendo, e
Call perguntou.

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— Eu ouvi direito, ou ela veio aqui lhe defender? – Fala
olhando Peter.
Peter pensou em falar algo, mas a menina nem olhava para
ele, por que seria, ele voltou a sala, mais duas aulas e voltar para
casa, como poderia ser a menina dos James, senta-se olhando para
o caderno e escreve.
―Como pode ser você?‖
Ele olha a frase mudar as letras e ficar.
―Peter, não duvide do que sempre soube que aconteceria!‖
O menino chacoalha a cabeça e pensa se estava a ficar
maluco, olha a letra, a das anotações da aula anterior e sem olhar
para ela, nem para os amigos, fixa a vista na professora, e escreve.
―Sabe o que fez lá na cantina, é suicídio!‖
As letras novamente mudam de lugar, e fica.
―Ronald é um palhaço, mas eu cuido dele, ou esqueceu que
me deu super-poderes!‖
Ele lê e se assusta.
―Não eram super-poderes, mas como você sabe?‖
―Certo, são parte de um aprendizado de feitiçaria, que aprendi
sozinha nos livros de minha avó, isto é o que eu falo, mas sabe que
não é assim!‖
―Você não respondeu!‖
Não houve resposta, a professora estava ao lado dela, a olhar
o que ela escrevia, e falou, olhando para os demais.
— Classe, pelo jeito teremos novos alunos disputando a
melhor nota da sala!
As demais meninas olham para ela, ficou obvio que ela não
era apenas um rostinho bonito, e os rejeitados sorriram, eles eram
as notas altas, os demais, B+, mas poucos tinham o numero de A+
de Peter, mesmo Call vira e volta ficava com dois ou 3 B+, e a
professora olhou para Peter e falou.
— Peter, pelo jeito terá alguém para disputar nas notas, no
fim do ano!
— Não pretendo disputar com ela, professora!

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J.J.Gremmelmaier
— Por que não, acha que ela não lhe é páreo?
— Não é isto, eu não sou páreo para Sheila James, ela me
supera no calculo desde os 5 anos, não tenho como ganhar dela!
A sala ouve a afirmação, era obvio que os dois se conheciam,
mas Catarine olhou para Peter, e pensou em quem era a menina, e
Sheila olhou pela primeira vez em aula para Peter, virando-se.
— Mas sempre é um bom páreo para competir, ou vai desistir
antes de tentar!
Peter sorriu, um desafio a nível cultural era algo que não era
padrão de aulas de matemática, não naquela turma, talvez não
naquele colégio, mas olhou nos olhos de Sheila e viu o brilho,
aquele que lhe encantava quando criança, e falou.
— Perderei competindo!
Alguns sorriram na sala, alguém capaz de ser bonita, e
inteligente como os excluídos, Catarine olha para moça, alguém que
não veio disputar os rapazes mais bonitos do colégio, e sim, Peter,
ficou claro quando ela levantou-se na Cantina e foi a Ronald, que
ela tinha coragem de encarar perigos, por algo que acreditasse,
embora os dois ainda não tenham estado a sós no colégio, Caterine
podia jurar que Peter sabia bem mais da menina que os demais,
lembrou da frase e pensou, 5 anos, isto é desde a infância, quem
era a menina, a cidade era pequena, todos se conheciam, ficou a
pensar mas não conseguiu nada em sua mente, e quando todos
saíram do Colégio, Ronald estava lá fora a esperar Peter, mas algo
dizia que as coisas estavam a sair do lugar, estava sozinho,
encostado na entrada do ônibus.
— Algum problema Ronald!
— Avisa aquela sua amiga que a próxima vez que ela mexer
comigo em publico, não me importa se é uma menina, eu quebro o
nariz dela!
— Ronald, melhor não tentar isto!
— Vai querer defender ela?
— Não, mas se você bater nela, eles lhe expulsam, sabe disto!
— E quem vai me expulsar, meu pai dá um jeito!

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J.J.Gremmelmaier
— Acho que nem seu pai iria aceitar você batendo em uma
menina!
— Você não tem nada a ver com isto, dá o recado para sua..
— Ele não é mensageiro, Ronald, quer falar algo para mim! –
Sheila.
— Você pega este ônibus? – Ronald.
— Sim, mas o que estava falando!
— Que a próxima vez que me desmoralizar em publico, lhe
quebro o nariz!
Sheila sorri e fala.
— Ronald, não precisamos brigar, não mexendo com meu
amigo, o resto, não me diz respeito!
— Amigos? Mas não é nova na cidade?
— Na verdade não, apenas fiquei ausente 5 anos, mas a
cidade mudou muito neste tempo! – Ela sorriu olhando em volta –
Diminuiu bastante nos últimos 5 anos!
— Você nasceu na cidade?
— Isto é um interrogatório?
— Sim, você me desmoralizou em publico!
— Ronald, desmoralização seria se o segurança não tivesse
chego, então se você acha ruim o que aconteceu, melhor não tentar
de novo, e todos ficamos bem!
Ronald olha para Sheila e pergunta.
— E como alguém como você faz amizade com um destes ai?
— Ronald, fala para a Guerda que qualquer dia passo lá para
ela fazer aquele bolo de espinafre que somente ela consegue fazer,
e explico o que você não esta entendendo, agora o ônibus esta
saindo!
Os dois entram no ônibus, sobrou somente dois lugares, e
Peter senta—se ao corredor e fala.
— Ainda gosta da janela!
Ela sorriu, e sentou—se, os dois não falaram, os pensamentos
de Peter estavam tão longe, mas os mais distantes eram os de
Ronald, que ficou a pensar em quem era a menina, conhecia sua
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J.J.Gremmelmaier
avó, pegou a bicicleta e foi a casa da avó, sua mãe estava
trabalhando nos postos de seu pai, entra e a avó estranha e fala.
— O que andou aprontando Roni?
— Nada avó, uma menina me deixou intrigado!
— Esta apaixonado?
— Não, deus me livre, mas ela disse que viria qualquer dia,
para a senhora fazer aquele bolo de espinafre, lembra quando a
senhora fazia para a gente?
— Lembro, mas faz anos que não faço, teria de ver se acerto!
— Mas a menina sabia que a senhora fazia, mas não lembro
dela!
— Como é o nome da menina?
— Sheila James!
— Ela ainda anda grudado com o Peter?
— Ela esteve longe 5 anos, mas já estão voltando a falar, mas
não lembro dela, como alguém bonita daquele jeito, não me
deixaria lembrança!
A avó levanta—se e pega uma caixa e pega umas fotos e fala.
— Acho que tem uma foto dela no seu aniversario de oito
anos!
A avó pega uma foto onde tinha o aniversariante em destaque,
atrás vários dos seus amigos atuais, e ao chão sentados um
casalzinho de Bruxos, Peter e Sheila, e a avó fala.
— Aqui, eles sempre foram grudados!
Ronald olhou a foto e olha a menina e fala.
— Mas era uma criança! – Ele fixa em sua aparência — Eu era
uma criança, como ela lembra de sua torta!
— Ela e Peter falavam que eu era uma Bruxa, pois somente
bruxos para acertar o ponto da torta de espinafre, os dois sempre
estavam juntos, até os pais dela saírem da cidade, isto já faz uns 5
anos mesmo, mas sabe se os pais dela voltaram?
— Não, por que avó!
— Eles saíram da cidade quando o irmão mais velho da
menina morreu, lembra do – a senhora põe a mão sobre a foto, um
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J.J.Gremmelmaier
menino – Robert, vocês andavam juntos quando ele resolveu fugir
de casa, e apareceu morto dois dias depois, como se tivesse pulado
da ponte de Manchester, não lembra dele!
Ronald olha para a foto, lembra do rapaz, um encrenqueiro,
um dos modelos que ele seguiu na vida, nunca souberam bem o
que aconteceu com o menino, ele tinha 10 anos quando isto
aconteceu, a cidade parou para o enterro, mesmo sendo novo e
desligado, Ronald lembrava.
— Ela é a irmã do Beto?
— Sim, ela gostava muito do irmão, dizem que ela não
conseguia sair do quarto do irmão e os pais se mudaram para Los
Angeles, mas bom ver que ela já esta se enturmando com os
antigos amigos!
— Mas não eram eles os donos do James Supermercado e da
franquia do MacDonald?
— Pelo que sei ainda são, eles eram dos mais ricos da cidade,
mas a catástrofe com o filho, abalou muito eles, imagino o que deve
ser perder um filho de 10 anos, deve ser terrível!
Ronald foi a praça e lá viu os dois amigos, e Michael falou.
— E daí Ronald, vamos aprontar o que com a menina, não vai
deixar barato?
— Vou deixar barato!
— Mas por que, ela lhe afrontou!
— Ela é irmã de um antigo amigo, lhe devo no mínimo
respeito!
— Ela é irmã de quem?
— Lembram do Beto James?
— Não!
— Esta falando daquele caso que contam de um menino que
pulou da ponte, aquela do trilho de trem?
— Sim, ele era meu amigo, ela era uma criança quando isto
aconteceu!
— Então você a conhecia, e não falou nada!

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— Às vezes confundo coisas tão antigas, mas melhor deixar
ela em paz!
— E aquele pirralho do Peter!
— Deixa os bruxinhos em paz, Michael!
— Quem?
— Eles se vestiam de Bruxinhos quando criança, Sheila e
Peter nunca se desgrudavam, deveria saber que ela viria defender o
amigo, quem dera tivesse prestado mais atenção, não teria pagado
o mico!
— Esta falando que aquela menina que ia as suas festas e
ficava a brincar com Peter, os dois de Bruxinhos, é aquela gata! –
Fala Angel, que chegava ao grupo.
Ronald balança a cabeça afirmativamente.

O ônibus deixou os dois em frente à casa dela, e os demais do


ônibus viram os dois ficarem ali, um diante do outro, enquanto o
ônibus se afastava, Peter olha para ela e pergunta.
— Não vai me explicar nada?
— Sim, mas sua mãe deve estar com aquele lanche da tarde
pronto!
— Esta se convidando a ir a minha casa?
Sheila puxa Peter e adentram a casa e Peter fala.
— Mãe, lembra de Sheila?
A senhora olha a menina, mede ela de cima a baixo, e fala.
— Vai me dizer que vocês voltaram a morar ai ao lado?
— Sim senhora Mari, como este seu filho tem se comportado
em minha ausência?
— Sempre deslocado, sabe que ele nunca foi de ter amigos, e
você, cresceu, esta linda!
Sheila fica sem jeito, e fala.
— Sabe que todos falam isto, me acho ainda aquela menina!
— E seus pais?
— Devem voltar dentro de uns 15 dias!
— Veio sozinha?
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J.J.Gremmelmaier
— Eles me mandaram desbravar o caminho, acho que eles
ainda tem receio em voltar!
— Imagino!
Sheila vê que o assunto iria para um lado que ela não queria e
falou.
— E aquele lanche da tarde ainda sai, ou ficou no passado!
— Sai, mas nunca consegui fazer aquele bolo de espinafre!
— Qualquer dia faço um para a senhora, agora eu sei o
segredo!
— Então qualquer dia me ensina, mas qual é o segredo?
— Feitiçaria, ou acha que qualquer um faz aquele bolo!
Mari sorriu, lembrou dos dois bruxinhos e foi inevitável olhar
para os dois como aquelas crianças de um passado distante.
Os dois lancharam e Peter acompanhou ela até a casa ao lado,
a menina convidou ele a entrar, cada passo uma surpresa, os olhos
do menino estavam confusos, a casa estava diferente, não era a
antiga casa dela e sim a que ele desenhara, no lugar de uma sala na
entrada, uma biblioteca, e Sheila foi até ele e perguntou.
— Peter, preciso conversar!
— Eu também, esta não é a sua casa, é a que desenhei, não
haviam estes livros, o que esta acontecendo?
— Isto que quero saber, pois há muitos anos queria voltar,
desde que começou a falar em minha mente!
— Falar em sua mente?
— Como você fez hoje na aula de Matemática!
— Mas eu não falei em sua mente, eu escrevi, e a resposta
veio em forma de palavras escritas! – Fala Peter que achava só falar
a mente de sua mãe e irmã.
— Do que esta falando?
Peter explicou, e ela falou.
— Poderia ver estes desenhos?
— Sim, mas não estou entendendo, pensei que você estava
me induzindo com magia, e diz que sou eu?

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J.J.Gremmelmaier
— Na verdade você me indicou cada saída de encrenca que
tive em minha vida, Peter, não sei como sabia, lembro de uma
menina que me desafiou na saída de meu colégio, você me disse
que o joelho dela era o ponto fraco, a menina tinha com certeza
mais do que o dobro do meu tamanho, depois daquilo, nunca mais
ninguém mexeu comigo, mas foi você que me falou!
— Eu já volto! – Peter volta a sua casa e pega a serie de
cadernos que desenhava as historias, não entendia o que estava
acontecendo, mas sabe do que Sheila estava falando, ele desenhara
isto, mas pensou estar inventando a historia, e não interferindo em
uma vida, ele adentra a sala, e a menina puxava um dos livros, e
falou.
— Você sempre me disse que o livro das Bruxas, era de capa
vermelha com o símbolo da Chave de Jacob Böehme, — a menina
puxa o livro de capa vermelha, com o símbolo, e o que era um
armário se abre, como nos desenhos de Peter, lá dentro, duas
cadeiras, uma tela de plasma, dois computadores, e livros bem
antigos, símbolos pintados a parede, mas não havia na estrutura da
casa aquela peça, era como um portal, pois a sala era imensa, e os
dois adentram a sala, e a parede se fecha as costas dos dois, era o
mundo de Peter, uma mundo que ele só dividia com sua mãe e irmã,
e de repente alguém mais vem a entrar nele – sempre sonhei com
este lugar, fora do tempo!
Peter põe o caderno sobre a mesa, e ela olha numerado de 60
episódios, e olha para ele e fala.
— Você escreveu isto até onde?
— Eu desenhei o dia de ontem, mas faz muito tempo, o
primeiro capitulo, o resto veio em conseqüência, nas historias você
já tem 14 anos! – Peter põem na pagina que começa a historia, ela
adentrando a sala, e os dois se olhando, e passa duas folhas e vê
ela enfrentando Ronald, e ela fala.
— Quer dizer que você já me preparou para isto, como fez? –
Sheila.
— Não sei, isto aqui é um sonho, não estamos mais em sua
casa, estamos em um mundo que desenhei a mais de 2 anos! –

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J.J.Gremmelmaier
Peter olha a menina, estava a abrir algo que era particular em sua
vida, a forma de encarar as coisas, de procurar a magia em tudo.
Sheila olha o local, liga os monitores, olha os livros internos,
muito mais velhos, pega um e fala.
— Pode me explicar como sei ler hebraico?
— Isto é uma das coisas que você pode fazer, pegar um texto,
em qualquer língua e ele lhe fornecer o conteúdo, mesmo sem
entender as letras, como Russo, Chinês, Japonês, hebraico, sei que
você pode!
— Esta a me dizer que você passou para mim todos os dons
para enfrentar o mundo, e ficou com o que, os excluídos?
— Nos chamamos de os sinceros! – Pegou o caderno e
escreveu ―Os Sinceros!‖
— Não entendo como faz isto! – Sheila olhando que ele
escreveu, e vê a resposta dela vir em escrito e sorri.
— Tem algo que tenho de falar para você, você vai me achar
louco! – Peter.
— Fala, mais maluquice que isto, o que seria?
Peter pega um caderno, igual aos anteriores, mas estende
para ela, e fala.
— Seu irmão me deu dois dias antes do dia que sumiu!
Ela pega tremendo, algo de seu irmão, e olha serio os
desenhos, ele estava em seu quarto, desenha no papel uma replica
de seu quarto, e um túnel de trem na parede do quarto desenhado,
os desenhos mostram ele atravessando o túnel, atravessando a
ponte, parando no meio da ponte, sentar—se e desenhar ele
invisível, um trem passar e não o atingir, nem o vê, ele levanta—se
e olha para baixo, vê um corpo sobre o rio, e desenha um portal lá
em baixo, Robert olha para ele mesmo, morto ao chão, olha os
olhos, e este sorri para ele, Robert olha para cima, a grande ponte,
olha para a queda de água no fundo do vale, formado pelo pequeno
rio ao lado, pega o papel e desenha um portal para lá, e surge
diante da imensa queda de água, olha em volta, desenha seu quarto,
e chega em um dia, o calendário da parede aponta, 14 de novembro
de 2022, ele senta—se ao seu quarto, olha ele vazio, olha tudo em

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J.J.Gremmelmaier
volta, e tenta desenhar qualquer coisa, não consegue, senta—se e
espera algo sentado ao chão do quarto.
— Esta a me dizer que meu irmão lhe deu isto, e não me
mostrou?
— Sheila, nos falamos duas vezes depois daquele dia, antes
de você ir embora, e somente agora acredito no que tens em mãos!
— Acredita em que?
— Seu irmão descobriu os livros, lembra que ele contava esta
historia para você dormir, foi você que me transformou em um
bruxinho, os dois bruxinhos de Comptche, mas ainda esta confuso
para mim, mantive a magia aberta em mim, mas nunca me ative a
isto!
— O que mais ele lhe falou aquele dia?
— Nada, ele me viu brincando do lado de fora, como sempre,
e me deu o caderno, acho que ele falou algo sobre eu desenhar
melhor que ele!
— Já tentou desenhar algo sobre o que ele desenhou, ou
mudar a historia?
— Não, mas podemos tentar, mas Sheila, temos de cuidar
com isto, sabe que faltam mais de 10 anos para a data que ele
desenhou!
— Mas será que ele poderia antecipar algo assim?
— Se eu o fiz, por que ele não o faria!
— Mas por que ele se mataria?
— Não entendeu, ele não se matou, mas algo esta reservado
para ele no futuro, e teremos de cuidar dele!
Peter pega seu lápis de desenho e faz alguns desenhos,
tentando recuar o tempo, e desenho se desfaz, como se fosse longe
demais, os dois estavam a tentar quando uma frase veio ao papel,
Peter sentiu—se arrepiado, os dois olham a frase.
―Quem esta ai?‖
―Peter!‖
―Em que anos esta, Peter?‖
―2012! Quem esta ai?‖

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J.J.Gremmelmaier
―Sou eu, Robert, mas para mim foram dias!‖
Sheila olha assustada, e fala.
— Pergunta como fazemos para o trazer de volta!
O papel respondeu.
―Não sei, nada que desenho fixa, as palavras são rápidas, se
lê antes de sumirem!‖
―Mas como foi parar ai?‖
―Estava lendo um livro de capa vermelha, nele descreve a
interligação dos atos, do tempo, da teoria de caos e das magias,
primeiro da falada, mas não sabia pronunciar hebraico, e depois as
escritas, mas não entendo o que aconteceu!‖
―Eu entendi!‖ – Peter.
―Entendeu?‖
―Sim, a versão a minha mão, precisa de uma versão diferente
da historia, mas não sei como fazê—lo, você esta preso na realidade
que desenhou, aquela que me presenteou!‖
―Faz sentido, mas o que acontece se der fim ao caderno?‖
―Não sei, mas Robert, seu corpo foi encontrado embaixo
daquela ponte, a 5 anos!‖
―Melhor não arriscar, mas a solução deve estar naquele livro!
Espero que consigam!‖
―Vamos tentar, se não, nos vemos em 10 anos!‖
Peter fecha o caderno e olha para Sheila e uma lagrima tinha
aos seus olhos, ele a abraçou, olhou em seus olhos e falou.
— Vamos ajudar ele!
— Mas esta a me dizer que ele esta vivo?
— Não sei, Sheila, mas teremos de tentar, e por mais que
consigamos, não tenho noção do que isto faria na vida das pessoas,
vamos ter de ler o livro!
Sheila pega o exemplar na prateleira, um em hebraico, outro
em alemão, e outro em inglês, e falou.
— Melhor este!
Ela começou a ler e não entendeu muita coisa, ela estava a
tentar entender quando eles viram a tela de plasma se acender,
25
J.J.Gremmelmaier
Mari, a mãe de Peter estava a vir para ali, tinham de voltar ao
mundo real, e os dois se olharam, ela pegou o exemplar, e voltaram
a sala, os dois estavam a olhar o livro quando a mãe de Peter
entrou e olhou a sala cheia de livros e falou.
— Bem diferente, estão fazendo o que?
Os dois olham para a senhora e Peter fala.
— Vendo os livros antigos que vieram na mudança, tem uns
bem interessante! – Sheila.
— Só vocês dois, a maioria dos pais pensaria que estão
aprontando e os dois lendo! – Sorri Mari que sabia muito bem o que
o filho estava fazendo.
— Mãe, algum problema?
— Não, é que quando você saiu a poucos segundos lá de casa,
deixou este caderno cair!
―Segundos‖ pensou Peter, e olhou o caderno, a muitos anos
não olhava aquele livro, era do tempo que estava a aprender a
desenhar, suas primeiras historias, quando ele tinha 5 e 6 anos,
eram rabiscos, e quando ele abriu, tinha o primeiro esboço do rosto
de Sheila, a menina olhou para ele e falou.
— Isto que é gostar de desenhar alguém! – Sorriu e Peter
ficou vermelho, e olhou sua mãe que falou.
— Ele sempre desenhou esta menina, mesmo – Mari olha para
Sheila, para o desenho – desculpa, nunca tinha ligado desenho a
pessoa!
Peter deve ter ficado roxo, pois ele sentia o rosto quente e os
pensamentos se perdendo e olhou os desenhos e olhando para um,
lembrou do local, e assim que sua mãe saiu, ele virou—se para a
amiga e falou.
— Tenho de tentar algo!
— O que!
Os dois subiram as escadas no sentido do quarto de Robert,
adentraram a porta, talvez fosse apenas a impressão de que
estavam fazendo algo errado, mas os dois se arrepiaram, olham em
volta e vêem um desenho na parede, ainda estava lá, e Sheila olhou
para ele e falou.
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J.J.Gremmelmaier
— É arriscado para fazermos isto!
— Eu sei, mas precisava saber o por que algumas coisas
acontecem!
— Como o que?
— Eu estava olhando os meus desenhos, eu desenhei os
portais, dois anos antes de seu irmão!
Peter abre o caderno e mostra para Sheila, e era o quarto de
Robert, se via os detalhes da janela, o quarto estava vazio, e isto
quer dizer, algo a muito estava atraindo ele para lá.
— Mas isto é impossível!
— Sim, estamos falando de 7 anos atrás, antes de tudo, algo
realmente esta preso nesta casa, temos de saber o que é, posso
estar errado, mas vamos com calma!
— Errado sobre o que?
— Alguém esta pedindo ajuda, para ser libertado, mas isto
levou seu irmão, posso estar enganado, mas acho que começo a
desconfiar!
— E acha que não vai me contar?
— E um dia consegui manter segredo para você! – Riu Peter.
Ela sorriu e os dois desceram a escada, e sentaram—se a sala,
lendo um pouco de livro, era um inglês antigo, difícil de entender,
desde a caligrafia, pois fora escrito a mão, até os termos, o que os
forçava as vezes discutir o sentido da frase, estavam a ler quando
Sheila olhou para Peter e falou.
— Só não ache que vou me enturmar com aquele seu grupo!
— Achei que iríamos voltar a usar chapéu de bruxa! – Sorriu
Peter.
— Não brinca! Aqueles seus amigos são patéticos!
— São meus amigos, se precisar um dia, de alguma coisa, me
fale! – Falou serio Peter.
— Você quer continuar andando com eles, tem até algumas
meninas da frente que olham para você, e esta perdendo tempo lá
atrás!

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J.J.Gremmelmaier
— Não estou interessado em impressionar, Sheila, eu em si
não preciso ser bajulado, mas sinta—se à vontade para se enturmar
com os demais!
— Pensei que seriamos uma dupla novamente? – Sheila.
— Somos, nunca deixamos de ser, pelo que percebi, mesmo
eu ignorando isto, mas não quer dizer que vou deixar meus amigos
no passado, por mais que nunca tenha tido nada contra os demais!
— Você me fez popular, e quer ser o ratinho feio?
— Eu não lhe fiz popular, toda vez que desenhei algo, foi
pensando em o que você faria, mas não entendeu isto!
— Mas acho errado você continuar a se isolar, agora estou de
volta!
— Eu nunca ia aos lugares pelos demais, apenas por você,
mas se quer se enturmar, não acho ruim, faz parte de sua
personalidade, mas não da minha!
Ela estava lendo algo e parou diante de uma frase.
―Todo o tempo é conectado por uma citadina renque de linho,
as famílias são uma linha, os amistosos são a chave, e os afetos a
porta!‖
— Isto, acho que confirma o que acho! – Peter.
— Sobre o que?
— Sheila, sei que era pequena, mas o que lembra da vida de
sua avó!
— Por parte de mãe ou pai?
— De mãe, a que era Navajo!
— Dizem que minha avó era uma curandeira Navajo, ela
curava os índios com benzimentos e chás naturais, ela depois virou
uma nova cristã, ela converteu parte de seu povo, mas depois dos
70 se enfurnou na sua casa, lá nas montanhas, e morreu sozinha,
dizem que ela estudava relatos bíblicos, e coisas do gênero, meu
irmão inventou a historia do sótão de minha avó, eu nunca nem
soube onde era a casa dela, alguns dizem que fica na reserva, que
ela montou!
— Eu sei onde ficava a casa dela!
— Você sabe?
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— Sim, acampei com meu pai na região a mais de 4 anos, e
me lembro que quando vi o lugar me parecia que já conhecia de
algum lugar!
— Você o havia desenhado!
— Sim, eu havia desenhado! – Ele abre o caderno, mas falou
– Mas a casa já não estava lá, tem apenas os alicerces da casa!
Sheila olha a queda d‘água aos fundos e fala.
— Esta a me dizer que meu irmão foi atraído para lá, mas o
que aconteceu?
— Não sei, acha que virei bruxo de verdade quando, que
saiba a poucos minutos! – Peter foi bem cauteloso em falar o que
sabia.
— Você acha que minha avó que esta presa lá, e esta
tentando avisar alguém?
— Não sei ainda nada, Sheila, mas que é algo estranho, seu
irmão ser encontrado a menos de 200 metros de onde era a casa de
sua avó, isto é!
— Mas o que faremos?
— Primeiro vamos estudar isto, sabe se sua avó deixou algo
com seus pais?
— Minha mãe sempre falou que ela desenhava muito, adorava
pássaros, mas não sei se ela guardou algo assim por tanto tempo!
— Temos de tentar, isto tudo é um sonho, o dia começou
normal, e olha só o que vez em minha vida em apenas um dia! –
Fala sorrindo Peter.
— Mas ainda não sei o que faremos?
— Você estuda este livro, eu vou para o sótão de minha casa
tentar desenhar, acho que se isto for um aviso, pode ser que eu
consiga algo para seguirmos!
Sheila olha em volta e fala.
— Será que sua mãe conseguiria um quarto para eu passar
uns dias?
— Acho que ela vai ficar preocupada, mas vamos nesta, acho
que a janta já deve estar quase pronta!

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J.J.Gremmelmaier
Os dois foram à casa de Peter, Sheila explicou que estava com
medo de passar lá a noite, sozinha e Mari ajeitou uma cama no
quarto de Paula, a irmã de 5 anos de Peter, que Sheila nem
conhecia, ela sorriu e Peter pegou um caderno, de desenho e subiu
ao sótão, ele tentou por um tempo, e pegou no sono.

Peter parece acordar, as janelas batendo, o vento soprando


forte, ele tenta fechar a janela do sótão, começa a chover e ele
escorrega na água entrando na janela e ela abre totalmente, um
relâmpago lá fora clareia a peça, ele olha em volta, as luzes se
apagam, fica assustado, não estava mais no sótão de sua casa, ele
olhou o chão da peça, e viu os desenhos ao chão, como se alguém
tivesse desenhado com uma faca, ao soalho, estava em relevo,
correu ao seu caderno, apalpou o chão, e não o achou, começou a
olhar os quadros, eram 5 por 4, 20 quadros, ele olhou o primeiro,
uma senhora sentada em sua cadeira a olhar para fora, a queda
d‘água ao fundo, olhou o quadro seguinte, a senhora tinha o livro
vermelho sobre o colo, pagina 431, ela olhava uma figura, que não
ficou claro do que era com a pouca iluminação do lugar, olhou o
terceiro quadro, ela pegando um caderno, e um lápis, no quarto ela
desenha um portal em frente a queda de água, o quinto mostra ela
passando no portal, mas ele tentou ver o que tinha no sexto quadro,
mas viu o chão pegar fogo, o fogo atinge tudo em volta, Peter sente
o calor, olha em volta, sente o chão ceder e sente o corpo cair,
sente como se atingisse o chão, abre os olhos e vê alguém acender
a luz do sótão, era Sheila, que ouvira o grito, ele estava suado,
olhou em volta, estava de volta, sua cabeça estava confusa, o que
estava acontecendo, pegou o caderno, ia desenhar e pensou, não,
olhou para Sheila e falou.
— Aconteça o que acontecer, Sheila, não desenhe, mesmo
que pareça uma boa idéia para salvar uma idéia, e se eu for
desenhar, mesmo que para algo simples, pense se é necessário!
— Por que? – Fala assustada. – Por que gritou?
Ao lado dela chegava Mari ele olha a mãe a porta e fala.
— Adormeci e tive um pesadelo, nada de mais!
Mari olha para a menina e fala.
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J.J.Gremmelmaier
— Melhor voltar a dormir, menina!
Peter confirma com a cabeça e ela desce e Mari olha para o
filho e pergunta.
— O que sonhou filho, lembro que sonhou com Roberto no
dia que ele morreu?
— Eu sonhei com ele?
— Sim, disse que via ele estático sobre uma ponte de ferro,
quando falei isto para o delegado, ele verificou o local, foi assim que
acharam o corpo!
— Não lembro disto, mãe!
— Você estava assustado, suado como hoje!
— Sonhei com a avó de Sheila, mas eu não a conheci!
— E como sabe que era ela?
— Pois ela olhava pela janela da cabana dela, e via a grande
cachoeira ao fundo, sabe o que fizeram da casa dela que tinha
naquele lugar?
— Não sei filho, por que?
— Curiosidade, eu sonhei que a casa pegava fogo, mas sei
que não está lá, já acampei com o pai lá há uns anos!
— A região fica na reserva, mas não sei se alguém lembra
disto!
— Acho melhor dormir no quarto!
— Você sempre vinha aqui para desenhar, pelo jeito desenhou
hoje bastante, e pegou no sono!
Peter ia dizer que não desenhou nada, e viu o caderno todo
desenhado, olha aquilo, não fora ele que desenhara, pegou o
caderno e desceu para o seu quarto, reconheceria o desenho, o
estilo era de Roberto, ele estava olhando os desenhos há horas
quando adormece, pela manha quando foi acordado por sua mãe,
estava com a marca do caderno ao rosto, tomou um banho, e a
família se encontra a cozinha, e Peter fala com o pai, rapidamente
antes dele sair correndo para o mercado, Sheila desceu depois,
brincando com Paula, e os dois foram esperar o ônibus, adentraram
a sala, cada um para o seu lugar, Sheila a se enturmar, os amigos

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J.J.Gremmelmaier
de Peter lhe fizeram perguntas que não responderia, e quando Call
perguntou.
— Vocês estão namorando?
— Call, ela é uma amiga, mas somos os excluídos, ela em
pouco tempo será das rodas mais agitadas, não que eu tenha nada
contra, mas podemos até ser amigos, mas não somos mais os dois
bruxinhos!
— Dois Bruxinhos?
— Quando tínhamos entre 6 e 8 anos, eu e ela vivíamos
grudados, sempre de chapéu de bruxo, a cidade nos chamava de os
Bruxinhos de Comptche, éramos crianças felizes, mas os demais nos
davam muitos doces no dias das bruxas, acho que de tanto falarmos
em bruxaria, eles acreditaram!
— Mas eu vi você falando com ela escrevendo em seu
caderno!
— Está falando de que?
— Rapazes, truques são fáceis, bruxaria seria, somente com
muita experiência!
— Fala como se eu não tivesse visto você rascunhar o rosto
dela, e o professor ver apenas cálculos!
Peter sorriu, ele nem sabia como aquilo acontecera, estava
sendo atraído para algo, mas sabia que tinha alguns dons, e teria de
cuidar com eles, uma vez desenhado, não tinha saída, seria daquele
jeito, não teria como mudar, olhava para o caderno e pensou em
como ele calculava algumas coisas, pensou se tudo que ele escrevia
não se adaptava ao querer de quem lia, se fosse assim, estaria
sempre numa farsa, e não gostava disto, não escreveu nada no
papel, quando certas coisas aconteceriam, ele não sabia, mas queria
saber sobre o caso da avó da menina e tinha alguém que poderia
lhe esclarecer, as imagens que ele vira no dia anterior lhe
assustaram, ele no intervalo, foi a parte do campo de futebol,
atravessou ele, Ronald olhou—o mas nada falou, bateu em uma
pequena casa, onde morava um senhor que cuidava das plantas do
colégio, este olhou para ele e perguntou.
— Esta perdido rapaz?

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J.J.Gremmelmaier
— Não, precisava trocar uma idéia senhor!
— Desculpe, mas não falamos com alunos!
— Precisava senhor, é sobre a avó de uma menina, queria
saber se o senhor conheceu?
— Avó de quem?
— De Sheila Jones!
— Quer saber o que sobre a curandeira, estranho alguém do
colégio querendo saber sobre alguém como aquela senhora!
— O senhor a conheceu?
— Sim, eu era um jovem, quando ela se isolou em seus
estudos, na reserva!
— O senhor saberia o que aconteceu com a casa dela, preciso
saber!
— Menino, nada referente a aquela casa lhe interessa, se esta
interessado nisto, desiste!
— Mas precisava saber o que fizeram com a casa?
— Nossa tradições são nossas, não permitiremos que você
tenha acesso, vocês já acabaram com a nossa cultura, agora
querem se apossar do que é nosso!
— Não entendi, a casa ainda existe?
— Pensei que soubesse disto?
— Desculpe, apenas sonhei com ela, esta noite, estava ela a
janela, em uma cadeira, no sótão, o chão do mesmo estava todo
desenhado a canivete ou faca, em alto relevo, mas quando tentei
olhar o escrito, a casa pegou fogo, mas se não pode me falar,
desculpe!
— Mas como você sabe que era ela, você não tem idade para
a conhecer!
Peter pega o caderno que tem a mão e mostra a figura, e o
senhor fala.
— Era ela, mas como você sabe que o chão do sótão foi todo
esculpido?

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— Não sei, pensei que ela desenhou o portal, mas não, ela o
esculpiu, mas desculpa, estava apenas querendo achar um caminho
de volta, mas não deve saber do que estou falando!
— Você sabe do caminho de volta?
— Não, ninguém fala comigo sobre isto, mas é obvio que
alguém quer voltar, eu conheço duas pessoas que o querem, mas se
o senhor não pode me ajudar, entendo!
— Como se chama menino?
— Peter, mas agora tenho de ir, obrigado!
Peter atravessou o campo e o senhor, descendente dos
Navajos ficou a olhar o menino, a muito não ouvia de alguém
sonhando com a curandeira, muitos na aldeia sonharam com ela nos
dias após seu sumiço, tentou lembrar mais alguma coisa, mas não
lembrou, e ficou a olhar o menino passar pelo meio do campo,
chegou quase junto com a professora a sala, os amigos
estranharam a ausência dele, a própria Sheila estranhou, mas o
menino estava decidido a ir ao fundo do poço, e olhando a aula,
prestou a atenção, ia desenhar algo, segurou o papel, e viu se
materializar em seu caderno a pergunta.
―Onde se escondeu?‖
―Estava a descobrir o que fizeram com a casa de sua avó, mas
não descobri nada!‖
―Mas por que?‖
Call olhava ele fazer aquilo, era obvio que ele estava a falar
com a amiga, mas como faziam isto.
―Ela esculpiu no chão da casa o que faria, mas sonhei com a
casa pegando fogo, mas acho que ela não pegou fogo ainda, e
depois tenho de lhe mostrar algo!‖
―Algo?‖
―Seu irmão pediu ajuda!‖
A menina olhou para traz, obvio que os olhos dela estavam
cheios de água, os olhares se cruzaram, não era algo normal,
muitas meninas repararam no ar triste do olhar, obvio que os
pensamentos foram para o que aconteceu na lanchonete, ela

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J.J.Gremmelmaier
conversando com Ronald, e Peter sumido, muitas idéias erradas se
fizeram naquele dia.

As aulas acabaram e Peter ficou um pouco mais, tinha de tirar


duvidas sobre seu trabalho de ciências, enquanto isto, Sheila saiu e
foi em direção ao ônibus, quando Peter chegou lá, Sheila e Ronald
estavam se beijando, ele passou por ela, e adentrou o ônibus, ela
ficou sem jeito, e pediu desculpas a Ronald e adentrou ao ônibus e
falou.
— Não era o que parecia!
Peter sorriu, sem graça, ele gostava dela, mas sabia que isto
aconteceria, foi quieto até sua casa, e ela falou quando os dois
desceram.
— Não vai falar nada, esta bravo!
Peter estica o caderno de desenho para ela, e a mesma folha,
ela não entendeu, era um relato de que sua casa pegaria fogo, data
outubro de 2012, olhou para ele e falou.
— Você não esta bravo?
— Sheila, se quer ficar com Ronald, à vontade, estou
pensando em seu irmão, ele me deu esta mensagem ontem à noite,
esta a dizer que a casa não resiste até 2022, então é um pedido de
ajuda, ou o tiramos de lá, ou ele vai ficar preso, acho que isto que
aconteceu com sua avó, mas ela achou uma saída!
— Como assim?
— Estava revirando os relatos dos acontecidos de sua avó, ela
não morreu, ela sumiu aos 72 anos, quando os membros da família,
da reserva dos Navajos começaram a sonhar com ela,
desmancharam a casa e fizeram uma cerimônia, não sei ainda se a
casa esta inteira, mas ela esculpiu a canivete no chão do sótão o
que faria, pelos relatos ouve um grande incêndio a 5 anos, e parte
do museu deles pegou fogo, acho que ela se livrou do que a prendia
aos desenhos dela, então ela achou uma forma diferente de se
libertar, ela esta tentando nos dizer como!
— Eu me divertindo e você se preocupando com Robert!

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J.J.Gremmelmaier
Peter não falou nada, adentraram e tomaram um café e ele
começou a ler o livro vermelho, já que a cabeça da menina estava
em outra coisa, não queria pensar nela com Ronald, embora sabia
que desenhara isto, como sempre, ela se dando bem, ele mal, então
sabia bem onde os levaria, não tinha saída, e foram a casa dela,
adentraram a sala e o menino olhou tudo, deveria ter mais coisas ali,
as coisas dali vieram do sótão da avó dela, como, não imaginava,
fora transmitido a ele na memória, olha em volta e pega um com
capa de pele de lobo e abre, folhas amareladas desenhadas, ele
reconhecera o estilo de desenho e mostra para ela.
— Esta aqui, como você sabia disto?
— Sonhei com sua avó ontem, ela me mostrou o sótão como
deve ter mostrado para seu irmão, as coisas encaixam!
— O que aconteceu? – Sheila.
— Quando ela atraiu seu irmão para lá, o destino era a casa
dela, ele já havia ido lá antes, mas o incêndio do museu deles,
corresponde exatamente a data da morte de seu irmão!
— Esta a me dizer que o portal de volta era pela casa dela,
mas quando meu irmão chegou a casa não estava lá!
— Na verdade ele viu que não estaria, não deve ter entendido,
mas não sei muito ainda!
— Você não tem ciúmes de mim, como meu irmão? – Sheila.
Peter não falou nada, desviou o olhar dela e estava a ver a
seqüência de desenhos, tinha uma parte que perdia todo o sentido
em si, são desenhos seqüenciais, mais de 10 folhas com o mesmo
desenho, ela sentada à sacada do sótão a olhar a queda de água,
Sheila vendo que Peter não falaria sobre isto, olhou os desenhos
repetitivos, e perguntou.
— Mas por que esta seqüência imensa dela no mesmo lugar!
— Não é ela no mesmo lugar, é o mesmo desenho, exato, até
os rascunhos são iguais, é como se o corpo estivesse ali, mas ela,
muito distante, em outro lugar!
— Esta a me dizer que ela já havia ido, quando desenhou
isto?

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J.J.Gremmelmaier
— Não sei, parece isto, mas ... – Peter olha os livros e pega
outro – tenho de ler um pouco, ainda tenho de estudar para a prova
de calculo!
— Ainda bem que eu não preciso, você já me ensinou tudo
que vai cair mesmo!
— Eu o que? – Peter.
— Você me ensinou como sempre fez, acho que quando você
pensa em como fazer, acabo aprendendo junto, não entendo que
ligação é esta!
— Esqueceu que fizemos um juramento eterno com sangue?
— Aquilo era brincadeira de criança, eu quase desmaiei!
— Aquilo pode ter parecido brincadeira, mas foi feito
corretamente, exatamente como diz aqui para fazer, — Peter bate
no livro vermelho – aquilo foi um pacto de sangue, estamos unidos
por aquele pacto, enquanto quisermos estar, aqui fala como
desfazer também! E nossa proximidade física vai acelerar o pacto,
como era quando éramos criança!
— Esta falando serio?
— Sim, os bruxinhos fizeram bruxaria, e muito mais do que
tivemos consciência!
— Do que esta falando?
— Lembra de quando fomos ao lago, éramos crianças, os
demais estavam naquela prova das famílias, e nós ficamos na
cabana, a falar coisas estranhas?
Sheila olha para ele e lembra dos dois, sentados a um grande
salão, estavam os dois sentados como sempre, ela com sua boneca,
a Dark, ela falava com a boneca e Peter olha para a boneca e fala.
―Acha que ela nos ouve?‖
―Lógico que ela me ouve!‖
―Acha que ela me ouve?‖
―Não sei, ela é minha boneca, não sua!‖
Peter tocou na cabeça da boneca, ele sempre tocava as coisas
como se fossem preciosas, com carinho, passou a mão na cabeça da
boneca e perguntou.

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―Dark, você me ouve?‖
Os lábios da boneca se mexeram e ela respondeu, em uma
voz grave.
―Peter, por que não o ouviria?‖
Sheila lembra de olhar assustada para a boneca, e falar.
―Pensei que você só falava comigo?‖
A boneca olha para Sheila e fala.
―Amiga, um dia vai crescer, mas saiba que amigos, são para a
vida!‖
Sheila volta ao real e olha para Peter a ler e fala.
— Sempre pensei que era um truque, adorava seus truques!
— Sheila, uma pergunta!
— Fala!
— Você contou para Robert sobre isto?
— Sim, eu contei, nós sempre conversávamos, ele tinha
ciúmes de você, e sempre perguntava o que tanto fazíamos, mas a
boneca só falava quando você estava por perto!
— Ele sabia que tinha uma ligação forte ali, mas ele não tinha
ciúmes, Sheila, ele queria lhe proteger, era um bom irmão, embora
todos na cidade, falassem mal dele, nunca foi comigo como os
demais o descreviam, imagino o quanto deve ter sido difícil para ele,
ter de se deparar com tudo isto, e não conseguir contar para
ninguém!
— Mas por que não contou?
— Fala serio, o que seus pais falariam se ele dissesse que sua
avó estava o induzindo a fazer o que estava, que ia a reserva para
aprender, e não para aprontar, que não conseguia se concentrar
nas aulas, pois pense que ele estava com a melhor curandeira dos
Navajo a falar com ele, não um menino como eu, que falo com você,
mentalmente, mas somos da mesma idade, temos experiências
semelhantes, agora imagine ele com sua avó a cabeça!
— Esta a dizer que meu irmão era aquele desregrado por
causa disto?

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J.J.Gremmelmaier
— Seu irmão comigo nunca foi um desregrado, não sei com
você?
— Também não, mas a mãe ficava a lhe perturbar por ter
repetido o primeiro ano duas vezes!
— Quando se sabe a resposta Sheila, tem—se duas formas de
agir, a honesta, e a desonesta, ele foi honesto, mas isto, nem
sempre lhe dá destaque!
— Não entendi?
— Com o tempo lhe explico!
Peter estava a ler um livro em Inglês, era difícil de entender
algumas palavras, mas com o tempo parecia que se acostumava
com a escrita, diferenciando mais facilmente os A dos O, os F dos T
naquela escrita manual feita a pena.
Sheila olhava para o amigo, ainda estava a pensar em Ronald,
e Peter olhou para ela e falou.
— Pelo menos não pense nele enquanto estamos aqui!
— Não..
— Desculpa!
Peter continuou lendo, aquilo o estava modificando, lembra
que quando criança, misturava sal grosso ao xampu para tomar
banho, lembra que toda vez que passava na frente da casa dos
Kalsons ele pegava uma rosa, no caminho passava na capela e
colocava a rosa no pequeno altar, todo dia levava a do dia anterior e
deixava uma nova, quando chegava em casa, antes de chegar em
casa, despedaçava a rosa e a jogava ao ar, na entrada da casa,
lembra que sempre comia na ordem das folhas, legumes, e carne no
final, muitas vezes se recusava a comer a carne, ele só comia peixe,
lembra que não gostava de cães, embora sua mãe nunca quis que
ele tivesse um gato, lembra de que os sapos da redondeza
adoravam sua casa, sua mãe sempre dizia que todos os sapos do
bairro, quando chovia, vinham ao terreno deles, lembra que quando
os demais ficavam a olhar o mar com aquele olhar de vamos pular,
ele chegava, molhava os pés, sentava—se na areia, e olhando o mar,
adormecia, sua mãe cansou de o acordar para irem para casa, suas
lembranças estavam todas aguçadas, e depois de um tempo falou.

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— Se tivesse lido isto antes, não teria o seguido tão
perfeitamente!
— Esta a dizer o que com isto, Peter?
— Que cada ato que fiz, de minha infância, ainda sou uma
criança, pois me sinto uma, foi dentro das normas mais severas
deste livro!
Sheila pega o livro e lê a capa.
―Iniciação a Magia‖
Peter pegou mais um livro, ele não se cansava, mas ela já
estava a ficar entediada, e ele falou.
— Se quiser, vai lá, sei que estou sendo chato em lhe prender
em sua casa, quando queria estar fazendo outra coisa!
— Vou dar uma volta, você parece estar a mergulhar no
problema, sei que vai achar uma saída!
— Se tiver uma, eu acho!
Sheila sorriu e abriu o armário e saiu para a sala, Peter olha
para a tela de plasma, logo que o armário se fecha novamente, e vê
ela estática com a mão a maçaneta, e pensa o quanto aquele lugar
era especial, algo feito dentro das regras de sobrepor os mundos, e
pegou o próximo livro e abriu, ele estava a aprender, e leu mais um,
estava a fechar o livro e saiu do armário e virou—se para Sheila a
porta e falou.
— Sheila, se ver o Ronald, diz que preciso falar com ele!
Ela olha para ele, com um livro a mão sentar—se a sala.
Sheila sai pela porta e foi a lanchonete do local, era de sua
família, mas não foi lá por isto, e sim para estar em um lugar onde
poderia encontrar Ronald, tinha de lhe falar, e quando chegou ao
MacDonald, o sorriso de Caterine estava de assustar, na porta da
lanchonete, a olhar para dentro, sentou—se e olhou para onde
todos olhavam, e lá estava Ronald, beijando Karine, Caterine veio a
mesa e falou.
— Achou que ele seria só seu?
Sheila tentou parecer superior, engoliu seco e falou.
— Caterine, meu interesse nele, era ver se Peter sentia
ciúmes, mas aquele não demonstra o que sente!
40
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— Você gosta de Peter?
— Não sei, estranho me deparar com ele 5 anos depois, nós
fazíamos tudo junto quando criança, mas ele cresceu!
— Eu acho ele bonito, mas por que ele tem de ser tão avesso
a tudo!
— Os bruxos são assim!
— O chamou de que?
— De bruxo, meu bruxo predileto, a calma que ele
demonstrou a pouco, mostra que sabia o que aconteceria, mas eu
não percebi!
— Estava com ele?
— Somos apenas amigos, Caterine, nem sei se ele me vê
como uma menina?
— Acho que sim, ele lhe olha diferente!
— Ele é diferente, mas vai comer algo, ou as pessoas vêem
aqui apenas se olhar?
— Fim de mês, meus recursos estão escassos!
Sheila levantou—se e foi ao rapaz e fez o pedido e depois
pegou no balcão e sentou—se a mesa novamente, obvio que Ronald
viu ela saindo do balcão, ela sentou—se e Caterine viu que esta não
era qualquer uma, ela sabia se por, as duas comiam quando Ronald
veio a mesa e falou.
— Sheila, posso sentar com vocês?
Sheila olhou para a moça que ele havia deixado a mesa, fez
um sinal para ele sentar—se e falou alto.
— Karine, vem se juntar a nós!
A menina não sabia o que pensar, e quando ela sentou—se
Ronald sem jeito falou.
— O que veio fazer aqui?
— Comer algo, não é o que as pessoas fazem?
Caterine sorriu e falou.
— E o que Peter esta fazendo agora?
— Está lá em casa, desfolhando uns livros antigos de minha
avó!
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J.J.Gremmelmaier
— Peter esta em sua casa? – Ronald.
— Sim, por sinal ele me falou que se lhe visse, precisava falar
com você!
— Mas o que aquele pirralho tem a falar comigo?
— Não sei, teria de perguntar para ele!
— E onde o encontraria neste momento? – Ronald.
— Já falei, mas se não ouviu, esparramado na poltrona da
sala lá de casa, a ler!
As três se olharam e o rapaz sem saber o que fazer se levanta.
Sheila ouve em sua mente.
―Diz para ele que é sobre Robert!‖
— Ronald, Peter disse que é algo sobre Robert, mas não
entendi o que!
— Você não ficou magoada? Por me ver beijando Karine?
— Me foi útil, às vezes preciso fazer alguém tomar a iniciativa,
mas escolhi o dia errado!
―Estou ouvindo isto!‖
Sheila sorriu e falou olhando para Caterine.
— Pelo jeito vamos ter de conversar o que pretende com
Peter?
Ronald olha para a menina, a única que não lhe dava nunca
bola, alguém bonita, mas que todos destacavam como a mais
estudiosa da turma dela, e pensa que entendera o motivo, e antes
de sair pergunta.
— Ainda mora ao lado do pirralho?
— Sim, ainda moro do lado do pirralho!
Caterine olha serio e fala.
— Ele vai matar Peter!
— Não é homem para isto!
— Fala como se ele fosse outro, já o vi apanhar, ele não
reage!
— Caterine, ele é honesto, nunca usaria do que sabe fazer
para prejudicar alguém, mesmo que isto seja contra o corpo que o
carrega!
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J.J.Gremmelmaier
— Mas ele não reage, como faz ele se manifestar!
— Caterine, se quer algo, vai ter de tomar a iniciativa, ele não
o vai fazer, principalmente neste momento, ele esta no meio de um
turbilhão de aprendizados, acha fácil ser especial!
— Mas ele esta aprendendo o que?
―Não fale!‖
— Não entendi ainda, mas ele esta a levantar a possibilidade
do menino que acharam no rio, a 5 anos não ser o corpo de meu
irmão!
— Esta a dizer que ele acha que seu irmão não se matou!
— Isto ele já me provou, mas ainda não posso falar!
— Minha irmã disse que seu irmão era o mais desajustado do
colégio? – Karine.
— Sim, e o mais lindo! – Sheila.
As duas sorriem e Caterine pergunta.
— E o que seus pais acham disto, dele enfurnado em sua
casa?
— Eu estou dormindo no quarto da irmã dele, não na casa!
— Você é rápida Sheila, já entrou na casa dele, ele nunca me
convidou para entrar!
— Eu me convidei, acha que ele iria me convidar?
As três riram, e começaram a falar de banalidades.

Ronald bate a porta da casa de Sheila e ouve uma vós gritada.


— Entra, esta aberto!
Ronald entrou, não era mais a mesma casa, mas fazia tempo
que não entrava ali, suas recordações era de uma criança, e se
depara com Peter sentado a sala com um livro aberto ao colo.
— O que o pirralho quer comigo?
— Não precisa ser agressivo, Ronald, ninguém esta vendo!
— Não gosto de você!
— Vou considerar isto uma ascensão social para mim!
Ronald deu um sorriso sem graça.

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J.J.Gremmelmaier
— Ronald, você lembra do enterro de Robert?
— Sim, quem não lembra, pararam a cidade!
— Você viu o corpo?
— Não, o corpo foi achado todo desfigurado, o
reconhecimento foi pelo vestuário, pois dizem que ele estraçalhou a
cabeça na queda!
— Senta ai, o que vou falar é muito maluco, mas preciso de
sua ajuda!
— Ajuda, esquece, não vou entrar em um joguinho com você!
— Então esquece, vai para a lanchonete, fazer papel de bobo!
— O que precisa?
— Eu acho que Robert não se matou!
— Acha que alguém o matou?
— Não, acho que ele ainda esta por ai, mas sem poder
retornar!
— Acha que enterraram alguém no lugar dele?
— Quase certeza!
— Mas e a roupa?
— Sabe que esta é a parte fácil, mas preciso saber se ele
tinha uma namorada na época?
— Namorada?
— Sim, alguém que ele gostasse, que deixasse algo que
apoiasse minha tese!
— Ele gostava da irmã de Caterine, da sua sala, mas dizem
que ela se isolou depois da morte dele!
— Ele gostava da Ângela?
— Sim!
— Então vamos a lanchonete!
Ronald olha para o rapaz e pergunta.
— Você gosta de quem, menino?
— Gostar, ainda sou um pirralho, não gosto de ninguém
ainda!

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J.J.Gremmelmaier
Peter saiu pela porta e entrou em sua casa correndo, pega
sua mochila, põem algumas coisa e diz para a mãe que esta indo a
lanchonete.

Na lanchonete Sheila olha para Caterine e pergunta.


— A quanto tempo Peter não vem a lanchonete?
— Não me lembro de o ter visto por aqui, por que?
— Ele vai vir com Ronald, mas não entendi ainda por que!
— Você parece saber muito sobre ele, acha que ele viria aqui
por você?
— Não Caterine, é algo sobre Ângela!
— Minha irmã?
— Sim, como ela esta?
— Estranha, 5 anos e ela não esqueceu o Robert, ela sempre
disse que ele voltaria!
— Peter acha que ele não morreu!
— Esta maluco, todos foram ao enterro do menino, eu era um
projeto de gente, e fui! – Karine.
— Ele acha que enterraram alguém no lugar dele? – Caterine.
— Parece que descobriu algo, mas não sei o que?
— Mas por que ele viria aqui? – Caterine.
— Ele não sabe onde esta sua irmã!
Caterine sorriu e Sheila ficou com um ar de quem pensava,
quando os dois despontaram a pé no fim da rua, Peter olha para
Ronald e fala.
— Não precisa ser agradável, Roni!
— Não lhe permito me chamar assim!
Peter sorriu e chegaram a mesa, olhou para Sheila e falou.
— Tem de falar menos de mim, amiga!
— Esqueço que lê meus pensamentos!
As demais se olham e Peter olha para Caterine e fala.
— Caterine, preciso falar com você!
— Você nunca fala comigo, o que aconteceu?
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J.J.Gremmelmaier
— Preciso saber como faço para falar com sua irmã?
— Deve estar em casa, agarrada com aquele caderno de
confissões!
— Caderno de confissões? – Peter.
— Sim, ela nunca se recuperou da morte de Robert, mas que
papo é este dele estar vivo?
— Me apresentaria a ela?
— Mas quando?
— Ontem, sei que já esta ficando escuro, mas se puder, é
importante!
Sheila se levantou e todos se levantaram e Ronald chega ao
lado dela e tenta pegar sua mão, ela olha para ele e fala.
— Para sua sorte meu irmão não estar por aqui, ele teria
quebrado seu nariz!
— Acha que ele esta vivo?
— Não sei, mas se tem uma coisa que Peter sabe fazer é
seguir um caminho desconecto, e chegar a uma conclusão, nisto ele
é bom!
Andaram não mais que 5 quadras, em resumo atravessaram
Comptche inteira, bateram a porta, Caterine apresentou todos a
mãe, e subiram ao quarto da menina, e a mesma não quis abri a
porta.
— Irmã, preciso falar com você!
— Volta outra hora!
— Tem algumas pessoas aqui querendo lhe falar!
— Não quero falar com ninguém!
Peter chega à porta e fala.
— Ângela, meu nome é Peter, quero descobrir como trazer
Robert de volta!
Estavam estáticos a porta e a menina abre a porta, olha a
leva de pessoas e fala.
— O que você disse?
— Que quero descobrir como o trazer de volta!
— Sabe onde ele esta?
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J.J.Gremmelmaier
— Sim, mas melhor entrarmos, não é fácil falar disto, de pé
na porta de um quarto!
— Quem vem com você?
— Ronald, melhor amigo dele, Sheila, irmã dele, eu tenho um
pacto de sangue com Sheila, Karine que estava com Ronald na
lanchonete e sua irmã!
— Mas quem é você?
— Eu era o bruxinho perdido no enterro, aquele que parecia
desnorteado naquele dia!
— Peter, lembro de você, mas o que quer falar!
Adentram ao quarto, Ângela sentou—se a cama, os demais
estavam perdidos na historia, ele pegou o caderno de desenho da
noite anterior, e mostra para ela.
— Não entendi, o que tem a ver?
— Ele lhe deixou algo, dois dias antes, não deixou?
— Sim, no dia que sumiu, pela manhã, disse que nos viríamos
à noite, mas ele não voltou!
— Tem falado com ele?
— O vejo em sonhos, mas sempre acaba em um incêndio!
— Um sótão, com gravuras esculpidas no chão?
— Sim, sabe onde é?
— Era a casa da avó dele!
— Mas você disse que ele pode voltar?
— Poderia ver o que ele lhe deixou?
— É particular!
— Não quero ver a parte do romance, quero ver as gravuras,
aquelas como esta!
Peter mostra o seu desenho, de Robert sentado ao quarto.
— Ele desenhou isto?
— Não, este eu desenhei 2 anos antes dele sumir!
Peter pega o caderno que ele lhe entregou e mostra.
— Este foi ele que desenhou!
A moça olha assustada e fala.

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J.J.Gremmelmaier
— Mas quando ele desenhou isto?
— Não sei, mas ele deixou comigo no dia que sumiu, dois dias
antes de sonhar com a ponte, e minha mãe contar para o xerife e
acharem o corpo, mas não sonhei com ele morto, e sim estático,
acho que o corpo não era de Robert, quer dizer, eu tenho certeza,
mas é difícil de explicar!
— Esta a dizer que não enterraram ele, mas onde ele está!
— Olha a ultima pagina!
Ela olha a imagem dele no quarto em 2022, e fala.
— Mas isto é impossível!
— Sim, é!
Peter pega o caderno de desenho dele, numerado na data, e
estica para ela.
— Somos nós, aqui, mas você conhecia meu quarto?
— Não, eu desenhei isto a 2 anos!
— Esta a dizer que você sabia que viria aqui?
— Não, sei que o que desenhei, vai acontecer, mas não tenho
coragem de reler, saberia o fim de minha historia, e não pretendo
saber!
— Esta a dizer que desenhou isto?
— Estou a dizer, que sentava no sótão, e desenhava, muitas
vezes nem olhava a historia acabada, eu dormia desenhando, ontem
a noite eu não desenhei, foi o próprio Robert, pois os traços são
dele!
— Você é locou!
— Sou, isto não quer dizer que ele não esteja preso em seu
próprio desenho!
— Mas por que? Como posso acreditar que isto é real?
— Vou lhe deixar este caderno, quando for embora, pergunte
algo, escrevendo no papel, apenas isto, e nos falamos amanha!
— Mas o que quer provar com isto?
— Nada, preciso de ajuda, e não sei quem pode me ajudar! –
Peter.
— Você é maluco? – Ronald.
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J.J.Gremmelmaier
— Certo, eu sou maluco, — Peter pega o caderno de volta e
escreve – ―Robert, tem alguém lhe querendo falar!‖
Todos vêem as palavras mudarem de forma.
―Oi Peter, quem esta ai?‖
―Estou deixando o caderno com Ângela!‖
―Ângela esta ai?‖
―Sim, e ela ainda não lhe esqueceu, mas ainda não achei
como lhe trazer de volta!‖
―Você é o bruxinho, sei que vai conseguir!‖
Ângela olha para o papel, pega a caneta e escreve.
―Como posso acreditar que é você?‖
―Amor, não tenho como lhe explicar, sei que não apareci a
noite, mas para mim ainda não anoiteceu!‖
―Não entendi!‖
―Estou no meu quarto vazio, em segundos que parecem
demorar horas, mas lá fora esta claro, mas não consigo sair pela
porta, pela janela, estou preso aqui!‖
―Mas como entrou ai?‖
―Isto que Peter deve estar quebrando a cabeça para
descobrir!‖
Ângela olha para o menino e fala.
— Espero que não seja um truque sem graça!
— Ângela, ele desenhou o portal e foi para lá, sei como fazer,
mas ele deveria ter entrado na casa da avó dele, mas os Navajo
haviam desmontado a casa a dois dias, e o colocaram no deposito
do museu, mas o encostar das madeiras secas, no fundo do museu,
em uma fiação mal acabada, gerou um incêndio no dia e hora que
Robert estava entrando no portal, ele foi relançado ao quarto, pois a
casa não existia mais, nem física e nem na ausência de tempo, ele
esta preso em um acaso, mas como se diz, não é o acaso que
interessa, temos que descobrir como o tirar de lá!
— Isto é muito para mim! – Ângela.
— Sei que é!

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J.J.Gremmelmaier
Sheila pega o caderno do dia, estava a olhar, e volta duas
folhas, e lá estava Ronald beijando Karine e Caterine olha o desenho
e pergunta.
— Como ele sabia?
— Disto que falo, ele é o bruxinho da turma, mas alguém que
esta tentando desvendar algo, que esta fora dos cálculos que ele é
tão bom!
Sheila adianta o caderno e vê os seus pais chegando em casa
e fala olhando para Peter.
— Tenho de ir para casa, a casa esta uma bagunça!
— Não adianta correr, eles vão chegar quando chegar lá,
independente da hora que chegue!
Ela olha serio para ele e fala.
— Você desenhou isto, não tem como reverter?
— Já tentei, mesmo em nosso esconderijo, fora do tempo,
não posso adulterar isto, mas você tem razão, tenho ainda que
estudar para a prova de matemática de amanha!
Peter põem na mão de Ângela o caderno e fala.
— Toma cuidado dele, existem ligações que são para a
eternidade!
Ângela olha para o menino, e fala.
— Mas é uma loucura isto, como posso acreditar!
Peter pega uma boneca a parede, e passa a mão na cabeça
dela e fala.
— Qualquer coisa, Nani lhe faz companhia!
Ângela olhou para a boneca, a muito não brincava mais de
boneca, como ele sabia o nome que ela dera a boneca e pergunta.
— Como sabe o nome que dei a ela?
Peter olha para a boneca e pergunta.
— Nani, não explicou para Ângela onde o mundo atravessa o
inexplicável?
Todos vêem a boneca se espreguiçar e falar.
— Peter, ela não acredita mais em bonecas, isto nos tira todo
o poder do inexplicável!
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J.J.Gremmelmaier
— Mostra para ela, o mundo não é palpável, somos energia,
podemos estar onde quisermos!
— Vou tentar, mas é bom ver ela sem chorar, Peter, obrigada
por ela!
Peter estica a boneca para Ângela e fala.
— O dia que o mundo entender que impossível é apenas
ponto de vista, as coisas voltaram a acontecer!
Peter levanta—se e fala.
— Vamos, ela esta cansada!
Todos viram aquilo, Caterine deixa eles a porta e volta ao
quarto da irmã, que lhe olha ao entrar.
— Quem é este menino? – Ângela.
— O maior crânio em matemática de minha sala, dos
excluídos!
— Cuidado com o que fala, o que vi aqui é de um poder
grande, se ele acha que Robert esta lá, melhor começar a prestar a
atenção, todos diziam que ele que viu o local onde acharam o corpo,
ele era apenas uma criança, os Bruxinhos, mas nunca pensei em ver
o que ele fez!
— Você não viu nada! – Fala a boneca.
As duas olham para Nani que comenta.
— Peter é especial, não vêem a aura de calma que o cerca!
As duas se olham e sorriem.

— Como fez aquilo? – Ronald.


— O que?
— A boneca, o que mais?
— Sou ventríloquo, Sheila não falou?
— Lógico, esqueci que magia não existia! – Ronald.
— Ronald, magia existe, mas não é como as pessoas
imaginam!
— E como seria?
— Quando descobrir lhe falo!

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J.J.Gremmelmaier
Sheila sorriu e enquanto Ronald e Karine foram em um
sentido, ele foram no sentido da casa deles, a menina se distraiu e
por um instante se esqueceu o que aconteceria, chega a frente da
casa dele junto com a Mercedes dos pais da menina, Sheila olha
assustada e Peter sorri.
— Acalma, não tem nada de especial neste momento!
— Mas o que você desenhou?
— Não desenhei! – Ele vira—se para a senhora saindo do
carro e fala. – Boa noite senhora Sabrina!
— Cresceu Peter, o que andou comendo?
— Bolo de espinafre!
— O todo especial bolo de espinafre, e cuidou de minha
filhinha bem?
— Ela que me defende dos perigos senhora, eu sou apenas
alguém bom em matemática, física e química, alguém deslocado
como sempre!
— E estavam onde?
— Na lanchonete, mas estava devagar! – Sheila.
— Tudo bem filha, Peter?
Sheila abraçou o pai e falou.
— Sim, como foi a viajem?
— Cheia de lembranças, mas como esta a casa?
— Ela decorou como se veste, mas acho que vão gostar! –
Fala Peter que completa. – Agora tenho de entrar, temos prova
amanha e agora tenho de defender meu A+ com mais empenho!
Sabrina sorri e adentram a casa, Sheila lembrou que deixara a
cozinha uma bagunça, mas estava tudo arrumado, ajeitado, quando
passou pela sala cheia de livros, os livros dela de matemática
estavam sobre a mesa, abertos, o caderno também, e seu pai falou.
— Ainda bem que alguém ainda estuda! Mas transformou
nossa sala em uma biblioteca, o que pretende com tudo isto?
— Aprender! – Sheila viu o pai puxar o livro vermelho sobre a
estante, fechou os olhos, mas como não havia som, abriu
lentamente e viu seu pai pegando o livro, e o abrindo.

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J.J.Gremmelmaier
— Pensei que estes livros não existissem mais, pelo jeito
andou os escondendo de mim, Sabrina!
Sabrina chega ao lado do marido e fala.
— Estes são antigos, mas pelo jeito alguém andou os lendo,
filha, tem de cuidar com isto, minha mãe dizia que eram muito
perigosos nas mãos erradas!
— Peter que deu uma olhada, eu não consigo ler nestas letras
manuscritas, parece que esta tudo fora do lugar!
— Você andou sozinha com Peter aqui em casa?
— Sim, mas não tive coragem de dormir sozinha e pedi para
Mari me ceder um quarto, dormi com a irmãzinha de Peter, nada de
mais!
— Filha, ainda é jovem para namorar!
— E Peter namora? – Sheila.
Um sorriso se abriu no semblante do pai, mas Sheila olhou
para a mãe e falou.
— Só estranhei uma coisa mãe?
— O que?
— Peter me perguntou se sua mãe havia lhe deixado algo, no
dia que sumiu?
Sabrina olha para o marido e pergunta.
— Sim, mas como ele saberia?
— Diz que no capitulo final, tem uma formula de ascensão,
mas as pessoas para poderem voltar, tem de deixar algo com quem
elas amam!
— Formula de ascensão, foi o que ele disse?
— Sim mãe, mas não entendi, ele devora livros como outros
comem sanduíche!
Os olhares de Sabrina e o marido voltam a se cruzar, Sheila
pega o seu caderno e sobe ao seu quarto, quando passa pelo quarto
do irmão, seu coração acelera, muita coisa estava em jogo, e sabia
que Peter levaria isto até as conseqüências finais.

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J.J.Gremmelmaier
Amanheceu e Peter esperou o ônibus sozinho, quando chegou
ao colégio, seus amigos foram lhe falar, e Call perguntou.
— O que andou aprontando?
— Nada, por que?
— Ronald nos direcionou a palavra e perguntou sobre você?
— Deve se algo sobre ele e Sheila, mas ele que se entenda
com ela!
— Já desistiu dela?
— Call, tem gente que esta em sua vida, independente do que
os demais façam!
— Estudou?
— Nem dormi, mas vamos a esta prova!
Adentram a sala e Sheila já estava lá, Karine de um lado e
Caterine no outro, as três olharam para ele quando entrou, as
cumprimentou com a cabeça, outros meninos da turma repararam,
não mais uma, mas três pensaram alguns, mas Peter estava com
alguns desafios na mente, o dia não seria fácil, sentou—se, se
concentrou, e o professor adentrou a sala, e passou as provas,
Peter a fez com toda a calma, sempre fora tão detalhista, nas
provas matemáticas, que os professores usavam sua prova como
gabarito, o estilo de Sheila era mais direto, mais ao calculo e ao
resultado, um era a calma, a outra o experimentar do novo, houve a
segunda e terceira aula, e no intervalo, Peter estava sentado ao
fundo da cantina quando Ronald senta-se ao lado e pergunta.
— Peter, o que aconteceu ontem, estava a lembrar, aquilo
não foi um truque, a boneca se esticou, e aquelas palavras surgindo
do nada, o que aconteceu!
— Aqui não Ronald, não é o lugar, sabe disto!
— Esta começando a me lembrar à forma de agir de Robert,
eu que não prestava a atenção!
— Depois falamos, na casa de Sheila as 8 da noite, só não
comenta com ela!
— Certo!
— E vai bem vestido, os pais dela estarão em casa!
Ronald saia da mesa quando Call e Paul chegam a mesa.
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J.J.Gremmelmaier
— Algum problema? – Chegam com seus lanches e Peter
responde.
— Ainda não, mas em breve!
Os dois olham para onde Peter olhava, vinham no sentido
deles, Caterine e Karine, e perguntam.
— Podemos sentar aqui Peter?
— Sim, mas alguma coisa as mordeu?
— Estava falando com uma amiga sua, ela me disse que você
nunca toma a iniciativa! – Caterine.
— Sabe qual o problema Caterine, é que Sheila é pelo agir, eu
sou pelo analisar, eu sou por esperar a hora certa, ela por tropeçar
no erro, mas viver!
— Como Ronald ontem?
— Não, ela estava querendo me provocar, mas como esta sua
irmã? – Peter mudando de assunto.
— Tendo altos papos com Nani!
— Nani me pareceu uma boa companhia, mas como ela esta?
— Pediu para ficar de olho em você?
— Por isto esta sentada aqui?
— Sabe que não!
— Sei? Acreditou mesmo que ouso tudo que ela ouve?
— Do que esta falando? – Caterine sorrindo.
— Me trai, desculpa!
— Sabe que todos estão olhando para cá neste momento? –
Karine.
Peter nem olhava os demais, mas sabia onde Sheila estava,
sentada a mesa de sempre, com outros rapazes a bajulando, e
Caterine pergunta.
— O que será que estão falando?
— Não vai querer saber Caterine! – Peter.
— Como assim!
— As frases agradáveis, devem estar em se bandearam para
os excluídos, bonita mas burra, o que a idiotinha pensa estar
fazendo lá, e coisas bem mais leves!
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J.J.Gremmelmaier
— Você ouve o que ela ouve mesmo?
— E ela ouve o que quero que ousa, não é justo, mas quem
manda ela não se dedicar a isto!
— Não acredito!
— Caterine, também lhe acho bonita, mas não tenho como
ser diferente, o que descobri nos últimos 3 dias contradiz a física e
matemática que sempre respeitei, então não estou pronto para isto!
Caterine olha para ele e fala.
— Mas como?
— Isto descobri ontem, lendo um livro da avó de Sheila, nós
fizemos um pacto de sangue quando pequenos, estamos
interligados para sempre, ou enquanto os dois quiserem estar nesta
união!
— Mas que tipo de união?
— Nunca fomos mais que amigos, por enquanto!
— Por enquanto? – Caterine.
— Dizem que aprendo devagar, tenho de compensar com
muito estudo, mas hoje já consigo me destacar dos demais, mas é
muito suado, mas o que aprendo, ela absorve, o que sei ela sabe, o
que sinto, ela sente, então falar para ela o que achava de mim, fez
ela saber o que eu sentia, e não o que você sentia Caterine, ela
testa tudo, eu observo, um bate o outro assopra, duas formas de
vidas interligadas!
— E acha normal isto?
— Caterine, você não viu aquela menina brigar, aquela
menina enfrentar o mundo, ela sempre pensou que ditei o caminho,
mas ela tem a coragem, eu, um covarde!
— Não me pareceu um covarde ontem!
— Aquilo não pode sair por ai, às pessoas vão achar que
estamos bebendo ou tomando drogas!
— Mas como podemos falar então?
Peter pega um papel e desenha uma grande bolha, desenha a
mesa, e os dois lá dentro, ela olha ele desenhando, quando olha
tudo em volta, estavam sozinhos e ela olha para ele serio.

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J.J.Gremmelmaier
— Onde estamos?
— No mesmo lugar, estáticos em um milésimo de segundo,
podemos ficar aqui 6 horas e para eles, será menos que um piscar
de olhos!
— O que você é?
— Peter Carson, o bruxo do colégio, quem mais!
— Mas então por que nunca se defendeu?
— É covardia usar um dom destes para proveito pessoal!
— Você não deseja ser especial?
— Caterine, ser especial é uma coisa, os demais acharem que
sou, é outra, não preciso arremessar uma bola a 50 metros, para
provar isto, não preciso dos músculos do braço para ser alguém,
acha que os mais ricos homens do país, não os mais famosos, falo
dos que pagam o salário deles, estão preocupados com uma leva de
aparência e músculos!
— Mas como alguém aprende a fazer isto?
— São anos de dedicação, eu fiz toda a preparação por
intuição, as vezes acho que nasci para ser isto, para estar aqui, mas
dons supremos, se acabam depois de um tempo, não são eternos!
— Não entendi?
— Quando entender de tudo, falamos disto!
— Esta a aprender isto, mas como posso tirar nota maior que
alguém que pode parar o tempo e ver as respostas!
— Isto seria trapaça, a magia se desfaria no ato!
— Não entendi, tem um dom destes e não pode o usar?
— Posso, mas não para coisas que não preciso, acha que
Sheila vai tirar que nota?
— A+!
— Eu acho que ela vai tira A!
— Por que?
— Ela não esta preocupada com o por que, ela apenas sente
a resposta, que eu sei, e põem no papel, se duvidar você tira um
A+!

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J.J.Gremmelmaier
— Entendi, ela usa o seu conhecimento, não é honesto, por
isto ela não lhe ouve quando fala, pois você ouve e não usa para
proveito próprio, mas ela com certeza usaria!
— Ela falou muito para os pais dela ontem à noite, quem vai
pagar a conta sou eu!
— Ela contou o que?
— Não é o que, e sim a forma que se fala!
Caterine vê ele apagar num gesto a cúpula, no papel e todos
em volta ressurgem, e Peter olhar para ela e falar.
— Tem coisa que é bom nem falar!

Ronald chega perto e pergunta.


— Posso sentar Peter?
Peter olha assustado e pergunta.
— O que aconteceu, todos a nossa mesa hoje?
Karine fala.
— É que não conhecemos muitos artistas por ai?
Os dois amigos de Peter se olhavam, não estavam
entendendo, estavam com duas das meninas mais bonitas da turma
a mesa, e Ronald perguntou se podia sentar, Call não sabia se sorria
ou vomitava.

As aulas voltam após o sinal, e Peter senta—se ao fundo da


sala, Paul senta—se ao lado dele e fala.
— O que esta acontecendo, amigo?
— As vezes as pessoas aceleram o futuro, mas se tiver meio
distante, é por me sentir perdido, mas ainda são os meus bons e
fieis amigos!
— Mas que papo aquele de dizer que Caterine é bonita!
— Ela o é, ou não? — Sorri Peter.
Os dois amigos sorriram e o professor veio a sala, aula de
ciências aplicadas, o professor olhou para Peter e sorriu.
— Peter, pode me ajudar aqui?

58
J.J.Gremmelmaier
Como sempre, Peter foi a frente e ajudou a organizar as
coisas do professor, o mesmo dizia que somente Peter tinha este
poder, pois nem ele conseguia, Peter passou a mão sobre os papeis
e começou a por na ordem sem olhar, o professor olhava para ele, e
quando em não mais de um minuto o menino voltou ao seu lugar,
olhou a ordem e sorriu, novamente perfeito, mas desta vez foi muito
rápido, começou a aula e depois de algum tempo repara na aluna
nova a sala e se apresenta, começa a divagar sobre astronomia, e
vira—se para Peter e pergunta.
— Peter, o que mantêm a lua seguindo a terra, pelo espaço?
— Não sei professor!
— Você não sabe?
— Tenho duvida, melhor alguém que tenha certeza!
— Alguém saberia a resposta?
— Seria atração gravitacional? – Sheila.
— Sim, concorda Peter!
— Não, mas se é, o que posso fazer!
— Qual seria a sua duvida?
— Eu acho que ela esta presa magneticamente a terra, por
isto não consegue girar sobre seu eixo, e por isto ela é tão grande,
comparada as demais luas dos demais planetas!
— Mas qual seria sua prova para esta teoria?
— Que as demais luas, se mantêm em órbita de acordo com a
atração gravitacional de seus planetas, mas não temos massa para
manter ela, e por isto ela ano a ano se afasta da terra!
— Sabe que não tem prova cientifica disto?
— Sei, assim como não tem de que o núcleo da terra seja
sólido, mas melhor acreditar que é, a ter de ir lá para provar!
— Veio afiado, mas terei de aceitar a resposta de Sheila como
correta, vamos a segunda pergunta, alguém tem idéia de do
material mais rígido que tem no planeta?
— Diamante, falou uma menina!
— Certo, e qual a medida desta resistência?

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J.J.Gremmelmaier
Um silencio se fez e Peter nem olhou para o professor, isto
era decorar, ele estudaria no dia anterior a prova, e acertaria, Peter
começou a sentir sono, o professor fazia estas perguntas para
provocar, principalmente Peter, pois sabia que ele não gostava, o
sono de Peter foi ficando incontrolável e vem a pergunta.
— Alguém sabe me afirmar a primeira cadeia da tabela
periódica!
Alguém respondeu, outro a outra resposta, e quando Sheila
olhou para trás, entendeu por que não ouvia nada em sua mente,
Peter estava esticado na cadeira, os braços soltos, o professor tinha
visto, mas achou que ele estava entediado, mas Sheila não era de
não sentir ele por perto, levantou—se e foi a cadeira, mexeu no
braço dele, estava solto, estava gelado, e olhou assustada para o
professor e disse.
— Ele está gelado!
O professor passou por ela e quando tocou nela, a menina se
arrepiou e vendo a cara de susto do professor, pegou em sua mãe e
falou.
— Melhor desfazer professor!
O professor olhou assustado, puxou a mão pos sobre a dele,
era susto, não era para estar acontecendo isto, Sheila olha para
Caterine e fala.
— Desfaz os papeis do professor, agora!
A menina não entendeu, a sala estava estática, a medica do
colégio entrava pela sala, e estava a tentar achar o pulso do menino,
pediu ajuda e o levaram para a enfermaria, ele estava quase sem
pulso, ligaram para os pais dele, o professor olhou para Sheila,
Caterine não teve coragem, mas quando passou pelos papeis,
empurrou tudo no chão, e olhou para o professor, a sala tinha
esvaziado, encara o professor e fala.
— Quem fez isto?
— Não sei o que esta falando!
— Um dia meu irmão teve chance de salvar minha avó e
acabou morto, agora que Peter chega perto, algo acontece, quem
foi?

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J.J.Gremmelmaier
— Não sei o que esta acontecendo! – Falou o professor —
sempre quis vencer ele em uma discussão ou em uma prova, mas
não estava querendo que ele morresse!
— Mas quem o fez, para o senhor!
O professor não respondeu, mas ela chegou perto e ele sentiu
um choque lhe atravessar a carne.
— Professor, quem fez!
Caterine vê que a menina não era de meias palavras.
— O líder comunitário da reserva Navajo!
— O que ele fez?
— Ele disse que era só para pedir para ele organizar os
papeis! Ele pos um papel entre os demais!
Sheila chaga até os papeis e o que o professor viu foi os
demais papeis se organizarem sozinhos, e um ficar ao chão, ela
pegou o papel, com as pontas do dedo, e este pegou fogo, Peter na
enfermaria abre os olhos, Caterine olha para o professor e para
Sheila, e fala.
— Acha que tem a ver com Robert?
— Com certeza, eles desmancharam a casa, e a mesma
pegou fogo, alguém não queria que ela voltasse, enquanto estava
tudo quieto, ninguém fez nada! – Sheila olha para o professor e fala.
– Espero que não fale nada para ninguém, senão o próximo choque,
pode ser mortal!
O professor olha assustado para a menina, quem era aquela
menina, olhou o sobrenome e lembrou do irmão dela.
Sheila entra na enfermaria junto com Mari, a mãe de Peter,
mas já estava bem, sentado a cama, e pensa.
―Quem foi?‖
―Líder comunitário Navajo!‖
Peter sorri para a mãe e fala.
— Calma mãe, foi só um mal estar!
A medica olha para o menino e depois para a mãe e fala.
— Melhor levar ele a um medico, ele chegou aqui frio, quase
sem pulso, mas antes de lhe tentarmos reanimar, ele voltou!

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J.J.Gremmelmaier
— Vou providenciar!
A medica olha a bagunça e fala.
— Todos para a aula de novo, não acabou ainda!
Muitas caras feias se fizeram e a medica olhou para Peter e
falou.
— Um dia teria que me visitar, mas não assim!
— Estou melhor doutora, apenas um mal estar!
— Mas tem de descansar!
Peter olhou ao corredor e viu o jardineiro indo ao fundo,
estava ali a verificar as coisas, como ele melhorou, precisava
comunicar, e Peter virou—se para a mãe e falou.
— Mãe, quem é o curandeiro atual dos Navajos!
— Aquele senhor que assumiu quando a avó de Sheila
morreu!
— Queria ver se ele me recomendava uns chás naturais!
— Eu recomendaria algo mais profissional! – Medica.
— Ele é curioso referente a isto, doutora, não quer dizer que
ele acredite piamente, mas como ele sonhou com a avó da menina,
numa destas noites, deve estar achando que o curandeiro quer lhe
dizer algo!
— Mas vê se não toma qualquer coisa!
— Ele nem come carne vermelha, a dieta dele é mais
saudável que a de muitos nutricionistas! – Mari.
— As vezes pode ser falta de ferro!
— Difícil, nunca vi alguém comer beterraba como este menino,
doutora!
— Mas faça os exames!
A medica liberou o menino, e respirou fundo, quando viu o
menino branco, gelado e sem pulso pensou em que havia morrido,
estava preste a reanimar ele com o desfribrilador, quando ele abriu
os olhos, olhou para a porta e a diretora estava a lhe olhar.
— O que aconteceu, doutora?
— Lembra do caso de Robert, a 5 anos?
— Não era diretora, Robert, que Robert?
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J.J.Gremmelmaier
— Robert Jones, o menino que pulou da ponte!
— A tragédia, já faz 5 anos?
— Sim, mas em Robert tive de reanimar com o desfribrilador,
ele chegou gelado como naquele dia, mas este melhorou aqui, no
caso de Robert, ele foi ao hospital na cidade, para descobrirem o
que ele tinha!
— Acha que tem a ver?
— Não sei nada, acho estranho como alguns da cidade
seguem a cultura Navajo!
— Muitos são descendentes de alguma perna dos antigos
índios, mas que saiba, não é o caso de Peter!
— Mas ele citou que queria saber o que o curandeiro falaria!
A diretora estranhou, mas era algo tão comum a comunidade,
que não falou mais nada.

— Vamos para casa filho, precisa descansar!


Peter olha para a mãe e fala serio.
— Mãe, preciso falar com o curandeiro Navajo!
— Mas não hoje!
— Mãe, é urgente, Robert teve um ataque assim e dois dias
depois pulava da ponte!
Mari olha assustado para ele e fala.
— Mas do que esta falando!
— Para o carro, temos de conversar, mãe!
Mari encosta o carro na estreita estrada que ligava o colégio a
cidade, e olha para o filho.
— O que andou aprontando filho, tem hora que não lhe ouso?
— Mãe, eu não contamino meu corpo, sabe disto, quantos
filhos por ai se acabam e sorvetes e doces, e eu nem comer como, é
serio!
— Mas o que aconteceu lá dentro?
— Não sei ainda, mas eu primeiro me vi fora do corpo, depois
na frente da queda d‘água onde era a casa da avó de Sheila, e
depois preso em um quarto de madeira, com a vós de um senhor do
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J.J.Gremmelmaier
lado de fora, estava sentindo meu corpo ser drenado, morrendo,
mas algo me trouxe de volta, sei o que aconteceu, mas tem de
acreditar em mim!
— Não vou deixar você se envolver com os Navajos, a
feitiçaria deles é pesada!
— Mãe, Robert não morreu!
— Esta maluco?
— Não, mas esquece, não vai me ouvir mesmo, mas se
prepara, o medo vai me levar ao mesmo caminho!
Peter volta a sentar—se a olhar para frente.
— Filho, não é contra você, é para lhe proteger!
— Eu sei, mas se isto enfrentou uma Curandeira, eu vou
apenas esperar!
— Não seja assim, não gosto deles!
— Eu entendo eles mãe, mas não sou a favor de me esconder,
eu gosto de saber o que esta acontecendo!
— Mas não vou levar você lá!
Peter estava a olhar para a frente, sua mãe parou diante de
sua casa.

Peter subiu ao quarto e trancou a porta, ficou a pensar no que


fazer, as duvidas eram grandes, não tinha como parar agora, tinha
de ir a fundo, pegou o lápis e desenhou o quarto que havia estado
em instantes anteriores, ele desenha na parede de seu quarto uma
porta, pega na maçaneta, lentamente a gira ainda na duvida se
deveria ir por este caminho, entra no portal, se depara em uma
peça que estivera antes, de madeira, ouviu algo na peça ao lado,
desenha seu corpo invisível, e o caderno também, vai mais perto da
porta e ouve um senhor falar.
— Curandeiro, o que fez, quase matou o menino, por que?
— Tem gente que tem de aprender o peso de nossos
ensinamentos, mas ele não morreu?
— Não, estava um agito geral!
— Aquela medica o reanimou, foi isto?

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J.J.Gremmelmaier
— Não, ele voltou sozinho, abriu os olhos e melhorou, como
se não tivesse sofrido nada!
— Mas como, este feitiço mataria a vila inteira, volte lá e é
melhor não falar nada a ninguém!
O jardineiro sai da peça.
O menino entra na peça, o curandeiro sente a presença, não
sabia quem era e fala.
— Se for você Irene, parece estar mais fraca, não fala mais!
Peter sente algo lhe tocar ao braço, olha e vê a senhora ao
seu lado, que põem a mão na boca, para que ele não falasse, e ela
fala.
— Paul, vê se isto é nome de Navajo!
— Resolveu falar, achou alguém que quer lhe soltar, mas
nunca tirarão você da cachoeira, eles nem sabem como o fazer!
— Nem você, mas quando se for, ainda estarei lá, um dia
volto!
— Parece que tem um seguidor, mas sem sangue Navajo,
então ele não tem força!
— Peter Carson é muito mais forte que você, Paul!
— Sabe o nome do menino, mas vai fazer o que, o fazer pular
da ponte de novo!
— Robert não pulou da ponte, sabe disto, você o empurrou!
— Eu não o empurrei, ele estava morto quando cheguei lá, já
lhe disse isto!
— E alguém acredita em você!
Um barulho se ouve a porta e Peter vê um rosto familiar,
Karine entra e cumprimenta o senhor com uma frase.
— Pai, o que aprontou hoje?
— Eu nada, por que filha!
— Alguém jogou um feitiço sobre um aluno da minha turma,
parece trabalho seu!
— Feitiço, o que aconteceu?
— O professor pediu para o menino arrumar os papeis dele,
parecia ter um papel com feitiço, ele acabou tocando nele, é o mais
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J.J.Gremmelmaier
inteligente menino de nossa turma, o acho ate bonitinho, e ele
apagou na carteira, quase morto, fomos todos para a enfermaria,
mas assim como caiu, se levantou!
— Se fosse meu feitiço filha, ele não teria se levantado!
— Foi apavorante pai, todos pensaram que ele tinha morrido!
— Mas como ele estava?
— Gelado, sem pulso, foi levado para a enfermaria, a medica
estava pronta para o ressuscitar, mas Peter não iria se entregar
assim, abriu o olho e reagiu!
— Fala como se soubesse que ele voltaria!
— Ele é um feiticeiro pai, dos bons, ele fala com Robert, o
menino que pulou da ponte!
— Ele fala com o morto?
— Sim, e dá vida a objetos inanimados como bonecas, eu vi
ele fazer!
O curandeiro olha em volta, sabia que a senhora deveria estar
ali, esperou a filha sair e falou.
— Achou um bruxo, mas é uma criança, o que acha que ele
pode comigo?
— Ainda nem falei com ele, o menino previu o que nós
faríamos, no dia em que entrei no portal, ele sentiu, era uma
criança de 6 anos, ele desenhou os portais, as coisas, sorte sua que
ele nem sabe que você existe!
— O que ele poderia fazer?
Peter pega o caderno e desenha a sala, com uma cúpula de
tempo, e lá dentro o curandeiro, estava a quase fechar o portal
quando o curandeiro falou.
— Sinto este feitiço, mas o que é?
— Bem vindo a minha prisão! – Falou o menino fechando o
traço.
Os dois saíram do lugar e pensou em como poderia ele salvar
todos, ainda nem conhecia os caminhos daquelas coisas.
Do lado de fora, desenhou a casa em uma cúpula, era a casa
onde o curandeiro e líder da comunidade recebia os seus irmãos,

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J.J.Gremmelmaier
dava consulta, Peter fecha o traço, e Karine que ia no sentido de
onde o pai estava para lhe falar algo, vê a casa sumir, desapareceu
inteiramente.

O curandeiro tenta sair assustado da cabana, e viu que estava


preso, e gritou.
— Mas onde estou!
Não houve resposta, olhou todo em volta da casa era um
negro fundo, ele não consegui ir mais que uns poucos metros da
casa, e não via mais nada, voltou e sentou—se, tentou vários
feitiços mas aparentemente estava preso, e sem saber o que fazer
foi a peça ao lado, olhava os desenhos na parede, ele tentara
muitas vezes, mas não funcionava, sentou—se e ficou a pensar.

— Sabe que o terá de libertar!


— Sei, mas como posso a ver, senhora Irene?
— Não sei, você veio por um portal de sua casa, mas esteve
aqui antes, vi o seus espectro!
— Sim, mas naquela hora estava vindo para ser preso,
enquanto o corpo morria!
— E como voltou?
— Tenho um pacto de sangue com sua neta, senhora Irene,
ela queimou o papel do feitiço!
— Minha neta, que neta?
— Sheila, já esta com 13 anos!
— Mas o tempo esta passando muito rápido, como você pode
falar com Robert?
— Por que ele não morreu, ele esta preso em um portal sobre
seu quarto, que o mandou a frente do tempo, mas não sei como o
tirar de lá!
— Deveria ser como veio aqui!
— Iria comigo?
— Sim!

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J.J.Gremmelmaier
Peter desenha o quarto no caderno, e a porta no ar, e os dois
adentram ao quarto de Robert, e o mesmo se assusta ao ver os dois.
— Achou o caminho?
— Não sei ainda!
— Desculpa por tudo, neto!
— Estamos nisto juntos, mas como sairemos?
Peter desenha o seu quarto, e desenha a porta na outra
parede, e atravessam por ela, Robert vê o seu corpo se materializar,
como se saindo de um desenho, Peter se redesenha no local e fica
visível e vêem a senhora olhar para os dois e falar.
— Mas comigo não vai ser tão fácil!
— Como podemos ajudar?
— Estou presa em alma, meu corpo já foi, terão de achar
meus ossos na caverna no fundo da queda d‘água, e de lá, ser
enterrada em chão sagrado Navajo, com uma cerimônia com um
curandeiro Navajo, mas por isto acho que vou penar por anos,
enquanto Paul estiver lá!
— Acharemos uma saída, mas obrigado! Nos indicou o
caminho!
— Peter, sabe que enfrentara uma guerra a partir de hoje?
— Sua neta é minha espada, não tem quem a detenha!
A senhora foi ficando translúcida e sumiu.
Robert olhou para Peter, para o espelho, e falou.
— 5 anos, você cresceu!
— Mas sabe que teremos um problema, ninguém vai acreditar
que você simplesmente ficou preso num portal fora do tempo!
— Sei, meus pais como estão?
— Voltaram ontem a cidade, a perda os vez unidos mas fora
da realidade!
— Meu pai vai me matar!
— Vamos ter de encarar!

Sheila chega a casa de Peter depois da aula, e fala com Mari.


— Como ele esta?
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— Querendo ir ver o curandeiro Navajo!
— Ele esta onde?
— No quarto dele, acho que ficou bravo por não levar ele! Me
isolou!
— Posso subir?
— Sobe!
Sheila bate a porta e ouve uma conversa e Peter falar.
— Entra!
A menina olha para Robert, 15 anos, uma lagrima se fez em
seu olho e ela foi até ele o abraçou, olhou para Peter e falou.
— Você arrisca muito!
Sorriu e falou.
— Preparada para a guerra!
A mãe de Peter vem a porta com um lanche e olha para
Robert e fala.
— Lhe conheço de algum lugar, como entrou aqui!
Robert viu que seria complicado e falou.
— Senhora Mari, voltei para casa, mas estava falando com
Peter, vendo como posso fazer isto sem matar meus pais do
coração!
— Robert?
— Sim!
— Mas você...— Mari olha para Peter como se fosse falar
demais.
— Seu filho esta me convencendo a parar de fugir, e encarar,
não sabia que achavam que havia morrido!
— Sua mãe vai lhe tirar o escalpo menino!
— Sei disto senhora, mas uma hora tenho de encarar, quanto
mais tempo passar, pior vai ser!
— Pensei que meu filho estava querendo que fosse a reserva
para ver o curandeiro, mas pelo jeito estava escondido por lá!
— Estava mais longe, mas ele desconfiava que poderia me
achar, tem um filho especial!

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J.J.Gremmelmaier
Mari estava pensando na encrenca a porta, e Peter olhou para
Sheila e falou.
— Marquei na sua casa, hoje as 20hs!
— Marcou o que?
— Acha que dá para aparecer com seu irmão sem um mínimo
de explicação!
— Mas sabia disto?
— Não, iria falar para seus pais que achava que Robert estava
vivo, sabia que eles iriam me por para correr, mas era uma
preparação, mas agora, vai ser no choque mesmo!
— Você iria falar para eles? – Robert.
— Sim, sempre aprendi que a magia vem para quem acredita,
o bem, para quem o pretende, não para quem fala uma coisa, mas
faz tudo para que o inverso aconteça!
— Magia? – Mari.
— Sabe do que falo mãe, ou vai dizer que acredita que se
desenhar uma porta na parede, posso atravessá—la! – Dá uma
piscada para sua mãe.
— Agora não sei nada, sei que sempre foi o bruxinho da
cidade, agora com a parceria certa, vem com uma bomba para a
cidade, sabe disto!
— Sei mãe, mas obrigado pelo lanche!
Olha para Sheila e fala.
— Falta meia hora, melhor ir lá receber as pessoas!
— Quem vai?
— Só o básico, Ronald, Ângela, acho que Caterine pode
aparecer, e se duvidar, seremos interrompidos por Karine!
— Por que ela interromperia?
— Por que sempre alguém some nas reservas Navajo!
— Quem sumiu nas terras dos Navajos? – Mari.
— A casa do Curandeiro com ele dentro! – Peter.
— Como você sabe de algo assim, filho?
— Era o que queria ir ver, mas ninguém me leva a sério, mas
obrigado mãe, foi melhor vindo para casa!
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Mari sorri, seu filho, mesmo quando parece agressivo vem
como um obrigado, ela sorri e desce, e Sheila desce atrás.
―Mas o que faço?‖
―Diz que eu pedi para você reunir todos lá, e que é importante
eles estarem presente!‖
―Tem o golfe do pai‖
―Sei disto, mas relaxa, 25 minutos você consegue nem que
furando os quatro pneus de seu pai!‖
Sheila estava a chegar em casa, quando Ângela vem junto
com a irmã, e pergunta.
— O que Peter pretende!
— Acho que ele conseguiu, mas vamos entrar!
— Ele conseguiu o que? – Sabrina, mãe de Sheila.
— Ele sempre me disse algo, mas preciso do pai aqui, ele esta
onde?
— Se arrumando para sair!
— Será que poderíamos falar antes dele sair!
— Hoje não filha, estou atrasado para o golfe!
— É importante!
— Nada que não possa esperar até amanha! – Falou o senhor
James.
Sheila estava fazendo o seu papel e falou.
— Como o sumiço de Robert naquele dia pai!
Sabrina viu que era importante, mas o senhor falou.
— O que seria tão importante como aquilo?
— Se esperara saberá, se não esperar, amanha descobre
pelos vizinhos! – Sheila.
— Esta querendo apanhar, Sheila!
— Se esperar para ouvir, aceito a surra, pai!
Sabrina chega até a filha e fala.
— Mas ele tem uma obrigação filha!

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J.J.Gremmelmaier
— Obrigação que a dois dias não existia mãe, desculpe, mas
se ele quer viver a vida, qualquer um daqueles colegas de golfe,
esperaria ele 10 horas de atraso, ele sabe disto!
— Mas o que Peter tem a falar?
— Não é só falar, é mostrar, sua mãe disse que esta bem
mãe!
— Minha mãe falou o que? – Sabrina olhando assustada.
— Falou que os ossos dela estão sobre a queda de água!
— Vocês estão brincando com coisa seria!
A campainha toca e Ronald entrou, a menina apresentou aos
dois, e ouve em sua mente.
―Estamos saindo do meu quarto, 2 minutos no máximo!‖
— Mas quanto tempo ele vai demorar? – James pai.
— Dois minutos, vamos a sala, é serio!
— Espero que seja mesmo!
Peter pede para Robert entrar pelos fundos, e ele entra pela
frente, e vai a sala, todos estavam o olhando, e Sabrina falou.
— O que andou aprontando Peter, nossa filha esta bem
estranha!
— Vim conversar, a idéia hoje era uma, mas como sempre
digo, as coisas sempre se aceleram!
— Estou atrasado, não posso ficar mais!
Sheila ia falar algo, mas Peter apenas fez um gesto para ela
se manter calma.
Peter estava com o caderno a mão, ele havia fechado a casa
no tempo, o pai dela chega fora e olha o escuro da cidade em volta,
nem a casa dos Carsons se via, entrou de novo e falou.
— Parece que houve um apagão geral na cidade!
— E sua casa foi à única nas 12 quadras que manteve a luz! –
Peter.
— O que esta acontecendo?
— Se o senhor sentar—se!
O senhor volta a sentar—se e fala.
— Qual o assunto?
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J.J.Gremmelmaier
— Robert James!
— O que tem a ver com o meu filho?
— O que a senhora sabe sobre feitiços Navajos!
— Minha mãe acreditava, mas eu não acredito!
Peter pegou o seu caderno e falou.
— Seu filho ficou preso nesta pagina por 5 anos senhora!
— Vocês são malucos, ele não pode ter sido preso em um
papel! – James pai.
— Impossível, então me diz, o que tem atrás desta parede,
senhor James!
— Tem um metro de meu quintal, a piscina e 12 metros
depois a casa dos Patersons!
Peter puxa o livro e a parede se abre, a sala se mostra ao
fundo e o menino fala.
— Para mim tem a verdadeira biblioteca da casa, onde tinha
este livro!
Peter passa a Sabrina o caderno que ela havia recebido de
sua mãe.
O senhor levanta—se e entra na peça, deveria tem uma
biblioteca com mais de 200 livros antigos e olhou para o menino e
falou.
— Esta falando serio?
— Sim, o feitiço foi pensado por sua sogra, mas o curandeiro
chefe dos Navajos não queria que se soltasse a alma de sua sogra,
que esta presa em um lugar que ainda não achei, e conduziu seu
filho a um caminho sem volta, ele reapareceria no quarto, se a casa
ainda existisse 25 anos depois, mas sua casa pega fogo dentro de
uns meses, foi isto que ele me mandou antes de ontem a noite!
— E você sabe como o trazer de volta!
— Robert, pode entrar!
Peter não foi pelo caminho fácil, ele falou a verdade, mesmo
que podendo não ser levado a serio, ele não estava a profanar a
historia, Sabrina vê o filho, com 5 anos a mais, tenta levantar—se
mas as pernas lhe faltam, Ângela sorri, Caterine olhou para Peter,

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ele empurra o livro de novo, e a parede se fecha, desfaz o contorno
da casa ao papel, e fala para o senhor a sua frente.
— Era só isto que queria falar! – Ele fecha o caderno e se
retira, Ronald viu ele saindo e o parou.
— Parece mesmo que não sente nada!
— O que o perturba Ronald?
— Você parece ter uma força, mas não a demonstra, como
pode?
— Eu sou fraco! Vocês é que não sabem a força que tem!
— E vai sair assim, acaba de mexer com a vida da cidade
inteira, em um ato e para você esta tudo bem?
— Não Ronald, ainda não acabou minha noite, esta só
começando!
Peter sai pela porta e Sheila vem atrás.
— Vai embora?
— Vamos, mas nem eu sei onde isto vai acabar!
Duas caminhonetes paravam em frente da casa de Peter, e
uma moça foi a porta e pediu para falar com ele, Mari olhou para
ele na varanda da casa dos James, e apontou para ele, vinham com
ela dois membros da tribo.
— Peter, pode ser que possa me ajudar! – Karine.
— Se me ajudarem, eu ajudo! – Peter olha para o jardineiro
da escola atrás dela e fala. – Pois tem coisa bem pior do que morrer
por um feitiço daqueles!
Karine olha para o senhor e fala.
— O que esta falando?
— Preciso de ajuda para libertar pelo menos 22 membros de
sua sociedade Navajo, depois solto o seu pai!
— Mas ele me disse que não foi ele!
— Eu sei, estava lá, ouvi a fé que demonstrou em minha cura,
mas seu pai mentiu!
— Mas então é uma vingança? – Karine.

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J.J.Gremmelmaier
— Não Karine, mas preciso salvar alguns antes de libertar seu
pai, ele esta bem, não é um lugar qualquer, é apenas uma fenda
espaço tempo!
Um senhor mais velho chega até o menino e pergunta.
— Você não e um Navajo, como pode enfeitiçar um de nós?
— Não uso feitiço, mas Sheila é uma Navajo, ela que me une
a vocês, ou me desune, mas quero salvar a alma da avó dela antes
de soltar Paul!
— Esta a dizer que a alma de Irene, esta presa por isto que a
sociedade esta se definhando?
— A sociedade não esta se definhando, mas ela esta com sua
alma presa, mas sei que preciso de ajuda para achar a ossada dela
sobre a caverna por trás da grande queda de água, se chegar no
lugar eu reconheço, mas preciso de ajuda!
— Mas se ela estiver presa vai precisar de mais ajuda!
— Sim, mas primeiro preciso ir as suas terras, acho que posso
ajudar!
— Vão aonde? – Mari.
— Reserva Navarro mãe!
— Se cuida, sabe que seu pai não chegou ainda, senão o fazia
ir junto!
— Sei mãe, mas aos poucos as coisas vão se ajeitar!
Ele abraçou a mãe e olhou os demais índios chegando a eles.
— Karine, pede para irem voltando, estaremos lá em
momentos!
A menina olha para os demais, depois de um tempo vem a ele
e pergunta.
— Mas vamos como?
— Sheila, nos acompanha?
— Lógico!
Adentram a casa novamente, Robert ainda abraçava os pais e
olha para Peter e pergunta.
— Vai tentar?
— Vou, se não conseguir, nos tira de lá!
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J.J.Gremmelmaier
— Nem sei como?
— Se desenhe invisível, como sobre a ponte, e vai lá, Irene
lhe mostra onde!
— Se cuida e cuida de minha irmã!
— Cuido!
Os três subiram pela escada e entraram no quarto vazio de
Robert, ele desenha o local em frente a antiga casa do curandeiro
no caderno, pega o lápis e risca na parede, sobre a porta que havia
feito antes, abriu a porta e as duas moças sentiram um receio em
passar, mas foram, ele fechou a porta as costas, e estavam na
Reserva, e Karine olhou para ele e falou.
— Isto foi assustador, quantos quilômetros em segundos!
Peter sorriu e olhou para Sheila e rabiscou ele transparente e
as duas viram ele sumir, e Sheila ouviu em sua mente.
―Eu ainda estou aqui, calma!‖
Peter desenhou o interior da casa, e pôs lá Karine, Sheila e ele,
as duas se deparam com o curandeiro sentado ao chão tentando
rabiscar, a filha chega por trás e pega um caderno e fala.
— Por que pai?
Paul olha assustado, e fala.
— Como entrou? – Olhou Sheila e falou. – Quem é ela?
— Minha neta! – Ouviu Paul, sabia que a vós de Irene apenas
ele ouvia, e fala.
— Como entraram?
— Pai, por que, esta deixando os mais idosos doente, para se
manter no cargo, por que?
— Filha, tudo que faço é para que tenha do melhor!
— Como melhor?
— Sua amiga ai, tem de tudo e você, o que tem?
— Pensei que tinha um pai, uma família, mas por que? Você
fez o feitiço para matar o menino!
— Ele queria libertar a avó desta ai, não posso permitir, ela
em alma é mais forte que eu, o simples existir dela é forte suficiente
para me perturbar a mente!
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— Pai, não é certo, como posso lhe ajudar assim!
— Ele uma hora tem de me libertar, ou terá de escolher o
lado do mal, daí ele se equivale a mim!
— Acha mesmo que proteger os demais é ser ruim?
— Não fale isto filha, se tiver um triste lá fora por minha
detenção aqui, ele terá de me soltar, ele deve saber disto!
— Acho que ele não sabe? – Sheila.
— E o que veio fazer aqui?
— Não vai adiantar, ele pediu que lhe convencesse a libertar a
minha avó, mas quando o motivo é ganância, não tem como, mas
— Sheila estava a falar com Paul, o distraindo, Peter na sala ao lado,
estava de posse dos mais de 70 cadernos de desenho de Irene e os
de Paul, e ele se desenha do lado de fora.

Um senhor chega até ele e fala.


— Menino, não deveria estar em terras Navajo!
Peter olha nos olhos do senhor e fala.
— E o senhor não deveria estar em seu corpo? No lugar de
ficar vagando!
— Como sabe disto?
— Acabo de tirar isto de Paul, o curandeiro!
O senhor vê as varias pessoas presas, e Peter se redesenha
no caderno e deixa de ver o senhor, faz uma pilha no centro da
pequena vila de casas, e põem fogo nos cadernos, as pessoas foram
melhorando em suas casas, quando as caminhonetes viram o
menino ao centro do terreno o jardineiro falou.
— Peter, não queria sua morte!
— Mas sempre que segue algo cegamente, se mata alguém!
Nem que seja um pedaço de você!
— Onde esta Karine?
Peter apontou o vazio onde deveria ter a casa, e o senhor
olhou novamente para ele.
— Mas ela esta presa lá?

77
J.J.Gremmelmaier
— Não, mas primeiro libertei algumas almas, depois, vemos
como faremos o resto!

Sheila olha para Karine e fala.


— Acha que seu pai soltaria a alma de minha avó?
— Ouviu ele falar, acho que não!
Paul foi a peça do lado, e olhando que os livros não estavam
lá, voltou como uma fera para a sala, e pegou no braço de Sheila, e
falou.
— Onde escondeu os livros?
Sheila sente aquela força que lhe corre as veias, e toca na
mão dele, o choque foi grande, e o senhor a larga, os olhares se
cruzaram e falou.
— Senhor Paul, acha que pode comigo?
Sheila viu o senhor falar algumas palavras, que não entendeu,
mas sentiu algo a atravessar, viu as bolhas em seus braços, e ouviu
em sua mente.
―Repete comigo‖
―Sono par not const dormo‖
Sheila repetiu as palavras e olhou os braços, e viu as bolhas
sumirem, e olhando para Paul falou.
— Este é seu melhor?
— Uma bruxinha, mas acha que pode com a magia Navajo?
— Eu tenho sangue Navajo, esqueceu, acho que entendi a
idéia de Peter, com sua ausência, o cargo de Curandeiro esta em
aberto, pode ser que seja isto!
— Não pode me deixar aqui!
— Senhor, quem esta escolhendo este caminho é o senhor!
Paul vê as duas sumirem diante dele, e ouve a gargalhada de
Irene.

Peter vê as duas se materializarem onde deveria estar a casa,


e olhando para elas a o procurar, falou.
— Por aqui!
78
J.J.Gremmelmaier
As duas foram a ele, Karine começou a falar.
— Ele não vai ajudar!
— Peter, tenho de falar com você! – Sheila.
— Urgente?
Sacudiu afirmativamente a cabeça e Peter desenho os dois a
frente da queda de água.
— O que ouve?
— A muito não ouvia a gargalhada de minha avó Peter, mas
algo ruim veio a mim, senti como se nem sempre o caminho fosse
fácil!
— Mas é sua avó!
— Mas por que alguém consegue agir sobre o outro com
facilidade?
— O bem supera o mal, regra numero um do livro!
— Sim, Paul de hoje, não supera você, mas superou minha
avó, hoje ele se perdeu no que queria fazer, mas deve ter sido forte,
o caminho o corrompeu!
— A ignorância não reverte o mal executado, se eu soltar o
mal, passo a ser julgado pelo ato do ser que foi liberto!
— Você soltou meu irmão sem pensar nisto!
— E libertaria sua avó sem pensar nisto!
— Tem de pensar, pode ser uma porta sem volta!
— Vamos a guerra, mas terei de ir sozinho!
Os dois voltam ao local e um senhor mais velho veio a ele e
falou.
— Acha que foi Paul que nos aprisionou lá?
— Acho que não senhor, pode ter sido outra pessoa!
— Mas quem?
— Tenho de falar com Paul antes de lhe responder!
Peter se desenha invisível, e depois vai para dentro da casa,
fora do tempo espaço, e o senhor sente a presença e fala.
— Irene, sei que esta ai!

79
J.J.Gremmelmaier
Peter sentiu a mão sobre seu ombro novamente, olhou para
ela, sorriu e falou.
— Não é apenas Irene Paul!
— Você também vem a mim como espírito?
— Sim, gostaria de lhe fazer uma pergunta!
— Faça?
— De quem eram os cadernos?
— Sabe a resposta, eu nem sei abri um portal daqueles!
Peter olha para a senhora e pergunta.
— Por que, são sua família!
— Pensei que fosse apenas mais um joguete, alguém que
pensa finalmente!
— Na verdade vou lhe soltar por que prometi a sua neta, mas
queria saber por que, pois sei as conseqüências, serei julgado pelo
que a senhora fez!
— Cada ser preso, me passa sua força, meu neto foi o que me
manteve ativa por todo este tempo, mas como você veio com uma
proposta bem mais poderosa, lhe mostrei como o soltar!
— Eu já sabia como o libertar, mas quero saber se vale a
pena, quero saber até onde posso chegar!
— Vale, cada aprisionado lhe dá a força de interferir, mas o
bem sempre vence o mal, e Paul me aprisionou, então cada força
que me fazia forte, também o fazia mais forte, não esquece que se
passa a dividir forças!
— Sente a força Paul? – Fala Peter olhando o senhor.
— Sim, não tem fenda, es uma criança pelo que me relataram,
e é tão poderoso!
— Não entendeu ainda ou vou ter de desenhar! – Peter.
— O que esta fazendo? – Irene.
— O que acontece se ele sair e nos aprisionar? – Fala Peter
olhando para a senhora.
— Ele vai nos destruir!
— Não, ele perderia o poder se nos matasse, mas realmente
ficaria poderoso se conseguisse nos aprisionar!
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J.J.Gremmelmaier
— Mas você ficaria preso? – Irene.
— Mas minha alma solta, prefiro dividir o poder de minha
parte boa, a virar parte do mal!
— Mas ele não tem como vencer o bem, ele se bandeou para
o outro lado!
— Sim, mas o puro bem, não enfrenta, não distorce, quem
disse que dizer sim sempre é fazer o bem, as vezes dizer não é fazer
o melhor!
Peter desenha um papel e um lápis a frente de Paul.
— Mas não sei desenhar!
— Paul, para de pensar como Irene, pense como eu, eu que
lhe aprisionei, quando o fiz, aprisionei quem você havia aprisionado,
os da vila, já libertei, então faz o que eu faço melhor!
— Mas não consigo desfazer a proteção!
Peter fala a mente de Paul.
―Não entendeu, se desenhe lá fora, esquece a casa, esta já
era!‖
O senhor se desenhou do lado de fora e todos viram ele se
materializar e Karine correu ao pai e este estava desnorteado, e
virou—se para Sheila e falou.
— Ele quer ser preso lá dentro, não sei se posso fazer isto!
— Mas por que?
— Se ele sair, por conta própria, ele será julgado por libertar
sua avó, as leis infinitas da magia, bem representa o bem, mal o
mal, mas não pensei que alguém ainda acreditava nisto!
— Ele acredita, mas o que acontece se ele não conseguir sair?
— Não sei!

Dentro da casa a senhora olha para o menino e tira o papel


de sua mão, tenta desenhar algo, mas não consegue, e ela olha
para ele e fala.
— Não consigo alterar seu futuro!

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J.J.Gremmelmaier
— Eu não tenho futuro, esqueceu! Estou preso em um mundo
paralelo, aqui dentro não podemos alterar nem o nosso destino,
nem o dos demais!
— Mas você veio para dentro, poderia sair?
— Acho que não mais, pode ser!
Peter senta—se a mesa do Curandeiro e pega uma faca e
começa a riscar a mesa, e a senhora fala.
— Você preferiu ficar aqui a descumprir uma promessa?
— Não é isto, mas depois de dias, deve ser de enlouquecer,
será que demoro quanto tempo para chegar a este estado?
— Você não esta preocupado em sair, você me tirou as forças
dos demais que aprisionei, é isto, você esta esperando eu sumir,
mas não vai acontecer!
— Por que não?
— Por que você tem o poder do caderno de transposição, ele
lhe dá força, mesmo você não o usando!
— Verdade, — Peter termina de desenhar o caderno no lado
de fora, com a faca sobre a mesa, e a senhora vê o caderno sumir
de sua mão, e olha para ele e pensa em falar mas ouve ele – ainda
falta uma coisa, espero que lembrem de violar seu tumulo, só falta
isto!
— Mas assim vou vagar pelo incerto!
— Senhora Irene, desculpe, mas vamos, pois assim que a
bolha se perder, estarei aqui!
— Mas não tem medo do incerto?
Peter não poderia mentir, então ficou quieto.
— Acha que eles vão conseguir achar o lugar!
Peter olhava a senhora, ela o trouxe, agora nem ele tinha
certeza de como sairia, se sairia.

Sheila olha para Paul e fala apontando o caderno.


— Temos de achar este lugar, na caverna!
— Sei onde fica, mas como sabe onde esta o corpo!
— Precisamos de uma cruz!
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J.J.Gremmelmaier
— Uma cruz? – Paul.
— Paul, não quero fazer a cerimônia para libertar minha avó,
isto deixaria ele preso lá, temos de violar o tumulo!
— Mas uma cruz? – Perguntou Karine.
— Karine, existem crenças que em si, são uma violação, o
cristianismo é uma grande enganação e violação, mas não adianta
falar isto a um cristão, eles vão nos matar chamando—nos de
feiticeiros!
— O seu amigo sabe disto?
— Ele quer que ousa o que esta falando!
Eles pegaram as caminhonetes e foram a região da queda,
mais de duas horas em uma estrada de chão, estava quase
amanhecendo quando chegaram ao local, e entraram na caverna
por trás da queda de água, era apenas dois salões mas imensos,
eles vão ao local e começam a escavar, e quando viram a ossada,
Sheila põem a cruz na altura da cabeça, olhou o índio que estava
mais ao fundo, pediu o galão de gasolina, espalhou a mesma sobre
os ossos e sobre a crus e pos fogo, os demais viram a frieza que a
menina o fez, e no fim, após o fogo ter se apagado, pegou uma
pedra e estilhaçou o crânio.

Na cabana, Peter desenha sobre a mesa, com o canivete o


sótão da casa da senhora, e ela vê o lugar mudar, e fala.
— Você ainda esta no comando?
— Alguma vez falei o contrario!
— Você disse para Paul nos fechar aqui!
— Sim, mas não sou responsável pelo o que os demais não
sabem fazer!
A senhora olha a queda de água pela janela, as caminhonetes
paradas a poucos metros de lá, e olha para ele e fala.
— Acha que eles vão fazer o que?
A senhora vê a casa começar a pegar fogo!
— Você esta destruindo a casa de novo? Por que?

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J.J.Gremmelmaier
— Deveria ter lido até o fim senhora Irene, mas não a versão
em inglês, e sim a em alemão!
— Tinham diferença?
— Sim, os portais são fendas temporais, não existe matéria,
sua mente pode reconstruir tudo, mas para a senhora, não existe
mais!
A senhora olha as mãos e vê elas se desmaterializarem, e
grita de dor.
Peter sente pena, mas não podia fazer mais nada, ele olhou
seu braços, tentou manter a forma, ignorar a dor, sua pele
queimava na alma, via tudo pegar fogo, e de repente lembrou do
sonho, fixou a mente como todas as suas forças e começou a sentir
o corpo cair, sentiu a água o cercar, estava na água, olhou em volta,
olhou suas mãos, olhou a queda de água, e começou a andar pelo
fundo no sentido da prainha, estava a sair da água, quando viu
Sheila a sua frente, viu os demais recuarem, olhou seus braços,
pura carne, olhou para Sheila e ela foi a ele, e lhe esticou a mão,
enquanto os demais estavam a se assustar, pegou na mão dela,
sentiu o choque correr seu corpo, e os demais viram a pele dele
voltar a cobrir o corpo, a boca voltar a ter carne, o coro cabeludo
soltar as mechas de cabelo, e ele se viu em mudança nos olhos de
Sheila, ela o beijou, e todos em volta ficaram a se perguntar como.
Paul chega perto e fala.
— Menino, tem mais coragem que qualquer Navajo que
conheci, pos sua vida em risco para salvar os demais, até a minha,
alguém que tentou lhe matar!
— Senhor, eu não sei exatamente o que esta falando, mas
corajoso nunca fui!
— Acha fácil enfrentar alguém como a avó da menina?
Peter sorriu e viu Karine chegar e ele falou.
— Eu disse que ajudava o soltar, depois que me ajudasse!
— Mas o que aconteceu?
— Fechei de vez o portal da casa, aquele imaterial que ali
existia!
Os demais vêem a casa se materializar e dão um passo atrás.
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J.J.Gremmelmaier
Paul sorriu e falou.
— Outra casa, muito esperto!
— O lugar é para vocês, não para mim, estas são terras dos
Navajos!
Peter olhou Sheila aos olhos e a beijou.
Os demais a volta estavam a falar do rapaz, quando Sheila
separou seus lábios e falou.
— Pensei que nunca me beijaria!
— Pensei que gostava de seres mais brutais!
— Quer algo mais brutal do que alguém que se refaz de pura
carne para como era antes?
— Gosta de sangue, pelo que entendi!
— Não, sabe que não gosto, me conhece como ninguém!

Os dois pegaram uma carona para a cidade, e a frente da


casa esperavam as duas famílias, os dois desceram da cabine da
picape, se despediram de Karine e os olhos os mediam, Ronald
ainda estava lá e Sheila tentou puxar a mão e Peter a segurou, e
falou em sua mente.
―Ainda não lhe entendo!‖ – E solta a mão dela.
Os pais chegam com as perguntas de sempre, Peter passou o
olho e viu que Caterine ainda estava lá, viu Ângela com Robert, e
sorriu, ele estava muito cansado, era manha, tinha que ir a escola,
não teria nem tempo de tomar um banho e chegar no fim da
primeira aula, olhou para a mãe e o pai, e os abraçou, algo estava a
mudar em sua vida, mas sentia como se estivesse em pedaços, ele
entrou, tomou um banho e pensou em encostar um pouco para
retomar as energias, dormiu sentado a cama, sua mãe o deitou e
cobriu, enquanto os demais também foram dormir, quando a
informação de que Robert havia voltado, tomou a cidade, algumas
coisas ainda não estavam claras, mas era obvio que tinha algo com
o menino, James pai cansou de tirar o livro do lugar e nada
acontecer, estava a pensar que foi um truque, mas ele viu o rapaz
subir ao quarto do filho, foi lá depois, e nada, eles haviam sumido,

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J.J.Gremmelmaier
as vezes os pais tentam ser racionais, mas não tem como o ser em
certos casos.

A diretora ligou para a casa de alguns alunos, mas os pais


assinaram embaixo das ausências, Ronald era o que não tinha nem
o que falar, mas estava intrigado como aquele menino, o dia foi
calmo, fora à novidade do retorno de Robert, e de algumas faltas,
parecia que tudo estava bem.

Peter acorda coberto, e olha em volta, era noite, senta—se a


cama, fica a pensar, não sabia se tinha feito o certo, sentia como se
algo estivesse errado, mas como uma criança poderia acertar, ele
olhou para fora, a mesma calma de sempre, não tinha nada de
anormal, ele desceu a cozinha e sua mãe estava sentada a mesa
como seu pai, e os dois olharam para ele.
— Filho, finalmente acordou!
— Quanto tempo dormi?
— O dia inteiro, como se sente?
— Bem esquisito, parece que tudo é um sonho!
— Você acordou a noite, normal, quer comer algo?
— Estou com fome mesmo, o que tem para comer!
Sua mãe abriu o forno e pos sobre a mesa um pernil de porco
cru e falou.
— Inteiro para você!
Peter olhou as mãos e falou.
— Perdi a fome, mas como estão os demais?
— Que demais?
Peter olha em volta e a cozinha ficou cheia, eram espíritos
negros, ele olhou para estes, não sabia o que eram, mas pareciam
tristes, mas sua mãe sorria, seu pai sorria, e olhou para um deles e
perguntou.
— Como é seu nome menino?
— Peter, e o seu?
— Pode me chamar de Carson!
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J.J.Gremmelmaier
— Você é Peter Carson?
— Sim, você me conhece?
— Sim, todos estes rostos tristes são sua culpa!
— Minha culpa?
— Sim, você destruiu nossa protetora, a cidade vai
desaparecer, somos os espíritos dos Navajos do passado, você nos
separou do mundo!
— E como fiz isto?
— Você destruiu Irene, nossa protetora!
— Irene, quem era Irene?
— A nossa protetora, você sabe quem!
— Não sei não, mas por que eles sorriem?
— Eles são reflexo do que ganhou, os brancos!
Peter olha para os pais, não era isto, mas não estava a
entender, e perguntou para outro.
— Como é seu nome menino?
— Peter, e o seu?
— Pode me chamar de Carson!
— Você é Peter Carson?
Ele olhou os espíritos, conseguiu reconhecer seus rostos, e
olhou por entre eles, viu—os no sonho de Sheila e falou.
— Não, vocês o são, estou cansado, mas não triste, vocês
estão na contramão!
Peter olhava para a mãe dele no sonho, e ela deixou de sorrir,
e ouviu uma gargalhada que sabia de quem era, e olhou entre os
espíritos, eles se uniram e o rosto dela surgiu.
— Acha que se livrou de mim?
— Não era a intenção, senhora Irene!
— Como soube os identificar?
— Identificar?
— Ver que eram o lado triste de você mesmo?
— Senhora Irene, o sonho é meu, isto aprendi, quem detêm o
meu sonho sou eu, mas quer voltar?

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J.J.Gremmelmaier
— Vou dar um jeito!
— Eu não recomendava, mas se quiser, sabe o caminho!
— Tem de ter um atalho!
— Tem, mas não quer tudo mastigado, ou quer?
— Lógico que quero! — A feição da senhora mudou, e Peter
olhou por meio dela, ficou na forma do rosto de Sheila e perguntou.
— Peter, como minha avó faz para retornar!
— Quer saber mesmo?
— Sim, você sabe?
Peter estava a olhar para o rosto, sabia bem quem era, mas
viu a cabeça se despedaçar a sua frente e depois se recompor, o
rosto olhou para traz, tomando novamente a forma de Irene, lá
estava Sheila que falou.
— Vó que vergonha, tomar a minha aparência, que golpe
sujo!
— Você não pode estar neste sonho, não é seu!
— Já disse, quem mexer com Peter, vai se ver comigo!
A imagem se desfaz e Sheila sorri e pisca para Peter que abre
os olhos, e se depara no seu quarto, um breu total, desceu tomar
uma água, a cozinha estava vazia, ele tomou uma água, olhou em
volta e foi a sala, sentou e ficou a olhar o relógio a parede, sentiu
uma mão em seu ombro e se arrepiou, olhou assustado e viu Robert
que sentou—se a sua frente e falou.
— O que faz em meu sonho?
— Na verdade estava tentando acordar, mas cuidado, sua avó
esta tentando voltar, e sei que ela vai fazer de tudo para conseguir!
— Não acredito que ela vá voltar!
— Por que não?
— Você não deixaria ela vencer!
— Ela é forte Robert, não é a toa que para ela é possível
voltar!
— Mas ela tem como voltar?
— Tem!
— Mas não teria como deter isto?
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— Teria, mas para isto...— Peter olhou em volta e falou – isto
que vou falar, ela não pode saber!
— Então nem me fale!
— Preciso que alguém saiba!
— E acha seguro falar em um sonho?
— Nada é seguro, mas Robert, lembra quando sua avó sumiu,
o que ela disse?
— Que teríamos de achar os ossos dela, e fazer uma
cerimônia em solo sagrado Navarro, celebrada por um curandeiro!
— Sabe o que ela queria com isto?
— Nem idéia!
— Aprisionar toda a aldeia, todos!
— Mas por que?
— Ela teria força para enfrentar Paul, se libertar e voltar ao
comando!
— Mas o que aconteceria com eles?
— Seriam sugados para um local como o que você estava!
— Mas isto é terrível, ainda bem que a deteu!
— Na verdade adiamos algo, mas ela não sabe ainda!
— Quer dizer que não a venceu, apenas a deteu?
— Sim, sei que ela retornara, ela ainda tem força!
— Mas como ela voltaria?
— Este é o problema, enquanto ela não perceber a verdade,
estará lá!
— O que quer dizer?
— Robert, nos falamos de manha, sabe que as paredes de
sonhos tem ouvidos!
Robert pareceu perder a paciência um pouco e virou—se para
ele.
— Mas como vamos dormir em paz se nem sei se vou
acordar!
— Você e sua família estão protegidos, o resto dos brancos é
que não estão!

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J.J.Gremmelmaier
— Não entendo, não somos diferentes!
— Somos, mas isto somente um teste de DNA mostra, somos
inferiores, os Navajo eram da região do México a 10 mil anos,
correspondem a linhagem que sobreviveu na península Ibérica na
Europa, mas estes na América, são descendentes resistentes, o
reinicio após o fim da era de gelo, algo anterior a muitas coisas que
parecem ter ficado no passado!
— E como você sabe?
— Não vem ao caso, mas as magias dos Navajo são
anteriores a cultura Judaica, e muito outras, mas isto, vem de uma
época que é apenas lenda!
— E você fala como se soubesse?
— Aprendi por que você me deu o caminho!
— Eu?
— A não ser que não esteja no sonho do verdadeiro Robert,
você sabe!
— Não me lembro de nada!
— Outro assunto para falarmos amanha!
— Acha que estamos em lugar monitorado por ela?
— Robert, esta é a sala de sua casa?
— Não!
— Nem da minha, o relógio parou as 6 noras e seis minutos, o
ponteiro do segundo foi arrancado, as janelas dão todas para oeste,
tem estas esculturas, que são bonitas, mas são da mais cruel magia
negra, temos tapetes nos pés e poltronas de pele de cordeiro mas
todos pardos, é muito sinal em uma peça para que ignore!
Peter vê o rapaz se transmutar na forma de Irene e ela falar.
— Isto você não aprendeu em meus livros!
— Irene, deixa ele em paz, é um bom menino, pode ser o
ressurgir do conhecimento entre os Navajo!
— Não estou interessada em dar poder a aqueles decrépitos,
eles nunca me respeitaram!
— Ao contrario, eles sempre a respeitaram, você que se
deixou levar pelo poder, Irene!

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J.J.Gremmelmaier
— Mas o que uma criança sabe disto?
— Sei que não acabou, que você ainda esta ai, por mais que
tudo que estava escrito naquele seu livro dissesse o contrario, mas
sei como lhe enfrentar!
— Você é apenas um pirralho, o que pensa que pode?
— Eu, não estou preocupado como o que você pensa, Irene!
— Sabe que Robert vai sonhar o que quero?
— Sei que vai tentar isto, mas não será o que você quer, vai
ser como este momento, quem vai decidir se lhe segue é ele, não
você, ele esteve sobre sua influencia, mas nunca foi burro, agora ele
sabe que pode pedir ajuda!
— Você falou que ele lhe iniciou, é serio?
— Irene, você poderia estar em um caminho de luz, fazendo o
bem e sendo mais, muito mais do que eu, mas escolheu estar num
caminho tortuoso como destas estradas que trazem aqui, eu não
desisti de você, não entendeu isto!
— Esta a dizer que sabia que não era meu fim naquele lugar?
— Sabia, mas não pelo que esta escrito, e sim o que sinto,
sempre segui mais os meus instintos que as suas regras escritas,
hoje os livros me ajudam a diferenciar o por que das coisas, mas já
fazia aquilo sem ter de ler em um livro, mas tem de decidir que lado
vai estar em dias!
— Acha que isto acaba em dias, pode durar séculos para mim!
— Irene, para mim e para você acabam com o fim de minha
vida, no máximo, tem este prazo para pensar e fazer suas escolhas,
mas quando me for, vai comigo!
— Não entendi esta sua certeza!
— Não vou lhe explicar, sabe bem as regras, pode estar ainda
sentindo—se forte, mas enquanto eu tiver magia em mim, você tem
força, quando ela se for, você perde força, se acha que pode entrar
nos sonhos, lembre—se que não podia antes, mal conseguiu induzir
um sonho para mim!
— Esta a me dizer que esta fácil por que você sabe fazer?
— Entendeu, você sempre passava imagens, lembra, não mais
que isto, mas nem você controlava aquilo, foi ai que Paul a pegou!
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— Mas você fala como se não fosse um Navajo, mas tem
influencia sobre eles, como?
— Irene, se ficar quieta, pode aprender muito, se quiser se
manifestar sei como lhe deter, não preciso da magia para viver, mas
você sim!
— Esta a dizer que se comece a carne de porco crua, eu
estaria me envenenando, mas você não comeu!
— É nojento, não iria comer nem com toda a fome do mundo
carne de porco crua!
— O menino puro, sabe que achei que não havia ninguém
mais assim!
— Não conhece o novo mundo, um que surge em interiores
como este, diante de toda a informação do mundo, mas escolhendo
seus caminhos, não falamos mais de um no poder e sim de milhões
com poder, mas precisa se decidir, ainda tem um lugar à luz para
você, Irene!
— Não quero o lugar à luz!
— Então não terá a sombra, sabe disto!
— Posso lhe perturbar até você me libertar!
— Irene, não existe liberdade se não tomar minha consciência,
sabe que este é o caminho!
— Se fosse este, não estaria me dizendo!
— Você não me conhece, acha que fazia magia, mas na
verdade, curava, não fazia magia!
— Eu aprisionei eles!
— Sim, usou o segredo do livro e os prendeu, mas nada que
uma fogueira simples não resolvesse, mas gostei de ver como
persuadiu Paul a manter os demais sobre sua influencia!
— Você o fez lhe respeitar, ele não daria sua vida por uma
idéia!
— Ele não é ruim, mas tem arrestas a aparar!
— Eu acho que ele é do lado ruim, eu provei isto!
— Sim, você provou! – Fala Peter bocejando.
— Você não pode ter sono, você esta dormindo! – Irene.

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J.J.Gremmelmaier
— Eu não estou dormindo, estou falando com você, meu
corpo esta a relaxar sobre a cama, mas cuidado com o entrar em
meus sonhos, é perigoso!
— Senti a agressão de Sheila, mas não podia ser ela, estava
em seu sonho!
— Mas ela me protege, mesmo que de longe, sempre foi uma
boa amiga!
— Você vai deixar ela com aquele monte de músculo?
— É uma pergunta que terei de fazer a ela, mas não lhe diz
respeito!
— Você tenta se mostrar calmo referente a ela, mas senti que
a ama!
— E quem não amaria sua neta, ainda bem que não preciso
pedir sua benção para isto!
— Como se atreveu a pedir para ela violar meu tumulo!
— Ela sabia que se não o fizesse estaria preso lá, entre eu e
você, ela me escolheu, mas ainda não sei se é amor ou algo mais
profundo!
— Você não parece um menino de 13 anos falando!
— Nos sonhos podemos usar nosso maior conhecimento,
metade disto não falaria acordado!
— Você esta se achando muito forte menino, nem imagina no
que vou transformar sua vida!
— Você deveria entender, Irene, será uma guerra de mais um
ano, mas não entendeu ainda!
— Sabe quando vai acabar?
— Quando você me matar, tomar minha consciência, em
perto de um ano!
— Esta maluco, isto me daria poder sobre você, como poderia
ser o fim!
— Para mim é o fim, para você, não sei, vou estar morto, o
que me importa!
— Mas se absorver o que você sabe serei você, e ninguém
desconfiara!

93
J.J.Gremmelmaier
— Verdade, mais um primata andando pelo planeta,
trabalhando para pagar suas contas, nada mais que isto, esqueceu
que meu poder morre comigo, você vai fazer de tudo para tomar o
poder, esta em você, e quando o fizer, eu perco, você morre, nasce
um ser em coma em algum hospital por ai!
— Por isto esta deixando Sheila longe, você a ama, bem
patético, mas tenho de admitir, um sentimento que nunca entendi!
— Desculpa se vou lhe cortar, mas meu corpo vai levantar, e
é hora de despertar para o mundo!
— Você não pode me deixar falando sozinha!
— Quem dera a pudesse deixar no sonho, mas sei que não
será assim!

Peter abre os olhos e é dia, ele olha para o lado da cama e


sua mãe ali estava, ela olhou para ele e perguntou.
— Filho, como esta?
— Agora bem mãe, mas tinha de estar descansando!
— Ouvi seu grito antes, depois parece ter acalmado, mas teve
um sonho agitado, tenho medo de você voltar a andar sonâmbulo
pela casa!
— As vezes esqueço que tenho meus momentos de fantasma!
– Sorri Peter.
— Mas como esta sentindo—se?
— Confuso, sabe em que encrenca seu filho se meteu?
— Sei, com a filha dos James, que são os patrões de seu pai!
— Mãe, este não é o problema!
— Mas seu pai esta preocupado!
— Depois falo com ele, mas acabei me metendo com magia, o
seu bruxinho esta quase virando um bruxo de verdade, não é nada
fácil mãe!
— Acordou bem, já está brincando com tudo isto!
— Certo, mas fazer o que, nem eu acredito ainda no caminho
que tomei!
— Vai para o colégio hoje?
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J.J.Gremmelmaier
— Sexta é o melhor dia mãe, o dia antes do fim de semana!
— Esta melhor, então melhor tomar um banho, lhe deixo na
escola!
— Sabe que nada vai mudar em minha vida mãe, as pessoas
não vão falar de mim hoje!
— Sei, o assunto de ontem da cidade foi Robert!
— Melhor, minha vida esta muito bem sem ser popular, mãe!
Mari sorriu e foi preparar o café enquanto o menino tomava
um banho, mais 55 minutos Mari estava a deixar Peter a escola e
muitos vieram a ele e falaram.
— Soube que Robert não morreu?
Call chegou ao lado de Peter e perguntou.
— O sumido apareceu, a professora nem sentiu—se bem em
dar sua nota, sem você para ela parabenizar!
— Fala serio, deve ter tido mais notas altas naquele prova!
— Sim, Caterine que também não apareceu!
Peter sorriu e adentraram a sala, Caterine o barrou a porta e
falou.
— Vai continuar a sentar no fundo?
— Sim, por que mudaria?
— Não vai mudar mesmo depois de tudo?
Peter olha para a sala e olha para Caterine e fala.
— Acha que mudou o que?
— Todos sabem que você achou Robert!
— Achou é uma boa forma de não falar nada!
— Mas eu sei o que aconteceu, para mim muda!
— Não em aula, soube que teve A+ em matemática!
— Soube que Sheila tirou apenas A, como você sabia?
— Sabe a resposta, mas nos falamos depois!
— Sheila não vem?
— Não sei, a vida daquela família esta agitada demais!

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J.J.Gremmelmaier
O professor entra e Peter vai ao fundo da sala, obvio que
todos estavam a olhar ele barrado por Caterine a porta, Sheila entra
logo depois, apressada, e senta—se ao lado de Caterine.
A aula de língua inglesa foi chata, como sempre, e com os
adendos do que se acha incorreto, a aula só melhorou quando
entraram em literatura, pois regras sempre foram à paixão de
poucos, como Peter, mas Sheila pensou lá à frente e ele olhou as
palavras se materializarem.
―Como você se atreve a entrar em meu sonho, não queria
bater em minha avó!‖
Peter olhou para ela e pensou, direto na mente da moça.
―Queria o que, o sonho era meu, você que não deveria esta
lá!‖
Sheila olha para traz, ela teve a impressão de que ele estava
logo atrás dela, parecia ter ouvido as palavras, olhou para ele e
sorriu.
―Teu irmão vai matar o Ronald, se lhe pegar com ele!‖
―Deveria poder ter meus momentos de privacidade!‖
―Se quiser, desfazemos o pacto!‖
―Me parece uma idéia interessante!‖
Call não tirava a cabeça do caderno de Peter, aquelas letras
se materializando, que não respondeu o ultimo pensamento, ela
queria liberdade, ele estava disposto a lhe dar liberdade, quando ele
ouviu Irene a sua mente.
―Vai mesmo a deixar livre?‖
―Vou, ela merece privacidade!‖
―Mas sabe que vou a perturbar!‖
‗Sei, mas esta retida neste corpo, não naquele!‖
―Esta a querendo livrar de mim, entendi!‖
Peter concentra—se na aula e pensa em como faria, estava a
sair para o intervalo, Ronald estava na mesa lá a frente com Sheila,
Caterine sentou—se ao lado de Peter, onde normalmente Call
sentava, e Karine sentou—se a frente dele, Call sentando—se ao
lado dela, e Paul do outro lado, todos quietos quando Karine
quebrou o silencio.
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J.J.Gremmelmaier
— Peter, meu pai mandou lhe agradecer!
— Diz para ele que não acabou ainda, ela ainda esta com
força!
— Mas como?
— Eu sabia que aconteceria, deveria ter me mantido lá, ela se
prendeu em minha existência, no meu subconsciente, seu pai vai
entender!
— Mas é grave?
— Sim, mas vai ser uma luta entre eu e ela pelo comando!
— E se ela tomar o comando?
— Saberá, eu entro em coma, e ela desaparece!
— Do que estão falando? – Paul.
— De feitiçaria! – Caterine.
— Sim, de feitiçaria da mais cruel, mas sempre que alguém
sai, alguém entra, pode ser que seja eu!
— Não brinque com isto, pensei que estaria mais próximo de
Sheila! – Caterine.
— Acho que vou precisar de ajuda para a esquecer, mas isto,
depois resolvo, ainda estou cansado, deveria ter ouvido minha mãe
e pego mais um dia de repouso!
Caterine olha para Peter e fala.
— Ela nem lhe dá bola, salva o irmão dela e ela lá de carinhos
com Ronald e ainda precisa de mais motivos para a esquecer?
— Não estava falando de motivos, estava falando de
sentimento!
Call olha para Paul e fala.
— Acho que estamos sobrando neste momento! – Os dois se
levantam e Karine os acompanha, Caterine sorri e fala.
— Acha que consegue atravessar esta barreira?
Peter toca o rosto de Caterine, e fala.
— Nunca houve uma barreira, apenas uma rua a atravessar!
Quando os 3 saíram da mesa, obvio que os demais olharam
para a mesa e o olhar de Ronald, enquanto os dois se beijavam, fez
Sheila olhar para traz, embora fosse o que ela falava que queria,
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J.J.Gremmelmaier
não foi o que ela sentiu, Peter sentiu quando ela levantou—se da
cadeira para ir aos dois, não olhou para ela, mas sabia que estava
ali, quando ouviu.
— Peter precisamos conversar!
— Senta ai!
Sheila olhou para Caterine e depois para Peter e falou.
— Acha que consegue reverter aquele pacto?
— Sei que consigo, mas assim que chegar em casa, vejo se
podemos fazer isto ainda hoje!
— Pensei que estava a não querer isto? – Sheila.
— Não fui eu que falei que queria, sabe disto, é justo você ter
sua privacidade de volta!
— Mas se não quiser!
Peter olha serio para Sheila e fala.
— Sheila, você não sente quando beijo Caterine, sou eu que
sinto quando você beija Ronald, então para mim, eu gostaria que
isto acabasse!
— Não sabia que você sentia?
— Sheila, depois falamos disto, seu namorado daqui a pouco
vai querer me acertar o olho!
— Sabe que o defendo?
— Por enquanto, verá que isto vai mudar!
Sheila olha para a mesa onde estava e volta, Ronald sentiu
que embora ele não demonstrasse ficar chateado, a menina não
segurou os sentimentos, ela dizia para ele que eram apenas amigos,
mas não foi o que aconteceu.
Caterine olha para ele e fala.
— Que papo é este de sentir quando ela beija ele?
— Quando éramos muito pequenos, fizemos um pacto de
sangue, mas dos poderosos, eu ouso o que ela fala, eu ouso até o
que ela pensa, sinto o que ela toca, então esta horrível para mim
esta situação, e sei que vai piorar!
— Ela disse que quer desfazer isto?

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J.J.Gremmelmaier
— Ela fala, mas os pensamentos dela dizem o contrario, mas
Caterine, se quero viver algo, isto terá que acabar, ela não me ama!
— Vocês ainda tem de resolver isto!
— Desculpe, não quero lhe fazer sofrer!
— Sei onde estou pisando Peter, todos que lhes conheceram
falam que eram o casal de bruxinhos, o que vi acontecer, somente
um grande bruxo, das historias mais extraordinárias fazem, vi ela
fazer o professor confessar quem tinha feito aquilo com você, vocês
unidos são mais fortes que separados, você teria morrido se ela não
tivesse no colégio!
— Eu sei disto, mas daqui a pouco os dois estarão fazendo
coisas mais intimas, e eu estarei sentindo isto, não tenho como
bloquear o que vem, apenas o que vai!
— E acha que acabar com isto resolve?
— As pessoas vivem bem sem isto, não com isto!
O sinal tocou e os dois foram a sala, Ronald o barrou e falou.
— Peter precisamos conversar!
— Não agora, passa em casa mais tarde!
— Mas precisamos conversar!
— Passa lá, não tenho nada contra você, Ronald, mas preciso
tocar minha vida!
— Ela parece lhe amar mais que a mim!
— Mas tem coisa que precisa mudar!
Peter sentou—se e viu que Sheila nem olhava para Caterine
ao seu lado, o professor de mais uma aula estava a entrar, mas veio
acompanhado de um rapaz, Robert, este ele conhecia, estava
alguns anos atrasados, e o professor apresentou—os e ele foi
sentar—se ao fundo, ao lado de Call, os dois se cumprimentaram e
Sheila olhou para Peter, e pensou.
―O que pensa que esta fazendo?‖
―O mesmo que você, pensei que queria liberdade!‖
―Você é meu, não vou deixar com outra!‖
―Desculpe, pensei que sairia da reserva, não quero ficar
esperando mais 5 anos!‖

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J.J.Gremmelmaier
Robert vê as palavras vindo ao papel de Peter, olha para a
irmã de costas, ela nem olhava e quem via nem diria que estavam
conversando, ele abriu o caderno e escreveu.
―Esta ai, Ângela?‖
―Fala amor‖
Call ao lado esticou o pescoço, qual o truque, ele queria um
caderno destes, mas faltava a namorada, olhava as palavras irem e
virem enquanto a discussão entre Peter e Sheila continuava.
Caterine olha para ela, e fala baixo.
— Vou deixar ele por enquanto não se definem, mas não vou
ver você maltratando ele e ficar de fora!
— Do que esta falando?
— Você esta quase chorando Sheila, e ele esta em estado de
nervos, nunca o vi assim!
— Ele não esta irritado!
— Irritado não o quero ver, mas se continuar por este
caminho, vou acabar por ver!
O professor interrompeu a conversa das duas, e Sheila
pensou.
―Ela é mais racional que eu!‖
―Não estamos falando de razão, ou estamos?‖
―Precisamos conversar Peter, não vou poder viver assim!‖
―Concordo, acho que demoramos muito para isto!‖
Sheila olha para ele, e volta a olhar para o professor.
Robert ao lado pergunta.
— Como que você responde para ela?
―Resposta direta, sem intermediários!‖
Robert recua na cadeira, e fala.
— Temos de falar sobre o sonho desta noite!
— Pelo jeito isto ainda vai longe, Robert!
Foram interrompidos pelo professor que falou.
— Estou atrapalhando a conversa dos dois?

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J.J.Gremmelmaier
―Não responda, sei que é o que ele quer, lhe por para fora no
primeiro dia!‖
Robert sorriu, quem dera soubesse responder assim, não
haveria como o professor o perturbar.

O fim da aula de esportes no fim da tarde, Ronald o esperava


no vestiário e fala.
— Pirralho, temos de conversar!
— Temos mesmo!
— Peter, não lhe quero mal, mas Sheila não lhe esquece, vai
dar um fora nela!
— Roni, mais fora do que ficar com outra não conheço!
— Você ainda fala com raiva com ela, você ainda gosta dela,
não gosto disto!
— O que sinto não tem nada a ver com você, Ronald!
— Mas não vou abrir mão, lhe arrebento se o ver com ela!
— Ronald, isto vai acontecer, sabe, o que quer?
— Me livrar de você!
Robert olhava de longe, Ronald não sabia com quem estava
mexendo, mas sabia bem que sua irmã era uma cabeça dura.
— Ronald, quem lhe abriu a porta foi ela, se quer entrar, não
tenho nada a ver!
— Mas ela disse que tinha de resolver algo com você, antes
de ficar comigo!
— Ronald, eu não quero mal a você, a escolha foi dela, mas
temos algo a desfazer, algo que me é mais perturbador que para ela,
mas sei que a escolha é dela!
— Esta falando por enigmas, vi que mexeu com toda a cidade,
desde que ela chegou, você era um zero, de repente tem as duas
garotas mais bonitas do colégio lhe dando atenção!
— Discordo que elas sejam as mais bonitas, mas com certeza
são das mais inteligentes, quer o que?
— Que se afaste!

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J.J.Gremmelmaier
— Não tenho como, sabe disto, mas vou me manter longe,
para mim é melhor!
— Não é o suficiente!
— Então melhor me matar, mas não esquece, eu não vou
revidar!
— Como se pudesse!
O vestuário dos rapazes nos últimos minutos se voltou para os
dois, alguns os cercavam para ver o que aconteceria, Peter olha
para Robert e fala em sua mente.
―Não interfere!‖
— Não adianta achar que alguém aqui vai lhe defender!
Peter sentiu o direto de direita no olho, e depois o joelho em
seu estomago e muitos chutes ao chão, depois de um tempo,
Ronald cansou de chutar e saiu do vestuário, Peter se levantou, foi a
pia, lavou o rosto, ele chorava por dentro, pois a raiva tinha de ser
contida, Irene fala em sua mente.
―Acha que ganha algo, não reagindo!‖
Robert chega ao seu lado e fala.
— Por que não reagiu!
— Por que eu amo sua irmã, sabe disto a anos!
— Mas o que quer dizer com isto!
— Vai lá e cuida dela, não de mim!
Robert sai do vestiário e olha para a irmã que o encara e fala.
— O que aconteceu com ele?
— Pergunte para o seu namorado!
Ronald olha para ela e fala.
— Eu não fiz nada, ele apenas escorregou no banheiro!
— O que aconteceu? – Pergunta olhando Robert.
— Ele pediu para cuidar de você, só isto!
Os dois vêem o olho dela inchar e sangrar, se abaixar, como
se levasse um chute e se encolher.
Robert olha para Ronald e fala.
— Espero que pense nisto da próxima vez!

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J.J.Gremmelmaier
Robert a toca e ela sente a força que ele tinha, lhe apoiando,
o olho dela desincha e ela olha para Robert e fala.
— Por que isto não acontecia antes?
— Por que ele não enfrentava o mundo, quando unidos vocês
são fortes, separados, um sente as dores do outro, ate parece que
não leu o livro!
— Me tira daqui!
Robert a abraça e ajuda ela a encostar em um canto, estava a
limpar o olho dela, com a manga da camisa, quando Ronald chega
ao lado dela e ela o afasta.
— Sai daqui, disse que tinha de falar com ele antes, não disse
para ir lá bater nele!
— Eu..
— Sei o que aconteceu, ninguém precisa me contar, Ronald,
some!
Os demais não entenderam, Peter saiu do banheiro e foi ao
ônibus sem nem olhar para ninguém, sentou—se no fundo do
ônibus antes de qualquer um entrar, e ficou lá a sentir seus ódios,
suas revoltas, suas raivas, as aplacando, acalmando.
Quando Peter achou o equilíbrio, sorriu, e Robert sentiu a
força atravessar de sua irmã novamente para ele, viu o olho
desinchar, e as dores sumirem, e ela falou.
— Ele já aplacou a raiva!
— Vai me dizer que isto era raiva!
— Era!
— Ele gosta de você, sabe disto, vai matar isto dentro dele?
— Ele não entende que quero liberdade!
— Ele entende, mas você não entendeu ainda que quem sofre
é ele, não você, ele não reagiu para você sentir, pois senão nem
saberia, ele sempre fugiu da luta para lhe poupar, ele sofreria pelos
seus descasos e os enfrentou com você, e o que você fez?
— Pedi para ele desfazer o nosso pacto!
— Para ele isto vai ser liberdade, e para você?
— Acha que ele quer?

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J.J.Gremmelmaier
— Irmã, razão e emoção falam línguas diferentes, mas o que
vi hoje na cantina não foi ele reagir, foi você, todos vimos!
— Ele tem minha idade, pode ser bonitinho, mas é apenas o
Peter!
— Então o liberte, se sente assim!
— Não sei se quero, não entende o que sinto!
— Sei, enquanto sobre influencia de minha avó, podia fazer
coisas incríveis, sem ela, apenas uns poucos truques que mágicos
treinados fazem melhor que eu, você tem medo de não ser especial,
mas isto não é justo, irmã!
— Mas e se me arrepender depois?
— A vida é feita de acertos e erros, sabe que Ronald é um
erro, e esta por este caminho, acha o que, que Peter vai seguir um
caminho destes, ele atrai as pessoas pelo que ele é, e não pela
força ou beleza, você é popular, ele, um nada a esquerda, você
viveu em Los Angeles, ele a vida inteira nesta cidade que não dá em
população 800 pessoas, com velhos e crianças, mas tem de decidir,
pois a guerra dele, vai ser grande, terá de decidir se estará do lado
dele, ou dos demais!
— Que guerra?
— Nossa avó esta presa dentro dele, o espírito dela, não sei
como acontece, mas ela esta ali, a sinto, ele tinha duas opções, se
prender lá dentro, mas isto deteria ela, mas você sofreria tudo o
que ele passou em questão de horas, estamos falando de
queimaduras de tirar a pele, provavelmente ele pensou mais em
você que nele, mas a guerra dele, esta começando, lhe soltar para
ele é parte de algo que ele acha que precisa ser feito!
— Acha que é por isto que ele aceitou?
— Não sei você, mas sonhei com a avó a noite inteira!
— Sim, mas Peter estava lá, vários dele, mas tristes, apenas
espectros de um ser, não ele, e sim uma parte triste dele, repetiam
sempre as mesmas coisas, como se tivessem deixado de existir!
— No meu sonho ele falou que nossa avó não entendeu por
onde pode voltar, pois senão já teria voltado!
— Mas como ele pode fazer parte de dois sonhos!
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J.J.Gremmelmaier
— Não sei, ouvi a conversa, em parte, minha avo estava nos
ouvindo e quando quis tomou minha forma para falar com ele, mas
ele provou para ela que sabia que ela estava lá e ela se manifestou,
os dois conversaram e ele disse para ela que a única forma dela
voltar, seria tomar a consciência dele!
— E por que ele falou?
— Por que se ela tentar e conseguir, é o fim dos dois, não só
dela!
— Não entendi?
— Ela esta presa no poder dele, se ela destruir o poder dele,
ela se destrói!
— Mas então não terá guerra!
— Vai, não sabe como nossa avó é teimosa!
— Mas ela se destruiria?
— Ela não acreditou nele, ela tem de manter a esperança,
embora tudo que ele falou esta baseado no livro, ele afirmou coisas
incríveis que não estão lá!
Os dois vêem o carro da mãe parar a frente do colégio e os
dois entram, o sorriso daquela mulher era radiante, às vezes se
perde algo por um tempo, quando se recupera, no começo parece
uma dádiva que nos faz sorrir sem motivo aparente.

Peter entra em casa e Mari olha para ele, estava triste, não
tinha sinais de quem havia apanhado, mas estava triste, ele subiu
para o quarto e pegou o papel, ia desenhar o sonho, mas parou no
primeiro traço e apenas desenhou uma rosa.
―Você é patético, não faz o que quer!‖
Peter não respondeu, pegou o livro no seu armário, olhou a
capa preta, e começou a ler, a senhora estava tentando ler os
pensamentos do menino e fala.
―Você esta pensando, ou apenas absorvendo!‖
Peter olha a mãe a porta.
— Sheila esta lá em baixo, quer que a mande subir?
— Já desço!

105
J.J.Gremmelmaier
— Esta tudo bem filho?
— Sim, apenas cansado!
Mari sorriu e fechou a porta.
―Vai mesmo desfazer o pacto!‖
Peter fecha o livro e o guarda, e desce a escada, foi a
pequena sala de sua casa, e olhou para Sheila que falou.
— Temos de conversar!
— Sente! – Peter.
— Mas teria que ser onde ninguém ouvisse!
— Aqui ninguém ouve Sheila, o que quer falar!
Sheila olha serio para Peter e fala.
— Não sei o que quero, sou possessiva mesmo, não lhe quero
como namorado Peter, mas não o quero mal, gosto de ser protegida,
de fazer parte de algo maior!
— Sheila, sei o que sente, o que quero saber, é onde eu me
encaixo nisto!
— Você é tudo isto, quem seria se não fosse você?
— A mesma pessoa, e não é mais apenas escolha sua, não
quero sentir mais você beijando Ronald, não quero mais apanhar
para não fazer mal a alguém, sabe que só você ter vindo aqui, é
uma surra a mais amanha, você não me quer como namorado, mas
também não me quer tendo namorada, mas desculpa, isto é muito
mesquinho!
— Sei que é! Mas como vou viver sem você me protegendo?
— A proteção, não se preocupe, o caderno a protegera
enquanto se acostuma com este mundo sem eu por perto!
— O caderno?
— Eu desenhei sua proteção para mais um ano, então este
não é o problema, mas tem de diferenciar, o que ouvira não serei
eu, será o caderno, nossas historias se separam a partir de hoje,
Sheila!
— Mas não quero!

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J.J.Gremmelmaier
— Mas eu preciso fazer, você vai continuar a ser especial, mas
o caminho que esta traçando não é o meu, seja feliz com suas
escolhas!
— Mas não quero perder como amigo!
— Não temos como apagar o passado, mas agora terá de vir
a mim para falar, é fácil viver protegida e ter vergonha da proteção,
vergonha do amigo!
— Não tenho vergonha de você!
— Sheila, mentir não muda o fato, sei que não pertenço ao
meio que você vive, então vamos desfazer isto e cada qual toca a
sua vida!
— Lhe magoei e ainda atrapalhei quando queria seguir seu
caminho, Caterine disse que esperaria nós nos decidirmos, ela gosta
de você como você é, não entendo!
— Caterine é mais parecida comigo que você, é estranho dizer
isto para você!
— Você gosta dela?
— Vou deixar o sentimento nascer, aquele que sempre
aprisionei!
— Mas não a ama?
— Nem sei se lhe amo Sheila, mas sei que sentimentos não se
regula em números, religiões as retêm, pois o amor é poder, dos
maiores que existe, alguém que saiba amar, descobre a magia, mas
não é obrigado a ninguém amar apenas uma pessoa, isto é mito, o
poder esta no amor, e amor não tem haver com ciúmes, ciúmes e
possessão, e afasta o amor, posse é da matéria, amor, é energia
pura, não se materializa!
— Mas não quero desfazer o pacto!
— Mas por que?
— Você quer me poupar, me obrigar a ficar de fora de sua
guerra pessoal, mas a guerra é minha, não sua!
— Esta falando de que?
— De minha avó!
— Este é o motivo da razão, mas não é isto que me fez
reverter o pacto!
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J.J.Gremmelmaier
— Você já o reverteu?
— Ele me fez não deter sua avó, ele me proibia de reagir à
agressão de seu namorado, ela me obrigava a sentir você tocando
nele, me fazia ouvir seus pensamentos por ele, ouvir o que falava
sobre mim, para se manter no grupo, desculpa, mas se me quer
como amigo, tem de entender que não quero mais ouvir isto! —
Peter não confirmou nem desmentiu, se confirma-se a menina
saberia que ele ainda não havia acabado.
— Você ouviu tudo?
— Se fosse só ouvir, eu senti tudo, então desfiz a pouco, você
esta livre, não mais saberei seus segredos, de sua vida!
— Mas pensei que precisaria que eu concordasse!
— Eu contava que você entendesse, mas você não entendeu,
não me deu saída!
— Mas eu quero que fique como era!
— Mas eu não, não entende que esta a destruir a coisa mais
bonita que sentia por você, não quero ouvir tirarem sarro de mim,
saber que o fazem já me é doido suficiente, não preciso ouvir você
rindo das piadinhas deles!
— Mas eu não quero lhe perder!
— Então entenda, popularidade se vai, os amigos de verdade,
desculpa, eles são difíceis, você pode achar que tem amigos, talvez
até os tenha em Los Angeles, mas aqui, só pessoas com medo de o
que seu pai pode, meu pai tem medo de seu pai, mas eu, não estou
nem ai para isto, eu ainda a tenho como uma amiga e para não
perder isto, estou lhe deixando livre, me libertando, e separando
nossas vidas, éramos crianças, não poderíamos ter feito o que
fizemos, mas assim mantenho você viva dentro de mim, como
amiga, pois senão, até isto você vai destruir, você é uma quando
sem pessoas por perto, mas não vivo em uma bolha!
— Tenho de pensar, mas você desfez?
— Esta livre, pode dizer para Ronald que esta livre!
— Não pedi por ele!
Peter olha sem responder, e vê a moça levantar-se e sair pela
porta.
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J.J.Gremmelmaier
Mari estava as suas costas e fala.
— Não entendi, mas tem certeza de a quer livre!
— Ela precisa viver a vida dela, e eu, a esquecer!
Peter sobe ao quarto, pega o caderno e ouve em sua mente.
―Você a ama, como pode se desfazer de um amor, isto é
perder poder!‖
―Sim, mais espaço para você!‖
―Esta querendo o fim?‖
―Irene, a vida é fácil de se viver, difícil é se escolher o que se
quer viver, sua neta não entendeu isto, se ela não tivesse tudo fácil,
ela seria outra, talvez até melhor, mas não faço mais parte da vida
dela!‖
―Você desiste de um amor, sabendo que me dá força, para o
defender, patético!‖
―Sou!‖
Peter desenha a escola, e olha para as paredes, as salas,
passeia por ela silencioso, em desenhos, para a biblioteca e pega
um livro, ele estica a mão ao caderno e pega o livro, ―Cozinhando
com Petalas‖, abre ele e começa a ler.
―Você esta planejando algo, só não entendo o que?‖
―Lhe confundir, mas como sou patético, não me levara a
serio!‖
―Aumento de percepção, isto é uma lenda!‖ – Irene.
―Tem de saber ler, Irene, o autor não quer que cada leitor
saiba fazer, tem de saber ler as entrelinhas!‖
Peter faz suas anotações e a senhora vê que nada do que ele
anotou estava escrito no livro, era como se ele tivesse de sentir as
palavras, ela não entendeu, mas viu ele pegar rosas vermelhas, no
quintal dos Patersons, passou no riacho ao lado da ponte e pegou
uma garrafa de água, passou na cozinha e pegou sal, mel, uma
vasilha de madeira, e sua mãe viu ele a cozinha e falou.
— Vai mesmo encarar isto?
— Sim! – Peter pega as pétalas de rosa e põem na água, sal
marinho na água, e olhou para a mãe e falou.

109
J.J.Gremmelmaier
— Não se preocupe mãe, é apenas proteção!
— O bruxinho deixando o obscuro sótão e entrando na
cozinha!
Peter sorriu e Irene lhe falou a mente.
―Mas não dizia nada de mel, nas receitas!‖
―Assim como falava de açúcar, pense Irene, quantos anos tem
na historia o açúcar branco em pó que compra—se nos mercados!‖
―Esta a dizer que esta indo as receitas nativas, as antigas, as
mais poderosas?‖
―Sim, outra coisa, água de torneira tem cloro, desequilibra
tudo!‖
Peter tira as pétalas da água, Mari via as pétalas secarem
quando em contato com a mão do filho, e ele as dispôs em um
circulo, sobre um prato de louça, branco, sem nenhuma inscrição,
derramou o mel sobre elas como se desenhasse o circulo no ar, e
olhou para a mãe, e falou duas palavras.
―The End!‖
Mari e Irene, olhavam as pétalas retomando ao brilho, e
mexendo-se, unindo-se novamente em uma pétala de rosa, Peter
sorri e Irene pergunta em sua mente.
―Você não a soltou simplesmente, você a deu liberdade, mas
mantendo nela o que você havia lhe ensinado!‖
―Sim, sua neta será uma grande mulher, mas terá agora que
decidir como o fará!‖
A campainha toca e Mari foi ver quem era e veio a cozinha e
falou.
— Aquele Ronald, não sei o que ele quer!
— Manda ele entrar!
— Mas ele esta com um grupo, acha seguro?
— Mãe, qualquer coisa chama a policia e pronto!
Mari foi a frente e os convidou a entrar, Peter segurou a Rosa
com a mão direita, e o cabo nela se projetou, ele saiu pela porta do
fundo, e perto da divisa do terreno com os James, ele colocou a

110
J.J.Gremmelmaier
rosa a terra, e a roseira começou a jogar as primeiras folhas, olhou
para ela e falou.
— Vai devagar, ela não precisa envelhecer tão rápido!
―Você a esta mantendo bonita e jovem, lhe deixando o poder,
e a pôs fora de sua vida!‖
―Irene, se a senhora conseguir se livrar, alguém terá de a
enfrentar!‖
―Então tem outra saída?‖
―Parece que prestou mais atenção na segunda parte da
conversa da madrugada, do que na primeira!‖
Um silencio se fez e Peter foi a sala, lá estavam os marginais
do colégio, Peter olhou para Ronald e perguntou.
— O que quer, veio agora com os amigos para me bater, não
bastou o que fez pela manha!
— Vim acabar com você, ela me disse que estava tudo
acabado entre nós!
— Estranho, quando saiu daqui, quase chorando, por que a
pus para fora, como pediu, mas não por você, mas por que ela tem
de aprender com a vida, jurei que ela iria correndo para seus
braços!
— Vim dizer que vou acabar com você!
— E trouxe todos eles para me enfrentar, esta com medo?
— Eu não tenho medo de pirralhos como você!
— Então por que os trouxe, para que eles vissem você me
batendo, eles não acreditam em sua palavra!
Peter olhou para Angel e falou.
— Sua mãe o esta chamando rapaz, tem de lavar a louça, ou
esqueceu!
Olhou para Michael e falou.
— Você nem pode comigo, se ninguém me segurar, lhe
quebro, sabe disto!
Olhou para Carlos e falou.
— E você deveria estar ajudando sua mãe no restaurante,
virando homem, e não seguindo este grupo de palhaços!
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J.J.Gremmelmaier
Olhou para Ronald e falou.
— E você Roni, a próxima vez, que me tocar, vai adoecer, se
fizer mal a Sheila, vai lhe doer em dobro, se a trair com outra, sua
boca vai inchar por 6 dias, então se quer briga, esta decretada!
— Esta me ameaçando, eu processo você se algo assim
acontecer!
— Prove que fui eu, e se provar, acho que daí subo na escala
social da pequena cidade!
— Eu vou quebrar você! – Ronald se levantou mas sentiu
alguém o empurrar de novo sentado, olhou para trás e viu Robert e
falou. – Veio defender o fedelho!
— Não aprendeu ainda, não vou deixar você o desviar do
caminho!
— Se quer brigar, eu acabo com você antes!
Robert olha para a senhora a porta e fala.
— Desculpa senhora Mari, vamos acertar isto lá fora!
Olhou para os demais e falou.
— Todos para fora, querem confusão, sou o rei da confusão
na cidade, acho que esqueceram com quem estão falando!
Robert levanta Ronald pelo colarinho da camisa e fala.
— O aviso é duplo, mas o meu é mais direto, se fizer minha
irmã sofrer, lhe capo, pode me processar, mas filhos não porá no
mundo!
Robert empurra eles pela porta e lá fora os três se armaram
de pedras e paus, e Robert olhou para Peter e falou.
— Me daria uma ajudinha?
Peter olhou para a pedra na mão de Michael, ela ficou 10
vezes maior, o rapaz tentou segurá—la, burrice, se ouviu os dedos
esmagando quando a pedra chegou ao chão, olhou para Carlos,
estava com uma madeira a mão, e esta pegou fogo, queimando a
mão dele, Angel saiu correndo, fugindo, tropeçou sozinho e
esborrachou a cara na calçada, e se ouviu a voz de Peter.
— Robert, a briga é minha, obrigado pela ajuda, mas quero
ver se Ronald sabe mesmo brigar, ou só bater!

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J.J.Gremmelmaier
— Tem certeza?
Robert sorriu e sentiu os dentes rangerem, e Peter falou.
— Melhor procurar o dentista amanha, Ronald!
Peter olhou o chão e cobras surgiram, olhou em volta e um
circulo de fogo os isolou, olhou para o rapaz e falou.
— Quer mesmo isto?
Robert riu, estava dando a chance de o rapaz recuar, os
demais já estavam fora de batalha, e quando Ronald veio com tudo
para o lado de Peter, este ficou invisível aos olhos apenas dele, os
demais o viam, Peter empurrou por um lado, as cobras estavam a
morder a bota do rapaz, ele olhou uma e jogou contra o fogo, o que
veio de volta, foi um pequeno dragão de fogo, ele se abaixou, o
dragão pousou sobre as demais cobras que tomaram a mesma
forma de dragão e Peter falou.
— Ainda pode sair, é burrice, sabe disto!
— Eu vou lhe matar!
— Isto eu sei, eu mesmo vi isto no futuro, mas não hoje!
Robert ouve aquilo, fica a pensar, e houve Ronald falar.
— Então se sabe que vencerei no final, por que não me deixa
o matar hoje!
— Por que hoje tem testemunha, você estaria encrencado!
Você não me mataria com testemunha, mas sem elas, com certeza,
estes seus amigos, patéticos, mas quer saber! – Peter ressurge aos
olhos de Ronald – Você faz um par muito bom para alguém que
quer apenas a aparência da vida, mas esta jogando a raiva encima
de mim, fiz o que pediu para que fizesse, é um covarde mesmo!
— Eu não sou covarde!
— É sim, bater em alguém menor é sempre fácil, é o que vejo
você fazendo todo dia, e não o vejo se preparando para o futuro,
seu pai vai lhe dar o futuro, não precisa batalhar por ele, um
covarde na ação intelectual e social, um fedelho arrogante que se
acha grande coisa!
Peter mexe as mãos e o fogo some, olha os pequenos
dragões de fogo, somem, e olhando para Ronald, sentindo que
Sheila chegava perto falou.
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J.J.Gremmelmaier
— Não foi você que pediu para me afastar dela! – Olha para
ela e fala – Não foi você que me disse que queria ser livre, o que
querem mais?
Peter da as costas para Ronald e olha para Robert e fala.
— Temos de conversar!

Mari estava a porta, viu as demais casas ressurgirem e olhou


para o filho e perguntou.
— Por que não acabou com ele!
— Me equiparar a ele, não me faz bem!
Os dois entram e sentam-se a cozinha.
— Você vai mesmo desfazer o pacto?
— Já desfiz, mas tenho de evitar o que vi no futuro!
— Mas é possível evitar?
— Você não esta esperando naquele quarto 2022!
— Verdade, mas o que viu!
— Vi sua avó tomar a minha consciência, eu entrar em Coma,
sua irmã se culpar por isto e não vai sair do meu lado, Ronald
sabota a maquina que me mantinha vivo, e morro!
Mari senta-se, sentiu as palavras serias.
— Mas então por que a libertou!
— Com a ligação que tínhamos, ela morreria também, não me
adianta fazer o certo se no fim, todos morrem!
— Todos, como assim?
— Sua avó não vai ter força para entrar num corpo com o de
sua irmã ou o seu, que são descendentes de Navajo, ela vai vagar a
procura de um corpo com alma, mas ela com isto os condenara a
morte, pois com minha morte, a essência de vida dela acaba, mas
cada vida que ela tentar pegar, para sobreviver morrera, ela antes
de sumir tem perto de 6 horas, o suficiente para matar toda a
cidade!
— Não entendi, por que ela não conseguiria?

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J.J.Gremmelmaier
— Ela vive em mim, eu morto, ela não vive, toda a essência
de vida que tentar pegar, será transmitida para mim, posso até
voltar a vida, mas o preço é muito caro!
— Ela estaria lhe dando a força, mas sem poder nem ter
certeza se você voltaria?
— Sim, os dois serão os últimos a morrer, mas a cidade passa
a ser uma cidade vazia!
Mari pega na mão do filho e pergunta.
— Não entendi, mas esta dizendo que tem algo dentro de
você, que se sair, mata a cidade!
— Sim mãe, mas podemos a deter!
— Mas como?
— Eu vou ensinar ela, mas todo o meu ensinamento é da
magia pura!
— Não entendi?
— Ela tem dois caminhos, o que esta ou aceitar o caminho
das almas, ela não quer o caminho pois ela tem de enfrentar os
crimes e coisas que fez aqui!
— Mas o que a magia pura poderia a ajudar?
— Para ser um Mago, tem de livrar a alma dos vícios do corpo,
ela pode escolher o caminho superior ao das almas, mas ela tem de
querer!
— Esta querendo a fazer evoluir, mas se ela voltar ao lado
negativo!
— Não existe positivo ou negativo no poder, escuro é
ausência de luz, ódio é uma forma de fúria, mas que é reação, mas
que é possível controlar com amor, frio é ausência da calor, o mal
não vence o bem não por que o bem é superior, mas por que o bem
existe como energia, o mal, inexiste na presença do bem!
―Um pirralho me ensinando, estou ouvindo, mas não gosto
deste caminho!‖
— Mas se ela voltar para o lado negativo!
— Não sei, ainda acho melhor do que ver mais de 800
pessoas morrerem por ela tentar me tomar a consciência e morrer
junto!
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J.J.Gremmelmaier
— E o que podemos fazer? – Robert.
— Eu vou estar mais distante de sua irmã, tem de a defender!
— Por quê?
— Dentro dela, se eu me for, mora todo o meu poder, ela
poderia enfrentar sua avó!
— Pensei que a separação a deixaria sem seus poderes!
— Eu e ela perdemos força com a separação, eu mais que ela,
pois amor é força nas leis da magia e eu tive de abrir mão disto,
então eu fiquei mais fraco!
— Aquilo lá fora é você mais fraco? – Robert.
— Truques são fáceis, magia nem sempre se vê aos olhos,
mas estas matam, quase morri por uma carta com os emblemas da
morte, por o tocar e aceitar, quando lhe dão um papel, e aceita,
esta a receber a carga que esta nele, e o seu aceitar é mais forte
que a magia em si, alguém lhe oferece a morte e você diz sim, esta
num caminho muito reto para ela!
— Esta falando do mal estar na escola? – Mari.
— Sim mãe, foi magia, poderiam me levar ao hospital, mas
demorariam para me trazer de volta!
— Mas você voltou!
— Sim, mas Irene não precisa saber como!
— Quem é Irene? – Mari.
— Minha avó, o ser que abita a consciência de Peter!
―Você é esperto, quando penso que esqueceu de mim, esta
sempre alerta, mas algumas barreiras já desfiz, sabe disto!‖
―Sei, estou tentando salvar nós dois, uma hora vai ter de
entender isto!‖
Irene se cala, e Mari olha para o filho e fala.
— Você fala com ela, não fala?
— Sim, às vezes ela me surge na mente!
— Mas ela ouve tudo que você ouve? – Robert.
— Sim, mas o que ela não entendeu é que meu caminho não
é o de um Curandeiro, e sim de um Mago, descobri isto a 5 dias,
com a chegada de sua irmã, mas de lá para cá, aprendi muito,
116
J.J.Gremmelmaier
devorei uns livros, e aprendi mais ainda, mas estou num caminho
que não tenho como trilhar em um ano, e isto quer dizer, ou Irene
vai comigo e chego lá, ou os dois se perdem no caminho!
— Acha que ela vai lhe ouvir?
— Ela diz uma coisa e faz outra, me ouve mas esta abrindo as
portas em minha mente, quando eu me for, saberão que ela venceu,
e também – Vira-se para a mãe e fala – se eu entrar em Coma, faz
um favor, sei que vai ser difícil, mas pega a mana, põem no carro e
sai da cidade!
— E seu pai?
— Se tentar o levar, todos vão ficar!
— Não sei se consigo filho!
— Mas sabe que tem de fazer, quando os primeiros turistas
aparecerem e encontrarem os mortos, o governo vai isolar a área,
provavelmente vão querer entrevistar os sobreviventes, como
Robert, mas – ele olha para o rapaz e fala – lembre que tem de
achar uma forma de tirar seu pai daqui, ele não é Navarro, ele
morre junto!
— Esta nos preparando para o pior, sei disto, mas ainda acha
que temos como mudar isto! – Robert.
— Eu espero que sim, mas o que estou falando, recebi como
as historias que escrevia, mas não as coloquei no papel, não as
quero materializar num futuro próximo!
— Parou de desenhar?
— Apenas em momentos específicos, mas não escrevo mais
historias a partir de figuras!
— Acha que devo parar?
— Já deveria, você se viu no quarto isolado, eu demorei 5
anos para ligar a historia, pois estava isolado, mas você já havia
desenhado, você sabe disto!
— Verdade, mas se desenharmos apenas coisas felizes!
— Robert, eu sempre escrevi as aventuras de sua irmã, eu
apareço nelas muito pouco, dois dias em 5 anos de historia, não que
não esteja lá, mas as desventuras minhas eu não desenhei, e não é

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J.J.Gremmelmaier
por isto que não aconteceu, podemos escrever a parte feliz, mas
não quer dizer que os tropeços não vão acontecer!
— Mas será que não teria como aprender mais nada como os
Navajo?
— Robert, quando aprisionei sua avó, o que ela sabia eu sei,
ela me acha patético, mas um patético a enfrentou e venceu, e
venci pois sua irmã me atentou a uma única coisa!
— O que?
— Como Paul teria aprisionado ela?
— Não entendi!
— O mal não vence o bem, ele não existe diante do bem,
então Paul não era de todo mal para o fazer, a intenção teria de ser
a favor da boa magia!
— Digo que unidos eram mais fortes!
— Sei disto, mas se sobreviver a isto, e ela quiser ainda,
podemos refazer, mas não posso a condenar a morte por minha
escolha!
A frase deixou Robert preocupado, e falou.
— Sabe que a energia que emana mantêm esta cidade desde
que nasceu, Peter! – Para os que não conhecem Comptche, a cidade
de Peter, é apenas para os habitantes de lá, ao lado do porto, pouco
a frente do colégio, surge uma estrada de chão, e as quadras da
cidade, que dizem existir lá apenas para quem conhece Peter
Carson, ou quem ele quer que chegue lá.
— Ouvi uma vez isto, mas faz muito tempo, nem deveria ter
lembranças daquela idade!
— Mas é verdade, você ausente à região morre junto, alguém
pode dizer que seu destino é longe daqui, mas onde for, haverá
bons frutos, não gostaria de viver aqui, sem esta força que emana
de você no ar!
— Robert, não é a minha presença, mas vai entender com o
tempo isto!
— O que é então?
— Disseram que eu era importante, mas nada do que
disseram tem a haver comigo, eles acharam por uma conjunção de
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J.J.Gremmelmaier
astros que deveria ser especial, mas quantos nascem no planeta em
um dia assim!
— Sabe que alguns chegaram a ter medo de seu nascimento,
tenho as lembranças ainda de minha avó, ela disse que tentaram
lhe induzir a nascer dois dias antes, não entendo o por quê?
— Ela achava que seria em lua ainda crescente, e não na
cheia total, mas não é isto que faz alguém, muitos dos que ela
temeu, não sabem nem escrever, outros já se foram, e se tivesse
ido, a cidade teria a mesma ausência de força!
— Mas sinto a força!
— Sente por que é especial, mas já foi muito mais que isto,
pessoas como sua avó mataram em muito a força dos Navajo, ela
chuta aqui dentro mas sabe que é verdade, desejo de poder, venda
de ouro ilegalmente, e coisas assim tiraram a força em parte da
terra, ela se recusa a lhes dar força, lhe acha que um menino de
sangue ruim, que não poderia com um verdadeiro herdeiro das
tradições da terra, aquela que leva no sangue, Robert!
— Continua falando que tenho poder, mas o sinto em você!
— Mas o meu poder assim como o seu, esta em maturação,
não somos adultos, não nos unimos em alma com alguém ainda,
quando isto tiver acontecido, plantar a arvore na reserva, ter seu
filho, e o abençoar com as tradições, ai sentira a força, somos
criança ainda, Robert!
―Como você sabe disto?‖
— Quer dizer que o poder vira da terra, e se fortalecera nas
descendências?
— Se ligadas à tradição, a terra, sim, se perdidos em um
apartamento no 20º andar em Los Angeles, esquece, coisas básicas,
água corrente, arvores, terra, amor, paz, e o som disto somado,
fazem parte da magia dos Navajo, um de vocês em um apartamento
pode até ter uma águia, mas cidades não são lugares puros, tudo
que lhe vem à boca e ao corpo são impurezas!
— Verdade que não come carne?
— Como peixe, não carne de seres criados para abate, que
energia tem em uma destes, peixe do mar, não das fazendas de

119
J.J.Gremmelmaier
criação de peixe, frutas naturais, prefiro o bicho de uma fruta a
perfeição sem gosto de frutas em serie, prefiro a água do córrego à
em garrafa, não como doce, refrigerante, coisas com açúcar
refinado eu evito, quantas minhocas tem em um hambúrguer do seu
pai?
— Acho que isto é lenda!
— Pode ser, mas não tem força, a força esta em tudo, a
escolha é sua, uma vida com magia ou sem magia, mas estou num
caminho maior, a pureza é para ser construída, e pode ser
conseguida a qualquer hora de sua vida, mas a busca dela é a busca
da magia pura!
―Você não é tão burro assim, pirralho!‖
— Mas quer dizer que não come nada doce?
— Gosto de mel, para mim é um bom caminho, não sei se já
ouviu falar de Açúcar Mascavo!
— Aquele escuro?
— Sim, mas o problema é a forma de obter, prefiro uma única
marca, o resto, muito industrializado!
— Gostaria de aprender este caminho!
— Lhe passo, você tem força, estava firme diante de um
destino que conhecia!
— Não sabe o pânico que disfarçava!
Peter riu e Mari levantou e foi fazer um café, Paula chegou a
sala e olhou para o irmão e falou.
— Não vai me apresentar o seu amigo?
— Paula, este é Robert, o irmão de Sheila!
— Dizem que você morreu!
Robert olha serio para a menina, levanta a sobrancelha e fala.
— E você esta falando com um morto!
Paula saiu correndo para a cozinha atrás de sua mãe.

Sábado amanheceu e Peter foi ao único sebo da cidade, a


reunião semanal dos Excluídos, quando Peter entrou Call falou.
— Pensei que não viria!
120
J.J.Gremmelmaier
— Call, amigos não são os que vêem quando queremos, e sim
os que estarão lá quando precisarmos, quantas vezes terei de dizer
isto!
— Mas o rapaz mais disputado da sala, pensei que estaria a
sair com uma das duas?
— Neste momento uma disse que vai esperar eu decidir e a
outra pediu para me afastar!
— Meninas, por que sempre é assim! – Paul.
— Acharam algo interessante?
— Só poeiras e traças novas, estas não lembro da semana
passada!
Peter olhou para a traça e falou.
— Esta é do grupo, esta aqui é a Thysanura 32, já é da
família!
— Fala sério, você acha engraçado!
Peter sorriu, afastou a traça com a mão e olhando para os
rapazes falou.
— Esta é culta, William Shakespeare!
— Acha que vamos achar algo aqui, sempre procuramos e
nada encontramos?
— Eu sempre encontro, vocês é que estão procurando os
livros errados!
Peter chega até o dono e pergunta.
— Senhor Eric, tem alguma novidade para mim?
— Este é caro, mas se tiver dinheiro sei que vai gostar!
O senhor pegou um livro grande, pesado, capa de papelão
duplo com acabamento em couro avermelhado, estava escrito.
―Triple Power Of Magic‖
Peter deu uma olhada, abriu a primeira pagina e falou.
— Quanto o senhor vai querer por este!
— Doze dólares!
— Separa para mim, algo mais senhor?
— Pelo jeito recebeu a mesada!

121
J.J.Gremmelmaier
— Tem algo a mais?
— Como você sempre sabe quando chega novidade Peter!
— A cidade é pequena, sabe disto!
— Verdade, mas o outro livro a filha dos James levou antes,
na verdade ela deixou este pago para você, mas queria saber o que
os dois estão aprontando!
— E ia me cobrar de novo?
— Não, mas separei o melhor para lhe mostrar!
Eric abaixou e pegou um livro e falou.
— Este até eu fiquei interessado! Mas tem de restaurar!
Pôs a mesa um livro grosso, letras pequenas, manuscritas.
O livro de capa de couro fino, mas branco, Peter pegou na
capa, carneiro, olhou dentro, o símbolo do signo de capricórnio,
olhou o escrito, olhou para o senhor e falou.
— Isto não é um livro que se encontra em sebos senhor Eric!
— Então estava certo, tem valor!
— Pagou quanto nele?
— Isto é segredo!
— Quer o vender por quanto!
— Uns 20 dólares!
— Eric, o que vou falar fica entre nós, certo!
— Certo!
— Acompanhe meu raciocínio, capa feita com pele de cordeiro
branco, não foi impresso, o símbolo, foi colado sobre o escrito em
Copta que foi queimado a capa, a tradução diz ―Magia Copta‖, mas
o significado é ―The Magic of God‖, copta é a escrita egípcia, as
folhas são grossas, parece na aparência papiro, o escrito a mão,
desenhado símbolo por símbolo, costurado a mão, se for o que
estou achando ser, vale mais que todas as terras do vale juntas
senhor Eric!
— Esta falando serio?
— Sim, nem me atreveria a comprar do senhor, seria roubo,
pois tudo que tenho não vale o valor dele, mas se me deixasse olhá-
lo, já pagaria por isto!
122
J.J.Gremmelmaier
— Você é especial Peter, qualquer um que soubesse isto,
pagaria os 20 dólares!
— Isto deveria ser padrão, mas quando for ao mesmo lugar,
veja se não tem um igual a este, mas com uma variação no símbolo
final, a pele deve ser tingida, ou é de porco, tem tanto valor quanto
este, mas aquele nem quero olhar, senhor!
— Fala como se soubesse de onde vêem estes livros!
— Este que tem a mão, deve datar de perto de 2053 antes de
cristo, o ultimo relato dele é de um exemplar na biblioteca de
Alexandria, Júlio Cezar acidentalmente pelo que diz parte da
historia, incendiou a parte que estava este livro no ano de 48 antes
de cristo!
— Esta a me dizer que se for o que acha, estas folhas tem
mais de 2 mil anos!
— Sim, e uma obra destas, museus de grande porte do
mundo, fazem leiloes para comprar, e instituições como a igreja
católica, a anglicana, fazem fila nos compradores para dar sumiço a
um livro destes!
— Esta a dizer que isto tem valor tanto histórico, monetário,
mas os grandes com poder o disputariam?
— Se for o que acho, sim!
— E como teria certeza!
— Tem especialistas em Los Angeles que podem fazer um
exame de carbono 14 e verificar a exata idade, mas tem de cuidar,
mandaria apenas uma folha para análise, se alguém desconfiar do
conteúdo, antes de ter certeza, as coisas somem, sabe disto!
— Mas quanto valeria algo assim?
— Sei de uma folha em papiro, que foi arrematada por 600
mil dólares, você tem um exemplar moderno, pelo modelo, diria que
foi manufaturado o livro por volta do ano 100, não esquece que a
primeira bíblia é de mais de 200 anos depois, mas as folhas, foram
modeladas pela costura e capa, ficaram sobre pressão, para o
formato livro, pode ser dos primeiros livros no formato atual, se
usava muito dispor em rolos, na época!
— Pelo que fala, pode valer mais de um milhão?
123
J.J.Gremmelmaier
— Não, eu disse que vão pagar isto, este livro não tem preço!
— E eu o venderia por 20 dólares para você!
— Mas só conheço uma pessoa capaz na cidade de ler estes
escritos, a menina dos James!
Call olha para ele e pergunta.
— Ela sabe o significado destes símbolos?
— Ela lê Copta, Hebraico, Alemão, Árabe e até Português!
— Se tivesse mostrado para ela, ela teria comprado, mesmo
sem saber o valor! – Eric.
— Com certeza! – Peter.
Peter passa a mão sobre o papel e ouve em sua mente as
palavras e ouve Irene.
―Você sabe o significado, não lhe entendo, isto é magia pura!‖
―Não, isto é relato de crimes, não de magia, mortes por um
deus que não existe!‖
―Magia negra, e você disse que gostaria de dar uma olhada!‖
―Magia branca, não deixa de ser negativa, mas sem poder, o
valor é pela historia, mas com certeza não gostariam da versão da
historia!‖
―Você sabe já o que contem no livro, mas só olhou a primeira
pagina!‖
―Quer ver o que é isto?‖
―Sim!‖
Peter abre numa pagina, para quem olhou ele fazer, ser sem
saber onde abriria, e Irene vê pelos olhos de Peter as pragas do
Egito, em 7 desenhos, sem perspectiva, mas bem reais e ela fala.
―Esta a me dizer que contem as pragas de deus, do velho
testamento Judeu!‖
―Sim, como fazer as pragas!‖
Peter olha para Eric e fala.
— Se quiser manter isto, melhor não mostrar para muita
gente!
— Por que?

124
J.J.Gremmelmaier
— Muitos Judeus e Egípcios morreram para que este livro
nunca chegasse a ser conhecido!
— Mas quem matou?
— Eric, esta é a formula das pragas do Egito, magia branca,
sei de muitas igrejas que matariam apenas por saber que algo assim
ainda existe!
— Você me põem medo assim!
— Guarda isto, põem em um cofre, pega a ultima folha e
manda para analise, se confirmarem a idade, registra o achado, e
põem para venda, verá sua vida mudar, mas não espalha o que é,
isto quando estiver registrado, os especialistas vão fazer, vai ser
uma corrida, verá a noticia sumir dos jornais referente a descoberta,
mas no dia do leilão, estarão lá os mais proeminentes
representantes do mundo, isto nunca chegara a público, mas o
senhor pode garantir um futuro com isto a seus filhos e netos, além
do nome na historia, pois isto vai aparecer, mas o conteúdo, sumir!
Peter tira os 15 dólares do bolso e paga pelo outro, e o
senhor fala.
— Mas já esta pago!
— Não quero dever dinheiro a ela!
— Quer dar uma olhada a mais?
— Eu vou esquecer que vi isto Eric, as pragas de deus é coisa
para deus, não para Peter!
O senhor riu e os dois meninos pagaram uns gibis e saíram a
rua, sentaram a calçada e Paul falou.
— É serio o que falou do livro?
— Exagerei, quero que ele ganhe um dinheiro honesto, mas
tinha de provocar curiosidade dele, assim ele manda analisar, e
ganha mais do que 20 dólares!
— Você quase me convenceu, quer dizer, acreditei em cada
palavra, sou um bobo mesmo! – Call.
Peter sorriu e Irene falou.
―Esta me saindo mais esperto do que pensei! Daria tudo por
um poder daquele!‖

125
J.J.Gremmelmaier
―Irene, aquele é um poder de magia Branca, custou a Moises
30 anos no deserto, uma purificação de 30 anos, se quiser, lhe
forneço! Mas tem de lembrar como acabou a historia de Moises!‖
―Mas Moises não atravessou o Mar Vermelho!‖
―A historia tinha de ficar bonita, assim como eles não eram
escravos no Egito, assim como as Pirâmides nunca foram túmulos,
mas os Egípcios acreditavam que a Pirâmide poderia os trazer de
novo a vida, o culto a morte e vida eterna, mas tem de ser puro
para isto, eles nem imaginam como!‖
―Duas linhas de magia negra!‖
―Irene, as duas são magias puras, mas temos a branca, magia
com objetivo pessoal, e a da morte, com objetivo da vida eterna,
ambas com desejos pessoais, não negras, mas desvirtua do objetivo
das magias puras, sem objetivo pessoal!‖
— O quer diz este livro que comprou ai? – Call.
— As vezes compro livros que não tenho, livros para meus
netos lerem e aprenderem, este já li, mas fala de uma princesa na
Índia, a vida dela foi desviada para as religiões locais, mas ela não
sentia como se fosse verdade, um dia distraída saiu de ombros
descobertos e foi apedrejada até a morte, sua alma não se
conformou, aprendeu como voltar, ensinou um menino, príncipe de
uma cidade na região de Kapilavastu, o ensinou como não ser
molestado pelas coisas da terra, ela o confundiu tanto, que este ser
vagou muito a procura da iluminação, alguns chamam este menino
de Siddhartha Gautama, outros de Buda, mas ela conseguiu sua
vingança, os de sua terra deixam a antiga religião e se voltam ao
Budismo, deixam de valorizar as coisas da terra, tentam a separação
por uma vida, ou como digo, uma vida dedicada a perder a magia, e
não ao encontro da iluminação!
— Nunca ouvi esta historia antes!
— E dificilmente ouvira de novo, não esta na rede, isto é coisa
de malucos como os Excluídos!
Call sorriu e falou.
— Mas como deixa Caterine para ficar com a gente dentro de
um sebo!

126
J.J.Gremmelmaier
— Este livro é um presente para ela! – Sori Peter.
— Ela vai odiar! – Paul.
— Pode ser, mas pense, quem vai dar algo assim para ela,
quem mais?
— Ninguém, algo único como você sempre diz!
— Vamos fazer o que agora?
— Invadir qual plantação? – Call.
— Vamos fazer algo diferente, eu vou iniciar vocês!
— Vai o que?
— Querem acompanhar o que vai acontecer, ou só ficar
olhando!
Call sorriu e falou.
— Vai explicar o truque?
— Vou! – Peter.

No quarto de Sheila, a menina desfolhava o livro, nada de


interessante, seu irmão bateu a porta e ela disse para entrar.
— Como esta?
— Não sei, me sentindo sozinha, antes sabia que ele estava
em minha mente, nem que uma vez ou outra ele falava, ele nunca
foi de falar muito, mas faz falta!
— Ele estava pensando em você, tem de entender!
— Não entendi, ele basicamente me jogou nos braços de
Ronald!
— Sabe que não foi assim irmã!
— E você, o que fazia lá ontem?
— Quando tentei ir a casa de Ângela, e vi que nossas duas
casas estavam presas no tempo, sabia que algo iria acontecer!
— Mas o que Ronald foi lá fazer?
— Você disse que teria de pensar e falar com Peter, ele deu
uma surra no menino e disse para ele lhe afastar, você deveria ter
acabado de entrar em casa, estava ele lá, vinha para cá, mas
quando disse que não queria nada com ele, foi onde, descontar em
Peter!
127
J.J.Gremmelmaier
— Mas não senti nada!
— Ele já havia lhe deixado livre, o que vi foi um Peter
diferente, sem a preocupação de que vai levar isto em uma praga
eterna, ele esta quase certo que morre em um ano e 12 dias, se não
fizermos nada!
— Você fala como se fosse normal!
— Irmã, ele lhe soltou por isto, não quer você morta junto,
enquanto esta em uma posição de possessão ele esta em uma de
protetor, amor assim, não vai encontrar em outro, ele lhe deixa livre
por amor, isto tem mais magia que muitas outras coisas superficiais!
— Vi que não comeu carne hoje, vai entrar no jogo?
— Vou tentar, este maluco tem uma linha de raciocínio lógico
impressionante, sabe que às vezes acho que metade de tudo que
aprendi, não havia absorvido antes de falar com ele, ele joga isto
com uma lógica de comportamento para uma vida, a escolha, viver
com ou sem magia, com pouca ou muita!
— Ele sempre disse que o completava, como ele teve coragem
de me deixar!
— Você disse que queria, mas ele disse que deixou a magia
dele dentro de você, para lhe proteger, ele acredita em você,
mesmo no caminho que escolheu!
— Ele me conhece, como ninguém, até a minha parte mais
cruel!
— Mas o que você vai fazer irmã, ele vai tocar a vida dele,
principalmente achando que não lhe resta muito, vai passar o que
sabe a frente e você!
— Não sei, sabe o que ele esta fazendo?
— Acho que deve estar na reunião semanal dos Excluídos!
— Que graça ele vê nisto!
— Amigos são aqueles que estão com a gente em lugares que
os demais não suportariam, num domingo de sol, na enseada de
Whitesboro, qualquer um se faz de amigo, sabe disto!
— Estes 5 anos em Los Angeles, foram outro mundo irmão, se
estivesse lá comigo entenderia!

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J.J.Gremmelmaier
— E lhe pergunto, algo simples, o que lhe fez voltar sem
reclamar, Ronald, que deve ter aos montes lá, ou Peter?
— Peter, a magia de Peter, mas tenho vergonha dele, quando
em publico, eu mesmo estranho isto!
— Ele não tem vergonha, tem orgulho de ser quem é, sei que
provavelmente se eu não tivesse ficado preso lá, poderia estar junto
com grupos piores que o de Ronald, mas quando pensei que faria o
que fiz, não deixei com os músculos a chave, deixei com um menino
de sete anos, sabe o que é isto, ele aos Sete anos era de mais
confiança que meu melhor amigo!
— Estranho!
— É, muito estranho, ele não sabia o que era aquilo, mas
quando você ressurgiu na vida dele, ele em questão de poucos dias,
me tirou de lá, não quero deixar ele se ir, por ter feito isto!
— Eu disse para ele que o queria apenas como amigo, eu
menti!
— Melhor pensar no que vai falar de hoje em diante irmã!
— Por que?
— Antes, você dizia não, mas ele sabia que era um sim,
agora, ele vai apenas ouvir o que sua boca falar, pelo jeito ele
estava ouvindo coisas muito piores que um não, para preferir esta
saída!
Sheila deixa o corpo cair sobre o travesseiro e fala.
— Eu ri dele, ele não queria mais me ouvir rir dele!
Ronald levantou-se e olhando para ela antes de sair falou.
— Ele não ouviu risadas irmã, ele ouvia sentimentos, isto que
o magoava!
Robert saiu e ela ficou abraçada ao seu travesseiro, sua mãe
veio a porta e disse que tinha um rapaz lá em baixo querendo falar
com ela.

Na sala Ronald estava a esperar com um buquê de rosas


vermelhas, Sheila queria dizer que não sentia nada por este animal,
mas mentiria também, um caminho irracional, um racional,

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J.J.Gremmelmaier
agradeceu as rosas e sentou-se à sala, a empregada pegou as flores
e levou para dentro, os dois sentaram-se e Sheila perguntou.
— O que foi fazer lá ontem?
— Eu gosto de você, ele tem de lhe deixar em paz!
— Acha que ele não tem direito de sentir Ronald!
— Não é isto, mas você reagiu como alguém que gosta dele!
— Sei o que fiz, mas sua reação não facilitou nada o que
aconteceu!
— O que aconteceu?
— Ele disse que deveria seguir meu caminho, que o
esquecesse e o que você fez, prova que você não é um caminho
aceitável, ele me põem para correr e você vai lá, com um bando de
amigos bater nele, o que quer?
— Eu te amo!
— Acho que não, mas vou tentar mais uma vez, não deveria
sentir o que estou sentindo!
— Me perdoa?
— Não, se fizer eu brigar com ele de novo, acabou!
— Mas você disse que ele mandou você seguir o seu caminho,
não entendi!
— Eu o beijei ontem pela manha, na cachoeira, eu passei uma
linha que não deveria, ele é um amigo, não um namorado, mas tem
de aceitar, ele estará sempre na casa ao lado!
— Eu não aceito assim, tem de acabar com esta amizade!
— Não entendeu, ele é meu amigo, de tempos que você nem
olhava para mim como gente, agora cresci e mudou o que?
— Desculpa, mas não aceito ele por perto!
— Então o que esta fazendo aqui!
— Eu te amo, mas não vou lhe dividir com ele!
— Dividir, ele me deixa livre de uma forma que nem imagina,
e quer que diga que ele não é mais meu amigo, não lhe entendo!
— Não acredito em namoradas minhas tendo amigos homens!

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J.J.Gremmelmaier
— E posso pedir que não tenha nenhuma amiga, que diga a
todas as meninas da torcida que não quer mais elas gritando seu
nome!
— É diferente!
— É sim, se bobear o acho beijando uma, ou algo pior!
— Se acha que vou deixar você ficar com ele, esta enganada!
— Eu não disse que quero ficar com ele, disse que ele é meu
amigo, a única coisa que me unia a esta cidade, não voltei por você,
e sim por que tinha um amigo à cidade, mas parece que quer que
não fale com ninguém, mas o que faço se Michael me cantar de
novo, você vai quebrar ele, pois se acha que seus amigos são como
Peter, que me respeita, lhe respeita, ele lhe chamou para quando
apresentaria Robert a família, mas não entende isto!
— As vezes consigo falar com ele, mas ele é um excluído!
— Sim, como ele me disse, os excluídos dos anos noventa,
pagam os salários dos grandes astros de hoje, se acha que esta
cidade vai prender ele, esqueceu do que ele pode fazer!
— Ele é um feiticeiro, eu vi!
— Ele, eu, meu irmão, minha antiga avó, vai fazer o que, nos
queimar numa fogueira?
— Não, mas o que quer dizer que é uma?
— Esta no meu sangue, minha avó era Curandeira, eu tenho o
dom dela, em parte fui eu que o convenci a fazer um pacto de
sangue quando pequenos!
— Pacto de sangue?
— Isto que precisava falar com ele, foi isto que fui fazer lá,
pedir para ele desfazer o pacto!
— E ele não desfez?
— Ao contrario, ele já havia desfeito, e explicou os motivos
dele!
— Que ele gosta de você?
— Não, ele acha que vai morrer, em um ano, você ouviu ele
falar isto, ele sabe como e quando, e se o pacto estivesse em vigor,
eu morreria junto!

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J.J.Gremmelmaier
— Mas que merda de pacto foi este?
— Melhor nem falar mais nisto, acabou!
— E mesmo assim quer ser amiga dele, por que?
— Por que ele sabe o lugar dele, eu sei o meu, mas se não
entender isto, sabe que estará me afastando de você!
— Sabe que temos sempre as reuniões do time de domingo,
não vai pedir para desmarcar!
— Não, eu vou com meu pai a Los Angeles, saímos daqui a
pouco, quero falar com alguém lá, uma professora, acho que
retorno amanha a noite, se estiver sóbrio aparece aqui, pois se
estiver cheirando a cerveja meu pai não vai me deixar namorar
você!
Os dois se beijam e sentam-se a sala, o pai dela chega depois
de um tempo, ela o apresenta, e a moça sai com o pai em direção
ao campo de futebol, onde havia um helicóptero esperando os dois
para irem a cidade grande.

Domingo veio e Peter vira-se para o pai e fala.


— Pai, ainda não vendeu as terras do avo?
— Não, ninguém quer comprar aquelas terras, dizem que
tinha um cemitério Cocopa lá!
— Eu queria passar a tarde lá com meus amigos, acha que
tem algum problema?
— Sabe que não gosto de vocês andando sozinhos por ai!
— Sei disto pai, mas é só uma tarde diferente, como quando
acampávamos na cachoeira!
— Faz tempo que não fazemos algo assim, mas o que vão
fazer lá!
— Tomar banho no rio, correr nos campos, comer fruta no pé,
o que mais crianças fazem!
— Você já esta grandinho para se definir como criança!
— Podemos ou não?
— Podem, mas quem os levara lá!

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J.J.Gremmelmaier
— Robert vai junto, o motorista dos James nos deixa lá e
depois volta para nos pegar!
— Vê para mim se a placa de vende-se esta lá ainda, tiraram
um tempo, sabe que estes vândalos fazem coisas sem sentido!
— Verifico, obrigado pai! Poderia aproveitar e passear com a
mãe, ela esta muito tempo enfiada em casa, podemos levar a Paula,
não vamos fazer nada de mais além de uma passeio pelas trilhas, e
ver como esta a antiga casa!
Mari sorri, abraça o marido que não tinha mais como fugir, e
Paula sorriu também, era perto das dez da manha quando Call e
Paul chegaram a casa, e viram Peter arrumando a mochila de Paula.
— Vamos onde, sua irmã vai junto?
— Sim, meus pais saíram!
Robert toca a campainha e eles foram lá fora e Peter falou.
— Call, Paul, este é Robert o mais novo integrante dos
Excluídos!
— Bem vindo! – Paul.
— Mas ele tem namorada, como pode ser um excluído!
— Eu também tenho, acha que vou sair dos excluídos? – Peter.
Call sorriu e Robert perguntou.
— Vamos onde?
— Nas terras de meu avô!
— Mas aquelas terras são assombradas! – Call.
— Call, almas não nos fazem mal, os vivos que me
preocupam!
— Mas vamos como? – Robert.
Peter olhou para a entrada da rua e falou.
— Acho que nossa carona esta chegando!
Karine estava vindo dirigindo a caminhonete do pai, e parou a
frente deles e falou.
— Vamos, mas ainda não sei onde?
— Primeiro na casa de Caterine, depois vamos lá!
Robert sorriu e falou.

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J.J.Gremmelmaier
— Ainda bem que nossas namoradas moram na mesma casa!
Paul ia quieto, entrou na cabine com Call e Paula, Peter e
Robert subiram na carroceria.
Pegaram as duas, era meio dia quando estavam saindo no
sentido oeste, atravessam a reserva e pegam a primeira estrada à
direita depois da reserva, Peter bateu na carroceria quando
chegaram na entrada, ele desceu, verificou se a placa de vende-se
ainda estava no chão, como ele a deixou, a caminhonete entrou e
depois foi por uma trilha com muito mato, até a casa dos Carsons,
passou por ela e foi no sentido de um topo de montanha, se via a
reserva mais abaixo, toda verde, ali poucas arvores, mato rasteiro
indo em todos os sentidos.
Eles olharam para Peter e Caterine perguntou.
— O que viemos fazer aqui, de quem são estas terras?
— Eram dos meus avós, mas meu pai não vai conseguir
vender tão fácil!
— Por que Peter? – Perguntou Paula.
— Por que isto era um cemitério Cocopa, então os espíritos
não deixam!
— Esta querendo me assustar, está conseguindo!
Peter se abaixo e falou.
— Irmã, tudo isto vai ser seu um dia, não pode ter medo do
que morreu, tenha dos vivos, nós somos quem faz o amanha, não
os mortos!
— Mas por que viemos aqui?
— Daqui a pouco vamos fazer um piquenique lá no rio, mas
primeiro eu preciso fazer uma coisa!
Peter olha para Caterine e fala.
— Se importaria em dar uma pequena volta com ela?
— Mas onde?
— Tem uma figueira ali à frente, deve estar lotada de figo
nesta época, se não me engano!
— Nesta eu estou dentro! – Falou Call.
Paul olhava para Karine e falou.

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— Lhe ajudo, não sei o que pretende, mas algo lhe fez vir
aqui!
Caterine sai com Paula e Ângela foi junto, e Robert perguntou.
— Tem certeza que o lugar é este?
— Sim, tenho!
Peter pega a mochila na caminhonete e uma enxada e fala.
— Paul, limpa para mim um quadrado bem aqui, pode ser de
dois por dois!
Olha para Robert e fala.
— Verifica do lado daquele arbusto, deve ter uma pilha na
forma de seta!
Robert olhou e limpou a região e falou.
— Sim, aponta para onde mandou Paul limpar!
— Tenta limpar a região, tem algumas enxadas na
caminhonete!
Ele apontou um lugar para Karine, e foi a um terceiro lugar,
limparam o caminho entre as setas e o topo do descampado, três
trilhas, a lua cheia se via ao céu no fim daquela tarde, Peter pegou
lenha em e fez três pequenas fogueiras nas três pontas, e Robert
perguntou.
— Não entendo o que esta fazendo?
— Estou homenageando a terra, a cultura da terra!
— Mas o que isto faz?
— Meu avo diz que fez algo assim neste local, 7 dias antes de
passares as terras para o nome dele, a terra tem suas vontades,
enquanto meu avô viveu aqui, ela foi fértil, olhe ela, parece fértil?
— Não! – Paul.
— Mas por que esta fazendo isto? Neste lugar? – Karine.
— Esta na hora de sair da sombra, e ver estas terras
novamente produtivas e verdes como eram no passado, ver os
bichos voltarem, e devolver o poder a terra!
— Fala como se algo grande pudesse ser provocado por
simples coisas! – Robert.

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J.J.Gremmelmaier
Peter sorriu, ficou quieto, se levantou e olhou os três pontos,
não era noite, mas os três tiveram a sensação de que a luz da lua
brilhou sobre Peter, ele olhou para ela e agradeceu, ele esticou as
mãos e um circulo de fogo, uniu as três fogueiras, era um fogo
azulado, com as mãos para baixo, mas afastadas do corpo em uma
inclinação de perto de 30 Graus, fechou os olhos, e o fogo foi
baixando, Peter estava de olhos fechados, os três quietos, viram
lobos chegarem perto, um urso, serpentes, sapos, muitas aves,
insetos de vários tipos, em grupos definidos, Peter estava ainda de
olho fechado quando um lobo chegou a frente dele, passou entre
Robert e Karine, era um lobo velho, Peter abaixou-se e tocou a
cabeça do lobo, os demais lobos uivaram, Paul estava suando de
medo, Peter abre os olhos e olha nos olhos do lobo e este perece
arrepiar os pelos, tira a mão da cabeça dele e o mesmo recua, e
todos os demais começam a se afastar, quando Robert viu todos
longe, olhou para Peter suado e perguntou.
— Tudo bem?
— Sim, tudo bem, oferta aceita!
— Quando falou em uma oferenda, pensei aos ancestrais? –
Karine.
— Os que aqui estavam enterrados, meu avo a mais de 50
anos fez um acordo com a reserva e retiraram os ossos, aqui não
existe fantasmas, apenas o poder do bem, quando meu avô morreu
parte disto se perdeu, meu pai nem vem aqui!
— Por que?
— Isto é um problema pessoal dele, eu enfrentaria, mas não
posso fazer por ele!
— Mas o que vai fazer com estas terras, se vierem a você? –
Robert.
— Nossa Hogwarts! – Paul riu e Robert falou.
— Daqui a pouco criaremos a nossa Azkaban!
— Não pretendo ter prisões e nem castelos aqui, é uma forma
de falar, passar a frente o que esta se perdendo, não é para mim, e
sim para que os demais saibam o que sei!

136
J.J.Gremmelmaier
— Acha que virá mesmo ao seu nome, mas não entendo isto?
– Robert.
— As linhas estão esticadas, agora é só acreditar e as puxar,
tudo esta unido, se precisa de prova, quero ver se aprendi direito!
— E agora?
— Agora vamos nos refrescar no rio, depois quero comer
daqueles figos, quando criança eu sonhava com eles!
Os quatro encontraram os demais debruçados aos pés da
grande figueira, com os galhos pendurados para todos os lados,
lotados de figo, e Call falou.
— E daí, as terras estão livres dos fantasmas?
— Vai assustar minha irmã, mas aqui não haviam espíritos,
apenas energia boa!
Peter chega ao lado de Caterine e pergunta.
— Como estão?
— Deliciosas, como pode ter figo tão gostoso!
— Preciso falar com você!
— Já resolveu os seus problemas?
— Quem dera tivesse problemas que poderia apenas resolver,
e viver a vida!
— Não entendi!
Peter deu a mão para ela e caminharam no sentido do rio,
enquanto os demais comiam os figos, e sentaram em uma pedra e o
menino contou tudo o que estava acontecendo, e no fim perguntou.
— Eu não sei se seria justo envolver alguém em minha vida
agora!
— Esta achando o pior, como pode fazer isto com você!
— Não estou fazendo nada comigo, estou tentando lhe falar a
verdade!
— Se isto é uma desculpa para ficar com Sheila, poderia ter
falado outra coisa!
— Sheila vai se entender com Ronald, é o melhor para ela!
Caterine olha serio para ele e fala.
— O que quer?
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J.J.Gremmelmaier
— O que quero não sei se vou ser capaz de fazer, lhe fazer
feliz, viver até meus 70, 80 anos, mas não sei se viverei para isto!
— Você quer que me vá?
— Não, quero você ao meu lado, mas sabendo que posso um
dia entrar em coma, e se isto acontecer, pegue os seus e saia da
cidade, nem vão ao hospital, direto para outro lugar!
— Fala serio, tem alguém que esta dentro de você?
— Sim, mas é difícil de aceitar!
— Verdade, o que estavam fazendo lá?
— Mostrando para eles como fazer uma homenagem a terra!
— Você esta falando serio que é um bruxo?
— Você viu o que fiz, acha que aquilo é o que?
— E você desfez o pacto com Sheila?
— Sim!
— Teria coragem de fazer o pacto comigo?
— Se sobreviver a este ano que estamos, mais metade do
próximo, sim!
— Estou confusa!
— Sei! – Peter beija a menina e chegava naquele momento os
demais ao local, e Paula fala.
— Peter, o que esta fazendo!
Peter sorriu e olhou para a irmã e falou.
— Ainda não sei, mas com certeza foi bom!
Os demais riram e a menina chegou perto dele e falou.
— Vou contar para a mãe!
— Me faz este favor, ela já estava pensando que não gostava
de meninas, estava até preocupada!
— Acha que me engana com isto, eu vou contar!
Peter abraça Caterine e olha para Robert e pergunta.
— Acha que conseguiria fazer igual se der certo?
— Esta querendo mais?

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J.J.Gremmelmaier
— Não, estou pensando em ampliar a reserva Navajo, pensei
em fazer a mesma coisa sobre a montanha abandonada da antiga
mina!
— Acho que consigo, estando lá para me ajudar!
— Lógico, lá teremos de demarcar os três pontos!
Robert sorriu e falou.
— Tem que tocar no lobo?
— Acho que lá pode ser um gambá! – Riu Peter.
Robert sorriu, e falou.
— Seria uma sacanagem, um gambá, seria uma sacanagem
terrível!
Estavam em uma curva do rio, que a uns 1 mil metros rio
adentro virava a queda de água da antiga casa da avó de Robert, a
curva fazia uma pequena praia, com uma área ótima para banho,
Paula se divertiu muito, Peter viu a forma que Karine estava a olhar
para Paul, e pensou que seriam um grande casal, teria ainda que
achar alguém para Call, este era o mais difícil, mas cada coisa a sua
vez, olhou em volta, a muito não ia ali.

Começou a ficar tarde e Karine deixou cada qual em sua casa,


Peter viu Karine sair com Paul, o ultimo a deixar em casa, quando
olhou para Paula e falou.
— Aqueles dois vão se entender ou não?
— Acho que vão, ele não tirava o olho dela, quando ela não o
estava olhando!
Peter sorriu mas sentiu que algo negativo vinha de sua casa,
pegou na mão de Paula, e adentraram a casa, seu pai estava com a
mala a porta, sua mãe gritando com ele, e os dois se deparam com
a imagem, a idéia era o contrario, eles curtirem, namorarem, mas
algo deu errado, Peter abaixa para Paula e fala.
— Irmã, sobe e vai tomando um banho que já subo para lhe
ajudar!
— Mas eles estão brigando!
— Eu sei, sobe!

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J.J.Gremmelmaier
Peter olha as malas de seu pai a porta e fala.
— Acha que vai onde pai!
— Sua mãe esta alterada, só por que uma moça falou umas
coisas para ela?
— Você levou a mãe onde, pai?
— Fomos ao restaurante dos Mendes!
— Mãe, posso falar com o pai um pouco a sós, antes de o por
para fora!
— Mas a moca disse..
— Sei o que Marlene falou mãe, deixa falar com ele!
— Você conhece aquela mulher!
— Não, ajuda Paula a tomar um banho, já subo falar com
você!
Mari sobe as escadas olhando para trás e o menino olha para
o pai e fala.
— O que queria com isto pai, era para namorarem, não para
ir ver a amante!
— Do que esta falando filho, sua mãe esta maluca!
— Sim, e você pega e faz as malas, e vai para onde, estrada
Navajo 26!
— Filho, eu não pensei!
— Isto eu sei, mas o que esta fazemos pai, quer jogar tudo
pela janela, pois se sair e for para a casa dela, esquece a gente, a
mãe não vai deixar você passar nem perto da gente!
— Você não entende filho, nossa relação esfriou, me envolvi!
— Pai, sei que não tenho a experiência para lhe aconselhar
nisto, mas tem de ter certeza disto, se sair pela porta, não espere
que ela lhe estique a mão amanha, e sei de uma coisa, amanha
pode ser que venha a querer entrar por esta porta!
— Não vejo assim!
— Pai, é uma pena ver o senhor pensar com a cabeça dentre
as pernas, mas se acha que amanha será feliz, vai, mas tenta falar
com a mãe, não sai brigado, vocês são adultos e tem nós no meio!
— Ela não esta me ouvindo!
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J.J.Gremmelmaier
— Mas pelo que vi estava mentindo para ela, não vai voltar
amanha, fala a verdade, não foge pai, sei que é seu estilo, mas não
é a melhor forma!
— Acha que ela vai entender?
— Lógico que não pai, ela cuida dos filhos, você sai as 7
podendo sair as 9 para ter duas horas com a amante pela manha,
pode chegar 5 minutos depois das 18, chega todo dia por volta das
23, acha que é justo, mas não esquece, minha mãe é jovem, bonita,
quem estará perdendo é o senhor, mas se escolheu este caminho,
seja homem e conte, não queira que ela saiba pelas bocas das
demais amanha pela manha!
— Não tenho coragem!
— Então sai pela porta e nos esquece pai, pois não sou filho
de um covarde!
— Não fale assim filho!
— Pai, tem coragem para sair com uma amante numa cidade
de 800 pessoas, e não tem coragem de falar com a mãe, isto é
mesquinho, covarde, e algo que ela não merece!
— Você sabia?
— As pessoas não me perdoam por coisas assim pai, mas a
pergunta é se posso falar para ela descer e falar com o senhor!
— Mas o que vou falar!
— O que todos vão falar amanha!
Peter deixa o pai sentado à sala e sobe.
— Paula, pode ir ao seu quarto um momento? – Mari.
— O que esta acontecendo mãe!
— Discuti com o pai, mas quero falar com seu irmão antes,
pode nos deixar um minutinho!
Paula sai com a cara de poucos amigos pela porta e Peter faz
sinal para que sente-se a cama.
— O que você sabe filho?
— O que a cidade fala, mas apenas o que tiram sarro de mim,
na escola!
— Já é publico?

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J.J.Gremmelmaier
— Mãe, a cidade não tem 800 pessoas, se um sabe, todos
sabem!
— Mas ele vai sair?
— Ele é cabeça dura mãe, mas o convenci a contar para você,
ele não vai o fazer, então eu vou lhe contar, pois não quero a
senhora sendo a ultima a saber!
— Então fala filho, nós e que tínhamos de estar cuidando de
você!
— Mãe, Marlene há muito tempo, dá bola a alguns homens na
cidade, entre eles meu pai, diria que ela já foi amante de uns 4
homens de uma cidade deste tamanho, sabe de quem estou
falando?
— A irmã mais velha daquele pirralho que veio ontem lhe
perturbar!
— Sim, ela mesmo, deve estar com 25 agora, eu diria que não
vale o cereal que come, mas o pai acha que é algo mais serio, ele
tem ficado com ela duas horas pela manha, pois tem entrado as 9 e
saído as 18, então não precisa ser adivinho que eles andam muito
junto, mas não acredito que ela queira ter um marido, alguém que
quer um marido não tem mais de um amante, mas eu deixaria ele
quebrar a cara mãe, e não o acolheria na manha seguinte!
— Fala como se não fosse seu pai!
— Mãe, ele escolheu o caminho, a senhora é linda, cuida dele,
se dedica a ele, pensei em dar espaço para ele ver o que estava
jogando pela janela e lhe leva ao covil da moça!
— Vi que nos abriu o domingo para sairmos, não esperava
isto, não é filho?
— Não posso ter vindo de alguém tão burro, ele lhe troca por
alguém que na sua idade, ele mesmo não vai olhar, não esta
pensando em Paula, a mana vai sofrer, ela é apegada a ele, e por
que, por alguém que o porá para fora pela manha!
— Mas se ela não queria ele lá, por que contou para mim, por
que a cena!
— Por que não sei mãe, posso até estar enganado, mas o que
sinto é isto, e raramente erro em algo vindo tão negativo assim,
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J.J.Gremmelmaier
mas eu se fosse a senhora desceria lá, o forçava a contar tudo,
receberia isto de cabeça erguida, e quando ele sair, deixa claro que
é a decisão foi dele, e que não estamos aqui para ouvir que ele se
arrependeu depois!
— Eu vou acabar gritando com ele!
— Mãe, tenta não, mas faz ele lhe contar, se ele não contar, a
senhora sabe, pois este será o assunto de amanha pela manha, o
lugar é pequeno demais!
— Mas e Paula?
— Eu falo com ela!
Mari saiu do quarto e desceu a escada, enquanto Peter entra
no quarto todo rosa de Paula, a menina o abraça e com jeito todo
especial pergunta.
— O que aconteceu Peter!
— Vamos ter de ser fortes Irmã!
— Por que?
— Por que a mãe vai precisar de ajuda, vamos ter de
bagunçar menos, sorrir mais, fazer as coisas de uma forma que
fique mais leve para ela!
— Mas por que Papai esta com as malas prontas, ele vai
viajar?
— Não, ele não vai viajar Paula, ele disse que vai deixar a
mãe!
— Ele não pode me deixar!
— Paula, sei que é difícil pra você, mas tem de acreditar em
mim, apoiar o pai, ou querer ir junto com ele, só vai deixar cicatrizes
maiores!
— Mas por que ele vai embora!
— Ele disse que não gosta mais da mãe!
— Mas por que?
— Isto, acho que nem ele sabe, aventura, não sei Paula, acho
que ele vai acordar do erro, mas só depois de ter perdido a mãe!
— Acha que ele esta indo pelo caminho errado?
— Sim!
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— E por que não falou para ele, todos te ouvem!
— Eu falei, ele não me ouviu! – Peter senta-se na cama e
Paula apoia a cabeça em seu colo. – Acho que as coisas podem ser
mais simples quando somos crianças! – Deixou o corpo pender para
traz deitando na cama, com Paula se ajeitando em seu braço,
olhando para ele.
―Sabia que poderia acontecer isto, você fez o ritual!‖
―Sei, provoquei, mas não agüentava mais ver minha mãe
achando que ele estava trabalhando, e saber que não, saber que
quanto mais tempo, maior o sofrimento!‖
―Saindo da sombra, sabe que este caminho é sem volta!‖
―Sei coisas que não sabia antes, a quanto tempo não sentia
uma energia como aquela!‖
―Você já havia feito o ritual antes?‖
―O que achou, já que sentiu o que senti!‖
―Impressionante, absorver energia da terra, animais, plantas,
mesmo a lua lhe forneceu energia, impressionante pirralho, onde
aprendeu isto!‖
―Sabe que vai descobrir, estas portas que esta forçando são
apenas de lembranças fúteis, tem muito mais para abrir!‖
―Não tenho forçado muito, você tem razão, estou presa em
seu poder, lhe destruir é destruir o poder, mais tudo que esta
dentro, mas vejo que muito mais iria comigo, entendi hoje o que
Robert falou, que você fornece energia para a região, achava um
mito, sentia esta força na terra, mas como não tem assinatura nela,
achava ser das novas terras dos Navajo!‖
―Em parte são da terra, mas algo anterior aos Navajo, a tudo
que caminhava neste planeta!‖
―Parece alimentar suas energias no planeta!‖
Peter sorri e Paula fala.
— Esta falando com quem?
Peter olha para ela e fala.
— A ouviu?
— Sim, é uma senhora de idade avançada, mas quem é?

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J.J.Gremmelmaier
— A avó de Robert!
— Mas ela não morreu, a muito tempo?
— Não, ela vive em minha consciência, é uma forma
complicada de explicar de vida, mas possível!
―Como ela me ouve?‖
— Eu sou parte da família senhora, não lhe explicaram isto!
―Você sabe as regras de família, mas tem quantos anos?‖
— Cinco, mas Peter esta me ensinando a ler, para no ano que
vem entrar na escola já sabendo, ele me mostra aquelas figuras de
família, ele é um bom irmão!
―Você esta iniciando sua irmã, acha seguro?‖
―Antigamente não era, hoje em dia, era da tecnologia, quem
acredita em magia!‖
―Você, e todos que lhe cercam, mas é uma criança!‖
―Os Navajo, na idade dela, já lhe escolheriam o par para uma
vida no passado, tudo que ela faria e seria aceito vir dela, algo bem
mais pesado do que magia pura!‖
Paula olha para ele e falou.
— Ele não vai se despedir?
―Mãe, acha bom Paula se despedir?‖
―Sim, ainda é pai dela!‖
— Vai lá, mas não chora, tem de ser forte!
A menina desceu e Irene falou.
―Você fala com toda a sua família mentalmente?‖
―Não, meu pai nunca nem acreditou, o dom vem da família
dele, e ele não acredita, minha mãe diz que falo com ela desde
neném, eu não chorava, apenas na cabeça dela, e no começo
estranhou, Paula fazia o mesmo, se preparo minha irmã, é por que
sei o quanto esta cidade foi cruel comigo quando pequeno!‖
―Vi isto, sua leva de desventuras seria de escrever alguns
livros!‖
―Chamo aquilo de aprendizado, pois vida sem desventuras,
acho que em parte nem é vida!‖

145
J.J.Gremmelmaier
Paula desce a escada com calma e olha o pai a porta, ele se
abaixa e fala.
— Filha, me dá um abraço!
— Não, vim dizer que concordo com Peter, você esta
escolhendo o caminho da aventura, da irresponsabilidade, este
sempre é o fácil, não gosto do que esta fazendo pai, e não vou dizer
ou fazer de conta que esta tudo bem!
— Mas filha, tem de entender, as vezes vocês não vão nos
entender, mas viverão algo assim no futuro!
— Talvez pai, mas não esquece, sair por esta porta é fácil,
voltar por ela, não vai ser fácil!
Paula sobe correndo a escada entra no quarto e abraça o
irmão e chora.

Mari sobe e vê os dois abraçados, e fala.


— Ele não contou!
— Bem típico, posso pedir uma coisa mãe?
— Fala!
— Chama o Yuri amanha cedo, e troca todas as fechaduras da
casa!
— Acha preciso?
— Não, mas como Paula falou, não vamos apenas abrir os
braços pela manha fazendo de conta que não aconteceu!
— Mas nem sei onde ele vai passar a noite!
— Sabe sim, mas melhor não pensar nisto!
Mari senta a cama e abraça os dois, Peter dormiu com a irmã
naquela noite, enquanto ouvia o choro da mãe, em sua mente.

Amanheceu segunda e quando Mari desceu a cozinha, Peter


já estava com o café torrado e passando em um coador de pano,
queijo de cabra, leite de búfala, bolacha de fibra de trigo, tudo a
mesa, Paula estava ajudando ele, e a senhora sorriu.
— Vai assumir a casa?
— Vou, alguém tem de o fazer!
146
J.J.Gremmelmaier
A campainha tocou e Mari se assustou.
— Calma mãe, não é ele!
Peter foi ver quem era, e se deparou com Eric a porta.
— Menino, podemos conversar?
— Entra, algum problema?
— Não, queria lhe agradecer, saiu a análise do material,
próximo a 3 mil anos!
— Então desta vez acertei, vai ficar rico Eric!
— Queria lhe recompensar!
— Não precisa, sabe disto!
— Peter, me deram de adiantamento, o que disse que valia o
livro, o especialista me recomendou um cofre especial, onde a
umidade não interfira, e vender folha por folha, ele disse que
podemos conseguir em media, 200 mil por folha!
— Uma boa poupança, se não gastar isto por ano, pode viver
bem uns 200 anos!
— Verdade, faculdade para filhos e netos!
— Mas não precisa me agradecer, errado seria eu ter
comprado o livro, 20 dólares, este seria o preço?
— Sim, vinte mas acho que põem mais sei zeros ai!
Mari ouvia a conversa, não falou nada.
— Queria que aceitasse um presente, pensando que não é um
por cento, é apenas um presente!
Eric estica um cheque para o menino que olha e fala.
— É muito dinheiro, sabe disto!
— Sei que vai fazer algo bom com isto, ou pelo menos é a
garantia de faculdade, considere como um agradecimento, depois
quero que olhe para mim o outro livro, aquele que você descreveu,
comprei no mesmo sebo em Los Angeles!
— Eu olho, mas se cuida, e não espalha a informação, sabe
que a inveja é o que mais nos atrapalha!
— Vim falar apenas para você, vou mudar para Los Angeles,
lá ninguém me conhece, fica mais fácil, o especialista falou que você

147
J.J.Gremmelmaier
deveria ser um sábio, pois a maioria das pessoas nem saberiam a
tradução correta, você indicou o caminho preciso!
— Eric, nada naquele livro é preciso, cada pagina que vender,
vai dar trabalho de uns 100 anos a especialistas!
— Fala como se conhecesse o livro!
— Nem quero, como falei antes, mas agradeço, acho que sei
o que fazer com estes recursos!
— Nos mudamos na quarta, se puder passar lá e dar uma
olhada no outro livro, estou disposto a pagar por sua analise!
Peter sorriu, estava a conseguir os recursos para o que
pretendia, o senhor saiu e o menino mostrou o cheque para sua
mãe.
— Duzentos mil dólares, o que fez para ele, isto não é um
presente, é uma dádiva!
— Mãe, vou comprar as terras de meu avô com isto, e
reformar a casa!
— Mas por que?
— Sabe por que, Paula precisa de um futuro, você de uma
renda, e um quarto disto vou deixar no banco, é a faculdade de
minha irmã!
— E você?
— Este é o começo mãe!
O menino tomou o café e foi esperar o ônibus, chegou ao
colégio e Call perguntou.
— Estão dizendo que seus pais separaram?
Peter sabia que Call adorava uma fofoca, sentou-se no fundo,
as carteiras da sala de Peter era para duas pessoas, sempre os
excluídos estiveram sozinhos, cada qual em sua carteira particular,
mas Call estava a dividir a dele com Robert, e quando Peter chegou
ao seu lugar, viu o material de Caterine ao lado de seu lugar de
sempre, e após isto viu Paul entrar com Karine e olhou para Call e
falou.
— Agora tenho uma missão impossível amigo?
— Missão impossível, o que é impossível para você!

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J.J.Gremmelmaier
— Lhe arrumar uma namorada!
Call jogou o livro nele, os excluídos estavam crescendo, e
Robert chegou ao seu lado e falou.
— Minha irmã quer falar depois com você!
— Tudo bem, algo urgente?
— Não entendi, algo referente a um livro que ela comprou no
sebo, de Eric!
— Qual a chance de alguém achar os 3 mais antigos livros
descritos, em um sebo em nossa cidade!
— Beira o impossível!
— Sim, beira o impossível, mas garanto que ela deve estar
com a versão original do Livro dos Mortos!
— Como sabe?
— Se disser que ganhei nesta manha os recursos para
compras as terras de meu avô acreditaria?
— Seria incrível!
— Então é incrível, pedi para minha mãe fazer isto para mim,
pensei que demoraria 7 dias!
— Você energizou a cidade ontem, quando cheguei a minha
casa, senti a mudança, pode querer não assumir isto, mas é parte
da energia desta cidade!
Peter sorriu e viu Caterine sentar ao seu lado.
— Os excluídos estão precisando de mais espaço! – Caterine.
— Verdade, daqui a pouco estamos excluindo os demais! –
Robert.
Sheila entrou na sala e olhou para Peter, não sabia o que
fazer, mas depois ouviu a pergunta de Robert.
— Você viu a cara do Ronald?
— Não o vi, por quê? – Peter.
— Ele nem veio a aula, dizem que esta com o rosto inchado,
boca deformada, totalmente irreconhecível!
— O que posso fazer Robert, as pessoas não me ouvem!
Robert sorriu e Caterine olhou para ele como se não
entendesse.
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J.J.Gremmelmaier

No intervalo de aula da manha, estavam sentados a mesa Call,


Robert, Paul, Karine, Caterine e Peter a conversar sobre a separação
de seus pais quando Sheila chega a ele e fala.
— Preciso falar com você!
— Senta ai!
— Mas acha que eles podem ouvir o que vou falar?
— Sheila, eu não sei o que vai falar, mas não tenho segredos
para os Excluídos!
Sheila olha para o irmão e pergunta.
— Entrou para os Excluídos?
— Fazer o que, gosto de grupos em crescimento!
Sheila senta e abre a sua mochila e tira um livro, pele de
crocodilo, costurado a mão, folhas grandes, grosso, deveria ter
paginas próximas de 50x40cm, olha para ele e fala.
— Sabe que livro é este?
Peter puxa ele, olha os hieróglifos sobre a capa, queimados a
ferro sobre o couro, abre no meio e fala.
— Um livro de mais de 20 milhões de dólares!
— Sim, mas não foi o que perguntei!
Peter não falaria sobre o outro ali, e ela ouve em sua mente.
―Este é o livro dos mortos, Livro de Thoth para outros, ou livro
das mumificações para outros, o segredo da vida eterna, magia
branca de mais alto grau!‖
— Ainda pode fazer isto?
— Como qualquer presente, mas o importante, pague um
preso justo a quem lhe forneceu, pois os atos futuros são
influenciados pelos do passado, sabe disto!
— Vou pagar mais, sabe por quanto comprei!
— 16 dólares!
— Sabe o que contem neste livro?
— As receitas de mumificações, as formulas de
transcendência da carne, formula da imortalidade, formula da

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J.J.Gremmelmaier
reencarnação, formula do ressurgir das cinzas, historia antiga que
será desmentida, historia de dois Faraós, e mais algumas coisas!
— Fala como se já soubesse fazer isto, não quer olhar?
— Sheila, este é um conjunto de 3 obras que podem vir a
sumir do dia para a noite, estava a falar com seu irmão, tem coisa
que beira ao impossível acontecendo nesta cidade, o que contou
para seu pai!
— Mostrei para ele, fomos a um especialista, ele confirmou a
data do documento, não deixei ver o livro, apenas uma folha, meu
pai falou que este livro é uma relíquia que bem vendida, pode valer
uma fortuna!
— Sim, e tudo que esta dentro dele some para sempre,
começo a entender!
— Acha que isto sumiria se vendesse?
— Todos os relatos sobre este livro, são fantasia, ninguém
que escreveu passou os olhos nele, e mesmo que o fizesse, não o
entenderia, sabe disto!
— Copta, a maioria se bate em ler pedras com 12 símbolos,
um livro inteiro, eles teriam anos de estudo para entender!
— Ou um fósforo para nunca entender, o mais provável!
— Do que estão falando? – Call.
— Algo complicado, lembra do que falei daquele livro para
Eric?
— Sim!
— Este é um livro que todas aquelas descrições se aplicam!
— De que livro esta falando? – Sheila.
―Falamos depois, não quero que saibam!‖
— Não vai responder ela? – Call.
— Na verdade uma enganação, Eric achou um livro que deve
valer uns mil dólares, e queria me vender por 20 e não achei justo e
inventei uma historia!
Caterine sabia que Peter estava mentindo, todos ali sabiam
disto, mas não sabia por que;
— Que livro? – Sheila.

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J.J.Gremmelmaier
―The Magic of God!‖
— Um livro de historia antiga em Copta! – Fala para os
demais Peter que vê Carlos chegar perto e fala.
— O que fez com Ronald?
— Eu? – Pergunta ironicamente Peter.
— Sim, ele estava bem e de repente inchou, parece bruxaria!
Peter olha para ele e fala.
— Diz para tua irmã cuidar bem de meu pai, pois senão pode
acontecer com ela!
— Não mexe com ela, seu pirralho!
— Ela que mexeu com minha família, mas Ronald, ele vai
lembrar de ontem quando for beijar outra moça da torcida de novo,
ele não me ouve mesmo!
Sheila olha para Peter e fala.
— O que você fez!
— Eu disse que ele teria de ser honesto com você, que cada
beijo fora da relação lhe custaria 5 dias como os que vai passar! –
Olha para Carlos e pergunta. – Vai dizer que não falei!
Carlos ouve e sai com os outros dois.
Sheila ia mudar de assunto, mas ouviu em sua mente.
―Depois falamos do livro, depois!‖
Peter abraça Caterine e Sheila volta ao seu grupo, guardando
o livro com cuidado.
— Você estava a dizer que aquele é o real Livro dos Mortos? –
Robert.
— Sim!
— Mas como isto veio surgir aqui, nesta cidade?
— Sabe aquela baboseira de lei a atração, que fez alguns
ganharem dinheiro uns anos atrás!
— Sei, lei do pensamento positivo!
— Não funciona como eles falaram, mas é possível atrair as
coisas necessárias a algo, preciso iniciar sua avó nisto, e estou
atraindo!

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J.J.Gremmelmaier
— Você esta atraindo para cá, pelo que entendi surgem na
cidade 3 dos livros mais ocultos da historia?
―Isto não é oficial!‖
―Esta a fazer isto para me provar algo, mas o que?‖ – Irene.
— Crianças, agora vamos voltar a assuntos mais normais, que
papo é este de os Excluídos serem invadidos assim, tenho medo de
multidões! — Fala rindo Peter.
Robert sorri e fala.
— Fazer o que! – Abraça Ângela e termina. – Temos membros
até em outras turmas!

No horários do almoço, Peter foi almoçar em casa, permissão


exclusiva para aquele dia, e chegando em casa, estava a porta o
chaveiro a trocar as fechaduras, sua mãe o recebeu a porta e falou.
— Depositei o dinheiro em uma poupança sua filho, para não
ter parte na minha separação de bens!
— E falou com a imobiliária?
— Sim, ofereci 80 mil, esta a 5 anos para vender, quero ver
se seu pai não aceita!
— Esta terrível mãe, mas se ele aceitar, tem aquele sitio dos
Patersons, do lado que se não estou enganado, estão também
quase dando!
— Vi isto também, ofereci 20 por aquelas terras, mas é puro
barranco de rio!
— Na verdade o que em interessa é o rio, sabe disto!
— Sabe que todos estão falando de minha separação!
— Sei, por isto pedi para trocar a fechadura mãe!
— Não entendi?
— Eles vão pensar que você que o pôs para fora, deixa ele na
posição de posto para fora, e não na posição de que escolheu sair,
ele tem de sentir que família não é para se brincar, é para uma vida!
— Você tem de comer, acha que pode escapar todo dia da
escola assim!

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J.J.Gremmelmaier
— Sei disto, mas quero passar no Eric ainda antes de voltar
ao colégio!
— O que esta acontecendo?
— Quando tentei atrair a solução não pensei que algumas
coisas ainda existissem, agora tenho de segurar as pontas!
— Você esta atraindo de volta?
— Sabe que sempre atrai, mas nunca para mim, acho que em
si posso ser responsável em parte pela ação do pai, mas não posso
recuar mãe!
— Acha que você que atraiu a moça para ele?
— Pode ser, mas somos donos de nossas escolhas, sabe
disto!
— Não esperava que ele nos traísse, mas este é seu pai!
Peter sorriu e falou.
— Calma mãe, ele volta!
— Quem disse que quero que ele volte!
Peter olha para a mãe, não precisava responder, engoliu uns
grãos, e saiu em direção ao Sebo.
— Peter, você por aqui? – Senhor James.
— Sim, vim falar com Eric e o senhor, o que faz aqui?
— Estava a fazer uma proposta de compra pelo negocio!
— Espero que faça uma oferta justo, senhor!
— Ofereci 50 mil!
Peter olha para Eric e fala.
— Se for vender, considere minha oferta, Eric, sabe que tenho
200 mil!
O pai de Sheila olha para o menino e fala.
— Tem interesse, sinal que pode ter algo valioso aqui, eu
cubro a oferta que ele fizer, volto amanha para falarmos Eric!
— Então até amanha senhor James!
O senhor sai pela porta e olha para Peter e pergunta.
— O que esta acontecendo?

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J.J.Gremmelmaier
— Ele comprou o terreno, se não vender para ele vai lhe
desalojar, principiante!
— Mas por que?
— Por que o livro que vendeu para Sheila era mais valioso do
que o que me mostrou!
— Serio?
— Sim, então ele esta pensando em comprar tudo, mas
vende, sabe que ninguém ofereceria 200 mil pelo seu negocio!
— Forçou o preço para cima?
— Sim, mas antes de vender, vim lhe ajudar a tirar o
exemplar daqui!
— Por que?
— Tem gente vigiando o local, cuidado Eric, lembra do que
falei!
— Sim, mas não entendi como pode algo assim acontecer!
— Sei que não acredita em magia, Eric!
— Mas você acredita, Sheila acredita, e o pai dela acredita em
dinheiro!
— Sim, mas o que vou falar tem de ficar entre nós, existe 3
livros que em teoria existiam, em teoria, nunca havia conhecido
alguém que relatasse ter tocado neles, ―The Magic of God‖, ―Livro
dos Mortos‖ e ―Magic o Live‖, três livros que fizeram de tudo para
sumir com qualquer exemplar deles, não é uma questão de magia,
que os fez sumir, e sim de versão da historia, o livro que vendeu
para Sheila mostra como um Mestre, palavra que em hebraico é
Rabino, podia ressuscitar dos mortos, pode ser que não acredite ou
não faça idéia de como fazer, mas a simples existência de um livro
destes, faz com que Cristo se torne um homem, não um deus, tem
a formula da iluminação, tornaria os mantras do Budismo algo do
passado, é um livro de magia pura, algo que põem as pestes de
Moises como brincadeira de criança, mostrando que o poder dos
sacerdotes egípcios eram muito maior do que o que fala a historia!
— Mas como os três livros vieram parar em minhas mãos?
— Nem sei se esta com o terceiro, mas pelo jeito tem certeza!
— Você o descreveu, sei que traduziram com vida!
155
J.J.Gremmelmaier
— Certo, este é um livro que eu não venderia, nem por toda a
fortuna do mundo, mas é seu!
— Por que?
— O que falei sobre o livro da morte?
— Que tinham magias como a de ressurreição!
— Sim, os egípcios idolatravam a morte, então o livro da
Morte, é de magia Branca, magia com interesses pessoais, mas que
não influenciam no mundo!
— E a da vida, prega o que?
— São as receitas dos Sacerdotes, contra os inimigos, foi
deste livro que se copiou aquele que você tem, se você vender este,
aquele perde valor!
— Esta a dizer que tudo que tem lá, tem neste?
— Sim, mas com uma crueldade maior, é a prova que Moises
foi Sacerdote no Egito, não foi alguém que veio a terra levar os
seus, já estava lá, aprendeu e copiou o que pode, mas muda todo o
fluxo de energias que regem as atuais crenças mundiais!
— Mas por que teme tanto isto!
— O que sabe sobre magia negra, Eric!
— Dizem ser magia do mal, como a dos curandeiros Navajo!
— Os curandeiros só sabem magia branca, nada de negra!
— Mas então por que são tão poderosos?
— Por que o bem vence sempre o mal, mas num mundo onde
ser mal é normal, este livro faz estragos imensos!
— Mas se eu quiser vender ele?
— Eu esperaria vender o outro antes, você tiraria o interesse
dele!
— Quer confirmar se é ele?
— Sim!
Um senhor entrou no sebo, não era da cidade, chega por trás
do menino e encosta uma arma e fala.
— Fica quieto menino, vocês tem algo que quero!
Eric olha para o menino e fala.
— Do que esta falando!
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J.J.Gremmelmaier
— Não sei, pode ser que James tenha posto uma escuta aqui!
— Esperto menino, mas queremos o livro!
— Acha que estaria aqui, iríamos a Los Angeles ver o livro!
— Acha que me engana?
―Ele é canhoto, inglês deslocado!‖
— Melhor entregar a eles Eric, mas não sei se eles nos
deixaram vivos, este senhor é Israelense!
— Israelense?
— Eu disse que os grandes iriam se mexer, para eles é o
reforçar ou acabar com a fé!
O senhor encosta a arma em suas costas e pergunta.
— Como sabe de onde sou!
— Não vai mandar seu amigo entrar, ele não é da cidade, vai
chamar a atenção!
— Yosef, entra!
— Mas e se não for o livro? – Eric.
— Eric, acalma e apenas mostra o livro!
―O preto, sobre a prateleira de cima!‖ – Fala na mente de Eric.
Ele abaixa-se e pega o livro e põem o grande livro sobre a
mesa, um livro com escritos em hebraico, poderia ser o suficiente,
mas não sabia quem estava as costas.
Yosef olha para o outro e chega perto, abre o livro, e fala.
— Isto é apenas uma bíblia, a senhor esta querendo nos
enganar?
— Não, este foi o livro que o menino disse que valia muito!
— O que você sabe?
Peter toca no livro, e ele muda de cor, os rapazes vêem a
capa virar de couro e o interior mudar as letras, e ele falar.
— O Livro da Vida, protegido dos olhos para não iniciados,
podem levar, não vale nada a quem não sabe o que fazer com ele!
Peter afasta a mão e o livro volta a forma anterior.
Eric ficou a olhar assustado para o livro e outro senhor que
não havia visto entra pela porta, e fala.

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J.J.Gremmelmaier
— Bem esperto da parte deles, mas vamos levar o livro,
podem matar os dois!
Eric se assusta com a frase, Peter apenas sorri e fala.
— Bem idiota de sua parte, mas tudo bem! – Peter passa a
unha no balcão e tudo fica imóvel, olha para Eric, pega o livro,
põem na mochila, e saem pela porta, Eric esvazia os pneus do carro
dos senhores, e os dois saem enquanto eles voltam a porta.
— Fugiram sem o livro, por que?
— O menino deve querer algo, quem é aquele menino?
— Dizem ser um deslocado da cidade, viciado em livros, foi o
que o senhor James falou!
— Vamos ao colégio, vamos pegar o outro livro e nos mandar!
Eric olha para o menino e fala.
— Para onde?
— Para a escola, tem gente que é burro mesmo!
Pararam a frente do refeitório e Peter foi direto até Sheila e
falou.
— Temos de sair daqui!
Michael o empurrou e falou.
— Sai daqui fedelho!
Ele olhou para Sheila, esperava que fosse racional, mas ela
falou.
— Depois Peter, agora não!
— Isto não esta desenhado Sheila!
— O que quer dizer com isto?
— É minha desventura, não seu heroísmo que vai entrar em
cena!
Michael foi empurrar ele de novo mas ela se pôs a frente.
— O que quer?
— Seu pai é um idiota, contatou compradores em Israel,
acabamos de fugir do Sebo, eles iriam nos matar, posso estar
errado, mas eles vem direto a você, e estes covardes ai, não são
páreo para automáticas!
— Tem certeza disto?
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J.J.Gremmelmaier
— Sim, seu pai estava lá tentando comprar o lugar quando
cheguei, ele grampeou o lugar e ouviu o que eu e Eric falávamos,
temos de sair daqui! Agora!
— Mas e a aula?
— Quer entrar num caixão na aula de anatomia!
Carlos ia falar algo mas viu a menina ir ao armário dela, pegar
a mochila e perguntar.
— Mas saímos por onde?
— Laboratório, pois agora não nos deixarão sair mais!
Ela o seguiu e quando entraram na pré sala do laboratório, ele
passou para ela o livro que tinha a mão, ela pôs na mochila, Eric
estava a sair no sentido de sua casa, para pegar a estrada, viu que
o menino não estava brincando com a historia que contou.

Peter desenha na parede uma porta, pega o caderno e


desenha a cachoeira, a nova casa nela contida e abre a porta, e os
dois passam para a cabana de frente a cachoeira, Peter tinha um
celular antigo, nunca usava, mas tinha, passa para Sheila e fala.
— Liga para seu pai, explica para ele que os homens que
contratou estão a esperando na saída do colégio, parece que Peter
sumiu, que esta com medo!
— Por que?
— Alguém tem de os parar, conhece alguém com mais
influencia nesta cidade que seu pai!
Sheila ligou para o pai dela que liga para o senhor e fala.
— O que esta fazendo indo atrás de minha filha?
— Senhor James, não sabe mesmo com quem esta falando,
acha mesmo que deixamos testemunhas de que alguém viu o livro?
Peter ouve a ligação pela mente do pai da moça, e fala para o
senhor James em sua mente.
―Senhor, pega sua mulher, sai pela porta dos fundos, agora!‖
James olha em volta, não vê Peter, mas vê a esposa descendo
pela escada, fala alto para ela.
— Todos para fora da casa, pelos fundos, agora!

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J.J.Gremmelmaier
Estavam saindo com 3 empregados pela porta do fundo, com
sua esposa lá fora, quando sente o corpo arremessado para fora, e
a casa imensa vir abaixo a suas costas.
O senhor ouviu pela ligação a explosão.
— Estes já nos livramos!
Mari olha assustada pela porta, pega a filha e sai pela porta
dos fundos, encostada no muro do fundo, sentou-se ao chão, viu
algumas pessoas entrarem na casa, subiram e reviraram o quarto
de Peter, quando desceram, ela ouviu em sua mente.
―Fica ai, ainda não é seguro!‖
Seguido a isto, ela ouviu algumas explosões e a casa pegar
fogo, Mari segurava a filha e pensou em que encrenca se metera.
O senhor James vê a casa ao lado também destruída, e liga
para o bombeiro, para o delegado seu amigo, para todos que
achava de confiança.
Os três aguardavam do lado de fora do Colégio quando o
mesmo foi cercado, cercaram também um grupo que comia no
posto a beira da estrada, e os mandaram todos para a delegacia.

Na cabana Sheila olha para Peter e pergunta.


— O que esta acontecendo?
Ela vê ele abrir o caderno, desenhar um prédio em Los
Angeles, os detalhes até o cofre, o abrir do cofre e ela vê o livro lá
dentro, estica a mão e puxa o livro para ele, através do que
desenhou, fecha o cofre e olha para ela e fala.
— As pedras fundamentais de um império perdido! – Abre a
mochila dela e põe os 3 livros no chão, ela senta-se ao lado, e
pergunta.
— O que temos?
— Livro da Vida, e Livro dos Mortos, o terceiro é parcial do
primeiro!
— Mas o que fazem aqui?
— Se entendi, o desafio vai ficar maior, talvez seu irmão
tenha razão, vamos precisar de nossa Azkaban!

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J.J.Gremmelmaier
— Não brinca, o livro da vida, mas o que tem nele?
— Todas as magias de defesa, Constantino usando uma cruz
descrita neste livro, venceu guerras, Moises amaldiçoou o Egito, e
colheu o fruto disto, mas isto é anterior a este caos!
— Não entendi?
— Estes dois livros juntos, são o segredo de uma vida, o
segredo de uma morte, mas temos de achar o terceiro livro!
— Terceiro livro?
— Sim, três livros, este não é o verdadeiro Magic of God!
— E como seria o verdadeiro?
— Se alguém soubesse, alguém o teria tocado, nem sempre o
que sabemos faz parte da historia escrita, dizem que alguns
chamam de 10 leis, foi roubado por Moises na saída do Egito, aquilo
que ele guardava na arca da aliança!
— Mas então esta de poder deles!
— Sheila, pense que Moises foi um sacerdote Egípcio, ele
aprendeu copta entre eles, mas mesmo ele não sabia decifrar as
pedras, ele inventou os 10 testamentos como tradução do que dizia
nas pedras, não estamos falando de um livro, estamos falando de
três pedras esculpidas, com 3 leis na primeira, 3 na segunda e 4 na
terceira, pedras de 60x90cm, espessura de 2cm!
— Esta a dizer que era o que estava escrito no que chamam
de 10 testamentos!
— Sim, mas isto não é lei de deus, e sim do primeiro mago,
mas sabe o que uma era glacial faz com vestígios de uma civilização
anterior!
— Tritura!
— Pense em 5 milhões de anos, em um recuo de tudo que
sabe, a terra os obrigando a se refugiar em poucos espaços, pois o
gelo toma o planeta!
— Esta falando que as pedras são de um tempo anterior a
nós?
— Não sei quem as fez, mas o pouco que sei, é divagação,
não existe na historia, nada antes da era do gelo que seja
inteligente, mas se existisse, o que teria sobrado?
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— As três pedras, guardadas na câmara do rei!
— Sim, e roubada por Moises, ele sabia que ali estava o poder
do Egito!
— Sabe que não gosto de mexer com poder tão antigo!
— Sheila, a linhagem de sobreviventes esta em suas veias,
talvez seja das mais puras que existe!
— Nem tão pura assim!
— Muito mais do que acha, mas como falei estou atraindo, ou
ela vem a nós ou vamos ser levados a elas!
— Levados?
— A não ser que queira não ir!
Sheila sorri e pergunta.
— Como se atreve a amaldiçoar meu namorado?
— Ele vai aprender, nem que tenha de sofrer um pouco!
— Dizem que a menina ficou apavorada quando olhou para
ele!
— Se gostam de beijar sapos, é melhor ficarem mesmo de
olhos fechados!
Sheila sorriu e falou.
— E agora?
— Vamos voltar! – Peter devolve o livro ao cofre, e esconde
os demais na mesma casa, mas em 2022!
— Sabe que estou ficando assustada, você parece estar me
deixando para trás!
— Você vai ter tempo para correr atrás, eu talvez não! – Fala
secamente Peter a desenhar a porta ao ar, abre e saem na
antessala do laboratório, as salas estavam já vazias quando os dois
saem do prédio e James pai vai até a filha e a abraça.
— Onde estavam?
— Escondendo os livros, podem ser nossa carta de salvação!
— Eles foram presos, não vão mais fazer mal a ninguém!
— Como esta minha mãe senhor?
— Assustada, nossas casas não existem mais, tenho de lhe
agradecer o alerta, estaríamos todos mortos!
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Peter procura com os olhos e vê a mãe e a irmã e vai até elas,
as abraça e fala.
— Estão bem?
— Assustadas, mas o que aconteceu?
— Ainda não sei mãe, sabe onde vai passar a noite?
— A tia Judite ofereceu a casa dela!
— Bom, sabe se o seguro vai cobrir?
— Não sei, mas tem muita gente querendo ajudar!
— Cuida de Paula que ainda tenho de descobrir o que
aconteceu!
Peter chega ao lado do carro dos rapazes e pega o livro e olha
para eles e o delegado o para.
— Peter, bom ver que esta bem, mas melhor não chegar
perto!
— Queria saber por que disto, delegado?
— Eles não falam Inglês!
— Falam sim, um deles disse para os outros dois atirarem em
mim e em Eric, no Sebo, que deve estar quase chegando em um
lugar seguro!
— Tem certeza?
— Posso falar com ele?
— É perigoso!
Peter sorriu e o delegado quis ver isto.
Sentado os três no banco de trás do carro, algemados,
esperavam que chegasse a ordem de soltura deles, e o Delegado
chega perto e fala.
— O menino quer falar com vocês, melhor se comportar!
O senhor falou algo em hebraico e Peter olhou para ele e
falou.
— Covarde!
O senhor resmungo outra palavra.
— Goyins! – Peter.
— Acha que me ofende!

163
J.J.Gremmelmaier
O delegado sorriu e ouviu o menino falar.
— A sorte dos dois, é que o delegado não é um descendente
de Navajo, pois senão estariam amaldiçoados pelo resto de suas
vidas!
— Você é um Navajo?
— Não, sou descendente de Dinis, rei de Portugal, a família de
poder de onde todos os seus Judeus descendem, se acha que eles
são bicho, vocês para mim são ratos, mas ainda preciso de vocês,
para ler o Livro de Deus, ou como vocês chamam, as leis da arca da
aliança!
— E por que ajudaríamos?
— Não sei, podem achar alguma coisa que podem precisar, e
que um menino de 13 anos pode dar!
Peter toca em cada um deles e fala.
— A soltura vai vir com uma identificação que não os caberá,
mas é bom para pensarem!
O delegado vê os 3 ficarem com aparência maior, narizes
maiores, lábios mais carnudos, e olha para o menino e pergunta.
— O que fez?
— Delegado, em minutos terá uma carta de soltura, com
identificação, quer deixar mesmo estes três livres?
— Mas qual a afirmativa?
— Esta diante do cônsul de Israel em Los Angeles, quer dizer,
estava! – Ri Peter.
O cônsul fala algo em Hebraico, e Peter sorri, o delegado sorri
e manda os prender.

O delegado estava a chegar na delegacia e chega uma leva de


representantes legais da embaixada de Israel, o delegado olhou os
documentos, olhou os rapazes e falou.
— Temos um problema, senhores!
— Senhor, problema o senhor terá se não os soltar!
— Este é o problema, estes homens aqui, estes da foto, não
estão em minha delegacia!

164
J.J.Gremmelmaier
— Podemos os ver!
— Sim, através do vidro de identificação, pois achamos que
podem ser terroristas!
O rapaz da embaixada riu e foram a uma janela, onde
mostrava os três sentados, algemados, e o rapaz olhou o delegado
e perguntou.
— Foram estes os 3 presos no colégio?
— Sim, foram estes três, estou perseguindo outros 3 que
seguiram um morador da cidade, até Los Angeles, mas ainda não os
peguei, quem são vocês?
Os homens se olham e iam saindo da sala quando um
pergunta.
— Foi apreendido algo com eles?
— Isto é um inquérito fechado senhor!
— Delegado, não esta colaborando!
— São seu homens lá dentro?
— Não!
— É a colaboração que pede no papel, se querem mais
alguma coisa, parece que estão chegando mais 6 homens daqui a
pouco, estavam na entrada da cidade, pode ser que algum esteja
nesta lista, mas espero que não estejam, pois eles explodiram duas
casas na cidade, não gostamos de gente assim, e como um menino
falou mais sedo, vocês ainda tem sorte, poderíamos ainda ter um
delegado Navajo!
Os homens de retiraram e o delegado ficou pensando em
quem seriam aqueles senhores;
O escrivão falou.
— Mas os nomes batem com as identidades senhor!
— Sim, mas não com a aparência de quem esta lá dentro!
— O que faço?
— Põem eles na cela, e vamos esperar os demais!
— Acha que estarão na lista?
— Sim, todos eles, estes também estão!

165
J.J.Gremmelmaier
O escrivão não entendeu, mas ordenou a transferência para
as celas.
Os rapazes trouxeram os homens, e foram sendo
reconhecidos e liberados, mas o delegado foi bem enfático, quando
o embaixador lhe falou.
— Bom ver que sabe o seu lugar, delegado!
— Sei, avisa o seu pessoal para não vir mais a cidade, pois a
recepção será diferente da próxima vez!
— Sabe que vai ter de os libertar, acha que ameaça quem?
— E quem disse que vamos prender da próxima vez, vai vir
tirar caixões senhor!
O senhor olhou serio e falou.
— Vou relatar isto!
— Relate, e relate o que eles fizeram se for homem!
O representante da embaixada foi falar algo, mas sabia que
se relatasse, teria que justificar, melhor deixar como estava, e
quando os demais foram embora o delegado viu o menino chegar
com a mãe para fazer o depoimento.
— Vai mesmo afirmar que ele mandou os rapazes o matar?
— Não quer os manter ai, delegado?
— Sim, mas sei que vou enfrentar alguns problemas por isto!
— Sabe que não, mas se quiser não relato!
O escrivão tomou nota, a mãe do menino assinou por ele, e
no fim pediu para falar com os dois.
O delegado perguntou.
— O que quer com eles?
— Preciso uma carona, sempre quis conhecer Jerusalém!
— Sabe que por mim não os soltava!
— Sei, mas aquele truque, só vai durar até amanha, então
melhor os convencer hoje!
— Sabe que vai ser complicado!
— Relaxa delegado, se quiser é só me acompanhar!
Os dois entram na região da carceragem e o menino vinha
com a bíblia a mão e fala.
166
J.J.Gremmelmaier
— Sabe o que diz aqui?
— Os segredos ocultos do passado! – Falou o Cônsul.
— Não, aqui diz apenas que sou um Goyin!
— Então é apenas uma bíblia?
— Sim, achou que deixaria com vocês uma arma daqueles, a
destruí, obvio que a li primeiro!
— Você não pode saber ler aquilo, você é uma criança!
— Senhor, quero fazer um trato, você me leva a Israel e
mostro onde estão as pedras de Moises, estes livros são brinquedo
comparado a aquilo!
— E por que faria isto?
— Preciso ler o que esta lá!
— Ninguém jamais conseguiu decifrar aquilo!
— Vocês estão olhando as pedras errada, mas mesmo assim,
não é fácil decifrar algo tão antigo!
— E o que precisa em troca?
— Garantia de que não vão perturbar minha pequena cidade,
querem desmontar Los Angeles, tudo bem, mas não em minha
cidade!
— Você vive num fim de mundo, se quer que não
apareçamos, é um preço simples para você me mostrar onde esta
as verdadeiras pedras de Moises!
— Mas será da minha maneira!
— Não cedo a chantagem menino!
— Não uso de chantagem, não mando matar crianças, esta
me confundindo com alguém!
— Certo, faço de sua forma, mas como vai ser!
Peter olha para o delegado e pergunta.
— Me emprestaria ele um momento?
— Mas sabe que ele é perigoso, ou não sabe!
— Ele não me conhece Delegado Paterson, por sinal minha
mãe fez uma proposta naquele canto de terra encostado nas terras
de meu avô!
— Soube, o que vai fazer lá?
167
J.J.Gremmelmaier
— Eu gosto de terra, mas me empresta ele, sabe que amanha
teremos de o soltar mesmo!
— Sei, mas pretende fazer o que?
Peter tira a mochila das costas e fala para o Delegado.
— Não sei se gostaria de presenciar isto!
— Os deixo a sós!
— Faz companhia para minha mãe!
O delegado saiu e Peter pegou o caderno na mochila e olhou
para o senhor a sua frente.
— Tem espaço para um, quem dos três me acompanha?
— Sabe que vou ser eu! – O cônsul.
Peter desenhou o murro das lamentações, uma das poucas
imagens que tinha de Jerusalém a mente, olhou o senhor, passou
por ele, riscou uma porta na parede dos fundos da cela, e obvio que
o senhor arregalou os olhos quando o menino abriu a porta, o
senhor passou e ele fechou a porta atrás dele, estavam diante do
muro das lamentações, em Jerusalém.
O cônsul olhou para o menino e perguntou.
— Isto é uma miragem?
— Não, isto é magia, principiantes com armas de fogo!
O senhor ia sair da praça, mas Peter olhou para ele e falou.
— Não tenho tempo para passear senhor Cônsul!
— Vamos aonde?
— Dois lugares, primeiro pegar as pedras, segundo, câmara
de Deus!
— Esta a dizer que as pedras só podem ser lidas na pirâmide?
— Estou a dizer que elas não são o importante, elas são a
chave!
— Mas então de que me adianta isto? – O Cônsul.
— Não sei você, mas o que me importa é o que levo comigo,
o que os demais não conseguem tirar de mim, roubar,
conhecimento!
— Es uma criança muito diferente, sempre pensei que magia
não existia!
168
J.J.Gremmelmaier
— Fique em sua crença, que fico na minha!
— Mas pensei que iríamos aonde estavam as pedras?
— Aquelas copias não me interessam!
Peter pega o caderno e começa a desenhar o antigo templo
de Salomão, o senhor só vê quando o menino desenha os dois lá
dentro e vê como se mudassem de lugar, e estão diante de um
lugar que ele não conhece, olha em volta e fala.
— Onde estamos, como faz isto!
— Dentro de um templo, escondido numa curva de tempo,
fora do olhar dos ladrões e bandidos!
— Esta a dizer que estamos dentro do Templo de Salomão, o
que foi destruído?
— Sim! O que foi supostamente destruído!
O menino sobe pela entrada lateral, ainda estavam na parte
externa do templo, passam dentre colunas e entram numa sala, no
centro dela, uma caixa de madeira, o senhor correu a ela e quando
a tocou, foi repelido, afastado brutalmente.
O menino chega perto da caixa e a desenha aberta e o senhor
vê a mesma se abri sozinha, lá dentro três objetos, pareciam placas
metálicas, acinzentadas, brilhosas, o senhor chegou perto e viu as
três placas, três lados completamente lisos e um dentado, olhou
para o menino que confirmou com a cabeça que poderia tocar.
O senhor ergueu a placa e sentiu a energia correr por suas
mãos, não doeu, sentiu como se suas forças tivessem sendo
carregadas, a peça era leve, olhou para o menino e perguntou.
— Por que me trouxe, pelo que entendi, poderia ter entrado
sozinho aqui!
— Pois estou fazendo um acordo com o senhor, espero que
saiba o valor disto!
— E agora?
— O que conhece da historia do Egito?
— Dez mil anos, algo sobre um templo que os demais
insistem pela religião local atual, insistir que é uma tumba!
Peter desenha as pirâmides, a esfinge, mas sobre a cabeça da
esfinge, uma grande mascara de ouro, como a dos faraós, as
169
J.J.Gremmelmaier
pirâmides com uma cobertura do mesmo material das placas, o
senhor olha e pergunta.
— Mas quando foi assim?
— Antes da ultima era de gelo, 7 milhões de anos, senhor! –
Ele desenhou as florestas em volta, os grandes mamíferos, olhou
para o senhor e pediu.
— Me alcança uma e leva as outras duas!
— De jeito nenhum! – O senhor pegou a primeira, juntou a
segunda, quando tocou na terceira, sentiu-se arremessado a
parede, olhou para o menino e falou.
— Poderia ter me avisado!
— Não acreditaria mesmo! – Peter.
O senhor riu, pegou uma e alcançou para o menino, e pegou
as duas, e viu eles irem a um local que não existia, a imagem da
esfinge com aquela mascara que brilhava como ouro a sua frente,
era encantador, quanto ouro precisava para fazer aquilo, pensou.
— Muito! – Falou Peter.
— Vamos entrar!
— Não!
O senhor olhou em volta, estavam diante de uma cidade aos
pés das pirâmides, ruas estreitas, ele via os espectros de pessoas a
rua, e afirmou.
— Não são humanos!
— Goiyns!
— Não tem graça, o que são eles?
— Foram extintos por uma leva de primatas, vindas do sul,
dentro de 9 mil anos, expulsos do frio, não sabem o que é o mal,
vão morrer por isto!
— Mas não temos vestígios disto!
— Um dia estude a era glacial do planeta, entendera!
— Mas eles não nos vêem?
— Não, somos viajantes do tempo espaço, não podemos
interferir, mudaríamos a nossa historia, nem que quiséssemos
conseguiríamos interferir!
170
J.J.Gremmelmaier
Os dois param diante da grande pirâmide, e o senhor fala.
— Muito mais incrível assim!
— Sim, muito mais incrível!
Peter pega o caderno e desenha a casa da avó de Sheila e
puxa o livro pelo caderno e o senhor olha.
— Você o escondeu no caderno?
— Sim, a mão de quem sabe o pegar, longe de qualquer um
sem magia as mãos!
Peter olha para o senhor e abre numa pagina e fala.
— Este aqui! – Encaixa a placa que estava com ele, na base
da pirâmide toda brilhosa metálica a sua frente, lá no topo, uma
pequena pirâmide de ouro maciço completava a pirâmide, ele anda
até o meio da outra lateral, pede ao senhor a placa que esta a sua
mão direita, põem a parte dentada para baixo e encaixa na
pirâmide, foram ao terceiro lado, encaixou o terceiro, e andaram ate
o ultimo lado, o senhor falou.
— Mas temos 3 chaves, como vamos abrir!
Peter pega sua caneta e começa a desenhar uma seqüência
de símbolos no ar, o senhor recua diante de tamanho estrondo, vê
os 4 lados da pirâmide abrirem, ficando num ângulo de 90º com o
solo, e a que estava a frente do menino, pareceu formar uma porta,
ele pegou na fechadura, o senhor sentiu a energia que vinha da
pirâmide, pareceu que o menino tomara um choque, mas não
soltara a fechadura, os pelos de todo corpo de Peter se arrepiaram e
ele abriu a porta e fez um sinal para o senhor entrar, Peter fechou a
porta atrás deles, estavam em um grande salão, nas paredes estava
escrito em uma língua que não era copta, as leis de deus, paredes
de 44 metros de altura, 4 delas, escritas de cima a baixo e o senhor
falou.
— Estas são as leis de deus?
— Sim, as dez leis de deus!
— Mas parece ter muito mais que dez leis!
— Senhor, como é seu nome?
— Amenahem!
— Senhor Amenahem, o que sabe sobre as leis de deus?
171
J.J.Gremmelmaier
— As leis de Moisés!
— Este é o segredo que querem manter oculto, primeira lei,
como controlar toda matéria, um terço de uma parede destas,
segunda lei, como controlar toda a antimatéria, terceira lei, como
dominar o tempo, quarta lei, como criar a vida, quinta lei, como
cada tipo de vida funciona, suas programações, sexta lei, como
reduzir todo resto a energia, sétima lei, como prender o
conhecimento total em um simples núcleo de átomo, oitava lei,
como forçar um átomo a retomar a vida anterior, ou reencarnar,
deixar claro que não estamos falando de uma pessoa, estamos
falando de um universo, como o programar para ressurgir, nona lei,
regras para criar um Deus, como ele deve ser, décima lei, a magia
de deus!
— Esta a dizer que quem dominar isto, vira um deus?
— Não, para dominar isto, nem sei se humanos podem chegar
a isto, mas sabe que os poderes dominantes não pensam no futuro,
apenas no proteger sua inércia!
— Sabe que não deixamos testemunhas?
Peter ri e fala.
— Pensei que falava com um ser de palavra!
— Sim, mas isto é uma bomba!
— Acha que lhes mataram por que, vocês foram os ladrões
disto, a praga do roubo, caiu sobre seu povo, podem se achar
especiais, mas enquanto não devolverem isto, a praga será de
vocês!
— Acha que estamos amaldiçoados?
— Maldição se quebra, praga, só se os que a estabeleceram o
podem desfazer, mas sabe que eles já estão extintos a mais de
milhão de anos!
— Quem é você menino, não me parece interessado em ler as
paredes! – Eles conversavam enquanto Peter dava uma volta no
templo tocando as paredes.
— Perderia uma vida o fazendo, não pretendo, mas para mim
o saber que existe, já é o suficiente! – O senhor olha para Peter
gaguejar enquanto falava algumas palavras.
172
J.J.Gremmelmaier
— Não quer este conhecimento?
— Olhe os símbolos, não é copta, é muito mais complexo,
precisaria de um texto deles traduzido para começar a fazer sentido,
senão seriam apenas símbolos sem significado!
Se o senhor conhecesse Peter saberia que estava mentindo;
— Mas como sabe então o que significam?
— Terá de ou aceitar ou duvidar, nada que possa lhe explicar!
— E o que contem nos livros?
— Algo bem mais primário, copta, magia branca, pragas,
pragas e mais pragas!
— Quer dizer que aqui teria o poder, lá a destruição!
— Se você tivesse esta proteção, isto é magia, é amor, é
positivo, não tem praga que pegaria sobre seu povo, para Moises ter
sucesso, teve de roubar isto antes!
— Mas como você sabe disto?
— Não acredita, eu tenho algumas coisas presas dentro de
mim, brotando, surgindo, desabrochando, acha que é fácil carregar
isto em silencio!
— Mas resolveu mostra para mim!
— Sim, pode tentar me matar, podem fazer como os cristãos,
os Árabes, e tantos outros, mas isto eles deixaram preso a matéria,
eles se extinguiram, mas de vez em quando, uma destas portas se
abrem e nasce um Newton, um Einstein, um Pitágoras, vocês
podem tentar deter isto, mas eles tem a eternidade, vocês, uma
existência!
— Mas Einstein era Judeu!
— Acredita mesmo que alguma raça é pura neste mundo,
somos evolução e é esta mistura que nos faz fortes, evoluímos
como espécie, pois nos misturamos, grupos fechados, morrem,
desaparecem, mas as religiões não aceitam isto!
— Mas somos descendentes diretos de deus, vocês são
animais!
— Um dia li um relato de um homem, que perguntava se
alguém chegasse ao planeta e se dissesse superior a nós qual seria
a nossa função, e a maioria concordou que lutar e sobreviver,
173
J.J.Gremmelmaier
destruir os invasores, se vocês se consideram superiores, vindos de
deus, nossa função é os mandar a seu deus, matar todos!
— Fala como Hitler!
— Qual a diferença do que ele pregava do que vocês pregam,
ambos se achando raças puras, você pregam isto e reclamam de
serem analisados pela mesma regra!
— Mas eles nos mataram aos milhares!
— Sim, e ainda pregam que a própria mulher de vocês é
inferior a vocês, não aprenderam nada, ainda vão sofrer pela
arrogância, mas não é isto que esta em jogo!
Peter olha para um senhor entrando no local, Amenahem vê
que o senhor vinha a eles, o menino disse que não poderiam
influenciar, mas se o senhor os visse, seria uma interferência, o
senhor pensou em matar o ancião, ficou no caminho do menino, o
ancião não o viu, atravessou ele e parou diante do menino e falou
algo, o menino lhe fez reverencia, e este lhe esticou um papel, o
menino o pegou, leu e o senhor viu o menino queimar o papel
dentre os dedos e lhe fazer reverencia, e falar para Amenahem.
— Hora de ir!
Os dois saem pela porta que haviam entrado, e as paredes
começam a fechar e voltar a forma única de pirâmide, o senhor
pega duas das placas, passa uma para o menino, e pega a terceira,
o menino olha para o desenho do templo e surgem lá.
O menino põe na caixa a que ele segurava e o senhor fala.
— Não vou deixar isto aqui!
— Eu estou voltando, não vai sair pela porta com isto à mão,
mas se quer ficar, o problema é seu!
— Não é justo, você me mostra e não me permite provar!
— Não fui eu que fiz as leis, reclame com seu deus!
— Eu não as quero deixar!
— A escolha é sua, sabe disto!
Peter desenha a caixa fechada e o senhor com as duas placas
as mãos vê a caixa fechar com uma das placas lá dentro, e fala.
— Não pode deixar terminar assim!

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J.J.Gremmelmaier
Peter desenha o muro, e ressurge sozinho na praça, ouve a
reclamação do senhor, o vê no caderno a reclamar, ele olha para ele
e fala.
— Nada na fenda pode sair, não nesta fenda, acha que
fizeram replicas por quê?
— Mas não quero as deixar!
— Sabe que a escolha é sua, não posso fazer as pessoas
acreditarem, fazerem, posso apenas dar o caminho!
— Mas se quiser as deixar!
— Veja, solte-as!
O senhor as soltou, elas se tornaram translúcidas e
adentraram a caixa fechada, e se vê ele surgir ao lado do menino.
— Vamos voltar agora?
— Não sei, vai me matar quando voltar?
— Provavelmente!
Peter desenhou a delegacia e surgem lá um segundo depois
de entrarem e o rapaz falou.
— Não iriam a algum lugar?
— Fomos! – Peter.
O delegado voltava atrás e pergunta.
— Tem certeza que é seguro?
— Não, abre a porta para mim!
O delegado abre e ele sai, olha para os rapazes que voltam as
suas aparências.
— Acho que vai ter de ligar para aquele pessoal e dizer que
prendeu mais estes três!
O delegado sorriu e perguntou quando chegou a parte de fora
da detenção.
— Não entendi, achei que iria perguntar algo para ele!
— Não adianta, ele não sabe!
— Acha seguro os soltar?
— Temos saída?
Os dois se olham, o delegado pensa;

175
J.J.Gremmelmaier
— Não, mas vamos ficar de olho nele, não vamos Delegado!
— Vamos!
Peter sai com sua mãe, e vão a casa de uma tia, seu pai,
embora tudo se passou por volta do meio dia, apareceu lá apenas
depois das 20hs para ver se estavam bem.
Peter ouviu do pai que alguém havia feito uma oferta no
terreno e que iria vender, olhou para Mari e falou.
— Depois passo a sua parte!
— Não quero, aquilo era de seu pai, faça bom proveito do
dinheiro!
O clima estava pesado, Peter via nas lagrimas no olho da irmã
que ela estava tentando ser forte, mas não estava sendo fácil, sua
mãe estava uma pilha, ele exausto.

Na manha seguinte o senhor James estava à porta da tia


Judite para falar com Peter.
— Peter, temos de conversar!
— Sobre o que?
— Você se apoderou de algo que minha filha comprou, quero
de volta!
— Sem problemas, devolvo para ela!
— Eu disse que quero!
— Senhor, quase matou sua família por um dinheiro que não
precisa, e no lugar de me agradecer por esconder aquilo, ainda
pensando que eles vão pagar por aquele livro!
— O cônsul me fez uma proposta incrível!
— Como a anterior, qual a diferença, não aprendeu nada, mas
tudo bem, assim que pegar eu devolvo para ela, e ela lhe entrega!
— O cônsul disse que esta sempre com você, me passe!
Peter pegou a mochila e pôs ao chão e esticou as mãos para
cima e falou.
— Quer revistar, olhar a mochila, acredita em quem explodiu
sua casa e vem ameaçar quem lhe salvou a vida, bem inteligente!

176
J.J.Gremmelmaier
O senhor James, revirou a mochila e pegou o caderno de
desenho e a caneta e falou.
— Vai me pagar esta arrogância menino!
— Sei que é vingativo, mas quando entregar isto a Amenahem
fala para ele, que considero quebrado o pacto, ele me afirmou que
deixaria minha cidade em paz, então colhera os frutos disto!
— Não sou pombo correio!
Peter olha para a mochila e pergunta.
— Algo mais?
— Não!
— Saiba que vou dar queixa do senhor por roubo e
intimidação senhor James, pode não dar em nada, mas vai ter de ir
lá perder tempo por este caderno!
— Acha que tenho medo de você!
— Deveria!
Peter passa pelo senhor e vê Mari a porta e ouve.
— Se este é o tipo de obrigado que esta ensinando a seus
filhos James, vou proibir sua filha de passar perto de meu filho!
— Por que só ela?
— Por que Robert você já soltou no mundo a mais de 10
anos, não é verdade!
O senhor sai com o caderno e Mari vai a imobiliária e confirma
a compra dos dois terrenos, em nome do filho, e seu marido só tem
conhecimento de quem comprou quando foi lá pegar o dinheiro e
assinar os papeis.

Peter entra no colégio, uma semana sem Ronald, parecia um


paraíso, mas dá de cara com o mesmo o esperando no portão, lhe
barra o caminho.
— Desfaz isto!
— Não tem antídoto, tem prazo de validade, mas não
antídoto!
— Vou acabar com você!

177
J.J.Gremmelmaier
— Não tenho problemas com isto, mas sabe que tem de ser
portar diante de sua namorada, uma surra, isto parece que até o pai
dela quer me dar, meu pai vai ficar bravo à tarde, a inteligência de
Israel vai ficar brava, não sei por que tantos estão querendo me
odiar!
— Vamos pelo jeito ter de fazer uma caça as bruxas!
— Verdade, seu pai vende aqueles produtos de bruxaria, será
que também vai o levar a fogueira!
— Desfaz isto e não lhe bato!
— Pode bater, já lhe disse, não tem antídoto, quer dizer, tem
um, mas terá que descobrir isto por si!
Peter olha para o rosto deformado, cheio de bolas saltadas,
boca caída, olhos inchados, e pensou.
―Será que ela teria coragem!‖
Sheila chega logo depois e afasta o rapaz e para a frente de
Peter e fala.
— Vai me devolver o livro?
— Sim, ou lhe pago os 16 dólares que pagou por ele!
— Parece que quer brigar comigo também!
— Seu pai me levou hoje cedo o caderno de desenho e lápis,
acha que o livro está preso lá!
— Mas ele pode atingir ele por lá!
— Só se alguém mostrar como, e souber fazer, você!
— Mas é um bom dinheiro!
— Sheila, não gosto disto, vocês não precisam de dinheiro,
seu pai nada nele, pisa os outros com ele, sabe disto, quer o que,
uma Mercedes nova, uma casa de praia de 10 milhões nova, pois o
que ele vai fazer com o dinheiro, nada, mas o livro não tem preço,
sabe disto, e vender para quem tentou o matar, dizendo que não
deixava testemunha, desculpe, burrice, mas se acha isto, bom
proveito!
Peter abre a mochila e passa para ela o livro, lhe dá as costas
e entra a aula.

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J.J.Gremmelmaier
Sheila vê que Peter estava irritado, passava por problemas
muito piores que ela, separação dos pais, sua casa despedaçada, o
seguro não cobria atentados a bomba, para ele antes de entrar na
sala, e fala.
— Mas não posso brigar com meu pai!
Peter pega no braço dela, lhe olha aos olhos, passa por ela e
vai a sua cadeira, ela guarda o livro e vê Caterine receber o beijo
que era dela, e Robert passar por ela e falar.
— Melhor guardar isto melhor! – Apontando o zíper meio
aberto da mochila.
— Você também acha que não precisamos do dinheiro?
— Em 4 semanas lhe respondo isto!
— O que vai acontecer em 4 semanas!
Robert sorriu, sentou-se ao lado de Call e viu Peter pedindo o
caderno de Caterine emprestado.

James pai ligou para o Cônsul e falou que tinha apenas o


caderno de desenho e a caneta do menino, ele estava bravo e
chegou a o ameaçar, mas não tinha ainda o livro.
O cônsul estava nas imediações, e pegou a estrada para a
cidade, numa curva depois da reserva de Navarro, reserva
permanente do rio Navarro, entraram em um túnel, e Amenahem
falou.
— Não lembro de ter um túnel no caminho correto!
— Já saímos dele e pedimos informação!
O senhor vê a luz da saída do túnel, foi dizer para o motorista
parar, mas acabavam de sair do túnel, ele olhou pela janela dos
fundos e viu o túnel se fechar, e o motorista frear sem nada ver,
além de um branco geral em volta, viram uma senhora parada a
frente, sentada ao nada, pois era branco em tudo, os dois saíram do
carro, que sumiu assim que saíram, e se deparam com a senhora
que abre os olhos e fala.
— Bem vindos à eternidade!
— Onde estamos?
— Presos no poder de Peter Carson, deve ser Amenahem!
179
J.J.Gremmelmaier
— Me conhece?
— Eu vi sua feição, mas quando ele atravessa estes portais eu
perco comunicação com ele!
— Mas o que é isto?
— Ele fez um trato com o senhor, deve o ter quebrado, na lei
da magia, isto é uma divida que ele pode cobrar como bem
entende!
— Mas não tem nada! – Fala Amenahem olhando em volta.
— Sempre tive a curiosidade de saber como um não iniciado
veria isto!
E os dois ouvem a gargalhada da senhora.

Na saída do colégio, James pai esperava a filha, olha para


Robert e fala.
— Não vai com a gente?
— Não, vocês dois são algo que acreditei, mas vou parar de
seguir!
— Ele esta a favor de Peter! – Sheila.
— E você filha!
Ela abre a mochila e mostra o livro para o pai.
— Ele lhe devolveu, não posso dizer que não me impressiona!
— Ele disse que não tem preço isto pai!
— Mas temos um comprador, estão atrasados, mas devem
estar chegando!
Robert olha para Peter e fala.
— Vai deixar mesmo venderem aquilo?
— Mantive as duas primeiras, capa, e duas ultimas originais, o
resto, Copta, uma bíblia em copta!
— Pensei que ia deixar cair na mão daqueles seres de ontem!
— Aqueles seres, estão falando com sua avo neste momento
Robert!
— Sabe que não é padrão aprisionar ninguém!

180
J.J.Gremmelmaier
— Sei, mas estava pensando em ir a lanchonete do seu pai
esta noite, mas precisamos de pedras de rio, madeira e fixar os 3
pontos!
— Por que isto!
— Quero que passe a você, ele precisa aprender Robert, ele
não cansou de pisar ainda, se vinga aqui o que é pisado lá em Los
Angeles, pois o que o faz rico aqui, é trocado lá!
— Não sei por que imaginei que iria querer fazer isto!
Os dois sorriem e reúnem os Excluídos.
Dividiram em dois grupos e fizeram dois cultos a terra, um no
estacionamento do supermercado e outro no do MacDonald, como
era o filho do dono fazendo, ninguém reclamou na lanchonete, no
mercado, ninguém nem viu, diante de um dia de semana no fim de
um mês.
Mas quando os animais se aproximaram na lanchonete, os
demais foram mantendo-se estáticos, e Robert sentiu de olhos
fechados à doninha a sua frente, abaixou-se e a tocou, a lanchonete
estava lotada de cães vindos da rua, gatos, ratos, baratas, muitos
insetos, os animais na cidade são mais sujos, mesmo em pequenas
cidades, como a deles.
Robert sentiu a diferença de o fazer a noite, a lua cheia
pareceu o encher de energia, no mercado Peter fazia a outra
purificação, e em sua mente passou os passos das próximas 5
noites, por que esperar, quando saiu de lá, seu pai já havia saído a
muito, se despediu do segurança e voltaram a lanchonete, onde
apenas os Excluídos comiam, pois os demais fugiram todos,
estavam sentados quando o Delegado chegou ao grupo e falou.
— Peter, tenho que lhe falar, tem uma denuncia contra você!
— O que fiz Xerife, desculpe, delegado!
— O senhor Ronald o acusa de intoxica-lo!
— E quando eu fiz isto?
— Domingo, precisava saber onde estava!
— Estávamos todos juntos nas terras que Peter comprou hoje,
Delegado, as antigas terras do avô dele! – Robert.

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J.J.Gremmelmaier
— Sim delegado, estávamos lá tomando banho de rio, viemos
a cidade já passava das 20 horas, que horas ele diz que se
intoxicou? – Caterine.
— Inicio da tarde, na reunião da torcida!
— Desculpe Delegado, mas não fui eu, ele sabe que sou
proibido de pisar lá, uma vez quando bem mais novo entrei lá por
engano, apanhei de ficar roxo, mas isto eles não contam! – Peter.
— Vou precisar averiguar, mas tem uma segunda denuncia!
— O que mais, Delegado?
— O senhor James, o pai de Robert lhe acusa de o ter
ameaçado!
— E por que o teria feito isto, ele falou?
— Não, disse que lhe havia encontrado logo cedo e o
ameaçou!
— Então isto vai dar inquérito senhor, pois ele me roubou um
caderno e mandou ficar quieto, ele ameaça todos na cidade, se quer
roubar crianças, e ainda as acusar de reclamar, vou ter de
responder!
— Sabe que não gosto disto, ele esta lá no clube de golfe
desde o fim das aulas, esperando alguém!
— Esta esperando o senhor Amenahem! – Peter.
— Mas para que?
— Delegado, não adianta falar, pois tudo foi por um livro, o
senhor o viu, eles haviam roubado dele, nos escondemos, ontem
não queriam pagar, e explodiram a casa dele e a nossa, hoje ele
esta lá fazendo o mesmo que faria ontem, mas a diferença é que
não morri, nem Eric, o resto, ele vai negar mesmo!
— Sabe que ninguém desafia ele!
— Sei, mas já que ele me acusou, vai ter de provar, senão é
calunia, eu não iria falar nada, já que não roubo livros ou cadernos
por ai, mas achei que ele ainda estava perturbado por ontem, mas
amanha eu passo lá com minha mãe!
— Sabe que não deveriam estar na lanchonete há estas horas
também!

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J.J.Gremmelmaier
— Sim, outra coisa, tem fotos que tiramos aqui mais cedo, e
vamos acionar a saúde publica, não pode acontecer coisas como a
que aconteceu hoje!
— Do que falam?
— Perguntem amanha para o resto, os que não conseguiram
ficar, os que vomitaram, os que vão acionar o Mcdonalds, que vai
acionar o proprietário!
— Mas foi grave?
— Tinha rato sobre a mesa lá dentro, baratas aqui fora, algo
nojento! – Fala Ângela.
— Isto é grave, tivemos também uma denuncia contra o
mercado, dizem que esta infetado de ratos!
Peter tentou não rir, mas o delegado viu o sorriso nos olhos
do menino.
— Espero que ele não diga que foi você Peter!
— Por 13 anos ninguém me viu, foi arranjar uma namorada,
virei culpado de tudo!
— Bruxinho, bruxinho, tem de cuidar de como faz as coisas! –
Riu o Delegado.
Peter terminou o suco de laranja, os demais se despediram,
deixou Caterine em casa e foi para a casa de sua tia, chegando lá o
seu pai o esperava a porta.
— Filho, temos de conversar!
— Algum problema?
— Sim, como conseguiu dinheiro para comprar as terras,
roubou?
— Não, todos os meus recursos são legais pai, mas o banco
sabe a procedência, não preciso lhe dar satisfação!
— Precisa sim, sou seu pai, o que é seu é meu!
— Estranho, a frase deveria ser o contrario, mas eu lhe
paguei pelas terras, então por mais que as queira de volta, eu
consigo o dinheiro em minha conta judicialmente se for o caso, e o
senhor que procure um novo comprador!
— Esta tão agressivo comigo, por que?

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J.J.Gremmelmaier
— Acha fácil ter de ver uma irmã que ama o pai, ter de o por
para fora, ter de lhe dar a força que não se tem, ver sua mãe
chorando por alguém que deve na mesma hora estar deitado à
cama com outra, sem nem se preocupar!
— Ainda isto?
— Sim, ainda isto, foi ontem pai, lembra?
— Mas por que comprou algo que seria seu?
— Pai, quando o senhor vendesse, não veria a cor do
dinheiro, então não era meu, era seu, agora sim, meu, se tentar
algo para tomar de mim, nomeio minha mãe tutora da terras, mas
como quem comprou fui eu, com meu dinheiro, aquilo não entra na
separação de vocês dois!
— Não sabia que tinha uma poupança!
— E o que o senhor sabe de sua família ultimamente!
— Só queria ter certeza que não esta se metendo em
encrenca!
— Quem esta se metendo em encrenca é seu patrão, me
processando, ele me rouba e quer me processar, se o ver, diz que
aceitei a provocação!
— Eu não me meto em brigas que podem custar meu
emprego!
— Esqueci, mas amanha nos falamos pai, está tarde!
Peter entrou e Mari o esperava na sala, o sorriso de Peter a
desarmou e falou.
— Ele já querendo algo? – Mari.
— Ainda não mãe, isto vai ser depois de amanha!
— Andou aprontando!
— Sim, outra coisa, amanha vamos ver como reconstruir a
casa!
— Certo, mas não pode matar aula!
— Vou estar com você, sabe disto, mesmo que sentado na
sala de aula!
Mari sorri e abraça o filho.
— Deus me deu um menino de ouro!
184
J.J.Gremmelmaier
Peter a abraça.

A saúde publica do estado estava a fechar o mercado e


lanchonete na manha seguinte, Sheila chega com cara de sono a
aula, e olha para Peter, pensou algo, mas não teve resposta,
esqueceu que estava por conta.
Robert escreve em seu caderno.
―Sabe que fecharam a lanchonete e o mercado hoje sedo!‖
―Amanha vai ser a panificadora e o mercado da estrada!‖
―Vamos fazer isto mesmo?‖
―Sim, mas antes quero falar com alguém!‖
Peter estava olhando para a professora a fazer uma série
evolutiva de répteis ao quadro.
―Irene, o ser ainda não sumiu?‖
―Não, mas vai ficar fraco, deve o absorver todo em 6 dias!‖
―Pergunta para ele se teria negociação!‖
Irene vira-se para o senhor e pergunta.
— Peter quer saber se teria alguma chance do senhor
negociar com ele!
— Como fala com ele?
— Faço parte dele, mas quando você o ouvir, já não existira
mais, não é um iniciado!
— Depende, o que ele quer?
— Depende, sabe quanto tempo lhe resta?
— Sei o que faço!
―Diz para ele que em dois dias nos falamos!‖ – Peter
— Ele lhe mandou esperar! – Falou Irene rindo.
— Mas ele não queria negociar!
— Não sabe com quem esta lidando, ou é apenas um burro
com titulo!
— Não sei o que é este menino, mas em duas horas vi o que
nunca havia visto, vi as verdadeiras placas da aliança e estive diante

185
J.J.Gremmelmaier
das paredes com a escrita das leis de deus, mas ele não sabe com
quem esta mexendo!
— Então foi isto que ele foi fazer lá!
— Lá aonde?
— Manac!
— Onde é Manac?
— A cidade dos Drols, Clorofilados para outros, a cidade de
mais de milhão de ano, ele tocou as paredes?
— Cada uma das 4!
— O sacerdote foi a ele?
— Sim, ele nem me viu, mas entregou um papel que o
menino leu e destruiu!
— E ainda quer brigar com ele, você que sabe o que quer,
não tem minha força para se manter aqui, você vai sumir, não é
uma grande perda!
— O que aconteceu, por que me perguntou se o sacerdote foi
a ele!
— Senhor, ele absorve pelo toque, se ele tocou as paredes,
ele já sabe as leis, se o sacerdote foi a ele, ele que os avisou do fim,
dizem os livros mais antigos, que um jovem mago, os avisou que
teriam um fim cruel, mas não avisou o como, e eles esconderam as
placas de poder da pirâmide, derreteram o ouro a deus, e
aprisionaram o conhecimento em uma linha genética de primatas,
para quando retornassem ao poder ter onde obter as informações,
eles nos criaram, o que os cientistas chamam de DNA, é um livro de
conhecimento universal, lá tem mais conhecimento do que
precisamos, somente eles poderiam ler o que contem no DNA, o
menino agora pode, ele aos 13 anos conseguiu o titulo de Mestre,
agora vai correr atrás do titulo de Mago, com ele tem como me
libertar, e salvar a própria vida!
―Ainda bem que alguém entende o que estou fazendo!‖
— Mas então por que o sacerdote ofereceu a ele o papel?
— Era uma negociação, se ele aceitava em troca daquilo os
salvar!
— Ele não tinha como dizer sim, por isto saímos de lá rápido!
186
J.J.Gremmelmaier
— Sim, a interferência dele lá, seria o fim de todos nós!

Peter chega ao intervalo do almoço com uma fome muito


grande, estava tendo problemas em manter a dieta longe de sua
casa, em Roma aja como Romano não lhe cabia, ele no refeitório
sempre foi o consumidor das verduras e frutas, sentou-se a comer
uma maça e os demais sentaram ao seu lado, estavam a conversar
e marcar o que fariam a noite quando Sheila chegou a eles e
mudaram de assunto.
— Peter, o comprador não apareceu!
— E eu com isto?
— Ainda bravo!
— Sheila, já falamos disto, mas o que a trás a nossa roda?
— Ouvi dizer que comprou as terras de seu avô, isto é
verdade?
— Sim, por quê?
— Meu pai vai querer forçar seu pai lhe tirar isto, por que não
sei!
— No lugar de se preocupar com as empresas da família quer
me prejudicar, isto é infantilidade dele!
— Soube que fecharam a lanchonete, dizem que estava cheia
de cachorro, barata e rato ontem!
— Ouvi dizer, mas estou preocupado com o mercado, temos
apenas dois mercados na cidade, se fecharem um, vai ficar ruim no
inicio do mês!
— Acha que vão fechar?
— Eu acho, mas nada que seu pai não compre alguém do
estado e acabe reabrindo!
— Vou voltar para lá, depois queria lhe mostrar uma coisa,
bem legal!
Peter riu e Caterine perguntou.
— O que ela quer?
— O mesmo que o pai, aparência! – Peter olha para Robert e
fala. – Desculpa, é sua família!

187
J.J.Gremmelmaier
— Acha que vale a pena fazer tudo de volta hoje a noite?
— Hoje vamos ser mais drásticos, senão vamos perder 10
dias!
— Mais drástico? – Ângela.
— Sim, alguém já ouviu falar da praga dos gafanhotos?
— Sim, quem não leu ou viu filme sobre isto! – Caterine.
— A praga pode ser dirigida, e pode ser de baratas, não
precisa ser de gafanhotos, mas a de gafanhoto também vai ser bem
vinda!
— O que vamos fazer? – Robert.
— Quero ver os negócios de sua família amanha, amigo!
Marcaram para o fim da tarde na propriedade de Peter, que
pela primeira vez depois da morte do avô adentrou a casa, abriu as
janelas, o pessoal ajudou a limpar, a casa era bonita, e limpa até
confortável, todos foram juntos ao local da primeira cerimônia, Peter
desenhou o livro e ele surgiu ali diante deles, flutuando no ar, não
estava ali, mas podia manusear e ler dali, começa a falar frases
estranhas, ele mentaliza as plantações da família dos James, os
depósitos de comida, de grãos, e abre a mão lentamente à frente do
corpo, apontando a oeste, e uma leva de gafanhotos começa a sair
de suas mãos, milhares, milhões, bilhões, trilhões, ele fecha a mão e
a nuvem toma o céu e sai a oeste, ele muda de pagina, pega o livro
e começa a desenhar, a panificadora, o hotel, o mercado da
estrada, o restaurante do clube de golfe, e começa a falar
novamente, Robert vê que o menino não estava brincando, no
restaurante do clube de golfe, todos vêem primeiro a leva de
gafanhoto passar ao fundo, escurecendo o céu, depois começam a
cair baratas, muitas baratas, elas saiam de todos os lugares, gritos,
correria, mais baratas, o senhor James olha aquilo e sabe de onde
vem, mas como provar, mexer em vespeiro, sem levar picada, é
raro, os compradores não apareceram no dia anterior, Sheila estava
no hotel, ela e a mãe a almoçar quando as baratas começaram a
aparecer de todos os lados, ela olhou as baratas próximas e estas se
desintegraram, mas eram muitas, a mesa delas era a única que não
tinha, pensa alto.
―Peter Carson, o que pensa estar fazendo!‖
188
J.J.Gremmelmaier
O silencio lhe irritava, olhou em volta e levantou-se, os
hospedes da estrada pedindo a conta, saindo, gente fotografando,
filmando, seria mais um escândalo, o restaurante dos Mexicanos na
entrada da cidade começa a lotar, para uma terça, estranharam e
veio a informação que eram o único lugar ainda sem baratas,
estranharam a afirmação, o pai de Peter sabia que tinha mão de seu
filho nisto, era a hora de decidir em que lado ficaria, era um
covarde, mas isto Peter já esperava.

A manha seguinte os administradores das terras chegam ao


hotel e James é informado que toda a produção foi comida, os
gafanhotos invadiram o deposito na estrada e parece que não tem
nada que se possa aproveitar, Peter estava a sair da casa quando
seu pai o barra na saída do colégio.
— Filho, tem de me ajudar!
— Fala pai! – Mari ria a porta.
— O senhor James vai me despedir se não conseguir que me
passe a administração dos terrenos do meu pai!
— Administração, aquilo é mato pai!
— Ele acha que você esta usando lá para lhe amaldiçoar!
— Eu estaria preocupado em pagar as multas, mas se ele
quer que administre aquilo, qual as exigências disto?
— Que você não entre lá mais!
— E tem coragem de me falar isto pai!
— Ele vai me despedir!
— Apenas eu serei proibido de entrar lá?
— Sim, por quê?
— Fiz da casa do Vô a sede dos Excluídos, eles poderiam usar
a casa do Vô?
— Ele não falou nada referente a isto, por mim tudo bem!
— Sabe que isto é um acordo com alguém como eu pai, sabe
o que significa se não cumprir?
— Sou seu pai!

189
J.J.Gremmelmaier
— Sou seu filho, mas as regras não são minhas, tem noção do
que vai acontecer?
— Não vou proibir eles de ir lá!
— Então não tem problema, eu concordo!
Mari olha para o filho e pergunta.
— E se ele não cumprir?
— O meu poder o absorve, passo a poder ir lá!
— Não faria isto com ele?
— Um dia lá mostraria que James é um santo!
Mari olha assustada para o filho.

As multas estavam chegando aos quilos, descapitalizando, a


produção não seria coberta em todo, o seguro do armazém estava
vencido, Peter estava a chegar na escola e Sheila o barrou.
— Você leu o livro!
— Não, algo pior do que o livro!
— Como se atreve a prejudicar meu pai?
— Vocês escolheram o caminho Sheila, seu pai me processou,
ele esta pondo meu pai contra mim, queria que fizesse o que?
— Não me deixasse de fora!
— Você escolheu isto também, sabe disto!
— Mas me tirou até o namorado!
— Sabe bem o que tem que fazer para reverter aquilo!
— Eu não vou beijar aquilo!
— Então espere mais dois dias!
— Por que não me falou?
— Por que você é a favor de vender isto, é bom ele provar o
poder que esta vendendo!
— Os compradores não apareceram! Por que continua!
— Sheila, esqueceu de tudo, o que esta fazendo nas horas
que passava lá em casa?
— O que fazia antes de vir a este fim de mundo!
— Então continua, vai ver como o poder diminui assim!
190
J.J.Gremmelmaier
— Mas antes não diminuía?
— A minha parte se mantinha, esquece?
— O que vai fazer esta noite?
— Ia reunir os Excluídos na terra que comprei, mas deve ter
falado para seu pai, que forçou o meu a entrar com um pedido de
administração daquele bem enquanto não chego à maioridade, ou
em outras palavras, comprei algo, que meu pai me proíbe de por os
pés!
— Mas por que ele fez isto?
— Sheila, diz para ele se concentrar no que importa, esta se
distraindo!
— Ele estava bufando ontem, deve estar pior hoje cedo!
— Deve, quando ele somar as multas e processos, acho que
vai ter de vender os mercados, o hotel e parte das terras!
— Esta falando serio?
— Eu disse para ele não mexer comigo!
— Mas a cidade vai parar?
— Eu disse que ele vai vender, sempre tem alguém que
compra, só não será dele!
— Você esta afundando minha família, tudo isto por que
desfez o pacto?
— Sheila, eu falei que não precisavam de mais, o que
respondeu? Que era um bom dinheiro, se o negocio que lhe
importa, que importa para seu pai, é dinheiro, isto que vai importar!
Caterine abraça Peter e fala.
— E daí, a reunião esta de pé?
— Vamos ter de adiar! Ou transferir!
— Por que?
— Meu pai conseguiu um liminar do dia para a noite para
administrar aquele bem até eu ficar adulto, e estou proibido de por
o pé lá por esta liminar!
— Chato isto!
Eles adentram a sala, e obvio, o assunto na cidade era a
quebra das plantações, mas na verdade isto era positivo para a
191
J.J.Gremmelmaier
cidade, mas negativo para os James, mas as pessoas não
conseguiam ver isto naquele momento, Peter estava olhando para a
professora.
―Irene, o nosso hospede já esta mais fraco?‖
―Está ficando translúcido, acho que não resiste mais dois
dias!‖
―Faz a mesma pergunta para ele por mim?‖
Irene sorriu, o senhor olha para ela e pergunta.
— O que ele quer?
―Saber quanto ele me paga pelo livro?‖
— Ele quer saber quanto você paga pelo livro!
— Se ele quer vender, por que me faz de prisioneiro!
―Para ele lembrar que se quebrar de novo a promessa de me
deixar em paz, não vou dar ao trabalho de oferecer uma saída‖
— Você quebrou uma promessa com ele, é uma lei da magia!
— Eu tenho de verificar quanto?
―Acha que ele agüenta mais um dia?‖
―Acho que não!‖
―Força!‖
— Ele não esta gostando do rumo da conversa, quanto!
— Tenho 25 milhoes!
―Diz que isto eu aceito por 20 paginas do livro!‖
— Ele diz que por este preço ele lhe vende um pedaço
pequeno do livro!
— Ele acha que esta falando com quem?
Irene riu e falou.
— Quem você acha que é aqui dentro, quem?
— Certo, mas como ele vai me entregar!
―Assim que estiver em minha conta, eu materializo nas mãos
dele em Jerusalém!‖
— Ele lhe entrega em Jerusalém assim que o dinheiro estiver
na conta!
— E o que preciso fazer para fechar este acordo!
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J.J.Gremmelmaier
O carro se materializa no branco do local e ela fala.
— É só entrar no carro!
Os dois caminham como se o chão os tivesse sugando, até o
carro, o rapaz liga o carro e vê o túnel abrir a frente, eles saem no
sentido contrario ao que estavam indo, o motorista para a lateral da
estrada, olha para o senhor e fala.
— O que foi isto senhor?
— Se contar isto, vão nos internar como loucos!
— Confia no menino?
— Quer voltar para lá?
— Não senhor!
— Toca para Los Angeles!
O senhor chegou em Los Angeles, ligou para a sede do banco
local, perguntou o numero da poupança do menino, e transferiu os
recursos, ele olhou fixo sobre a mesa, e viu uma pilha de papiros se
materializar, na mesma hora orou descrente a seu deus.

Peter no intervalo do Almoço, pede para a mãe contratar um


advogado e reverter o que o seu pai havia feito, e pede para
comprar as dividas dos James, ela não entendeu, mas Peter foi as
aulas da tarde e na saída do colégio estava lá o senhor James.
— Preciso lhe dar uma surra para parar pirralho?
— Do que esta falando?
— Você me afundou, de homem rico, a um homem cheio de
dividas, de um homem de negocio a alguém que tem negócios que
ninguém quer entrar!
— E o que tenho a ver com isto?
— Sei que foi você, vou lhe processar!
— Senhor James, se o senhor me acusar mais uma vez sem
provas, pode ser que não tenha para pagar a indenização, melhor
começar a trabalhar, para de sair com a amante, compra um carro
que possa pagar a gasolina, vende o que lhe gera custos, no lugar
de receita, mas não, como ficaria o status do senhor James!

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J.J.Gremmelmaier
— Alguém esta assumindo parte de minha divida, estou
perdendo terras, o hotel, os mercados, os restaurantes, mas ainda
posso acabar com você!
— Senhor, não tenho nem o que falar, não posso fazer nada
pelo senhor! – Peter.
O delegado vê o senhor acertar o olho do menino, e o mesmo
deixar o corpo cair para trás.
— Senhor, isto é agressão a menor!
— E quem vai me processar!
Peter falou na mente de James.
―Eu!‖
— Este bruxo, ele acabou comigo!
— Senhor, vou ter de relatar isto!
— Relate, mas eu não vou deixar de defender o que é meu!
―Você tomou parte das terras deste desgraçado, esta tenho
de aplaudir, só minha filha para não ver que ele não presta‖
Peter é levantado por Robert, que olha para o pai furioso.
— E você, ache um lugar para morar, quer ficar do lado deste
daí, vai ter de se virar!
— Tem um espaço na casa de sua tia?
Peter sorriu e falou.
— Tem uma no hotel, não é mais confortável!
— Mas ele não vai me deixar ficar lá!
— Mas o novo dono vai, ele vai ter de pagar a diária a partir
de hoje!
Sheila ouviu isto e perguntou.
— E quem comprou o hotel?
— Não posso mentir, então melhor me omitir da resposta!
Robert sorriu, ele comprara, e Sheila perguntou.
— Vai nos despejar!
— Sheila, você e sua mãe são minhas convidadas, como seu
pai dorme com sua mãe, tem onde dormir hoje!
— Mas com que dinheiro comprou?

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— Se falar terei de matar todos, difícil foi passar o comando
do que esta em meu nome para minha mãe, senão não teria
comprado!
— Então faremos a reunião dos Excluídos onde?
— Na piscina do hotel, melhor que lá só no rio mesmo!
— Vai deixar-se contaminar pelo cloro da piscina? — Call.
— Fazer o que, para passar de ano tenho de entrar na piscina
do colégio, então por que não na de algo que passo a ter maioria
acionária!
Ronald olha para eles, estava achegar lá para ameaçar Peter
de novo e este olha para Sheila e fala.
— Coragem amiga, ele não agüenta mais!
— Mas é horrível!
— Sim, é bom para ele lembrar!
Sheila chega ao lado de Ronald e olha para aquele rosto
deformado, ele a olha com vergonha, ela fecha os olhos e o beija, a
transformação foi quase que imediata, e ela ao ver ele novamente
bonitinho o beijou de novo.
O grupo foi a casa da tia de Peter, e lá fizeram a reunião
inicial dos Excluídos, reunião que acabou na piscina do hotel, com
Mari e Paula brincando a piscina, e os demais a conversar.

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João Jose Gremmelmaier

Mundo de Peter
II
Os Espinhos
Primeira Edição

Curitiba / Paraná
Edição do Autor
2010

199
J.J.Gremmelmaier
Autor; João Jose Gremmelmaier
Editora Bookess
Nome da Obra; Mundo de Peter II – Os Espinhos
ISBN: 978-85-62418-37-2
As opiniões contidas no livro, são dos personagens, em nada
assemelham as opiniões do autor, esta é uma obra de ficção, sendo os
nomes e fatos fictícios.
É vedada a reprodução total ou parcial desta obra.
Sobre o Autor:
João Jose Gremmelmaier, nasceu em Curitiba, estado do
Paraná, no Brasil, formação em Economia, empresário a mais de 15
anos, já teve de confecção a empresa de estamparia, escreve em suas
horas de folga, alguns jogam, outros viajam, ele faz tudo isto, a
frente de seu computador, viajando em historias, e nos levando a
viajar juntos.
Autor de Obras como a série Fanes, Guerra e Paz, Mundo de
Peter, os livros Heloise, Anacrônicos, cria em historias que começam
aparentemente normais, mundos imaginários, interligando historias
aparentemente sem ligação nenhuma;

CIP – Brasil – Catalogado na Fonte


Gremmelmaier, João Jose
Mundo de Peter II – Os Espinhos, Romance de Ficção,
189 pg./ João Jose Gremmelmaier / Curitiba, Pr. / Bookess /
2010
3. Literatura Brasileira – Romance – I — Titulo

85 – 62418 CDD – 978.372

200
J.J.Gremmelmaier

Os Espinhos
J.J.Gremmelmaier

Segundo Livro da Serie Mundo de Peter, o atrair para ele das


soluções, atrai também os problemas, mas o menino ainda esta
aprendendo o que pode, e onde quer chegar, vai depender dos
espinhos, não só das rosas.

201
J.J.Gremmelmaier

202
J.J.Gremmelmaier
Faziam dois meses que a casa de Peter havia ido pelos ares,
quando a reinauguraram, Mari e Paula estavam a entrar na casa com
novos moveis, e olham a casa ao lado, ainda em obra, os James vão
demorar para reconstruir a casa, também, era pelo menos 3 fezes o
tamanho da casa deles, subiram aos quartos e começaram a organizar
as coisas, roupas novas, tudo novo, estavam a arrumar as coisas
quando Mari vê o carro de seu antigo marido parando a frente da
casa;
Peter olha para ela e fala;
— Faz o que achar melhor!
— Não tem ainda caminho bom!
— Mas ergue a cabeça, você é muito mais que qualquer coisa
que ele falar ou fizer, sabe que recomeçar é minha especialidade! –
Peter;
Mari desce e Paula olha o irmão e pergunta;
— O que aconteceu, o pai vai voltar para casa?
— Acho que não, mas sabe como é, dinheiro muda as coisas!
— Nossa casa não mudou, por que nossa casa não
aumentou?
— Paula, a casa é imensa para 3 pessoas, sabe disto!
— Sei, mas não entendi ainda o que aconteceu, saímos do
anonimato a vitrine!
— Irmã, lembra que disse que garantiria seu futuro?
— Achei que estava falando para quando você crescesse!
— Sei que não cresci ainda, mas aos 13 posso começar a
entender o que falavam mas ainda sou uma criança, cresci no
tamanho, mas ainda falta muito para crescer por dentro!
— Parece mais adulto por dentro que o pai!
— Isto não é um elogio, você com oito vai ser mais adulta que
ele, ainda faltam 3 anos, mas que vai ser vai!
Paula sorriu e ajudou ele a por mais algumas roupas de sua
mãe no armário;

Mari chega a porta e olha para o antigo marido, o sorriso dele


queria dizer que viria bomba, olhou para ela e falou;

203
J.J.Gremmelmaier
— Mari, vim lhe dizer que vou batalhar pela guarda de nossas
crianças!
— Sabia que não viria por outro motivo, dinheiro, mas
cuidado, deus pode lhe dar o que deseja!
— Sabe que tenho como cuidar bem deles, principalmente do
patrimônio que Peter acumulou, não entendi como, mas fez um
trabalho de mestre!
— Não gostei do que ele fez, mas ele diz ter um objetivo, não
duvido!
— Quando pensei que os James o estavam encurralando ele
mostrou que é um Carson de verdade!
— Veio só para avisar isto, ou algo mais!
— O juiz deve tomar a decisão amanhã, daí falamos!
— Se a idéia era estragar meu dia, conseguiu, muito bom
senhor Carson!
— Sabe que não é pessoal!
— Sei, mas cuidado, como disse, deus pode lhe dar o que
pede!
Mari fecha a porta e Peter fala;
— Calma mãe, sabe que ele vai vencer, o juiz é amigo dele e
dos James!
— Fala como se fosse certo!
— Não é, por isto pedi para passar tudo para os Navajo, ele
vai assumir a nossa guarda, a senhora, vai trabalhar como sempre
fez, mas agora por um dinheiro que será seu, e tocaremos nossas
vidas, e ele as contas!
— Não sei se dará certo!
— Calma, só falta a ultima transmissão de recursos, e não
terei mais nada em meu nome, amanha quando o juiz decidir, vou
ficar triste por Paula, apenas por isto, mas mãe, ele não sabe o que
esta pedindo!

A manha seguinte estavam no tribunal da cidade vizinha, Mari


e os dois filhos, vara de família, pedido de guarda, foi rápido até
demais, o juiz nem ouviu a mãe, as crianças, e no fim, disse que a

204
J.J.Gremmelmaier
guarda iria para o pai, estava ele lá, com a amante, se fazendo de
casal perfeito, e Peter virou-se para o Juiz e perguntou;
— Espero que nunca sua mulher precise de ajuda, pois saiba
que de hoje em diante, ela tem a mim como aliado!
— Menino, o seu pai no momento representa uma família
melhor constituída!
— Sei o que esta fazendo senhor, mas uma prostituta para
criar uma menina de 5 anos não é certo!
— Ela não é uma prostituta! – Gritou o pai;
— Certo, o juiz quando foi com ela para cama pagou por que
quis, ela não cobrou!
— Sei que não é a favor do que esta acontecendo, mas vai
acostumar!
Peter abraçou a mãe na saída e falou;
— Cuida da casa, nós voltamos!
— Sei que volta, mas pode demorar!
Ele olha para o pai, abraça a irmã e entra no carro do senhor,
que foi direto ao hotel, quando chegou lá a senhora perguntou se
queriam um quarto, ele arrotou que era o procurador do dono, e
veio um senhor lá de dentro e falou;
— Algum problema aqui?
— O senhor esta dizendo que é procurador do dono!
— Que saiba o senhor Paul não tem procurador!
— Quem é Paul?
— O atual dono, comprou a semana passada, ou algo assim,
não sei qual foi a forma de negociação!
O senhor Carson olha para o filho e pergunta;
— O que fez?
— Dei o que era meu, se minha mãe não pode tocar, não vou
deixar esta ai tocar, torrar, acha que sou burro pai, mas a única
coisa em meu nome, deixa eu ver, não tenho mais nada em meu
nome!
— E as terras do meu avô?
— Doei a favor da reserva do rio Navarro, agora a terra é da
comunidade, assim como este hotel, os mercados, por sinal, acho
que amanha vai perder o emprego, depois de amanha, eles vão
205
J.J.Gremmelmaier
pedir a casa da moça ai, pois vão precisar, depois quero ver o juiz
dizer que você é melhor que minha mãe!
— Você não pode ter doado tudo!
— Pai, se vendesse teria de pagar imposto, considere que foi
um bom investimento!
O senhor pega o filho pelo colarinho e o levanta e fala;
— Vai ficar de castigo e se nunca apanhou na vida, hoje vai
apanhar!
Paula estava apenas a olhar quieta, e começa a gritar na
cabeça de Marlene, esta põe a mão na cabeça e fala;
— Faz ela parar de gritar!
— Ela não esta gritando! – Carson;
— Esta sim, eu ouço, faz ela parar!
Paula levanta os ombros e olha para o irmão que a abraça e
fala;
— Não se preocupe Paula, ela vai ficar bem!
— Faz ela parar! – Gritou Marlene;
Saíram pela porta do hotel e foram à casa da moça, que ouviu
primeiro o grito, depois o choro, depois muitos ruídos em sua
cabeça a noite inteira, Peter ficou preso no quarto, seu pai queria se
vingar do próprio filho e pediu apenas sanduíches para o café da
manha, depois carne assada, a noite refrigerante com salsicha;
Peter não comeu, e Paula olhou para o pai e falou;
— Se quer matar ele, esta no caminho!
— Eu não quero o matar, mas ele tem de aprender quem
manda!
— E quem manda, ela? – Pergunta a menina;
— Não vamos discutir!
— Pai, o senhor nos abandonou, pediu a guarda pois nem
olhou que ele se desfez de todo o dinheiro que ganhou, não
conhece seu filho, ele não ficaria com dinheiro sujo, se nem come
porcaria iria ficar com dinheiro sujo, não o conhece, quer se vingar
dele, tudo bem, depois quando ele morrer e vir a pegar no seu pé,
como seu pai faz, não reclama!
— Você ouve o seu avô?

206
J.J.Gremmelmaier
— Quem não ouve, ele lhe chama de traste, covarde, e coisas
que nem sei o sentido, o tempo inteiro, o senhor abandonou uma
terra produtiva para trabalhar para alguém que mal pagava um
salário digno, mas se quer este caminho pai, quem sou eu, 5 anos
querendo falar algo para você!
Paula começa a gritar na cabeça da moça, e esta começa a se
encolher de novo, e ele foi lá cuidar dela, e ele falou;
— Você não vai comer também?
— Não pai, sabe que isto não presta, se quer nos matar de
fome, esta no caminho!
A menina repetiu a frase e entrou para o quarto, um beliche
onde ela mal conseguia esticar a perna o irmão estava na parte
superior esperando ela entrar, seu pai havia confiscado os cadernos,
canetas e a menina chega com uma faca escondida a mão, Peter
sorriu, desceu e falou;
— Empresta um pouco? — Com três traços no chão a menina
sorri e fala;
— Voltando a ter um caderno e lápis! – Paula;
Peter pega o caderno de desenha uma barra de cereal, da
uma para sua irmã e pega uma para ele, figos e maças, leite de
cabra, queijo de búfalo, e os dois estavam sentados ao chão,
comendo, e a menina falou;
— Nunca pensei que o pai fosse assim!
— Eu o deixei bravo, entendo, mas quero ver se há amor
nesta relação!
— Ela esta ficando maluca!
— Para de gritar na cabeça dela, ela não tem culpa sozinha,
ninguém merece isto por muito tempo!
Paula sorri e fala;
— Você é muito bonzinho, estamos a um dia com o pai, e já
passa fome, e ainda pensa nele!
— Irmã, não me faz bem ter de concordar com o avô, me
deprime, e isto não é bom!
— Sabe que vai ter de me ensinar a fazer isto? – Paula;

207
J.J.Gremmelmaier
— Sei! – Peter ouve os passos do pai, põem as coisas
embaixo da cama e os dois sentados ao chão, olham ele entrar pela
porta;
— Peter, precisamos conversar!
— Entre!
— Não queria que Paula ouvisse!
— Desculpa pai, mas até minha mãe vai ouvir, sabe disto!
— Ainda insiste nesta maluquice!
— O que quer, que Paula não pode ouvir!
— Você não vai comer, vai adoecer!
— Enquanto não tiver comida, não como, sabe disto, acha
que me vence pai, eu morro por uma idéia!
— Você é teimoso como sua mãe!
— Não, sou pior, sou teimoso como seu pai!
— Acha que ganhou o que com isto?
— Com o que?
— Dar tudo que ganhou!
— Pai, amigos eu tenho, tenho minha mãe e minha irmã, isto
sempre foi o suficiente, não quero dinheiro, quero felicidade, mas
não entende, sua felicidade se compra, a minha não!
— Você jogou fora um patrimônio de quanto, 8 milhões?
— Vinte e cinco milhões, parte era a faculdade de Paula, mas
quando soube que você o torraria, dei, se ela não vai poder fazer a
melhor faculdade, não vai torrar por ai!
— Este foi o preço, vinte e cinco?
— Sim, o James iria vender por 12, eu consegui 25!
— E fez ele vender na pressa, abaixo do preço de mercado,
uma jogada de mestre, mas para que, dar tudo aos Navajo!
— Não, a idéia não era esta, mas tudo bem, adaptei a minha
realidade, um pai interesseiro!
— Mas eu saberia lidar melhor que sua mãe com isto!
— Saberia, me tiraria do comando, me tiraria o dinheiro, que
o senhor mesmo disse, foi uma jogada de mestre, não tinha
interesse em administrar pai, sabe disto, mentir para que!
— Você sempre foi inteligente, mas não pensei que fosse
capaz de jogar uma fortuna no lixo, foi burrice!
208
J.J.Gremmelmaier
— Não foi não, deixar você torrar seria uma burrice, sabe
disto, a cidade pararia dentro de dois anos, e você feliz a torrar em
algum lugar na Europa, sei o que fiz, e não me arrependo, pode
cortar minha comida, um dia terei de sair de sua prisão!
— Você é muito criança para entender!
— Se for para ver o mundo como você pai, melhor não
crescer, trair, roubar, apropriar-se, magoar, mentir, e se fazer de
amigo, desculpa, morro de fome, fico criança para sempre, mas este
tipo de adulto não quero ser!
— Me chama de mentiroso!
— Pai, mente principalmente para o senhor, mas como disse,
se acha ruim hoje, amanha, segunda feira, vai piorar!
— Você já esquematizou tudo, mas o que aconteceria se o
juiz decidisse por sua mãe!
— Na verdade ele poderia até decidir pelo senhor, o que seria
difícil pela lógica, mas ele nem olhou os papeis, já tinha acertado
com ele no dia anterior o resultado, mas com ele me entendo
depois!
— Vão acabar lhe queimando em uma fogueira filho!
— Pai, todas as pessoas que a igreja queimou na fogueira não
eram bruxos, se fossem, se alguém foi levado à fogueira e era
bruxo, apenas esperou as chamas queimarem a corda, e saiu de lá,
queimaram inocentes, eu não morreria numa fogueira, se estou
aqui, ainda é por lhe considerar como pai, lhe dar a chance de
tomar o caminho certo, mas pelo jeito, estou perdendo esta guerra!
— Sei que seus truques são com caderno, não os terá!
— Bom saber que não passarei de ano, pois meu pai é um
covarde!
— Eu não sou covarde!
— Esta me fazendo passar fome por que, não é para me tirar
as forças, por medo, por covardia, não acredito que seja por ser
ruim, pois mal não existe, é ausência de bem, então é covardia,
medo, ou como quiser chamar!
— Você vai acabar cedendo!
— Ceder o que pai, amanha os donos vão pedir esta casa, não
sou eu que o farei, eles vão lhe afastar da direção dos mercados,
209
J.J.Gremmelmaier
levantamento daquele desvio de mercadorias, que fez semana
passada, que vendeu por fora, isto ainda vai lhe dar um processo
criminal, e uma justa causa, quer dizer, sem direitos trabalhistas,
sem dinheiro, hoje passo fome, amanha, passaremos todos junto!
— Acha que vai ganhar o que com isto?
— Seu amigo vai perder o cargo de juiz da vara da família, eu
não pego leve pai, pois vai ter de explicar como deu a guarda a
alguém que deixa os filhos passarem fome, e o clímax disto pode
ser ruim, ou muito ruim, pois se for eu hospitalizado, por fome, eu
agüento, mas se for Paula, vai me pagar cada sofrimento dela, com
sangue, poderei pedir isto pai!
— Você me põem medo, como pode falar isto com ela perto!
— Paula é como eu, mas com alguém a ensinar, não como o
senhor me deixou, abandonado ao destino, a humilhação!
— Você esta fora de controle filho, vou lhe mandar a um
psicólogo!
— Pai, não gasta dinheiro que não tem nesta hora!
— Mas você esta precisando!
— Eu vou, você paga, ele diz que sou normal, como uma
crença em magia, coisa de criança, e volto para casa, mas se o
senhor for, eles lhe internam!
— Não entendo o que quer?
— Sabe o que queremos, estávamos lá felizes, foi lá para
acabar com isto, prazer em fazer alguém que lhe fez feliz triste,
alguém que sempre cuidou de você, por que, por uma vadia!
— Ela não é uma vadia!
— Pai, ela é uma vadia, não é do mal, mas pessoas como
James, seu amigo Juiz, o pai de Ronald, e você a fizeram o que ela
é, sabe disto, ela não tem saída, o que ela vai fazer da vida depois
que foi abusada por James, que foi usada pelos pais para ganhar
dinheiro, que viu a cidade, esta imensa cidade a taxar de vadia, e
você, o que esta fazendo para ela superar isto, esta trazendo o prior
pesadelo de uma relação para dentro de casa, acha que sou fácil,
acha que ela vai resistir quanto tempo ouvindo os sentimentos de
Paula a cabeça, deveria estar cuidando dela, esta pensando em
dinheiro, Marlene é muito mais gente que estes seus amigos,

210
J.J.Gremmelmaier
alguém sofrida, quando falo que ela é uma vadia, é pois esta cidade
a fez assim, não é por que assumiu ela que os demais não passam a
mão nela a rua, ela tenta evitar, mas fazem para dizer, você pode
ter achado um homem, mas ainda é a vadia da cidade, o pai dela, a
pôs para fora pois não entraria mais os programas com os clientes
do restaurante, se para o senhor vai ser difícil, para ela é bem pior!
— Não gosto disto, mas o que posso fazer!
— Você nada, é um covarde!
— Avisei na escola que amanha vai faltar, não vou lhe facilitar
filho!
O senhor fala olhando para Paula;
— Boa noite filha!
— Só se for para o senhor!
O senhor sai bravo pela porta;
Peter olha para a irmã e a dá a mão, e fala;
— Pelo jeito temos uma missão antes de voltar para casa!
— Como vamos dormir?
Peter desenha uma estante de livros, e esta se materializa no
pequeno quarto, desenha o livro com um símbolo engraçado e fala;
— Tranca a porta, irmã!
A menina correu a porte e a trancou, embora nem fosse
necessário, Peter puxou o livro e um quarto espaçoso se abriu por
trás da estante, uma cama espaçosa, a menina pulou na cama e
sorriu, ele deitou, esticou a perna, ela dormiu em seu braço, as
paredes eram grandes vidraças com a imagem do mar lá fora;

Amanheceu, eles dormiram bem, fora do tempo puderam


dormir perto de 10 horas nas poucas horas que sobrou para eles
dormirem, comeram um lanche caprichado, escovaram os dentes e
foram a mesa;
Carson pai já havia saído quando a moça olhou para Paula e
falou;
— Obrigada por parar de gritar!
— Meu irmão explicou que a culpa não é sua!
— Seu pai é teimoso, sabe disto Peter!
— Sei, mas sabe por que estou aqui?
211
J.J.Gremmelmaier
— Não sei, já que tinha dado tudo antes de seu pai conseguir
a guarda!
— Tentar fazer ele tomar o caminho certo, mais por ele, não
por mim!
— Acho que quando achei o homem que parecia me amar,
esqueci de ver que era um covarde!
— Nunca fale isto para ele, já é difícil para ele! – Paula;
— Por que?
— Ele ouve o pai dele o chamando de inútil e covarde o
tempo inteiro!
— Mas por que o seu avô faria isto?
— Por que ele é! – Peter;
— Não fala assim irmão!
— Marlene, como consegue ficar presa assim o tempo inteiro!
— Ouvi você falar ontem, não sei como falou, mas tem razão,
esta cidade é muito pequena, sempre sonhei sair dela, viver em
outro lugar!
— Não é o lugar que nos molda Marlene, é nós que moldamos
o lugar!
— Mas não aqui?
— Gostaria de passear com a gente?
— Seu pai levou a chave!
— Além de covarde, irresponsável!
— E se o lugar pegar fogo? – Paula;
— Saímos pela janela, irmã!
— Tem grade na janela! – Marlene;
— Não esta janela, mas quer passear ou não?
— E iríamos onde?
— Tem uma enseada linda de frente para o nosso quarto,
quer conhecer!
— Gostaria de ir, mas deve ser de faz de conta, é isto?
— Depende se acredita ou não! – Peter;
— Mas tenho de arrumar a casa antes!
Peter olha a casa e as coisas foram indo para o lugar, o lixo
para o lixo e falou;

212
J.J.Gremmelmaier
— Que bagunça?
— Como você faz isto?
— Depois ensino você, se vai fazer meu pai feliz, tem de
saber o defender!
Marlene sorriu e seguiu as crianças;
— Este quarto mal cabe os dois, seu pai esta exagerando
menino!
— Entre Marlene, mas tem de saber uma coisa antes de
entrar!
— O que Peter, o bruxinho da cidade!
— O que viu, na arrumação, é um presente, mas não para
todo dia, o esforço do caminhar é uma dádiva, os braços para fazer
as coisas, a inteligência, algo maior, mas nem todos os dias serão
como hoje!
— Certo, não usa magia no dia a dia, apenas um dia especial!
— Sim, mas tenho usado para prover o melhor a minha irmã!
Peter faz sinal para as duas sentarem e a moça fala;
— Seu pais não tinha tirado os livros do quarto?
— Tinha, e vai tirar de novo, de novo, até se cansar!
— Certo, mas vamos brincar do que? – Marlene;
— Correr para o mar! – Peter olha para a irmã e pergunta. –
Acha uma boa forma de matar aula?
— Ótima! – Sorri a menina. Peter puxa o livro e a moça vê se
abri o quarto, sabia que aquilo não caberia na pensão que estavam,
olha para o menino fechar a mesma parede após entrarem, vai a
grande janela de vidro que abria para uma varanda de madeira, e
uma escada para a praia, estavam na enseada de Navarro, Marlene
olha para o menino e fala;
— Obvio que não faz isto todo dia?
— Não, deveria estar em aula, aprendendo, evoluindo, mas
não acho justo nós três ficarmos trancados, ou acha!
— Esta lindo o local, tão próximo, e tão distante para mim!
Peter estica a mão para a irmã e fala;
— Vamos aprender um pouco?
— O que vai me ensinar hoje?
— Lembra como é coiote em Navajo?
213
J.J.Gremmelmaier
— Coiote? – A menina põem a mão na cabeça — łééchąą'í?
— Não, isto é cão, não coiote! – Fala Peter;
— Então é ma'iitsoh!
— Sim, agora conte ate cinco em Navajo!
— Łáá'íí, Naaki, Táá', Dįį', Ashdla'!
— Ótimo, esta ficando boa nisto!
— Agora posso brincar?
— Pode, sabe que lhe quero mais poderosa que eu!
— Sei! – Paula sai correndo pela praia;
— Você a esta ensinando a tradição dos Navajo?
— Sim!
— Nunca entendi, os Navajo não são da região, como tudo
começou?
— Na verdade eles nem vinham a estas terras, a avó de uma
amiga, ela se sitiou na região, dizem que foi expulsa ainda jovem do
que eu chamo de nação Navajo, ela se situou em uma terra e
aplicando os conhecimentos dos rituais do povo, atraiu para o local
alguns dos seus, no começo vieram velhos, depois vieram outros,
ela conta que vinha por terras desconhecidas, beirando a costa,
quando um senhor falou que estava na enseada do rio Navarro, ela
achou que eram os deuses lhe dando o caminho, ela subiu o rio e
encontrou um índio Cocopa, os dois estavam sem terras, mas
estavam a buscar ouro na região, ele veio atrás de mudanças, saiba
que esta união não seria aceita para muitos descendentes Navajos,
mas o rapaz começou a trabalhar para os James, que tinham uma
das concessões de exploração de ouro, juntou um dinheiro e
compro as terras que chamam de reserva, mas que não tem nada a
ver com a reserva federal do rio, mas como as pessoas não sabem a
historia, acabam assemelhando o nome do rio a eles, mas nada tem
a ver!
— E você, como entrou nesta historia?
— Tenho uma amiga especial, ela acha que se livrou de mim,
mas nossas historias, se tiverem futuro, ainda vão se cruzar muito!
— Fala da menina dos James!
— Sim, e você, como veio parar aqui?

214
J.J.Gremmelmaier
— O sonho americano, ou pesadelo, depende em que família
nasce!
— Precisa aprender a se defender Marlene!
— Sou fraca, sempre escolhi o caminho aparentemente mais
fácil, hoje estou com pouco estudo, uma reputação que não vai me
levar a uma empresa da região!
— Não quer tentar?
— Ainda tem seu pai, ele não quer me ver exposta!
— Mas não pode lhe manter presa!
— As poucas vezes que saímos, ele acabou brigando, como
ele não vai brigar com os poderosos, sobra sempre para mim!
Peter olhava a irmã brincar e olha para uma gaivota, faz um
pequeno ruído e a moça viu a gaivota vir a sua mão direita, como
andam em casais, esticou a esquerda e a companheira veio também,
as duas se olharam e para o rapaz, e voaram novamente;
— Mas por que cultura Navajo?
— Culturas antigas, os relatos de um mundo que a muito
deixou de existir!
— Como assim?
— As lendas antigas, nos remetem a descendentes em
comum, os Navajos são o que trás a cultura desta região, cultura
tão antiga como a dos Gregos, ambos tem relatos de uma terra que
foi inundada entre os dois continentes!
— Atlântida?
— Alguns chamam assim, mas o ultimo vestígio tecnológico
antes do fim da era do gelo, alguns dizem que eles afundaram, mas
pense, os mares eram mais rasos, pois estamos falando do oceano
atlântico a 2 mil metros abaixo do que esta hoje, continentes que
não tinham a altura que tem hoje, pois sem o peso das geleiras,
estão a subir um pouco ainda, eles não afundaram do dia para a
noite, isto é lenda, eles foram perdendo espaço, terras, e obvio,
migraram!
— Você vê as coisas diferentes!
— Desculpe, sou chato às vezes!
— Queria ter estudado, mas o que não estudei, hoje vejo a
falta que me faz!
215
J.J.Gremmelmaier
— Não sou muito bom em ensinar, mas ajudo!
Paula veio correndo aos dois e falou;
— Não vão aproveitar, o dia esta ótimo!
— E a água deve esta muito gelada!
— Isto é verdade, mas não é você que diz que o mar lhe liga
ao mundo?
Marlene acompanhou o rapaz ate a beira do mar, tiraram os
calçados, e pisaram ao mar, estava gelado, o menino tocou o mar, e
o que a moça viu foi de assustar, uma grande onda se formou ao
mar, a praia estava vazia, Peter olhou para a onda como se visse
além de uma onda, e esta se desfez como apareceu, as gaivotas
pareciam todas em sintonia com o menino, depois foi dois golfinhos
que se aproximaram, Marlene ficou impressionada, todos falavam
que o menino era um bruxo, mas o que ela viu foi mais que isto,
alguém a quem a natureza respeitava e falou;
— Você não vem todo dia a praia!
— Não, se me vissem fazer isto, teriam medo, as pessoas tem
medo do que não entendem!
Ele sentou-se a areia e a moça sentou-se ao lado dele,
enquanto Paula corria para todo lado, acompanhada por gaivotas;

No colégio a ausência de Peter foi destaque e Caterine


pergunta a Robert;
— Sabe o que esta acontecendo?
— Pelo que ouvi, o pai dele ganhou a guarda, e deu uma
desculpa para ele não vir!
— Mas por quê?
— Não entendi, mas me preocupo!
— Eu sinto como se ele estivesse se distraindo, mas por outro
lado, algumas pessoas disseram-me que ele esta preso em casa
com a irmã e a madrasta!
— Não sei, mas teremos de verificar isto!

Paula estava a pular mais uma vez na água, quando Peter


falou;
— Agora temos de ir!
216
J.J.Gremmelmaier
Marlene olhou para o local de onde tinham vindo, uma rocha
e pensou em como chegaram ali, olhou para Paula chegando e
falando;
— Não temos como ficar mais?
— Não, o pai iria estranhar se estivesse tão feliz!
— Eu vou é dormir em uma pedra esta noite!
Marlene sorriu e reparou que um caminho se abriu em meio
do mato, se fez a escada que lhes trouxera ali, e viu a casa surgir
sobre a grande pedra, como se fosse incrustada nela;
Os três entraram na casa, Peter sabia que no quarto, teriam
mais tempo, pois estavam fora desta invenção humana, Marlene viu
o banheiro que o rapaz abriu e deu um banho na irmã e trocou sua
roupa, por algo mais confortável, o menino pegou uma roupa e
também tomou um banho, e quando veio a ela e a menina, que
ainda tinha energia de pular na cama, ouviu ele falar;
— Doit sauter à la sœur!
— Oui, oui, oui, son agaçant!
— Paula, regardez l'éducation! – Olha serio para ela e fala. —
Compter jusqu'à dix en français!
— Dix!
— Paula!
— Un, deux, trois, quatre, cinq, six, sept, huit, neuf, dix!
— Très bonne sœur!
Paula sorri e Marlene pergunta;
— Não entendi nada?
— Ela tem de praticar o Francês, senão esquece, as vezes
Francês, as vezes alemão, as vezes português, pois inglês é
obrigação!
— Você parece a querer sabendo tudo!
— Sí, claro!
Marlene sorriu;
— Esta hambre, Marlene?
— Sí!
Peter pega um caderno a parede e pergunta;
— ¿Qué le gusta comer, Marlene?
— No tengo ni idea!
217
J.J.Gremmelmaier
— O que tem gosto de infância para você!
— Porco a pururuca, mas não comes isto!
Peter fez uma cara de nojo e ela falou;
— Por que não come carne, Peter!
— Gosto de peixe, de seres livres, carne magra, mas isto é
interno, não tenho como explicar!
— Mas não deseja sentir os gostos do mundo?
— Marlene, tem dois tipos de gosto, o que sente-se pelo
corpo, e o que sente-se pelo espírito, se comer carne de animais
mortos cruelmente apenas para nos alimentar, ou apodrecer se
ninguém comprar, perco aos pouco o poder de fazer lugares assim,
você pode experimentar os sabores, escrever sobre eles, mas eu,
prefiro poder fazer algo assim!
— Quer dizer que a alimentação faz parte?
— Sim, corpo e mente livre, posso passar fome, mas não
gosto de o fazer!
Peter desenha um pedaço de carne de porco, com a pele bem
crocante, um punhado de arroz, grãos, camarão, um copo de suco
de laranja, e uma fruta de sobremesa, a moça vê ele esticar a mão
no papel e tirar o prato, e alcançar para ela;
— E você Paula?
— Pode ser Beterraba cozida, quiabo refogado com alho e
cebola, um file de salmão, uma salada de acelga e um suco de
Graviola!
— Está com fome, bom sinal!
Peter tira o prato da menina e Marlene fala;
— Faz ela comer isto sempre?
— Minha mãe faz a comida, é melhor do que meu tempero
mágico, às vezes não tem gosto!
Marlene riu e ele fez um prato e tirou também seu almoço do
papel, os três comeram e depois a moça viu os dois irmãos
sentarem a beira da cama e Peter falar;
— Vamos fazer mais um pacto?
— Depende, vai ser legal?
— Sabe que pactos às vezes dão trabalho!
— O que vamos fazer?
218
J.J.Gremmelmaier
— Vamos ensinar Marlene a fazer velas terapêuticas, e colares
de proteção!
— Mas por que?
— Alguém vai ter de pagar a nossa comida, sabe disto!
— Eu ajudo, mas por que do pacto?
— Por que a partir de amanha, volto à escola, vai ter de ser
você!
— Mas se esquecer algo?
— Sabe como me perguntar!
Paula sorriu e perguntou;
— Mas acha que alguém vai comprar?
— Irmã, é só dizer que quem ensinou fui eu!
Marlene sorriu a cama, e Peter virou-se para a irmã e falou,
alcançando o caderno;
— Agora é hora de praticar!
A menina pegou o caderno e começou a desenhar, um pote
torto, um garfo torto, uma garrafa vazia e chata, as coisas
materializadas era cômicas, ela não gostou do riso de Peter e
começou a caprichar, enquanto ela desenhava, ele passava as
instruções, as regras, às coisas que não podia fazer, e falou para
Irene;
―Espero que esteja anotando!‖
―Isto sei fazer, mas sabe que a muito não via alguém passar
isto à frente, pois as pessoas hoje em dia, tem de ser autodidatas!‖
―Ela vai ser uma grande mulher!‖
―Sabe que um dia ela pode lhe amaldiçoar por a ter feito
aprender tudo isto!‖
―Sei que este é o preço, nada é de graça na vida!‖
Marlene vê que o menino tentava ter calma e ensinar cada
detalhe do que sabia para a irmã, entendeu por que Carson havia
tirado os cadernos, sabia que o filho se alimentaria a partir de um
simples caderno, mas como deter alguém que nem fez mal ao pai;
Peter depois de um tempo, falou;
— Agora vamos ao mundo, só mantenha a calma, Marlene, o
dia esta começando!
— Começando?
219
J.J.Gremmelmaier
— Sim, começando!
Eles saem para o quarto, foram à cozinha e a moça ouve
alguém bater a porta, e o senhor falou abrindo a porta do quarto;
— Senhora, seu marido se encontra?
— Não, ele deve voltar por volta das 18!
— Desculpe senhora, mas já notifiquei o seu marido, ou seja
lá o que seja, duas vezes, hoje vou esvaziar o quarto, e alugar para
outro!
— Mas não pode esperar ele chegar?
O senhor olha para trás e fala;
— Rapazes, podem esvaziar!
O primeiro entra e quando olha para Peter o olhando olha
para o senhor, que olha para o menino;
— Vamos rapaz, mandei esvaziar!
— Mas senhor, este é Peter Carson! – Todos sabiam da praga
que Ronald sofrera, todos temiam o menino por isto.
— Sei quem é, mandei esvaziar!
— Faz o senhor, chama outra empresa para desocupar! – O
rapaz sai pela porta e o senhor olha para o menino e fala;
— Acha que me põem medo?
— Na verdade devo por, pois esta pondo a moça para fora
quando meu pai esta ausente, sinal que tem medo dele, e alguém
que tem medo de meu pai, tem pânico, histeria, diante de mim!
— Vou chamar outra empresa, saibam que estão com o
despejo assinado, nem que tenha de chamar a policia!
— Sei! – Falou Peter. – Quanto é o aluguel deste buraco?
— 600 dólares, seu pai me deve 2 meses! – O preço explicava
a pocilga que estavam.
— E só tem este, nada melhor?
— Tenho, mas seu pai disse que sairia ontem, pensei que
estava me livrando de um problema!
— Posso ver o melhor, isto esta horrível! – Peter;
— Vai pagar menino?
— Sabe com quem esta falando, senhor, eu doei o hotel há
alguns dias, quer problemas, se mete comigo!
— Mas vai pagar?
220
J.J.Gremmelmaier
— Posso ver o outro?
— Sim!
Eles saíram pela porta, e adentraram na rua da frente, este
quarto era por uma entrada lateral, de frente para um beco, Paula e
Marlene os acompanharam, o senhor olhou para o menino e
perguntou;
— Quantos quartos?
— Depende dos quartos, se for como aqueles que tinha no
outro, 6 para caber 4 pessoas!
O senhor olhou para o menino meio que querendo manter a
postura, mas se via que o homem não tinha tanta postura;
— Me vê a cobertura, deve estar quanto, 2400? – Peter;
— Sim, mas ela esta precisando de moveis!
— Quero ver, se gostar eu não preciso de tanta coisa assim!
Subiram, as paredes estavam horríveis, o senhor se desculpou
pela infiltração, pelos defeitos e o menino falou;
— Pago no máximo 1800, senhor!
— Mas vai acertar o outro também?
— Senhor, eu vou pagar os 6 meses aqui adiantado, e mais
aquela ninharia, mas não mais de 1800!
— Vai pagar como?
— Aceita cartão de debito?
O senhor sorriu e falou;
— Mas faço em nome de quem o aluguel?
— Da senhora Marlene! Pede para o pessoal trazer as coisas
do outro quarto para este, se não for pedir muito!
— Mas colocamos onde?
— Põem aqui na sala, quando voltarmos, quero comprar
algumas coisas, só mais uma coisa?
— Fala! – O senhor vendo que os negócios estavam
melhorando;
— Ainda esta tentando alugar a casa da esquina, a que
qualquer dia a fachada cai!
— Mais provável este lugar cair do que aquela fachada!
— Quer que desista do aluguel? – Pergunta serio o menino;

221
J.J.Gremmelmaier
— Não, mas ainda estou tentando que alguém alugue!
— Eu vou locar, faz o mesmo contrato de 6 meses, mas vou
precisar de uma carência lá, pois vou ter de investir lá!
— Vai fazer o que lá!
— A senhora Marlene vai abrir uma loja de velas e artigos de
bruxaria ali, um ótimo lugar para isto!
— Bem que me disseram que hoje seria um bom dia para os
negócios!
Peter sorriu e ele e as três saíram a rua, passaram por um
senhor que falou;
— Marlene, qualquer dia mostro para aquele paspalho como
lhe possuir!
Peter olha para o senhor e fala;
— Coitado, isto ai não sobe nunca mais!
O senhor olhou assustado para o menino, e saiu as pressas;
Compraram panelas, vários tipos de ervas, perfumes, glicerina,
e outras coisas, compraram gesso, plásticos para molde, uma
porção de coisas, e voltaram a pensão com um amontoado de
sacolas, as coisas estavam a sala, Peter com a ajuda de Marlene,
arrumaram as coisas na cozinha, tinham chego a meia hora quando
uns senhores entregaram madeiras para eles, Marlene viu o menino
fazer uma armação que isolava a sala de todo o resto, pregou as
tabuas, sala e cozinha estavam isoladas de tudo, ele pegou uma
tinta e com a ajuda da irmã e madrasta pintaram de branco as
paredes de madeira, e depois disto, Peter desenhou uma grande
porta, que dava a outra metade da sala, uma sala com TV, grandes
sofás e uma sacada que se via para fora, mas em nada tinha a ver
com a sacada anterior, a direita desta porta, ele desenhou uma
onde se via o corredor ao fundo, e a entrada de outras 3 portas, o
banheiro ao fundo, e os dois quartos, e do outro lado, um escritório
e biblioteca, a senhora olhou aquilo adentrando as peças e falou;
— Isto sim é incrível, uma casa dentro da outra!
— E para devolver no estado anterior, é só tirar a armação!
Marlene sorriu e Peter olhou os azulejos da cozinha,
quebrados, ela viu os mesmos se tornarem em quadrados menores,
e as paredes começarem a se remendar, o encanamento desentupir,
222
J.J.Gremmelmaier
surgir geladeira, fogão novo, e a grande mesa ao centro da cozinha,
ajeitaram a cozinha, e Peter estava a ensinar Marlene o significado
de cada planta, o que cada cheiro despertava, cada essência, tudo
não era só magia, tinha muita técnica, ele mostrou para ela como
fazer as formas, primeiro modelou em gesso, depois pois na
geladeira o molde, esquentou placas de alumínio, e pressionou
sobre o molde sobre a grande mesa, cortou as pontas e ela viu se
materializarem os moldes em formatos estranhos, como rostos de
indígenas, em forma da estrela de Davi, e muitas coisas, quando as
fôrmas ficaram prontas, ele fez com ela a primeira leva de velas, ela
anotou tudo, enfornaram algumas e quando tinham uma leva pronta
ele falou;
— Marlene, tem as que vão vender, e as que tem poder, duas
coisas diferentes, uma sobrevivência pelo trabalho, outra, magia!
— Fala como se tudo que falou não valesse?
— Algumas coisas, sim, mas com o tempo você vai ver a
diferença!
— Sabe que estou com fome!
— Então vamos arrumar esta bagunça, ainda não acabou o
dia!
— Não acabou?
— Sabe que não, acha que meu pai vai reagir como a esta
idéia?
— Estava a pensar nisto, mas ele não queria formar uma
família!
Fizeram algo para comer e saciaram as fomes;
Peter sorriu e os 3 foram a sacada que existia para os
habitantes daquele quarto;
— Marlene, amanha vamos começar algo bem mais
trabalhoso!
— Acha que aquela casa agüenta?
— Agüenta, mas como não estarei com vocês amanha, quero
que conheçam o lugar hoje!
Os três desceram e o senhor barrou o menino e falou;
— Vai acertar quando?

223
J.J.Gremmelmaier
Peter alcançou o cartão do banco para o senhor e este passou
na maquina, ele digitou a senha;
— Quero recibo disto!
— Vou providenciar, sei que vai reformar, mas se puder não
fazer muito barulho!
— Mais umas horas e estará do jeito que quero, tem a chave
da esquina?
O senhor abriu uma gaveta, perdeu um tempo e depois
alcançou a chave para o menino;
A casa da esquina, tinha as paredes rentes a rua, um telhado
que subia em três águas, encontrando-se junto a parede do vizinho
a mais de 12 metros do chão, as telhas estavam pretas de sujeita,
tinha duas portas de aço, na rua da pensão, e duas numa rua sem
saída ao lado, e bem na esquina, uma porta grande de madeira
escura, aquilo foi uma casa de moveis rústicos, Peter abre a porta;
A sujeira tomava o lugar, se via as telhas quebradas, teto alto,
se via a parte elevada que tinha o escritório do local, o local todo
aberto, Marlene olhou aquilo e falou;
— Tem certeza de que vamos se instalar aqui?
— Absoluta, o lugar é perfeito! – Paula;
— Perfeito para morrer! – Marlene;
— Marlene, algo com magia, eles acham que tem de comprar
em um lugar destes!
— Nisto é verdade, poderia dizer que alguns vampiros se
esconderiam aqui, se não tivesse os buracos nas telhas!
Peter sorriu e falou;
— Vampiros não viveriam perto de mim, Marlene, então não
se preocupe como meros imitadores de morcego!
— Falando assim até parece que eles existem!
— Marlene, magia é coisa de Hollywood!
Marlene sorriu e perguntou;
— E vamos abrir quando?
— Tem toda à parte legal, vai demorar mais do que ajeitar
isto!
Peter pegou o caderno e desenhou o lugar limpo, as telhas
consertadas, iluminação nova, desenhou as vitrines, os balcões, o
224
J.J.Gremmelmaier
setor de doces, o setor de roupas, e principalmente, o lugar de
venda de velas e porções, desenhou bruxas penduradas ao ar, em
suas vassouras, o luminoso para fora, os vidros limpos, as
estruturas que surgiriam no dia seguinte, a grande bruxa em fibra
de vidro que estaria sobre o telhado, e o grande letreiro com o
nome, ―Marlene – Produtos de Magia‖, mas ele olhou para ela e
falou;
— Acho que agora vamos a parte difícil!
Paula pegou na mão de Peter e falou;
— Estou com sono!
— Sabia que seria assim, mas já vamos dormir!
Marlene olhou para dentro, não era mais o mesmo lugar, e
pensou em como poderia tocar aquilo e perguntou;
— Sinto que quer algo, Peter!
―Eles vão ter medo de você, Marlene, quero ver eles no lugar
de mexer com você, quero os ver atravessar a rua para não serem
amaldiçoados!‖
— Não sei se quero assim!
―Quando lhe respeitarem, você escolhe o caminho!‖
Marlene olha para a menina e sobem ao quarto, e se deparam
com o senhor Carson sentado a porta e fala;
— Acha que foram onde?
— Dar uma volta, ou por acaso somos prisioneiros!
— Estava de castigo, sabe disto!
— Não foi isto que perguntei, pai!
— Acha que esta de férias?
— Não, matando aula por que o senhor resolveu isto, a
diretora ligou no meu celular logo cedo, perguntou por que não fui,
e falei que o senhor não me deixou!
— Como se atreve me desmentir!
— Quer que minta para que sua versão seja aceita, desculpa,
nisto sou ruim!
— Você vai ficar de castigo mais um dia! Acha que vou ceder
as suas manhas!
— Não, me deve 1200 de alugueis atrasados, e vou cobrar!
— Mas como vieram parar aqui em cima!
225
J.J.Gremmelmaier
— Pai, enquanto estava a beber, este cheiro é de cerveja, tem
um pouco de vodka ai também, estávamos sendo despejados, mas
queria o que, que deixasse Marlene passando vergonha à rua
enquanto bebia!
— Não vai fazer com ela como fez com sua mãe!
— Pai, se não cuida da casa, alguém tem de cuidar, vamos
entrar, corredor não é lugar para discussão!
— Você não acha que vou aceitar que torre seu dinheiro, com
luxo, se vai gastar dinheiro, vamos a um lugar melhor!
— Pai, Marlene pagou o aluguel por 6 meses, se quer ir a
outro lugar, nós estamos cansados, e amanha, eu vou a aula, e o
senhor, vai acordar cedo e achar um emprego!
— Sabe quem puseram no meu lugar?
— Poderia mentir e dizer que não, mas foi minha mãe, sei
disto, e olha que vai administrar muito melhor!
Peter abre a porta e o senhor entra, obvio que aquilo não
cabia no prédio, e falou;
— Sabe que tem de entregar como alugou!
— Sei, mas isto vejo em 6 meses quando Marlene comprar a
casa que vocês vão mudar!
— Eu não vou deixar ela voltar a trabalhar!
— Pai, ela vai trabalhar, mas não como antes!
— Mas sabe bem o que vai acontecer, esqueceu?
— Depois falamos, deixa eu por Paula para dormir, este dia de
compras a fez cansar!
Peter saiu pela porta e Carson olhou e falou auto;
— O que pensa que esta fazendo?
— Pensei que seriamos uma família!
— Sabe que o pus de castigo, você me desobedeceu!
— Não, você é que bebeu, vai dormir, amanha falamos!
— Vai acreditar nele, eu não bebi!
— Carson, o que queria, que estivéssemos sentados a rua,
esperando você chegar neste estado, fala serio, toma um banho,
vou fazer um café, e depois conversamos!
— Eu..— Carson pega forte no braço dela. – não bebi!
— Esta me machucando!
226
J.J.Gremmelmaier
— Você tem de entender, eu mando nesta casa, não ele!
— Desculpe, mas nesta eu mando, Carson, o aluguel esta em
meu nome, acha que bebe e resolve as coisas! – Ela puxa o braço e
fala;
— Vai lá e toma um banho, este banheiro tem água quente,
embora acho que precisava mesmo de água gelada!
— Eu..
— Vai tomar um banho, e depois vai falar comigo, antes de
falar com ela! – Peter;
— Você acha que esta tomando a casa?
— Já falei que dentro de dois dias minha mãe vai ter minha
guarda de novo pai, vai tomar um banho, na volta, conversamos!
O senhor foi ao quarto e Peter falou;
— Isto que vamos fazer não é magia, mas ele vai precisar!
Peter põem a cafeteira um pó de café integral, ele preferia
moer o pó, mas na falta, vira-se para Marlene e fala;
— Pede uma Tequila para a recepção!
— Mas ele já esta bêbado!
— Sei disto, mas eles não vão nos conseguir uma doze, então
pede uma garrafa, talvez ele ainda precise de algo assim amanha!
Peter pega o caderno e desenha uma fruta e a moça vê ele
tirar uma tigela de uma fruta alaranjada, cortando se via a parte
interna, esbranquiçada, ele tirou o interior de 12 destas frutinhas e
ela não resistiu e perguntou;
— O que é isto?
— Achachairu, é como chamam no Brasil!
— O que esta fazendo!
Peter pegou o liquidificador, pôs meio copo de água, coou
aquilo, a moça pegou e pagou a bebida a porta, e ouviu ele falar;
— Isto é energizante, mas não use açúcar, a própria fruta
adoça, em uma xícara, vai por ao fundo um dedo da fruta, uma
doze de tequila, e completa com café, faz ele tomar!
— De onde tiraram você? – Perguntou a moça a sorrir;
— Isto vai o levantar, é melhor que energizantes com um
punhado de sal que atacam o fígado!

227
J.J.Gremmelmaier
Carson veio a cozinha e olhou para o filho ensinando a moça e
falou;
— Já disse que não é para aprender feitiçaria!
— Isto não é feitiçaria, é uma café forte com energizante! –
Falou ela serio;
— Não vou tomar!
— Vai sim! – Marlene estica a xícara para ele, experimenta e
pergunta;
— Mas tem álcool!
— Toma de uma vez! – Marlene;
O senhor tomou, era agradável ao paladar, então quando
terminou perguntou;
— Tem mais?
— Não! – Marlene;
— Temos de conversar, pai!
— Não vou conversar com você, acha que esta tomando as
rédeas?
— Senhor Carson, não me force a ter de o chamar apenas
assim, pelo resto da vida!
— Sou seu pai, mesmo que tente ignorar!
— Sei disto, mas seu amigo, foi afastado hoje do cargo de juiz
da família, amanha, vão começar a revisar todos os processos,
então melhor conversarmos, pois não tem nem onde morar, senhor
Carson!
— Andou vendo TV, pois esta muito informado!
— Esqueceu que não preciso, vejo e ouso o que minha mãe
ouve, sei até os absurdos que falou para ela, não aprendeu nem
perder como educação!
— O que vai fazer, transformar minha vida em um pesadelo?
— Tinha duvida disto senhor Carson, não pensou nisto
quando quis meu dinheiro!
— Pensei que estaria em um hotel de primeira!
— Desculpe, mas isto aqui esta no centro, e é melhor do que
90% dos quartos disponíveis naquele hotel!
— Mas o que quer?

228
J.J.Gremmelmaier
— Eu quero que não atrapalhe, vai procurar emprego, mas
vou ensinar a Marlene a calar estes homens da cidade, como falei
para ela, vão ter medo dela!
— Mas por que?
— Senhor Carson, respeito se conquista, e se tem uma coisa
que aprendi nestes últimos 2 meses, é que as pessoas nesta cidade,
não esquecem, então melhor saberem, mas terem medo de mexer!
— Sabe que me põe medo a envolver com você!
— Pai, desarme-se, acha que estou aqui para lhe perturbar
mesmo!
— O que foi que me deu que melhorou a cabeça?
— Só café com tequila, nada mais ao seu estilo!
— Sempre quis pisar nos James, e quando pensei em poder,
você me tirou as pernas!
— Pai, ser igual a eles, não tem poder, não leva a nada, sabe
disto!
— Não acho que seu avô ache isto!
— Pai, quando vai parar de se preocupar com o passado e
viver o futuro!
— Você não tem seu pai lhe gritando a cabeça, por isto acha
fácil!
— Pai, você nunca quis ajuda referente a isto, estaria disposto
a pedir ajuda!
— Mas nem gosto de falar disto!
— Pai, seu pai não esta ai, isto se chama consciência, em
alguns age assim, mas meu avô a muito é energia pura, bem
distante de nossas percepções, quem fala a você, é você mesmo,
mas tem de acreditar nisto, seu pai, meu avô, era positivo, se
irritava com você, mas lhe amava, nunca lhe ficaria gritando a
mente!
— Tem certeza disto!
— Sim, não ouço o senhor por isto, pois esta sempre gritando
com você mesmo!
— Mas por que não disse isto antes!
— Na verdade o senhor teria de se reconhecer nos gritos, mas
parece que perdeu mesmo o caminho do aprendizado!
229
J.J.Gremmelmaier
— Você nunca dá nada de graça, o que quer!
— Já falei, acha que não vi ninguém mexer com ela hoje,
duas pragas, amanha as mulheres deles vão estar reclamando, não
gosto nem deles mexendo com ela, como o que afirmam
indiretamente do senhor, mas vai demorar uns 15 dias para isto!
— Não sei se posso concordar com isto!
— Pai, se não deixar ajudar, não esquece que não é só você
que vai sofrer!
— Eu sei disto, mas alguns na cidade já falam em lhe por em
uma fogueira!
— Mas tem outros, que estão adorando alguns como o senhor
James, sendo pisado!
— Verdade, mas não queria ver ela ser descriminada por isto!
— Pai, acha que ela tem chance de ser mais discriminada do
que hoje?
— Não, mas o que vai fazer?
— Quero lhe mostrar, vamos lá Marlene? – Peter;
— Vamos, ainda não sei como vamos por estoque, mas
vamos!
— Já ouviu o termo consignado?
— Mas quem poria algo aqui para vender?
— Vai ver que podemos ter de fornecedores bem variados!
O senhor Carson sai com o filho, um senhor iria mexer com
Marlene, mas quando viu o menino, se encolheu, ela sorriu, como
este menino mudou o sentido da palavra Excluído nos últimos
meses, passou a ser quase um não toque, e antes era um avacalhe;
Quando Peterson olhou o lugar entendeu a idéia, uma quadra
da rodovia, entrada da cidade, e pensou um pouco e pergunta;
— Mas vai vender o que, magia real?
— Pai, magia só é real para quem acredita, a maioria, vai
levar uma lembrança, vamos vender velas que Marlene vai por um
pessoal para fazer, as primeiras já mostrei como fazer, vamos ter
fornecedores da Nação Navajo, teremos vasos e cocares especiais,
vamos vender símbolos que as pessoas acreditam, podemos ter
fornecimentos de coisas religiosas, judaicas, cristãs, e mesmo do
xamaismo, mas tudo isto, é o começo, se quiser trabalhar, sempre
230
J.J.Gremmelmaier
tem muita coisa a fazer do sonho americano, que ainda estamos
construindo!
— Mas como vai fazer isto sem dinheiro?
— Pai, tem gente que me deve favores bem caros, e se me
faltar dinheiro, Eric me empresta!
— O que aconteceu com aquele homem, saiu de proprietário
de um sebo sem valor, a empresário dono de terras na cidade!
— Trabalho e honestidade geram isto pai!
Voltaram a pensão e o senhor olhou para o menino e falou;
— Tem uma moça na recepção querendo falar com você!
Peter olha Caterine e fala para o pai;
— Já subo, tudo bem?
— Se não fugir!
Peter não riu, olhou para a menina e chegou até ela e a
beijou;
— Como foram as coisas sem eu por perto? – Peter;
— Estava preocupada, me disseram que estava preso no seu
quarto, mas pelo jeito falaram de mais!
— Sempre falam, estou tentando me entender com meu pai!
— Pelo jeito já se entendeu com a madrasta!
— Acho que volto para casa em dois dias!
— Sabe o que a cidade fala dela!
— É fácil seu pai trair sua mãe e falar mal da moça, Caterine!
— Não quis ofender!
— Mas ofende, meu pai sabe se virar, a moça é que precisa
de ajuda!
Caterine sorri e fala;
— Só você mesmo, todos estariam a perturbar a mulher, você
a quer ajudar!
— Todos sabem que sou assim!
Os dois se beijaram e Peter sorriu, estava a terminar um dia
interminável, explicou para a namorada que ainda tinha coisas a
resolver, e os dois se despediram e subiu ao quarto;
Verificou se a irmã estava dormindo, escondeu a garrafa de
tequila, e viu seu pai a sala;

231
J.J.Gremmelmaier
— Quer falar algo!
— Sabe que ninguém vai me contratar, ou não sabe!
— Imagino, não contraria alguém como o senhor para um
cargo como o que fazia, depois da forma que foi posto para fora!
— Não poderia falar a meu favor?
— Pai, sabe que sou péssimo com mentiras!
— Sabe quando sua vida muda toda, em questão de dois
meses!
— Sei disto, mas o que posso fazer pai!
— Será que deixaria eu ajudar ela?
— Acho que ela precisa mostrar a força dela, antes de você a
ajudar!
— Acha que ela dá conta?
— Ela esta com uma gana muito grande em fazer isto, por
isto vai dar certo!
— Por que a esta ajudando!
— Alguém tem de o fazer, então o faço!
— Obrigado por ela!
Peter abraça o pai, e resmunga;
— Quando vamos parar de brigar!

Na manha seguinte Peter foi à aula, estava a chegar no


colégio quando viu os Excluídos a porta da escola, algo estranho, os
demais querendo entrar ao grupo dos excluídos, mas mantinham
quase a forma inicial, com namoradas, e Robert e sua menina, Call
foi agarrado por uma menina mais nova do ano anterior, Paul e
Karine começavam a falar a mesma língua, será que estavam
falando? Robert e Ângela eram almas que se acompanhariam por
uma vida, Caterine estava a sorrir ao lhe ver chegando, um sorriso
que ele imaginou nunca ser para ele, mas estava quase lá quando
viu Ronald com Sheila, e pensou que nem tudo estava certo,
abraçou Caterine, cumprimentou todos, um grupo bem diferente de
quando eram apenas 3 os Excluídos, e ouviu Robert falar;
— Peter, ficamos preocupados, como estão as coisas que
andam falando referente ao seu pai!

232
J.J.Gremmelmaier
— Sei disto, e vão usar isto para me perturbar, mas isto já
acostumei, e como estão as coisas na sede dos Excluídos?
— Bem, sabe que não consigo fazer metade do que você faz!
– Robert;
— Passa o que sabe, depois eu passo um pouco mais, sabe
que estamos a atrair ainda!
— Sei, ainda não sei o que esta querendo?
— Tem um livro, escrito em alemão, sumiu na inquisição, mas
que preciso atrair, tem um senhor que deve fazer uma entrevista na
cidade de Navarro semana que vem, e tenho de assistir, e tem
coisas que ainda nem sei de onde vem, mas estamos atraindo!
— Você esta atraindo é problema! – Call;
— Sei disto, quando não atrai!
— Mas antes não enfrentava, sabe disto, me preocupo amigo!
– Call;
— Sei disto também, mas vamos entrar, depois tenho de
copiar a matéria de ontem!
— Você ainda pensa neste colégio? – Robert;
— Robert, isto é estrutura, organização, respeito as regras,
nem sempre as sigo, mas preciso aprender com elas!
Robert riu, e falou;
— Certo, mas sabe que perdeu uma aula incrível ontem,
anatomia dos sapos!
— Ainda bem que não vim, vai dizer que dissecam os bichinho
ainda?
— Sim, o professor vai adorar em lhe tirar um ponto por não
ter feito a experiência! – Call;
As aulas andaram naturalmente, e quando no intervalo seu
celular tocou, estranhou, atendeu e era Eric, que tinha algo para ele,
sorriu e disse que passaria depois na casa dele, Robert olhou para
ele e perguntou;
— Algo novo?
— Não sei, sabe que estava a estudar estes dias ritos como o
do sol dos Navajos, tem coisas interessantes a passar a frente!
— Como o que?
— Transmutação de materiais, levitação, leitura mental!
233
J.J.Gremmelmaier
— Esta na cultura deles também!
— Nas entrelinhas, como as receitas de magia em livros de
culinária!
— Você vai nos fazer acabar tudo numa fogueira!
Peter sorriu e falou;
— Pode ser, uma fogueira para a cidade inteira não levaria
muita coisa!
— Sabe que não gosto deste assunto! – Caterine;
— Minha bruxinha medrosa! – Peter;
No intervalo do almoço Ângela se juntou a eles, e viram Sheila
e Ronald chegarem ao grupo;
— Como estão os excluídos! – Sheila;
— Bem! – Robert;
— Peter, como esta à nova vida? – Pergunta Ronald com uma
malicia na forma de falar;
— Bem!
— Vê se não vai transar com a madrasta!
Sheila dá um cutucão em Ronald, mas Peter olha para ele e
fala;
— Transar, o que é isto, você já fez que não fosse com sua
mão!
Ronald olha com raiva e grita;
— Filhinho de ladrão, sempre dizem que arvore ruim não tem
como dar fruto bom!
— Verdade, mas servem para dar espinhos e estragar o
caminho dos demais!
— Os dois nunca vão parar de brigar? – Sheila;
— Talvez, mas ainda falta algum tempo! – Peter;
Sheila olha para Peter e pergunta;
— Disseram que o viram andando na cidade com Marlene,
espero que saiba onde esta pondo a mão!
— Em nada que o seu pai e o deste ai ao seu lado não
tenham posto coisa pior!
— Não precisa apelar!

234
J.J.Gremmelmaier
— Sheila, homens como seu pai, o de Ronald acabaram com a
vida de muita menina que teve de sair da cidade para viver sem ser
descriminada, se querem falar merda, falem para seus pais, não
para mim!
— Já a esta defendendo! – Ronald;
— Sim, e vou ensinar a ela praguejar, os homens com línguas
e mãos soltas da cidade, quero ver se dentro de um mês alguém vai
falar dela sem ter afta por um mês!
— Você não pode fazer isto! – Ronald;
— Já comecei, então melhor avisar o paizinho para segurar a
língua, a praga pode deixar sua mãe subindo pelas paredes por
meses menino!
Robert sorriu, isto seria algo curioso para ver;
— Acha que consegue o que com isto? – Sheila;
— Amiga, eu denunciei todas as casas que exploram menores
na cidade, acha legal ver suas amigas pobres serem alugadas para
homens como seu pai, denunciei até aquele pseudo clube de golfe,
eu não gosto disto!
— Não disse que sou a favor, mas sabe que Marlene é sua
Madrasta!
— Sim, um homem com tantos problemas, meu pai teve
coragem pelo menos de fazer algo descente, mas isto sei que não
vão entender!
Caterine estranhou a posição do namorado, mas sabia que
vira ele com seu pai no dia anterior, nada de mais, ele deveria ter
gostado da moça, os dois viram que as palavras eram de ataque a
Peter, acharam onde o atacar, o erro do pai do menino;

Estavam sentados ao pátio, estavam a esperar as aulas da


tarde quando Robert vê o Delegado e mais uns homens estranhos
entrarem na escola, e olhou para Peter que verificou de relance,
caminharam direto para eles, o delegado olhou para Peter e falou;
— Peter, precisamos conversar!
— O que fiz agora?
— Tem estes homens de novo na cidade, mas disseram que
precisam de sua permissão para entrar, não entendi!
235
J.J.Gremmelmaier
— Fala Cônsul, o que o trás aqui?
— O pessoal esta me pressionando a apagar as testemunhas!
— Sabe o que isto significa, ou não sabe?
— Sim, falei muito com Irene!
— A escolha é sua, não posso contrariar as leis!
O Delegado jurou que estavam falando das leis do homem,
nem imagina do que falavam;
— Preciso de uma saída, Peter Carson! – Amenahem;
— Senhor, em que podemos ajudar?
— Poderia me vender mais algumas paginas!
— Eles nem decifraram as primeiras ainda!
— Como sabe?
— Esta em um Copta de 2 mil antes de cristo, não dos anos
50, comparação errada dificulta as coisas!
— Você vendeu para eles? – Sheila;
— Só as ultimas 20 folhas, nada de mais!
— Sabe que podemos pagar bem!
— Sei senhor, mas se me procurar em uma semana podemos
fazer um acordo!
— Por que não agora!
— Quer que pareça fácil diante deles!
— Sei que não é fácil, mas o que o faz achar que vou esperar!
— Sabe que não deveria estar aqui, se não for de acordo, não
sai, Irene esta mesmo sozinha a algum tempo!
— Quem é Irene? – Perguntou o Delegado;
— Minha avó! – Sheila;
— Os esta ameaçando de morte, isto é grave!
Amenahem olha o delegado e fala;
— Se fosse ameaça de morte não estaria preocupado senhor
delegado, mas então retorno em 7 dias!
— Melhor juntar mais dinheiro, torrei todo o dinheiro anterior!
— Soube, mas para o grupo isto é trocado!
— Quer que aumente o preço?
— Não, esta bom o mesmo preço, mas vê se pode facilitar em
algo!

236
J.J.Gremmelmaier
— Amenahem, você tocou as paredes, sabe mais que eles,
mas não acredita, se acreditasse no que viu, teria força, mas sem
ela, nada posso fazer!
— Esta dizer que a chave sou eu?
— Estou dizendo que você viu a sala, e por mais que tente
negar os símbolos nunca mais saíram de sua mente, foram
impressos em seu DNA, se você não passar a frente, um
descendente, mesmo que daqui a 20 mil anos passa!
— Vocês estão falando de que? – Delegado;
— Que eles já estão de saída, delegado, se fosse o senhor os
escoltava até a saída, lembra da ultima vez, ou não lembra!
— Lembro!

No centro da pequena cidade, uma carreta para ao lado da


loja de Marlene, uns homens começam a fixar duas grandes colunas
no salão principal, para quem estava dentro, parafusadas ao chão
de concreto, ajeitam a calha nos lugares onde aquilo atravessava o
telhado, e dispõem o luminoso, Marlene – Casa de Magia – e por
trás do letreiros, parafusam uma armação presa as colunas, e
erguem uma grande bruxa de fibra de vidro e a colocam ali, os
moradores viram aquilo, que virou assunto na cidade, pintavam o
lugar por fora, lavaram as telhas, e pitaram de preto, as paredes de
Branco, com as portas de aço restauradas, estava Marlene a
coordenar as coisas quando vê Mari entrar na loja e a olhar, Paula
correu e abraçou a mãe e falou;
— Como esta mãe!
— Bem, mas preciso falar com Marlene, nos daria um
momento?
— Não sei por que você e Peter pedem isto, acabo ouvindo
tudo mesmo!
Mari sorri e fala;
— Fica mais fácil!
Paula olha para a mãe e fala;
— Tem o escritório lá encima, mais privacidade!

237
J.J.Gremmelmaier
As duas sobem e o silencio de Marlene era de alguém que
estava diante de alguém, que a ultima vez que viu, acabou falando
de mais, estava a esperar uma briga;
— Sabe o que me trás aqui?
— Não senhora Carson!
— Não sou mais a senhora Carson, sabe disto, mas não é isto
que me trás aqui!
— Lhe devo desculpas, somente alguém especial educaria
duas crianças tão especiais!
— São especiais, mas por isto sofrem em dobro, mas o que
me trás aqui, é que falta a legalização disto tudo, e pedi para um
amigo de infância o fazer para você, mas não quero que Carson
desconfie!
— Você vai nos ajudar?
— Marlene, odeio esta situação, mas não tenho como abrir as
portas de casa de novo, para ele, tenho um pouco de amor próprio,
então vou lhe ajudar!
— Mas por que?
— Peter tem razão, você é quem entrou mais de cabeça nisto,
quem vai perder tudo, pisar em quem esta por baixo, é se reduzir a
inferior, pisar em quem esta encima, nos pisando, é ganhar força!
— Vocês são todos estranhos!
―Mãe, o pai esta chegando!‖ – Paula;
— Problemas! – Mari;
— O que aconteceu?
— Carson esta chegando bem agora!
— E não teria como sumir?
— Isto não é Disney! – Falou Mari que ouve em sua mente;
―Não, é o mundo de Peter!‖
Mari olha as mãos ficando translúcidas e a moça a frente ri, e
vê o senhor a entrar pela peça;
— Esta ficando bonito, sabe quando poderemos inaugurar?
— Eu vou inaugurar, você vai conseguir um emprego, não
importa onde, mas tem de achar um!
— Mas esta difícil!

238
J.J.Gremmelmaier
— Difícil é você vindo aqui, centro da cidade não tem
emprego nesta cidade, sabe disto, então esta fazendo o que aqui!
— Vim ti ver!
— Eu quero lhe ver trabalhando, senhor Carson, e não esta
procurando!
— Certo, mas esta lindo, sabe se Peter esta sabendo de tudo
isto?
— Esquece que ele vê o que sua filha vê quando quer, acho
isto muito complicado, mas se ela precisar de ajuda, ela abre esta
porta e ele dá o palpite!
— Esqueço as vezes que estamos no mundo de Peter, o
bruxinho!
— Não brinca, é seu filho, se o pessoal do mercado esta
pensando se lhe processa, é por medo dele, não de você, sabe
disto!
— Sei, estão falando dos casos de ontem, sem citar nomes,
mas já saberão quem foram, a cidade é pequena!
— Eu não vou falar sobre isto Carson!
— Desculpa, mas vão começar a falar depois da pequena
bruxa de 12 metros, lá de fora!
— Seu filho sabe impressionar, se duvidar vão falar disto na
cidade inteira!
— Sabe que ele ainda me põem medo, é meu filho, mas eu
tenho medo dele!
— É uma criança especial, sabe disto!
— O Juiz Honey perdeu mesmo o cargo ontem, estão
reanalisando o caso hoje, esqueço que às vezes ele pega pesado!
— Sabe que Mari criou bem eles, não entendi até agora toda
esta ganância, Carson?
— Queria lhe dar algo melhor!
— Acho que melhor do que as pessoas me respeitarem, não
terá coisa melhor!
— Seu pai me ligou!
— Ele também me ligou, mas não falei com ele, apenas disse
que não tenho nada a falar com ele!
— Ele quer lhe pedir desculpas!
239
J.J.Gremmelmaier
— Sabe que terei que pensar muito sobre isto, Carson!
— Sei, mas esta ficando lindo!
— Mas esta na hora do senhor ir achar um emprego,
esqueceu que Peter disse que não vai trabalhar aqui, quer que ele
tire tudo?
— Não, mas soube que aquele pessoal de Israel veio falar
com ele, a cidade não fala outra coisa!
— Fala sim, toda vez que seu filho se mexe, eles falam de
muitas coisas além dos vizinhos!
O senhor saiu pela porta e falou para a filha na saída;
— Esta gostando?
— Pai, sabe que é o começo!
O senhor saiu pensando saber o que ela estava falando;
Mari ressurge olhando as mãos e fala;
— Agora vamos falar de negócios!
— O que ele esta aprontando, pois a senhora não viria apenas
para falar o que podia fazer por telefone!
— Preciso de sua assinatura em 3 documentos, e amanha
começamos a construir!
— Construir?
— Sim, a idéia dele, é uma cidade turística, emprego aos
demais, igualar o nível de vida da cidade!
— Mas o que ele vai construir?
— Lembra do sitio do pai do Carson?
— Nunca fui lá!
— Peter vai lhe levar lá hoje a noite, e vai entender a idéia!
— Mas não era uma loja?
— Sim, uma loja, uma castelo de horrores e uma prisão de
bruxos, sobre terras indígenas dos Cocopa, já que não haviam tribos
Navajo na região!
— Não entendi!
— Ele lhe explica a noite, mas vamos legalizar isto!
— Mas ele não tinha doado as terras?
— Sim, mas ninguém olhou para quem senhora Marlene, dona
das terras dos antigos Carsons!

240
J.J.Gremmelmaier
— Ele me doou, mas não precisava ter assinado?
— Acabou de assinar, era o que o cartório estava reclamando!
— Mas..
— Marlene, o primeiro papel era o pedido de registro da
empresa aqui, empresa com duas sedes, dedicadas ao
entretenimento, o segundo o registro do imóvel que fora do pai de
Carson, e o terceiro a autorização para pormos dois portais na
estrada assim que entram na cidade nos dois sentidos, anunciando
que estão entrando na cidade de Comptche, a cidade onde magia
ainda existe, acho que alguns não vão gostar, mas vou pedir ao
prefeito, se autorizar, teremos duas estatuas de Curandeiros, Navajo
e Cocopa em cada entrada da cidade, ele disse que é uma
homenagem a Irene e seu Marido!
Ela assinava e a cidade, que sempre foi escondida dos olhos,
surge do nada, mesmo para os que não sabiam dela, mesmo para
os caminhoneiros que sempre passaram por ali, e nunca a viram.
— Vocês são malucos, quer dizer, incríveis!
— Marlene, sei que esta entrando para a família de uma
forma estranha, mas nisto sou como meu filho, não guardo rancor
de quem defende uma posição, odeio quem fica encima do muro!
Mari sai pela porta olhando o local, Marlene fica pensando em
como Carson era burro de deixar uma mulher daquela, e no fundo
pensou, ele não a deixaria, se não tivesse acontecido aquilo, não
teria se posicionado;
Paula olhava para ela e pergunta;
— Acha que vai ficar bom?
— Vai! — O proprietário entra pela porta e vendo como estava
ficando fala;
— Senhora Marlene, nunca pensei em a senhora se tornando
uma grande empresaria na cidade!
— Como diz meu enteado, estamos só começando!
— Sabe que aquela estatua lá fora, vai ate aumentar os meus
clientes!
— Se fosse o senhor, reformava os quartos, pois senão os
clientes vão sobrar no primeiro mês, e depois, sumir!
— Não tenho recursos senhora?
241
J.J.Gremmelmaier
— Se quiser uma sociedade, entro com a idéia, não disse que
iríamos investir pesado, mas este lugar, se olhar, esta quase na
estrutura que loquei, troquei algumas vigas e telhas, mas o principal,
a idéia!
— Mas não gosto de sociedade!
— Então vamos mudar de assunto, trouxe meu contrato?
Ela pega o papel e vê o preço, o dobro do tratado e apenas
assobia, todos olham para ela e fala;
— Senhor, se for nestas condições, estamos desfazendo tudo
a partir deste segundo!
— Mas tem de ver que o local tem seu potencial!
— Ou será como estava tratado, ou tiramos tudo, isto, instalo
em qualquer lugar, sabe disto!
— Mas este é o valor que quero pelo ponto!
— Pessoal, podem parar tudo!
Um silencio se fez na correria, e ela falou;
— É sua ultima palavra? – Olhou serio para ele e completou. –
Não esquece que não tratou isto comigo e sim com Peter Carson!
— Mas é a senhora que vai pagar, não é?
Marlene olha para Paula e fala;
— Diz para seu irmão achar outro lugar!
— Ele tem mais 4 pontos em vista, escolheu este por que
dava para ver da sacada, mas sabe que imóvel velho, e caindo aos
pedaços deve ter uns 20 no centro da cidade! – Paula;
O senhor olha para a pequena menina e fala;
— Acha que vou ceder por causa disto?
Marlene só faz sinal para o mestre de obras, e este grita para
cima;
— Pode desmontar, vamos tirar tudo, o senhor desistiu de
alugar!
— Vocês não pode desistir?
— Senhor, você tratou isto com um menino que leva a serio o
que trata, considera que palavra vale mais que papel, se não tem
palavra, nós se instalamos com mais calma, não temos tanta pressa
para abrir, seria quase um mês de propaganda, feita pela grande

242
J.J.Gremmelmaier
escultura, antes de abrirmos neste endereço, ou acha que o alvará
do corpo de bombeiros vai ser fácil de tirar, num lugar destes!
O senhor olha para cima, e vê as cordas do guindaste a
prender novamente a estatua, e falou;
— Mas não tome isto como padrão, vou refazer o contrato!
— E pode por uma carência de um mês nele, seu ponto vai
valorizar, e põem uma proposta de venda, para daqui a 12 meses!
— Não quero vender!
— Então faz o contrato por 12 meses!
O senhor sai pela porta e olha para o mestre de obras;
— Tem gente que não se enxerga mesmo!
O senhor riu e tirou a corda que estava fixando a bruxa;

Peter estava a escola, em meio a aula de historia, quando a


diretora interrompeu a aula e pediu para falar com Peter, este olhou
para os demais e seguiu a diretora;
Sentaram-se a sala dela, e a mesma perguntou;
— Peter, quero saber se esta tendo problemas ainda para vir
a aula?
— Me entendi com meu pai, sabe como é esta confusão de
estar no meio de uma briga que não se pode escolher o lado!
— Espero nunca saber Peter, mas deve estar sendo barra!
— Está, sei que poderia ter forçado vir ontem, mas estava
preocupado com minha irmã, agora ela já esta mais calma!
— Tem outra coisa, tem um grupo ligado a Opus Dey, que
insistiram em falar com você!
— Sabe que estamos em horário de aula diretora!
— Sei, mas nada que não tire de letra depois!
— E qual o assunto?
— Eles prometeram ao dono da escola, uma ajuda se
intercedessem por eles!
— Achei que a igreja não fosse mais dona da escola!
— Não é, mas ainda tem fortes ligações!
— E eles vem quando?
— Estão nos esperando no refeitório!

243
J.J.Gremmelmaier
— Quantos vieram?
— Um arcebispo, dois bispos e 12 padres, mais uns
seminaristas!
— Mas disseram o que querem?
— Já saberemos, estou estranhando isto também!
— Só não se assuste com o que ouvir ou vir, tudo bem
diretora?
— Certo, dizem que é um bruxo, mas não acredito nisto!
— Diretora, se falavam antes, vão estampar depois que minha
madrasta inaugurar um parque com este tema, mas isto, semana
que vem a cidade vai comentar!
— Soube que Marlene virou sua madrasta, sabe que não acho
boa influencia!
— Eu acho uns senhores respeitados da cidade, muito piores
influencia, diretora!
Peter levantou e a diretora o acompanhou ao refeitório;
— Bom tarde senhores, arcebispo, bispos, padres, este é o
menino!
Um senhor olhou para ele, parecia o mais velho, tinha o poder
da fé, mas fraca pela falta de esperança em algo novo, olhou para o
menino e falou;
— Boa tarde senhora, menino, não tenha medo, apenas
queremos conversar!
— Qual o assunto senhor?
— Não sei qual sua religião menino?
— Fui batizado, mas depois me afastei de qualquer religião!
— Somos representantes da igreja católica, nos chamam de
Opus Dey, mas não sei se sabe qual nossa missão dentro da igreja!
— Não senhor, não entendo de igrejas!
— Sente-se!
Peter fez sinal para a diretora sentar, de sentou-se depois,
Peter passou o olho em todos os presentes, dois seminaristas muito
velhos, olhou em seus olhos e depois para o arcebispo;
— Senhor, no que posso ajudar!
— Queríamos saber menino se entende a enrascada que esta
envolvido!
244
J.J.Gremmelmaier
— Não senhor, o que fiz?
— Soube que alguns representantes da inteligência Israelense
estiveram a falar com o senhor, soube que representantes do Irã,
da Arábia Saudita, dos Presbiterianos, estão com planos de vir falar
com o senhorio, tem idéia do quanto estas pessoas são perigosas?
— Tenho senhor, pois minha casa foi explodida a pouco mais
de 2 meses!
— E acha seguro negociar com alguém assim?
— Negociar?
— Nossas fontes afirmam que teve acesso a um documento
muito antigo, que vendeu parte, e que por isto sabem da
autenticidade, os Judeus, contrataram especialistas no Cairo, Roma,
aqui em New York, e ate na Etiópia, eles estão tentando decifrar,
mas geraram grande agito no mundo religioso, e precisava saber
menino, se poderia me dizer duas coisas?
— Duas, acho que duas perguntas não serão suficiente,
senhor!
— Certo, mas o que passou a eles?
— Um relato de 4 mil anos, que todos os testes confirmam a
idade, esta em copta, mas muito antigo, esta com os caracteres da
pedra de Moises, mas acho difícil que eles consigam decifrar!
— Por quê?
— Uma pergunta senhor, se tivesse um documento a mão,
que provasse que toda a sua crença, e parte da deles que é sua
também, é uma farsa, quando pararia de procurar, e poria fogo nas
folhas!
— Isto é heresia! – Falou um dos senhores mais velhos entre
os seminaristas;
Peter olhou o senhor de novo e falou;
— Se é heresia, por que todos se agitam, por que o interesse!
— Dizem que lá contem magia negra! – Falou o mesmo
homem, obvio que o eclesiasta não falaria termos assim;
— Se acham isto, melhor começarem a estudar religião, e não
demônios, senhor, não existe mal, todo padre, pastor, paraco, bispo
ou seja lá como denominam deveria saber disto, existe ausência de
bem, mas como fazer alguém pagar dizimo se não tiver medo do
245
J.J.Gremmelmaier
inferno, desculpe o termo senhor, mas demônios não existe, magia
negra, lenda, espíritos do mal, crenças mal apagadas do passado, e
se vêem querendo comprar um livro de magia, vieram ao lugar
errado!
O arcebispo fez sinal para o outro se calar, e falou;
— Me disseram que era um bruxo, menino!
— Depende de como definir bruxos, sei que todos que sua
igreja queimou, não o eram, e quando vão pedir perdão a deus por
aquelas pessoas mortas!
— Não vim aqui discutir menino!
— E veio fazer o que?
— Dizer que temos interesse no livro?
— Eles me ofereceram senhor, por dez paginas, 25 milhões de
dólares, estou disposta a vender, não me tem serventia nenhuma,
esta em uma língua morta, quem fizer a maior oferta leva!
— Poderíamos ver?
— Senhor, se quiser lhe mostro, mas não num lugar onde
podem explodir tudo com nos dentro, sei que o interesse de sua
igreja é sumir com aquilo!
— E por que teríamos este interesse?
— Se lá tivesse um ensinamento tido como passado de mestre
para mestre, pai para filho, de como ressuscitar a carne, de como
multiplicar qualquer comida aos milhares, de como transmutar vinho
em água, ou vice versa, ou pior, como fazer uma chuva de sapos,
transformar água em sangue, pragas de gafanhoto, em varias
intensidade, quando se tem a proliferação de sapos, lá defende a
técnica com enfrentamento a uma leva grande de aranhas na região
da Etiópia, mas tem as medidas, em pequenas quantidades, bem,
em quantidades maiores, uma praga, se lá tiver tudo isto, datado
oficialmente dois mil anos antes de cristo, sua igreja faria o que com
isto!
— E tem isto?
— Isto é uma amostra, são mais de 3 mil anos de estudos e
testes, posto em um monte de papiros que tomaram a forma de
livro, para ser guardado na biblioteca de Alexandria, por volta do

246
J.J.Gremmelmaier
ano 50 antes de cristo, muito se perdeu lá, mas sabe como é,
sempre algo escapa!
— Você leu o livro menino? – O senhor que não se contentava
em ouvir;
— Não, não preciso ler algo que nem é segredo em certas
rodas do mundo!
— Esta a dizer que isto é sabido por um grupo?
— Sim, mas este grupo sempre foi muito pequeno, nunca
teve mais de mil pessoas, mas hoje, mil pessoas espalhadas pelo
mundo, é difícil de achar!
— E como teríamos acesso a estes homens? – O arcebispo;
— Não teriam, eles nunca falariam disto, negariam, alguns, 3
deles, sei que são de sua igreja, Arcebispos em Roma, tem gente
em todos os meios, eles tem como esconder as pegadas!
— Você é uma destas pessoas?
— Senhor, já falamos demais de mim, ainda não entendo se
querem o livro, se não querem, se vieram apenas jogar conversa
fora, sei que virão grupos mais violentos, mas esta em minhas
terras, minha cidade, como falei para o cônsul Israelense, nesta
cidade, entra e sai, quem os habitantes querem, e não quem bem
entende!
— Mas entramos! – O senhor;
Peter olha para o arcebispo e fala;
— Desculpa a minha falta de educação, sei que não tenho
direito de ofender a crença de vocês, mas como sei que o interesse
não é dos melhores nestes papeis, pus um preço que de pelo menos
dá para que ajude algumas pessoas por aqui, mas não acredito em
sua religião, na verdade não acredito em religião nenhuma, deus
existe, sei disto, mas toda vez que põem alguém para falar por ele,
se afasta deus cada dia mais, ouço muitas pessoas falarem que
deus fala por eles, mas não os vejo falar coisas que os magoariam,
que imporia algo diferente, o deus de vocês segue uma religião,
então, desculpa, não estão falando com deus, outra coisa, já
tentaram me exorcizar uma vez, eu deveria ter uns 9 anos, não sei
o que aconteceu, era muito novo, vi ele extorqui como ajuda a
igreja dinheiro de meu pobre pai, de lá para cá, passo longe de

247
J.J.Gremmelmaier
igrejas, na verdade os padres daqui chegam a me chamar de bruxo
mesmo, mas pense, que fé tem um padre que tem medo de um
menino de 13 anos, que deus é este que o deixa me temer!
— O nosso senhor Jesus, o que nos deu a forma de
chegarmos ao pai!
— Não, ele nos deu a forma de aguardar ao pai, a grande
contradição de sua bíblia, ou a salvação é assim que morre, baseado
no que Cristo pregou na cruz, e lá ele não era deus, sabem bem que
deus não viraria para si mesmo e perguntaria, pai por que
abandonaste, deus não tem como abandonar deus, se for um só,
trino, ou na forma que quiserem, mas lá ele diz que alguém estaria
com ele, logo após perguntar para seu pai, deus, pai de todos aqui,
por que o havia abandonado, que estaria com ele no céu, mais
contradição, vamos considerar que ele estava perdendo sangue, não
acredito nisto também, desculpe senhor, mas depois vocês põem o
apocalipse, e nele, todos somos julgados como no velho testamento,
num dia único, salvos, as tribos de Judá, estranho, excluídos até
então, mas salvos antes, mas sabe qual o mais cômico nisto tudo!
— Não tem nada de cômico, esta falando absurdos!
— E vocês ouvindo, mas o mais cômico, é que não há
contradição, o que há, é diferença de interpretação do que um dia
foi escrito, e do que foi passado como bíblia!
— Você é uma demônio em pessoa, o padre não deve ter
visto isto!
— Senhores, desculpa, sei que ofendo a religião de cada um,
mas é por querer padres pensando, pastores crendo, a fé é mais
importante que o resto, mas não em curas, pois isto, desculpa, vejo
os milagres diferente de vocês!
— E como vê os milagres, já que vejo que não deve acreditar
em nada referente ao que pregamos!
— Senhor, um dia leu o livro apócrifo de Tiago, por
curiosidade?
— Sim, li por curiosidade!
— Então sabe o que vocês chamam de incoerente, não que
tenha algo que contradiga o velho testamento, contradiz as religiões
em si, um cristo que acreditava que não era deus, que diz que deus

248
J.J.Gremmelmaier
é imortal apenas pela Câmera nupcial, quer dizer, se o pai não
passar aos filhos o ensinamento, acabou, deus morre, que falava
que a comunhão era muito importante, mas principalmente, a
Crisma era importante, mas como deixar alguém lá que dizia que ele
dedicava mais tempo a Maria que a eles, como deixar lá algumas
coisas que deixariam claro outra igreja, não a de vocês!
— Sabe que esta cometendo sacrilégio!
— Arcebispo, uma pergunta o que é mais sacrilégio, ler e
seguir Tiago, que foi um dos apóstolos de seu salvador, ou seguir
uma bíblia, que foi ditada por um ser como Constantino, que matou
a segunda mulher, o filho, mandou matar o cunhado, e como não
tinha matado sua sede de sangue, mandou açoitar o sobrinho até a
morte, este ser, foi quem aprovou a Bíblia que segue, vai dizer que
qualquer coisa que tem ai é pura!
— Sabe de historia, mas este livro é inspirado por deus, deus
nos fez chegar aqui, tudo que fala não mexe com minha fé!
— Sei disto, senão não estaria falando, mas que esta escrito
ai, que de arvore ruim, não nasce bons frutos isto esta, se analisar
primeiro os Judeus atuais, discriminando os demais, saíram deste
livro, se olhar a inquisição, saiu deste livro, Hitler saiu deste livro,
então esta não é uma boa arvore!
Um padre olhou assustado, e o arcebispo falou;
— Estamos desviando o assunto, então vendera para quem
pagar mais!
— Sim!
— Preciso ver uma amostra deste livro!
— Lhe mostro, e lhe forneço uma pagina para análise, certo
que nesta não estará escrito nada, mas servira para aguçar a
vontade!
— E quando posso ver esta folha?
— Quem gostaria de ver?
O senhor arrogante falou;
— Seria eu!
Peter olha para a diretora e perguntou;
— Me empresta sua sala um pouco!
— Sim, mas esta lá?
249
J.J.Gremmelmaier
— Não, mas posso conseguir o que quero lá!
O menino levantou e o senhor caminhou atrás dele, e
estavam a entrar na sala quando o senhor falou;
— Eu acho que estão lhe dando credibilidade de mais!
— Também acho! – Falou Peter;
O senhor sentou-se, e viu o menino pegar o seu caderno nas
costas, na mochila, uma caneta e o viu desenhar primeiro um prédio,
depois um cofre, depois o abrir do cofre, três livros lá dentro, ele
olha o menino por a mão que penetrou no livro, arregalou os olhos
e puxou o livro, abriu na ultima pagina, o senhor viu que o livro era
grosso, e perguntou;
— Quantas paginas disse que tinha o livro?
— Não disse, falei que estou vendendo 10 paginas!
Peter pegou a ultima, as 8 ultimas paginas estavam em
branco, quer dizer, tinham uma cor meio bege sujo, e destacou,
fechou o livro, iria por de novo o livro lá quando o senhor viu o
símbolo na capa e perguntou;
— Sabe o que diz ai?
— Sim!
Pôs o livro no caderno, fechou o cofre, e afastou o prédio, e o
senhor olhou assustado ele fechar o caderno, esticando a folha que
destacara;
— Esta folha tem a mesma idade das demais, pode fazer uma
analise!
— Aquele é o livro da vida, sempre me disseram ser uma
lenda, heresia!
— Senhor, tudo que tem neste livro é heresia para sua igreja,
não tem nada nele que não seja!
— Mas você usou magia para ter acesso a ele!
— O senhor viu 3 livros lá, não viu?
— Sim!
— Livro da vida, da morte e o que Moises anotou do livro da
vida!
— Você tem os 3?
— Não, o de Moises, será leiloado em Los Angeles por um
amigo, o da vida, eu me apoderei dele, tirando de quem o tinha,
250
J.J.Gremmelmaier
quando explodiram a minha casa, e o ultimo, ganhei deste amigo
que vai leiloar o de Moises!
— Primeiro quero ver se é autentico, depois falamos!
— Senhor, se não quiserem, os Israelenses querem,
compraram as ultimas 20 folhas escritas, somente historia de faraós,
mas eles não sabem disto ainda, querem mais um pouco, vou
vender mais 10 folhas, e quando chegar a hora de minha morte,
talvez alguém simplesmente me roube eles!
— Mas se eles já compraram uma parte, por que esta
vendendo mais!
— Não sou eu que estou querendo vender, eles que querem
comprar!
— Soube que estão quebrando a cabeça para decifrar, e você
já sabe o que tem lá, isto que não entendi!
— Senhor, sua fé não deixaria ver, então não perco tempo
mostrando nada, só perturbando, acha que qual a intenção em falar
mal de sua fé, desviar do que acham de mim, pois se me chamam
de bruxos, posso lhes chamar de vigaristas, já que se para mim sua
religião é uma farsa, e para você, magia não existe, então, todos
vigaristas!
— Eu sei que cristo é meu deus encarnado, não preciso de
que alguém me prove, sei por que sinto isto!
— Como falei, estes livros, são heresias, houve homens que
morreram a fogueira por citar que eles existiam!
— Mas ainda acho muito estranho aparecerem todos juntos!
— Senhor, eu posso dizer que tenho coisas menos valiosas
comigo, como o relato de Buda, tenho os rabiscos de Lutero na
primeira tradução para o Alemão, tenho a versão da bíblia de Tiago,
mas a escrita por ele, não o que circula na Internet, traduções
pobres, não estou falando da bíblia com Tiago, estou dizendo a
bíblia que ele usava para pregar, com as suas anotações!
— Fala como alguém que não tem 13 anos!
— E o senhor como uma principiante na religião, ou é fé de
mais, ou inexperiência, acredito na fé de mais, pois não preciso
provar o que falei lá fora, sei que é verdade, você acha que é o que
acredita, diferença crucial, você pode dizer assim!

251
J.J.Gremmelmaier
— Como tem certeza!
— Eu li as leis de deus, as originais, nas paredes do tempo
para este fim, não eram escritas em Copta, era uma língua base que
gerou o Copta, você acredita mesmo sem saber a verdade, isto é
importante, fé não se compra, não se aprende, se tem ou não, eu
acredito em deus, mas meu deus não cabe em um homem, num
primata, na verdade não cabe em nossa galáxia inteira, nossa
galáxia é para o universo, o que um átomo de seu corpo, é para a
galáxia, mas não adianta tentar explicar!
— Gostaria que tentasse!
— Senhor, como acha que deus se parece?
— Tem alguns trechos contraditórios, sou mais a definição de
João!
— A do apocalipse, a melhor de todas, um ser que não viveu
a modernidade, tentando definir algo como energia pura, que
distorce o ar em volta, criando arco íris diante da umidade, em
nosso mundo, mas tem de saber física para entender!
— Acha que deus nos deu suas regras para que?
— Senhor, eu li as leis de deus, mesmo quem as escreveu,
adicionou 6, pois as 4 primeiras explicam tudo!
— O que quer dizer com isto?
— O que você viu a pouco, eu dispor de algo, que esta em um
cofre em um prédio no centro de Los Angeles, é possível pois deus
nos passou a primeira lei!
— E qual a primeira lei!
— Como dominar toda a matéria, em qualquer estado, em
qualquer forma, em qualquer gravidade!
— Mas isto é física!
— Sim! – Peter reabre o caderno e fala. – Pense em algo!
O senhor pensou em um lindo lírio e Peter não desenhou,
traçou uma janela no caderno e falou;
— Se tiver fé, é só pegar!
O senhor olhou desconfiado, mas não acreditava naquilo e
sua mão barrou no caderno;
— Não acredito nisto, menino!

252
J.J.Gremmelmaier
Peter estica a mão e esta atravessa a janela desenhada, e
pega uma flor e trás para o senhor e fala;
— Não haviam Lírios Amarelos, aceite um vermelho!
— Mas isto é impossível!
— O que é impossível para deus?
— Nada!
— E o que ele quer, que sejamos primatas, ou evoluamos, e
entendamos deus!
— Sou pelo tradicional menino!
— Sei disto, ou quer que acredite que é um seminarista, um
não iniciado!
— Mas o que acha que esta sua primeira lei de deus
permitiria?
— Permitiria curar pelo toque, pela fé ou pela ciência,
permitiria acabar com a fome, com diferenças, ensina que todos
somos nada diante de deus, mas temos algo que não cabe em uma
religião, temos a fé em algo que não sabemos definir, que nunca
veremos, mas isto é mais importante para deus, que a religião que
segue senhor, deus não nos deu livre arbítrio, ele nos fez com livre
arbítrio, pois escolhemos crer, acreditar, saber, evoluir, sempre digo
que uma coisa é ver deus, saber do seu poder e o temer e seguir,
outra coisa e não o ver, não sentir seu poder, e mesmo assim
decidir que ele existe!
— Para um arrogante menino, tem um deus bonito na
definição!
— Sei que sou arrogante, mas vivo em uma cidade, que o
vaticano é 5 vezes maior que ela! Não o município, e sim a cidade,
mas não é o tamanho da cidade que importa, aqui posso ser
humilhado pelo vizinho por não concordar comigo, mas tenho uma
comunhão com todos eles, leis de um pequeno bruxo desta cidade,
eu, sei que muitos não ligam, mas comunhão com meus próximos é
a primeira, seguir os caminhos das coisas puras, não como carne,
nem de carneiro, não tem força, são criados para serem mortos,
algo assim, nos contamina a alma com morte, tento não mentir,
pode não concordar com o que penso, mas não vou mentir para
você que acredito, isto vai sempre parecer arrogante, não mentir,

253
J.J.Gremmelmaier
muitas vezes é arrogante, sei que a força do homem, é o que passa
para os filhos, nunca juraria celibato, um Mestre, tem filhos e os
inicia em sua religião, e por ultimo, amar com força quem o cerca,
mesmo os que nem sabem que lhe amam, amor gera amor, ódio
gera ódio, mas o amor é muito mais poderoso, pois ódio é ausência
de amor, então não tem como ser derrotado por ele, o bem sempre
vence o mal, pois não existe mal, apenas ausência momentânea de
bem, mas para fazer estas minhas regras, tenho de estar fora de
uma religião, não cabem nelas!
— Uma forma diferente de ver deus, mas temos comunhão
também, temos o celibato, pois um Papa o definiu, mas é uma
forma diferente de ver os filhos, a palavra Mestre, tem mesmo 13
anos menino!
— Sim, quase catorze, mas talvez nem chegue as 15 senhor,
então faço o que posso hoje!
— Tem alguma doença rara?
— Tão rara que não pode ser detectada, eu tenho de a curar,
ou materializar ela antes de que seja tarde, mas isto não tem a ver
com o senhor, nem com os demais, leve o papel, faça o exame, se
achar que deve me procurar, pode vir a cidade, sei que parte
daqueles que estão lá são seguranças, mas que a professora não os
deixaria entrar armados se identificasse quem são, mas são bem
vindos, fé nunca é demais, mas acho que poderiam fazer mais,
adoro a definição de Mestre do Israelense, alguém capaz de unir fé
e conhecimento, com preceitos sociais rígidos, não gosto da parte
de eles se acharem outro povo, a genética já provou que não são,
mas não sou a favor de matar ninguém por isto senhor!
— Eu tenho de ir, já devem estar preocupados!
— Recomendava saírem a leste, ate a cidade de Navarro, e de
lá seguirem caminho, tem uns árabes vindo do Oeste, melhor não
arriscar senhor!
— Pelo jeito domina mesmo a cidade, embora nela não pareça,
me disseram horrores de você!
— Imagino, mas não tenha medo, como digo, não subestime
sua fé em deus, pois ter medo de mim é fazer isto!
— Só uma ultima coisas?

254
J.J.Gremmelmaier
— Sim?
— De que ano vai datar isto?
— Carbono 14 não é preciso, mas vai apontar para próximo
de 5 mil anos!
— Mas então é muito antigo os relatos?
— Muito, a historia de um povo, o que eles entediam de deus,
e o que seu deus os explicou como fazer!
— E o que diz o livro da morte?
— Lá é ritual, ressurreição dos mortos! Crenças, pagas e
muita historia!
— E por que não começou por aquele?
— Não precisamos de gente sendo ressuscitada, já temos
muitos para cuidar!
O senhor riu, Peter guardou o caderno e foram ao refeitório,
as pessoas se despediram e a professora perguntou;
— É serio que tem um livro que eles vão pagar 25 milhões por
ele?
— Na verdade diretora, não sei ainda quanto vão pagar, mas
que os primeiros compradores me ofereceram isto, é verdade!
— Não gostei da arrogância que tratou o senhor mais velho,
era quem aquele?
— O verdadeiro arcebispo!
— Mas por que não se identificou?
— Não sei, sabe que não entendo disto diretora, os padres e
pastores desta cidade, atravessam a rua para não cruzar comigo, se
era ruim antes, os últimos 2 meses tem sido terrível!

O prefeito recebe o pedido para o parque temático, com


pedido para instalar dois portais turísticos em cada entrada da
cidade, portais no tema do parque, o prefeito olhou para um dos
vereadores e perguntou;
— Acha que alguém vai vir até aqui, para vir num parque
destes?
— Não sei prefeito, mas seria bom para o nível de emprego
da cidade, lê o relatório, previsão de investimentos na casa nos
milhões, em hotéis, lojas, e no parque, mais empregos do que a
255
J.J.Gremmelmaier
cidade tem hoje de habitantes, podemos estar até atraindo novos
moradores, o que quer dizer, mais arrecadação!
— Verdade, mas esta idéia me parece muito ruim!
— Mas se gerar empregos o senhor se reelege, já que os
James não mandam mais na cidade, a oposição estará desfalcada,
gerando empregos, pode conseguir a reeleição fácil!
O prefeito assina as autorizações e fala;
— Viu aquela bruxa que puseram sobre a casa abandonada
dos Klenst!
— Sim, eles já pensaram em quem será a bruxa, agora tem
de ver o que vem pela frente, sabe que aquele menino, que do dia
para noite virou encrenqueiro oficial da cidade, tem alguns terrenos
que não transferiu para seu nome, mas que comprou, dizem que vai
construir, onde tinha a olaria, um hotel assombrado, para receber os
clientes!
— Este menino me fez um grande favor, quando tirou as
pernas dos James, virou um aliado, parece que o juiz de família,
aquele que decidiu a favor de tudo que minha ex pediu, também foi
afastado depois de dar a guarda do menino ao pai, não sei se ele
tem todo poder que falam, mas que mudou de vez a cara da cidade,
isto mudou!
— Pelo jeito vai mudar, se tínhamos cara de cidade
abandonada, pois metade dos imóveis da cidade, estão
desocupados mesmo, agora, seremos a cidade assombrada!
— Sabe que olhando por ai, o menino esta certo, precisamos
trazer gente, mas não sei se este tipo de coisa atrai!

Era fim de dia, a cidade estava falando dos caminhões que


estavam a entregar estruturas gigantes na fazenda dos Carsons,
que agora tinha uma placa em frente, escrito, ―Deixem sua almas
nos veículos, pois elas podem ser roubadas!‖, falavam da grande
bruxa que a puta pôs sobre a casa dos Klenst, quando duas levas de
carros blindados negros chegavam a cidade, era próximo das 20
horas, foram ao hotel, se informaram e se estranharam a entrada
do hotel, um senhor aparentando um Sheik árabe, saiu de um dos
carros, com duas mulheres jovens, todas cobertas da cabeça aos

256
J.J.Gremmelmaier
pés, no outro grupo, um senhor de terno impecável saiu e os dois se
olharam, não falaram nada, mas após se hospedarem aquela leva
de carros foi ao centro da cidade, e pararam na pensão dos Klenst,
informaram que o menino saiu com o pai no sentido da antiga
fazenda que fora da família do menino, e os carros foram no
sentido;
Peter estava a parar em frente ao portal na entrada da
estrada, com uma serie de esculturas, Caveiras, Carrancas,
esqueletos, num túnel negro, feito de fibra, foi leve instalar, o
menino olha para o pai e fala;
— Vamos entrar, quero mostrar um lugar para Marlene!
— Mas você disse que não estava mais em seu nome?
— E não esta, doei a duas semanas, mas Marlene não havia
assinado o recibo ainda!
O senhor Carson olhou o filho, deixaram o carro na entrada e
entraram a pé por aquele túnel negro, e foi mostrando cada coisa a
Marlene;

Os carros dos dois grupos Árabes, chegaram e adentraram


direto pelo túnel de carro, pararam diante de um branco total após
saírem do carro, e olharam em volta, o túnel se fechando ao fundo,
e uma senhora sentada ao fundo daquele mundo totalmente branco,
o sheik olhou em volta, não gostou, e fez sinal para os rapazes
trazerem a senhora;
O problema é que uma vez saído do carro, eles não viam mais
o mesmo, embora o senhor os visse, eles não viam o sheik, que saiu
do carro para os dar uma bronca, e viu o carro sumir as suas costas,
e olhando em volta, viu as pessoas dos dois grupos, armados, o
Sheik foi a senhora e perguntou;
— Onde estamos?
— Bem vindos ao Mundo de Peter!
— Quem é a senhora?
— Meu nome é Irene, uma curandeira da região!
— E o que é isto?
— Esta é a luz do menino, vi que vieram bem armados para
falar com um menino de 13 anos!
257
J.J.Gremmelmaier
— São dois grupos, sou Sheik Mohamed Abd, o rapaz de terno
é Mohamed Saud, príncipe Saudita, eu sou do Irã, ele da Arábia
Saudita, mas os dois grupos estão interessados em algo que esta
com o menino!
— Vocês, Roma, Israel, todos estão!
— Mas não vamos deixar ele vender para outro grupo!
— Não vão deixar, vão matar ele, por acaso?
— Não, viemos cobrir a oferta, mas como viemos parar aqui?
— Ele não negocia com homens armados senhor!
— Acha que pode nos deter aqui?
— Senhor, eu estou detida aqui, como o senhor!
— A menina parece jovem para ser uma curandeira!
— Estava a estranhar isto também, estou ficando mais jovem
aqui dentro, devo ter ganho uns 40 anos nos últimos 2 meses!
— Esta aqui a dois meses?
— Sim!
O senhor faz um gesto para um dos rapazes, eles metralham
no sentido do branco e nada acontece, e Irene ouve em sua mente;
―Pede para eles se acalmarem, Irene, já estou acabando aqui,
e já falo com eles!‖
Irene olha para os senhores e falou;
— Ele pediu para manterem a calma, que já conversam!
— Mas como fala com ele?
— Estamos retidos em seu poder, isto e interno a ele, então
posso ouvir e ver tudo que ele faz!
— Ele sabia que viríamos?
— Sim, pediu para os representantes de Roma saírem a leste,
pois viriam do oeste e não queria um enfrentamento armado!
— Mas como ele saberia?
— Senhor, isto é fácil para ele, mas não sei por que tanta
correria por um livro antigo!
— Dizem que tem heresias poderosas naquelas paginas!
— Heresias poderosas. Sabe que eu nunca havia ouvido esta
junção de palavras, mas ele já fala com vocês!
— Não entendi como viemos parar aqui?

258
J.J.Gremmelmaier
— Ele não põe a irmã em perigo, vocês iriam chegar com
todas estas armas diante da menina, ele se preocupou, e desviou os
seus caminhos, mas nada que ele assim que terminar lá, não os
receba!
―Irene, como estão os rapazes?‖
―Bem, mas o que pretende?‖
―Saber se acha se conseguiu materializar o suficiente?‖
―Não entendi?‖
―Você deve estar sentindo a sua parte corporal materializar e
rejuvenescer nestes últimos 2 meses, pelo menos é o que estava
escrito nas paredes das leis de deus!‖
―Sinto mais minhas mãos, vejo elas mais novas a cada hora,
mas o que tem a ver!‖
―Sabe dizer se sente os seus poderes, como antes?‖
―Eles estão retidos, não os consigo dominar, sua magia as
anula!‖
―Mas as sente, independentes?‖
―Sim, as sinto!‖
―Não sei se teria coragem de recomeçar num mundo
diferente!‖
―Do que esta falando!‖
―Deve estar com um corpo próximo de 12 ou 11 anos, bem
jovem, dons separados, acho que podemos tentar pela primeira
vez!‖
―Tentar?‖
―Sim, diz para o senhor, Sheik Abd, que a condição de saída,
é lhe dar uma carona na saída!‖
―Esta falando serio?‖
―Já me viu brincar com isto Irene!‖
―Mas será que seria capaz de sair?‖
―Irene, nunca tentamos isto, nunca ouvi caso igual, então
estou seguindo o que aprendi, e se eles estão ai, é por eu achar que
precisava de uma carona de volta, a pé o túnel é longo, eles vão
acelerar tudo, para sair, facilita a aceleração de saída!‖
―E se não der certo?‖

259
J.J.Gremmelmaier
―Vamos tentar outra coisa, você apenas tem de saber que
estou tentando!‖
―Pensei que tinha me esquecido aqui dentro!‖
―Mentir para mim Irene, não adianta! Não ai dentro!‖

Peter estava a terminar de mostrar o Castelo de Monstros,


olhou para o pai e falou;
— Como foi hoje?
— Nada ainda, não consigo, não tem como mudar de idéia a
trabalhar com Marlene?
— Não, mas tenho outra idéia, mas vai demorar 6 meses para
ficar pronto, pai!
— Como o que?
— Comprei a antiga olaria, na lateral da estrada, já na
entrada da cidade, vamos construir um hotel ali, Hotel Carson, acho
apropriado, é uma idéia maluca, um hotel assombrado, sabe como é,
teremos algumas coisas que precisam ser tocadas, mas começamos
com o hotel, a loja, o parque, os portais de entrada da cidade, a
vender lembranças, as lanchonetes de comida monstro, as casas
dos monstros no centro, 3 delas, e a praça dos espíritos, onde era o
antigo manicômio!
— Sabe que nunca gostei disto filho!
— Tem de escolher pai, se estará ao lado dos malucos que
vão seguir seu filho, ou do resto!
— Eu aceito tocar o hotel, mas o que faço até lá!
— Procura um emprego, bate cada porta para ver quem
realmente é quem, o que pensam de verdade, será útil em 6 meses!
— Você acha que eles vão me maltratar muito?
— Pai, uma coisa é saber que não pode ser atingido e se
deixar atacar, outra coisa, é eles lhe atingirem e isto pesar no futuro,
usa isto como aprendizado!
— Não sei fazer isto?
— E vou precisar de um favor de vocês dois!
Marlene olha para o menino e pergunta;
— Este rosto, vem bomba da grossa, o que vai pedir!

260
J.J.Gremmelmaier
— Acabam de revogar a decisão da guarda, Pai, mas eu
preciso de alguém para cuidar de Irene, quando fizer ela sair de
mim!
— Quer que cuide daquela velha? – Carson pai;
— Não, quero que cuide dela, é um favor, não quero que os
demais saibam quem é, primeiro não aceitariam, depois, não
acreditariam, e por ultimo, geraria um problema muito grande a
nível legal e todo o resto!
— Mas como vamos justificar uma senhora como ela? –
Marlene;
— Não sei o que vão falar, mas dentro de algumas horas, vou
tentar separar a existência dela da minha, se der certo, vou precisar
de ajuda!
— Eu ajudo! – Paula;
— Eu sei irmã, mas preciso da ajuda dos outros também!
Ela sorriu, e falou;
— Mas que vão se assustar vão!
Peter sorriu e falou;
— Espero que dê sorte, e funcione!
— Você nunca acreditou em sorte! – Paula;
Os 4 se despedem e Peter fala;
— Nos vemos dentro de pouco tempo, amanha será
complicado!
Senhor Carson abraçou Marlene e foram no sentido da cidade;

Peter estava sentado sobre as escadas do grande castelo as


suas costas, as luzes iluminavam o local, um castelo negro, viu
aqueles carros vindo a toda pelo túnel lá nos fundos, quando saíram
do túnel, olham para o local e param diante do castelo, e descem
com os rapazes apontando as armas para o menino, embora
tivessem varias armas apontadas para ele, estava a olhar para uma
porta em especial se abrir, Irene, ela olha para o menino, para suas
mãos e sorri, estava fora, os dois se olharam por intermináveis
segundos, ela tinha uma aparência muito semelhante a Sheila,
cabelos compridos negros, olhos negros, pele lisa e bem típica de
Navajo, o olhar foi interrompido por uma frase;
261
J.J.Gremmelmaier
— O senhor deve o menino que chamam de Bruxo!
— Peter Carson, em que posso ajudar!
— Você nos manteve preso, vai pagar por isto!
— Quer em dinheiro ou praga!
— Não estamos brincando?
— Nem eu, não entende que precisava que desse uma carona
a Irene, este momento é mais importante por ela ter saído, do que
ter um Sheik e um príncipe a minha frente, significa que não morro
em 8 meses, então podemos falar!
— Não gosto de ser detido! – O príncipe;
— E não gosto de armas sendo apontadas para mim!
Peter estala os dedos, e as armas se transformam em rosas
vermelhas, e olhando para o príncipe fala;
— Vieram atirar ou negociar, se foi para atirar, posso ir para
casa!
— Negociar, soubemos que tem um documento raro, e
queremos fazer uma proposta!
— Todos querem, mas o que propõem!
— Soubemos que tem compradores, nossa proposta atual e
30 milhões!
— Eu ofereço 32 milhões!
— 34!
— Senhores, o preço é por 10 paginas, aceito 34 de cada por
cada 10 paginas!
— Quero o documento inteiro! – O Sheik;
— Então terá de fazer uma proposta única, e saber que Israel
já tem 12 paginas, o documento tem 507 paginas, pelos meus
cálculos, documento completo, lance que aceito, é perto e um bilhão
e seiscentos, se alguém esta disposto a fazer esta proposta, terei de
estudar a viabilidade!
— Eu estou disposto! – O príncipe árabe;
— Eu também!
— Primeiro, não quero brigas, estão em minhas terras, sabem
que a única saída, é por aquele túnel, e sabem bem onde podem
parar, quero que se entendam, se ouvir falar em mortes, não vendo,
não para quem proporcionou as mortes, já esta tarde, amanha,
262
J.J.Gremmelmaier
feriado nacional, espero os dois neste lugar, melhor virem
desarmados, terão outros grupos também, se todos vierem armados,
perderei mais tempo, colhendo rosas do que negociando!
— Vou pensar em uma proposta!
— Eu também!
Os dois grupos saem pela estrada e a menina chega perto de
Peter e fala;
— Acha que eles vão respeitar uns aos outros?
— Acho que não, mas todos querem o documento, então
melhor receber a todos, se alguém quer pagar um bilhão de dólares,
por este livro, acha que podemos reerguer a cidade?
— Podemos, mas para onde vou, olha o corpo que voltei!
— Um corpo forte, deve estar sentindo suas forças retornarem,
dentro de 3 dias, estará bem, espero não ter de a enfrentar de
novo!
— Começamos mal esta nossa relação!
— Bem mal, e bem rápido para se tomar qualquer coisa bem
pensada!
Os dois saem pelo grande portal, e quando de frente para a
estrada, se deparam com os dois grupos brigando, olhou para a
senhora ao lado e falou;
— Tem gente que não sabe negociar, vou precisar de um
favor seu!
— Imaginei que iria, não conseguiria os fazer parar!
— Verdade, sabe bem que sou ruim com mentiras!
A menina sorriu, não saiu a gargalhada, e sim uma risada e
ela mesmo estranhou;

Quando o menino chega com a moça a portaria do prédio, se


depara com Caterine que lhe olhou atravessado, uma cena de
ciúmes, e olhando para ela sorriu, não ouve uma resposta em
sorriso e sim com uma frase que lhe fez pensar;
— Quem é esta menina, estava onde, o que estava fazendo
sozinho com ela?
— Esta é uma amiga, nada além de uma amiga!
— Sei, a amiga não tem nome?
263
J.J.Gremmelmaier
— Caterine esta é Irene!
Caterine olhou com desconfiança para a menina e falou;
— Não esta falando de Irene, avó de Sheila?
— Não, aquela Irene não existe mais, esta é Irene, um ser em
uma segunda chance!
— Não vou engolir esta, quem é a menina?
— Caterine, o que esta acontecendo?
— Você chega sozinho e com esta menina ai, o que esta
acontecendo, esta começando a ficar famoso, e agora vai me trair!
— Não vou lhe trair, sabe disto, eu lhe amo!
— Não sei mais nada! – Caterine empurrou ele e este sentiu
como se ali tivesse uma energia negativa, olhou para Irene e falou;
— Sabe que isto não vai levar a nada!
— Sei?
— Sabe, gosto de meninas de minha idade, nem mais novas,
como você, nem mais velhas como Irene!
Irene sorriu e os dois subiram e quando entraram pela porta,
Carson perguntou;
— Quem é a menina?
— Pai, Marlene, Paula, esta é a versão do ano de Irene!
Carson recuou, Marlene a cumprimentou e Paula chegou
perto;
— Você não se atreve a tentar algo de novo com meu irmão,
ainda não me viu furiosa!
— Nem quero ver, pequena Paula, a menina que fala minha
língua, que fala línguas vivas e mortas, mas é um prazer! – Irene
estica a mão para a pequena menina;
— Você disse que teríamos de cuidar de uma senhora, isto é
uma criança?
— Pai, ela tem o corpo de uma criança, pois precisava voltar,
mas ainda é Irene, a curandeira, então cuida com o que fala!
— Prazer, sou Marlene!
— Sei disto, esquecem que importuno ele a dois meses, sei de
coisas bem interessantes, mas temos de ver como vamos fazer, tem
um quarto para mim?

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J.J.Gremmelmaier
— A partir de amanha, um só para você, Irene, hoje temos de
nos ajeitar!
— Sabe que não durmo, pelo menos a 7 anos!
— Imagino! – Sorri Peter;

Peter pegou o celular, e ligou para o Cônsul, para o Arcebispo,


e para as partes interessadas, estava disposto a fazer uma
negociação final, e com todos os preparativos do dia seguinte.

Era noite quando Peter passou na casa de Eric, e este sorriu


ao vê-lo a porta;
— Entre, quero mesmo lhe mostrar algo!
Eric trouxe um livro antigo, em Alemão, leu na capa Arka
Metra, e sorriu;
— Pelo jeito acertei mais um! – Eric;
— Esta é a maior base de conhecimento em Cabala, no
original já feita, com as anotações do criador, uma obra que ele
deve ter demorados anos estudando e aperfeiçoando!
— Acha que tem interesse nela?
— Tenho, mas quero falar de outra coisa!
— Fala!
— Vou tentar vender o livro inteiro amanha, e lhe passo a sua
parte assim que terminar o leilão!
— Mas quem vai vir?
— Só gente barra pesada, nada leve!

O dia começou com a cidade sendo tomada por vários grupos,


e o delegado a porta de Peter;
— Precisamos conversar, quero saber o risco!
— Delegado, não posso dizer que não teremos riscos, mas
mantêm o pessoal calmo, marquei na fazenda do Horror, hoje a
tarde, tem dos dois grupos, tem os de igrejas que nem falei, e tem
gente de todos os cantos vindo, será um leilão, acho que o que
preciso, é de um organizador!
— Como assim!

265
J.J.Gremmelmaier
— Delegado, anunciei ontem que iria fazer isto, ontem, cada
grupo fez um deposito para garantir a participação, de 10% do
lance final, são 20 grupos, já tenho os recursos, mas é muito
dinheiro, e quando tudo terminar, pode sempre alguém ficar
descontente!
— Mas o que vai vender, aquele livro ainda?
— Sim, ontem alguém me fez a proposta para levar o livro
inteiro, não pensei que alguém teria coragem de o fazer, mas isto
quer dizer, muito dinheiro!
— Certo, me liga, vou mandar segurança para lá, é bom não
brincar com este pessoal!
— Mas evita puxar a arma, pois se um puxar, pode virar uma
guerra!
— Sei disto!
Carson Pai estava a porta, a ouvir a conversa, e perguntou;
— Mas como vai administrar tudo isto!
— Olha que deus lhe dá o que deseja pai!
— Certo, Irene não sai do telefone, o que estão aprontando?
— Ela conheceu dois grupos, e esta a negociar com eles!
— Negociar o que?
— O original, temos de por lenha, sabe quanto quero
arrecadar hoje?
— Os 24 de antes?
— Não, um pouco mais!
Carson não entendia o que o filho estava a vender, mas sabia
que era muito dinheiro, e viu Irene olhar para ele e falar;
— Mas como vamos fazer!
— 5 lugares diferentes, se querem decifrar, todos terão
chance, se quiserem queimar, 5 terão a chance, mas – Peter pega o
caderno e desenha o cofre, e tira o livro de dentro, e olha para o pai
e fala. – temos de conseguir que tudo de certo!
Irene liga um computador na mesa e acessa a conta do
menino, e fala;
— Israel depositou a parte deles! – Ela olhou o montante e
falou – O príncipe também, acho que se esperar um pouco,
podemos ter mais 3 depósitos!
266
J.J.Gremmelmaier
O senhor Carson olhou os números entrando e falou;
— Mas isto é maluquice, eles estão fazendo depósitos
altíssimos!
— Sim pai, os 10% já são altíssimos, mas os depósitos agora,
são lances!
— Esta falando serio?
— Sim, vamos ter de devolver a maioria, mas uma conta com
10 dígitos já me é suficiente, não preciso chegar aos 11!
Peter olha para Marlene e fala;
— Marlene, leva minha irmã para a loja, vê se o pessoal vai
trabalhar este feriado, vê se esta tudo em ordem para amanha, e na
semana que vem, devemos estar inaugurando a loja, vê se o
proprietário alterou o contrato, e me prepara os dois outros pontos,
amanha devem começar a montar!
— Vejo isto, sabe se vão entregar as coisas a tempo?
— Amanha deve chegar parte de uns 50 fornecedores, muita
gente esta apostando na idéia, acho que a cidade deve começar em
uma semana ver que a idéia é boa!
— Certo, eu vou!
As duas saíram e olhou para o pai e falou;
— O senhor tem uma audiência, vê se não atrasa, pois é em
Navarro!
— Esta me mandando embora?
— Sim, quanto menos alvos para atirarem, melhor!
Carson olha assustado e pega o terno e sai pela porta e o
menino sorri para Irene;
— Vai mesmo fazer isto?
Peter olha para o livro e surgem 5 deles sobre a mesa, iguais,
ele pega o original e devolve ao caderno, embala cada um com um
papel diferente, e olha para a menina e fala;
— Sabe que podem atirar?
— Sei me defender Peter!
— É que não esta ainda com todo o poder!
— Sei disto, mas eles tem medo de você!
Peter sorriu e falou;

267
J.J.Gremmelmaier
— Sabe que meu poder vai enfraquecer, quando tudo isto
estiver feito!
— Por isto me tirou de lá antes, bem esperto, mas arriscado
para você!
— Sei disto!
A porta tocou e Robert veio com Sheila, os dois olham a
menina enquanto Sheila perguntava;
— Quem é a menina?
— Irene, é você! – Robert;
— Sim, pelo menos alguém me reconhece!
— Você é minha avó!
— Sim neta, a mais teimosa menina da família, deve ter
puxado isto de alguém!
Sheila sorriu e ouviu Robert falar;
— Mas o que faremos hoje!
— Avisa seu pai, que vou devolver o dinheiro dele hoje, se
tudo der certo!
— Mas ele vai recomeçar a pisar!
— Robert, ele teve a chance de mudar, se não mudar, não
será o único com dinheiro na cidade, devo a mesma quantidade
para Eric, e no fim, pago minhas dividas, até com sua avó!
Karine entrava pela porta e fala;
— Alguém pediu carona?
— Sim, mas temos aqui uma missão pessoal!
— Fala! – Sheila;
Peter pega cada uma das mochilas sobre a mesa, põem um
dos livros dentro, e primeiro fala;
— Irene, este você leva a enseada de Navarro, os Israelenses
estarão esperando lá!
— Certo, qualquer coisa, fica de olho!
— Eu vou tentar, Robert, este você leva a cidade de Navarro,
em frente a sede da prefeitura, deve ter o pessoal do Vaticano!
— Já pagaram?
— Sim, eles pagaram!

268
J.J.Gremmelmaier
— Sheila, este e arriscado, na reserva, marquei com o pessoal
do Sheik, já pagaram!
— Acha seguro lá?
— Sim, acho que o problema vem do príncipe!
— E como você vai sair de lá!
— Não sei ainda, mas calma, temos este aqui, Call, você vai a
prefeitura de nossa cidade, um rapaz da igreja Anglicana estará lá
esperando, acaba de entrar o pagamento! – Peter fala olhando o
computador, pega o ultimo envelope e termina – Agora vou a um
pseudo leilão!
— Sabe que podem chegar a quantias maiores que o pago por
alguns? – Robert;
— Difícil chegarem a passar muito, mas foi Irene que
negociou com cada um deles, estão me passando a perna, então
acham que todos estão ganhando, todos passando todos para traz,
mas vou lá!
Peter sai com direção às terras de seu avô, Karine estacionou
ao lado de fora e olhou Caterine a entrada e pôs a mochila as costas,
e falou;
— Vai entrando, devo chegar dentro de minutos!
Peter andou até Caterine e ela não aceitou o beijo, afastou o
rosto e ele a olhou serio e perguntou;
— Vai mesmo me deixar livre assim, só por ciúmes?
— Você não falou quem era a menina?
— Falei, sabe que não poderia mentir, o que quer ouvir?
— A verdade!
— Dentro de momentos, estarei vendendo uma farsa, meu
poder estará fraco, mas não tenho como fugir a isto!
— E por que vai vender?
— Se ficar comigo, terei minha vida transformada em uma
guerra, pessoas sumindo, sendo mortas, seqüestradas, ou coisa pior,
então tenho de vender!
— Mas sabe que estarão com você na mira!
— Sei, se não lhe detive ontem, foi para não estar aqui hoje!
— Acha que é perigoso?
— Para todos, todos mesmo!
269
J.J.Gremmelmaier
— Eu te amo, Peter Carson, como posso aceitar que você saia
por ai, com uma menina mais nova, e que tem a cara de Sheila!
— Sheila que tem sua feição!
— Posso entrar com você?
— Gostaria que fosse para casa, é mais seguro Caterine!
— Vou entrar com você!
Peter sabia que não teria como mudar isto, lhe esticou a mão,
e adentraram a região, um senhor veio a frente, pediu o que estava
com Peter, ele pôs numa proteção de vidro, alguns especialistas
vieram ver, tinham pessoas de vários museus e instituições, e
depois de um tempo, Peter sentou-se ao fundo e viu começarem os
lances, quando chegou em 1 e seiscentos, alguns representantes,
começaram a receber telefonemas, e se viu ficar entre duas partes a
briga, museu de Louvre, e o Príncipe Árabe, quando o mesmo fez a
proposta de 2 bi, o rapaz do Louvre recolheu os seus, parecia que
tinha vencido uma batalha, mas a transferência foi confirmada, e o
leiloeiro foi cumprimentado por muitos, o rei olhou para os
Israelenses presentes, como se tivesse vencido, os demais foram se
retirando, e Peter saiu com a menina, adentrando ao castelo, e
olhou para trás, sabia que estavam o seguindo, quem, dois ou três
grupos, encostou Caterine em uma parede e falou;
— Desculpe!
A moça viu que ele puxou o caderno e terminou o desenho
dela em sua casa, e a menina olhou-se em seu quarto e o xingou;
— Quem vem ai? – Peter;
— Fica quieto que ninguém se machuca, falou uma voz
estranha!
Alguém atirou na pessoa que havia falado, e ouviu outra voz;
— Iraneano desgraçado, morra!
Mais tiros, estavam no salão de entrada do castelo, Peter
estava estático, quando sente algo lhe atravessar o braço, sentiu o
gosto de sangue, na boca, e caiu para traz;

Os demais Excluídos se reúnem no hotel, a casa de Robert, e


estranham quando Peter não aparece, Caterine chega lá e diz que

270
J.J.Gremmelmaier
algo estava errado, Robert olha para o telefone e liga para o
Delegado;
— Senhor Delegado, como foram as coisas no leilão!
— Todos já foram, por que?
— Viu se Peter saiu de lá?
— Não vi, por que?
— Ele já deveria ter voltado senhor, sumiu!
— Vou avisar o pessoal!
Robert olha a porta e Irene chegava a eles;
— Qual o problema neto!
— Não sente, falta energia no ar, alguém apagou Peter, não é
morte, ele esta desacordado!
— Sinto, mas parece distante!
— Quem foi? – Sheila;
— Não tenho idéia!
Robert olha para o saguão do hotel, Mari e Paula e sabe que
algo aconteceu, os olhos se cruzaram e a mãe de Peter chega até
ele e fala;
— Robert, temos de o achar!
— O que aconteceu?
— A ultima coisa que vi foi ele pondo a mão no ombro, senti o
gosto de sangue a boca, e nada mais!
— Ele foi baleado? – Sheila;
— Parece que sim, ele esta fraco, posso sentir como se
estivesse a guardar forças! – Paula;
— Ele sozinho pode demorar dias para expelir uma bala, se
ainda estivéssemos unidos! – Sheila;
— Não adianta pensar em o que não podemos mudar, vamos
precisar ver quem muda de atitude!
— Mari, todos vão mudar, Peter não vendeu o original! –
Sheila;
— Como assim?
— Ele disse que não teria como permitir que um grupo se
desfizesse de tudo e vendou 5 copias, mas o original ainda esta
guardado, por isto ele esta fraco, antes de repassar os recursos, de
os usar para o bem, ele é frágil, perde poder! – Irene;
271
J.J.Gremmelmaier
— E por que fez isto?
— Não sei, poder é algo estranho, não posso dizer que seu
filho não esteja começando a gostar!
— Sei que não é por poder, mas temos de o achar!

Peter acorda em um buraco, as paredes escuras, mal dava


para se esticar, põem a mão no ferimento, e sente a bala sair, e
começar a cicatrizar, sabia que estava usando energia que poderia
precisar mais a frente, mas não tinha saída, teria de estar vivo,
quando se mexeu, pareceu que alguém tocou uma sineta do lado de
fora, e ficou quieto novamente, não tinha noção se era dia ou noite,
estava quente, muito quente naquele lugar, viu alguém trazer um
prato de comida e um copo de água, olhou a comida e afastou dele,
cheirou a água e bebeu, sentiu que não era corrente, mas era das
fortes, não tinha cloro, mais uns minutos, alguém abriu uma fenda a
frente, e falou;
— Peter Carson, me acompanhe!
Peter não falou nada, foi a uma sala e viu dois religiosos,
Sunitas pelas vestes, sentados a uma mesa de refeição, olharam o
menino entrar, o senhor antes de sair, algemou as mãos do menino
as costas;
— Tem certeza que é ele a pessoa certa? – Falou um em
Árabe;
— Tenho senhor!
— Sente-se menino! – Falou o senhor mais velho em inglês;
Peter ficou de pé, e o senhor fez um gesto para o rapaz as
costas de Peter que o sentou;
— Queremos saber o que é este livro que temos a frente?
Peter ficou quieto, e o rapaz as costas lhe deu com algo a
cabeça;
Peter olhou o rapaz as costas, que viu os olhos brilharem de
Peter e recuou;
— Não vai responder?
— Vou! – Falou em árabe;
— Sabe nossa língua?
— Um pouco!
272
J.J.Gremmelmaier
— O que é este livro a nossa frente, menino?
— Dinheiro em minha conta senhor!
— Pena que não vai usar menino, não deixamos bruxos vivos
em nossas terras!
— Mas deixam assassinos, mentirosos e como posso dizer,
falsos profetas ditarem regras!
— Não somos falsos profetas meninos!
— Estou falando de Maomé senhor, o senhor, não me põem
medo!
O rapaz ia lhe dar um cutucão e ficou estático apenas com o
olhar de Peter;
— Consegue o que nos ofendemos?
— Desperto o lado que não gosto em mim, aquele que tentara
sobreviver, mesmo sem comida, água, ar, o que o deus que passou
isto que tem a mão, ensinou aos seus descendentes, mas desculpa,
não estou falando de Moises, Cristo ou Maomé, todos ladrões de
crenças! – As algemas se soltam as costas e ele põem a mão sobre
as pernas e continua – Mas sempre tive curiosidade, por que alguém
pagaria muito dinheiro por algo que não acredita!
— Você esta exultando Alá!
— Senhor, este livro a sua frente, é um insulto a seu deus, ele
conta a historia de 20 faraós, entre eles a saída de Moises do Egito,
o roubo do mesmo das placas de deus, que o mesmo pôs em uma
arca e tentou atravessar um deserto que não conhecia, conta como
eram as crenças dos Egípcios antes das eras atuais, mostra como se
produz as pragas que assolaram o Egito, mas também ensina coisas
como poder, magia, e até reencarnação!
— Esta a dizer que este um livro anterior aos ensinamentos
Judaicos!
— Sim, em uma língua morta, um Copta de 4 mil anos atrás!
— Fontes me disseram que você seria quem nos ajudaria a
decifrar, não estou pedindo menino, vai nos ajudar ou morrera aqui!
— Estou pronto para morrer, e o senhor!
— Quero ver se é tão valente quando estiver a dias sem
comida, apanhando todo dia!

273
J.J.Gremmelmaier
— Senhor, cada homem que mandar me bater, não terá
herdeiros nestas terras, cada homem que não me servir comida,
seus familiares morreram tendo a comida a frente, mas sem
conseguir comer, cada ameaça que me fizer, cobrarei em dobro!
— Acha que temos medo de ameaças criança!
Peter se calou, e foi levado novamente ao buraco, todo dia
levavam água, pois não queriam o ser morrendo por falta de água,
fome poderia passar, sede lhe tiraria a vida, Peter estava a 5 dias
sem comer quando o senhor o recebeu em sua sala novamente;
— Vai nos ajudar a decifrar isto, ou não!
— Senhor, perde tempo comigo!
O senhor chega a porta e um homem adentra a sala com
Paula, presa, olha para o senhor e fala;
— Que homem prende uma criança, para conseguir o que
quer?
— Alguém que sabe que é a única coisa que presa!
Peter olha para a irmã;
―Tudo bem?‖
Peter sorriu e falou;
— Bem parecida com ela!
―Desculpa irmão!‖
―Como você esta?‖
―Triste, onde eles colocaram a mãe?‖
―Pegaram a mãe também?‖
―Sim, ontem a noite, a induzi a vir lhe ajudar, e olha onde
paramos!‖
―Mãe, esta onde?‖
―Bem perto, por trás da cortina, lhe ouso, mas estou
amordaçada, eles querem o que?‖
— Senhor, sabe o que consegue com isto?
— Não, o que consigo?
— A certeza que não ajudarei, pois se ajudar, mata a mim, a
minha irmã e mãe, acha que ganha o que com isto!
— Quero ver se consegue ver sua irmã sofrer, e não faz nada!
— Certo, o que ela sofrer senhor, suas filhas, netas e netos
sofreram igualmente!
274
J.J.Gremmelmaier
Peter sente o senhor recuar;
— Vai continuar nos amaldiçoando, não tenho nem mais um
homem que lhe queira servir água, quer o que, morrer!
— Tem coisa pior que morrer, mas não entendeu ainda!
— Levem a menina!
―Calma Paula, sabe o que fazer!‖
Peter tira o chinelo, e risca sobre o tapete ao chão um
desenho e a menina some da vista de todos, passa o pé sobre o
tapete e o desenho some, olha para o senhor e fala;
— Agora vou lhe dar mais uma chance, sempre dizem que me
decepciono, mas continuo tentando!
Desenha a mãe, e esta some de frente ao senhor que a
olhava, ela levanta—se e se põem junto a parede, e sente a mão se
soltar e ouve em sua mente;
―Sai com calma, Paula esta lhe esperando no corredor, assim
que estiverem lá fora, embaixada Americana, não vão dar uma de
salvadoras, não tenho um caderno, senão as devolvia a nossa casa!‖
―Se cuida!‖
―Te amo mãe, mas tem de proteger Paula!‖
— Homens, ninguém sai da casa, fechem tudo!
Peter riu e falou;
— Homens sou um covarde e tenho medo das conseqüências,
não deixem elas saírem senão eu estou ferrado, meu deus, o que
faço com este marginal ai!
— Esta achando graça?
— Senhor, a 5 dias não como, daqui a pouco, vou morrer
mesmo, nem tratar meu ombro fizeram, perdi sangue, vida, não me
alimento bem, sabe que eu morrer, é como se tivessem jogado 2
bilhões no lixo, pois só eu leio este escrito!
— Dentro de alguns dias, estará mais maleável!
— Acha que vale as mortes senhor!
— Levem ele!
Os amaldiçoados não conseguiam comer, se comiam,
vomitavam, mesmo água não parava ao estomago, e quando as
pessoas começaram a cair às camas, o senhor resolveu conversar
com o menino na boca de seu buraco;
275
J.J.Gremmelmaier
— Peter Carson, o que é você, um demônio com certeza!
— Demônios não existem senhor!
— Então é um anjo se vingando de nós, mas qual a diferença?
— Anjos não existem senhor!
— O que faço com você?
— Senhor, preso aqui, sou a parte ruim de mim, a parte
imprestável, aquela que pode fazer mal, pois esta apenas se
defendendo, sorte sua, que me pegou fraco, senão estariam todos
em um lugar pior que este!
— Mas por que não definha, os que amaldiçoou estão quase
morrendo, e você, ai como se nada tivesse acontecido, fora a
sujeira!
— Senhor, as vidas deles me alimentam, posso amaldiçoar
quando detido, e ter a força de quem esta em volta, eles morrem,
amaldiçôo outros, e assim vivo, vocês morrem, e como estou preso,
não serei julgado, pois estou apenas mantendo meu corpo limpo,
eles não comem para não contaminar o meu eu!
— Mas o que você é?
— Apenas Peter Carson, um menino de 13 anos, que muitos
chamam de bruxos, mas estou em formação, já não sou um bruxo,
sou um mestre, mas evoluindo!
— E não vai nos dizer como traduzir aquele documento?
— Senhor, de que adianta contar a um burro a formula da
penicilina!
— Não somos burros!
— Mas são primatas, crentes em um deus que não existe,
inspirado em Judeus mentirosos, em cristão alucinados por poder
em Roma, e por a linha que surgiu depois, deus ajudando em
guerras pessoais!
— Não conhece nosso deus, por isto fala isto!
— Não, é que sei que o que tem lá, se você decifrar, o
queimara, pois contradiz seu deus, ou você usaria para conquistas
pessoais, dois usos que não gosto!
— Não teria curiosidade de saber o que esta escrito lá!
— Senhor, sei o que foi escrito antes, no qual foi baseado o
livro!
276
J.J.Gremmelmaier
— Um bruxo, vamos acabar lhe queimando em publico como
exemplo!
— Um bom fim a um bruxo!
— Não tem medo de ser morto?
— Senhor, como disse, tem a chance de fazer o certo, mas
continua no caminho errado!
— Ao que me levaria o caminho certo menino!
— Deus não é como esta em sua religião, mas deus, gosta de
homens de fé, fé é poder, magia, mas seguir o caminho lhe tirara a
fé, e isto é perder força, perder o pouco de deus que lhe
acompanha!
— Esta a dizer que aquele documento me tiraria a fé!
— Testaria aos limites da razão, poucos homens resistem a
isto senhor, não posso dizer que o senhor resistiria!
— Mas teria uma chance de resistir?
— Sim, mas quer arriscar o pouco deus que tem, por algo que
pode nem chegar a decifrar, um trabalho de mais de 100 anos de
trabalho árduo!
— Não entendo então por que os vendeu?
— Para não estar em um buraco como este, mas não adiantou,
para proteger minha mãe e irmã, mas esqueci que tem gente sem
noção do valor da família, e que fala em religião!
— Você não nos deu escolha!
— Na verdade estão com pressa, e resolveram fazer da forma
mais racional possível, e se lixe aquele americano, são todos lixo
mesmo para vocês!
— Sabe que era a saída mais rápida menino!
— Acho que estou perdendo tempo, e isto esta me
preocupando!
— Acha que vai voltar?
— Uma hora você não terá mais homens, ou me solta ou
decide me matar de vez, nem que volte em espírito, eu volto!
— Como salvo meus homens?
— Isto só me soltando, mas não o fará!
— Mas por que eles não conseguem comer!

277
J.J.Gremmelmaier
— Senhor, não como carne animal, não como muitas coisas
que sei que me tiram força, isto é incutido em mim, como padrão de
comportamento, é fazer um judeu comer carne de porco, eles
podem tentar comer, mas vão por tudo para fora!
— E se eles comecem apenas comidas puras?
— Não recomendo!
— Por que?
— 20 seres me dando força, se recobrarem a saúde, não terá
buraco para me segurar!
— Por isto prefere que eles morram?
— Já disse para eles não comerem carne, mas toda vez que
começam a comer bem algo, eles comem carne, ou coisas com
açúcar, e voltam a vomitar tudo!
— Como disse a eles?
— Senhor, esta me tomando pela aparência!
— Certo, mas o que eles poderiam comer?
— Frutas, comidas a base da terra, carne apenas de peixe,
não é frutos do mar, é peixe, mas nada que seja excessivamente
industrializado, como coisas com açúcar!
— Mas tomariam ao que?
— Água, suco de frutas, sem açúcar!
— Um bruxo naturalista!
— Sim! – Peter riu;
— Quer dizer que mesmo que tivessem trazendo este tipo de
comida, não estaria comendo!
— Tem dias que recuso até a água senhor!
O senhor se despediu e o menino sentou—se novamente em
seu buraco, e olhando em volta, acalmou Caterine, Sheila, Paula e
sua mãe, conversou um pouco com Irene, e Robert pediu para o
Delegado cuidar da segurança de Paula e sua mãe, Marlene estava
as voltas de inaugurações, as bases do hotel estavam a ser
construídas, a ausência de Peter estava lhe quase custando o ano,
de um menino sem faltas para ausente mais de 10 dia;
Sheila continuava a se safar das enrascadas da vida, ditadas
por um Peter que não falava mais em sua mente, era diferente, ela
sabia o que fazer, mas podia jurar que as vezes ainda ouvia ele falar,
278
J.J.Gremmelmaier
o namoro com Ronald estava a pegar fogo, Ângela estava feliz de
ter o namorado de volta, e Irene olhava aquele saldo, pulando nas
telas, sem nada poder fazer, e Marlene as vezes via a menina a
olhar para ela como se estivesse a aprontar algo;

A doze dias Peter estava sumido quando o senhor abriu a


porta e falou;
— Podemos conversar?
— Não tenho onde ir mesmo!
— Vamos dar uma volta menino, quero conversar!
Peter sabia que havia algo errado, e olhando em volta, viu um
serie de homens novamente fortes, saiu agachado pelo buraco, e se
esticou na saída, um rapaz lhe pos a algema e se afastou, o menino
nem olhou para o rapaz, seguiu o senhor e viu quando chegou à
sala, Irene sobre o livro, e olhando para ela falou;
— Achou uma ajudante de peso!
— Esta criança disse que poderia nos ajudar, a conhece?
— Tudo bem Irene?
— Tudo, sabe que mais cedo ou mais tarde, poria minhas
mangas de fora!
— Pensei que estaria aqui há dois dias, acalmou mesmo
Irene!
A menina sorriu e o senhor perguntou;
— Acha que esta menina pode ajudar?
— Em parte sim, mas sabe como é, isto é um país islâmico,
não gosto de deixar minhas amigas a disposição de sua crença de
mulheres submissas!
— Não a pretendemos prender se ela puder ajudar!
— E quem disse que conseguiriam prender um espírito
senhor!
O senhor olha para a menina e pergunta;
— O que ele esta falando?
— Deve ter falado com o príncipe Saud, ou não?
— Sim!
— Sou a menina que ele resgatou do vazio, mas tenho mais
de 80 anos senhor!
279
J.J.Gremmelmaier
O senhor não entendeu, e olhou para Peter e perguntou;
— Pensei que poderíamos fazer as pazes, já que vi que 10
dias sem comida não lhe tiraram nem a força básica, não entendo!
Peter olhou para a menina e falou;
— Sabe que não vai muito longe nesta tradução, não
acompanhou a ida no templo, então não viu os símbolos!
— Mas posso tentar, tenho um começo, eles nem isto!
— Não vale o esforço Irene!
O senhor chegou a frente de Peter e falou;
— Por que esta tentando a desacreditar!
Peter olhou para o senhor e perguntou;
— Qual a sua formação senhor!
— Religiosa, apenas formação nas coisas de deus!
— Deve ter alguém o ajudando e falando sobre os símbolos
antigos!
— Sim, um estudante genial da Universidade do Cairo!
— Poderia o chamar!
O senhor estranhou, e o chamou, meia hora estava o moço lá
e Peter falou em Árabe;
— Anote isto para nós!
Peter chegou perto do livro, os dois viram o mesmo abrir em
uma pagina e começar a narrar em uma língua estranha palavras, o
som vinha do livro, e Peter falou;
— Este símbolo! – Apontou um deles – Quer dizer hora, a
subdivisão de suas duas pernas, dá a duração dos minutos e
segundos, então ele esta a meia altura, meio dia, esta a um quinto
da altura dos minutos, 12 minutos, e inteiro nos segundos, toda vez
que tiver este símbolo, é uma determinação de tempo, as vezes
pode ser referente ao dia, uma perna para cima, e duas para baixo,
se estiver sendo referente ao ano, terão duas pernas para cima,
uma representa o ano, outra o dia, se não tiver traços acima, quer
dizer que é medida de tempo, algum preparo, separando em
minutos e segundos!
Peter espera o rapaz terminar de anotar e fala;
— Este símbolo é carne, este cereais, este caça, este amor,
este paz, guerra, este é sim e este é o negativo do sim, veja que a
280
J.J.Gremmelmaier
diferença é apenas um apostrofe sobre o que significa o sim, este é
o significado de galáxia, este de deus, este de homem, este é o que
nos define, este é da água!
O rapaz olha para o menino e pergunta;
— Não entendi, um define homem, o outro nós, como assim?
— Isto não foi escrito por Homo Sapiens rapaz, a aparência
deles não importa, mas eles que construíram as pirâmides, não nós,
é o que esta escrito ai!
— Por que esta nos ajudando?
— Não sei ainda, mas melhor eu ajudar, do que os ver sendo
usados por Irene!
— Mas qual o significado desta frase!
— Tem de ver que a escrita é definida por forma de falar, eles
começavam pela negação, então começa a frase;
―Não penalize a nós, deus dos deuses, imperador da galáxia,
somos fieis as suas regras de alimentação e comportamento, vi o
primata que me indicou, ele nos falou do nosso fim, nos alertou de
um fim cruel, mas o que é um ser cruel, estamos orando para
termos um fim digno, estamos salvando nosso conhecimento, como
nos foi passado, no DNA do primata que mora mais ao fundo, para
o recuperarmos quando retornarmos, estamos acordando as antigas
carcaças, estamos separando nosso povo, alguns devem retornar,
gratos a Deus, por nosso caminho, seremos gratos pelo aviso!‖
— Mas que texto mais confuso!
— Sim, com a tradução será confusa, imagine sem a mesma!
— Mas como sabe todos estes símbolos? – O senhor;
— Já lhe disse, eu li as 10 leis de deus, são escritas nos
mesmos moldes, o Copta evoluiu daquela língua, estes relatos foram
lidos e os reis se acharam deuses, diante do povo inferior, mas nada
mais é que ponto de vista!
O rapaz começa a jogar no computador os valores de cada
símbolo, uma coisa era a modernidade, todos os símbolos
digitalizados e postos em ordem, e o rapaz viu que não fazia sentido
algum!
— Rapaz, o Copta seque a tendência Grega, não a Judaica, é
escrita da esquerda para a direita, não o inverso!
281
J.J.Gremmelmaier
O rapaz olha para o texto e fala;
— Se me der mais 100 palavras o sistema faz o resto!
Peter sorri e fala;
— Esta querendo demais menino, quer perder o emprego
amanha!
O rapaz olhou serio para Peter e pergunta;
— Mas como pode saber um escrito destes!
Irene olhou para Peter e depois para o senhor e falou;
— Posso ver como ficou a pagina 253!
O rapaz digitou a pagina e viu uma frase estranha;
―Orando‖ um símbolo ―primata Deus‖
―Primata Deus,
Salva nosso conhecimento,
Primata Deus,
Salva nosso conhecimento,
Primata Deus
Salva seu DNA,
Primata Deus,
Acorda do‖ um símbolo
Primata Deus, Primata Deus, Primata Deus,
Retornaremos e lhes seremos gratos!‖
―Meia hora de silencio ao Deus Primata‖
Retornamos a casa,
Carne da Carne,
Cereais nos cereais,
Água na Água,
30 minutos, no ―símbolo‖ do Deus Primata

O senhor olhou para a menina e perguntou;


— Pelo jeito sabe o que é isto!
— Sim, a adoração que permitiu Peter Existir, a oração ao
Deus Primata!
— Não entendi!
— Sabe aquele primeiro texto senhor?
— Aquele confuso?
282
J.J.Gremmelmaier
— Sim, narra o dia que Peter entrou no templo de Deus, ele
que os avisou do fim, eles o idolatraram por 9 mil anos, antes do
seu fim, mas ele era o Deus Primata, o deus que os avisou do fim,
só não que fim!
— Como eles morreram?
— Mortos por uma leva de primatas, vindos do sul, com força
e fome, que tinham sido geneticamente modificados, detinham a
chave de evolução impressa em seus DNA, quer dizer, mortos pelo
que criaram em nome de deus!
— Você os matou? – O senhor olhou para o menino;
— Senhor, é fácil julgar, queria deixar de existir, pois se
falasse algo, nós deixaríamos de existir, eles ainda estariam entre
nós, e seriamos os primatas dos Neandertais!
— Foi lá, poderia os ter ajudado, e não fez nada!
— É mais complicado, pense comigo, se fosse a um passado,
visse uma raça mais evoluída que a nossa, mas que os seres
transformaram deus em uma religião, e este deus, lhes disse para
implantar em um Homo Sapiens, em seu DNA, todo conhecimento
da galáxia, acha mesmo, que eles deixariam de por, se um ser tido
como inferior, dissesse que seriam os próprios primatas que os
destruiriam, por fazer aquilo que deus mandou! Seria o senhor
rasgar o Alcorão senhor!
— Mas não foi você que disse para eles implementarem o que
sabiam nos seus DNA?
— Não, o deus deles já havia falado com o profeta, e este
indicou o caminho, mil anos antes de minha aparição, eu era
esperado como o sinal de que aconteceria, mas nada podia fazer
para mudar!
— Mas por que foi lá?
— Senhor, se alguém dissesse para o senhor, quer falar com
deus pessoalmente, falaria não!
— Mas não parece acreditar em deus!
— Erro de todos, acredito em deus, mas não em homens
falando com deus, ou por deus, com anjos, ou demônios, pois deus
é tudo, nossa consciência não é capaz de discernir deus, de o ver,
mas ele esta ai, em todos os lugares, mas não fomos feitos para ver

283
J.J.Gremmelmaier
ou falar com deus, mesmo carregando em nossos DNA, o segredo
de deus!
— Sabe que assim como tem paginas que basicamente temos
de comparar o uso em mais de um lugar da mesma palavra e serão
decifradas, outras nada parece ter mudado!
Peter olha para o rapaz e fala;
— Abre na pagina 78!
O rapaz abriu e ele falou apontando para um símbolo;
— O problema é denominar, este símbolo é o equivalente aos
neutrinos!
— Eles já haviam chegado tão longe?
Peter indicou outra palavra e disse;
— Esta e gravidade, e esta, eles chamavam de Cisne, nós
chamamos de Andrômeda, a galáxia!
— Mas o que tem de relação uma coisa com outra?
— Rapaz, estou dizendo que mesmo eu passando outras 100
palavras para você, terão pelo menos 200 folhas sem tradução, e as
importantes, não as históricas, não as de credos que não os leva a
nada, como um Deus Primata!
— Esta a dizer que tem símbolos que vão definir até qual grau
de física?
— Menino, é física, biologia, química, e a união de tudo, em
uma pauta de leis, é difícil de traduzir, vai ser difícil das pessoas
aceitarem, mas quando o primeiro cientista começar a entender,
muda a forma de encarar tudo, até deus!
O senhor olhou para o menino e falou;
— Deve estar com fome, 10 dias sem comer?
— Quando estiver em casa como senhor!
— Mas ainda precisamos de sua ajuda!
— Senhor, leia o que esta quase traduzido, depois muitos
sistemas vão dar 3 ou quatro possibilidades para completar as
frases, leia, vê se lhe interessa, acho que não, mas se quiser posso
voltar, mas não como antes!
Peter estava com uma caneta na mão e falou;
— Ou vai insistir em me manter preso?
— Sabe que tem uma leva de pessoas lhe procurando!
284
J.J.Gremmelmaier
— Sei disto, só não estão procurando embaixo de seus narizes,
então não vão me achar!
— Quem disse que temos autorização para vocês dois saírem!
— Senhor, será que é pior do que achei?
Peter olha para o senhor que mede o menino e fala;
— Tem muita gente com medo de você, não me autorizaram
lhe libertar!
— Então terei de decifrar tudo, e realmente me mataram no
final!
O senhor olha para o menino e não respondeu, Irene viu que
a ajuda não daria frutos, mas Peter encostou no computador e ele
desligou automático, e o rapaz olhou para ele;
— O que fez?
— Formatação rápida, energia compacta, apenas positiva!
O menino toca no livro e este toma a forma de uma bíblia
judaica e olha para Irene;
— Me empresta este seu caderno!
O senhor tentou se mexer mas o medo o deixou estático, o
computador reinicia e pede CD de sistema, o rapaz olha para o
senhor e diz;
— Tudo perdido!
Peter terminava de desenhar ele e Irene em Comptche, os
dois vêem o menino sumir, o livro adulterado, e os dois se olham e
o rapaz fala;
— Por que temos de bater quando o rapaz esta ajudando!
— Sabe as regras!
— E ele obedece regras, alguém capaz de apagar um sistema
com um toque, capaz de com um caderno sumir daqui, nem idéia de
onde foi, ou transmutar um livro, eu odeio o Tora! – Fala o rapaz
olhando o livro a mesa;

Peter ressurge na casa de sua mãe e olha para ela e fala;


— Que idéia maluca é esta de ir atrás de mim?
— Bem vindo filho, sabe que às vezes é difícil segurar Paula!
— Sei, culpa minha, como estão as coisas na cidade!

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J.J.Gremmelmaier
— Altamente complicadas, o Delegado passa duas vezes por
dia aqui, os homens de varias tendências estão a passear na cidade,
e alguns que querem falar com você, outros preocupados, Eric
passou aqui todos os dias!
— Já veio hoje?
— Não, deve estar por chegar!
— Ótimo, e o resto?
— Estão ajudando Marlene!
— Desculpa, esqueci que é Sábado, vou tomar um banho,
teria uma comida mãe, não como a 12 dias!
— E fala como se estivesse apenas com vontade de um
lanche!
— Sim, descobri uma forma de não me alimentar por anos!
— Você faz em carne, o que fazemos em espírito, muito
estranho! – Irene;
— Tem de me dizer o que faço com esta menina?
— O pai vai a matricular na escola, gosto de ter todos aos
olhos!
— Eu não vou a escola?
— Se não for, as pessoas vão estranhar, sabe disto, quer o
que, alguém a pondo para correr da cidade!
— Minha filha não deixaria?
— Quer arriscar?
Peter sobe e toma um banho, troca de roupa, e desce para
comer algo, comia bem lentamente, as primeiras mordidas de
sólidos pareceram doer ao estomago, ele tomou um copo de suco e
Eric bateu a porta, pediu a mãe para pegar o computador pessoal, e
o senhor falou;
— Onde estava, parece abatido!
— Dez dias num buraco é um pouco estressante!
— Mas esta bem?
— Sim, e sabe como foram as coisas?
— Não entendi, estão me falando absurdos, você havia me
falado em milhões!
— E o que não entendeu?

286
J.J.Gremmelmaier
— Estão falando que você iria me passar o dinheiro, mas não
entendi ainda o montante?
— Vamos ser justos, o senhor que achou, então vou transferir
o valor integral da venda para o senhor, mas não disse que iria
mudar para a cidade grande?
— Falei, mas a calma vale muito mais que apenas um ou
outro conforto da cidade!
Peter faz a transferência e fala;
— Bem vindo ao mundo dos ricos, Eric!
— Mas qual o valor, estou me achando perdido!
— Sua parte é 2 bilhões de dólares!
Eric deixa o corpo soltar na cadeira e Mari lhe serve um copo
de suco e fala;
— Você vendeu a 2 bi, você sempre me surpreendendo, mas
que imposto vou ter de pagar nisto?
— Uma fortuna, então melhor não sair esbanjando, mais de
500 milhões de imposto, Eric!
— Quer dizer que vou pagar de imposto, 20 vezes mais do
que pensei que receberia?
— Não fiz este calculo, mas deve ser algo por ai!
O homem estava solto, sorriso de orelha a orelha, sem saber
mais nem o que fazer, uma coisa é você dizer para alguém, você é
milionário, outra é bilionário, o senhor ficou ali estático, não sabia o
que fazer, Peter transferiu para uma poupança conjunta de Sheila e
Robert os outros 1,5 bi, passou 1,5 bi para a mãe, 1,5 para o pai,
olhou em volta e pensou no que iria fazer, tem coisa que não
adiantava falar e olhando para Eric voltar a vida, e sorrir um pouco
mais fala;
— Ainda bem que já estava sentado Eric!
— Imagina que lhe venderia por 20 dólares, já tinha gente
dizendo que deveria ter fugido com os meus milhões, e vem, me faz
a transferência como se fosse trocado!
— Eric, você merece, agora vê se não torra tudo!
— Se tentou ser engraçado, não funcionou, estava a tentar
pensar em quanto gasto por ano, perto de 60 mil dólares ano, não
é muito, mas levaria quantos anos para gastar isto, a este ritmo!
287
J.J.Gremmelmaier
— Pense mais redondo, se gastar um milhão por ano, dá mil e
quinhentos anos, já descontado o imposto!
Eric ainda estava estático e Peter falou;
— Esta bem ou quer uma ambulância para casa?
— Estou bem, apenas pensando no que farei, o que falarei,
como me portarei, quanto posso gastar, coisas que eram sonho até
agora pouco!
Peter pediu para a Mãe cuidar um pouco do senhor e saiu a
rua, foi direto a loja de Marlene, ainda estava aberta, e viu a Moça a
olhar os clientes, tinha um ônibus de excursão a porta, as 3
vendedoras estavam a correr para todos os lados, o aparecimento
de Peter na cidade, fez os excluídos aparecerem lá, logo após ele,
Caterine o chamou e falou;
— Não se faz isto?
— Desculpa, mas não queria lhe ver morrer!
— E por que morreria?
— Caterine, eu fui baleado, jogado em um buraco, não recebi
nenhuma comida por 12 dias, e acha que baleada agüentaria, não
são racionais, são animais que se dizem racionais!
— Mas fiquei preocupada, não gosto ainda daquela criança
morando com você!
— Não esta morando comigo, mas vem aqui! – Peter a beija.
– Tem de confiar um pouco!
Ela o abraçou e Robert chega logo em seguida, olha ele e fala
que transferiu para aquela poupança que a mãe deles havia aberto
os recursos, e viu seu pai entrar pela porta e olha ele, e perguntar;
— Só pode ter sido você!
— Você que vai pagar a obra do hotel, não eu!
— Mas .. – olhou em volta, a loja cheia e não quis atrapalhar
o momento, mas subiu e falou com Marlene que olhou o menino lá
em baixo, agradeceu e falou;
— Pensei que iria perder a inauguração da loja!
— Sabe como é, as vezes mesmo eu me bato para fugir!
Chegaram os amigos e Paul falou;
— Sabe que estamos em uma enrascada, Peter!
— Enrascada?
288
J.J.Gremmelmaier
— Sim, aquela sua amiga, a irmã de Robert, montou os anti
excluídos e esta nos pressionando, nos isolando, se bandeou para o
outro lado!
— E alguma vez tivemos problemas de ser excluídos?
— As vezes eu tinha, mas com você por perto, era diferente!
— Calma amigo, voltei, mas as coisas vão piorar, é só
esperar!
Robert entendeu, sem dinheiro a sua irmã era terrível, com
ele, seria muito terrível;
— Sabe o que acho Peter, mas não tenho como provar!
— Sei, mas calma, se tem uma coisa que sei fazer é distorcer
as coisas!
— Vamos fazer o que hoje? – Call;
— Vamos nos reunir na praça!
— Que praça? – Robert;
Peter olhou para Marlene e perguntou;
— Não falou para eles da praça?
— Não, achei que iria fazer uma festa para a entregar a
cidade!
— Marlene, a praça continua minha!
Ela sorriu e Marlene verificou como as coisas estavam e
andaram duas quadras, o rapaz da obra olhou Peter e falou;
— Senhor, quando inauguramos?
— Me ajude a tirar o tapume! – O rapaz fez sinal para os
demais e começaram a tirar o tapume, no centro do que fora a
fabrica de compensados, fechada a 20 anos, um prédio que parecia
três livros de pé, encostados um no outro, em cada uma das 4
esquinas, grandes estatuas dos patriarcas da cidade, e sobre os
livros, um menino olhando para a rua, sentado sobre os livros, ele
acendeu as luzes e se fez a praça, e Peter falou;
— Minha doação a cidade, uma biblioteca municipal!
— Pensei que iria construir algo maior aqui?
— Não, a cidade é pequena mesmo, mas sem uma biblioteca,
ficamos somente nas coisas que tem na Internet!
— E embeleza toda esta parte da cidade, dispõem o hotel de
frente a rodovia, e de costas a praça, nos abre os 3 imóveis, como a
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J.J.Gremmelmaier
lanchonete, a loja de lembranças e a casa assombrada, todos de
frente a praça! – Marlene;
Todos olharam para Peter, e viram o prefeito vindo a Peter e
falando;
— Pensei que teríamos uma solenidade para inauguração?
— Também, mas ficou bonita, não ficou!
— Sim, os comerciantes estavam com medo que abrisse outro
mercado aqui!
— Sabe que não os quero mal, e como esta a prefeitura?
— Sabe que tivemos pedidos de abertura de concessão de
outros hotéis e pousadas, duas fabricas de velas, a prefeitura esta
em polvorosa, estávamos muito mal acostumados!
— Já acalma prefeito, e tudo volta ao normal!
Peter abraça Caterine e vê chegando ao local, em seus carros,
Ronald e seus amigos, e Robert sorriu, pois Ronald iria tirar sarro,
veio direto, mas quando viu a praça, a estatua do menino, olhou ao
lado de Caterine e viu Peter, e se calou, Sheila chegou perto e falou;
— O sumido apareceu, e meu dinheiro?
— Se no lugar de ficar namorando, tivesse olhado o estrato,
não estaria me perturbando! – Peter;
— Mas depositou o integral?
— Obvio que não, somente a sua parte e de Robert!
— Pensei que havia os abandonado!
— Soube que a patricinha de Los Angeles, tomou forma de
vez!
— Sabe que não gosto deles, quer o que!
— Respeito, outra coisa, não sei se notou, mas as coisas não
estão redondas!
— Reparei, me disse que tinha desenhado minha proteção,
por mais um ano!
— E tinha, mas esqueci de dizer isto para os demais, e
explodiram minha casa, com tudo que havia desenhado, as historias
se perderam!
— Então estou livre de você! – Sheila;
Call chegava perto e falou;
— Pronto, com alguns dias de atraso!
290
J.J.Gremmelmaier
Peter olha para o amigo e começa o show pirotécnico de
inauguração da praça, abraça sua namorada e a cidade vem ao local,
conhecer o novo espaço da cidade, Ronald não gostava disto, o
menino estava a conseguir muita influencia, mas Sheila estava com
ele, e isto que importava;
Caterine olhava para Sheila que não tirava os olhos de Peter,
algo que sabia que ainda teria problemas, alguém que o tirou da
inércia, capaz de fazer coisas malucas diante dele, insegurança, era
o que passava na cabeça da moça;
Paula chega ao lado de Peter e Caterine e sorri, a menina era
mais apegada ao irmão do que qualquer criança que conhecera,
segura sua mão e fica ali, a olhar a queima de fogos, as pessoas
viam a cidade mudar, e os recursos ainda estavam nas contas, nem
começara a mudar a cidade;

Na manha de domingo, Peter dormiu um pouco, a muito não


dormia direito, comeu com calma, estava ainda a recompor suas
energias, ainda tinha parte de um recurso que sabia não trazer bons
fluidos a sua magia, ele estava sentado a cama quando Paula entrou
pela porta e falou;
— Peter, preciso falar algo!
— Fala irmã?
— Não sei como lhe falar!
— Fale, prometo tentar ver a melhor forma de interpretar!
— Eu estou estranhando a mim, tenho sentido ciúmes de você,
antes não sentia nada, mas também não tinha namorada, sinto
como se as energias da cidade estivessem deslocadas!
— Elas estão irmã, o ciúmes, sempre fui seu apenas, normal
que dividir gere algo assim, mas cuidado, sabe que existe o
provocado, aquele que não é natural, é magia mesmo, influencia no
consciente, geralmente na sensação de posse!
— Vou observar, mas você sempre cuida de mim, mesmo
quando com a Cati!
— Estou tentando não fazer ninguém triste, mas às vezes
alguém se desenrola, se solta de forma inconveniente, só peço que
não se arrisque como indo ao campo inimigo!

291
J.J.Gremmelmaier
— Aquilo não foi legal, sei disto!
Peter sorriu e abraçou a irmã e falou;
— Amor às vezes nos faz fazer coisas impensadas, perigosas,
mas de uma força incrível irmã!
A menina o apertou em um abraço, e depois saiu pela porta
com um olhar de criança travessa;

Sheila vê os recursos na conta e olha para o irmão;


— Pensei que ele não repassaria!
— Acho que esta falando de outra pessoa, Sheila!
— Um defensor dos excluídos!
— O que aconteceu, o que mudou Sheila, pois esta estranha!
— Resolvi ser eu, e não uma pessoa diferente, ser superior
por mim, e não por Peter!
— Nunca deixou de ser você antes, mas parece querer ser o
que não é, mas cada um sabe o que quer da magia!
— Acho que não entende irmão, agora posso fazer tudo que
antes achava inconveniente, a cidade vai voltar a me respeitar, e se
duvidar, até ajudo o pai!
— Não se preocupe com ele, já estou ajudando, pode torrar a
sua parte!
— Não te entendo Robert, você era como Ronald, melhores
amigos, popular, mais bonito que ele e de repente se envolve com
aquela Ângela e muda tudo, você não nasceu para ser um excluído!
— Sheila, quando você parar de querer estar nos Excluídos,
sei que ficaremos melhor!
— Eu não quero estar nos Excluídos!
— Desculpa, devo ter entendido errado, outra coisa, segura o
pessoal, Peter não é mais de não reagir, antes a proteção dele, era
vocês o ignorarem, mas como não conseguem mais, melhor não
provocar!
— Ele esta diferente!
— Você também!

Marlene acorda ao lado de Carson e este fala;


— Acha que quer ficar neste buraco?
292
J.J.Gremmelmaier
— Um ótimo buraco para mim, Carson!
— Peter nos passou uma fortuna ontem, podemos comprar
uma casa, um lugar melhor para viver!
Marlene sentou-se a cama e falou;
— Carson, temos de conversar!
— Fala minha princesa!
— Peter lhe passou isto, passou a sua ex também, mas sinto
como se ele precisasse de ajuda, ele nos dá destaque, mas o que
estamos fazendo por ele!
— Ele não precisa de tanto assim!
— Não estou falando do dinheiro, estou falando que tem um
filho, que parece precisar de orientação e não de um pai ausente!
— Sempre fui ausente, e ele se criou bem, não entende, ele é
mais forte que eu!
— Carson, ele é uma criança, não se comporte como uma
você também!
— Mas sempre pensei em sair desta cidade, ele lhe fixa e
depois me dá asas!
— Não quero lhe prender Carson, se acha que estou
atrapalhando!
O senhor senta-se na cama e fala;
— Não quero lhe deixar, mas queria conhecer o mundo, ver o
que nunca vi, experimentar o que nunca experimentei!
— Sabe que não vou, se esta me tentando induzir a deixar a
cidade!
— Mas o que mudou?
— As pessoas começam a me respeitar, não aceitar, elas
estão até comprando coisas em minha loja, este sempre foi o maior
desafio, se conseguiríamos vender coisas para a cidade, ontem foi
incrível, primeiro dia de um sonho, mas tem gente que dinheiro
compra, tem os que compram com o dinheiro, e quem o gera, seu
filho me ensinou duas coisas apenas, nestes poucos dias, que
respeito se conquista, e magia esta em gerar coisas, não em as
comprar sem esforço!
— Digo que ele me toma as pessoas que amo!

293
J.J.Gremmelmaier
— Carson, seu filho não tira nada de você, mas tem de lutar
pelo que ama, não se deixar comprar!
— Mas então por que ele me passou o dinheiro!
— Ele lhe incluiu nos planos dele, estava até a dois dias,
reclamando que ele não estava o mantendo na vida dele, que
estava a parte, agora ele lhe põem os recursos do hotel e dois
empreendimentos, que disse que você tocaria, e você pensa em
viajar o mundo, em viver a vida!
Carson não falou mais nada, parecia que a moça não o
entendia;

Robert passa na casa de Peter, os dois saem no sentido da


praça, estavam a passar na lateral da praça, quando Ronald e os
seus amigos, barraram os dois a rua, Robert tinha tamanho, mas
Peter, os eternos ossos ambulantes;
— Os dois amiguinhos, não querem andar de mão dadas? –
Ronald;
— O que quer? – Robert;
— Dizer para este ai, que perdeu, Sheila é minha!
— Melhor tratar bem ela, ou lhe capo! – Robert;
— Cunhadinho, eu vou cuidar bem dela, mas este ai, perdeu!
Peter estava quieto, sabia que estava ainda frágil, tendendo a
parte mais escura da magia, não queria discutir algo que ele mesmo
forçou acontecer;
— Não vai falar nada!
— Ronald, não entendo o que quer, pois isto foi decidido a
muito tempo, você com ela e eu longe, o que precisa!
— De você nada, mas quero que todos saibam que lhe venci!
— Não provoca! – Robert;
— O que ele vai fazer, me transformar num sapo? – Riu junto
com os demais;
Peter ficou em silencio, e Robert falou;
— Se já demonstrou sua vitória diante dos seus amigos,
podemos ir!

294
J.J.Gremmelmaier
Ronald abriu o caminho, para eles passarem, pararam diante
da construção das fundações do hotel, e Peter sentou-se a um
banco, ainda a praça;
— As vezes é difícil não fazer nada!
Robert sorriu e viram os demais chegarem perto, Call e Paul,
a manha de domingo na cidade, geralmente era para reuniões
familiares, pois o que se teria para fazer, a praça era a novidade,
então estavam a olhar a cidade acordar tarde e vir ver a novidade,
os excluídos estavam a esperar as namoradas, se tinha uma coisa
que estava a perturbar o grupo de Ronald, era o fato dos 4
excluídos terem namorada, embora o rapaz falasse a todos que
venceu Peter, todos sabiam que era uma questão de Peter ficar
quieto, pois se ele falasse, tudo mudaria;
Sheila chega a praça, beija Ronald e olha para os Excluídos e
fala;
— Vamos fazer o que, pessoal?
— As meninas não chegaram ainda! – Carlos;
Sheila estava a olhar os olhos de Carlos e viu ele acompanhar
o caminhar de sua irmã, ao lado do pai de Carson, e pensou em
quanto uma cidade daquelas era interligada, as moças da torcida
foram chegando, e saíram em direção a lanchonete, mas Ronald
não estava feliz, teria de aprontar naquele dia;

Peter e o pessoal não tinham o que fazer, daí Call falou;


— Tenho um amigo que vai se apresentar em uma lanchonete
em Navarro!
— O que acham? – Pergunta Robert;
A ausência de opinião, era um sim num domingo, Karine
trouxe a caminhonete e todos viram os Excluídos saírem;
Era uma lanchonete fechada, tema de vampiros, venda de
varias coisas do gênero, pagaram a entrada e sentaram-se numa
mesa aos fundos, tinham a visão geral do local, Peter não gostava
muito de lugares como aquele, embora as placas de proibido fumar,
tudo cheirava a cigarro, álcool e muita coisa que ele não comia, mas
um lugar com uma magia, mesmo assim, Peter estava a olhar em

295
J.J.Gremmelmaier
volta quando uma moça, com uma roupa justa, toda negra, cabelo
preso, perguntou;
— O que vão querer?
Muitos refrigerantes e dois sucos de laranja, para comer,
batata frita, Peter não era magro a toa, ele mal comia, mas não
estragaria a alegria de Call, apresentar um lugar que ele conhecera;
— Tem algo errado? – Caterine;
— Não, cheira a confusão o local, mas tudo bem!
Caterine viu que haviam muitos seres vestidos inteiramente
de preto, muita bebida alcoólica as mesas, o palco a frente das
mesas, pareciam guitarras e uma bateria, grandes caixas de som,
ligadas a potentes amplificadores, Call estava a tentar impressionar
a namorada, e a menina parecia ouvir cada palavra que falava,
paixão, Ângela e Robert era mais amor, mais equilíbrio de forças,
Karine impunha-se sobre Paul, difícil de saber, pareciam nascidos
um para o outro, o local foi enchendo, muitas pessoas com caras de
poucos amigos, uma carga pesada de sentimentos contraditórios,
como desejo e proibições, o show começou, Punk-Rock, falando de
sexo, estupro, violência, morte e amores impossíveis, o som era
bom, ignorando as letras, o guitarrista e o baterista faziam as
pessoas se mexerem, já o vocalista, gritava e mesmo assim era
inaudível o que ele falava;
O pessoal estava a se divertir, mais refrigerante, mais suco de
laranja, estavam em meio a uma festa Punk, aquela forma de um
jogar o corpo sobre o outro como dança, quem olhasse distraído,
diria que estão brigando, mas certa hora, alguém não gostou e virou
uma briga a frente do palco, mais de 20 metros da mesa, Robert viu
que sua irmã estava na confusão e olhou para Peter, que apenas
indicou os brutamontes da segurança, na briga uma outra moça
havia a acertado o lábio esquerda, e sangrava, os olhos de Peter
percorreram as feições das pessoas e falou;
— Merda!
— O que ouve? – Call;
— Cuida das meninas, Robert, me ajuda!
— Vai lá ajudar ela? — Caterine;
Peter olha para ela, e chega perto e fala;

296
J.J.Gremmelmaier
— Olha para os dois senhores por trás da briga! Olha nos
olhos deles!
Caterine olhou, eles passavam a língua lentamente a boca,
olhos brilhosos, fixados no sangue, e ela falou;
— Vampiros, mas é dia lá fora!
— Depois explico o que é mito, mas tenho de ajudar!
Peter faz um sinal para o Robert ir a frente, ele nunca abriria
o caminho sem magia, não queria chamar a atenção, Ronald estava
seguro por dois seguranças, os amigos sumiram, as meninas da
torcida pareciam se deliciar com o fato de Sheila ter sido abalroada,
Peter chega até ela que lhe olha e fala;
— Sai daqui, não preciso de ajuda!
Peter não falou nada, olhou para os dois vampiros e um dos
seguranças seguiu seu olhar e olhou aqueles olhos estranhos, que
quando percebidos, tenta vir a forma normal, mas Peter viu a moça
que havia agredido Sheila, falar;
— A briga é entre eu e ela, não se mete!
— Precisa de ajuda moça!
— Não preciso de nada de você, eu vou quebrar esta ai,
inteira!
— Não duvido e depois?
— Não quero discutir com um pirralho!
―Moça, sou um pirralho chato, não me force a ter de intervir,
em seus amigos dou um jeito!‖
— Não tenho amigos, eles são...— a moça não conseguiu
falar;
―Tomadores de sangue!‖
— Você é um deles?
―Não, meu nome é Peter Carson, não sei se ouviu falar!‖
A moça para diante dele;
Sheila sabia que Peter estava a acalmar a moça, mas o toque
de Peter fez o lábio desinchar e cicatrizar rapidamente, Sheila
sentindo-se melhor falou;
— Não se mete Peter, eu posso com ela!
―Não se faz do que não é Sheila, você não pode com uma
tomadora de sangue, baixa a bola!‖
297
J.J.Gremmelmaier
Peter voltou a moça e esta falou;
— Mas vai fazer o que, me amaldiçoar, Peter Carson!
Os dois Tomadores de Sangue recuam, e a moça vê que
estaria sozinha, mas são seguros por dois imensos seguranças;
— Moça, posso ajudar, mas tem de querer!
Robert ajuda a irmã a levantar-se e a tira da vista, o
segurança chega perto do menino e fala;
— Deixa que cuidamos disto, menino!
— Preciso falar com ela e os dois!
— Não manda aqui!
Peter toca no segurança e fala;
— Eu não mando em ninguém, mas preciso falar com ela!
O segurança fez um sinal para uma porta dos fundos, e
saíram por lá, a moça, os dois rapazes e Peter, o segurança vindo
atrás, e falando;
— Não gosto de bruxos em minha casa!
— E gosta de Sanguessugas! – Fala Peter;
O segurança olha para os três, pálidos, e fala;
— Mas não existe vampiros!
— Não são vampiros, são seres que tem sua força, tirada do
sangue dos demais, posso estar errado, mas você não poderia com
a moça ai!
— Mas por que se deixaram então dominar!
Peter não respondeu, olhou para a moça e perguntou;
— Como é seu nome moça?
— Pode me chamar de Pity!
— Se meteu hoje com a menina errada!
— Percebi, deveria ter escolhido outra, mas uma patricinha
em nosso meio, não resisti!
Peter olha os outros dois e fala;
— E vocês dois, não os quero nas imediações de minha cidade,
já disse isto antes!
— Peter Carson, pensei que estava detido, onde estava, Irã,
Iraque, onde?
— Arábia Saudita, mas sempre de olho em vocês!

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— Não queríamos importunar, mas quando falaram que a
magia estava alta nesta região, não resistimos, sabe que sangue de
áreas assim, tem gosto muito melhor!
— Estão brincando com fogo, o sangue daquela menina
mataria Pity!
— Por que? – Pity;
— Ela é neta de Irene, a curandeira, sangue forte dos Navajo,
iria queimar por dentro!
— Não acredito nisto!
— Tanto não acreditam que passam longe de certas regiões
do país, mas não os quero ver por aqui de novo!
— Esta se achando, Peter Carson, ainda não acabou!
— Quer me enfrentar quando Yuri?
— Ainda terei minha chance!
— Se não pode comigo com 9 anos, acha que os anos vão lhe
facilitar em que?
— Mas agora não estou sozinho!
Peter desfaz o feitiço que os mantinham estático, e o
segurança vê o rapaz o arremessar contra a parede, e avançar como
uma sombra sobre Peter, que prestava a atenção nos demais, um
ser de um metro e noventa, forte, branco como leite, a moça tenta
se mexer mas Peter a pôs em uma pequena bolha, o senhor bem
mais alto que Peter avança, e ele segura a mão do senhor, torce e o
joga contra uma parede, Peter faz um gesto rápido com a mão, e vê
o segundo ser libertado, um segundo segurança, jogado contra a
parede, ele ao centro da peça, espera cada um avançar, as portas
se trancam e os dois avançam em sintonia, e Peter segura os dois
pela garganta e Yuri fala, socando para soltar-se;
— Acha que vamos perder?
Peter deixa o corpo maior, estica, cresce, e olha para o senhor
a frente e fala;
— Não pretendo vencer, isto seria os derrotar, não me traria
boas coisas destruir vocês, mas tem de saber que não é um lugar
para vocês, digamos que vou me repetir, não gosto disto! – Peter
apertava os pescoços dos dois, como havia crescido em tamanho,

299
J.J.Gremmelmaier
estes estavam pendendo ao ar. – O vale do rio Navarro, é minha
região, será que terei de vigiar mais a fundo!
Peter joga os dois contra a parede, e volta ao seu tamanho, e
fala ao segurança
— Se quiserem por eles para fora, preciso falar com a moça! –
Peter vê os dois se levantarem rapidamente, olharem para ele e
saírem empurrando os seguranças a porta;
Peter era observado pelo segurança, enquanto abaixava-se
para a moça e pergunta;
— Quer continuar nesta vida?
— Não tenho saída, é um caminho sem volta!
— Lhe enganaram direito, mas teria de ter coragem para
querer voltar!
— Yuri disse que não teria volta, seriamos caçadores o resto
de nossas vidas!
— Yuri já esta velho e não cansa de mentir, mas seus dias
estão chegando ao fim, mas não serei eu que o destruirei!
— Mas teria saída?
— É dolorida a saída moça, mas teria!
— Mas o que teria de fazer?
— Voltar a comer, mas apenas coisas puras, isto quer dizer,
frutas, cereais, água e sucos, e se abster de qualquer carne, por um
ano, depois disto, optar pelo outro caminho!
— Mas o que teria isto de dolorido?
— Se livrar de um vicio sempre é dolorido, as primeiras frutas
vão lhe queimar por dentro, como acido, mas depois do terceiro dia,
começa a melhorar, sucos de preferência ricos em ferro, mas pode
ser qualquer suco, mas de forma alguma, comer qualquer produto
que tenha origem animal, esquece queijo, leite, qualquer coisa, não
esquece que até a gelatina vem do animal, por 365 dias, mas tem
de escolher, não tenho como monitorar isto, mas toda vez que
quebrar a dieta, teria de começar a contar de novo!
— Mas eles não vão me deixar para traz!
— Estão a mais de 50 km daqui, e estão se afastando
rapidamente, acho que vão por outra em seu lugar!
— Mas se eles voltarem!
300
J.J.Gremmelmaier
— Moça, a escolha é sua, se estiver a fazer o que falei, nem
seu sangue serve a eles, se o sangue de Sheila tem magia, que a
mataria, esta em uma curva da magia que não sei exatamente o
que faria com ela, podendo a por como a líder de um grande grupo
de Sanguessuga, um a matar por tentar isto!
A moça pediu licença e se retirou e o segurança chegou a ele
e falou;
— Quem e você menino!
— Ninguém, mas tem de ficar atento, brigas assim podem ser
mortais!
Peter olha para os dois seguranças, que foram atirados contra
a parede, os vendo bem, retorna a lanchonete e senta-se ao fundo,
abraçando sua namorada, os demais nem viram o acontecido, mas o
segurança olhava para Peter com aqueles garotos, a banda tocava a
toda, e Call e a namorada foram ao pequeno salão dançar, Paul
acompanhou, e Robert tentou induzir Peter a ir, mas ficou ali a
beijar sua namorada;
Caterine olhou para ele e perguntou;
— Você me induziu a achar que eram vampiros!
— Não os das lendas, e sim, uma maldição de só conseguirem
se alimentar de sangue, enquanto o fazem, tem agilidade,
juventude, mas não conseguem comer nada que não seja sangue,
lhes queima por dentro, tem de ser muito valente para sair de uma
maldição destas!
— Fala como se fossem amaldiçoados, mas a quanto tempo
sabe disto!
— Um deles era Yuri, um senhor de mais de 600 anos,
conheci ele a 4 anos, numa festa de fim de ano, na cidade, lhe disse
que não era terra para ele, esteve fora 4 anos, mas veio atraído
pela magia crescente, quando se atrai, vem tudo, não só a parte
boa, vem tudo!
— Mas foi lá proteger sua amiga, não gosto disto!
— Contra estes, iria lá até proteger Ronald, não é questão de
quem, e sim de manter as coisas nos caminhos certos!
— Sabe o que esta se passando no salão?
— Não, o que esta acontecendo? – Fala Peter a beijando;
301
J.J.Gremmelmaier
— O pessoal de Ronald esta a cercar os Excluídos, vai dar
merda!
— Difícil, mas todo excluído sabe o sabor de uma boa surra!
— Esta brincando, não?
— Lógico que estou brincando!
Peter vê o segurança chegar perto de Ronald e falar;
— Rapaz, vai provocar mais confusão!
— Estamos só nos divertindo!
— Rapaz, os amigos de Peter são convidados da casa, melhor
não perturbar!
Ronald olha para Peter, mas este estava de costas e Caterine
fala;
— O segurança esta a falar algo para o Ronald!
— Deve estar dizendo para manter a calma, não fazer
bagunça!
Ronald olha para Sheila ao seu lado, e se afastam para o
outro lado, e ela fala;
— Ele não tinha que se meter em minha briga! – Sheila;
— Parecia conhecer os marginais!
Sheila tentava olhar para Peter sem chamar a atenção, mas
não estava sendo eficiente;
— Por que esta olhando para ele?
— Quem?
Ronald odiava isto, toda vez que o menino aparecia, Sheila
mudava, era ele tocar nela e ela mudava, ele viu ele a curar, um
toque, como iria enfrentar isto, qual o caminho que seguiria, não
deixaria barato cada segundo que Sheila esquecia de olhar para ele;
Os demais vieram a mesa, e o vocalista chamou um amigo
para cantar, e Call foi ao microfone, estranho ver alguém dos
excluídos cantando com a banda, Peter sorriu, era bem melhor que
os vocalista original, parecia que ele sabia cada letra, e o barulho
tomou o local novamente, os demais foram dançar e uma senhora
senta-se a mesa, olha para a moça, e depois para Peter e fala;
— Deve ser quem esta fazendo esta disfunção forte de magia!
— Com que falo?
— Meu nome é Margarida Sout, dona do local!
302
J.J.Gremmelmaier
— Peter Carson!
— O menino Bruxo, dizem que esta a transformar a região em
um pólo de exploração do sobrenatural, sabe que isto lhe tira força!
— Sei, mas não estou explorando o sobrenatural, estou os
preparado para o sobrenatural!
— Eles não podem saber menino, seria uma disfunção muito
grande de poder!
— Senhora, desculpa se pareço muito, mas quero eles me
aceitando como sou, não estou preocupado com os demais, por
sinal, eles nunca se preocuparam comigo!
— Muitos pediram sua morte quando nasceu, sabe disto?
— Sei, tenho uma cicatriz na altura do coração, uma as costas,
uma na altura do fígado, três tentativas no primeiro ano de vida, a
primeira me perfurou o coração, a segunda, o pulmão esquerdo, e o
terceiro o fígado, procuro as respostas que não tem!
— Que resposta?
— Como sobrevivi!
— Se alguém soubesse não estavam sempre tentando, a
muito não via Yuri por aqui!
— Esta é a segunda vez que o vejo, a primeira aos meus 9
anos!
— Verdade, antes ele vinha mais freqüentemente, ele passava
por aqui indo e vindo, sempre com sumiços estranhos, mas não
gosto de mexer com ele!
— Estava cobrando o pacto de 4 anos atrás, as terras do vale
do Navarro não são para ele!
— Então foi você desde o começo, vai dizer que os falsos
bruxos também foi você!
— Não, mas onde se tem muita magia, os farsantes evitam!
— Mas vim dizer que não gosto de demonstração de poder
em publico!
— Desculpa, poucos notaram!
— Meus seguranças notaram, já é demais!
A senhora levantou-se e foi a sua cabine sobre todos, o
segurança viu que a senhora saia da mesa, Peter olhava para
Caterine e falou;
303
J.J.Gremmelmaier
— Estou começando a ficar cansado, melhor irmos!
— Sabe que não vão querer voltar!
Peter fala na mente de Robert;
―Estou indo, ainda não estou de todo forte!‖
Peter pegou um pequeno caderno e desenho o portão da casa
de Caterine, e os dois surgiram lá, a senhora quando olhou para a
mesa, antes de se prender aos números, o menino já não estava lá,
o segurança viu ele sumir, com a menina, poucos repararam, mas
Sheila também viu, e Ronald olha para onde ela olhava e pergunta;
— Sentindo-se sozinha?

Peter se despediu de Caterine e foi para casa, estava


cansado;
Sua mãe vê o menino chega e antes dos problemas, um
lanche para o menino que comeu calmamente, estava a recompor
as forças, a atrair as coisas boas e ruins, e houve sua mãe falar;
— Tem uma moça que pelo que a cidade fala, veio
perguntado a todos, onde ficava a casa de Peter Carson, querendo
falar com você!
— Mãe, será que agüento este peso?
— Não sei, sempre resistiu muito, ainda lembro de você uma
criança, um bebê, nunca entendi como você sobreviveu, todo o
lunático da cidade acabava atraído a você, agora você cresceu,
quando estava tudo calmo, tudo desandou de vez, mas quem é a
moça?
— Uma Sanguessuga!
— Outra coisa, por que não ouvi durante a tarde, me
bloqueou?
— Não, estávamos em uma casa em Navarro, uma lanchonete,
uma bruxa é dona! Mas a preocupação é com a sanguessuga.
— Então é melhor não deixar ela muito tempo com Paula!
Peter estava calmo, e subiu as escadas e entrou no quarto da
irmã, que veio a ele e falou;
— Peter, esta e a moça que o quer conhecer!
— Tudo bem Pity?

304
J.J.Gremmelmaier
— Tudo, deixa entrarem em sua casa, com tamanha
facilidade!
Peter olha para a irmã e pergunta;
— A moça é de confiança?
— Sim, tem uma boa aura!
— Sabe o que ela é, irmã?
— Uma Sanguessuga, mas pensei que eles não tivessem
auras boas!
Peter olha para a moça e fala;
— Se acha que ela é fraca, não a conhece, eu enfrentei Yuri
aos meus 9, Paula o enfrentaria com 5!
A moça olha para a menina e fala;
— Mas o que faria, se a atacasse?
— Pity, quer tentar? – Paula;
— Considerando uma brincadeira de pega!
Peter sentou-se a cama e viu Pity se deslocar rapidamente, e
quando pensou em tocar em Paula, esta apenas materializasse na
outra extremidade do quarto, foi uma perseguição de mais de 12
minutos, e Paula no fim falou;
— Quer ver como sou boa no outro extremo da caça?
Pity fez que sim, a menina olhou para ela e menos de 15
segundos a menina estava a segurar a mão de Pity com força;
— E daí, vamos conversar ou vão continuar brincando! –
Peter;
Pity olhou para o menino e falou;
— Tem certeza do que falou?
— Eu tenho, mas tem certeza que quer, por um tempo não
terá forças para muita coisa, e estará abrindo mão desta rapidez!
— Sei disto, mas posso voltar a tentar ter amigos, amigas,
família, pois do lado de cá, não posso nem deixar meus herdeiros!
— Peso da maldição!
— Me ajudaria?
Peter olha para Paula e fala;
— Pede um suco de maça para a mãe?
— Esta com sede?

305
J.J.Gremmelmaier
— Não, vai aprender como reverter uma Sanguessuga!
A menina sai pela porta e a moça fala;
— O que você é, bruxos não ajudam Sanguessugas?
— Um Mestre, não mais um bruxo!
— Mas não é muito novo para ser um Mestre?
— Estou a tentar ser um Mago, mas ainda estou nas
provações!
Paula chega com uma jarra e 3 copos, e Peter fala para a
irmã;
— Pede gelo para a mãe, e uma atadura, ela sempre tem uma,
não sei por que, mas sempre tem!
Paula desceu e a moça perguntou;
— O que vai fazer?
— Vamos fazer uma compressa de gelo na altura do
estomago, reduzir a temperatura externa, vai doer moça!
Paula traz um pote de gelo, e as compressas, Peter põem em
um saco de plástico o gelo, a moça levanta a blusa, e ele amarra a
compressa na altura do estomago, pondo um saco de gelo
pressionado tanto a frente do corpo, como as costas, ele olha para a
moça e fala;
— Sei que vai doer, os 3 primeiros dias são insuportáveis, e
uma vez tomado, não tem volta, a dor vai vir, não terei o que fazer!
— Eu sou forte!
Peter enche o copo e fala;
— Toma de uma vez, pois independe da quantia, a dor vai ser
a mesma!
A moça pega o copo, estava decidida a fazer, olhou para
Peter e tomou de uma vez, um segundo depois ela estava a se
contorcer ao chão de dor, se via o derreter do gelo na altura do
estomago, e Mari chega a porta, vendo a moça ao chão, e fala;
— Os vizinhos vão querer saber se estamos matando alguém!
Paula não gostava do som da dor, do sentir da dor, e abraça a
mãe, a moça sentiu dor seguida na altura do estomago por uma
hora seguida, e depois Peter a ajudou a sentar-se, a trocar os sacos
de gelo, que já continham água quente, por novos sacos de gelo, e
a moça quando viu Peter com o segundo copo a mão, perguntou;
306
J.J.Gremmelmaier
— Não teria como ser mais lento?
— Quer sentir mais dor, podemos ir mais lentos!
A moça toma o segundo copo, e não sente a dor e fala;
— Não sentirei mais dor?
— Anestesiou por hoje o cérebro, mas dentro em pouco,
quando começar a descer pelo intestino, este também vai reclamar,
então toma dois copos de suco a mais, e minha mãe vai lhe trazer
uma roupa mais confortável, toma um banho, estarei aqui dentro de
uma hora, quando a reação pior começar!
— Reação pior?
— Até daqui a pouco, Pity!
Peter foi a seu quarto, tentou centrar-se e tomou um banho
demorado, segundo do dia, mas ainda achava que a terra estava em
suas entranhas, Mari emprestou uma roupa bem leve para a moça e
esta foi ao banho, a água da casa parecia a queimar a pele, não era
um costume dos Sanguessugas, tomar banho era algo raro, já que
não suavam, não gostavam de sol, não por que os queimassem,
como as lendas falavam, mas lhes dava mais fome, já era difícil
passar desapercebidos, caçando a noite, durante o dia seriam alvo,
mas aquela água parecia a queimar em parte a pele, mas depois de
tamanha dor, estava quase que gostosa a pequena dor, vinda de
outra parte do corpo, pôs as roupas largas, olhou a compressa, e a
deixou ao lado da cama, e Peter veio a ela comendo uma maça e
falou;
— Como foi o banho, queimou um pouco?
— Sim, estranhei isto!
— Um bom sinal, agora vem a parte de cólicas, isto diminui
como o tempo, mas verá que a cada dia vai reduzir, teremos uma
crise dentro de perto de 3 meses, mas cada coisa a sua vez!
— Crise?
— Moça, quando vier a ter a primeira cólica menstrual
novamente, ela vai valer por todas as que não sentiu antes,
enquanto não menstruava, mas isto é em 3 meses, se você
agüentar até lá!
— Parece já ter feito isto?

307
J.J.Gremmelmaier
— Não, e nem sei de alguém que o tenha feito, terá que
confiar em mim!
— Nunca fez, como sabe como fazer?
— Pity, acreditar não poderei fazer por você!
A moça olhou desconfiada e ele falou;
— A melhor forma de enfrentar esta parte nem sei se existe,
recomendo deitar, esticar bem o corpo, estarei aqui para lhe cobrir
quando começar a sentir frio!
— Não tem como ser diferente?
— Ou se sai dela, ou se vive nela, uma vez no caminho,
retornar é difícil!
Peter alcançou um pano para ela e falou;
— Se precisar morder, melhor do que forçar a mandíbula!
A moça começou sentir as cólicas, começaram lentamente,
mas foram piorando, depois de algum tempo ela esta contorcida
sobre a cama, começou a suar frio, Peter a cobriu, estava ali a
morder muito forte, a dor durou a noite inteira, era perto das 5 da
manha quando Peter desceu e se deparou com Irene a cozinha e
falou;
— Pensei que estava a cama!
— Se eu sumir dois dias, apenas Marlene percebe, seu pai
nem percebe!
— Não gosto do que fez!
— Não fiz nada!
— Sinto os dois em sua mente, Irene!
— Me tirou a terceira, quer o que com isto, ver alguém sofrer?
— Lhe poupar de seres do bem!
— Peter, seriamos um casal de muito poder na cidade, por
que perde tempo com aquela Caterine!
— Desculpa, mas sabe que o perigo não é ela, vi que esta a
deteriorar o poder em sua neta, sinal de fraqueza, tem de parar de
mostrar seus fracos, Irene!
— Eu não quero lhe fazer mal menino, mas não entende o
poder por trás de tudo que absorveu!
Peter ficou quieto, e a senhora, naquele corpo de adolescente
fala;
308
J.J.Gremmelmaier
— Acha que a moça consegue agüentar?
— Como disse para ela, nunca soube de alguém que tivesse
feito isto, ela não entendeu que não é por não terem tentado, e sim,
por não agüentarem e voltarem ao sangue!
— Sabe que a sede deles é estranha, influencia na
alimentação da gente!
— Irene, você sempre procurando caminhos complicados,
mas na verdade, o poder deles está no sangue, mas você não tem
como os alimentar de sangue, pode até se alimentar, mas não
chegará a eles, então dentro de dias os vai acabar absorvendo!
— Peter Carson, você é muito estranho, conhece coisas que
sei que os bruxos e curandeiros da região sempre mantiveram
longe!
Peter sorri, serve o café que estava a fazer e olha a porta a
irmã vir a cozinha e falar;
— Acabei dormindo na sua cama irmão!
— Sei disto irmã, serão noites intermináveis, mas deve
começar a melhorar no fim da semana!
— Eu bloqueei o som depois de um tempo, precisava dormir!
— Mas vai ser difícil a aula hoje! – Peter;
Paula olha para Irene e pergunta;
— E você, o que faz aqui?
— Olhando os métodos de seu irmão, para tentar salvar um
ser como aquele lá encima!
— Se não tem nada a fazer aqui, melhor ir!
Irene pensou em fazer algo com a menina, mas qual seria a
conseqüência, saiu e Peter perguntou;
— O que aconteceu?
— Ela tem aqueles dois falando besteira na cabeça dela, não
suporto isto!
Peter sorriu e foi ao quarto se aprontar para a aula;

Peter chega a aula e Call estava só sorrisos, Paul estava meio


perdido, Robert sempre centrado, adentrou ao colégio e se deparou
com Sheila o olhando, estática a sua frente;
— Algum problema, Sheila!
309
J.J.Gremmelmaier
— Ouvi dizer que aquela moça de ontem, procurou por você
na cidade inteira!
— Não entendi?
— Peter, não se mete em minha vida mais!
— Sheila, é uma pena acabar uma amizade assim, mas se o
quer, seja feliz!
— Por que interferiu ontem, eu posso com uma Sanguessuga!
— Podia, hoje nem com sua avó, mas não lhe defendi ontem,
defenderia qualquer um de um Sanguessuga, embora ninguém nem
tenha percebido o que eram!
— Mas me esquece! – Sheila dá as costas e ouve em sua
mente;
―Mentir para você não adianta em nada, amiga!‖
Peter vai a sala e vê Caterine olhando para ele com cara de
poucos amigos, sabia que ela era ciumenta, mas acompanhou os
olhos dela e viu Irene sentada a primeira carteira, cômico se não
fosse trágico, devolveu as cargas negativas de Irene, e esta até deu
um pulo na carteira, mas não olhou para traz;
— O que quer Peter?
— Ciúmes de novo?
— Soube que a moça de ontem lhe procurou, a cidade é
pequena!
— Quer que faça o que, não ajude?
— Seria mais fácil, ou não!
Peter não responde, vê Sheila entrar e olhar a avó a carteira e
depois encara Peter, o clima estava muito estranho, e viu o
professor adentrar a aula, sua cabeça ainda estava na noite anterior,
e de repente ouve em sua mente;
―Noite é para dormir!‖
Peter estava a tentar prestar a atenção, faltara muitos dias, e
retorna um caco, mas as historias fantásticas de Peter se
espalhavam, a maioria lenda, pois não acontecera, o professor viu
que o menino estava longe, branco e falou;
— Peter, esta bem?
— Apenas sono senhor, desculpa!

310
J.J.Gremmelmaier
— Passa na enfermagem, soube que desmaiou outro dia na
sala!
Peter sai da sala, e foi a enfermagem, a medica olhou a cara
do menino e perguntou;
— Esta acabado Peter, senta aqui, deixa eu medir sua
pressão!
A pressão estava um pouco baixa e a medica perguntou;
— Andou sumido, soube que suas façanhas estão animando a
cidade, mas o que é real?
— 12 dias sem comer, por isto estou meio fraco, doutora!
— 12 dias, mas é muito tempo!
— Sim, principalmente para alguém como eu, índice de
gordura quase no negativo, mas devo estar bem em alguns dias!
— Esta se alimentando bem?
— Sim, mas tenho de ir com calma, sei que a alimentação não
é como outras coisas, ela tem absorção lenta!
— Não seria propicio repor com reforço alimentar?
— O dia que souber o que tem ai dentro, talvez coma, mas
ainda não sou cão de raça!
A medica riu e falou;
— Parece estar precisando de descanso!
— Sei disto, mas não posso perder o ano, então tenho de vir
a aula!
— A maioria iria querer estar com desculpas medicas em casa,
você parece querer estar a aula!
— Aqui sempre foi uma de minhas casas!
A medica indicou repouso, mas ele voltou a aula, a
preocupação estava muito além da sala, mas pôs um pequeno
pedaço de sal marinho em sua boca, um cristal de sal, e pareceu
ligar na tomada, o sono se fora, as energias voltavam, Robert viu a
diferença, no intervalo pediu um suco, pediu como sempre, sem
açúcar, tomou e olhou os demais e falou;
— Como foi o fim da noite de ontem?
— Foi incrível, a proprietária nos deu convites de entrada
franca, os meus amigos cantaram muito, eu gostei de mais! – Call;

311
J.J.Gremmelmaier
— Não sabia que era um consumidor de Energias Ocultas
amigos!
— Não sei o que é isto?
— Call, deve ter sentido a força das pessoas quando pegou o
microfone, os músicos tremem as costas, mas após o primeiro
refrão seus dedos se soltam, você sente a vibração vinda da musica,
emanam na vibração de cada tipo de musica, no caso a musica que
cantava estava pregando coisas da carne, sexo, drogas, e muito
sangue, mas a maioria nem liga para a letra apenas a batida em
sincronia, quanto mais rápido a batida, mais eles ficam no
desespero!
— Você vê magia em tudo? – Call;
— Foi mágico Call, muito além do normal!
Call sorriu e viu Sheila chegando a mesa e falar;
— Podemos falar um momento? Sem testemunhas!
Caterine foi pegar algo e todos saíram, mas Call ainda sorria
de orelha a orelha;
Peter olhava a menina, a sua frente como se esperasse algo
impossível;
— Peter, as vezes tenho a sensação de que ainda esta em
minha mente!
— Desculpe, mas é apenas sensação, você queria liberdade, e
mesmo sem sua permissão, nos desliguei, você segue sua vida, e eu
a minha!
— Mas esta ainda presente, eu sinto!
— O que sente, é o que muitas pessoas sentem, mas você
sabe identificar que sou eu, mas não é em você, e em tudo que a
cerca!
— Quer dizer que não vou conseguir me livrar de você por
inteiro?
— É só se afastas, você esta fazendo isto, cada vez seu poder
é menor, ainda bem que não precisamos dele, pois não saberia nem
mais o que fazer!
— Fala como se tivesse torcendo por algo assim!
— Sheila, sei hoje que fiz o correto, duvidei por dias, mas
quando sumi, você mostrou o que é capaz de fazer, eu arrisquei
312
J.J.Gremmelmaier
minha vida para salvar o seu irmão, e você o desmoraliza para ficar
ao lado de um, desculpa a sinceridade, menino que será como seu
pai, vai lhe trair, vai mentir, roubar, matar, mas se este é o caminho
que escolheu, sabe que me afastarei cada vez mais, pois a
lembrança era muito melhor do que a pessoa que sobrou, depois de
5 anos!
Sheila ouve aquilo e quis dizer algo, mas Ronald chegou ao
lado e perguntou;
— Estão voltando a se falar?
Peter olhou para a menina, queria algo que não aconteceria,
os olhares dos dois se encararam e a menina puxou Ronald para
longe dali, e as palavras vão corroer como acido, a alma de Sheila
que resmunga;
— Eu mato isto ainda!
Ronald achou que a discussão foi muito pesada, pois o sorriso
de Sheila se foi, e Irene tentava se enturmar com um grupo que não
estava em nenhum dos grupos, alguém de aparência nova, como
assuntos muito chatos, difícil de achar algo, olhou para Peter e
pensou;
‖Isto é uma chatice, o que faço aqui?‖
Peter olha para ela e sorri, a ligação dos dois ainda era forte,
as vezes a própria Irene achava que estava ainda na mente de Peter,
mas não mais como antes, não sabia o que a ligava ao menino,
alguém com respostas e atitude estranhas a ela;

As aulas da tarde começaram, e Peter vira e volta bocejava,


sabia que as 3 primeiras noites seriam terríveis, estavam no meio de
mais uma aula de Inglês, quando se ouviu um grande estouro no
banheiro dos meninos, as aulas pararam com o estrondo e o
sistema de evacuar da escola funcionou, mas não era nada além de
uma bomba no banheiro, idiotice de alguém no colégio, estavam do
lado de fora quando Peter viu Ronald apontando para ele, e dizendo
para a diretora que viu ele saindo do banheiro estranho, no
intervalo antes da explosão, Robert chega ao seu lado e pergunta;
— O que esta acontecendo?

313
J.J.Gremmelmaier
— Não importa o quanto se faça, as pessoas com medo,
fazem o que querem, vão me acusar da explosão, e vamos ter 10
testemunhas confirmando me ver sair do banheiro, pouco antes da
explosão, e realmente estive ali pouco antes da explosão!
— Mas por que isto!
Peter viu a diretora chegar a ele e perguntar;
— Por que Peter?
— Uma boa pergunta diretora, porque a senhora acredita no
marginal, e acusa o intelectual, por quê?
— Ele tem testemunhas que lhe viram sair de lá!
— É crime ir ao banheiro?
— Não, mas talvez tenha de o afastar da escola!
— Tudo bem diretora, sei que tem medo de mim, me afasto,
mas não inventem!
Peter vê sua mãe chegando e a diretora fala com ela, conta a
historia e ouve;
— Senhora diretora, esta dizendo que meu filho, que
considera a escola uma segunda casa, pôs uma bomba no banheiro!
— Estou dizendo que tem muitos indícios disto!
— Entendi, não tem prova, mas quer culpar alguém, mas não
tente desmoralizar meu filho diante de mim, senhora, se não tem
orgulho de seu filho, não denigra o meu filho!
— Não entendeu senhora, tudo indica que foi ele!
— A senhora não entende, eu sei que não foi ele!
Peter olhou para a mãe e fala;
— Não se preocupe mãe, sempre aparece o culpado, e se não
aparecer, me expulsão, acha que me preocupo se a diretora acha
que sou inocente ou culpado mãe!
— Mas sei que gosta da escola!
— Gostar não é não conseguir viver sem ela, se me querem
longe, — olha para a diretora – se tem gente grande por trás, ou
pequena, ou tudo junto, não se preocupe diretora, seu cargo é
imposto, não conquistado, sei como deve sentir isto!
— Esta me ameaçando?
— Não, vou dar parte da policia de calunia, quero ver quem
vai provar o que estão falando, se acha que estão lidando com
314
J.J.Gremmelmaier
qualquer um, não tem uma ocorrência do gênero, pois não gastaria
pólvora para trazer um colégio destes abaixo senhora!
Peter dá as costas, e sai dali, sabe que o pegaram, não
gostava disto, odiava ser caluniado, sua mãe o acompanhou a sua
casa, estava a chegar lá quando a direção resolveu afastar Peter
Carson por um mês, com 12 dias, 25% das faltas do ano, estava a
um acordo para não repetir o ano, estava prestes a ter de achar
uma nova escola para estudas, chega em casa, a moça dormia ao
seu quarto, Paula estava a lhe esperar na porta, e falou;
— Esta muito nervoso, não ajuda, só falamos merda nestas
horas!
— Olha o palavreado Paula! – Ralhou Peter;
Peter sentou-se a sala, se isolou, segundos de horas, estava a
acalmar tudo, desfez o isolamento e voltou, olhou para a mãe e
falou;
— Me suspenderam por um mês, vou precisar provavelmente
de uma escola nova, para o ano que vem!
— Ela não pode fazer isto, não foi você!
— Mãe, tem pressão de todas as partes, dos donos, do
pessoal da oposição do prefeito, que não está querendo eu
apoiando o atual prefeito, tem Ronald, tem Sheila, tem até mão de
Irene nesta historia, mas como disse, estou atraindo, sempre se
colhe as conseqüências!
— Mas não é justo?
— Não, isto que me revolta, então que seja como querem,
não posso bater em todos!
— Mas tem de estudar!

Sheila chega até Ronald e pergunta;


— Por que isto?
— Vai dizer que também vai ficar na defesa daquele
derrotado!
— Só queria saber por quê?
— Ele explode o banheiro, e vem me acusar!
Sheila olha os demais e fala;

315
J.J.Gremmelmaier
— Ele tem razão, você esta me enfraquecendo, mentira atrás
de mentira!
— Vai dizer que acredita nele e não em mim!
— Ronald, você o afastou por um mês da escola, não foi isto,
enquanto ele não voltar, nem passa perto de mim!
Ronald segurou o braço dela e falou;
— Depois de tudo vai me deixar, tem certeza!
— Ronald, nem tenho mais força para lhe por em seu lugar,
no que me transformou, alguém que tem de ter ajuda dele para
enfrentar perigos fáceis!
Sheila saiu e foi para a casa e Ronald falou;
— Amanha esta mais calma, atingimos o Peterzinho dela!

A diretora chama o pai de Peter, já que não teria como falar o


que diria a mãe;
— Senhor Carson, seu filho esta sendo analisado por ter
estourado uma bomba caseira no banheiro, estamos o afastando
por um mês, e pedimos que entenda!
— Estão acusando Peter do que?
— Ter posto uma bomba em um dos vasos sanitários e o ter
explodido!
— E por que me chama, já que o normal seria a mãe!
— Por que ela disse que não foi seu filho, e temos grandes
indícios de que foi ele!
— Indícios, armaram para ele e a senhora sabe disto, mas
então meu filho esta é precisando de apoio, pois até a senhora se
pôs a um papel destes, vergonha senhora, pensei que era alguém
que prezasse a educação, um bom motivo para a cidade inteira
perguntar o que a senhora faz ai!
— Um ladrãozinho querendo me dar lição de moral!
— Sim, um ladrãozinho que leva lição de moral em casa, de
um filho que nunca faria isto, e a senhor sabe bem disto, uma pena
que até as pessoas aparentemente boas da cidade não prestem,
pois senhora, roubar, é algo que me prejudicou, mas difamar o
melhor aluno desta escola, desculpa, é covardia!
— O senhor não ..
316
J.J.Gremmelmaier
— Eu não tenho nada senhora, passar bem!
O senhor sai pela porta e a doutora adentra ela e pergunta;
— Por que forçou o afastamento do menino!
— Todos sabem que ele é um perigo!
— Todos, eu não o acho perigoso, alguém que mal podia
parar na aula hoje, pois não esta bem, a senhora o acusa de algo
que sabe bem quem foi, pois nunca a vi dando ouvido a Ronald, o
que esta acontecendo diretora!
— Não esta acontecendo nada, me livrei do problema, agora é
com os pais!

Carson a muito não falava com a esposa, evitava passar perto,


mas queria falar com o filho e foi lá;
Peter viu o pai sentar-se a sua frente, e falar;
— Filho, o que posso fazer para lhe ajudar?
A muito não ouvia seu pai se dispor a ajudar, e falou;
— Não tem nada que possa fazer, vou ter de esperar que
tenham bom senso, e revertam o que foi feito!
— Mas não é justo, aquela diretora esta com certeza
recebendo para isto!
— Sei disto pai, mas lembra que a estrada que caminhamos
somos nós que escolhemos, mas faz uma coisa para mim, pede para
Irene passar aqui, e não tem mais de a dar teto!
— Por que?
— Se querem se unir em grupo, que se unam, fica mais fácil
afundar todos!
— Mas não foi só ela, o que vai fazer com os outros? – Mari;
— Mãe, dos que estão contra mim, só não aceito ela, pois me
deve um obrigado, e não um se dane, se ela não entendeu isto
ainda, esta na hora de se virar sozinha!
— Mas ela vai parar aqui? – Mari;
— Nesta casa ela não põem mais o pé mãe!

Peter sai a andar a rua, sabia que não estava calmo ainda,
estava a pensar quem estaria por trás e lembra que ela o tirou da
sala, para que os membros do vaticano viessem a ele, mas poderia
317
J.J.Gremmelmaier
ser algo a mais, sentou-se a praça a olhar uma arvore, estava muito
distante quando Irene sentou-se ao lado dele;
— Parabéns, no seu primeiro dia de aula, fui expulso!
Olhava querendo a calma, não tinha, as energias não estavam
boas, nem as internas, nem as externas.
— Não é lugar para você!
— Não pedi para me expulsar, estou me desligando de você
Irene, de vez, você deveria estar me ajudando, esta me
atrapalhando, então, meu pai não lhe dará casa, e nem minha mãe,
se quer, volta para a sua cabana, mas me esquece!
— Não esta sendo drástico?
— Estou, se quer viver por suas regras, melhor estar bem
distante de mim!
— Mas não quero me afastar!
Peter olha para ela e fala;
— Já afastou, pensasse antes, sabe que nós fazemos o nosso
caminho, e uma vez nele, o mais difícil é mudar de rumo, mas quer
ficar no antigo rumo, melhor bem longe então!
Irene sai dali, quando se aproxima do hotel, vê que não
consegue entrar, o mesmo na loja de Marlene, tentou ir falar com
Paula, mas também foi barrada, antes de entrar no quintal, algo a
proibia de avançar, acabou indo ao hotel e pedindo para falar com
Sheila;
— O que quer vó!
— Preciso de ajuda, acho que seu namorado pegou pesado
com Peter!
— Ele e a senhora, pelo jeito!
— Sim, mas ele me isolou, não tenho mais como ir a casa
dele, e nem do pai dele, nem na loja daquela vadia da madrasta
dele!
— Acabo que terminar meu namoro por isto, a escola para
Peter é mais sagrado que uma igreja, afastar ele disto, é matar ele
um pouco, e para que, ninguém ganha nada com isto!
— Pensei que teria mais tempo para aprender, para obter dele
o que ele sabe!
— Como o que?
318
J.J.Gremmelmaier
— Como reverter uma Sanguessuga, que até então, me
diziam ser impossível!
— Ele vai reverter alguém?
— A moça que lhe atacou ontem!
— Mas por que?
— Ele sabia que eu iria aprisionar o trio, por algum motivo ele
resolveu a separar!
— Ele não faz por motivos, e sim rumos, ele me deixou por
que queria me testar mas o que aconteceu foi que deixei os
ensinamentos, sei que você me influenciou avó, mas me deixei levar,
achava que estava no caminho certo, a noite de ontem, foi triste, a
manha de hoje, pior, senti-me normal, sem magia, mas também,
comecei a descuidar da alimentação, das coisas básicas, esqueci que
um dia seria assim, ele foi se tornando um homem, e eu uma
criança, a nível de magia!
— Culpa minha, ele sempre disse que deixou em você o poder
dele, o medo me fez a induzir a isto, mas e agora, isolada dele, pela
primeira vez desde que ele absorveu Paul, vejo que quando ele nos
abre uma porta, esta é a entrada de tudo que ele sabe, e parte do
poder dele flui por nós, agora mal consigo controlar as absorções de
ontem!
— Tem de parar de fazer isto avó, um dia vai se dar mal!
— Mas preciso convencer Peter de que não fiz por mal!
— Avó, pode não ter feito por mal, mas todos os demais o
fizeram, ou se omitiram de pensar, para impor isto, quando ele viu a
diretora ouvindo Ronald, ele já sabia que sobraria para ele, pois a
diretora nunca falou com Ronald, depois de uma ameaça que ele fez
a ela!
As duas estavam conversando quando a mãe de Sheila para
diante das duas e pergunta;
— O que esta acontecendo filha, seu pai alegre, você
preocupada, esta carga negativa na cidade, o que fizeram a Peter?
— O expulsaram do colégio, armaram uma bomba no
banheiro e testemunhas afirmam que ele foi o único a sair de lá!
— E a diretora engoliu esta?

319
J.J.Gremmelmaier
— Tem parte nisto, pois não é o racional, é o medo que
impera!
Sabrina olha a menina, ao lado de Sheila e pergunta;
— Você me parece conhecida?
— Sim, mas nada fácil de explicar!
— De onde a conhece filha?
— Mãe, esta e a ...
— Eu sei quem é filha, mas como ela voltou!
— Peter tinha de a tirar de sua energia, ou morreria, ele
conseguiu a re-materializar, mas para isto, na forma que ela tinha,
aos 12 anos!
— Você teve parte nisto, com certeza!
— Estava tentando convencer sua filha a tentar ajudar!
— Mas o que ganha com isto, este clima negativo era o que
imperava, quando resolveu nos deixar!
— Filha, ainda esta com raiva de mim, pensei que passaria
com o tempo!
As três começam a conversar, e no meio de tudo não acham
uma saída;

Peter precisava pensar, falou para sua mãe e irmã que se


isolaria por um tempo, precisava se recompor, e sentado a cama,
sumiu diante dos olhos de sua mãe e irmã, que não sabiam o que
ele estava sentindo, ele estava bloqueando isto, elas sabiam que
não era nada positivo, ainda tinham a moça a cama do rapaz a
dormir, Caterine chegou a casa e Mari disse que ele viajou, ele
precisava se acalmar, não estava bem, ela não gostou, mas sabia
que para Peter, que um A era pouco, sempre atrás do A+, uma
expulsão era humilhante, ela voltou para casa de cabeça baixa;

O dia seguinte começa com a informação que Peter viajou, ele


teria deixado a cidade, mas quem sentia sabia que o negativo
estava no ar, estavam no inicio de setembro e uma leva de frio
tomou a cidade e começou a nevar, outono não nevava, mas quem
entendia de magia, sabia que Peter estava triste, decepcionado, no
meio da tarde, outro vaso sanitário foi pelos ares, a diretora não
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J.J.Gremmelmaier
culpou ninguém, Sheila se isolou de todos, mesmo dos Excluídos,
Ronald chega até ela, mas ela não fala nada, estava a tentar
identificar onde Peter estava, mas não o sentia, quando sentiu a
inversão de tempo, identificava Peter nisto, e voltou a sala, e foi
falar com Caterine;
— Podemos falar?
— Sim, o que aconteceu? – Caterine;
— Não sei, algo esta errado, mas não sei o que?
— Sheila, tudo esta errado, esta sala, é a mais radiante do
colégio, quer dizer, era, pois estaremos sem ele por 30 dias, não
tem precedente na escola, afastar um aluno para averiguar, 30 dias,
mas se alguém acha que vai levar vantagem sobre ele nisto, não
conhecem Peter!
— Mas ele esta fraco!
— Sim, ele ainda tem uma missão e estava a metade dela,
daqui a pouco, verão que a onda fria só é sobre nossa cidade, ele
esta triste, ele vêm de decepções, e uma é com sua avó!
— Ela se propôs a ajudar!
— Prefiro a ajuda de Ronald a dela, então sabe o quanto
confio nela!
— Mas por quê?
— Ela faz eu sentir ciúmes de Peter, ela interferia ate no que
Paula sentia por ele, não tem nada de bom vindo dali neste
momento, se quer a ajuda dela, vai continuar no caminho errado,
Sheila!
O professor chega a sala e cada qual foi a sua carteira, Irene
olhou para traz e viu a proteção em volta de cada um dos Excluídos,
ele os protegeu antes de ir, pensou ela;
A onda de frio foi aumentando e já se estendia da enseada do
Navarro até a cidade de mesmo nome, algumas tvs noticiaram
aquele acontecimento fora do padrão, e grupos no mundo sabiam
que algo havia acontecido
A diretora estava a sua sala quando um senhor chega a ela e
pergunta;
— Não sabíamos que ele era tão estrutural a cidade!
— Do que esta falando?
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J.J.Gremmelmaier
— Quando pedimos para o afastar do colégio, pensamos que
ele deveria se afastar da cidade, mas não pensamos que ele fosse
causar uma neve fora de época!
— O que querem mais?
— Saber por que isto esta acontecendo, como alguém pode
interferir no clima, de uma região inteira!
— Ele nem deve ter a haver com isto, senhor!
— Pode ser, mas como as coisas estão na escola?
— Estouraram outra bomba no banheiro!
— Mas quem foi?
— Quer saber, desta vez deve ter sido ele!
— Mas se ele esta fora da cidade, como pode!
— Senhor, não gosto do que fiz, mas aquele menino
realmente era o orgulho desta cidade, o mais inteligente dos alunos
que temos, não entendo o que alguém ganha o afastando!
— Queremos uma reação!
— Reação, acho que não é isto, na verdade o senhor nem
deve saber, mais um cordeiro diante dos leões!
— Sabe para onde ele foi?
— Ninguém sabe, a mãe dele disse que foi viajar, mas ela não
disse para onde!
— Mas ela não falou para ninguém?
— Por que falaria, expulsamos o menino no dia seguinte a ter
doado um biblioteca a prefeitura, uma muito bem equipada
biblioteca, a mãe dele esta furiosa!
— E a cidade?
— O que falar de uma cidade com um metro de gelo a rua,
todos lhe atribuem tudo diferente que acontece na cidade, lógico
que vão lhe atribuir isto também!
O senhor se despede e vai a cidade, se passando por turista,
foi ao hotel, depois a reserva, por ultimo bateu a porta de Mari;
— Boa Tarde, seria a mãe de Peter Carson?
— O que quer como meu filho!
— Dizem na cidade que ele é um ser especial, me veio a
curiosidade de onde conseguiria falar com alguém assim!
— Ele esta viajando, apenas isto!
322
J.J.Gremmelmaier
— Não acham que estão muito desprovidos, diante do
montante que seu filho tem em dinheiro, muitas coisas ruins
acontecem as vezes!
Paula chega a porta e olha para o senhor;
— O que o vaticano quer com meu irmão, senhor?
— Eu não sou do vaticano, menina!
— E eu não me chamo Paula, senhor!
— Como teria como saber para quem trabalho?
— Como se diz, geralmente o criminoso volta a cena do crime,
foi a escola, quero saber apenas o que querem com o meu irmão?
— Acho que esta me confundindo!
— Devo ter confundido, senhor Patrick Montoro!
Paula foi para dentro e o senhor ficou a olhar para ela sumir a
porta, e Mari olha para ele e fala;
— Já perdi muito tempo com o senhor, algo mais que possa
ajudar?
— Não, desculpa se pareci me meter!
O senhor sai pensando nas possibilidades, a menina sabia seu
nome, como, quem havia vazado a historia, pois nem a diretora
sabia seu verdadeiro nome, olha em volta e vê ao longe, as crianças
sendo mais uma vez evacuadas da sala, mais um vaso sanitário
havia ido pelos ares, obvio neste instante que a diretora teria de se
posicionar, mas nada fez;
Peter não gostava do que estava acontecendo, mas não
entraria neste jogo, estava ele isolado sobre um caminho, sempre
que queria se acalmar, ele fixava sua existência a uma estrada,
enquanto caminhava por ela, pensava e ficava a estudar as
possibilidades, mas nunca desligado de sua irmã, e quando neste
caminho sente as levas de mal vindo a ele, abriu seus portais de
defesa e as 3 levas de adversários foram se deparando com um
mundo tendendo ao vermelho, a mesma cor em tudo, toda a volta,
enquanto Peter não se acalmasse sua forma teria aquela cor, o frio
era imenso, neste mundo de tudo igual, a leva de seres, vindos em
dois sentidos se vêem uns diante dos outros;

Sheila bate a casa de Mari e pede autorização para entrar;


323
J.J.Gremmelmaier
— Entre Sheila!
— Senhora, sabe se teria como falar com ele?
— Vou perguntar, pois nem sei onde esta!
— Obrigada!
Peter vê que Sheila chegou a sua casa, mas não sabia se seria
positivo falar com ela, a menina ficou sentada a sala até Paula vir a
ela e falar;
— Não sei o que ele vê em você, Sheila, só o mete em
encrenca!
— Sabe se posso falar com ele?
Paula senta-se ao lado dela e lhe da a mão, e a moça se vê
em um caminho, era uma floresta de pinho, arvores altas, olhou em
volta e viu Peter sentado a um tronco caído, e chegou perto e falou;
— Preciso falar Peter!
— Todos precisam, até eu!
— Lhe devo desculpas, fui rude antes de ontem, você me
querendo proteger, e vi somente quando acabei como Ronald, que
não tinha mais magia nenhuma em mim!
Peter olha para a menina, e fala;
— Você acha mesmo que não tem magia em ti?
— Não como tinha antes, nem afastar alguém consigo, estou
a regredir a passos largos, e você a evoluir, eu me tornando uma
criança e você um homem!
— Ainda estou longe disto!
— Mas queria lhe pedir desculpas, realmente tem razão,
arriscou sua vida para trazer meu irmão de volta, e o que conseguiu,
o meu desprezo, a minha ira, não entendo tudo o que sinto, mas se
puder me perdoar!
— Não sou deus nem para julgar, sabe que não levo rancor
para casa, e quando levo, me isolo, não sei como reagir às vezes,
todos me acham infalível, e eu sei de muitas falhas minhas, estou
ainda com recursos que meu interior considera roubados, então no
meio de tudo isto, tento manter o caminho, mas não é fácil!
— Esta confuso amigo, e eu lhe traindo!
— Você não sabia, mas Irene sabia, e fez de tudo para
acontecer, não consigo olhar para ela como deveria, lhe olho pelo
324
J.J.Gremmelmaier
corpo, não pelo que sinto, então ela me engana, não é a criança e
sim a eterna armadora de confusão atrás de poder!
— Ela esta se fazendo de amiga agora!
— Sim, a isolei de tudo, deve ter voltado a cabana, ou a sua
mãe, não sinto!
— Para a cabana, mas continua a ir nas aulas!
— E como esta a calma das aulas sem mim!
— Esta meio confuso, quer dizer, alguém continua a estourar
os Vasos Sanitários, mas vejo que não é você, pois ainda esta no
caminho da calma!
— Deve ser Irene, ela não tem medida mesmo!
— Não duvido, mas tem só mais um vaso, vai fazer o que,
depois de amanha!
— Nem quero saber Sheila!
— Mas não vai voltar?
— Talvez, se revogarem o meu afastamento, mas podem bem
decretar a expulsão!
— Não acredito nisto!
— Eu nem sei o que pensar, estou confuso!
— Acha que o expulsariam?
— Não sei, razão para isto não existe, mas também não tinha
para meu afastamento, então não sei!
Peter fala na mente de Paula;
―Pode a levar de volta!‖
Sheila começa a ver o mundo de verde, tomar a forma da sala
da casa de Peter, olha para Paula e agradece;
— Obrigada, precisava falar com ele!
— Acho que esta precisando de outra coisa! – Paula;
— Do que esta falando?
Paula vai com ela ao lado de fora da casa, pega uma ramo de
rosa, com uma linda rosa, em meio a neve que caia do lado de fora,
entram novamente e a menina tirou as pétalas passou a mão sobre
elas, estas secaram mantendo a cor, pôs um pouco de meu de
abelha silvestre e serviu a Sheila;
— Precisa saber quem ainda é de confiança!
Sheila come as pétalas, e pergunta;
325
J.J.Gremmelmaier
— Mas que pétalas são estas, parece diferente da magia
normal!
— Esta é uma pétala de sua roseira, então você vai sentir
diferente!
— Minha roseira?
— Sim, a do dia que desfizeram o pacto, a roseira que
permitiu Peter lhe deixar livre!
— Nunca soube como ele fez?
— Isto é complicado de explicar, mas ele lhe explica qualquer
dia!
Sheila vê Pity adentrar a cozinha e olham-se por um momento
longo;
— Deve ser a filha da curandeira? – Pity;
— Sim, você é a moça que me socou na lanchonete em
Navarro!
— Sim, a moça que estava disposta a morrer para provar seu
sangue!
— Morrer?
— Os dois Sanguessuga que me iniciaram a não mais de um
ano, me convenceram que seu sangue tinha um gosto muito
especial, cheio de magia, mas Peter me explicou que morreria, eles
queriam vingar-se de sua avó, e estavam a me usar!
— Mas o que você ganharia com isto?
— Pelo que entendi, uma morte rápida, mas com mais dor do
que estou enfrentando nos últimos dias!
— Soube que ele a quer purificar, nunca havia ouvido falar
nisto!
— Nem eu, mas com calma a dor esta diminuindo, mas tem
seu preço!
— Qual?
— Estou voltando a ser mortal, perdendo minha velocidade, e
sentindo dor em quantidades absurdas, não sei se cada dia a dor é
menor, ou me acostumo a cada dia!
Mari chega a cozinha e fala para Pity;
— Hoje será uma sopinha mais pastosa!
— Sabe quando seu filho volta?
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J.J.Gremmelmaier
— Não sei, ele tem de se recuperar, tem muita gente a querer
ele mal!

No hotel a entrada da cidade Patrick Montoro atendia ao


celular;
— Senhor Montoro, os homens já chegaram a cidade?
— Não, estou os esperando, mas nada ainda!
— Estranho, deveriam ter chego por volta das duas da tarde,
será que não passaram?
— Teria visto senhor, esta cidade é uma sequência de 5 ruas,
a principal sendo a própria rodovia, estou hospedado de frente a ela,
nada passou, além de alguns caminhões e ônibus de turismo!
— Estou estranhando por que tento ligar para eles, e ninguém
responde!
— Estarei esperando, mas o menino não esta na cidade
senhor!
— Tem certeza?
— Toda, a cidade dá para contar as pessoas para saber quem
esta nela!
O senhor desliga e vai ao restaurante;

Em Israel um o chefe da inteligência, vira-se par Amenahem e


pergunta;
— Alguma resposta do pessoal que deveria ter entrado em
contato!
— Não, eles não deram nem sinal senhor!
— Cônsul, acha que eles entraram em uma arapuca como o
senhor?
— Eu fui lá para negociar, o senhor mandou só atiradores!
— Vou ter de mandar outro grupo, não os quer acompanhar?
— Desculpe senhor, mas melhor alguém que ele ouça ficar de
fora, se for o que estou pensando!
— Verdade, outro grupo esta indo de New York e estou
mandando um que sai daqui a pouco, para dar reforço!
— Sabe se os demais grupos chegaram lá!

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J.J.Gremmelmaier
— Tem um pessoal do vaticano que chegou, interceptamos
uma ligação deles, estão esperando outro grupo chegar a cidade,
mas apenas atrasados pelo que entendi!
— Devem estar atrasados como os nossos, algo deve ter
acontecido no acesso!
— Não conheço o local, acha que teria chance?
— Se um caminhão virar naquela estrada, para nos dois
sentidos!

O príncipe fala com um senhor;


— Sabe se eles chegaram?
— Desembarcaram em sigilo a 12 horas em Sacramento,
devem estar chegando lá!
— O que o senhor fez com Abn Mohamed, que estava cuidado
do estudo!
— Sabe que não gosto de traição!
— Senhor, ele era um bom homem!
— Se quer sentir as dores dele, posso providenciar!
O rapaz ficou quieto e manteve o contato com o pessoal, e
mandou irem discretamente, e com cuidado, a neve estava
atrasando alguns grupos;

Peter estava a começar a achar uma saída, ainda isolado,


estava a pensar, e os grupos não chegavam a cidade, estava os
isolando, força nunca é demais;

Na manha seguinte Marlene inaugura a lanchonete, com um


grande Monstro de fibra sobre o telhado, o nome nem continha no
letreiro, com um Mostro daquele a decorar mais uma ponta da praça,
mas o preparativo estava sendo feito para o próximo fim de semana,
propaganda até nas grandes cidade, estavam a vender ingressos
pela rede, e já tinham mais de 10 mil visitantes para a abertura no
sábado, a região estava agitada, ela confirmou o andamento de
outros dois pontos, a casa de horror, e a de lembranças, queria
inaugurar tudo até quinta, estava no prazo, queria o menino junto
para isto, mas sabia que deveria estar sendo barra para ele, ou
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J.J.Gremmelmaier
estaria mesmo a fazer a pressão suficiente, as energias estavam
estranhas, inaugurou a lanchonete, após tirarem o gelo de toda a
frente, e olhou para o céu, e poderia até jurar ter ouvido Peter ter
lhe dito para não se preocupar;
Na escola Ronald cerca Sheila e fala;
— Não vai me dar um beijinho, até quando vou ficar a
esperar!
Sheila toca seu braço e o rapaz recolhe rapidamente, a
menina estava a voltar a ter força, mesmo sem o rapaz, ela voltou a
controlar o que comia, o que fazia, e isolada dos demais, Robert
gostou de ver a aura de sua irmã mudar de cor e ganhar força,
mesmo que pouco, Irene tentava se aproximar mas a neta a
começou isolar, Ronald estava a juntar o grupo para mais uma arte,
enquanto Mari e Paula iam a compras, picharam a casa de Peter,
com vários palavrões e ameaças, os muros do colégio foram
pichados de noite, ―Bruxos não são bem vindos!‖, estavam a achar
que realmente haviam vencido, mas Ronald via que a 3 dias, cada
vez Sheila estava mais longe;
— Amor, quando vai parar de brigar comigo?
— Não sou mais seu amor, pode escolher outra, Ronald!
— Mas e tudo que vivemos nos últimos meses?
— Esquece, você esta livre, pode agarrar outra, não terá
retaliação!
Ronald em ralação a Sheila ficara mais fiel, mas também, era
beijar alguém, e sua cara deformava, então tomou jeito, mas agora
livre, não sabia se queria;
— Amor, não quero outra, quero você!
— Esquece!
Ronald estava a forçar o braço dela, quando sentiu alguém o
torcer pelas costas e olhou para Robert;
— Não ouviu ela falar?
Ronald soltou o braço de Sheila e olhou serio para Robert;
— Acha que pode comigo?
— Quando quiser Ronald!
— Vou lhe pegar na saída, é só esperar!

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J.J.Gremmelmaier
Robert estava a fim de bater em alguém mesmo, não podia
mais descarregar em treinos pesados que Peter tinha inventado,
estava a querer testar a sua magia, como Peter falou para fazer,
estava doido para descarregar, obvio que toda a escola estava a
porta esperando Robert sair, no fim da aula, Ângela tentou o
desencorajar, mas ele estava cheio de Ronald;
— Apareceu a menina! – Ronald;
Call e Paul barraram Angel e Carlos, se era para ter uma luta,
seria entre os dois;
Ronald quando viu que seria uma luta pessoal, mano a mano,
tirou a camisa, o frio era grande, corpo de atleta, Robert olhou para
o rapaz e pensou em o que teria se transformado, e relaxou os
ombros e esperou o Ronald vir com tudo, um soco no ar, um por
baixo, que nada pegou, e Robert esquivou-se, Ronald veio pela
segunda vez, o soco acertou o queixo de Robert, embora a cabeça
do mesmo tenha sido jogada para trás, o barulho de ossos foi da
mão de Ronald, que recolheu sua mão e a viu inchar, Robert estava
lá, e quando Ronald veio de novo, lhe deu um direto de direita, e
acertou com a esquerda, o baço, Ronald sentiu a força, ela emanou
por ele, Robert estava de olhos no rapaz quando sentiu alguém lhe
acertar pelas costas, era Michael, ele ia acertar de novo, e sentiu
sua mãos segura por Sheila, que o torceu no chão e falou;
— Melhor não mexer, estou maluca para quebrar este braço!
Ronald veio com toda a violência, e chutou Robert ao chão,
este rolou para evitar absorver o impacto, levantou-se e acertou
outro direto de direita, Ronald viu o mundo balançar, e o rapaz
pegar a mão inchada e torcer para traz, o estalo foi de quebrado,
empurrou o mesmo e saiu de perto, Ronald estava ali, caído, as
moças da torcida, sabiam que ele não jogaria no momento que
ouviram a mão estalar, como lançar com uma mão quebrada, e
somente Carlos o ajudou a levantar;
— Sai daqui, não preciso de ajuda agora!
Carlos olhou para Ronald e se afastou;
Sheila soltou Michael, e saiu junto com o irmão, briga inútil,
Robert não deveria ser um inimigo, mas Ronald o transformou em
inimigo;

330
J.J.Gremmelmaier
Quando a segurança chegou ao local, só acharam o rapaz
sentado ao chão, nem testemunha tinha mais, e quando a noticia
chegou aos ouvidos do pai de Ronald, principalmente a mão
engessada, sem poder jogar por pelo menos 6 meses, o senhor
brigou e falou coisas que nunca Ronald havia ouvido, mas nada que
o fizesse mudar, pois quando chegava inteiro, o próprio pai apoiava;

Naquela quinta, não havia explodido nenhum vaso, e a


diretora mandou consertar os demais, achando que já teriam
esquecido os acontecimentos;

Em um mundo de estranhos, céu e solo parecendo um vazio


avermelhado, não havia forma, apenas aquela cor para todos os
lados, muitas armas em punho, inimigos de anos, estavam a se
reunir os grupos, mas a cada grupo que entrava, se via a
incredulidade de muitos, Peter não tinha ninguém iniciado no
interior, para se comunicar com eles, quando o grupo do FBI
adentra o local, após o do Príncipe, surge um menino no túnel
andando calmamente;
Um rapaz do FBI foi a ele;
— Deve ser Peter Carson?
— Sim, quanta gente para me ver!
— Pelo jeito esta encrencado menino, sabe o que tem aqui?
— Temos o pessoal do príncipe, que matou esta semana as
duas pessoas que tinham alguma chance de conseguir algo, temos o
pessoal do vaticano, vieram em apoio ao pessoal da Opus Dey,
temos ainda o pessoal do serviço de inteligência de Israel, só não
sei o que faz aqui?
O rapaz olha os demais, se aproximando, muitas armas
apontadas;
— Rapaz, vai nos tirar daqui?
— Senhor, quando baixarem as armas, e estiverem dispostos
a explicar o que vieram fazer aqui, posso pensar!
— Viemos a mando do príncipe!
Peter estala um dos dedos e todos vêem os rapazes
desmancharem como pó e o rapaz do FBI pergunta;
331
J.J.Gremmelmaier
— Por que os deixou sair?
— Quem disse que saíram, foram absorvidos, estes foram os
que me seqüestraram e me puseram em um buraco por 12 dias,
quando me propus ajudar, me informaram que mesmo que ajudasse,
morreria, daí resolvi cair fora!
— Mas que lugar é este?
— Isto não existe na sua ciência, um lugar fora do tempo
espaço, onde cada ser possui sua força, sua magia, estão presos em
minha magia!
Um soldado de Israel estica a arma e fala;
— E o que acontece se o matarmos?
— Primeiro, se isto acontecer lá fora, vocês morrem aqui
dentro, eu daqui, sou apenas uma forma de comunicação, já que
vocês não tem como me entender, não são iniciados!
Um senhor aparamentado veio a ele e falou;
— O senhor nos prendeu, sabe que isto vai contra os acordos
dos Estados Unidos e do Vaticano?
— Na verdade se vocês conseguirem provar que estão presos,
eu solto!
— Mas não tem nada aqui, só podemos estar presos!
— Se andar para oeste, consegue andar 120 km, se andar ao
sul, mais de 6 mil km, e a norte outros 3 mil km, então não esta
preso, só tem de decidir onde quer chegar!
— Mas qual o tamanho deste lugar? – O rapaz do FBI;
— Maior que este continente, mas quero saber o que a
inteligência de Israel faz aqui!
— Temos ordens de o interrogar, ou lhe levar para falar com
o nosso comandante!
— E se não quiser ir?
O rapaz olha para os rapazes do FBI e nada fala;
— Daí me levam na marra, seria isto?
— Sim!
Peter estala outro dedo, e os rapazes de Israel somem,
desintegrando no ar, ele olha para os homens armados do vaticano;
— E vocês, também vieram me matar ou obter a força uma
informação?
332
J.J.Gremmelmaier
— Tem alguém em Roma lhe querendo falar!
— Dentro de 10 dias estarei de volta, é só o mandar vir
conversar!
— O papa não obedece a ordens de um menino!
— Senhor, me fizeram ser expulso de minha escola, acham
que ganham o que com isto?
— Você ter tempo para ir a Roma!
— Desculpa, mas não vou, e todos que quiserem entrar em
minhas terras, terão de pedir para isto, acha que tenho medo de um
bando de soldados armados!
O FBI estava com 4 pessoas, estavam a ir a cidade verificar a
leva de pessoas de vários lugares do mundo vindo a aquele lugar,
uma moça que estava com eles pergunta;
— Você vai nos matar, com um estalo?
— Eu não os matei, é diferente, mas não vocês! – Peter olha
para o rapaz do Vaticano e vê um dos seguranças mirar nele e atirar,
Peter vê a bala atravessar ele, e sumir no nada, estala um terceiro
dedo e os rapazes armados somem, como os demais, olha para o
senhor paramentado, e dois senhores as suas costas e fala;
— Já falei o que fazer se ele quiser falar comigo, não acho o
papa alguém importante, então para mim, é como se o presidente
do Canadá quisesse falar comigo, alguém que não me diz respeito!
— Mas como saímos!
Peter olha para um carro e fala;
— É só dirigir por aquele portal!
Os três olham o carro, entram rápido e aceleram no sentido
do portal, e o rapaz do FBI pergunta;
— Quem é você?
— Romer, esta em um sonho, você sofreu um acidente na
estrada, esta apenas sonhando, quando acordar no hospital, talvez
nem lembre disto!
— Estamos todos no mesmo sonho? – A moça;
— Sim, os 4 estão tendo o mesmo sonho, mas para sair, é
entrar naquele carro! – O menino olha um local e a caminhonete do
FBI reaparece. – Mas quando entrar na curva, pisa no freio, neve na
pista, e 3 acidentes graves, podem estar depois da curva!
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J.J.Gremmelmaier
— 3 acidentes?
— O que matou os demais!
Romer olha para o menino e os 4 vão a caminhonete, entram
e começam a acelerar, para sair do túnel, quando percebem estão
entrando na estrada, na entrada da curva, quando lembrou de frear
já via o grande engavetamento a frente, freia e desvia a direita, o
carro derrapa no gelo e sai pela tangente da curva, a proteção
lateral não segura o carro, começam a descer e acertam uma arvore,
logo no inicio da descida, os air-bag inflam com a batida e os 4
desacordam, um carro que estava atrás freia com tudo, e para antes
de bater mas um que vinha atrás, desliza e acerta as arvores a
esquerda da pista, os 3 padres desacordam, mas a frente, o senhor
que não havia batido, vê carros a pegar fogo, uma carreta derrapou
na pista, e 10 carros entraram com tudo nela após a curva, a
carreta de combustível pegou fogo, a cena era de guerra;

O assessor do Principe chega ao mesmo e fala;


— Tivemos um contratempo senhor!
— Qual o problema agora!
— Parece que o nosso grupo sofreu um acidente na estrada,
não me confirmaram ainda, mas houve mortos!
— Falo para chegarem discretamente, e sofrem um acidente,
quero saber o nome destes irresponsáveis!
— Vou verificar senhor!

Os religiosos acordam em um hospital em Navarro, um deles


olha em volta, e percebe onde esta, lembra do acidente, olha em
volta, o cardeal olha para o rapaz sentado a frente de sua cama,
uma enfermaria improvisada, e pergunta;
— Como viemos parar aqui?
— Não sei o senhor, mas freei na curva e sai pela tangente,
uma arvore milagrosamente segurou o carro, pois a queda de mais
100 metros, seria bem pior!
— Derrapamos e acertamos a arvore ao lado direito da pista!
O cardeal olha para o rapaz e pergunta;
— Você também estava lá?
334
J.J.Gremmelmaier
— Sim, e onde estão os seus seguranças senhor?
— Não sei ainda!
Um rapaz chega ao lado de Romer e fala;
— Pensamos que tínhamos perdido vocês, investigador
Romer!
— O que aconteceu naquela estrada?
— Não sabemos ainda, o dono do caminhão derrapou, estava
a sinalizar a curva de um lado quando uma leva de carros acertou a
carreta, ele diz que foi arremessado pela explosão, mas ainda não
conseguimos identificar ninguém, os corpos foram carbonizados,
uma morte terrível!
— Me confirma a quantidade de carros e mortos, estava a
seguir um grupo de homens de um príncipe Saudita, quando entrei
naquela curva!
— A investigadora Patrícia, diz que teve um sonho estranho!
— Todos tivemos, não é senhor? – Fala Romer olhando para o
Cardeal;
— Não entendi senhor?
— Me isola a região, deve ter mais gente chegando, verifica
as vindas do Oriente, de Roma, e vê se tem alguém nas cidades
vizinhas, hospedado, ou se passando por turista, de qualquer lugar
estranho!
— O que é um lugar estranho?
— Um exemplo, um Cardeal do Vaticano, passeando com
outros dois Cardeais, em uma região que não é padrão!
— Vou verificar!
O Cardeal olha para o investigador e pergunta;
— Vai nos indiciar por batermos o carro?
— Não, mas vi um segurança seu atirar no menino, você
também viu, então não vieram em missão religiosa, ficarei de olho!
— Não tem como provar nada!
— Não, mas seus seguranças estarão entre os mortos, melhor
preparar as famílias para os funerais!
— Como sabe?
— Senhor, pode ser apenas experiência de anos, mas nunca
acreditei em seriados como Arquivo X, mas estou no meio de um, e
335
J.J.Gremmelmaier
melhor segurar os seus, o menino nem esta na cidade, e olha o
estrago que fez!
— E onde estaria?
— Em qualquer lugar, como disse, não tenho como provar
nada!
A investigadora entre e olha para Romer e pergunta;
— Vai me dizer que foi um sonho?
Romer olha para o senhor a maca, e os demais e ela fala;
— Mas não tem como ter sido real!

O Cardeal entra em contato com Montoro;


— Senhor Montoro, que posição tem?
— O menino não esta na cidade, mas onde se escondeu
Cardeal?
— Estou em uma enfermaria em Navarro, acho que todos os
seguranças estão mortos, num acidente na rodovia, mas avisa Roma
que o negocio vai complicar!
— Por que?
— Haviam homens da Inteligência de Israel, do Príncipe
Saudita, e nós, em uma estrada sem volta, o que tenho a relatar
parece maluquice, mas todos os demais estão mortos!
— Houve um enfrentamento, senhor?
— Não, o menino nos isolou, e deu fim em todos os 3 grupos
armados!
— Não entendi!
— Montoro, isto não se fala por telefone, eu e os 2 outros
cardeais fomos poupados, mas o resto, avisa o pessoal, esta morto!
— Tem certeza disto?
— Passa a frente! – O Cardeal olha para os outros dois que
lhe olhavam e combinam a versão das coisas, um acidente simples
na rodovia;
Em Tel Aviv, um senhor chega a afobado diante de
Amenahem;
— Senhor, temos um dado estranho!
— Fale, o que aconteceu?

336
J.J.Gremmelmaier
— Temos o relato do FBI, todos os nossos homens mandados
para interceptar o menino, estão mortos!
— Como mortos?
— Um misterioso acidente, na estrada entre Navarro e
Comptche, todos bateram juntos em uma carreta, tudo explodiu e
morreram carbonizados!
— Um acidente terrível, já comunicou os familiares?
— Ainda não senhor, a lista é de prováveis vitimas, pois
dificilmente se reconhecera algum deles, será tudo por DNA senhor!
— Entendo, mas por que chamou o acidente de misterioso!
— Por que eles não deveriam estar naquela estrada! Por que
eles iriam para lá pela estrada que liga Mendocino a Comptche, e
não pelo sul!
— Quem mais se envolveu no acidente?
— Por que desconfiou senhor?
— Eu fui por esta estrada do acidente, e ressurgi na de
Mendocino!
— Tem outros carros do pessoal do Príncipe Saudita de uma
leva de 10 seguranças do Vaticano!
— Não pensei que o menino chegasse a isto, preciso falar
com o diretor!
— Acha que foi o menino?
— É só ficar de olho, os Sauditas vão mandar alguém, e sei
que tinha um grupo nosso chegando lá hoje, precisamos segurar o
pessoal!
— Acho que o diretor acelerou a ida, no lugar de frear!

Na estrada entre Orrs Springs e Comptche um grupo chega


vindos de Israel e adentram uma curva e se deparam com um túnel,
adentram nele e quando saem do mesmo, se deparam com um céu
vermelho, o rapaz sem ver a estrada para o carro, tudo bem
vermelho em volta, os 3 carros param diante daquele lugar, saem
de seus carros que lhes somem da vista, tentam entrar em contato
com os seus superiores, mas nada acontece;
Na estrada entre a Enseada de Navarro e a entrada para
Comptche, pela estrada que levaria a Navarro, um grupo de
337
J.J.Gremmelmaier
Iranianos seguem com 6 carros, adentram a um túnel e se deparam
com aquele céu vermelho, e os rapazes armados a apontar as armas
para eles, viram também surgir mais um grupo em outro túnel, se
prepararam para o enfrentamento, pois nem pararam o carro e já
estavam a ouvir os tiros, cada ser morto, o corpo surgia baleado em
algum lugar da estrada pela qual vinha, o confronto dura perto de
uma hora, no fim um Saudita e um Iraniano decidem na faca quem
sobreviveria, Peter observa tudo e na sua compreensão, nenhum
dos mortos representava grande perda, pessoas capazes de matar
por um emprego ou a idéia de um superior;
Sheila chega a aula na sexta, a cidade estava um agito,
primeiro os 120 novos empregos no parque temático, depois o
acidente em um dos acessos da cidade, a programação de duas
inaugurações das empresas de Marlene, ainda os comentários do
afastamento de Ronald do time de futebol, a mão quebrada o
afastaria dos treinos e dos jogos, a diretora tinha mandado
consertar os vasos sanitário, as aulas sem a participação chata de
Peter, que respondia as perguntas mais idiotas como se fosse um
manual de informações, mas sempre com sua visão do mundo, as
pousadas da cidade se multiplicavam, pois não se tinha estrutura
para 10 mil turistas, 10 vezes a população da cidade, Britney, uma
das meninas da torcida chega para Sheila no intervalo e pergunta;
— Sheila, o que faremos, nosso time vai levar de lavada este
ano!
— Nada, eu nem vou lá assistir mesmo!
— Pensei que seria a líder de nossa torcida!
— Quase entrei nesta, mas Britney, não sirvo para isto, acabo
sempre estragando tudo!
— Não sabia que seu irmão brigava tão bem?
— Ele esta sem pratica, era o marginal desta escola, já com
10 anos, hoje esta calmo!
— Mas todos viram como ele bateu forte, uns disseram que
ele usaria magia, mas o que todos viram foi ele usar os punhos
mesmo!
A conversa estava chata, quando se ouviu o grande estouro
vindo dos banheiros, 4 vasos em cada um dos banheiros veio junto

338
J.J.Gremmelmaier
ao ar, o estouro foi de sacudir a escola, Sheila olhou para Irene e
balançou negativamente a cabeça;
Uma correria se fez na escola, muitos se assustaram, e a
diretora veio a frente de todos e falou;
— Não sei quem esta fazendo isto, mas não vou revogar a
suspensão de Peter por isto!
Sheila olha para ela e pergunta auto;
— Por que, não é claro ainda que não foi ele?
— Não temos esta certeza!
— E vai esperar alguém se ferir para descobrir quem esta
fazendo isto?
— Estamos investigando!
— Meu pai disse que vai processar a escola, se algo me
acontecer, pois a senhora não esta fazendo nada para nos garantir
a segurança!
— Todos estão liberados da aula hoje, teremos de verificar os
danos a escola!
A diretora encara Sheila, sabia que estava a começar a
parecer ineficiência, e ela recebeu um pedido de esclarecimento de
10 alunos, referente a desconto em suas mensalidades, já que seus
filhos por 5 dias foram liberados antes do fim das aulas, gerando
custos maiores, e providencias referente aos acontecimentos;

Os Excluídos se reúnem na praça, não teriam mais um dia de


aula, adentram a biblioteca da praça, e foram estudar, se tinha uma
coisa que unia os excluídos era a vontade de estudar, de aprender,
estavam a manter as matérias na freqüência que deveriam estar
sendo dadas;
Sheila estava a ir para o hotel, quando Ronald a cerca com os
amigos;
— Amorzinho, acha que acabou?
Sheila olha para o braço dele e pergunta;
— Quer que quebre o outro?
— Por que tanta agressividade?
— Não sei, pode ser por que me sinto uma idiota, de ter lhe
posto num posto que não merece!
339
J.J.Gremmelmaier
— Amor, sabe que te amo!
— Sei?
— Sabe, nunca me afastei das demais por nenhuma outra!
— Verdade, mas pode ficar tranqüilo, nem sempre um
resguardo é ruim, elas devem estar com saudades, aproveite!
— Vai mesmo querer dizer que não me quer mais!
— Ronald, quando me toquei o quanto sua infantilidade é
nociva, não me deu alternativa!
— Mas eu te amo!
Sheila não respondeu, passou por ele e continuou o seu
caminho;
Marlene corria com os preparativos, e as confirmações, tudo
estava tão positivo em sua vida que estranhava, as vezes se
defendia esperando uma mudança de rumo, mas a inauguração
estava confirmada para o dia seguinte, e muitos a estavam
cumprimentando a rua, pois agora ela provinha mais de 150
empregos em uma cidade de 800 pessoas, alguns vieram de
municípios vizinhos como de Mendocino, a tensão de tudo sair
corretamente estava grande, de uma pessoa ignorada e humilhada
em publico a empresaria em maior destaque na cidade, se por uma
lado sorria, sabia que ainda existiam sorrisos maliciosos por trás de
cumprimentos aparentemente inocentes, as obras de mais dois
hotéis foram iniciadas, e ela sabia que o dia seguinte seria ainda de
surpresas, o dia começou com a inauguração simbólica em um dos
3 portais de entrada da cidade, dos portais, simbólico pois estavam
lá a quase uma semana, mas agora com informações a turistas e
pessoas para darem informação sobre a região, seguido disto, a
pedra fundamental dos 2 hotéis, que ela tocaria, ainda tinha a
pequena linha de hospedagem anexa ao parque, que inaugurou na
seqüência, mil vagas a mais para a hospedagem local, pequenas
cabanas na entrada do parque, todas já reservadas para o dia
seguinte, o prefeito chegou até a moça e perguntou;
— Ainda teremos inaugurações, ou as surpresas serão para
amanha!
— Amanha começa sedo, inauguração do parque, as 8, as 9 a
praça de alimentação na estrada, as 11 o praça temática na entrada

340
J.J.Gremmelmaier
da cidade, as 14 a inauguração do cinema local, as 16 inauguração
do passeio do horror, dentro das antigas minas de ouro, e as 18 a
inauguração oficial do Macro Mundo, dentro do parque!
— Sabe que a cidade esta em polvorosa, os ônibus estão
chegando, a cidade não tem grandes atrações a mostrar, e tudo que
temos esta preste a inaugurar!
— Verdade, mas com calma chegamos lá, na primeira semana
é novidade, depois vamos ter um fluxo mas racional, será mais fácil
de administrar!
— Acha que teremos quanto a nível de visita!
— Deve chegar a não mais de 100 mil ao ano, mas quero que
cada um gaste no mínimo 600 dólares por visita, ou deixarem no
município pelo menos 60 milhões por ano!
— Pensei que os planos fossem maiores!
— Prefeito, isto é a minha parte, Peter nem esta em atividade
ainda!
— Acha que o menino vai investir na cidade?
— Ele com certeza vai investir, mas o mundo dele é o
raciocínio, não só diversão, mas não sei ainda o que ele vai fazer!
— Mas o que ele faria?
— Ele deve começar a restaurar as casas antigas, sempre foi
um amante do natural e sobrenatural, o mundo dele é de coisas
como um parque cultural, muitos não vão querer ir, mostrar o que
foi feito com os índios da região, mostrar a verdade, não os filmes
de faroeste, a idéia da montanha russa dentro da antiga mina é dele,
quando as pessoas falarem como foi aos demais, aquilo vai atrair
gente do mundo inteiro!
O prefeito sorriu, para quem fora eleito em uma cidade sem
nenhuma pretensão, de repente as coisas começam a acelerar, o
poder político seria somado nisto;

A informação da segunda leva de sumiços e mortes começa a


chegar ao Oriente Médio, alguns homens se reúnem e começam a
se interrogar sobre o que fazer, Peter Carson ganhou inimigos
mortais, o menino nem imaginava a leva de ódio de alguns, um
príncipe veio ao seu assessor, e perguntou;
341
J.J.Gremmelmaier
— Por que não me avisaram do perigo que era o menino!
O assessor sabia que a sua vida já estava em perigo, e passa
o relatório que foi passado a ele a dois dias e ele fala;
— Mas quem fez este relatório, por que não me alertou
novamente!
— Senhor príncipe, o senhor os mandou matar por este
relatório!
O príncipe vê a assinatura do líder religioso no fundo do
mesmo e fala;
— Me acha outro religioso que queira esta função!
— Eles estão em Meca senhor, hamadã!
— Me arranjem um, nem que tenha de tirar um de lá na
marra!
Em Tel Aviv, o diretor da inteligência de Israel chega a uma
sala e lá Amenahen o esperava, e fala;
— Tinha razão, corpos estão aparecendo, mas desta vez, não
foram mortos pelo menino!
— Senhor, ele não precisa nos matar, nos joga em um campo
onde com certeza os lados vão atirar pensando se defender,
sobreviver, desta vez eles se mataram, da próxima, o menino nem
os deixara chegar!
— Por que?
— Os primeiros, atiradores de elite, mortos pois em nada
serviam ao menino, o segundo grupo, se matou, sinal que
novamente mandamos matadores, por que ele nos daria uma
terceira chance, ou melhor, uma quarta chance, pois nos vendeu o
livro!
— Pensei que tinha sido aquela menina?
— Depois vimos que o dinheiro foi para o menino, direto, sem
intermediários!
— Mas o que este menino quer?
— Paz, quando nos vendeu, queria paz, mas pelo jeito, acaba
de comprar inimigos!
— Nisto tenho de concordar, não vamos deixar barato!
— Outra coisa, se mandar qualquer um, não existe túnel para
chegar a cidade, qualquer túnel, aparente, parem, não entrem!
342
J.J.Gremmelmaier
— Mas o que quer dizer com isto!
— Senhor, pode não acreditar em mim, mas entrei em um
destes túneis, a saída não é em lugar algum, é dentro de um mundo
onde as leis são feitas por ele!
— Mas isto é maluquice!
— Senhor, ele acaba de se livrar dos nossos melhores homens,
me ouve!
— E se fossemos pelo ar?
— Pode ser uma alternativa, mas terão de manter a calma, e
cautela!
Em Terã, a inteligência prepara uma leva de novos homens
para verificarem os acontecidos, reforçam operações em países
como Israel, e Arábia Saudita, não deixariam barato as mortes de
seus amigos;
Uma guerra se armava e tudo pela tradução de um livro,
poder por palavra de deus, algo que a maioria não acreditava, mas
tudo indicava uma pequena cidade no interior da California;

Romer chega a casa de Peter Carson e pede para falar com


sua mãe, que o recebe, veio junto a moça e um investigador com
experiência em casos onde a ciência não ajudava, sentam todos a
sala, 4 pessoas e Mari vêm a sala com Paula de tira colo;
— Senhora Carson, podemos falar?
— Não carrego mais este sobrenome senhor, qual o assunto?
— Peter Carson é nosso assunto!
— O que aconteceu com meu filho?
— Senhora, o que vou falar é difícil de falar!
Paula que olhava para o moço a frente falou olhando para a
mãe;
— Ele esteve no mundo de Peter!
O rapaz olhou para a menina e perguntou;
— O que sabe pequena menina?
— Que muita gente morreu, e continua a morrer, ele vai
defender os seus, não os vai deixar chegar até aqui, a alguns dias,
fomos levadas seqüestradas para a Arábia Saudita, para o

343
J.J.Gremmelmaier
pressionar a traduzir um documento antigo, ele não nos deixara
mais a mercê deles!
— Deles quem?
— Ele vendeu algo a alguns dias, é só ver o dinheiro na conta
dele, um documento que pertencia a um Sebo da cidade, ele achou
os compradores, e vieram a comprar Sauditas, Iranianos, Vaticano,
Anglicanos e Inteligência de Israel, mas ninguém entende o que
comprou, sabem que é antigo, pelo teste de carbono 14, mas não
tem idéia do que contem lá!
— E o que tem lá!
— Já deve ter ouvido falar das tabuas de Moises?
— Sim, os 10 testamentos!
— Sim, mas elas foram feitas em uma língua que eles nunca
decifraram, mas o documento é na mesma língua, contem entre
outras coisas, as 10 leis de deus, as originais, nada de não matar, e
sim a lei que rege o universo, uma lei universal!
O senhor que estava quieto fala olhando para a menina;
— Quer dizer que ele tinha em mãos o Livro dos Mortos?
— Não, ele tinha o Livro da Vida, onde esta todas as pragas e
regras usadas pele império dos Faraós, o ultimo a herdar este
conhecimento antes de ser roubado por Moises!
O senhor olha para a menina e depois para Romer e fala;
— Se for este o motivo, teremos uma guerra, pois farão de
tudo para ter o menino, ou alguém para o pressionar!
— Mas por que? – Romer;
A menina olhou para Romer e falou;
— Ele gostaria de falar com você!
— Quem?
— Meu irmão?
— E onde o encontro?
A menina senta-se ao lado dele, e lhe estica as mãos, ele
estranha, olha para o senhor que os acompanhava e pega nas mãos
da menina, e vê a mata surgir em volta, e um menino de pé a frente
dele, e pergunta;
— Onde estamos?

344
J.J.Gremmelmaier
— Você continua lá sentado, eu, em todo lugar, mas queria
lhe mostrar uma coisa!
Peter toca no rapaz e mostra a leva de pessoas vindo pelo ar
de Sacramento, de helicóptero, mostra o pessoal falando em carros
em Navarro, se preparando para entrar na cidade, vê os homens do
vaticano a esperar na entrada de Sacramento, estão vindo reforços
a nível de exorcismo, estavam a preparar para vir pelo ar também, e
o menino mostra para o rapaz as saídas, e os helicópteros dos
Israelenses serem sugados por um tornado que se formou sobre
eles, os sugou e sumiu, viu o helicóptero a voar em um mundo
avermelhado, tirou a mão da do investigador e falou;
— Ou os param, ou eu os pararei a meu modo!
— Mas o que você é?
— Alguém que leu as leis de deus, um iniciado em magia, mas
quando vendi os livros, era para ficar em paz, mas não me deram
paz, não quero confusão, mas amanha teremos muita, tem corpos
espalhado por toda a lateral das estradas que dão a região, eles se
mataram, nem tive chance de intervir, sobrou um em 36 homens!
— Mas pode ser indiciado por assassinato!
— Sei que estou arriscando, mas quero parar isto, e não vou
me esconder, ou eles param, ou os paro!
— Mas o que posso fazer?
— Não sei, mas melhor fazer algo, não sou a lei, mas quero
ser deixado em paz!
— Mas os recebendo assim, espera o que?
— Evitar que os meus fiquem em um buraco por 12 dias,
como fiquei, quem daria falta, não sou um nada, me seqüestram em
minhas terras, e ninguém fez nada, a proteção só vale para
Americanos famosos?
— Mas o que vai fazer se nada fizermos?
— Lembra da cor do céu, estava vermelha, não estava?
— Sim!
— Esta defesa interfere na pureza da minha magia, se chegar
a preto, esquece, todos vão morrer mesmo!
— Mas não tem como ser diferente?

345
J.J.Gremmelmaier
— Este preto pode ser conseguido bem mais rápido, como eu
saber que mataram minha irmã, ou minha mãe, minha namorada,
meus amigos, se os deixar chegar, isto vai acontecer, alguém morre,
daí vai ser um caso de guerra, por isto estou pedindo ajuda!
Paula solta as mãos de Romer e ele vê os demais ressurgirem,
olha para a menina e pergunta;
— Como fez isto?
— Senhor, este é apenas um truque, espero que ajude!
— Sabe o que ele falou?
— Eu vejo o que ele vê, sinto o que ele sente, então obvio
que sei!
Romer olha para o senhor e fala;
— Temos de conversar, teremos problemas!

Os agentes saem e se reúnem em frente a casa de Peter,


Romer olha para o senhor e narra o acontecido, até anota algumas
coisas, e o senhor fala;
— Pelo que me falou, ele esta a defender os seus, e isto o dá
o objetivo, mas o que ele quis dizer com a cor esta indo ao preto!
— Quanto mais escuro, mais mortes, se eles não pararem, ele
vai tender ao mal, ainda esta no racional, pessoas saíram vivas,
como nós, os padres, mas se estivesse no preto, pelo que entendi,
nem teriam uma chance, seria morte direto!
— Mas isto geraria mais briga!
— Sim, ninguém que veio estava legalmente aqui, não os
seguranças, agora mais um grupo de Israel vai sumir, pois foi o que
ele me mostrou, mas ainda tem gente violento do Príncipe, de Roma,
e do Irã, estamos quase vendo eles se matarem de novo!
— Mas se o menino tiver vendido o que falou, eles não vão
sossegar facilmente!
— Mas o que ele vendeu?
— Segundo uma tradição pouco popular, existia um livro dos
antigos Sacerdotes dos Faraós, que continham as magias dos
Sacerdotes, mas não entendi, ele disse que vendeu o Livro da Vida!
— Sim!

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J.J.Gremmelmaier
— O pior é que até para mim isto é lenda, poucos falam dele,
quase ninguém, se procurar o livro dos mortos tem até versões na
internet, mas o livro da vida, seria um livro de magia e historia, mas
nem sei se é real!
— Alguém acredita que sim, mas ele me disse algo que
estranhei, ele não disse que leu o livro, ele falou que leu as leis de
deus!
— O que estamos falando parece maluquice, mas..
O celular de Romer tocou e ele atendeu, ouviu um pouco e
depois falou;
— Estamos saindo daqui, passamos ai perto de uma hora!
Romer desliga e falou;
— Encontraram um helicóptero, caído sobre o rio Navarro,
mas não haviam corpos!
— Como dizia, mas o que estamos falando, é impensável,
quando se via os poderes de magos nos cinemas, nem eles tinham
coragem de falar em nome de deus, seria como se o menino
dominasse coisas que não entendo, senti a força que a menina
impôs para fazer a ligação, para ela pareceu não ser muito, mas
também não havia sentido isto nesta intenção!
— Temos também alguns corpos encontrados baleados, o
menino disse que somariam 35 corpos, se encontramos 27 ainda
tem corpo caído por ai!
— Mas ele demonstra alguma emoção referente as mortes?
— Nada, pede ajuda para não ter de matar de novo, mas se
vierem, ele vai agir!
— Mas onde ele esta?
— Parecia uma floresta, arvores para todos os lados, nada
diferente, tudo muito verde!
— Temos de tentar deter os grupos!
Enquanto falavam o helicóptero com cardeais, e seguranças, 6
deles sai de Sacramento em direção a pequena cidade, eles estavam
voando baixo, nem viram o que os atingiu, mas quando se viram
num mundo que estava em um vermelho sangue, para todos os
lados, um dos padres começa a orar, outro a fazer de conta que
haviam espíritos do mal em volta, e os seguranças em pânico;
347
J.J.Gremmelmaier
Peter se materializa a frente dos religiosos e o segurança lhe
baixa a arma e fala;
— Menino, sei que estamos em seus mundo, desculpe a
intromissão!
— Como é seu nome segurança?
— Peterson Rosa!
— É só não tentar me matar, e tudo acaba bem!
O segurança larga a arma e esta some, outros seguranças o
empurraram e apontaram a arma para o menino;
— Você deve ser a ameaça, onde esta meu irmão?
— Se veio aqui, deve ter morrido!
O rapaz dispara a arma, o menino olha para ele, pensa, um
estalo e o rapaz some, os demais olham para ele assustados,
abaixam a arma e somente depois olha para o arcebispo a sua
frente e fala;
— Corajoso, voltou!
— Sabe que não desistiremos!
— Manda aquele falso padre exorcista calar a boca, pois
senão vou lhe tirar a língua!
O padre olha assustado, mas continua a orar;
Peter fala em sua mente;
―ch'ał‖
O padre tenta falar, mas todas as palavras saiam como
coaxos;
— Menino, temos de saber o que tem lá!
— Sim, mas para que, vão usar para que, mais dinheiro, acho
que sua igreja já tem demais, senhor!
— Queremos aprender!
— Ninguém de vocês quer aprender, me trouxeram um
exorcista, não tem espíritos para ele exorcizar!
— Mas o que diz naquele livro?
— Como explicar para alguém que vive de uma religião, que
Magia existe, que fé tem poder, mas que a palavra tem mais, que o
fim de tudo é energia, que deus é energia, não aceitou ainda isto!
— Não, mas sei que você entendeu algo que nos interessa!
— Sim, interessa saber e destruir, conheço os métodos!
348
J.J.Gremmelmaier
— Esta nos julgando, não somos todos do mal!
— Não, realmente não são!
Peter olha para Peterson e pergunta;
— In quanto tale, il professor Rosa?
— Sapete mio padre?
— Sapeva di mio nonno, tanto tempo fa!
— È bravo, ma deve migliorare la sua aura, Peter!
— Ma, come con le persone attaccare me, che vogliono
uccidere la mia famiglia, mentire, inventare ragioni, credo che darò
di fuga in tutti i libri!
— Tu sai che mio padre ha sempre voluto controllare il libro,
non avrebbe letto, sa che non ha cultura, ma certo voluto sentire
l'energia contenuta in essa!
O arcebispo olha para o menino e pergunta;
— Si parla italiano?
Peter sorriu e falou em Frances;
— Portugais, français, italien, grec, arabe, hébreu, chinois et
russe!
— Et comme vous le savez, je suis français?
— Accent!
Peter olha para os senhores e termina;
— Pela ultima vez, vão me deixar em paz!
— Sabe que não temos como!
Peter olha para Peterson e fala;
— Ha un abbraccio per il padre!
Peter estala o dedo e os Arcebispos derretem no ar, olha os
soldados, e sorri, estala o dedo e os mesmo vêem surgir em suas
casas, em Roma;
Os corpos dos Arcebispos foram sendo encontrados na região
que os helicópteros haviam sumido;
A caminhonete do FBI chega ao local, onde a policia local
estava a identificar os corpos, Romer foi verificando quem eram os
mortos, e olha um dos que estavam a um dia a sua frente, no
Hospital, e falou para Patrícia ao seu lado;
349
J.J.Gremmelmaier
— Este estava ao hospital ontem, tentaram de novo, mas
desta vez, não sobrou para contar historia!
— Acharam os seguranças?
— Não, nem os pilotos, parecem ter ido parar em outro
estremo!
Um dos rapazes chega e fala;
— Tem um senhor na linha, quer falar com o responsável!
Romer olha para Patrícia e atende;
— Boa tarde?
— Boa, não esta boa, com quem falo?
— Investigador Romer, FBI!
— General Partson do Pentágono!
— Em que estamos envolvido senhor?
— Não sei, mas algo esta atraindo para o local que você esta,
grandes nomes do crime local e internacional, e alguém do Vaticano
ligou para falar pessoalmente com o presidente!
— Senhor, o que quer que faça?
— Descubra quem matou estas pessoas?
— Isto eu sei, mas o que faço?
— Sabe, temos ai alguém capas de enfrentar uma leva de 4
dos grupos armados mais violentos do mundo, e não sabemos, pois
estou com pressão por um lado para o deter, por outro, saber os
métodos e o por a trabalhar para nós!
— Senhor, o que esta acontecendo aqui, ainda é uma
incógnita, mas quem pôs todos estes homens em sacos plásticos foi
um menino de 13 anos!
— Fala serio!
— Falo, ele nos escolheu deixar vivos ontem, mas ele quer
que afastemos o pessoal de sua família, senão vai continuar a agir!
— Mas onde vive a familia dele?
— Uma micro cidade chamada Comptche!
— Não entendi, todos estão indo em função desta cidade, é
isto?
— Sim, mas teremos problemas aqui!
— Por que?

350
J.J.Gremmelmaier
— Oficialmente temos a queda de seis helicópteros, mas
dentro tínhamos Arcebispos, Cardeais e padres, estão todos mortos,
os seguranças de pilotos sumiram simplesmente!
— Alguém tem como indagar que não foi uma queda natural?
— Um morador disse que se formou um tornado e sugou os 6
helicópteros e jogou-os sobre um rio!
— Então pode ter sido natural?
— Senhor, não foi natural!
— Vou mandar dos meus para ai, sabe se é seguro?
— Depende das ordens, se for deter alguém da família do
menino ou ele, nem mandava, ou mandava os sacos para
recolhermos os corpos depois!
— É tão violento assim?
— Senhor, as mortes de ontem, vamos ter de reconhecer no
exame de DNA, dos ossos carbonizados!
— Vou mandar lhe reportarem o que estão fazendo!
Romer desliga o celular e olha para Patrícia;
— Vai piorar, agora o exercito!
— Sei que tem um grupo da CIA, em Navarro, chegaram a
pouco!
— E ainda a cidade de Comptche esta cheia de turistas para a
inauguração de um parque temático, as estradas estão todas
tomadas!
— Sabe se teríamos como segurar a inauguração?
— Não seria uma boa idéia, pois teríamos ônibus perdidos no
meio do caminho, daí sim teríamos uma confusão, eles vão ao
parque e saem do caminho!
— Se acha, mas que cada hora piora!
— Vai piorar, soube que o grupo do FBI estava a perseguir o
pessoal que veio de Teerã e sumiu junto!
— Mas não era para barrarem o pessoal?
— A direção achou melhor acompanhar de longe!
— Merda, tomara que voltem, pode nos por contra o menino,
não queria ter de morrer!
— Ele não é ruim!

351
J.J.Gremmelmaier
— Mas ele quer evitar o pior, foi o que me disse, e estes
corpos aqui é para confirmar o que ele falou quando estávamos lá,
que se o Papa quisesse algo, que viesse pessoalmente, não
mandasse intermediários, mas acho que o Papa não teria coragem
de vir depois disto!

No mundo de Peter, a cor do ambiente começava a tender ao


roxo escuro, estava começando a escurecer, aquela leva de homens
entraram armados e foram cercados por homens do FBI, todos
perdidos no saber onde estavam, e Peter fala a mente de Romer;
―Isto é deter alguém?‖
Romer olha em volta, não tinha ninguém, estava ficando
maluco, e ouve;
―Isto vai dar errado, um atira no outro e serão mortes que
não terei como evitar!‖
―Mas não pode os deter?‖
Peter materializa-se a frente do grupo de Teerã, e fala;
— Quem vem a mim?
— Você é Peter Carson? – Falou um senhor apontando a
arma;
— Sim, mas quem é você?
— Serviço secreto do Irã, temos de conversar!
— Sim, e trazem o FBI de apoio?
— Nem havíamos percebido que eles nos seguiam!
— Então fazemos um pacto, vocês não atiram e ficam vivos,
posso contar com este primeiro acordo!
— Sim, existe um grupo estudando o que dizem que o senhor
é o único ser que entende, uma criança!
— Mas não vou traduzir, a ultima vez que ajudei alguém, o
Príncipe Saudita matou os dois ajudantes, os seus são mais
extremistas que isto, não pretendo ver alguém morrer por tentar
decifrar aquilo, ou por que decifrou, seu governo não quer mesmo
saber a verdade!
— Mas por que não acreditariam?
— As pessoas não admitem mudanças no que esta escrito, os
Judeus não mexem no Tora, os Cristãos no Novo Testamento, e
352
J.J.Gremmelmaier
vocês no Alcorão, o que esta escrito lá, contradiz o que esta no
Alcorão, lá diz que não adianta jejuar se a água que tomar na
madrugada não for de água corrente, não adianta se comer doces
na hora seguida do fim do jejum, ou pior, comer carne, que não
seja de peixe, então de nada vale o jejum do Ramadã, acha que
seus dirigentes vão ouvir isto?
— Não, vão queimar!
— Então recomendo queimarem de uma vez!
— Mas dizem ter coisas mais poderosas lá!
— Sim, mas nada que alguém não purificado possa executar,
nada que um não iniciado em magia possa fazer, nada além da
historia será útil a vocês!
— Mas eles querem mais!
— Senhor, aquele livro ficou 4 mil anos escondido, e o que
vejo é uma leva de pessoas na preguiça de estudar e trabalhar,
querem as respostas rápidas, mas se ficou 4 mil anos escondido,
podem pelo menos demorar uns 100 para o traduzir!
— Eles não aceitaram isto!
— Senhor, ou aceitam ou terão o mesmo destino dos demais,
podem levar o que disse, ou ser encontrados em uma vala comum!
— Me disseram para o tentar levar vivo!
— Morto, todos aqui morrem junto, já que estão em minha
memória!
— Certo, mas não posso voltar de mão abanando!
— Diz para o Sheik que passo lá dentro de 15 dias!
— Posso garantir isto para ele?
— Sim, agora melhor entrarem nos carros, e saírem por
aquele túnel!
— Não gosto deste acordo! – Falou um dos outros.
— Vai matar todos eles por isto?
— Você não pode com a gente! – O senhor olho para o
menino que virou-se para o agente do FBI, e falou;
— Vocês, se querem sair, é a hora, depois não garanto!
— Mas..
— Vão, agora!

353
J.J.Gremmelmaier
Os agentes entraram nos dois carros e se mandaram e Peter
olhou para o senhor e falou;
— Acha que ganha o que me desafiando senhor?
— Você não é mais do que uma criança!
— Sim! – Os carros somem e Romer estava a recolher os
corpos e os carros começam a cair do céu e o rapaz olha e torce
para não ver carros do FBI, e ouve na sua mente; ―O seu pessoal
saiu!‖
— Acha que me põem medo com estes truques de câmera!
Peter sorri, estava pensando em o que fazer, e olha para o
rapaz que estava falando, e fala;
— Passa o recado para o Sheik! Diz que o resto fica como
garantia do cumprimento do acordo!
— Mas o que vai fazer com eles?
— Me divertir, eles acham que podem comigo, vamos ver o
que acham dentro de 15 dias, se ainda tiverem vivos!
Peter estala o dedo e o rapaz surge diante de uma avenida
em Teerã;
Peter desmaterializa e deixa os demais lá, ao nada;
O celular de Romer toca e apenas fala;
— Estamos na direção de Navarro, devem estar aqui em uns
10 minutos, e conversamos!
O investigador senta-se e um policial o pergunta;
— De onde veio estes carros?
O rapaz sorriu e falou;
— Esta sua terra é especial, chove Mercedes do céu!
O policial não gostou da brincadeira, mas perguntas idiotas,
se responde como, e os dois outros carros do FBI param diante
deles e vêem os carros dos Iranianos, ao rio, e Paul fala;
— Pelo jeito era serio que ele faz o que bem entende com o
espaço!
— Como esta a cor do céu lá!
— Indo para o roxo!
— E o que ele fez com os rapazes do Irã?
— Não sei, nos deu uma chance de sair, saímos!
— Pedi esta chance a ele, ainda bem que me ouviu!
354
J.J.Gremmelmaier
— Você falou com ele?
— Estranhamente sim, mas por que não os deterão antes!
— Não sei, duas ordens de Washington e uma do Pentágono!

Na cidade de Comptche, um casal chega a porta da casa dos


Carson e observam de uma caminhonete, e uma senhora fala;
— A ordem é levar a senhora, vamos esperar a melhor hora,
pelo que entendi amanha a cidade estará toda voltada para as
inaugurações, a policia estará toda preocupada com a leva de
turistas, não vão nem perceber que ela sumiu!
— Acha que terá resistência? – Um senhor;
— Acho que não, mas faremos a tarde, toda a cidade estará
voltada ao parque temático, então agimos, as ruas são calmas
mesmo!
Os dois anotaram os detalhe, e se mandaram para o hotel,
onde tinham uma reserva;
A manha de sábado veio com uma leva de ônibus das cidades
vizinhas, inaugurações, e muitos turistas, a atenção estava toda
voltada ao parque, o transito estava um caos, a rodovia estava sem
nenhum evento especial, quase todos estavam a frente do parque
temático, as desventuras da cidade se esqueceu, os turistas
entravam a conhecer o parque baseado no medo, na magia, no
oculto;

Inicio da tarde o casal bate a porta da casa da senhora Mari,


o rapaz com a roupa de carteiro, vinha com um veiculo da cidade
vizinha e pergunta;
— Senhora Mari?
— Sim!
— Temos uma encomenda, para a senhora!
Mari vai a frente da casa, iria sair pela porta e sente Paula a
segurando pela mão!
―Não mãe!‖
— Senhora, vai por bem ou por mal! – Fala o senhor
apontando a arma para ela, a menina se distrai e sente alguém
atingir sua mãe a cabeça. Foi muito rápido, a menina vira-se e
355
J.J.Gremmelmaier
segura a arma da senhora e ela dispara, enquanto Mari caia atingida
na cabeça, pela coronha da arma, a menina sentia a bala atravessar
seu pequeno coração, e tende ao lado, ninguém a rua, a senhora
nem liga para a menina caindo, pede ajuda para o senhor, estavam
a erguer Mari para levar ao carro quando ouvem o carro deles ir
pelo ar, os dois soltam a senhora, e vêem o menino a chegar perto,
a senhora puxou a arma, mas sentiu o corpo socado, por uma onda
de impacto, e pareceram sumir no ar, Mari acordava enquanto viu
Peter passar por ela, e chegar até Paula, ela não respirava, Mari viu
os próprios olhos encherem de água, Peter tocou a irmã, mas ela
não reagia, a mente ainda estava lá, mas o corpo estava a entregar
a vida;
―Irmã, preciso de você!‖
―Não quero morrer Peter!‖
Peter chorou, e falou;
―Desculpe, por tudo que fiz e vou ter de fazer, irmã!‖
A neve começa a cair, o rio congela pelo frio que cai sobre a
cidade, os turistas viam aquele frio fora de área e Sheila olhou para
Robert e falou;
— Algo aconteceu!
— Algo pesado, ele deixou a raiva dele sair!
— Estou sentindo, mas o que?
— Não sei!
Marlene vendo o clima mudar virou-se para Carson e falou;
— Algo aconteceu, se não foi com você, foi com Mari ou
Paula!
— Vou lá!
— Vai, vou cancelar as outras inaugurações!
O delegado sente que algo aconteceu, e manda alguém a
casa dos Carsons, tinha de ser lá, quando o pai de Peter parou a
porta de casa, viu o menino abraçado ao corpo de Paula, os
médicos chegaram logo após, chamados por ele, mas tentaram a
reanimar e nada, ela estava quase morta quando os médicos vêem
ela ficar fria, os médicos viam o menino a tentar ficar por perto,
Mari segurava o filho, Marlene chega logo após o delegado e todos

356
J.J.Gremmelmaier
vêem a medica por um pano sobre a menina, Peter perde o controle
e some, diante de todos;
Peter surge em meio ao negro do seu mundo, a luz havia se
ido, um breu total, ele encostou na senhora e a pôs ao ar e
penetrou em sua mente, o frio estava a atingir ali também, ele viu a
ordem, exercito, queriam ter o menino, mandaram a qualquer custo,
levar a moça, Peter iria explodir algo, quando ouviu em sua mente;
―Irmão, não me deixe ir!‖
Peter se materializa diante do lençol, o tira e olha para a irmã,
uma saída não convencional, a tocou e todos viram o corpo sumir,
ele olhou para a mãe e falou;
―Temos uma chance, ela quer tentar!‖
―Eu a ouso, mas o que vai fazer?‖
―Eu a pus em meu mundo, lá o corpo não tem a importância
deste, se refiz Irene, por que não ela, alguém muito mais especial
para mim!‖
―Mas é arriscado!‖
―Sim, mas o que posso fazer, desistir?‖
Mari chega ao lado do filho e fala;
— Faz o que tem de ser feito!
Peter some no ar, todos em volta estavam a pensar o que
havia acontecido, e vêem os carros do FBI chegando a porta;
Era um clima de velório, mas agora sem o corpo, Romer fez
pergunta a algumas pessoas, e anota tudo que podia fazer diferença,
mas não entendera nada;
Sheila chega perto de Mari e pergunta;
— O que aconteceu senhora?
— Deram um tiro em Paula, Exercito!
Romer ouve e vê os demais chegando se encolhendo de frio;
— O que o general queria com a mãe do menino?
— Do que esta falando?
Romer encosta o rapaz na caminhonete e fala;
— Melhor termos colaboração, pois não sou a favor de matar
crianças!
— Não sei do que esta falando senhor!
— Então sinta-se a vontade para voltar, pois aqui acabou!
357
J.J.Gremmelmaier
O militar olha para o rapaz do FBI e se afasta;
— Patrícia, estamos saindo em meia hora!
— Onde vamos?
— Tomar uma cerveja em Los Angeles!
— Mas..
— Marca com todos, não quero ninguém aqui em uma hora!
— Mas as ordens são..
— Patrícia, as minhas ordens são estas, da vida dos meus, eu
que cuido!
A moça foi ao comunicador e passou as ordens, os rapazes do
exercito chegaram perto, o Delegado quis saber o que faziam ali,
não tinham resposta, os militares estavam a querer avançar quando
se ouve um estrondo no céu, e caem dois corpos, o casal que se
esborracha no chão a frente dos militares;
O Delegado abaixa-se e pega a identificação e fala;
— São dos seus, melhor a arma na mão da moça não ser a
que deu o tiro!
— Vocês não tem nem corpo, o que acham que vão provar!
— Não falo de leis, vocês atiraram na irmã do rapaz, se
queriam problemas, vão ter!
Romer estava saindo da cidade quando seu celular tocou;
— Senhor Romer, onde acha que vai?
— General, algum problema?
— Soube que estão saindo da cidade, sobre ordens de quem?
— Estamos em um caso complicado, vamos todos a Los
Angeles, achamos uma boa pista!
— Que pista?
— Se falar, você mata antes de chegar lá, então recolhe os
dois corpos, pois não gosto de covardes!
— Esta me ofendendo Investigador Romer!
— Não senhor, estou chamando de covarde o homem que
ordenou a operação!
— Não sou covarde!
— Atirar em uma menina de 5 anos é o que, valentia, mandou
assassinos para pegar a senhora, acha que estou o ofendendo,
problema seu, não mais meu!
358
J.J.Gremmelmaier
— Vou relatar ao seu superior!
— Relate, me afaste, não seria a primeira vez!
Estavam a ir ao sul pela costa, quando o celular de Romer
tocou de novo;
— Investigador Romer, onde esta?
— Quase Los Angeles, senhor!
— Não deveria estar em Comptche?
— Desculpa senhor, mas quando acabar as matanças lá,
retorno para recolher os corpos!
— Mas estava lá para evitar isto?
— Sim, mas o senhor me desautorizou, arriscou os meus,
mandando seguir os Iranianos, então se estão vivos foi pois
consegui que o menino não os matasse, mas quem lhe pressionou,
acabou de matar a irmã de 5 anos do menino, covardia, ele não vai
deixar barato!
— Mas ele não me falou de menina, disse que não tinha
corpo?
— Mas a menina sumiu, os agentes dele morto, pergunta a
ele onde esta a menina de 5 anos, irmã do menino, chamada Paula!
— Vou ligar para ele, mas gostaria que voltasse!
— Se quiser mandar alguém para a morte, a vontade, não
vou!
Patrícia viu que Romer havia levado para o pessoal, ele tivera
uma filha morta a 6 anos atrás, ela tinha 8 anos, um policial reagiu
a um assalto e o marginal disparou na direção do policial, sua filha
estava logo atrás, morreu por uma bala perdida, seu casamento
desandou, sua vida se resumiu a entrar em casos impossíveis, e sair
deles vivos, Patrícia sabia que ele nunca esquecera, não era coisa
para se esquecer, quando soube da criança, ficou revoltado;
O exercito tentou tomar a cidade, um general chegou a frente
da casa de Mari e pediu para falar com ela, o Delegado da cidade
disse que ela não falaria;
O senhor com insígnias ameaçou o rapaz e viu a senhora
pegar no ombro do Delegado e falar;
— Só cobre minhas costas, pois estes são covardes,
Parterson!
359
J.J.Gremmelmaier
— Se não quiser, não precisa falar!
Mari olha para o senhor e pergunta;
— Onde esta minha filha de 5 anos senhor?
— Não temos nada a ver com isto!
— E aquele casal do exercito, se passando por carteiro, num
dia que ninguém estava olhando, com todas as identificações do
exercito, não são seus homens!
— São, mas deve ter havido um mal entendido!
— Sim, se fosse o senhor saia da cidade enquanto consegue,
pois as estradas estarão intransitáveis em horas, depois, os
habitantes da cidade, a magia de meu filho protege, o resto, vai
virar picolé!
— Esta nos ameaçando?
— Sim, vai me prender, como antes, mataram minha filha
senhor , se não entendeu isto, é burro além de arrogante!
— Senhora, esta passando dos limites!
O delegado olhou para o militar e falou;
— Limites, nem viu nada ainda!
O radio narrava que houve deslizamentos nas 3 estradas de
entrada, logo após os ônibus de turismo saírem da região, e Carson
vem a eles e fala;
— A cidade esta isolada Mari!
— Sei disto, mas ele ainda esta deixando os militares
entrarem!
Mari olhava nos olhos do militar, e ouviu em sua mente;
―Mãe, eu ainda estou aqui, acalma!‖ – Paula;
A senhora põem a mão sobre a cabeça e fala;
— General, tem uma chance, ele não esta deixando entrar,
ele esta dando a opção de se retirarem, amanha, esquece!
— Onde esta seu filho senhora, ele é acusado de assassinato!
— Difícil de provar algo assim, o senhor sabe, mas eu vi os
seus atirarem em minha filha, se eles foram atirados para cima, 600
metros e desabaram depois, sinal que além de mentirosos tinham
asas, mas algo as quebrou!
— Vou lhe deixar pensar até amanha!

360
J.J.Gremmelmaier
Amanhecia domingo, a temperatura estava abaixo de 30º
Celsius negativo, o senhor saiu de sua barraca e se deparou com
dois dos seus soldados congelados a porta, andou até o refeitório,
todos congelados, seus 10 mil homens congelados, andou com
dificuldade os mais de mil metros até a casa da moça, a mãe do
menino, olhou em volta, a cidade estava normal, mas onde tinha
parte do exercito, estava muito mais frio, os quase 2 metros de gelo
as ruas, chegou a porta e viu um menino sentado a lhe olhar, e
falou;
— Você que é Peter Carson!
— Sim, e o senhor é o general Partson, um dos covardes do
pentágono!
— Lá temos homens que garantem a nossa independência e
supremacia sobre os outros, acha que esta fazendo o que?
— Eu, minha irmã ainda tenta me acalmar, dizer que os
soldados não tem culpa, mas acha que qualquer um, que atira em
uma criança por que um superior mandou, não o chamo de herói,
chamo de covarde, e não interessa se a criança é americana ou não,
é covardia do mesmo modo!
— Você matou todos eles!
— Eu não matei ninguém, o frio matou, o que posso fazer,
são fracos!
— Você é uma assassino!
— Somos senhor, mas eu não ganho insígnias por ter matado,
o senhor sim, eu não recebo um salário para isto!
— Nós vamos acabar com você, com esta cidade!
— Senhor covarde, lhe deixei vivo para uma noticia chegar ao
Pentágono, se não querem que isto que aconteceu aos soldados
aconteça com o Pentágono, ou a própria Casa Branca, me deixem
em paz, pensei que minha nação me defenderia, mas não, querem
me usar, depois de amanha as rodovias estarão livres, tire os corpos,
sempre disse que não gosto de mortes sofridas, esta, dormindo, é
tranquila!
— Não vai me matar?
— Não, quero ver o pessoal do Pentágono lhe avacalhar, pois
é o responsável até agora por 10 mil mortes, por enquanto!

361
J.J.Gremmelmaier
— Vamos explodir sua cidade!
— Senhor, não brinque com o que não controla, este frio, é
minha tristeza, me deixe mais triste e terá de descongelar um
estado inteiro, e lhe atribuirei cada morte, pois foi você que decidiu!
Mari vem a porta e vê o filho, este levanta-se lentamente e
vai até ela, Peter estava a tentar sentir algo de bom, antes queria
acalmar sua fúria, agora, encontrar um caminho, o caminho da
floresta sumiu;

No mundo de Peter, o interior de sua magia, com a escuridão


total, primeiro veio o medo do fim, depois uma pequena luz surgiu
em um local um pouco mais alto, e os soldados resolveram andar
naquele sentido, uma única luz, em meio a um breu total, aquela
luz surgira pouco depois de tudo apagar, eram 8 soldados, pois seu
capitão o menino fez sumir, nem sabiam se ele realmente estava em
terras seguras, aquele mundo sem cantos, mesmo onde pisavam
parecia não existir, não sentiam o chão, era como flutuar e andar,
sobre um local todo negro, os soldados perdiam noção de tempo, os
relógios parados, o frio parecia ter diminuído um pouco, estavam
caminhando, embora isto fosse um esforço normal a soldados,
parecia mais desgastante, os nervos também contavam em um
lugar deste, aquela sensação de andar ao nada, estavam andando a
mais de 14 horas, e se deparam com uma menina sentada ao ar, ao
seu lado haviam pequenas mudas de rosa, com botões vermelhos, o
militar olha para ela e fala;
— Você é uma alucinação?
Paula sorri, não fala, faz sinal que sentem, os mesmos veem
que perto da menina a temperatura era quase que normal, o calor
emanava dela;
— Quem é você menina?
Paula mede o senhor e fala;
— Tem de se controlar, Tobias!
— Me conhece?
— Se todos ainda estão aqui, é por que desafiou ele, pois
estavam prestes a sair!
— Mas como sabe?

362
J.J.Gremmelmaier
— Ele esta triste, magoado, perdido em um caminho da magia,
este negro senhor, é o estado de espírito de meu irmão!
— Você é irmã dele, mas o que faz aqui?
— Bem longa a historia, mas nem sei se poderei sair, pois
meu corpo esta quase morto, para o mundo externo!
— Não entendi!
— Senhor, vem a uma guerra, e não se intera do inimigo?
— Ele é um menino, 13 anos!

O general pega um veiculo e sai pela saída sul da cidade, a


única ainda disponível, estranhou, quando passou pelo portal da
cidade, o gelo sumiu, o frio também, olhou para trás parando o
carro, dentro do portal, neve, fora, um dia de outono normal, até sol
se via, tenta ligar e dá sinal, pede reforço para Comptche, e ouve do
outro lado;
— General, qual a situação, pois tinha 10 mil homens ai?
— Tínhamos, me mande reforços, já!
— Mas quanto?
— Eu estou partindo para ai, assim que chegar numeramos e
fazemos um esquema de controle, mas todos os homens
congelaram na cidade, olha o satélite, um ponto de nada, 30
negativos, não sei como isto pode acontecer!
— Mas e os homens?
— Congelaram vivos, nunca vi algo assim!
— Mas quem fez isto?
— Quem, nem falar nisto parece real, estou a oito metros do
portal da cidade, temperatura a 18 graus, olhando para a estrada, a
poucos metros da entrada, a estrada esta com mais de metro de
gelo, e neve constante, mas o céu esta azul!
— Venha para cá, não entendemos ainda o que esta
acontecendo!
Peter chega a base militar no centro da cidade, e olha os
soldados congelados, vitrificados, olha em volta e ouve em sua
mente;
―Tem de os ajudar irmão!‖

363
J.J.Gremmelmaier
―Sabe que cada homem que ajudar, pode ser um tiro que
levaremos!‖
―Sabe que é o certo, nós é que não somos normais, eles são!‖
―Mas eles tentaram lhe matar!‖
―Você já se vingou daquilo, e não era o correto a fazer, irmão!
―Mas,,‖
―Peter, eu sei que ainda estou aqui, pense em quantas
crianças chorando em suas casas na manha seguinte, quer esta
energia em seu interior?‖
―Não, você esta ai, você sentiria este mal!‖
Peter olha para os soldados e estala os dedos, o gelo se
desfaz, os soldados primeiro vêem ele a frente e depois, com um
segundo estalo, cada qual acorda em suas camas, em suas casas, o
equipamento se desfaz, some como o gelo a derreter a rua, as
estradas se abrem, a neve derrete, o rio descongela, lentamente o
domingo tomava forma, e ônibus de turismo reaparecem na estrada,
e Romer recebe uma ligação em Los Angeles;
— Investigador Romer?
— Fala general?
— Soube que ele matou todos os meus homens?
Romer riu e o senhor bradou;
— Não é engraçado!
— Senhor, seu sistema de informação esta defasado, ele não
matou ninguém ainda, melhor olhar as imagens de satélite, o
exercito sumiu de lá, pensei como o senhor que haviam morrido,
mas os soldados ressurgiram em suas casas, como estão espalhados
de norte a sul do país, é difícil de monitorar, mas aparentemente,
todos vivos!
— Tem certeza disto?
— Senhor, comece a trabalhar, a cidade esta a voltando ao
normal, os turistas até voltaram, as noticias locais ainda são as de
ontem, achamos os corpos, que faltavam os Iranianos, a Cia esta a
assumir lá, pois o caso ultrapassou nossa alçada, ligue para eles!
— Mas vai parar de o caçar?
— Senhor, é hora de por panos quentes, se quer tentar de
novo, tenta a conversa, e não o atirar antes, perguntar depois!
364
J.J.Gremmelmaier
— Parece entender o menino?
— Os meus homens ele poupou, os seus também, então esta
reclamando do que?
— Ele é perigoso!
— Sim, ainda esta do nosso lado, então melhor não cutucar,
ou quer o que?

Marlene estava a pensar em um domingo calmo, mas quando


viu o sol, os turistas, tanto os que se hospedaram a cidade, quanto
os demais, os a cidade acharam que foi um grande jogo de
marketing, pois viram o exercito as ruas, como se tivesse um grande
mal a enfrentar, depois amanheceu, a neve já estava se indo, e o
sol, e nada de militares, voltaram a curtir as coisas, hora de
inaugurar a grande montanha russa nas cavernas de ouro, algo a
testar os nervos ao máximo, pois aos desavisados parece que a
região e atingida por um terremoto ao meio do percurso, e
começam a disparar, sem controle, com parte dos túneis vizinhos
parecerem desabar, 12 minutos de velocidade e terror ao mesmo
tempo;
A cidade começa a se agitar, e os moradores estavam entre a
felicidade da evolução da cidade, e a tristeza de terem perdido a
menina dos Carson, uma criança, Mari recebeu muito apoio, Peter
estava ao quarto a ajudar Pity, pois não deixaria nada pela metade,
e ouviu;
— Como alguém tem coragem de atirar em algo como sua
irmã?
— Tem gente que a sugaria, mas seria por um propósito de
sobrevivência, isto é covardia!
— Senti como você a amava, deve estar difícil para você
menino!
Pity vê uma lagrima aos olhos de Peter que fala;
— Ela não morreu Pity, mas tem de se recuperar!
— Não morreu?
— Não, eu a aprisionei em minha magia, antes de ela morrer,
é uma forma de prisão, mas que garante a ela a vida, enquanto eu
viver, se tiver tempo, para se recuperar, pode voltar a nós!
365
J.J.Gremmelmaier
— Mas como ela esta?
— Fraca, mas ainda esta entre nós!
— Por isto Mari acalmou um pouco?
— Sim, a mãe sentiu a dor dela, eu estava distraído, foi muito
rápido, quando senti a dor, vim rápido, mas ela já tinha sido
baleado, toda a minha proteção deixou passar dois aparentes
carteiros!
— Não pode se culpar por isto!
— Mas estávamos tão bem antes disto tudo, discretos,
invisíveis aos olhos!
Peter dá um pouco de cereais cozidos com vegetais a moça
que fala;
— Esta ainda difícil, sabe que a dor ainda é forte, parece que
nunca vai ceder!
— Eu disse que era difícil, não menti Pity!
— Sei disto, mas as vezes tenho medo de sair correndo e
voltar ao velho mundo!
— É o caminho fácil, mas tem de ver, ainda tem como
retornar a aquele mundo, mas como digo, para que me serve a
imortalidade, imagine ver todos os que ama morrerem, tudo mudar
e se deteriorar ou evoluir, mas sabendo que estará ali, é estranho
até pensar nisto!
— É o maior preço, a imortalidade, mas estou ciente disto,
para mim ainda era algo como uma lenda, pois estava nisto a muito
pouco tempo!
A moça se contorce de dor pouco depois, deita e ele a cobre,
estava a cuidar da moça quando Sheila entra no quarto e vê a dor
nos olhos da moça e fala;
— Precisamos conversar Peter!
Peter olha a moça, e fala;
— Sente-se, o que esta acontecendo lá fora?
— Estou preocupada com vocês, esta indo por um caminho,
que pode não ter volta!
— Sei disto Sheila, mas não tenho muitas opções!
— Peter, queria dizer que lhe amo!

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J.J.Gremmelmaier
Peter olha para a menina a sua frente, não sabia o que falar,
era complicado, ele tinha namorada, tinha a missão de salvar sua
irmã, e agora, como lidar com isto?
Um silencio se fez, cortado apenas pelos gemidos de Pity a
cama, estava em mais uma curva da vida de Peter Carson, uma
curva tão perigosa quanto o exercito Americano, que o queria deter;

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João Jose Gremmelmaier

Mundo de Peter
III

O Retorno
de Paula
Primeira Edição

Curitiba / Paraná
2010

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J.J.Gremmelmaier
Autor; João Jose Gremmelmaier
Edição do Autor
Nome da Obra; Mundo de Peter – O retorno de Paula

As opiniões contidas no livro, são dos personagens, em nada


assemelham as opiniões do autor, esta é uma obra de ficção, sendo os
nomes e fatos fictícios.
É vedada a reprodução total ou parcial desta obra.
Sobre o Autor;
João Jose Gremmelmaier, nasceu em Curitiba, estado do Paraná,
no Brasil, formação em Economia, empresário a mais de 15 anos, já
teve de confecção a empresa de estamparia, escreve em suas horas de
folga, alguns jogam, outros viajam, ele faz tudo isto, a frente de seu
computador, viajando em historias, e nos levando a viajar juntos.
Autor de Obras como a série Fanes, Guerra e Paz, Mundo de
Peter, os livros Heloise, Anacrônicos, cria em historias que começam
aparentemente normais, mundos imaginários, interligando historias
aparentemente sem ligação nenhuma;

CIP – Brasil – Catalogado na Fonte


Gremmelmaier, João Jose
Mundo de Peter III – O Retorno de Paula, Romance de
Ficção, 115 pg./ João Jose Gremmelmaier / Curitiba, Pr. /
Edição do Autor / 2010
4. Literatura Brasileira – Romance – I — Título
85 – 0000 CDD – 978.000

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J.J.Gremmelmaier

O retorno
de Paula
J.J.Gremmelmaier

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J.J.Gremmelmaier

A vida do menino havia se tornado publica nos últimos


meses, da pior forma possível, expulso do colégio, saiu do
anonimato de todas as formas, agora estava com um problema
familiar, um pessoal e um sentimental, para quem quer entender a
historia, nosso menino, tem 13 anos, é o bruxinho de plantão de
uma cidade, diria quase vila, na Califórnia, chamada Comptche, ele
reencontrou uma amiga de infância, ele enfrentou inimigos de vários
lugares, e por agravante, acabaram tentando matar sua irmã de 5
anos, a saída que lhe restou, não é convencional, ele a aprisionou
em sua magia, para tentar recuperar seu corpo, baleado e quase
morto;
Peter bate a casa de Caterine, sua namorada, naquele fim de
Domingo, a menina sorri ao ver ele a porta, Robert que estava ao
portão com a irmã de Caterine também vem a ele, muitos estavam
preocupados com o menino;
— Peter, como você esta? – Caterine;
— Em pedaços, não agüento guerras destas todo dia!
— Você esta bem, como esta sua irmã? – Robert;
— Esta difícil, estou ainda tentando trazer ao mundo a
Sanguessuga, minha irmã esta cercada de criminosos Iranianos, são
todos perigosos, me preocupo!
— Mas e você?
— Confuso! – Peter estica a mão para Caterine e fala – Poderia
dar uma volta, com o marginal de plantão da cidade!
— Você nunca foi um marginal, sabe disto!
— Mas ainda estou afastado da escola, todos tem medo de
mim, até meu pai!
— Ele é uma criança e das mimadas!
Peter estica a mão para ela, e saem a andar, sentam-se a
praça, cheia de gente para todo lado, a idéia do parque iria renovar
o fôlego da cidade, e fala;
— Cati, não sei o que estou sentindo!
— Esta difícil, deve ter sido difícil ver sua irmã quase morrer!
375
J.J.Gremmelmaier
— Foi, mas tem outra coisa me perturbando, não quero que
fique magoada comigo!
— O que sua ―Amiga‖ aprontou agora?
— Sabe que sempre fui ligado a ela, a deixei livre, mas nossa
ligação é forte!
— Esta acabando comigo?
Peter sorriu e falou;
— Não, estou tentando ser sincero, as vezes é difícil, tentamos
escolher palavras para não ficar mal entendido, e só piora!
— O que esta tentando dizer?
— Que te amo, Cati, mas ela disse que me amava a pouco!
— Ela disse que te ama, e aquele papo de amar Ronald, de lhe
chamar de pirralho, criança e tudo que ela aprontou estes dias!
— Não sei explicar o que os outros sentem, já é difícil o que
sinto!
— Certo, e esta me contando por que?
— Por que somos namorados, queria que soubesse que lhe
amo!
— Sabe que ela sempre foi uma ameaça a mim, desde que
chegou a cidade!
— Sei, e foi quem lhe tirou da defensiva, nisto teria de
agradecer-lhe!
Caterine sorriu e beijou o namorado;
— E o que disse a ela?
— Que éramos amigos, mas não acredito que isto a agrade!
— Vou me cuidar, afinal, estou mexendo com os dois
bruxinhos de Comptche!
Peter sorriu, as vezes ele precisava desligar, ainda era cedo
para saber onde tudo aquilo os levaria, mas com certeza, o sorriso
de Peter valia muito para Caterine;

Em Washington um grupo de pessoas se reúnem no Capitólio,


nas segunda, na sala de um senador Republicano, estava presentes
representantes da Califórnia, deputados locais, e uma leva de
376
J.J.Gremmelmaier
pessoas que estavam curiosas referente aos acontecimentos e o
senador fala;
— Senhores, temos um caso interessante em uma cidade
pequena na Califórnia, alguns já devem ter ouvido falar!
— Esta a falar do caso de investimentos altos na região de
Mendocino, num raio de 100 km, para vários lados, temos cidades
saindo do nada para geradoras de emprego, exemplo é uma cidade,
Comptche, que teve investimento na casa dos bilhões de dólares, e
o prefeito de um insignificante descendente de minerador, passa a
ser cogitado na região para deputado, disto que estou falando!
— Mas tivemos casos inexplicáveis na região!
— Sim, uma leva de mortes, que no lugar de espantar o
turismo, atraiu ao local, as pessoas achavam que o lugar era
insignificante demais para valer a pena, com a morte de 3 cardeais
católicos a dois dias, a região passou a gerar as lendas próprias,
como dizem que a inspiração de Comptche, é magia negra, estão
dizendo que os padres foram mortos por forças ocultas, já que o
helicóptero deles caiu sem aviso nenhum!
— Esta pensando em apoiar o prefeito de lá?
— Estou, e precisamos atrair doadores de campanha, estes
investidores podem nos facilitar a reeleição e o exemplo servir de
alavanca!
As discussões iriam longe, e a política começa a abraçar a
região;

Segunda começa com a diretora tendo uma visita de Patrick


Montoro, que fala;
— Agora parece que mudaram de idéia!
— Como mudaram de idéia?
— Os advogados do grupo recomendaram trazer o menino de
volta, fizeram os cálculos, e a indenização que ele iria conseguir era
milionária!
— Eles não se decidem, o que vão querer depois?
— Parece que teremos a visita de parte daquele pessoal que
veio a primeira vez!
377
J.J.Gremmelmaier
— Por quê?
— Querem falar com o menino, e acham a escola um local
seguro, parece que tentaram mandar outros ao local, mas sabe o
que aconteceu!
— Sei, morreram misteriosamente vindo para cá!
— Eles acham que foi algum dos outros grupos,
provavelmente os atingiram com alguma arma nova!
— E qual o risco para as demais crianças?
— Eles não estão preocupados com isto diretora, parece que
não entendeu ainda!
A diretora se despede do senhor e pede para chamar Mari ao
colégio;
Mari vai ao colégio, descrente achava que terminariam o que
começaram, mas a diretora chega pondo panos quentes;
— Entre senhora Mari, precisamos conversar!
— O que aconteceu? Vão fazer o que agora?
— Os relatórios indicaram que não foi o seu filho, quem foi
ainda não sei, mas continuaram explodindo os demais vasos, e
Peter estava bem longe do colégio, e o conselho escolar decidiu pela
revogação do afastamento, concluindo que foi melhor assim, pois
assim temos certeza que não foi ele!
— Esta a me dizer que depois de tudo, vão dizer que não foi
nada, um engano, e quer que fique por isto mesmo!
— Senhora, não sou eu quem mando no colégio, obedeço o
conselho, as vezes pago pelo que os demais votam e não tem
coragem de assumir, mas estou lhe comunicando o que eles
decidiram!
Mari viu que não adiantava discutir, levantou-se e falou;
— Ele pode começar a tarde?
— Sim, ele pode retornar a aula quanto antes!
Mari sai da escola, Peter ouvira cada palavra;

No intervalo da manha, Caterine estava sentada junto aos


Excluídos quando Sheila chegou a ela e falou;

378
J.J.Gremmelmaier
— Gostaria de falar com você!
— Pode falar?
— Queria dizer que decidi enfrentar os meus medos, e vou
batalhar por Peter!
— Batalhar? – Caterine;
— Sim, quero jogar limpo, eu já disse para ele, agora estou lhe
comunicando!
— E o que posso fazer, ou o que tenho a ver?
— Ele é seu namorado, ou não é!
— Sim, e que saiba, era seu melhor amigo, o que mudou?
— A percepção das coisas, agora entendo o que sinto!
— O faz sofrer, e depois volta como se nada tivesse feito?
— Eu sei que errei, não negarei isto, mas lhe aviso por
cordialidade!
Caterine viu que as coisas iriam pegar fogo, Sheila sentou-se
sozinha, algumas moças da torcida tentaram falar com ela, mas ela
não deu atenção, Ronald, também tentou, e ela o gelou, em si
estava a se formar um triangulo por Peter Carson, algo impensável
a 4 meses;

Peter termina de dar a comida para Pity, estava aos poucos a


trazendo para o dia, tentando inverter o horário de sono dela, já
que iria precisar, as dores estavam diminuindo, e a moça sentia-se
melhor a cada dia, ainda não tinha noção do que Peter estava
fazendo, mas sentia-se melhor a cada dia;

Peter se arruma e quando no inicio da tarde, adentra a sala de


aula, todos o olharam, alguns sorriram outros olharam-no com
malicia, e Caterine arrumou o local ao seu lado, ele sentou-se e
sorriu, o professor sorriu, as aulas haviam perdido o interesse,
Robert o cumprimentou, Call sorriu e Paul também, Peter estava a
sorrir, e sentou-se quieto, ele não absorvia a informação com tanta
facilidade quanto alguns observadores olhando suas notas poderiam
imaginar, ele suava atrás das melhores notas, anotou a aula inteira,
já estava inteirado da matéria do dia anterior;
379
J.J.Gremmelmaier
Peter estava a administrar duas coisas, pelas manhas, falava
com sua irmã, a tarde estudava, agora teria de voltar a antiga
seqüência, de estudar de manha e tarde, namorar um pouco e
ensinar sua irmã ao fim do dia, depois a missão perante Pity, e
abraçar sua mãe o maior tempo possível, era quem mais sentia a
falta de Paula, para ela estava difícil, mesmo falando com ela
através de Peter, estava difícil de não a ter aos braços;
O intervalo da tarde Peter sentou-se no mesmo lugar de
sempre, e viu Caterine ao seu lado, ele a abraçou e lhe deu um
beijo, estava a lhe falar que a amava quando Caterine parou de lhe
beijar, olhou em seus olhos Sheila as suas costas;
— Oi amiga, voltei!
— Estou vendo, pensei que pensaria sobre o que falei ontem!
Peter olha para a amiga;
— Sheila, ainda vale o que falei ontem!
— Não quero apenas sua amizade!
— E o que quer que faça?
Sheila olha para ele serio e fala;
— Acho que vou ter de lhe dividir em dois!
— Tem certeza que é uma boa idéia, pode ter dois pedaços
junto a Caterine!
— Sei que tem uma parte ai, que balança por mim, e muito!
Peter abraça Caterine e fala;
— Tem, não vou negar isto, mas esta parte, você mesmo
quase matou, então é pequena, muito pequena!
— Eu tenho paciência para esperar renascer isto, sei como
fazer!
Peter não responde a provocação, Caterine o abraça e Sheila
senta-se ao fundo do refeitório, Ronald foi até ela, e falou;
— Ele esta de volta, será que vai me dar uma chance?
— Ronald, me esquece, acabou!
— Não me perdoou ainda, eu espero!
— Ronald, descobri tarde que amo Peter, não adianta tentar
algo que não sinto mais!
380
J.J.Gremmelmaier
— Tem coragem de dizer que ama aquele retardado!
— Retardado, pirralho, imaturo, criança, mas a pessoa que me
mostrou o mundo, me mostrou a vida, e o que fiz, o humilhei por
você, uma criança grande, pois é mais imaturo que ele!
— Não tenho nada dele, esta me confundindo!
— Não disse que tinha, você tem de evoluir muito para chegar
a ele!

Paula estava sentada ainda, no mesmo lugar, os homens


estavam perto, pois era um local mais quente, e mais claro, mas a
claridade do local estava aumentando, viram um homem se
aproximar, e o reconheceram, ele havia sobrevivido, quantos dias
estava sozinho quando viu os demais, olhou a menina e escondeu a
faca, pensou em entrar em mais uma guerra, mas parecia chegando
em local conhecido, pelo menos as pessoas ele conhecia;
— Irmão, pensei que tivesse morrido!
— Quase, mas o que fazem aqui?
— Estamos esperando, pois não tem saída!
— E a menina?
— É a irmã do menino que nos pôs aqui!
— E se a pegássemos de refém, o forçando reagir?
Paula sorriu e falou;
— Senta ai moço, descansa antes de entrar em uma guerra
perdida!
O rapaz olhou a menina e reparou que em volta dela haviam
plantas, ela estava a plantar muda por muda de roseira neste
mundo sem nada, preferia as vermelhas, sabia que ali depositava
parte de sua vida, de seu corpo, que ainda sentia a dor de uma bala
que atravessou o coração;

Peter olha para Caterina ao lado da irmã na saída e vai até ela;
— Peter, temos de conversar!
— O que houve Ângela?

381
J.J.Gremmelmaier
— O que fez com todos aqueles padres, cardeais, diz que não
os matou?
Peter não tinha como mentir, então respondeu com uma
pergunta;
— Mas quem disse isto?
— Todos falam isto, até Nani falou isto!
— Acho que esqueceram de falar dos homens armados que
vieram junto!
— Mas você os matou ou não?
— Não é tão simples assim, Ângela!
— Peter, eu não lhe quero mal, mas não vou deixar você perto
de minha irmã!
Peter olha para Caterina e pergunta;
— Você quer ficar longe?
— Peter, ela tem razão, você passou do limite!
— E quem contou para sua irmã que passei do limite, pois até
ontem estava a defender minha família, esqueceu o que aconteceu
com Paula?
— Não é isto, sabe que lhe amo!
— E quer que fique longe, é isto?
Caterine ia responde mas Ângela falou antes;
— Peter, não faz isto com ela, ainda é uma criança, esta a
forçar a ficar com você!
— Ângela, você era mais nova que ela quando se envolveu
com Robert, não estou lhe entendendo!
— Quero a proteger!
— Não, esta a afastando de mim, não esta pensando nela,
mas – Peter olha para Caterine – você não me disse o que quer!
— Estou confusa, tem de entender Peter!
— Não entendo, uma hora ama, na outra, me deixa quando
estou mais precisando de você!
— Tem de entender! – Fala Caterine andando de costas, se
afastando dele;

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J.J.Gremmelmaier
Peter senta-se e vê a menina se ir, com a irmã, e vê o pessoal
de Ronald a sua volta, e o mesmo falar;
— Algo errado, marginalzinho?
— Não, medo faz isto!
— Ainda bem que não tenho medo de você!
— Ronald, para ter medo, tem de pensar, não é seu caso!
Michael segura Peter pelas costas e Ronald lhe acerta a boca,
com a esquerda, pois a direita estava no gesso, Peter se solta e vê a
boca sangrar, olha para o que havia o segurado, ia praguejar, mas
ficou quieto, ouvindo sua irmã;
―Não vale a pena!‖
Olha para Ronald e fala;
— Cada vez mais valente, hoje pode até bater, quero sumir
mesmo, quem sabe morto para de doer, tudo que passei estes dias!
Ronald lhe soca de novo, a escola já havia esvaziado, iria
receber outro soco, quando os seguranças chegaram e puseram os
rapazes para fora, Peter olha a boca, inchada, uma lagrima lhe vem
ao rosto, poderia se curar, mas não queria, as vezes as dores nos
fazem crescer, pensa olhando em volta, a cidade estava calma
quando ele andou as 4 quadras até em casa, Mari vê o rapaz e lhe
faz uma compressa e pergunta;
— Por que não se defendeu!
— O que adianta, toda vez que me defendo, piora as coisas,
quando era apenas o saco de pancada, vivíamos melhor, discretos,
podia cuidar de minha irmã, cuidar de você mãe, e agora, todos
querem o meu fim, fiz por merecer, perdi noção de certo em alguns
atos, neste momento queria sumir!
―Sabe que sempre terá a mim, irmão!‖
Peter deixa uma lagrima lhe correr o rosto, ardeu ao passar
pelos lábios, sua mãe cuidava dele, sabia que era demais os pesos
que ele carregava, abraçou sua mãe, estavam ali a se abraçar
quando a campainha tocou, Mari levantou, olhou pela janela e falou;
— Entra Sheila!
A menina entrou e viu o rosto inchado de Peter, já imaginava
que poderia acontecer, mas ela estava preocupada com outra coisa;
383
J.J.Gremmelmaier
— Queria que soubesse que não fui eu!
— Sei que foi Irene, ela só não serve para proteger as pessoas,
para o resto serve!
Mari pensa em falar algo, mas tudo ficaria muito evidente e vai
a cozinha pegar mais gelo;
Sheila chega perto e fala pegando em suas mãos;
— Queria dizer que não tenho medo de você!
— Obrigado!
— Que namorada mais incompreensiva você arrumou?
— A gente sempre escolhe os mais difíceis!
— Sabe que estou aqui!
Peter aperta a mão de Sheila e fala;
— Eu gosto dela!
— Eu sei, nem reagiu, sei por que, não queria que ela desse
razão a irmã!
Mari chega com a compressa, e Pity chega ao lado e fala;
— Não sei quem lhe acertou, mas fez um bom trabalho!
— Qualquer dia lhe apresento, aquele não liga em bater em
mulheres!
Sheila sorriu, dois casos perdidos;

Robert deixa Ângela em casa e pergunta;


— Por que esta fazendo isto, amor?
— É perigoso para ela!
— Acho que esqueceu quem é Peter, ele me trouxe de volta!
— Mas esta cada vez mais violento!
— O esta julgando, condenando, e tirando a felicidade de sua
irmã, não gosto disto!
— Vai o defender, isto imaginei, mas você tem motivos para
isto, eu não!
— Acho que esta errada, e desconfio que até você sabe disto,
mas pense, esta a interferir na vida de sua irmã, ela que o trouxe a
você, e agora que me tem, o afasta dela!

384
J.J.Gremmelmaier
— Robert, não vou por panos quentes por que ele lhe ajudou!
— Mas queria que pensasse friamente, pois esta sendo injusta!
Ângela não respondeu, os dois se despediram e Robert passa
na casa de Peter e vê o estrago em seu olho e fala;
— Você as vezes tem de reagir!
— Sabe bem o que acontece quando reajo!
Os dois conversaram e marcaram para o fim do dia, no
Monster, e lá estavam parte dos excluídos, os meninos de um grupo
dividido, estranho como as coisas mudam, Peter pede um suco de
laranja com Granola e Cereais, era um monstro de embalagem, os
demais viram o olho de Peter, cada qual um comentário, estava ele
a comer quando Ângela chega ao lado de Robert, nem olhou para
Peter, mas Caterine em outra mesa olhou, ele evitou problemas,
terminou em comer e se despediu dos demais, Robert olha para
Ângela quando ele saiu;
— Não vai nem falar com ele?
— Não concordo com o que ele fez!
— Então melhor evitar este clima, quando ele estiver, não vou
marcar com você!
— Esta preferindo ele a mim!
— Ângela, não seja injusta, ele perdeu o pai, em uma
separação, ele perdeu uma irmã, agora a namorada, apanha na
saída do colégio do ex namorado de minha irmã, ele precisa de
apoio, estou lhe estranhando!
— Ele é forte!
— E você também, e não era tão arrogante!
— Esta me ofendendo!
— Olha o que esta fazendo, as pessoas se mostram nesta hora,
quando na festa, todos são amigos, é nesta hora que se vê os
verdadeiros amigos, não esta facilitando!
— Se acha que ele esta precisando tanto, vai lá, me viro
sozinha!
Robert levanta-se e fala;

385
J.J.Gremmelmaier
— Vou mesmo, pois aquele menino foi o único a acreditar que
estava preso, o único a fazer algo para me tirar de lá, não vou
deixar ele sozinho bem quando todos o fecham as portas!
Robert sai em direção a casa de Peter, e a moça olha para Call
e Paul, levanta-se e vai a mesa da irmã e fala;
— Ele prefere o amigo a mim!
— Você esta pegando pesado irmã, ele nunca lhe ameaçou,
esta o tratando como inimigo!
— Ele é perigoso!
— Nem olhou para ele, o que esta acontecendo irmã!
— Vai o defender também?
— Não, quero saber o que esta errado, pois você não é assim!
— Eu me preocupo com Robert, como você, só isto!
— Inventa outra, sei que não é isto, esta o mandando embora,
não o segurando, então não é para o defender!
— Soube do caso dos Padres e Cardeais?
— Irmã, isto também não é desculpa, pois nem provas disto
eles tem!
— Mas ele não negou!
— Ele não mente, enfrenta, perdeu a irmã tentando se
defender, acha que se não tivesse defendendo quantos teriam
morrido, provavelmente Robert, os amigos dele, mais pai, mãe e
madrasta, ainda ia sobrar para namoradas e amigas dos amigos,
pois estamos falando de gente que atira a queima roupa em uma
menina de 5 anos!
— Acha que estou pegando pesado?
— Demais, me afasto dele, mas não perde Robert por isto,
você o esta jogando fora de sua vida, esperou 5 anos por ele, e
agora, vai apenas o jogar fora!
— Mas ele tinha de entender meu lado!
— Irmã, você nem olhou para Peter, estava com os olhos roxo,
pelo jeito Ronald pegou ele de novo, esta com uma Sanguessuga
em casa, a ajudando, com a mãe precisando dele, mais que ele dela,
pois perder uma filha, é difícil, por mais que ele tenha esperança de

386
J.J.Gremmelmaier
ela voltar, é apenas uma suposição, se quer pegar pesado, escolhe
outra hora!
— Sabe de tudo isto e se afasta?
— Quero saber se ele realmente me ama!
— Esta a deixar o caminho livre para ver se ele se aproxima de
Sheila, esta maluca!
— Ângela, você até a pouco estava torcendo por isto, sabe
disto!
— Na verdade queria o afastar de Robert, mas se afasto de
você, ele se aproxima por Sheila, e se nenhuma da duas chegarem,
Robert ainda acha que deve sua vida ao menino!
— Ele não acha, tem certeza!
Ângela se cala;

Robert já havia falado com Peter estava irritado e chegou em


casa, e pegou os desenhos, estava a olhar para eles, e lembrou de
que aquilo tudo Peter provavelmente não teria desenhado, quando
queimaram a casa, mudaram tudo, todos os destinos, os desenhos
queimados, e fica a pensar em como segurar as intenções de sua
avó;

Peter dorme mal, estava a doer o machucado, ele sempre


reagia, mas desta vez quis sentir a dor, não sonhou com nada, mas
acordou bem cedo, com Paula falando;
―Irmão, como esta o olho!‖
―Bem, como estão as pessoas ai!‖
―O rapaz que sobreviveu da primeira guerra a bala, tem uma
força psíquica bem interessante!‖
―Achou alguém que tem força?‖
―Sim, ele derrotou os demais, estava a vagar, sem rumo, e nos
achou, dizem que sou visível a quilômetros, não entendi!‖
―Perto de você, tem luz, a sua luz, o resto, tende a um breu
total, esta clareando aos poucos, mas é difícil, passo de raiva a
decepção dia atrás de dia!‖

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J.J.Gremmelmaier
―Calma, vou descobrir como sair daqui, ouvi a mãe chorando a
noite!‖
―Ela sente sua falta!‖
Peter vai ao banho, desce, prepara o café e leva a sua mãe a
cama, a mesma sorri, o abraça, ela estava meio que sentindo-se
perdida, nem estava reclamando de estar trabalhando, pois era
quando conseguia tirar a cabeça dos problemas, mesmo cuidar da
Sanguessuga, era uma missão, continuação de uma missão de Paula,
as vezes chorava, mesmo Pity, a Sanguessuga, chorava as vezes
lembrando da menina;
Peter vai a frente de casa esperar o ônibus, todos viram seu
olho inchado e roxo, mas Peter não reclamou, não falou nada,
sentou-se a sua carteira, viu Caterine sentar-se lá a frente
novamente, Sheila sentou-se ao lado dela, como a alguns meses,
Karine olhou para Peter e perguntou;
— O que ela pensa que esta fazendo?
— Não sei, acho que devo ser um péssimo namorado, também,
com minha experiência nisto!
— Peter, o problema não é você!
— Não sei, mas logo me acostumo de novo a ser só, não nasci
grudado nela, se ela me quer longe, vou aprender a viver sem ela
de novo!
— Não seja duro com ela!
O professor entra na sala, e olha para Peter;
— Bem vindo de volta Peter! O que foi isto em seu olho!
— Tropecei e dei de cara com um punho fechado!
Alguns riram, mas Peter estava serio, estudando, tinha no fim
do dia, duas provas a fazer, que fora proibido de fazer pois estava
afastado, estava a prestar a atenção em tudo, Irene as vezes olhava
para ele, sorrindo, Sheila olha para a avó, sabia que estava a armar,
cada qual jogando um jogo diferente, podia gerar uma guerra no
fim;
Não saiu para o intervalo, ficou a estudar, estava com tudo
atrasado, e não queria pensar nos problemas pessoais neste
momento, queria passar no colégio;
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J.J.Gremmelmaier
Sheila chega até Caterine e fala;
— Esta fazendo burrada Cati, ele gosta de você!
— O que tem a ver com isto?
— Não gosto de o ver triste, o deixei ao seu lado por que o
fazia feliz, por que o fazer sofrer nesta hora?
— Acha que só você se preocupa, e você, por que não esta lá!
— Por que você pensaria besteira, ele me põem para correr e
você pensaria que ele é volúvel, seria fácil fazer você pensar isto,
ele esta frágil, é só oferecer minha amizade, nem precisa rolar e
você engoliria direitinho!
— Mas por que esta falando isto?
— Por que minha avó estava rindo olhando para você, ela quer
separar sua irmã de meu irmão e qual a forma mais facial, afastar
Peter de você, sabe que Robert é grato!
— Acha que ela esta fazendo a cabeça de minha irmã?
— Ela pode interferir até nos pensamentos dela, deixando
mais sensível e agressiva, o suficiente para sentir mais uma historia
e reagir como ela esta fazendo!
— Mas como posso enfrentar isto!
— Anota ai! – Fala Sheila passando um papel, pediu para a
menina comprar umas coisas na casa de Marlene, e preparar, um
suco, uma rosa vitrificada, acender uma vela de isolamento, e
recomendou um banho de sal grosso com essência de camomila;
— Acha que precisa de tudo isto?
— Não, mas se fizer tudo não faz mal, mas sei que não vai ser
fácil convencer sua irmã, começa pelo acender da vela no seu
quarto, compra umas rosas vermelhas, desfolha e joga a frente de
sua casa, seve o suco com naturalidade, e tenta a rosa vítrea,
somente depois fala do que achamos!
— Não entendo o que quer?
— Primeiro ele feliz, talvez não saiba Caterine, mas me ver
feliz o fazia feliz, no começo não se preocupou com meu namoro, se
preocupou quando comecei a mudar, ele não queria ouvir o que
estava a falar, eu o magoei, por isto ele quis me dar liberdade,
tinham outros motivos, mas sentia ele feliz quando me sentia feliz,
389
J.J.Gremmelmaier
agora não o sinto, mas não precisa ser esperto para ver que ele esta
triste!
— Tem de ter um jeito de Ronald o deixar em paz!
— Logo ele se encanta por outra, e deixa Peter em paz!
— E se não acontecer?
— Vamos praticar magia nele, pois a aura de Peter esta muito
negra para reagir nesta hora!
— Pensei que estaríamos brigando por ele?
— A idéia era esta, mas você saiu de campo, primeiro animar
ele, depois voltamos ao campo!
Caterine sorriu;

Peter tinha duas provas aplicadas em questão de hora, para


recuperar as perdidas, estava a quase duas horas, debruçado sobre
a carteira, terminando a segunda prova, quando ouviu o movimento
cortar o silencio da prova, sabia que vinha encrenca, ou desafios,
terminou a prova, suficiente para um A, entregou a prova e viu o
agito as suas costas, o professor estranhou, até recuou na cadeira;
— Professor, desculpe o A, mas não tenho mais tempo!
O professor olha para o menino e olha a prova;
— Pelo jeito as suas encrencas são grandes?
— Estes são compreensivos, os demais é que não sei como
lidar!
Peter olha para a porta e vê a segurança, Guarda Suiça, e olha
para o professor e fala;
— Pelo jeito pisei em calos famosos!
O professor sorri, e Peter cumprimenta o rapaz;
— Boa Tarde, de que parte da Suíça você é? – Perguntou em
Alemão;
— Genève!
— Désolé, comme le Vatican travaille!
— Différente, une expérience unique!

390
J.J.Gremmelmaier
O professor riu, somente Peter para fazer isto, indagar um
Suiço em Alemão e quando percebeu de onde ele era, inverter para
a língua da região de origem do rapaz;
— Nos acompanha? – Falou o rapaz num inglês arrastado;
— Sim!
Peter segue a guarda suíça, a escola parou, lá estava Peter
novamente diante de mundos inimagináveis, entrou em uma sala e
viu dois cardeais, e diante deles, o papa, quando falou em ele vir a
ele, era uma forma de falar, de cada um ficar na sua, olha o senhor
sentado a sua frente e fala;
— Guten Tag!
O papa olhou o menino e falou;
— Boa tarde, você que é o menino que me desfalcou de bons
homens!
— Bons homens, no lugar errado, na hora errada!
— Tem coragem menino, sabe que vendeu a maior heresia da
historia?
— Senhor, com todo respeito, não vendi heresias, senão não
estaria aqui!
— É esperto, quantos anos tem!
— Treze!
— Sabe o que contem naquele livro?
— Sei, mas aquilo já gritava dentro de mim, quando o li!
— Quer dizer que leu aquele livro?
— Ele e muitos outros que a sua igreja, chama de heresia, ou
de Apócrifos!
— Pelo jeito conhece um pouco de nossa religião!
— Senhor, quando tinha meus 9 anos, meu avô a beira da
morte, me deu um livro, qualquer o poria de lado, um livro em
hebraico, a bíblia que Felipe usava para orar, o Tora, enrolado como
todo Torá muito antigo, mas o que mais me impressionou, não foi o
fato dele ser algo muito antigo, e sim, as anotações de Felipe,
alguém que me induziu a continuar o caminho!
— Quer dizer que respeita as leis de deus!

391
J.J.Gremmelmaier
— Não as suas leis de deus, Felipe escreve, Deus e
antropófago, antes matávamos animais para deus, pois não éramos
deuses, agora estes não mais lhe agradam!
— Você esta confundindo as coisas criança, deus é amor!
— Amor por um e ódio por outro, desculpa, não disse que
acreditava em Felipe, mas explica as cruzadas, Constantino, e
muitos outros que usaram as palavras de deus para se tornar mais,
daí entendi onde a religião se baseava, no poder!
O papa olha o menino e pergunta;
— Não vim discutir, queria saber o que tem naquele
documento, antes de o destruir!
— Algo a ser destruído!
— Por que?
— Senhor, aquilo explica como ressuscitar alguém, ciência da
magia, como produzir pragas, como controlar água e mar, chuva e
tempestades, como transformar água em qualquer coisa, até vinho,
mas pode ser sangue também, aquele livro transforma seu homem
deus, em homem, e transforma qualquer um em Deus, mas como
tinham caráter religioso, sempre com sacrifícios bem cruéis!
— Não tem como existir algo assim!
— Falei que era algo a ser destruído!
— Mas por que o vendeu?
— Por que precisava ajudar uns por aqui, apenas por isto,
outra coisa, não é um texto fácil de decifrar, deve saber disto,
senhor!
— Sei, tem especialistas tentando mas não chegaram a nada!
— Senhor, aqueles são símbolos que geraram na continuidade
da historia, o Copta, ele é escrito da esquerda para direita, tem
símbolos simples, como água, sol, homem e mulher, escravo e
viajante, que são muito próximos do copta, mas tem símbolo para
elétron, próton, quantum, então complica o decifrar!
— Fala como se lá contivesse um relato cientifico!
— Senhor, das 500 paginas, 4 me serviriam para algo, o resto,
puro testar destas paginas em mais de 3 mil usos!
— Mas o que teria nestas 4 paginas!
392
J.J.Gremmelmaier
— As 10 leis de deus, as leis que Moises, roubou do Faraó
quando fugiu com as placas das leis, e um caderno anotado as 10
leis, leis divinas!
— Esta a chamar Moises de ladrão!
— Melhor do que de assassino de crianças, pois é o que define
ele na bíblia, impõe um deus que não é amor, pois mata todos os
primogênitos, não judeus, mas isto é antropofagia senhor!
— Mas soube que vendeu parte para outros, como se atreve?
— Senhor, eles e vocês não compraram de mim, e sim de uma
atravessadora, que os vendeu copias do original!
— E você não tem nada a ver com isto!
— Lógico que tenho a ver, mas não me culpem por
comprarem algo por debaixo dos panos, pagar por um roubo é
roubar também!
O senhor mediu o menino, e perguntou;
— Ajudaria a traduzir aquele livro?
— Já disse senhor, o vendi pensando que os destruiriam, não
pretendo que alguém saiba como abrir os mares, como ressuscitar
alguém, como transformar água em vinho, seria o surgir de messias
por ai, eles acreditariam ser deus, e matariam pois se eles são
deuses, o resto, Goyins!
— Entendo sua preocupação, mas teríamos de saber se é real
o que falou!
— Não senhor, não precisam, sabe disto, já tem poder sobre
muitos, mesmo sem o que lá contem, melhor não!
— Então por isto matou os demais!
— Senhor, vieram com um exorcista, vieram armados, um
grupo chegou a matar minha irmã, tentando seqüestrar minha mãe,
acha que estava a fazer o que, defender minha família, não a minha
vida, pois esta eles não teriam como tirar, chame isto de magia
negra, mas meu avô fechou meu corpo quando ainda na
maternidade, malucos vieram a cidade, atraídos não sei pelo que,
mas sobrevivi a alguns atentados ainda no berço, um dos quais,
perfurou meu coração, minha existência perturbava alguns mesmo
antes de eu saber os porque da vida!
393
J.J.Gremmelmaier
— Acha isto normal?
Peter pega a sua mochila e os homens apontam para ele as
armas;
— Calma, é só um caderno! – Fala Peter;
O menino abre o caderno e mostra para o papa e pergunta;
— Senhor, o que tenho na mão?
— Um lápis, parece grafite duro, e um papel!
— Este é dos moles, facilita desenhar, mas o que tenho a mão,
sabendo as leis de deus é o universo!
— Não entendi!
Peter desenha o cofre, desenha o livro e estica sua mão sobre
o caderno, o senhor olha a mão dele chegar ao livro e o puxar para
fora do caderno, o próprio caderno era menor do que o livro que
saiu de lá, o menino abre o livro e mostra para o Papa;
— Senhor, esta é uma copia como a que os senhores têm,
idêntica, feita no mesmo dia, mas este, guardado a quilômetros
daqui!
O Papa olha o livro e fala;
— Mas como fez isto!
Peter abre o livro e fala;
— Senhor, aqui diz que o universo é energia, e que energia
nunca se extingue, ela apenas muda de forma, aqui diz que existem
leis para a gravidade, e para o eletromagnetismo, que existe
diferença entre potencia e potencial, pura física moderna, 5 mil anos
de historia, escrita manualmente, resumidamente, as ultimas
paginas, uma leva de nomes que sucederam nomes, construindo
uma historia antiga, estes papeis são uma bomba, seria afirmar que
quando as atuais religiões surgiram, o mundo tinha ciência, historia,
este livro deixou de ser escrito a 4 mil anos senhor!
— Esta a dizer que este relato, tem 5 mil anos de historia?
— Sim, se tentarem apenas uma tradução, vão se deparar com
problemas, pois verão que muito ficara meio que sem sentido, no
começo os verbos eram usados sem conjugação de tempo, como
passado e futuro, depois começaram a citar o passado, e nas
ultimas paginas, tem uma um pedido por um futuro!
394
J.J.Gremmelmaier
— Fala como se realmente o tivesse lido!
Peter pega o livro e põem no desenho de novo, e o senhor fica
a lhe olhar, Peter desenha um grade tablado em frente à cachoeira,
começa a desenhar os seguranças, os arcebispos as costas e por
ultimo ele e o papa, e fala olhando para o mesmo;
— O que é impossível para o senhor!
— Tem muita coisa impossível!
Peter fecha o ultimo traço do desenho e todos se vêem sobre
do tablado, como a queda d‘água ao fundo e Peter afirma;
— Se souber as leis de deus, senhor, nada é impossível, mas
isto poucos podem ter acesso, por enquanto!
Os seguranças olham em volta, o Papa se levanta e olha em
volta, o menino continua sentado, os arcebispos falam em italiano,
Peter absorve as energias, olha na cabana, Irene não estava lá, o
religioso olha para o menino e fala;
— Você quer dizer que um lápis e um caderno, e o mundo esta
em suas mãos?
— Quer uma demonstração mais incrível!
O senhor balançou afirmativamente a cabeça;
Peter desenhou a sala Papal, os detalhes a parede, e os
demais em seus atuais lugares, e todos surgem diante do gabinete
Papal, e o mesmo olha para o menino e fala;
— Isto contem no livro?
— Isto e muito mais, senhor!
O papa senta-se a sua poltrona e olha para o menino fazendo
sinal para ele sentar;
— Pensei que fosse um mago escondido atrás de métodos
violentos!
— Ainda não sou um mago senhor, nem sei se um dia
merecerei este titulo, na escala da magia sou apenas um mestre!
— Sabe que somos contra a magia?
— Sei que mataram muitos, que nem magia tinham, os
chamando de bruxos, mas se o fossem, não morreriam a fogueira
senhor!

395
J.J.Gremmelmaier
Os assuntos se arrastaram e depois de um tempo, o menino
some da frente do Papa e ressurge na sala onde estavam, sai pela
porta e fala ao segurança a porta;
— Acho melhor ligar para o Vaticano, não quiseram lhes
esperar!
Peter olha para Irene e esta chega perto e fala;
— Estou preocupada com você!
— Não se preocupe, mais fora da magia não poderia estar,
minha aura negra esta a influenciar as pessoas, mas nada que
pretenda reverter!
— Sabe bem que esta aura o vai envelhecer e tirar do
caminho!
— Irene, não era isto que queria?
— Não, queria uma união de força, esta novamente destruindo
isto!
— Vou fingir que acredito!
Peter se afasta dela e vai a sua ultima aula, Educação Física,
esporte, a parte que ele até gostava, mas teria de ser muito maior
para sentir prazer naquilo, e ainda tinha de enfrentar o vestiário no
fim do dia, geralmente onde apanhava, sorriu e foi ao campo;
Peter estava a correr em volta do campo, quando Robert
chegou ao lado dele e falou;
— Acho que acabei pegando pesado com Ângela!
— Não briga com ela, sabe que ela lhe ama!
— Mas ela quer me afastar de você!
— Robert, se for o caso, se afasta um pouco de mim, ela é sua
imagem, aquela que procuramos uma vida, não a troque por mim,
ela é metade de toda a sua força!
— Pensei que estava fazendo o certo!
— As vezes não existe certo, os dois caminhos se encontram
mais a frente, só temos de escolher o melhor para passar estes dias,
que os caminhos voltam a se encontrar!
— Vou falar com ela!
Peter sorri e fala;

396
J.J.Gremmelmaier
— E deixa Ronald a vontade, ele é um burro mesmo!
— Acha que ele vai vir para cima de volta!
— Aquela mão quebrada ele me culpa, não a você, como disse,
se assopro pega fogo, se jogo água explode, e se congelo, racha!
— Esta mal mesmo! – Sorri Robert;
Peter terminou a aula e foi a vestuário, ainda estava com o
olho roxo, Ronald olha para ele e fala;
— O que aconteceu, não tem mais poderes, olha este olho!
— Fazer o que, me meti com as pessoas erradas!
— Quem era aquele senhor, que veio com toda a segurança,
lhe ver!
— Não sei se conhece, Joseph Alois Ratzinger!
— Não, alguém importante?
— O chamam de Papa Bento XVI, não sei se ouviu falar! –
Peter fala colocando a roupa;
— Esta tirando sarro de mim, o papa não viria lhe ver!
— Lógico Ronald, o que mais faço nesta vida!
— Pelo jeito quer mais uma surra!
— Não, não quero, mas se quiser bater, o que posso fazer!
— Prefiro assim, com respeito, como antes!
Peter segurou a risada, e saiu do vestiário, muitos já
esperavam do lado de fora, esperando mais um olho roxo, alguns se
decepcionaram, mas o rapaz viu Robert e Ângela juntos, e sorriu,
olhou para Irene que os olhava, sabia que queria enfraquecer todos,
não só ele, evitou olhar para onde Sheila e Caterine estavam, e foi
ao ponto do ônibus, a cidade estava diferente, carros a rua, gente
comprando imóveis na região, e um senhor chegou a ele e falou;
— Senhor Peter Carson?
— Sim, em que posso ajudar?
— Sou Carson Milt, do The Castle Magic, poderíamos falar?
— Sim em que posso ajudar?
— Estamos lhe oferecendo uma viajem a Los Angeles, estamos
convidando o senhor a participar do nosso clube fechado a
participantes especiais! – Peter olha desconfiado;
397
J.J.Gremmelmaier
— Senhor, sei que é estranho, mas somos um clube de
Mágicos de Hollywood, mas temos membros especiais que
gostariam de lhe conhecer!
— Mágicos ou magos?
— Alguns estão escondidos por trás de disfarces bem menos
pomposos do que mereciam!
— E por que eu?
— Alguns lá estão sentindo-se atraídos para cá, estão
preocupados senhor!
— Marque um dia, aparecerei!
O senhor estica um cartão e fala;
— Quando quiser aparecer, será bem recebido!
Peter olha o cartão, 7001 Franklin Avenue Hollywood, CA
90028-8600, pensa em como seu mundo estava a se ampliar, de
Papa a magos, de príncipes a seguranças, de amores a inimigos
mortais, qual o caminho a seguir, era a pergunta que lhe vinha a
cabeça;

Caterine faz tudo o que Sheila falou, e entra no quarto da irmã,


lhe oferece o suco, ela provou e perguntou;
— De que é o suco?
— Uma mistura, tem maça, morango fresco, pêssego,
framboesa, e essência floral de rosa!
— Gostoso, mas o que pretende!
— Conversar!
— E o que é isto que esta comendo!
— Isto não sei se deveria comer!
— Por que?
— Abre os sentidos, rosa em calda de mel silvestre!
— Deixa eu provar!
Ângela come e fala;
— Estranho, parece que se come folha com mel!
— Mais ou menos isto, mas precisamos falar!

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J.J.Gremmelmaier
— Fala irmã!
— Estava falando com Sheila, e ela disse que pode ter mão da
avó dela nesta briga de você e Robert!
— Não estamos mais brigados, mas estou mais calma, acho
que a posição de Peter me acalmou!
— O que ele fez?
— Disse para ele não brigar comigo, estranho, eu tentando
afastar ele de todos, e ele fala para Robert não me envolver nas
brigas dele!
Angela estava a comer as rosas, mas Caterine falou ainda;
— Mesmo assim, acho que seria bom se proteger deste tipo de
coisa irmã!
— Por isto esta me dando isto?
— Não, eu estava comendo isto, lembra?
— Sim, e o suco?
— Sim, um reforço ao amor, para afastar os olhares maldosos!
— Esta virando uma bruxinha também?
— Não, é que Sheila me disse que talvez você precisasse, mas
ela recomendou um banho de Sal grosso com essência de
camomila!
— E o que faria isto?
— Tudo ainda não entendi, mas o que custa?
Ângela olha a irmã e fala;
— Eu tomo um banho de sal grosso, pensei que estava
afastando um bruxo, mas tem uma no quarto ao lado!
Caterine sorriu, e foi ao seu quarto, estava a pensar em Peter,
viu o tumultuo a escola, quem será que viera a ele, pensou em
como poderia ela ajudar ele, queria o beijar e estava a ajudar a irmã
que só o queria afastar, olhou pela janela, e viu Irene a olhar para a
janela de Ângela, ela trazia algo a mão, mas não estava feliz, bom
sinal;

Peter chega em casa e adentra ao seu quarto, senta-se a


cama e pergunta a irmã;
399
J.J.Gremmelmaier
―Irma, acha que se livrou de mim?‖
―Nem quero irmão!‖
―Então me diz, como se conta ate cinco em Cocopa!‖
―Este é fácil, Acit, Kauwak, Hûmok, Sûpap, Serap!‖
―Qual o canto da fertilidade Cocopa!‖
―Erkah, Hexa, Inya, Kaunyat yu Yesak! Eles tem de repetir 6
vezes, em lua cheia diante de um rio de água corrente, oferecer um
alimento puro ao rio, e repetir mais 6 vezes!‖
―Muito bom menina, sabe que o segredo é o ritimo, a moça
tem de estar presente, a freqüência das palavras em une-sino faz o
milagre da moça ovular, truques indígenas!‖
―Sabe que nem entendo este papo de ovular!‖
―Sabe que as vezes coloco a carroça a frente dos burros, mas
fazer o que, quem inventou o ditado não conhecia as carretas
atuais!‖
Paula sorriu;
―Como o pessoal esta ai?‖
―Alguns nem falam mais, outros, sendo absorvidos, acha
mesmo necessário?‖
―Não!‖
Peter se materializa em seu mundo e os homens se levantam
ao ver ele;
— Veio a nós?
— Não, vim propor uma trégua!
— E temos opção!
— Sempre se tem opção!
— Estamos dispostos a uma trégua!
Peter estala um dedo, e os homens se vêem ao centro
histórico de Teerã;
— Assim me sinto sozinha, mas menos preocupada! – Paula;
— Como esta sentindo-se!
— Em casa, obrigada por tudo irmão!

400
J.J.Gremmelmaier
— Eu sempre lhe quis o melhor, e onde acabamos! – Peter
senta-se ao lado da irmã e a abraça;
— No mundo de Peter, onde mais! – Sorri Paula;
O menino olha em volta e as rosas vermelhas estavam a
desabrochar e perguntou;
— Que saiba sempre disseram que era impossível algo viver
aqui, além de almas fortes!
— Elas são para lhe ajudar, sabe disto!
Peter sorriu e olhando para a irmã, deixou uma lagrima correr
o rosto;

Amanhecia mais um dia, Peter foi a escola, como deveria ir


todo os dia, mas estava feliz de poder ir novamente a aula,
adentrou ao colégio com Paul ao seu lado, e um agito se fazia na
frente do prédio principal, Peter passa pelos demais e vê a grande
pichação;
―Out with‖
A diretora olhou para Peter, não tinha nada que pudessem
fazer, a não ser repintar, Peter chega perto e toca na tinta, depois
entra na sala;
Caterine estava a porta lhe esperando e falou;
— Será que podemos conversar?
Peter consentiu com a cabeça;
— Queria lhe pedir desculpas, não fui correta!
— Eu é que não sou correto, você, perfeita!
— Não é brincadeira!
— Caterine, sabe que te amo, o que quer mais?
— Nada mais, queria dizer que também te amo!
Sheila que esperava do lado de fora, pois os dois trancavam a
porta fala alto;
— Com licença Peter!
Peter abre passagem e ouve;
— Eu também te amo!

401
J.J.Gremmelmaier
Provavelmente todos da sala o olharam, ele ficou vermelho, e
Caterine falou;
— Vem, lhe deixo no seu lugar! – Puxando ele pelo braço;
Sheila riu em sintonia com Caterine;

Estavam no meio da segunda aula quando a diretora mandou


chamar Peter, novamente estava torcendo a ordem, foi a sala, já
nem sabia o que esperar de tudo;
— Sente-se Peter!
— Algum problema?
— Queria apenas lhe pedir desculpas, pelos mal entendidos!
— Não tem de pedir desculpas senhora, sei que lhe
pressionam também!
— Sabe?
— Sim, ou acha que o Papa vem a uma escola, todo dia?
— Não, e a maioria nem o viu!
— Sei disto, mas senhora viu, não quero tratamento especial,
só estudar, o resto, se resolve com o tempo!
— Bom ver que não guardou magoa, mas preciso saber, sabe
quem anda pichando a escola!
— Preciso falar senhora, que é brincadeira de analfabeto, nem
escrever direito sabe!
— Verdade, mas sabe quem?
— Sei, meu olho ainda dói da ultima vez que escorreguei e cai
sobre seu punho!
— Não tem graça isto, Peter!
Peter deu de ombro, sabia que os seguranças teriam narrado o
acontecido, mas obvio que não se mexia com famílias de dinheiro da
cidade, mesmo os mais idiotas dos ricos da cidade;

Peter sai para o intervalo e Ronald lhe barra no corredor, e


fala;
— Vê se não fala de mais, sobre as pichações!

402
J.J.Gremmelmaier
— Roni, para que falar, não sei quem foi o analfabeto que nem
sabe escrever bruxo!
Roni engole seco e fala;
— Analfabeto, você estas pedindo outra surra!
— Roni, sempre estou pronto para apanhar, nasci pronto para
isto!
Peter passa por Ronald, e se direciona a sua mesa, algo lhe
voou na cabeça, abre os olhos na enfermaria, com a medica lhe
fazendo pontos na cabeça, um pequeno corte de 10 pontos, disse
ela, e Peter sorriu, estava a testar seu mundo;
— Quem lhe acertou, Peter!
— Não sei doutora, estava de costas, mas com certeza alguém
de dinheiro, pois todos devem ter visto, e a diretora nem perguntou
quem foi!
— Sabe que é perigoso este tipo de batida na cabeça, nem sei
como não inchou muito!
— Sorte, deve ter sido algo leve!
A doutora olhou para ele e falou;
— Ainda bem que lhe permitiram voltar, pois não é todo dia
que se expulsa o melhor aluno!
Peter sorriu, terminou o curativo e voltou para a sala;

Caterine olhou para Sheila quando ele entrou com um curativo


a cabeça, era obvio que teriam de tomar as dores do menino, no
intervalo do almoço, Sheila senta ao lado de a sala de aula Caterine
e fala;
— Cansei!
— O que vai fazer!
— Eu, nada!
No intervalo Caterine ficou ao lado de Peter, e Sheila ficou a
observar Ronald, com o braço engessado todo metido ao lado das
meninas da torcida, o medico disse que a recuperação dele estava
boa, se nada acontecesse, poderia estar nos últimos jogos do ano,
Sheila viu quando ele foi ao banheiro, esperou um momento e todos

403
J.J.Gremmelmaier
ouviram o estouro vindo do banheiro, e Ronald sair com as calças
arregaçadas e as nádegas sangrando, parte queimadas pela
explosão;
Peter olhou em volta, Irene estava rindo, não fora ela, olha
Sheila e esta lhe olhava, fora ela, que apenas sorri e fala em sua
mente;
―Agora além de não arremessar, nem senta no banco!‖
Peter olha para Caterine e perguntas;
— Você sabia disto?
— Sabia que ela faria algo, mas o que, nem idéia!
— Tenho sorte se não sobrar para mim!
Caterine sorri e fala;
— Você não foi ao banheiro hoje, Peter!
Peter sorri e olha a diretora conduzindo mais um a enfermaria,
a medica teve trabalho, primeiro limpar o lugar, depois tirar os
pedaços de louça sanitária, que haviam penetrado a carne, e só
depois passou um cicatrizante nas queimaduras;
— Mandei chamar sua mãe, ela lhe leva para casa!
— Eu mato o desgraçado que fez isto!
— Bem que poderiam descobrir de vez quem esta fazendo isto,
sorte ser o primeiro caso, teve um dia que veio 8 vasos, nos dois
banheiros juntos ao ar!
— Mas desconfio de quem foi!
— Espero que não invente de novo, Ronald, já não aprendeu
que mentira tem perna curta!
— Do que esta falando Doutora?
— Que inventou que foi Peter a uns dias, embora achava que
tinha sido você, os dois não foram, então espero que a diretora
descubra quem foi!
— Por que diz que inventei!
— Por que Peter estava totalmente fora do ar aquele dia, até
ficou na enfermaria um tempo, não tinha nem noção que o dia havia
amanhecido ainda!
— Mas isto não o inocenta!
404
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— Ronald, sei que não foi ele, tem bem mais a sua cara,
estourar a própria bunda para limpar sua barra!
Ronald se calou e viu sua mãe entrar pela porta e falar;
— Andou aprontando contra quem agora?
— Senhora, desta vez ele estava no lugar errado na hora
errada!
— Sabe que vamos processar por danos o colégio!
— Senhora, isto é com a diretora, e não com quem fez os
curativos!
A senhora vê o estrago e saem da enfermaria, o pátio vazio,
todos já as aulas, o conduziu ao carro e foram para casa;

A diretora chama Peter de novo a sua sala;


— Peter Carson, espero que não tenha nada a ver com isto!
— Por que teria senhora?
— Por que foi agredido ontem por Ronald bem próximo do
acontecido!
— Fui, então por que ele ainda estava no colégio?
— Sabe por que!
— Não sei, como falei para a senhora, as vezes entendo a
senhora, as vezes, desculpa, expulsar ele teria sido correto a 2 anos,
quando ele quase matou aquele garoto no banheiro, a senhora fez
de conta que não aconteceu, depois quantos ele espancou, 12 por
mês, na media, assim como posso ter sido eu, pode ser qualquer
um destes senhora!
— Sei que ele não tem conserto, mas o que fazer?
— Faz o mesmo, quando o pai dele reclamar, põem na mão da
policia as imagens dele agredindo, pichando, batendo, fumando,
bebendo, estragando o bebedouro, não sei o que ele tem contra o
bebedouro, é um por semestre, cobra do pai dele o que ele vai
cobrar da senhora, a escola inteira depõem a favor senhora!
— Não tenho coragem, pode não parecer, mas o pai dele
passou horrores na cidade, antes de dar certo por aqui!

405
J.J.Gremmelmaier
— E o filho, vai afundar tudo, por que tem medo de mostrar a
verdade!
— Não é assim!
— Diretora, o que acha que vai acontecer quando Ronald
assumir os negócios, um menino como eu faria ele assinar um
contrato, que ele não entenderia, com apenas duas palavras
invertidas, e tudo seria meu, ele nem sabe ler!
— Tenho de pensar, mas tem idéia de quem foi?
— Eu sei quem foi, mas se o protegeu antes, quando eu fui
acusado, não tenho por que denunciar alguém que fez o que todos
queriam fazer!
— Já temos o problema da mão dele, agora o pobre não vai
poder nem sentar!
— O problema da mão senhora, foi fora da escola, não lhe diz
respeito!
— Mas acha que o culpado seria penalizado?
— A culpada não seria penalizada, senhora!
— Uma menina, tem certeza?
— Tenho, assim como sei que a culpada anterior, também,
não seria penalizada!
— Duas meninas, mas por que?
— Sabe por que, não quer acreditar apenas! – Peter olha para
o relógio e termina. – Senhora, estou perdendo mais uma aula,
poderia retornar!
A diretora consentiu com a cabeça e Peter voltou a aula;

No fim da aula os amigos de Ronald cercam Peter na saída;


— Sabemos que foi você, quem mais!
— Você Michael, saiu do banheiro dois minutos antes, e odeia
ser sempre o segundo!
— Não fala besteira!
— Você sabe que não fui eu, mas querem achar um culpado,
por que não uma das meninas da torcida, nelas vocês teriam
coragem de bater sem ele por perto!
406
J.J.Gremmelmaier
— Esta maluco, não batemos em meninas?
— Desculpa não aceita, você é covarde Michael, e todos
sabem que foi você que bateu na Monic, por isto o pai dela a tirou
do colégio, sorte tua não ter um pai mais violento, senão estava
num buraco, covarde!
Michael tentou pegar o colarinho de Peter, ele apenas recuou
e viu o rapaz vir com tudo, se desviou, e o menino se esborrachou
no chão;
Peter dá as costas e sai a andar na direção do ônibus, a
segurança já estava encima, Peter ainda estava a pegar leve, mas
era quase 19hs quando Peter pede para falar com o pai de Ronald;
— O bruxinho vem a mim, o que quer menino!
— Um acordo, soube da infelicidade de seu filho!
— Odeio ele apanhar, apanhei muito na vida!
— Mas é diferente senhor, ele bate por terem medo do senhor,
não para se defender!
— Não acho que haja diferença!
— Eu acho, este olho roxo foi ele que fez, mas não entende!
— Ele representa a família, vencemos a força!
— E se alia aos que sempre bateram em você, e o filho do
mesmo quebra a mão de seu filho!
— Ele não me disse quem foi!
— Por que iria perguntar algo bobo senhor, por que estava
brigando com Robert James!
— Ele apanhou do filho do James, sabia que viria confusão,
aquele menino sempre foi confusão!
— Discordo senhor, mas o que me trouxe aqui é negócios!
— Negócios?
— Sim, vou montar 6 postos de combustível nas estradas e
cidades vizinhas, queria saber se gostaria de ser meu sócio, ou abro
sozinho!
— Sabe que nunca tive os movimentos de Sábado e Domingo,
mas acha que aquela puta consegue erguer a cidade!
— Desculpe, não entendi?
407
J.J.Gremmelmaier
— Sei que agarrou seu pai, mas não muda o que é!
— Se tiver que pensar assim, vou ter de pensar que o senhor
ainda é o ladrão de laranjas de meu avô!
— Era divertido!
— Ou pior, o caso do professor de física, para não chamar de
bicha da escola!
O senhor se levantou e bateu na mesa;
— Me chamou de que?
— Viu como julgar as pessoas é fácil senhor, muito fácil!
— Mas aquilo não presta, pode estar a comprar as dores dela,
mas não presta!
— Entendi, vim ver se tinha um parceiro de negócios, mas vou
ter de abrir sozinho, obrigado pela atenção senhor!
— Não entendi, não queria um sócio!
— Não vai dar certo, não cresceu, todos da cidade tem medo
do senhor, mas eu não, quero ver quando terminar o ano, e os seus
postos vazios, o que vamos negociar!
— Acha que vai me tirar do mercado, não conhece os meus
negócios!
— Na verdade conheço, mas como dizem, negócios é para
quem tem estomago, vamos ver se sabe engolir cobras dia após dia!
— É atrevido menino!
Peter sai do escritório, estava a provocar reações, e vai a
prefeitura;
O prefeito o esperava, e fala;
— Peter Carson, o menino que me tornou candidato da
deputado!
— Prefeito, estou a pedir algumas concessões, espero que nos
conceda!
— No que vai investir?
— No estrutural, soube que o ramo de combustível da cidade
esta quase a falir, e não posso deixar de ter clientes por não terem
combustível para voltar!

408
J.J.Gremmelmaier
— Mas não ouvi sobre isto, mas se quer uma concessão de
posto de gasolina, posso conseguir!
— Na verdade quero 4, uma em cada entrada, e uma no
centro da cidade, todas já nas características da cidade!
— Isto é fácil, algo mais?
— Sim! – Peter estica alguns papeis, tinha de concessão de
transporte entre o centro e os dois parques, um ônibus local,
impensável na cidade até então, fora os escolares, que eram um
serviço do estado, não tinha como comportar, tinha concessão de
turismo e uma porção de pequenas empresas, e o prefeito sorriu no
final;
— Assim vai me fazer governador!
— O prefiro como prefeito!
O prefeito sorriu e falou;
— Quando vai começar?
— Estes são mais demorados para implantar, temos um
feriado ai a frente, quero dar um pulo em Los Angeles, na volta
quero ver se consigo algumas coisas a mais!

Peter vai para casa, passa antes na loja de Marlene e sobe ao


escritório;
— Como estão as coisas Marlene!
— Bem, veio dar uma espiada?
— Sim, pensei que o movimento seria só no fim de semana!
— O pessoal da cidade, esta adorando as velas de magia!
Peter sorriu e perguntou;
— Como estão os outros negócios!
— Bem, até mesmo a concorrência esta me agradecendo, pois
a cidade nunca teve tanta gente!
— Marlene, como esta o pai?
— Mal, ele não fala de Paula, mas passa o dia pensando nisto!
— Todos passamos, estou acelerando para não pensar nas
coisas, na volta quero ver se colocamos mais uns imóveis para
funcionar!
409
J.J.Gremmelmaier
— Tem de parar para pensar, menino, fugir não adianta!
— Eu sei, mas meu problema é outro, as vezes tenho de não
enfrentar, pois gera muita guerra!
— É um bom menino, e como esta sua mãe!
— Quero ir com ela no feriado para Los Angeles, preciso
pensar!
— Mas vai fazer o que lá!
— Passear, tenho um convite para conhecer um lugar,
provavelmente me depararei com problemas, mas isto, resolvo
quando encontrar!
— Mas por que viajar agora?
— Marlene, meu caminho ainda esta se abrindo, tenho de
aprender!
Os dois conversaram mais um pouco e Peter chega em casa;

Quando chegou o fim de semana, aulas agora só na quarta,


segunda não abriria, feriado de 4 de Julho, Mari olha para o filho e
fala;
— Tem certeza que nos receberão?
— Mãe o hotel fica ao lado, qualquer coisa vamos fazer
turismo, mas não acredito nisto!
— Mas como fica a Pity!
— Vai com a gente, ainda não acabou!
— Certo, quando partimos?
— Meia hora, um carro vem nos buscar, achei mais fácil do
que dirigirmos até onde nem conhecemos!
Os três embarcaram no sentido de Los Angeles, Caterine não
entendeu a viajem, mas sabia que ele estava ainda procurando
respostas, a viagem foi longa, e quase 5 horas de estrada até
chegarem ao hotel, ao lado da The Castle Magic, Mari até se
decepcionou um pouco, pensou em algo maior, mas Peter não
procurava tamanho, e sim, o verdadeiro poder, a magia pura, sabia
que não era uma boa hora para se apresentar a alguém, mas
quando que as coisas aconteciam quando ele queria, se hospedaram

410
J.J.Gremmelmaier
e foram ao Castelo, uma casa reformada, cheia de historia, de um
tempo que aquele lugar era muito distante da cidade, bateram e
perguntaram por Carson Milt, a senhora os olhou desconfiada, até
arrogante, foi lá dentro e falou com alguém, que veio a eles, e
falou;
— Quem procura Carson Milt?
— Ele me deixou este cartão e disse que aparecesse quando
quisesse!
Peter estica o cartão e o senhor fala;
— Deixa eu explicar, senhor Milt, é falecido a mais de 13 anos,
morreu numa cidade pequena, ao norte daqui, a 13 anos atrás, ele
não pode ter lhe dado este cartão!
— Então desculpa, algum engraçadinho, mas já que estamos
aqui, vamos passear na cidade!
— Como seria seu nome menino?
— Peter Carson senhor!
Peter percebe que seu nome fez o rapaz recuar, olhou para a
secretaria que ligou para alguém rapidamente, e o senhor falou;
— Desculpe, o senhor disse que é Peter Carson, o menino de
Comptche?
— Eu mesmo, me conhece!
— Dizem que o senhor Carson Milt, morreu no dia de seu
nascimento, era esperado o dia que viria a nós, mas desculpa se
não o reconheci, senhor!
— Agora quem não entendeu fui eu!
Mari observou que a correria começou, gente que não haviam
visto começam a aparecer de todos os lugares, gente entrando,
olhando o menino e saindo, estava a observar também que alguns
mediam Pity, talvez estranhando ainda o branco de sua pele, já nem
tão branco como no dia que a viu pela primeira vez, poucos
olhavam para ela;
— Senhor, quando nasceu, alguns eventos estranhos
aconteceram, dizem que em Comptche, nasceria o Deus Primata,
uma lenda antiga, muito antiga!
— Conheço esta historia, não é lenda!
411
J.J.Gremmelmaier
— Conhece a lenda do templo de deus!
— Senhor, como falei, não é lenda!
— Mas como não, vai dizer que acredita que um povo nos
criou, e nos deixou a informação pregada em nosso DNA, para um
dia despertar!
— Eu sei que aconteceu, mas pode achar que é uma lenda,
senhor, por sinal, qual seu nome!
— Camilo Horst!
— Mas o porque seria esperado?
— Dizem que quando nasceu, uma energia emanou daquela
cidade, como o único iniciado na cidade era seu avô, mandaram lá
um grupo de pessoas, alguns ficaram loucos com a energia, e
tentaram lhe matar, dizem que Carson Milt, morreu do coração
quando tocou a sua pequena mão, ainda na mão da sua mãe!
Mari olha para o rapaz e fala;
— Isto sim é lenda, pois ninguém morreu ao tocar ele, mas ele
quase morreu 3 vezes naquela semana!
— Como pode ter certeza senhora?
— Senhor Camilo, esta é minha mãe!
O senhor a cumprimentou e falou;
— Prazer, e quem vem com você, parece uma..
— A chamamos de Pity, é minha missão trazer ela de novo aos
vivos, ela foi uma sanguessuga!
— Foi, mas ninguém deixa de ser uma Vampira!
— Mas ela esta tentando, mas vamos ao hotel, se meu convite
não tem efeito, melhor me inteirar das coisas antes de prosseguir!
O menino vê uma porta lateral abrir e um senhor sair de lá,
Camilo desviou o olhar, a senhora o mesmo, mas Peter o olhou e
ouviu;
— Não tem curiosidade de conhecer os nossos sócios!
— Pensei em encontrar Magos, e não Mágicos! – Fala Peter;
— Eu sou Magister Gutenberg, um curioso sobre sua vida,
senhor Carson!
— Curioso, algum motivo especial!
412
J.J.Gremmelmaier
— Desculpe o atrevimento, mas ouvi que falou que disse que a
lenda do Deus Primata, não era lenda, e fiquei curioso, o que sabe!
— Apenas uma observação senhor, nada importante!
— E o que aconteceu, sempre me disseram que este dia
chegaria e viria um ser de aura límpida, e chega com uma aura
negra!
— Prefiro que as pessoas vejam como ela é a escondê-la, mas
perdi uma irmã a poucos dias, foi morta pois queriam me atingir, me
culpo por isto!
— Você tinha uma irmã!
— Sim, tinha 5 anos, mas ainda me sinto mal, fui convidado
por alguém que se passou por um membro de seu Clube fechado,
não quero atrapalhar!
— Não atrapalha, saiba que o seu nome, sempre constou nos
registros dos sócios, tem umas mensalidades não pagas, mas nada
que um bruxo não tenha como pagar!
— Não sei se quero participar, ao contrario da maioria, adoro o
anonimato!
— Os grandes sempre amaram o anonimato, mas saiba que
será sempre bem vindo a esta casa, e se quiser, lhe apresento o
que seria nosso clube!
Peter olha para Mari que concorda em sua mente;
— Melhor olhar antes de dizer não!
— Mas seria somente o senhor, as duas teriam de esperar
aqui!
―Vai, eu vou ver por seus olhos mesmo!‖ – Mari;
— Não sei, estamos de saída!
Peter olha para a mãe e fala;
— Estou meio cansado, vamos descansar, o senhor Gutenberg
vai entender se voltar outro dia!
— Não quer aproveitar mesmo o dia? – Gutenberg;
— Não, tem coisa que podemos atrair com mais calma!

413
J.J.Gremmelmaier
Peter se despede dos demais, e saem como se tivessem ido ao
endereço errado, Peter nem olhou para traz, e quando ele saiu, um
segundo senhor, chega a sala, e fala;
— Por que basicamente o pôs para correr, Gutenberg?
— Senhor Milt, se não queria que fosse assim o recebesse
pessoalmente!
— Não sei ainda o que preciso deste menino, mas tenho quase
certeza que ele leu o livro da morte, a energia dele, mesmo com
aquela aura negra, é positiva demais para mim!
Camilo fechou a porta e os dois ficaram a conversar;

— Por que não aceitou o convite!


— Por que tinha algo de errado em tudo isto mãe, o convite é
atual, não antigo, a energia no cartão era de alguém que foi iniciado,
senão nem viria, viu o medo deles quando falei meu nome, não
entendi, mas tudo mudou, e não gosto de estar em um lugar que
não conheço, sozinho, com pessoas que tem medo de mim!
Eles adentram ao hotel, e vão aos quartos, e pedem algo para
comer, chegaram após o almoço, então fizeram um lanche, Pity
evitou comer, preferia passar fome um dia a complicar Peter com
seus gritos junto a um hotel, após comerem desceram a recepção e
um menino e duas meninas chegam a ele e pergunta;
— Você que é o novo membro de nosso clube?
Peter olha para os mesmos, sem saber exatamente o que
estava a acontecer;
— Não sou ainda membro de clube nenhum na cidade!
— O senhor Milt disse que o novo membro se hospedaria no
hotel, como apenas vocês chegaram hoje, pensamos ser você!
— Quem é senhor Milt? – Peter;
— Gerter Milt, ele toca o clube fechado aqui do lado!
— E vocês, o que fazem lá, truques de mágica?
Uma das meninas olha para Peter e fala;
— Não, ainda não temos autorização para isto, dizem que tem
anos de pratica!

414
J.J.Gremmelmaier
— E o que fazem, num clube deste?
— Somos do clube por que nossos pais o são, mas se não é o
novo sócio, desculpe!
— Disse que não sou ainda, sócio de nada, não quer dizer que
não possa ser!
— Mas somente pessoas especiais são convidadas! – Fala a
menina;
— Desculpe minha falta de educação, sou Peter Carson!
Uma das meninas sorri e fala;
— Eu disse que tinha de ser ele!
O menino falou;
— Sou Fabio Dieter!
— Eu Nanda Rios, e esta é Fabi Rios, minha irmã! Dizem que
você é um bruxo de verdade, sabe que é muito jovem para ser um
bruxo!
Peter olha os três, estava estranhando alguém saber quem era
ele, e falou;
— Estava indo para a piscina, podemos conversar mais lá!
Os demais foram a piscina, Pity passou protetor solar fator 50,
e mesmo assim, sabia que pegaria uma cor com aquele sol bonito
de sábado, sentaram-se e o menino pediu um refrigerante e
perguntou se Peter queria;
— Desculpe, não como açúcar, e nos refrigerantes tem muito!
— Como você se sente sendo a continuação dos magos? –
Pergunta Nanda;
— Nem sei se serei continuação de algo, estou assustado com
o saberem de minha existência, ainda estranhando um pouco!
— Sempre falavam que um dia Peter Carson viria a fazer parte
do Clube, mas não lhe falaram nada?
— Minha ligação com a magia era meu avô, e este morreu a
alguns anos!
— E seu pai?
— Este nunca foi chegado a magia!
— Estranho, e como aprendeu a magia?
415
J.J.Gremmelmaier
— Nem sei se aprendi, alguns seres antigos, diziam que minha
existência aconteceria, estes não eram humanos, os verdadeiros
construtores das Pirâmides!
— Quer dizer que acha que realmente alguém nos criou como
espécie?
— Não Nanda, alguém nos pôs no DNA, o que nos permitiu
evoluir, virarmos o que somos, mas é difícil de definir isto,
principalmente entre os Bruxos!
— Não entendi? – Fabio;
— Já existíamos como espécie, primatas, eles nos escolheram
para salvar os seus conhecimentos, resguardando em nós a cultura
que eles tinham, e esta cultura as vezes desabrocha, em grandes
nomes da ciência, política, religião, mas esta em cada um de nós,
mas a maioria não ouve o que se carrega em seu corpo!
— Mas isto é uma lenda! – Fabio;
— Se tivesse entrado na sala das leis, não acharia que é lenda!
— Você entrou na sala das leis, dizem ser impossível, quer
dizer, dizem não existir!
— Ela existe, mas obvio, no tempo em que esteve lá, não
hoje!
— Não acredito nisto, sei que todos lhe respeitam, dizem que
quando nasceu, todo mago no planeta sentiu o seu nascimento,
alguns bruxos até o tentaram matar, mas não acredito no que diz! –
Fabi;
— Menina, não precisa acreditar, viva e verá, não pretendo
ensinar muitos, embora saiba que é o caminho para ser um Mago, é
um caminho sem volta, tenho de ter certeza de que o quero trilhar!
— Mas como poderíamos ter certeza de que magia existe?
— A certeza vem de dentro, ou sente-se ou não, meu pai
nunca sentiu, eu nasci com ela a flor da pele, não é genética apenas,
é uma soma de coisas, tive a sorte de alguém próxima ter dons
incríveis, que nem sabe, se acham difícil acreditar, é por que não
sentiram a magia!
— Mas como poderíamos sentir a magia? – Fabio;

416
J.J.Gremmelmaier
Peter estende a mão para o menino, deveria ter dois anos a
menos que ele, Nanda um ano a menos e Fabi tinha sua idade, três
crianças passando a adolescência em um mundo diferente, o
menino paga em sua mão e ele fala;
— O que vou falar, fica entre nós, Fabio, mas todos tem a
magia dentro deles, não quer dizer que elas vão um dia a sentir,
você tem uma aura bonita, crença sem pedir nada em troca, tem
sua força, mas enquanto não pedir algo em troca, não o terá, vi
muitas religiões apagarem grandes bruxos, ainda na infância, com a
historia de que teriam de amar sem pedir nada em troca, que
deveriam aceitar os sofrimentos como uma forma de purificação,
isto não purifica, o que purifica, é comer e beber coisas naturais,
evitar as carnes, o alimentar de um animal morto, lhe atrai a morte
dele, se comer carne, prefira os peixes, os mesmos vivem em
comunidades, então a energia deles, é repassada aos de sua
espécie, não absorve a morte, jejuar purifica a alma, mas sem
consumir produtos não naturais antes e depois, magia requer falar
fluentemente mais de 5 línguas, sejam elas línguas vivas ou mortas,
eu falo o inglês, mas também o Francês, Alemão, Italiano, Romeno,
Espanhol, Português, Chinês, Árabe, Japonês, das línguas mortas,
Latim, Cocopa, Navarro, Tupi, Guarani, Husterca, Tzental, sei ler
Copta, e outras línguas mortas, ainda arranho o Grego e Russo, e
sei um pouco o hebraico!
O menino arregala os olhos e fala;
— Mas então estuda muito?
— Sim, tenho ainda déficit de aprendizado, tenho de estudar
em dobro para aprender, mas não fujo de desafios, magia é muito
suor, não me adianta saber um canto de fertilidade, se não souber o
pronunciar certo da língua, estamos falando de poder por som, não
me adianta pegar um livro antigo e só ver as figurinhas, pois
dificilmente terá figurinha, e o trabalho não é fácil, a igreja Romana,
destruiu tudo que caiu em sua mão, entre os anos de Constantino
até perto de 1850, então estamos gatinhando em muitos
aprendizados, tenho posse dos 3 mais antigos livros de magia que
sobreviveram, li as paredes do Templo de Deus, mas em nada me

417
J.J.Gremmelmaier
seria útil ir lá, se não soubesse como obter a informação das
paredes do templo!
— Você quer dizer que foi ao templo de deus, foi isto que
falou! – Nanda;
— Menina, fui eu que avisei eles que seriam destruídos, lógico
que fui lá!
— Esta a dizer que você é o Deus Primata! – Fabi;
— Não, isto sim é lenda, não sou deus! Por sinal, esta é uma
coisa que somente quando se lê as paredes entende, 10 leis, 4 de
deus, o resto, como organizar uma sociedade, até como criar um
deus!
Nanda olha para a mãe de Peter e pergunta;
— Acredita em seu filho?
— Menina, eu vejo e ouço o que meu filho faz, sei que ele
esteve lá!
A menina olha assustada;
— Mas e a privacidade dele?
— Ele sabe me bloquear quando esta namorando, menina!
— Ainda bem! – Fabi;
Peter sorriu e falou;
— Fabi, Nanda, não precisam acreditar em mim, não sou um
messias pregando o fim do mundo!
— Mas o que iria me mostrar? – Fabio;
Peter olha para o menino e fala;
— Łichíí', Łichíí', Łichíí', Łichíí', Łichíí', Łichíí', Łichíí'!
O menino olha para as suas mãos, a pele do menino havia
ficado vermelha, um vermelho vivo, o mesmo olha os braços, olha
para as meninas que riam, o cabelo havia ficado vermelho, até os
olhos tendiam ao vermelho, o menino olhou assustado e Peter
apenas estalou um dedo, e o menino voltou a cor normal;
— Como fez isto! – Fabi;
— Łichíí' é vermelho em Navajo, se a maioria das pessoas que
não deixam a magia correr por suas veias pronunciar 7 vezes isto,

418
J.J.Gremmelmaier
nada vai acontecer, mas com contato físico, pronuncia certa, ritmo
certo, e energia, acontece!
— Você é mesmo um bruxo? – Nanda;
— Não, já fui um Bruxo, quando li as leis, passei a ser um
Mestre, mas o que parece ser fácil, é muito treino, não é toda
palavra que tem a pronuncia que lhe dá poder, o vermelho em
inglês, não representa nada, a palavra em inglês que tem mais força,
é Hot, mas novamente tem de ter freqüência certa!
— Esta querendo dizer que estuda as línguas, para descobrir
os seus significados, seus poderes?
— Isto é o inicio, bem o inicio!
— Quando aprendeu isto?
— Com uma amiga a 6 anos, sentados a calçada em frente a
nossas casas, os adultos em volta achavam que estávamos
brincando, e nem imaginam onde chegamos!
— Mas era uma criança? – Nanda;
— Sim, tinha 7 anos, quando a energia correu por minhas
mãos com consciência do que estava fazendo, antes todos falavam
dela, principalmente meu avô, mas nunca havia a experimentado!
— Então estamos 6 anos atrasados? – Nanda;
— O tempo é relativo na magia, pode recuperar tudo em um
ato glorioso, ou perder tudo, numa revolta inútil!
— Ouvi dizerem que sua aura esta negra, que esperava
alguém com aura muito alva!
— Minha aura esta pesada, mas é reversível, minha energia
positiva ainda é muito superior que a negativa, mas minha aura, ou
a cor de minha magia, paga pelos caminhos que tomei na vida, é
nosso julgador maior, por ela que deus vai nos julgar!
— Acredita em Deus, a maioria aqui não acredita!
— Não os conheço, mas os poucos que conheci, sabem que
deus existe, mas as religiões não o representam, não quer dizer que
eles não tenham deus, e sim, não tem religião para seu deus!
— Mas como oramos a deus!

419
J.J.Gremmelmaier
— Não oramos, deus nos deu livre arbítrio, alguns testos
foram inspirados, mas outros, doutrinários, para os manter na linha
de uma religião!
— O que quer dizer com isto! – Pergunta Pity que se juntava a
eles;
— Pessoal, esta é Pity, uma amiga querendo voltar a vida!
Fabio olhou assustado e perguntou;
— Como voltar a vida, ela morreu?
— Ela ainda não tem um batimento normal de coração, mas já
esta começando, ela era uma Sanguessuga, mas esta voltando a
vida!
O menino se afastou, depois viu que estavam ao sol, e falou;
— Mas ela esta a tomar sol!
— Tem visto muito filme de vampiro, menino eles caçam a
noite, suas peles são frágeis, mas não se desmancham ao sol, uma
coisa é preferir a noite, outra é ser condenado a viver somente a
noite!
— Mas pensei que vampiros não existiam? – Nanda;
Pity olha para a menina passando a língua nos caninos
destacados;
— Não assuste as crianças Pity!
Ela sorriu e sentou-se ao lado do menino, que a olhou
desconfiado;
— Lhe respondendo, deus deu aos nossos criadores o livre
arbítrio, nos passaram isto como conduta, inserido em nosso DNA,
herdamos deles o livre arbítrio, mas as religiões não entendem o
que é isto, ou se entendem, a manipulam, quando deus nos criou,
foi para acreditarmos em deus, sem o ver, sem o sentir, sem falar
com ele, uma prova de fé, magia tem a ver com fé, mas as religiões
a manipulam, vejo até homens curarem pelo toque, sem nem saber
da magia que corre em suas veias, eles poderiam estar curando
muitos, e curam um ou outro pelo acaso, mas deus existe, corre em
todos nós, ele é tudo, somos parte dele, mas é difícil explicar para
quem nem sentiu a magia, como é sentir deus!
— Você já sentiu deus? – Pity;
420
J.J.Gremmelmaier
— Sim, senti deus, das coisas mais estranhas, maravilhosas e
assustadoras que passei na vida!
— E quando aconteceu isto?
— Foi em Manac, cidade dos Drols!
— De que esta falando? – Nanda;
— Manac é uma cidade, que existiu onde hoje tem as
pirâmides, sendo a de Queops a mais importante, isto a mais de um
milhão de anos, os habitantes dela não eram humanos, eram os
Drols, um povo diferente, eles eram bípedes, não descendem de
nenhuma linha genética do nosso planeta, os mais semelhantes
seriam os golfinhos, sua fala é bem estridente, mas não tem padrão
de mamíferos, sua reprodução é sexuada, mas por brotamento,
difícil de descrever algo assim, um ser sexuado, que gera brotos,
cada Drol, tem a escolha de ter 4 descendentes, mas a maioria não
tem mais de dois, quando muito, eles transferem todos os seus
conhecimentos aos descendentes, então deixam para mais tarde os
seus descendentes, quando falo em semelhança com golfinhos, é
pois seriam fisicamente, golfinhos com pernas e braços, tem
comunicação por som e sonar, mas não tem o nado dos golfinhos,
são seres terrestres!
— Esta a dizer que existiram seres não humanos neste
planeta? – Nanda;
— Sim, alguns o deixaram antes da destruição, já que anunciei
esta destruição, sem dar a causa, dois mil anos antes do acontecido,
a mais de um milhão de anos atrás!
— Esta a me dizer que foi lá, que é a você que eles chamam
de Deus Primata!
— Inspirei isto, mas as vezes quando penso nisto, acho
engraçado!
— E ainda não sabe se fará parte do nosso clube? – Nanda;
Peter olha a moça e fala;
— As vezes o medo me afasta, prefiro a verdade, a sinceridade,
quem me atraiu para cá, não usou de sinceridade, na verdade nem
sei quem foi, mas isto me faz pensar se devo participar!

421
J.J.Gremmelmaier
Eles conversaram um pouco e depois Mari e Peter foram dar
uma volta, para conhecer o que não conheciam, se divertiram e
voltaram ao hotel já era noite, estavam a somar experiências, o
menino não estava afim de acelerar, estava sorrindo quando chegou
ao hotel;

Naquela noite, algo atraiu Fabio a sair do seu quarto, e ir ao


Castelo durante a noite, ninguém viu mas amanheceu com a noticia
correndo os quartos, o menino foi encontrado morto, na entrada da
frente do Castelo, nas escadas de entrada, a correria era geral,
Peter pensou em ir lá, já que conhecera o menino no dia anterior,
as duas meninas choravam ao saguão do hotel, quando Peter
chegou perto e perguntou;
— Desculpa falar nisto, mas qual o motivo de morte?
— Parece que ele recebeu uma grande batida na altura da
cabeça, meus pais disseram para nem ir ao enterro, pois vai ser
horrível ver ele!
— Eu gostaria de ir, como chego lá!
A menina explicou, e Nanda perguntou;
— Poderia ir com vocês, meus pais não falaram nada, gostaria
de me despedir!
Peter consentiu com a cabeça, e Mari estranhou, não seria
normal os pais a levarem, o que estava acontecendo, onde estavam
os pais, por que as crianças ficavam no hotel e os pais dormiam no
castelo, seus pensamentos passavam pela ciência de Peter;

No outro extremo da cidade, Romer tomava um café, para


acordar, tivera meio ausente, afastado a uma semana do FBI,
estava a esperar o julgamento dos motivos, para voltar, não tinham
nada que o mantivesse afastado, olhava tudo em volta, nunca tivera
tempo para prestar tanta atenção no mundo que o cercava, sempre
mergulhado em casos complicados, e foi num simples que se
complicou, a garçonete põem o sanduíche a sua frente e ele o ataca,
ouve a TV, quando o repórter anuncia, um caso de morte na
Broadway deixou alguns moradores preocupados, um menino de

422
J.J.Gremmelmaier
dez anos foi encontrado morto, e não conseguiram exatificar a
causa morte, parece que o menino foi agredido com um objeto
muito grande, Romer olha as imagens e só presta mais atenção
quando o rapaz ao seu lado fala;
— Neste clube de mágicos, sempre acontece coisas estranhas!
O investigador olha para o rapaz que estava junto;
— Vai começar de novo, lá não acontece nada de
sobrenatural!
— Ninguém acredita, mas sei que acontece, mas ninguém
nunca investiga!
Romer pensa em quantas investigações sérias, demorou anos
para resolver, uma indagação desta, demoraria décadas;
Estava a acabar o café quando sente alguém por a mão em
seu ombro, olha os dedos femininos e fala;
— Patrícia, o que a trouxe deste canto da cidade!
— Dizem que o café daqui é bom!
— Mente como minha ex, muito mal!
— Eu sou sua ex, ou já esqueceu!
Romer sorri e paga a conta, olhando para a ex, estava bonita
naquele dia, muito mais bonita do que quando a conheceu, já
trabalhando no FBI;
— Mandaram lhe levar junto em uma averiguação!
— Eu estou afastado, esqueceram!
— Vamos, não vim discutir isto!
Romer olha para Patrícia e fala;
— O que aconteceu, vamos para onde?
— Vamos a um velório! – Patrícia mede ele de cima a baixo e
fala. – Já esta no clima mesmo!
— Quem morreu?
— Um menino de 10 anos, esta em todas as TVs, não assiste
ou não presta atenção!
Romer não respondeu, a acompanhou ao carro e foram ao
cemitério, estava sendo velado na capela maior, e muitas pessoas

423
J.J.Gremmelmaier
estavam presentes, Patrícia chegou até a mãe da criança e
perguntou;
— Podemos falar um momento senhora?
A senhora olhou para a moça e indagou;
— Teria que ser agora?
— Sim, de preferência!
Romer estava sem nem entender o acontecido até aquele
segundo, Patrícia acompanhava o olhar de Romer, que estacionou
em 4 pessoas entrando no local, e olhou para lá;
— Peter Carson! – Falou Romer baixo, mas teve a sensação
que suas palavras foram ouvidas por todos presentes, alguns se
assustaram, outros lhe olharam serio, e depois acompanhando seus
olhos, uma multidão viu Peter chegar até perto do caixão, muitos
saíram do local, outros se afastaram, e por fim, a mãe da criança
chegou perto e falou;
— Se for Peter Carson, não é bem vindo ao enterro de meu
filho!
Duas constatações, as pessoas não conheciam Peter, segunda,
muitos o temiam, acho que no fim das duas Romer constatou uma
terceira, foi por isto que o levaram até lá;
Peter olha para a senhora e fala;
— Meus pêsames senhora, desculpe se interrompo ou
constranjo, mas precisava ver o que fizeram com ele!
Peter chega até o menino e pega em sua mão, o rosto
deformado de Fabio pareceu olhar para Peter, algo estranho, ao
mesmo tempo que mantinha-se estático, parecia que olhava para o
menino.
―Fabio, ainda esta ai?‖
―Onde eu estou?‖
―Prestes a virar energia menino!‖
―Mas como posso ter morrido!‖
―Queria saber se lembra de quem o atacou!‖
―Não, havia ido falar com Gutenberg, na saída nem vi o que
me atingiu!‖

424
J.J.Gremmelmaier
―Quer morrer menino?‖
―Não, — o menino chorou – sou muito novo para morrer!‖
Peter pega o caderno ao bolso, e faz um circulo, olha em volta,
todos estáticos, olha o menino, pega sua mão e ele desmaterializa-
se no caixão, e uma replica se faz no lugar;
Fabio materializa-se no mundo potencial de Peter, e olha a
menina a sua frente e pergunta;
— Morri?
— Não, sou Paula, irmã de Peter, ele vai tentar lhe salvar!
Peter olha para sua volta, quem o observou, viu ele apenas
traçar o circulo, inverter o lápis, e apagar o risco, ele olhou para a
senhora e falou;
— Senhora, não desista, ele ainda não se foi!
A senhora olha serio para o menino e pergunta;
— Como não foi!
— Terá de ser forte, acredito que ele retornara, mas quando
isto acontecer, lembre, é ele, por mais que muitos digam que é
impossível!
Peter olha em volta, vê Romer, Patrícia, mas fixa a vista em
Gutenberg e vai até ele, as pessoas iam abrindo caminho para ele
passar, e o senhor cumprimentou;
— Tudo bem Peter?
— Como pode estar senhor?
— Verdade, reconsiderou entrar no clube!
— Estou pensando, mas queria lhe perguntar uma coisa!
— O que?
— O que Fabio foi falar com o senhor ontem a noite!
— Acho que esta enganado menino, eu não o vi ontem a
noite!
— Estranho, sabe que mentir diante de um incidente deste, vai
deteriorar sua magia senhor!
— Não estou mentindo! Quem lhe disse que falou comigo?
— Ele acabou de falar senhor, e acredito nele!
Gutenberg olha em volta e Peter fala;
425
J.J.Gremmelmaier
— Não se preocupe com eles, fora Nanda, ninguém esta
ouvindo!
— Ele queria me contar sobre você, sobre o que tinha visto
você fazer!
―Paula, faz um favor, pergunta para Fabio por que foi falar
com Gutemberg!‖
— Senhor, Fabio diz que você que o chamou lá, que nem
gostava de ir lá de noite!
— Ele esta enganado, ele viu quem o agrediu?
— Se tivesse visto senhor Gutenberg, não estava a lhe fazer
perguntas!
— Mas o que você tem a ver com isto?
Peter olha para Romer e fala em sua mente;
―Romer, a quanto tempo, poderíamos falar!‖
Romer se direcionou aos dois, Patrícia vindo logo atrás e ouve
Peter responder;
— Senhor Gutenberg, este é Romer, FBI, eles estão no caso! –
Olha para Romer e fala. – Parece abatido, lhe estão tratando mal?
— Estava afastado até você reaparecer!
— Romer, Patrícia, este é o senhor Gutenberg, o menino havia
ido falar com ele quando na volta foi atingido por alguém!
Patrícia sorri, o menino estava no caso, lembra ainda do
mundo em que esteve, metade das pessoas que trabalham com ela
lembram, embora não esteja em nenhum relatório;
— É você aparecer e cadáveres começam a aparecer! –
Patrícia;
— Patrícia, alguém tentou matar o menino, mas não sei se
percebeu, ele não morreu!
Gutenberg olha para o menino e fala;
— Do que esta falando?
— Serio, do que esta falando? – Patrícia;
— É só chegar lá e pegar na mão dele, alguém o encontrou
antes do assassino avisar da morte, e substituiu o corpo, mas aquilo,
é um boneco de gesso!
426
J.J.Gremmelmaier
Gutenberg olha para Camilo ao longe, Peter estava jogando,
tinha um senhor junto com Camilo, Peter pegou na mão de Nanda e
falou;
— Temos de conversar, mas tem de ser num local calmo!
A menina olhou para Peter, estava serio, e o acompanhou para
fora, a Patrícia volta a senhora e fala;
— Podemos falar agora!
— Não esta vendo a tragédia senhorita, tenho de o velar!
— Senhora, é sobre isto!
A moça fez um gesto e a senhora os acompanhou, veio junto
Gutenberg, e a moça do FBI, falou;
— Senhora, entramos no caso, somos do FBI, pois algo maior
esta acontecendo!
— Lógico, se o neto dos Carsons está aqui, obvio que tem algo
maior!
— Senhora, acalma, Peter Carson acabou de falar, que achou
o corpo de seu filho ainda com vida e tirou ele de lá, para evitar o
pior!
— Do que esta falando?
— Que seu filho esta gravemente ferido, e que ainda não
sabemos onde, mas que esta velando um boneco de gesso, mas
alguém o tentou matar, Gutenberg foi o ultimo a falar com ele,
então queremos saber o por que ele foi lá!
— O senhor Milt pediu para as meninas e o menino ficarem de
olho nele, e foi lá falar o que o menino tinha falado, que mostrara
uns truques!
— Por que Milt pôs meu filho em contato com ele, sabe bem
que temos uma rixa de séculos!
— Senhora, o menino não sabe da rixa, isto que seu filho
falou! – Gutenberg;
— Não acredito, meu marido morreu em conseqüência de algo
que aconteceu no dia do nascimento deste Carson, e foi o pai de
Milt que os levou lá!
Patrícia olha para a senhora e pergunta;

427
J.J.Gremmelmaier
— Seu filho tinha alguém que não gostasse dele?
— Não, era uma graça de criança, eu nem o iniciei em magia,
para que não morresse, e olha o que acontece!

Paula chega ao lado do menino e fala;


— Bem vindo Fabio, não é muito forte, o que aconteceu!
— Não sei, fui contar para o Gutenberg o que Peter havia
falado, como ele me pediu, ele até ficou feliz pelo que falei, sai
voltando para o hotel, considerando que são encostados, não sei
como aconteceu!
— Alguém lhe acertou a cabeça, com algo muito pesado,
Fabio!
— Mas onde estou?
— Este é o interior da magia de Peter, algo mudou nele, acho
que ele descobriu mais alguma coisa!
— Por que diz isto?
— Não havia nada aqui, agora já se vê as montanhas ao fundo,
minhas rosas se espalham por vários canteiros organizados, ele
descobriu alguma coisa, esta dando mais vida a este lugar!
— Mas ficarei preso aqui dentro?
— Não, ele esta a procurar uma resposta, uma forma de o
permitir retornar!
— Mas se ele não conseguir!
— Não conhece meu irmão, ele já tirou pessoas daqui, a
preocupação é se as pessoas resistiriam lá fora, seu corpo ainda
esta danificado! – A menina olha para o menino, a cabeça
deformada e inchada, sabe que seu coração ainda não bate, senão
Peter já a teria tirado dali, mas a cor em volta começa a clarear, e
Paula sabe que seu irmão vai dar um jeito;
— Estou muito feio?
— Feio não, mas ainda vejo o corpo que terá de retomar sua
forma, para poder voltar!
— Você parece inteira, por que não volta!

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J.J.Gremmelmaier
— Meu problema é interno, meu coração ainda não bate, por
isto ele não pode me mandar de volta!
O menino olhou desconfiado, mas sentia a aura de medo da
menina, achou melhor não continuar por este assunto;

Peter chega a uma região próxima dos longos campos, onde


haviam os túmulos em caixões enterrados no chão e fala;
— Mais uma vez, não tenho respostar, e preciso de sua ajuda,
Nanda!
— O que aconteceu, você disse que Fabio não morreu, como
assim?
— Ele ainda estava no corpo, isto quer dizer, posso trazer ele
de novo, ainda estou aprendendo isto, mas o limite mínimo, é 3 dias,
somente depois disto ele pode retornar!
— Esta falando em trazê-lo dos mortos?
— Não, estou dizendo em não deixar ele ir aos mortos, lá tudo
vira energia pura, mas não temos como nos comunicar daí com ele!
— Não entendo, por que alguém o mataria?
— Não sei, ouvi a mãe dele falar de uma rixa antiga, do que
ela falava?
— O marido dela foi uma das pessoas que foram a sua cidade,
tentar lhe matar, o antigo Mago daqui, achava que você seria uma
ameaça, um deus em forma de primata, era a interpretação dele a
um texto etrusco muito antigo, que falava de um deus primata que
anunciaria o fim dos seres!
— Interpretação, não era o nosso fim que anunciaria, e sim
dos nossos criadores, tenho limites para interferir em minha própria
vida!
— Carson Milt, foi quem lhe esfaqueou, vi ontem que tem a
marca no peito!
— Certo, e o que Fabio tem a ver com isto?
— O pai dele, acompanhou Carson, segundo os relatos, 4
homens entraram no quarto, durante a noite, numa fenda de tempo,
não sei como isto funciona, somente o pai de Fabio saiu vivo, os
demais morreram após os golpes, ele ao ver o sorriso da criança,
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J.J.Gremmelmaier
não conseguiu o fazer, dizem que ele definhou por 5 anos, até
morrer!
— Então por que me atraíram para cá! – Peter para e pensa e
vê Romer chegar aos dois;
Romer olha para a menina e Peter fala;
— Pode falar Romer, ela sabe que sou um bruxo!
— Peter, pelo que entendi, o menino morreu para lhe
complicar!
— Desconfio disto, pelo jeito terá que me deter!
— Tem abrigos para menores infratores, mas as leis locais são
pesadas para assassinato!
— Então faça o que tem de ser feito!
— Não vai trazer a cidade a baixo se o fizer?
— Romer, não sou um terremoto de intensidade 5, ainda!
Romer olhou para os demais e pegou a algema, leu os direitos
do menino e o deteve, Mari somente neste momento entendeu o
que havia acontecido, uma arapuca a mais, Mari liga para Comptche
e fala com seu advogado, como cidade pequena, aquilo se espalha
como rastilho de pólvora, duas horas depois, Caterine e Sheila, ao
lado do irmão estavam a decidir o que fariam;
Na mesma hora Peter adentrava uma unidade de detenção
para menores infratores, olha em volta, todos muito maiores que ele,
mas poucos com homicídio nas costas, Peter passou o primeiro dia
isolado, para quem pensou em curtir o domingo em Los Angeles,
acabou preso por algo que não teriam nem provas, ele sabia que
terça a tarde, tudo se esclareceria, mas estava intrigado com o caso,
a historia não batia, grandes magos vem a aura dos novos, por que
matariam alguém tão novo, o que o avô dele sabia, onde poderia
achar as respostas, quando perguntaram se queria algo, disse
apenas um caderno e um lápis, estava ele a escrever, quando
Patrícia chega ao centro de reabilitação, e pede para falar com o
menino;
— Peter Carson, sabe que esta aqui por que quer?
— Se quer o corpo, somente na terça!
— Por que?
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J.J.Gremmelmaier
— Por que vocês são frágeis, o menino ainda mais, se a idéia
era me culpar, nem direito fizeram, sabe disto, mas com meu
histórico, acreditariam!
— Você não tem histórico, Peter, você sempre limpa bem as
pegadas!
— Acha mesmo que fui eu, Patrícia?
— Quem mais, o menino estava tranqüilo, família feliz e de
repente, tudo acontece!
— Se aquele lugar é um lugar feliz, me responde só uma
coisa?
— Fala!
— Por que os adultos dormem no Clube, e as crianças são
proibidas de estar lá a noite?
— Quem disse que elas são proibidas?
— Leia as regras internas deles, somente iniciados em Mágica,
são permitidos depois das 20 horas, o menino foi atacado por volta
das 23, Gutenberg o chamou lá as 21, o que falaram tanto, quantos
estavam presente, o menino só viu Gutenberg, mas não quer dizer
que até a mãe não estivesse lá, por que o próprio controlador das
regras, quebra a regra, e a ultima pergunta, quem dos presentes
ergue algo de peso próximo dos 200 kg, a altura da cabeça do
menino, a pancada foi lateral, não de cima para baixo, alguém
bateu nele com algo que não tenho forças para erguer, não sem
magia!
— Sei que você faria, acredito que esteja envolvido, se espera
que alguém acredite em você, afastaram Romer de novo, quer dizer,
só o usaram para ter contato com você, pois sabem que você o
respeita, não entendo isto ainda!
— Você viveu com ele 2 anos, e quer me dizer que não
entende?
— Bem informado menino, o que mais sabe dele?
— Sei que antes foi casado com outra mulher, e que perdeu
uma filha por bala perdida, mas não é isto que o faz especial, mas
se quer deixar ele escorrer entre os dedos, foi escolha sua, não
dele!
431
J.J.Gremmelmaier
— Falaram de mim?
―Patrícia, seus pensamentos são uma caixa aberta para mim!‖
Patrícia olha para o menino e fala;
— Não acredito em você, acho que foi o culpado!
— Entendo, assim como quando acusaram Romer de ter
matado o policial que acidentalmente matou a filha dele, é mais fácil
pensar como os demais, você é uma fraca, Patrícia, por você, todos
morreriam e cumpririam uma ordem em Comptche, ele é especial,
não é a toa que esta sozinho, sempre dizem, melhor sozinho do que
mal acompanhado!
A moça olhou para ele revoltada e gritou;
— Acha que não sei que esta manipulando palavras?
— Investigadora Patrícia Klens, estou aqui, como disse, por
que quero, mas falo isto, pois estas paredes não me segurariam! –
Peter abre os braços lateralmente, os parando no ar, rapidamente,
as duas paredes que separavam dos corredores caem – Se não for
capaz de achar o criminoso, eu acho, mas não me venha falar que é
mais do que uma fraca, uma investigadora que só acha o que
querem que ache, Romer vai superar tudo isto, e ao contrario de
você, vai ser feliz!
Os policiais se aproximam e falam;
— Senhora, esta região não é segura, teremos de retornar o
menino a cela!
Ela consente e Peter levanta-se e acompanha os demais;

Mari estava a falar ao telefone com o advogado quando vê


entrar no restaurante do hotel um senhor grisalho e vir direto a ela,
e falar;
— Senhora Mari, se me informaram direito!
— Sim, quem e o senhor?
— Gerter Milt, a seu dispor, soube que prenderam seu filho
pelo acontecido, deve ser um engano!
— Sei que foi um engano, mas o que quer senhor?
— Oferecer nossa ajuda senhora!

432
J.J.Gremmelmaier
— E o que precisaria fazer para isto?
— Fazer parte do Clube, mas isto, é fácil, seria preciso apenas
uma gota de sangue neste papel!
―Cômico, não caia mãe!‖
— E por que teriam interesse em me ter como sócia?
— Ouvimos falar que tem dons incríveis, como poder falar com
seu filho a distancia, só não sei se esta distancia, não é muita?
— Se for pouca se cala, ou fala mais?
— Senhora, a muito tempo um grande mal entendido, fez meu
pai ir a sua cidade, não sei o que aconteceu lá, mas ele morreu lá,
em uma fenda espaço tempo, nunca enterrei meu pai, pois ele
nunca retornou, sempre achamos que o menino nos procuraria, mas
ele ignorava nossa existência, tivemos de mostrar para ele, que Los
Angeles, não é como Comptche!
— E matam uma criança, para isto?
— Não a matamos senhora, o castelo é defendido a noite por
um guardião especial, ele foi escravo na época que tentaram fazer
do local, uma plantação de laranjas, e ficou preso em uma maldição,
ele odeia crianças, principalmente brancas!
— Sabe que não tem como lhes culpar, então estão tranqüilos!
— Sim, e você se não assinar, vai ter um trágico fim, senhora,
e quando assinar, terá de aceitar a decisão da maioria, como a mãe
do menino foi forçada a fazer!
— Esta achando que vou assinar isto?
— Vai senhora! – O senhor pegou a mão dela com força,
pegou uma faca com a outra, ninguém olhava para a mesa, pelo
jeito tinham medo do senhor, ele estava a esticar a faca quando
sentiu uma mão em seu ombro e um choque o percorrer o corpo,
olhou assustado e uma menina o segurava o ombro e olhando para
Mari perguntou;
— O senhor esta a perturbando senhora?
O senhor falou umas palavras que pareciam;
— Rcst, sorst, mort ds pro!
Mari ouviu em sua mente;

433
J.J.Gremmelmaier
―Des f aça, non des mort‖
Repetiu e viu Sheila repetir com ela, o senhor olhou para as
duas e falou;
— Quem se atreve a desafiar um Mago!
Sheila olha para o senhor e fala alto;
— Desculpa, aqui não vejo nenhum mago, se eles não sabem
que es apenas um bruxo, passam a saber a partir de agora!
— Sou o mais temido mago menina, acha que pode me
desafiar?
Robert encosta em seu outro ombro e fala;
— Somos crianças, mas adoramos desbancar bruxos metidos!
O senhor começou a praguejar e ouviu em sua mente;
―Cuidado senhor, pragas é minha experiência máxima!‖ –
Peter;
O senhor olhou em volta e não o viu e olhando para a senhora
perguntou;
— Ele ouviu isto?
— Senhor, minha filha ouviu, ele muito mais, mas temos um
problema, pois Fabio ouviu, agora ele sabe de duas coisas
interessantes, que a mãe é presa a um pacto de sangue, e que
preferiu a vida dela a do filho, eu daria a minha por um filho! –
Mari;
— Mas deixaria eu lhe forçar a fazer o pacto?
— Pacto forçado não é pacto senhor, esqueceu das regras que
diz saber, pois todos os magos sabem!
— Que regra!
— Por mais que bata, o bem vence o mal, e matar uma
criança, não é do bem, de forma alguma!
— Mas não tem como provar! Seu filho esta lá e acha que
algum advogado vai vencer a nossa acusação!
Caterine senta-se ao lado de Mari e fala;
— Senhor, compre o melhor que puder comprar, queremos ver
o senhor gastando muito com isto!

434
J.J.Gremmelmaier
— Uma convenção de crianças, saibam que não são mais bem
vindas aqui!
Sheila olha para o irmão e fala;
— Espero que não tenha esquecido a chave de casa, este
negocio de sair correndo sempre esqueço algo!
— Calma, isto se resolve! – Bate sobre um caderninho;
Os demais riram e Mari olhou para o senhor e falou;
— Esta esperando o que para sair de minha mesa!
— Saiba que terá volta!
— Senhor Gerter Milt, quando meu filho sair de lá na quarta,
espero que esteja longe!
— Ele vai apodrecer lá! – O senhor saiu, e Pity veio a eles, e
perguntou;
— Por que o segurança não me deixava entrar!
— Queriam fazer Mari assinar um pacto de sangue!
— Mas eles acreditam na historia de que precisa de sangue
para pacto de sangue? – Pity;
— Sim, e se denomina Mago!
Mari olha em volta e pergunta;
— O que todos vieram fazer aqui?
— Todos não, deixamos a encrenqueira de minha avó em
casa! – Robert;
— Mas o que vieram fazer aqui?
— Saber o que estava acontecendo, mas Peter abriu
comunicação com todos, quando o homem começou a falar, mas
temos de reverter as coisas!
— O problema é que precisa 3 dias para o menino voltar a
vida! – Mari;
— Ele vai ressuscitar o menino? – Pity;
— Sim, 3 dias da morte é o que ele precisa, terça a noite ele o
trás a vida, mas pelo que vimos, teremos de proteger o menino dos
demais!
Mari vê a investigadora entrar no restaurante, os demais
sentam-se e se calam;
435
J.J.Gremmelmaier
— Senhora Mari, podemos conversar?
— Sente-se Investigadora Patrícia!
— Sabe meu nome?
— Estava em todos os jornais da cidade, no dia da morte de
minha filha!
— A senhora já superou?
— Ela vai voltar, eu sinto isto!
— Senhora ela morreu, como pode voltar!
— Investigadora, o que veio perguntar?
— A senhora declarou aos policiais mais cedo, que seu filho
não saiu do quarto, ele teria como sair sem a senhora ver?
— Sem eu ver, não!
— Como pode afirmar isto, todos falam que ele é um bruxinho!
— Senhora, ele ser bruxo não tem a ver com o que aconteceu
aqui, é vingança!
— Vingança?
— Sim, mas como não vai encontrar culpados, vai querer
manter meu filho lá!
— Esta mudando de assunto, como sabe que ele não saiu?
— Senhora, se me explicar como sei, que a pouco falava com
ele e Peter, derrubou duas paredes para lhe convencer que estava
lá por que quer, e não ouviu, eu respondo!
— Aquele papo que Romer fala, vocês são conectados, não
acredito nisto!
— Então volta ao trabalho, ele não saiu do quarto, tem duas
pessoas afirmando isto, não tem ninguém que o viu a rua, sei que
vão aparecer testemunhos falsos, mas meu advogado esta
chegando a cidade, ele vai cuidar disto!
Patrícia levanta-se e pergunta;
— Se diz que esta conectada com ele, por que ele afirma que
o menino esta vivo?
— Por que não morreu ainda, quarta o menino reaparece, e
esclarece o mal entendido, mas o apresento a vocês antes de os
demais o matarem, para incriminar meu filho!
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J.J.Gremmelmaier
— Sabe quem foi?
— Sei, mas nem tudo cabe na constituição e leis, então espero
Peter voltar para vermos como libertamos o assassino!
— Não entendi?
— Investigadora, melhor não entender, não acredita no que
vive, como vai acreditar em pragas prendendo uma alma em um
trabalho eterno, mesmo que isto não agrade quem o faz!
— Fala como seu filho!
— Ele é espelho de uma educação, mas as vezes perde a
paciência!

Romer estava a tomar um café ao canto da lanchonete, estava


a pensar no menino morto, pensando em que tipo de objeto faria
um estrago daqueles, seu computador sobre a mesa, não era para
ninguém especial, curiosidade de um investigador, estava no seu
sangue a investigação, ele olhava objetos aleatórios na Internet e
chega a um peso de pé usado por escravos, mas era algo leve,
comparado ao que faria um ferimento daqueles, mas depois olhou
outra pagina, dimensões estabelecidas de acordo com o peso do
escrevo, pôs 100 kg, e viu algo muito inacreditável, vir a descrição,
salvou o dado, e olhou uma menina sentar a sua frente;
— Algum problema menina, perdida?
— Não fomos apresentados, sou Sheila James, uma amiga de
infância de Peter!
— Desculpa menina, mas já não posso ajudar!
— Não vim pedir ajuda!
— E veio fazer o que?
— Oferecer ajuda, você esta precisando!
— Não estou, um dia eles voltam a por os pés no chão, sei que
me chamaram de volta, estão me dando um gelo, mas não dei
opção também!
— Não estou falando de emprego, Romer!
— Então do que esta falando?

437
J.J.Gremmelmaier
— Tem gente que tem magia mais a flor da pele, estes seres,
você é um caso, quando não iniciados, não puxados para o domínio
da magia, ficam a atrair tudo, é como um imã, atrai o positivo por
um lado, mas atrai da mesma forma o negativo por outro!
— Sabe que nunca antes de conhecer seu amigo, levei isto a
sério!
— Ele é especial, aceita o negativo que atrai com uma
facilidade grande, as vezes exagera, mas isto é para quem pode,
não para quem quer!
— Mas não sei se quero me envolver nisto! Por que me
ajudaria?
— Eu perdi parte de minha magia, pois fui arrogante e
prepotente, a única forma de recuperar o que perdi é ajudar outros,
por isto!
— Pensei que mentiria, inventaria que eu preciso!
— Romer, a mentira me afasta de Peter, o quero perto
novamente, eu o humilhei, magoei mesmo, e ele no lugar de ter
ódio, me ajudou quando precisei, e nem se preocupou com o meu
não reconhecimento no dia!
— Fala muito dele, mas como poderia eu me iniciar em magia?
— Primeiro reduzir as gorduras e frituras, mas não precisa
chegar a fazer como Peter, que nem come carne que não seja de
peixes que vivem em cardumes!
— Mas o que tem contra a fritura?
— É apenas uma dica, outra coisa, deve ter percebido o
quanto não olhava, quando estava a trabalhar, sem perceber o que
havia a volta!
— Reparei, o mundo a volta da gente, nem o olhamos,
seguimos um caminho sem olhar para o lado!
— Observar ativa os sentidos, organizar o dia com
antecedência também ativa os sentidos, visualizar o que fará no dia
seguinte, até 7 dias a frente!
— Mas isto não é magia!
— Não, acha que magia vem só estalando os dedos? – Sheila
estala o seu dedo e Romer vê tudo estático em volta;
438
J.J.Gremmelmaier
— Você também é uma bruxa?
— Crescemos juntos, quando tinha 6 anos, vivia grudado em
Peter, isto foi até a morte de meu irmão, quando tinha, 8, mas já
aos 6, nos chamavam de bruxinhos de Comptche!
— E o que ganharia com isto?
— Deixaria de atrair coisas do lado negativo, como o câncer de
sua primeira esposa, a morte de sua filha, Peter e a aventura em
Comptche, o amante de Patrícia, tudo foi você que atraiu, assim
como atrai as coisas positivas, um bom cargo, um respeito,
credibilidade, amor, atrai os negativos, só o deixar de atrair o
negativo já seria um ganho!
— Como sabe de tudo isto?
— O que Peter descobre, ele tem como transmitir a quem quer,
antes podia ouvir o que ele ouve, mas pedi para ele quebrar este
pacto!
— Esta a dizer que sou culpado pela morte de minha filha?
— Não, você atrai as coisas, o que vai acontecer, depende de
nós, mas não dominamos tudo, olhe o caso de Peter, estava a
defender-se, e tem a irmã morta por uma bala de quem deveria
estar o protegendo!
— Ele superou isto?
— Ele encarou o desafio, mas obvio, não é fácil enfrentar, sua
ex não gostou do que ele falou para ela!
— Desconfio, mas por que ele bate, quando poderia apenas se
defender!
— Ele sempre diz, que se assopra o problema, pega fogo, se
joga água, explode e se congela, racha, ele não sabe medir força,
então sempre prefere bater, pois pelo menos as pessoas se
defendem, no lugar de morrerem por que tentou ajudar!
— Fala como se o conhecesse bem!
— O conheço, talvez só não tão bem quanto a mãe dele, mas
aqueles dois enfrentam o mundo, não os mosquitos da cozinha!
— Acha que poderia deixar de atrair coisas negativas?
— Com certeza, mas teria de decidir se quer, não obrigamos
ninguém!
439
J.J.Gremmelmaier
— Mas não estará na cidade o tempo inteiro?
— Não, morei aqui por 5 anos, já foi o suficiente!
— Conhecia o lugar que falam?
— Sim, e me preocupo com um lugar onde as regras são
impostas por pacto de sangue!
— São bruxos que tocam aquele lugar?
— Se denominam de Magos, 12 maiores, um conjunto de 48
Mestres, e 192 bruxos com poder de voto, e mais uma infinidade de
outros participantes que nem desconfiam de nada!
— Pelo jeito esta a investigar o acontecido!
— Mari descobriu o que aconteceu hoje, mais cedo, mas nada
que possa incriminar algum dos presentes!
— Esta falando da mãe de Peter?
— Sim, e se ela descobriu, ele já sabe!
— E o que ela descobriu?
— Tentaram a forçar fazer um pacto de sangue a força, com
restrições de vida, se quebrado o pacto, e o senhor achando-se
intocável, pois foi um crime para incriminar mesmo Peter, verá que
surgirão testemunhas dizendo o ver no local na hora, o menino foi
chamado lá para conversar com o diretor do Clube, e dizer o que o
Peter havia lhe falado, lhe mostrara algo, ficou lá conversando até
as 23 horas, e saiu simplesmente, foi acertado com um objeto de
perto de 200 kg, na altura da cabeça!
— Mas quem levantaria algo assim?
— Um escravo, um espírito aprisionado, não existe almas
penando, mas existem almas presas por encantamentos, este
escravo, protege a casa das 21hs ate perto das 4 da manha, todos
os dias!
— Esta dizendo que foi um espírito, mas por que deixaram o
menino sair então!
— Senhor, até a mãe do menino é obrigada a aceitar o que o
conselho decidir, mesmo que a morte do filho, seja o que for
decidido, para os do grupo, o menino era alguém sem magia, não
perderiam muita coisa!

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J.J.Gremmelmaier
— Esta dizendo que o conjunto de pessoas determinou a
morte do menino, mas como a morte foi feita por um espírito, não
tem como prender ninguém!
— Sim, é o que estou dizendo!

Peter olha em volta, estava na hora do banho de sol, todas as


celas destravam e vão a um pátio interno, depois seria a refeição,
fome com certeza, pensou ele, um menino maior olhou para ele,
obvio que haviam divisões, negros de um lado, brancos do outro,
latinos de outro, e alguns deslocados ao meio, não fazia parte de
nada, nem teria tempo de se entrosar, mas sabia que uma agressão
o poderia tirar dali, mas não queria sair, era hora de se defender;
— Quem é o branquinho que vem a nós, o que fez, roubou
passarinho?
Peter não respondeu, olhou o menino, deveria ter perto de 16
anos, era grande, braços de quem fazia academia para reforçar os
músculos, as cicatrizes no supercílio e na parte de baixo do olho,
dizia que ele gostava de brigar, Peter olhou ele e esperou para se
posicionar;
— Não vai responde?
— Fui acusado de homicídio!
— Matou o cara como, de rir?
Os seguranças olhavam de cima, até apostavam entre eles
quem sair-se-ia melhor, ninguém quis apostar, era obvio para todos,
menos para Peter, quem venceria;
Peter faz uma cara de que não teve graça;
— Acho que vai aprender que os branquinhos no fundo, não se
metem comigo!
— Devem ser tão retardados quanto você, não é de esperar
diferente!
— Me chamou do que?
— Não vou lhe chamar de surdo também, se a intenção da
pergunta foi esta!
O rapaz avançou e tentou socar Peter, que com um passo a
direita desviou o soco, e a mão do rapaz que tentou o segurar;
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J.J.Gremmelmaier
O rapaz se postou para briga, e Peter ficou ali estático, sem se
mexer;
O rapaz avançou e ninguém nem viu a rapidez do menino, que
segurou uma das mãos do rapaz e a torceu para trás, e falou;
— Não é de todo mal, mas me deixe em paz! – Empurrou o
rapaz e foi para a área de alimentação, sentou-se em um canto, não
serviu-se, ficou a olhar todos, um dos rapazes com cabelos todo
raspado chegou a mesa dele e falou;
— Jhony quer falar com você!
— Diz para ele que não quero falar com ele!
— Tem certeza disto, raquítico?
— Sim, se ele quiser, fico aqui só ate quarta!
— Acha que alguém tira você daqui, esta brincando, para cá
mandam a escoria!
— Por que acha que me mandaram para cá?
— Você parece bom de mais, qualquer um de nós, se tivesse
chance, teria quebrado o braço daquele nego nojento!
— Você é tão nojento quanto ele, cuidado com o que fala,
pagamos aqui por isto!
— Me chamou de que? – Fala o rapaz pegando Peter pelo
colarinho da roupa que todos usavam, Peter pegou na mão dele que
sentiu o choque correr seu braço, soltou e pegou na mão do mesmo,
e falou;
— Como não quebrei a dele, não quebrarei a sua, mas
considere um presente, de boas vindas! – Peter empurrou o rapaz
para longe, os seguranças começavam a olhar para o menino, um
encrenqueiro, não iria durar muito, pois já se metera com dois dos
grupos mais violentos, os espanhóis olhavam de longe, sem se
envolver, nitidamente o menino, que foi para lá, com a acusação de
homicídio, não era de brincar, muitos o deixaram sozinho, os
seguranças repararam que ele não comeu, estava sempre com seu
caderninho e lápis;

A noite cai e Peter fala a mente de Caterine;


―Estou com saudades!‖
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―Sabe que estamos por perto!‖
―Sei, mas me encontrem na saída do Castelo, as 21hs!‖
―O que vai fazer?‖
―Vamos!‖

Estavam a frente do castelo, próximo das 21 horas, Mari, Pity,


Robert, Sheila e Caterine, quando viram em uma das laterais do
castelo, o ser acorrentado, um negro, mais de 2 metros de altura,
deveria ter perto de 2 e trinta, de ombro a ombro, um metro
aproximadamente, era imenso, viram ele se soltando da parede, e
olhando em volta, erguer o peso que prendia seu pé, para poder
andar, ele deu duas voltas na casa, e parou de pé na entrada da
casa, Romer olhava aquilo do carro, em frente a rua que dava de
frente ao castelo, estava abaixado em seu carro, olhando aquilo,
quando ouve alguém bater na porta, olha e vê Patrícia a porta,
destrava e ela entra;
— Não deveria estar aqui, Romer!
Romer olha a moça, estava bonita, mas fez sinal para ficar
quieta, a moça olha para onde ele olhava e vê apenas um vulto, vê
as crianças a frente e fala;
— O que é aquele vulto?
— Não sei! – Mente Romer. – Desculpe, não queria mentir!
— Do que esta falando?
— É um senhor negro, aparência de uns 35 anos, deve ter
perto de 2 metros e trinta, pela proximidade da cabeça dele do topo
da entrada, uns 20cm a mais que a porta, deve ter perto de um
metro de tronco, alguém bem forte!
— Por que não o vejo?
Romer toca na mão dela e ela por um segundo vê, mas some
rápido;
— Por que não vejo como me mostrou?
— Por que não acredita, só por isto!
Os dois estavam ali parado quando ela viu algo estranho, no
muro de frente a rua, uma porta se materializou, próximo a placa do

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Castelo, e viu Peter sair por ela, ia sair pela porta para alertar os
outros mas Romer segurou a sua mão;
— Com mais calma, não quer saber o que aconteceu?
— Mas se ele matar alguém mais?
— Se ele quisesse os matar, não estaria ali!
Viram ele beijar Caterine, abraçar a mãe, olhar para Sheila e
os dois caminharam lado a lado até próximo a porta, Patrícia viu o
ser sair da porta e ir a eles, como ele interferiria na vida de seres
vivos, ele tomava forma mais real, a moça viu o grande peso que
ele carregava;
— Senhor, viemos em paz!
— Menino, se não quer morrer, melhor sumir!
— Não vou sumir, mas não quero lhe machucar!
O negro riu com todos os grandes dentes brancos, Peter com
seus um metro e cinqüenta, era uma mosca diante do senhor;
— Menino, melhor ir, não é opção, minha maldição, faz-me
proteger a casa, mesmo não querendo!
— Mas saiba que não vim lhe enfrentar, queria lhe mostrar
como quebrar a maldição!
— Não acredito que algo quebre, estou preso aqui a quanto
tempo, que nem tenho noção de quando começou, já faz muito
tempo!
Peter faz um movimento com a mão e o senhor vê a corrente
ao seu pé se soltar;
— Mas isto não me solta da casa, uma vez consegui a quebrar,
reapareceu pela manha!
Peter olha para Sheila que lhe alcança um pequeno vidro, e
este abaixa-se, abre a tampa, e um gás começa a sair por ele,
enquanto isto, Sheila solta pétalas ao ar, e estas cercam o senhor,
que vê sua estrutura física ser roçada por aquelas pequenas pétalas,
tenta ficar intocável, mas vê que as pétalas o acompanharam, olha
para o menino e este fala palavras que ele não entendeu, mas viu
toda a região ficar como era a mais de 150 anos, o senhor olha o
local, uma lagrima lhe corre os olhos, e ouve o menino as suas
costas;
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— Aconteça o que acontecer, acredite, isto já aconteceu, não
tem como mudar, então apenas observe!
O senhor olha ele mesmo a entrar na casa, seduzir a senhora
que era dona da casa, o proprietário chegar e lhe pegar em
flagrante, atirar na mulher, e o amaldiçoar, Peter olha para o negro
e fala;
— Esta livre, Jonathan!
— Mas como?
— O bem pode com o mal, se sua prisão fosse por motivos do
mal, eles estariam ainda no domínio, mas nada foi forçado, nada fez
além de ceder a força da atração física, isto não o detêm em uma
maldição, tem de saber, não foi sua culpa pela morte da senhora!
— Mas se não tivesse acontecido ela estaria viva!
— Ninguém tem direito de vida e morte, não nos pertencem as
vidas dos demais, estou pagando por mortes senhor, muito mais
que esta, e mesmo assim, as maldiçoes não me seriam impostas, se
não acreditasse ser eu culpado, o que lhe prende é a sua própria
culpa!
O senhor abaixa-se e fala;
— Quem é você, menino branco?
— Para os amigos, apenas Peter!
— Peter, obrigado, pensei que faria isto pela eternidade!
— Não esta mais preso, Jonathan!
O senhor vê ressurgirem na frente da casa, olha para o
menino e ouve;
— Senhor, levante os braços, esta preso! – Patrícia;
O senhor olhou o sorriso de Peter e esticou os braços acima da
cabeça, a moça viu o tamanho do senhor, e o viu sumir diante de
seus olhos, enquanto via Peter abrir uma porta, e a atravessar;
— Espere!— Patrícia falou vendo o senhor sumir, e a porta se
fechar, os demais sorriram e Romer ao carro sorriu, o menino
estava a fazer o bem, mesmo contra as coisas que na visão da
maioria, seria digna de uma vingança;
Patrícia olha em volta e vê as crianças e seus homens, e houve
um falar;
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— Aquele não era Peter, o de Comptche?
— Ele mesmo!
— E o que foi aquele negão, viu o tamanho daquilo, como um
ser daqueles some diante do nariz, quer dizer, os dois desaparecem!
— Não sei, nem vou relatar isto, é maluquice! – Patrícia que vê
Romer ligar o carro e ir embora, não esperara para falarem, como
sempre fazia nestes casos, mesmo quando afastado;
Sheila abraça Caterine e fala;
— Vamos ter de defender melhor os nossos, Cati!
— Do que esta falando?
— Meu corpo não é fechado como o de Peter, uma automática
o fura!
Caterine olha as armas do FBI e sorri;
Estavam a rua já quando Patrícia olho para eles e falou;
— Esperem, o que faziam aqui?
— Olhávamos, algum problema nisto? – Mari;
— Sim, estavam no lugar de um crime, o que faziam aqui!
Sheila olha para ela e fala;
— Sabe o que fazíamos aqui, quer nos prender por isto,
prenda, mas terá de relatar!
Patrícia olha a moça e pergunta;
— O que tinha naquela garrafa?
— Essência de camomila, será que é crime carregar camomila
em garrafa por ai, não li placa proibindo!
— Não parecia isto, e quem era o senhor, aquele monstro?
— Não vi nenhum monstro senhora, se fala de Jonathan, um
escravo liberto!
— Sabia o nome do senhor, onde ele foi?
— Descansar, até ele merecia um descanso, considere uma
férias merecida, já que trabalhou naquela porta mais de 150 anos,
sem sábado, domingo ou feriado, merecia umas férias!
— Acha que ganha o que brincando com coisa seria?

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— Patrícia, o que é serio para você, para mim é apenas um
emprego, sério é prenderem alguém por um crime que não tem
corpo, afastarem alguém por que ninguém aqui, teve coragem de
relatar o que aconteceu! – Olha os demais aos olhos. – Então se
querem fazer o papel de vocês, só nos deixem passear!
Patrícia ia falar algo, mas olhou o castelo a frente, viu as
janelas abrirem e as pessoas dentro, fecharem as janelas com medo,
e entendeu, era muito mais complicado;

Peter surge em sua cela, deita ao canto, no chão duro, os


rapazes olham o colchão vazio, abrem a porta, e se deparam com o
menino dormindo no chão, pesadamente;
Fecharam a porta e um falou para o outro;
— Este é dos mais estranhos que já tivemos por aqui!
— Estranho, não viu nada!
— Vi, ele desafiou dois grupos e saiu ileso, olha como parece
um nada, nem músculos parece ter!
— Acha isto grande coisa, tinha de ver as câmeras da sala de
visita!
— O que aconteceu lá!
— Primeiro ele senta-se como se não tivesse nada o
prendendo, uma moça do FBI veio o interrogar, ele é acusado de ter
matado um menino de 10 anos, ele a chamou de fraca, no sentido
de péssima investigadora, depois ele fez algo que esta gravado, ele
abriu de leve as mãos e as paredes de lá vieram a baixo, dizem que
foi coincidência, mas a investigadora o chamou de bruxo!
— Não acha que isto ai seja um bruxo, é só mais um
desregrado!
— Pode ser, mas com certeza sai na quarta!
— Ouvi ele dizer isto, mas por que?
— Não tem corpo, não tem crime sem corpo, por mais que
falem por ai que o menino esta morto, ninguém tem um corpo,
descobriram um boneco de gesso no caixão!
— E quem pôs lá!

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— Os legistas afirmam que existia um corpo, mas sumiu, só
não sabem quando!
— Quer dizer que existia um crime, e o corpo sumiu, e foi
substituído por um boneco de gesso!
— Sim!

Patrícia bate a porta de Romer, este lhe convida a entrar, a


casa estava organizada, as coisas no lugar, e a moça estranhou;
— Resolveu mudar seu estilo de vida?
— Sim – Foi a única palavra que Romer disse, voltou ao seu
computador, estava a escrever, e olhou para ela como se
esperando-a falar;
— Podia me explicar o que aconteceu lá!
Romer sacode negativamente a cabeça;
— O que fazia lá!
— Só olhando, não tinha nada a fazer, e acabei parado lá!
— Sei, tem gente que ficou sem jeito com o que a menina
falou!
Romer olhou para ela, não sabia do que estava falando;
— Ela disse que você foi afastado por que somos todos
covardes, por isto foi afastado!
Romer não queria falar disto, digitou mais uma palavra e ela
falou;
— Esta muito silencioso, o que esta fazendo?
— Escrevendo, observando, vivendo, acho que vou pedir o
afastamento do FBI!
— Mas por que?
— Isto que estou tentando escrever, o porque, sem ofender
ninguém, mas amanha pretendo me afastar de lá, e recomeçar
minha vida!
— Mas por quê? Você é dos melhores que tem lá!
— Não acho mais isto, e não vou ficar esperando eles
mudarem de idéia, me pressionando, me afastando toda vez que

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J.J.Gremmelmaier
fizer o que precisava ser feito, por que não quis ver meus homens
morrerem!
— Tem de pensar se é o que quer, sabe que vão dar falta!
— Não acredito, acham outro, mas o que queria aqui?
— Saber o que aconteceu lá!
— Isto não sei, e nem quero saber, é sua função descobrir!
— Não entendo deste tipo de coisa!
— Sabe que não acreditava, mas diante daquele menino, que
se olhar os registros, não fugiu, mas todos viram ele lá, não tenho
como duvidar, meu mundo cresceu, eu não acreditava em deus,
agora tenho de acreditar que realmente ele não interfere, aquilo que
falavam quando eu era pequeno, livre arbítrio, deus nos deixou
viver, morrer, não adianta pedir a ele, não que ele não ousa, mas
nos deu liberdade, desculpa mas estou repensando minha vida!
— Parece melhor hoje a noite do que pela manha!
— As coisas mudam, as pessoas mudam!
Ele terminou de redigir o seu pedido de afastamento definitivo
do FBI, estava a mudar seu rumo, nem sabia o que viria depois;

Amanhecia segunda e todos acordam na casa beira mar, dos


James, todo o conforto, mesmo em condições financeira não muito
boas, tinham muito mais que a maioria, Sheila olha o mar e desce
até a praia, olha o mar e toca os pés na água, sente suas baterias
recarregando, Mari olha a menina na frente do mar e fala para
Caterine;
— Esta só não chegou ao que Peter aprendeu, por que se
deixou levar pela luxuria, mas que é difícil resistir às vezes, isto é!
Caterine olhou tudo em volta, a sacada coberta da casa era
maior que a sua, olha a menina ao fundo estavam a olhar ela
quando o telefone de Mari tocou, ela falou um pouco e depois falou;
— O advogado confirmou, de quarta não passa a soltura dele!
— Mas é muito tempo em um lugar daqueles!
— Ele esta se cuidando, sabe bem o caminho a percorrer!

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Patrícia chega a sede do FBI na cidade, e o seu superior falou;
— Mas por que se recusou a assinar o relatório?
— Senhor, as cenas das câmeras dos carros, 3 delas, mostram
um menino muito parecido no local, com o que esta preso, confirmei
e não houve nenhuma fuga, então queria falar com o senhor, antes
de assinar o relatório!
— As imagens são claras?
— Sim, mas o que incomoda, é que os presente, tratam o
menino como tratariam o que esta preso, a mãe do menino lhe
abraça, a namorada o beija, mas tem o registro final que não tenho
como descrever, a imagem fala por si!
O senhor vê os meninos, depois por uns instantes o imenso
negro some com o menino, e ressurgem, mostra toda a operação do
lado de fora, e o imenso ser esticar a mão para cima, e sumir,
desaparecer dali, assim como o menino;
— O que acha que era aquele ser?
— Senhor, estamos num clube de mágica, nunca entendi estas
coisas, pode ser algo explicável, mas o relato dos legistas, registram
algo semelhante ao que tinha a mão daquele senhor, como o que
matou o menino, que sumiu o corpo, mostra que o menino conhecia
o ser, mas não seria o que esta preso, pois não teria como estar
preso e estar lá!
— Entendi o que lhe põem na dúvida o que Romer achou?
— Ele não se posicionou!
— Alguns relataram que ele estava lá!
— Sim, deve estar por ai a qualquer hora!
— O que ele vem fazer aqui, ele continua afastado!
— Quando ele chegar, disse que vem falar com o senhor, ele
esta pedindo afastamento definitivo do FBI!
— Mas por que?
Patrícia olha para o diretor, era obvio por que, o ser a frente
não era homem para enfrentar os acima dele, queria ele em campo,
mas não tomaria as dores dos seus, ela deu de ombro, e o senhor
sentou-se vendo a moça sair;

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J.J.Gremmelmaier
Romer pediu para falar com ele por volta das 11, e já entrou
com uma pequena mochila a mão, olhou o diretor e falou;
— Keven, vou sentir saudades, mas gostaria que soubesse que
foram bons anos aqui!
— Mas é serio, vai mesmo nos deixar?
— A pressão sobre o senhor vai diminuir, quando sair por
aquela porta, melhor recomeçar enquanto ainda acredito em mim,
mas sei que bons homens estarão a serviço!
— Pensei que resistiria a pressão, não nos abandonaria!
— Não sou mais jovem para isto, esta na hora de parar de
brincar de gato e rato com a direção geral, mas levarei boas
recordações!
Romer abraça o superior e sai pela porta, muitos lhe
cumprimentaram, estava a sair de uma vida, dedicara dias, anos, a
vida por aquele lugar, mas uma hora teria de encarar, sua hora
passara. Desce os 10 andares e se depara com a fachada do prédio,
olha o segurança, se despede, entra no carro e some em direção a
casa dos James;

Sheila estava sentada a areia, quando sente o senhor chegar a


ela;
— Sente-se Romer!
— Parece compenetrada!
— Tire o calçado, sente esta reserva de energia, disposta ao
mundo, uma reserva de vida e positivismo, que atraiu nossos
criadores a este mundo!
Romer tirou o calçado e sentou-se ao lado da menina, pôs os
pés a água, estava gelado, ele a olhou e perguntou;
— O que isto faz?
— Nada, quer dizer, você não sentira ainda nada!
— E por que estou fazendo?
— Não sei, me diz por que?

451
J.J.Gremmelmaier
— Acabo de pedir meu desligamento do FBI, estou tão perdido,
sempre tive certeza do que fazia, do que queria, mas estou a pouco
mais de uma semana, reinterpretando meu deus!
— Ele existe Romer, Peter o sentiu, eu ainda não, mas deixa a
cabeça livre, solta, as idéias fluírem, os sentimentos saírem, não
tenha medo de sentir, de amar, odiar, mas não prende dentro de
você, deixa fluir, os seus pés gelados ao mar, estão conectados a
maior carga positiva do planeta, mas também a maior negativa, é
ótimo para pensar, para sentir, para chorar, eu vinha aqui para
chorar, quando pensava ter perdido meu irmão, Peter o trouxe de
volta, eu vinha aqui chorar a falta que sentia de Peter, depois eu
mesmo pedi para ele me deixar livre, eu vinha aqui sentir deus, mas
duvidei muitas vezes dele, somos seres que se dizem racionais, mas
não somos mais racionais do que instintivos, e este conjunto vive
dentro de nós, por isto fazemos coisas erradas, ouvimos muito a
razão, mas o que hoje é correto, alguém pode olhar do outro lado, e
ter uma interpretação diferente, Peter sempre diz que impossível é
questão de ponto de vista!
— Fala muito do menino, gosta dele?
— Deixei ele escorrer por meus dedos, e mesmo assim, sei
que nossos destinos estão ligados para sempre!
— Como assim?
— A razão me diria que nunca ele me perdoaria, que nunca
mais nos veríamos a uma semana, mas ao contrario, estou aqui,
fazendo-me necessária, eu vou batalhar pelo que quero, mas com
meus instintos, e não com a razão!
— Fala como se a magia não fosse razão?
— Romer, razão é física, Peter entende da ciência por trás da
magia, eu não consigo, ele consegue por tudo em leis divinas, leis
universais, mas eu apenas as sinto, sempre dizia que eu testava as
leis, e ele as observava, ele parou de observar, e olha o que
aconteceu, conseguiu inimigos de peso!
— Lembro dos carros caindo do céu, as pessoas falam que isto
não aconteceu, e quem as viu, não relata, não querem perder o
emprego!

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— Mas hoje, é só o começo, estamos aqui para algo simples!
Mas complicado!
— Simples mas complicado?
— Olha o mar, e conta a ele o que sente sobre sua filha!
— Mas..
Sheila levanta e fala;
— Eu lhe deixo falando com ele, esvazia isto, sinto isto ainda
pesado em sua aura, põem para fora, não tenha medo de chorar,
não tenha medo de falar, aqui não somos de condenar ninguém!
— Mas não gosto de falar disto!
— Romer, não estará falando comigo, e sim como o mar, ele
não vai lhe responder, não em palavras, ele lhe dará som que ainda
não entende de resposta, mas vai ajudar, somara em seu interior
algo agradável, somado ao momento ruim da morte dela!
Sheila caminha no sentido da casa e deixa Romer sentado lá, a
olhar para o mar;

Paula olha para Fabio e pergunta;


— Esta bem menino?
— Me sentindo estranho, como se começasse a fazer parte do
ambiente, não sei se isto é bom!
— Não é bom, chega aqui perto!
— Por que?
— Não tenha medo!
— Você disse que estava morta!
Paula sorriu e falou;
— E não quero o mesmo fim para você, vem aqui!
O menino de 10 anos se aproxima da menina e esta lhe dá a
mão e fala;
— Tem de aprender alguma coisa!
— Mas nunca fui bom em truques!
— Não vou lhe ensinar truques, mas tem de impor sua aura!
— Impor aura?

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J.J.Gremmelmaier
A menina começa a explicar que ela não é absorvida pelo meio,
até consegue interferir no mesmo, pois sua aura se impõe, que isto
facilita na recuperação e no conseguir o caminho de volta, explica
que em parte esta ali para ajudar o irmão, ela sabe que ele precisa
mais dela, neste momento, que a sua mãe, que a apóia nisto, mas
que ele teria de ficar forte para retornar, explica que um corpo de
mestre, pode ficar até 3 dias morto, e conseguir recuperar a vida, se
ela fosse uma mestre, não estaria precisando da ajuda do irmão,
mas que ele não era um bruxo, então teria de aprender o básico,
para manter consciência na volta, e lembrar de tudo, alguns se
perdem neste momento, fala dos segredos da magia, a diferença
entre sentir e fazer, de mover e ser movido, imperar ou ser
imperado, falou que a maioria acha que toma suas decisões, mas
estas foram tomadas em virtude de outros, explica alguns truques,
algumas formas de proteção, aquele dia era interminável, no mundo
de Peter, o tempo era relativo, a menina sabia que poderia usar uns
10 dias por dia real, o menino aprenderia o básico, todos deveriam
saber o básico;

Peter acorda em sua cela, teria visita ao meio dia, mas antes
disto, os seguranças o retiraram da cela e foi colocado na sala de
entrevista, o diretor estava a olhar desta vez, a moça chega a frente
de Peter e fala;
— Quem esta aqui menino, o verdadeiro Peter, ou alguém
para nos distrair!
— Patrícia, pensei que não a veria antes de quarta!
— Acha que vai mesmo sair na quarta?
— Vou, por bem ou por mal!
— Não lhe entendo menino, fala que esta aqui por que quer,
sei que de alguma forma saiu ontem a noite, eles vieram até
verificar sua cela, estava a dormir, nem deve ter ouvido, e por outro
lado alguém com sua cara, vai ao clube e fala com um senhor como
sendo seu amigo!
— Jonathan é um amigo, novo mas bom amigo!
— Vai querer dizer que conhece aquele senhor!

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J.J.Gremmelmaier
— Todos no clube conhecem, por que não pergunta a eles?
— Por que todos negam o conhecer!
— Então deduziu que por ser meu amigo, eu mandei matar o
menino, mas falta o principal, Patrícia, o motivo, não tenho motivo
para matar o menino, os demais têm motivo para não gostar de
mim, mas não os tenho mal!
— E que motivos eles teriam para não gostar de você!
— Sabe a resposta, não vou lhe facilitar!
— Sabe que Romer nos deixou, pediu afastamento?
— Soube a pouco!
— Quem lhe contou, não teve visitas!
— Sheila contou para minha mãe, então fiquei sabendo!
— E como Sheila sabe?
— Por que o interesse, você que o deixou!
— Você não entende uma ralação a dois, como pode querer
entender o que aconteceu!
— Verdade, não entendo de traições, mas pergunte a ela, se
quer saber como!
— Parece não querer facilitar hoje, sabe que determinaram a
sua detenção no isolamento, parece que temem pelos demais,
andou aprontando?
— Não, mas pelo jeito você andou, bem seu estilo, tentar trair
até o que sente, mas Patrícia, para mim é melhor o isolamento,
acabo não matando ninguém!
— Os seguranças dizem que quase quebrou dois ontem!
— Vi que eles apostam enquanto crianças se matam, mas já
que o diretor esta ouvindo tudo, melhor ele cuidar disto antes que
eu cuide!
— Como sabe que ele ouve?
―Esqueceu que seus pensamentos são meu livro de
informação!‖ – Fala a mente da moça;
— Você é um perigo, não sei o que Romer viu em você!
— O mesmo que em você, perigo, traição, mesquinharia,
covardia, parece que isto o atrai!
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J.J.Gremmelmaier
— Esta me ofendendo menino!
— Tentando uma reação, e se querem que derrube as paredes,
não precisam ficar a olhar, é só pedir!
Peter mexe as mãos no outro sentido, a moça sente aquilo
atravessando ela, e vê as duas paredes que estavam inteiras caírem,
uma dava para a área de sol, e todos olham assustados, os
seguranças olham para a moça atordoada, não fora lateralmente, a
força passara por ela, força suficiente para derrubar uma parede,
ela atordoada fala;
— Não sei o que você é, mas isto apenas reforça que vai para
o isolamento!
— Desculpe, não gosto do isolamento! – Peter estala um dedo,
e todos ouvem um estrondo vindo da área das detenções de
isolamento, todas vieram a baixo, mesmo as das meninas,
separadas deles por uma divisão muito estreita, Patrícia olha para o
menino, depois para o diretor e levanta-se e os rapazes o levam
para a sua cela;

Patrícia chega ao escritório do Diretor do Reformatório;


— Quem é este menino?
— O senhor deve ter ouvido um caso de assassinos,
seguranças e terroristas que começaram a parecer mortos a uma
semana, na região do vale do Navarro?
— Sim, todos falavam que não se perdia nada, mas de repente
surgiu os cardeais mortos, e a imprensa mudou de idéia!
— Dizem que este menino que os matou, mas não temos
provas disto!
— Mas como ele fez o que fez?
— Como falei ontem, o acusam de bruxaria, dizem que o
menino foi morto em um ritual de bruxaria!
— Mas então por que ele não fugiu?
— Ele quer sair livre, não fugido, e vi que os melhores
advogados do país estão a favor dele!
— Vi, mas repare que o Clube esta pagando uma leva de
advogados a favor da acusação!
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J.J.Gremmelmaier
— Mas este é o normal, um dos sócios perdeu um dos filhos,
no acontecido!
O diretor do reformatório, viu os policiais levarem o menino,
pensou em falar com ele, mas não enquanto a moça do FBI
estivesse ali, fora detido na cela, e lá ficou o resto da manha;

O reformatório estava uma bagunça, com paredes derrubadas,


com os mais violentos, misturados aos demais, pois as celas de
isolamento tinham simplesmente virado pó, a confusão estava
grande quando o diretor recebeu um pedido de relaxamento da
prisão do menino;
Olha para os demais e fala;
— Me tragam o menino, quero falar com ele!
— Mas não o isolaríamos, senhor?
— O juiz decidiu no meio de um feriado prolongado, pela
libertação dele!
O rapaz olha para o diretor e a historia se espalha, Peter sai de
sua cela e vai ao diretor;
— Senhor Peter Carson?
— Sim, senhor diretor!
— Sabe que não gosto de fazer o que vou fazer?
— Não sei, senhor, nem sou o culpado, embora tudo indique o
contrario!
— Não acredito em inocentes!
— Nisto concordo, não existe inocentes, mas não sou o
responsável pelo que me acusam, posso ser culpado de outras
coisas, mas não desta!
— Mas como pode alguém derrubar paredes como as deste
lugar, puro concreto?
— Não sei do que esta falando senhor!
— Certo, não teria como o fazer?
— Seria o mesmo, que dizer que – Peter estala o dedo –
estalando o dedo, tudo voltaria a se recompor!

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J.J.Gremmelmaier
O diretor olha pela janela e vê se materializar do nada, o
prédio de detenções, que havia caído pela manha, olha para o
menino e fala;
— Realmente, seria o mesmo! – Olha serio para o menino e
fala. – Esta livre, espero que não apareça por aqui tão cedo!
— Também espero, quero estar em casa na quarta, mas
primeiro tenho de descobrir onde esconderam o menino, depois
retorno!
— Acha que o menino não morreu?
— Tenho certeza, mas aquela investigadora esta tentando
mostrar serviço encima da pessoa errada!
Peter é conduzindo a saída, põem suas roupas, e sai pela
porta da frente, com muitos detentos olhando para ele, o menino
ficara pouco, mas com certeza, deixara sua marca;
A porta sua mãe o esperava, Peter olha ao longe, a abraça e
saem dali, em um Táxi, e quando estão já na casa dos James, ele se
recolhe, teria um dia longo, para trazer Fabio de novo a vida, Romer
viu ele se recolher, e o FBI vigiava a porta, Patrícia pergunta ao seu
companheiro de investigação;
— De quem é a casa?
— Dos James, uma família rica da região, mas não sei se
reparou no carro ao estacionamento?
— Como não reparar, ele nunca consertou aquela batida,
parece ter orgulho dela!
O rapaz olhou para a moça e armaram a observação,
enquanto a moça saia no sentido da sede na cidade, vai a sua sala e
o seu superior chega a ela;
— Pelo jeito os advogados dele foram mais rápidos?
— Foram, saiu de lá como se nada tivesse sofrido, odeio
parecer ser usada para alguma coisa!
— Do que esta falando? – Keven;
— Não sei, acho que ele me usou para chegar a Romer!
— Por que acha isto?
— Por que ele esta lá, na casa onde o menino se esconde!

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J.J.Gremmelmaier
— Mas o que faz lá?
— Não sei, mas o menino disse que sairia e saiu, como o juiz
determinou tão rápido?
— O que esperava, você mesmo filmou um rapaz ontem com a
cara dele solto!
— Mas como tiveram acesso?
— Filmaram também, e foram a imprensa, o juiz não poderia
deixar o menino num lugar daqueles, sem o mínimo, já não tinham
o corpo!
— Espertos, mas quem esta a pagar as contas?
— O menino, esquece quanto ele tem em conta?
— Verdade, mas o que faremos?
— Não sei, estão a esperar algo, mas o que? – Keven;
— Não sei, acho que teremos de observar, e agir se nos sobrar
algo a fazer!

Peter se materializa ao lado de sua irmã, no interior de sua


magia e a vê ensinando o menino, sorri e se aproxima, os três
conversam e ensinam Fabio em varias coisas, desde truques básicos,
a coisas mais complexas, Peter reparou que embora estivesse a
quase um dia ensinando o menino, o relógio na mesa de seu quarto,
não havia passado 15 minutos, duas horas e 30 minutos depois,
Peter volta a seu corpo, e vai a praia, vê Romer chorando, era
positivo, por para fora o que não conseguia, estava longe, as costas
do investigador, Caterine o abraça pelas costas, sorri, vê Sheila
chegar ao lado, começa a pressentir que algo não estava certo,
dentro dele, de suas emoções, mas não seria a hora de pensar nisto,
Sheila vai a praia se senta-se ao lado de Romer, e Peter fica a olhar;
— Sabe que até conseguiu limpar parte de sua aura, Romer!
— É difícil, acho que nunca havia falado tão profundamente
sobre isto!
— Lhe disse que o mar é um bom conselheiro!
— E veio falar algo?
— Sim, dentro de uma hora vamos comer, mas tem alguém
que queria falar com você!
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J.J.Gremmelmaier
Romer olha para trás e vê Peter, que vem a ele;
— Peter Carson, o terror do mundo religioso!
— Como está Romer?
— Melhor, livre de dois pesos, mas queria falar comigo?
— Sim! – Peter tira os tênis, senta-se ao lado, e continua. –
Como estão os pés?
— Dormentes, a água esta gelada!
Peter encosta os pés na água, e a água em volta vai
esquentando um pouco, ele estava descarregando cargas, Romer
sente a água aquecer e olha para o menino;
— O que esta fazendo?
— Descarregando tensões, mas Romer, este caminho não é
fácil no começo!
— Enquanto um fala que é preciso, outro diz que não será
fácil!
— Ela falou a verdade, mas o mais gostoso é o que requer
trabalho, a velha historia de dar valor ao que é mais difícil!
— Mas o que terei de fazer?
— Purificar a alma, é algo lento, purificar o corpo, evitar
algumas coisas, entre elas mentir, saiba que isto gera uma guerra
eterna, as pessoas perguntam as coisas, mas não querem a verdade,
querem mentiras, e quando esta falando de algo que não condiz
com as crenças deles, vira guerra!
— Mas acha necessário uma guerra assim?
— Cada não que se fala podendo ser um sim, fecha uma porta
da magia, cada mentira desnecessária, muda a freqüência que
recebe as coisas, então melhor uma guerra declarada, do que
receber as conseqüências!
Os dois conversam, estavam a algum tempo conversando
quando Mari os foi chamar para o almoço da tarde, Pity comeria
depois de três dias, e Peter a dois não comia, Romer viu que a mesa
continha muitas coisas naturais, nada de refrigerante, sucos naturais,
verduras, comida a base de fibras naturais, e uns poucos files de
peixe a mesa;

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J.J.Gremmelmaier
Peter explicou o que ele comia, o que Pity estava comendo, o
que cada coisa gerava, a diferença de magia e ciência, e o que
misturava os dois, Peter aproveitava e reforçava o que os demais
achavam saber, Peter gostava de estragar o comer, dizia Sheila,
Caterine prestava atenção, Pity também, ela estava aprendendo
sobre magia, estava a se aproximar a cada dia deste grupo, algo
estranho, os dias de sol tiraram a cor totalmente branca de sua pele,
já passaria por alguém normal a rua, mas ainda usava fator de
proteção 50 para tomar sol, Mari estava a observar Romer, um
senhor de pouco mais de dois anos a mais que ela, como seu filho
envolvia as pessoas, Sheila parecia sempre em sintonia com Peter, o
que deixava em certas horas Caterine com ciúmes, mas sabia que
ali não teria como mexer, algo estranho passava as vezes em sua
cabeça, adolescentes aprendendo ser adultos, em um mundo
diferente, o mundo de Peter, um mundo que impossível, era apenas
uma forma diferente de ver aquele mundo, ou não existia, Romer
estava a comer a salada quando pergunta;
— Você nunca come diferente disto?
— Romer, a comida a base de vegetais, tem mil vezes mais
variantes que a base de carnes, isto é, muito mais sabores, mas sei
que as pessoas estranham!
— Mas por que disto?
— Um dia vai em um abatedouro, e vê o boi entrando vivo, e
depois pendurado para escorrer o sangue, morte de um ser que foi
criado para morrer, é o mesmo que comer morte, comer morte, é
anti producente a magia, muitos comem, mas a magia que eles
atingem, é o principio do principio, o senhor lá do clube, se
denomina de Mago, mas não domina metade do que minha irmã
domina, e ela esta se preparando para ser uma bruxa!
— Esta a dizer que os seres lá, não tem magia?
— Eles tinham medo do senhor negro, presos numa maldição
de um antigo senhor de escravos, que pegou sua esposa com o
negro a cama, matou ela, e o amaldiçoou, mas era uma maldição
que se quebrava com chá de camomila, desculpa mas isto é
maldição de criança!
— Fala como se tivesse feito muitas maldições?
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— Evito, quando você aprende as mais profundas, que apenas
sua morte as quebra, melhor não praticar muito, as fracas tem isto
de vantagem, qualquer um quebra, mas podem viver alem de sua
vida, se arrastar por séculos!
— Como esta sua irmã?
— Bem, esta ensinando Fabio o que sabe, nem é bruxa ainda
e já tem dom para Mestre!
— Sua irmã esta a cuidar do menino, foi o que entendi?
— Sim, ela o esta ensinando, mas tenho um problema a
resolver com ele, não posso devolver ele ao clube, entendo por que
me queriam morto, eles não tinham magia, a existência de alguém
como eu, contradiz o que eles falam, que são grandes Magos!
Peter estava acalmando, evoluindo, sabia que o menino já
estava bom, mas teria algo especial nisto, e estavam a terminar a
comida, quando a CIA bate a porta, entraram armados, e um senhor
veio a frente e perguntou;
— Quem é Peter Carson!
Peter abriu caminho e olhou para o senhor e falou;
— Sou eu, algum problema?
— Podemos conversar!
Peter faz sinal para eles entrarem, viram crianças, dois adultos
e uma moça, idade indefinida, relaxaram, e o senhor entrou no
escritório, Peter senta-se e olha para o senhor;
— Desculpe senhor, mandaram prender um grande bruxo,
nesta casa!
— E quem mandou?
— Tem uma determinação de poucas horas, do presidente,
para prender você, achei que era alguma grande missão, mandaram
todos os reforços, ficamos até tensos!
— Sente-se senhor, não pretendia ser preso hoje, sai da
cadeia a poucas horas, estava na detenção para menores da cidade!
— Mas temos uma determinação federal!
— Peço desculpas, mas espere um momento, pois não tem
parâmetro legal nisto!

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— Mas tem uma determinação do estado maior das forças
armadas, menino, com a assinatura do presidente!
— Então tente senhor!
O militar encara o menino a sua frente e abre a porta para
chamar os demais, mas vê que esta em um mundo estranho, tudo
afora da sala, é avermelhado claro, parecem flutuar, o senhor olha
para o menino e pergunta;
— O que é isto, uma casa com múltiplas portas?
— Não, mas se o general quiser me prender, manda ele vir
pessoalmente, ou não tem coragem de encarar quem ele mandou
matar a irmã, manda um recado para ele, se quer os 10 mil mortos,
ainda posso conseguir!
— Esta falando de quem?
Peter não respondeu e o senhor chegou ao lado de Peter e
apontou a arma, e falou;
— Melhor fazer as coisas parecerem normais!
Peter sorriu e viu Paula entrar pela porta e falar;
— Ele esta pronto, será que dará certo?
— Trás ele, e não esquece de vir junto!
— Mas e esse senhor ai?
— Eles vieram me buscar, não você!
O militar vê as duas crianças, entrarem pela porta, a fecharem
e Peter falar;
— Melhor baixar a arma senhor! Se acertar minha irmã por
acidente de novo, juro que acabo com cada irresponsável deste
exercito!
O rapaz baixou a arma e a menina abriu a porta, Mari vê a
menina atravessar a porta, sorriu e correu a filha, os sorrisos se
fizeram, Mari chorava ao abraçar a filha, Peter olha para Romer e
fala;
— Faz um favor para mim?
— Fala Peter?
— Apresenta o menino ao FBI, e não deixa ele retornar para
casa, são capazes de o matar, só para provar que fui eu, outra coisa,

463
J.J.Gremmelmaier
eu recomendaria esquecer Patrícia, não é alguém confiável, ela não
confia nem nela, como pode confiar em alguém, e ser imparcial!
— Mas por que o apresentar ao FBI!
— Eles entram em contato e vão ouvir o menino, melhor ele a
falar, do que eu!
— Mas vai onde?
— Tenho uma reunião com o presidente, absurdo acionar a
CIA para isto, mas tem general que não aprende mesmo!
— Precisa de advogado filho?
— Não, cuida de Paula, ela esta precisando de abraços e beijos,
cuida dela!
Peter olha para os militares e fala;
— Agora podemos ir!

Patrícia vê a agitação da CIA e exercito em volta da casa, e


vêem o menino ser conduzido a uma viatura e saírem em direção ao
aeroporto, a direção induzia a isto. Romer olha para o menino e
pergunta;
— Esta bem, como sente-se!
— Estranho, voltar dos mortos é estranho!
— Acha que realmente voltou dos mortos?
— Fica entre nós, mas sim, mas Paula disse que precisava me
apresentar a policia, desfazer um mal entendido, e que o senhor me
levaria lá!
Romer olha para a menina, sorri, esta o menino salvou, Mari
sorria de orelha a orelha, e quando Sheila virou-se para ele, sabia
que viriam planos;
— Vamos, ainda teremos de comunicar a mãe, da decisão do
juiz?
— Que decisão?
— Quando tentaram induzir Mari a assinar o papel, com medo,
deixaram o papel do acordo sobre a mesa, nossos advogados
baseados nisto, pediram a guarda da criança, pois uma mãe que
assina um papel daquele, não pode criar uma criança!

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J.J.Gremmelmaier
— O que diz o papel?
— Que quem o assina, acata a decisão do conselho, mesmo
que isto tenha prejuízo a ela mesmo ou parentes próximos, o não
acatar é considerado quebra de um pacto de sangue, podendo ser
cobrado em sangue o pacto!
— Isto que diz naquele contrato?
— Sim, mas por isto vamos depois lá, quero ver o FBI cumprir
a ordem de prisão, a criança era a condição para validade da
decisão!
— Pensei que os deixariam em paz?
— Temos inimigos maiores, se deixarmos os pequenos nos
ameaçar, os maiores não nos respeitaram!

Romer sai pela porta, quando o FBI já se preparava para


deixar o local e olha para Patrícia;
— Preciso ir a sede, me daria uma carona?
— O que tem a fazer lá!
Romer olha para a porta e o menino caminha até ele e lhe dá
a mão;
— Esclarecer um problema!
Patrícia olha o menino, vivo e não acredita, tudo na cabeça
dela indicava para a morte do menino, mas estava ali, de pé, e ela
abre a porta para o menino;
Foram quietos até a cede do FBI, e quando ele adentra com o
menino, a maioria nem se deu conta do que estava acontecendo,
mas junto, chegou dois advogados, que o acompanharam;
— Diretor, este é Fabio, o menino que a mãe insiste em dizer
que morreu, e esta é uma determinação da justiça, para tirar a
guarda da criança da mãe, e pede a prisão de 8 pessoas do clube,
esta determinação indica que teriam de ajudar no caso!
O antigo diretor de Romer olha a determinação e depois para
o menino e pergunta;
— Sabe o que diz aqui menino?

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J.J.Gremmelmaier
— Sei, que minha mãe não os enfrentou, e me condenou a
morte, tive sorte de Peter me tirar de lá, por que senão estaria
morto, pode ter certeza que doeu senhor, tanto nos sentimentos,
quanto na pancada que recebi a cabeça, mas não posso concordar
que venham a fazer isto com qualquer outro!
O diretor olha para Romer e pergunta;
— Mas por que acha que precisaram de nós!
— Ninguém sabe o que pode acontecer lá senhor,
recomendaria levarmos junto Peter Carson, mas ele esta detido
agora pela CIA, determinação federal, então sobra aqueles irmãos,
Robert e Sheila que poderiam ajudar!
— Por que acha que precisaríamos daquelas crianças, Romer!
— Apenas uma sugestão, esquece que não faço mais parte!
— Não entendo sua posição ainda!
— Nem eu, mas sei que me sinto mais leve hoje, as pessoas
as vezes precisam achar o que gostam de fazer, e as vezes,
aprender que mesmo gostando de algo, não é o que o destino
reserva para ele!
— Mas aqui põem o menino sobre sua guarda!
— Eu li!

A policia local cerca o local e os policiais entram no clube, com


as determinações de prisão, quando estavam a fazer isto, os 12
mais poderosos, se reuniam no salão principal, os demais foram
retirados de lá, e quando os policiais adentraram ao salão se
deparam em um mundo hostil, um mundo que não era a sala, e sim
um campo bem escuro, onde tinham os senhores sentados em suas
cadeiras, os mesmos viram suas pernas afundarem no chão, as
armas virarem pó, mesmo a determinação da justiça virou pó e os
policiais olharam os senhores e tiveram a visão deles parecerem
monstros, estavam tentando sair, quando viram a leva de
investigadores do FBI entrar no local, viram acontecer o mesmo, e
Patrícia pensa que talvez a idéia de trazer as crianças tivesse sido
boa, mas o que fariam, os senhores estavam a começar a se
transformar, a idéia era absorver a energia de cada um, quando

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J.J.Gremmelmaier
viram Robert entrar pela sala, andava um pouco acima do chão, e
olhou para os demais, estes encararam e mandaram feitiços que
não o atingiu, Gutenberg tomou a forma de uma pantera negra e
avançou sobre o menino, este manteve a calma, mas ao deter ele
com a sua força, ficou sem poder avançar, Sheila adentrou depois,
vieram dois contra ela, duas Onças, ela ao tocar eles, estes voltaram
a forma humana e sentiram seus pés começarem a afundar, os
policiais já tinham afundado mais da metade do corpo, Milt soltou
um feitiço poderoso contra Sheila, esta se protegeu em uma redoma
de proteção, mas isto fez os demais terminarem suas
transformações e começarem a avançar, até uma luz muito brilhante
entrar pela porta, Gutenberg recuou, pois tinha a visão atingida o
que fez Robert poder avançar, viram a pequena menina tocar o
chão e este começar a expelir as pessoas, menos os dois pseudo
magos, Paula olha para Milt e fala algo que o senhor não entende, e
começa a ver seus braços endurecerem, os demais, a própria luz
dela, os transformou a humanos novamente, Sheila vê a magia dos
demais recuar, e começa a andar no sentido dos demais, Milt recua
e fala;
— Quem me desafia?
— Isto não é um desafio, senhor, é minha brincadeira
preferida, magia!
— Quem é você!
— Paula Carson, sorte sua que meu irmão não estar a cidade!
— Os policiais vêem a menina estalar os dedos e o senhor voltar a
total forma humana, e um senhor muito grande entrar pela porta, a
menina olhar para ele e falar – Jonathan, bem vindo ao clube, estes
senhores, precisam de um espaço na sua magia!
— Tem certeza menina?
— Para morrer, tem de estar vivo, e somente com a energia
deles, poderá recompor o corpo, e com isto ter o direito a morte, e
vida eterna!
Os senhores recuam de medo, sempre tiveram medo do
senhor, e Milt fala;
— Mas não é noite, como ele esta solto?

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— Não lhe disseram que meu irmão o soltou ontem a noite,
que eles ficaram sumidos 15 minutos, quer dizer, meu irmão o
ensinou um dia inteiro os princípios que não sabe, que ele hoje sabe
mais de magia que o senhor!
O senhor falou algumas palavras e a menina riu, respondeu
cada feitiço, e fez um em Copta, o senhor que estava a ficar cada
vez mais duro, recebeu a praga, depois a menina olhou os demais,
fez um pequeno movimento com a mão e os senhores foram sendo
postos na parede, os demais viram o senhor negro chegar a ela e
tomar uma forma transparente, depois uma fumaça meio escura, e
passar por cada um dos senhores, e os demais ficaram ali, estáticos
e o senhor sumiu, outro estalo de dedo, a sala volta a aparência
normal, os senhores estavam ali, apenas corpo, suas almas estavam
bem longe dali, os policiais passaram pela menina e foram
prendendo os senhores;
O diretor da policia local chega até a menina e fala;
— Não sei quem é menina, mas obrigado!
— Cuida deles direito, não deveriam ter permissão de usar
este tipo de ilusão nesta casa, principalmente contra a polícia!
— Poderia jurar que era real!
A menina sorriu e reparou que Sheila e Robert a olhavam, e foi
a eles;
— Pelo jeito Peter lhe ensinou muito mais que para nós!
— Acho que devem saber mais que eu, mas tive uns dias a
ensinar alguém, por isto, estava com tudo muito vivo a mente,
ensinar nos deixa mais ligados a saídas, enquanto apenas
aprendemos, a informação entra mas não estaciona, precisam
ensinar alguém, verão o que muda!
— E como esta Peter?
— Chegando em uma hora em Washington!
— Mas ele esta bem? – Sheila;
— Sheila, eu sou uma Bruxinha, ele é um Mestre, mas não
gosta de aparecer!
Os três sorriram e viram um senhor chegar até eles e falar;
— Boa tarde, devem ser os irmãos James!
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Robert e Sheila concordam com a cabeça;
— Então obrigado, pensamos que não seria necessário a ajuda
de vocês, mas estávamos errados!
— Viemos apenas ajudar senhor! – Robert;
O senhor olha para a menina, a menor pessoa presente e
pergunta;
— Obrigado a você também, mas quem seria?
— Já ouviu isto senhor, Paula Carson, a menina que recebeu
um tiro a queima roupa da CIA, a alguns dias, em Comptche!
— A menina que em teoria havia morrido?
— Sim, mas voltei, meu irmão me ajudou!
— Obrigado, meu nome é Keven Donald, diretor geral do FBI,
local, qualquer coisa, se precisarem, me avisem!
Paula olha para o senhor e fala;
— Gostaria de acreditar nisto Keven, mas sei que não posso!
— Por que?
— Perdeu seu melhor investigador por não ter coragem de
defender os seus, sei que não resiste a uma pressão, mas aceito o
agradecimento!
Paula olha para Sheila e fala;
— Vamos a Washington?
— Vamos, mas como ainda temos uma hora, melhor não
chegar antes dele lá!
Paula sorriu e o senhor do FBI, olhou para os demais, sabia
que a menina tinha razão, e vê Romer entrar ao local e entregar a
mãe da criança a determinação da justiça, o menino parecia triste,
não era fácil aquele momento, Paula chega ao lado de Fabio e fala;
— Sei que esta difícil para você, Fabio, mas pense, ela tem de
voltar a lhe dar valor, senão de que adianta ter acontecido tudo isto!
— Eu sei Paula, mas estou confuso, ela é minha mãe!
— E nunca vai deixar de ser! Mas mãe não tem o direito de
vida e morte sobre os filhos!
A senhora olha para a menina e fala;
— E o que sabe sobre vida e morte?
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— Senhora, se a senhora já tivesse morrido, poderia discutir
comigo, e com seu filho, se tem um assunto que não entende, é
morte!
A senhora olha para o menino e fala;
— Filho, não me abandone como seu pai o fez!
— Não vou abandonar, mãe, mas não posso ser usado para
que estes que estão sendo presos, tenham poder, primeiro vou me
preparar, me recuperar, acha que qual foi a parte mais difícil de
tudo isto?
— Desculpe filho!
— Não tem do que pedir desculpas, sei que meu próprio pai a
pôs nisto, mas no momento não me sinto seguro em relação a
morar ao lado do local que fui quase morto!
Romer olha para a senhora e fala;
— Senhora, não me leve a mal, mas é na segurança dele que
estamos pensando, sei o que é perder um filho, mas tem de saber
que é diferente perder lutando, ou perder virando as costas!
A senhora olha para Milt sendo preso e pensa em como
conseguiram, se cala, sabia o que havia assinado, a sangue, e vê o
filho sair com o senhor pela porta;

Peter desembarca no Ronald Reagan, em um avião da Cia, os


homens estavam descrentes da grande operação que fizeram para
pegar aquele menino, mas havia alguém que estava desconfortável,
diante de tanta coisa estranha, ele vira que o menino não era o que
aparentava, do Aeroporto ao Pentágono, 5 minutos estavam a
estacionar o carro, demoraram mais no desembarque que no
translado, Peter entrou na sala do General com as mãos soltas e
gritou com o agente da Cia;
— Não disse que o queria detido?
— Senhor, é uma criança, toda esta operação para pegar uma
criança, não sei por que não mandou os seus!
— Ele é perigoso, não imaginam quanto! Me alcancem uma
algema!

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Um rapaz passou a ele uma algema e colocou nos pulsos de
Peter que sentou-se;
— O que pretende, General, pensei que tínhamos uma trégua!
— Eu não acatei trégua!
— Certo, mas o que pretende, me prender não lhe garante
nada senhor!
— Mas tenho uma peça na mão, e não andando por ai!
— Ainda bem que nunca foi – Peter olha o senhor e termina –
desculpa, ia falar uma besteira!
— Parece estar calmo hoje?
— Sim, minha irmã voltou para casa hoje, não por sua
responsabilidade, mas minha, então estou mais calmo, mas nunca
entenderá isto!
— Então não temos mais uma divida com o senhor? – General;
— Divida? – Peter solta as mãos da algema e põem as mãos
para frente brincando com a algema. – Talvez tenha com os demais,
não comigo senhor, me deixa em paz, e lhe deixo em Paz!
O rapaz vê que o menino desafia o General e fica a pensar em
quem o menino era, sabia que a casa de onde o tiraram, era linda,
sabia que fora detido anteriormente pelo pessoal do FBI, mas liberto,
o general tinha medo dele, coisa não normal ao General Partson;
— Acha que me ameaça menino?
— Não deveria perguntar isto senhor, sabe disto!
— Por quê?
— Olhe me volta, tem gente que não me conhece, não precisa
espalhar para eles o medo que tem de um menino de 13 anos, ou
acha que eles vêem em mim o que o senhor vê, uma ameaça a
ordem publica do país, se não reagir, e o senhor tentar algo,
desculpa, mas o senhor estará pondo sua credibilidade em jogo,
pois acha mesmo, que o presidente ao me ver, vai acreditar no que
relatou, acha mesmo isto!
— Já havia pensado nisto, por isto temos a gravação da sua
detenção em Los Angeles!
— E aquilo prova o que senhor, que sou desbocado e que
armou tudo, pois acha mesmo que alguém acreditaria que derrubo
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paredes com as mãos, que congelo 10 mil homens, assim como os
trago a vida novamente, acredita mesmo que fui eu que matei todos
aqueles agentes, Sauditas, Iraquianos, Guarda Suíça e Israelense?
— Sei que foi você!
Peter olha para o agente da Cia e pergunta;
— Uma pergunta, você acreditaria nisto?
O rapaz olha para o general e para ele e fala;
— Não, mas que não é um simples menino, vi na casa!
— Verdade, viu o portal para o retorno de minha irmã, havia
esquecido disto! – Peter olha no fundo dos olhos do rapaz – Mas
acredita que alguém como eu, desafie Iraquianos e Israelenses
numa briga?
— Difícil de engolir isto, parece mais desculpa para uma
operação mal executada!
Peter olha para Partson e fala;
— Será que terei de ser mais claro que isto, general!
— Não, esta a dizer que por mais que tenha feito, quem vai
passar por maluco sou eu!
— Exatamente!
O agente da Cia olha para o menino e pergunta;
— Eu entendi errado, ou esta dizendo que foi você!
Peter sorri, sabia que tudo estava sendo gravado e fala;
— Quem entendeu, entendeu, não vou deixar uma declaração
gravada, mesmo por que, mesmo isto seria desacreditado
facilmente! – O menino olha o general e fala. – Por mais que não
entenda, estou em uma trégua, e o que estou dizendo senhor, é
para não por a corda no pescoço e pular, posso parecer bem mais
frágil, ou o contrario, mas para o senhor é o desacreditar de tudo!
— Não estou ainda convencido de lhe deixar ir!
— Estou aqui senhor, não tentei fugir, mesmo daquela
acusação ridícula em Los Angeles, estou a disposição, outra coisa,
tenho endereço fixo, e ainda sou menor de idade, se insistir nisto,
quem acaba pagando o preço, é todos os que lhe derem apoio, não

472
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os quero desarticulados, tem coisas mais importantes que prender
um menino com a acusação de bruxaria!
— Mas o que estava fazendo em Los Angeles?
— Fui atraído para lá, descobri que tem gente que já não
gostava de meu avô, e queriam para mim uma prisão por
assassinato, mesmo que para isto precisassem matar um menino de
10 anos!
— Acha que vou acreditar nisto?
— O que eu estaria fazendo lá, já que não sou tão bom neste
tipo de conspiração internacional!
— Fugindo, de lá pode ir a vários lugares e sumir, desde
México a outros lugares no mundo!
— Se fosse isto, fugindo do que eu estaria?
— Do que fez!
— Senhor, não tem uma prova que me envolva nisto, talvez
pessoas atordoadas surgindo em suas casas, mas isto não é crime,
seguranças Papais surgindo no vaticano, no lugar de estarem em
Comptche, mas tudo isto não é prova, já que eles nem lembram
como chegaram em casa!
Um outro general entra pela porta e fala;
— General, o menino tem razão!
— Eu sei, infelizmente eu sei, mas não gosto de recuar!
Peter olha para o general e fala;
— Senhor, não tome uma decisão contra o que quer, mas sabe
bem que cobro as conseqüências!
Era uma provocação e o segundo general falou;
— Esta nos ameaçando?
General Partson olhou para o companheiro e falou;
— Assim que começa, melhor acalmar!
— Mas que petulância!
O agente da Cia tinha ficado a observar, sabia que aquele
menino era alguém que nunca ouvira falar, mas sabia bem dos
crimes que tinha na lista de nomes dos mais procurados do
terrorismo, ao nome de Cardeais e Arcebispos bem vistos pelo
473
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mundo, então via como ele brincava com as algemas a mão, e vê
quando Partson olha o menino e fala;
— O que faria se estivesse no meu lugar?
— Senhor, eu nunca estarei no seu lugar, não tenho nem
noção de quantas mortes tem as costas, mas o senhor recebe
condecorações por isto, eu, prefiro não precisar matar, mas sei me
defender!
— Se acha que esta me ofendendo, perde tempo!
— Não, alguém tem de fazer o que faz, só não sirvo para isto,
mas se quer uma sugestão, me manter preso, é uma saída, mas
melhor não deixar nada a minha mão, embora acho que teria de me
tirar as mãos, não gosto desta saída!
— Peter, quando me falaram de sua existência, duvidei, sabia,
achei que era um assassino escondido em sua cidade, mas vejo que
tudo que sei de você, é intrigante! – O general estava falando, Peter
percebeu que não era para ele, e sim para as pessoas por trás do
vidro, descreveu de onde ele vinha, o que fazia, o que sabiam ter
sua participação, mas não provas, que enriquecera em dias, o que
muitos não conseguem em anos, séculos de trabalho, que distribuiu
o dinheiro, pai, mãe e amigos, um monologo que para os demais
poderia parecer interessante, mas não para o menino, depois de um
tempo, falando, olhou para o menino e perguntou;
— Algo do que falei não é verdade?
— Ponto de vista é algo estranho, assim como sua definição de
verdade, para você é uma, para mim outra, mas posso aceitar esta
sua descrição para os demais de quem eu sou!
O general olha para Peter e faz mais uma pergunta, estava a
ficar chato;
— Peter Carson, existe alguém que você achasse que tenha a
mesma força que você?
— General, qualquer um aqui dentro ou atrás do espelho, tem
forças maiores que a minha, a mesma, acho que todos são
fisicamente superiores!
— Sabe do que perguntei!

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J.J.Gremmelmaier
— Sei, mas quer de mais! – Peter deixa a algema cair da mão,
e quase ao mesmo tempo, estala um dedo com a outra mão, o
agente da Cia e os dois generais ficam a olhar para Peter, a algema
estava estática no ar. – General, quem dera tudo que falei ou falou,
tivesse importância, se eu quisesse estaria longe daqui, sabe disto,
narrar para eles quem sou, é dar corda para lhe enforcarem, já falei
isto, esta me ignorando, a partir de agora, não falo mais nada, que
possa usar, mas vou lhe ajudar!
— O que vai fazer?
Peter estala o dedo e todos vêem a algema cair ao chão;
— General, eles estão já rindo do senhor por dentro, acho que
tem de parar de fazer este papel!
— Não vai me sobrar muito se o deixar por ai e não tentar!
— Esta batendo no inimigo errado, sabe disto, se acha que sou
inimigo, lhe pergunto uma coisa?
— Sim!
— Quem foram os que não morreram indo para Comptche?
— Os turistas!
— Não, nem Cia, nem FBI, nem Exercito tem registro de
mortes, embora os do FBI, estiveram em um meio igual ao dos
demais, não deveria me ver como inimigo!
— E se quiser lhe ver como inimigo?
— Perda de tempo, pretendo voltar a Comptche ainda hoje,
não quero ter de brigar com alguém, nem me descontrolar, estou
ficando na minha general, recomendo o mesmo!
— Mas não sou de deixar na mesma!
— Da próxima vez, deixo os soldados congelados senhor,
estou falando serio, não o fiz, por que minha irmã intercedeu por
eles!
— A falecida?
Peter olha para uma parede e os demais viram uma porta
surgir em uma parede lisa e por ela entrar uma menina de 5 anos,
olhar para Peter e perguntar;
— Estavam falando de mim?

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J.J.Gremmelmaier
— Sabe que não tem de aparecer, irmã, eles nem tem como
me deter aqui!
— Mas não gosto de coisas assim, irmão! – Paula estala um
dedo, e o espelho parece se tornar liquido e deixar as pessoas
visíveis do outro lado;
O dirigente da Cia reconhece a menina e pensa não ser só o
menino, a irmã dele também estava ali, a porta se desfez em uma
parede e surgiu em outra e por ela passaram Sheila e Robert;
— Chamou amigo?
— Não Robert, o que estão fazendo aqui?
— Já prenderam os assassinos em Los Angeles, viemos ver se
esta tudo bem!
Peter sorriu e olhou para os generais e falou;
— General, onde vamos parar isto?
— Como se atrevem a vir aqui sem ser convidados?
— General, baixa o tom, não vou admitir que brigue com meus
amigos! – Paula;
O general olha para a menina e fala;
— E você, não estava morta?
— Quer mesmo falar disto, senhor?
— Sim!
— Os seus homens não conseguiram o intuito, atirar em uma
menina de 5 anos, a queima roupa, diria que foi covardia, mas leva
sorte, eu melhorei! – Paula sente os soldados se juntando do lado
de fora da porta e estala o dedo, e a porta some, vira um parede de
concreto, o espelho se refaz, agora a prova de balas, e olhando o
rapaz da Cia fala. – Desculpe rapaz, não deveria estar aqui! – Estala
o dedo e o senhor se vê sentado ao sofá de sua casa. Olha o outro
general, e fala. – Você, fora! – Fazendo um movimento com o dedo,
apontando para fora, o senhor vê seu corpo simplesmente ser
jogado contra o que era a parede, mas transpor ela e se bater com
as pessoas do outro lado. – Agora é entre nós, general Partson!
— Pelo menos não passarei por louco!
— General, estou agindo para que meu irmão não saia da
calma, se acha que esta conseguindo algo, esta me irritando, se
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J.J.Gremmelmaier
aquele casal morreu, por eles não sinto, alguém capaz de atirar em
uma criança para seqüestrar a mãe dela, não é gente, mas quero
saber se o senhor ainda tem alguma coisa de humano!
— Acha que terei medo de você?
— Desculpa, resposta errada!
Todos do lado de fora, vêem o senhor ficar translúcido, e
depois a menina esticar sua mão e ele ser atraído para ela, como
um monte de corres flutuantes;
Paula desenha na parede uma porta, estica a mão para Peter e
atravessam por ela, junto com Robert e Sheila;
Arrombam o local e nada acham, nem sinal de que estiveram
ali, o general olha para os demais e fala;
— E agora, será que acreditam que existe um problema!
A maioria viu e não acreditava ainda no que haviam visto, a
discussão se fez e muitas coisas ficaram sem respostas;

Em Los Angeles, Peter entra na casa de Romer, após um breve


tocar da campainha, um apartamento simples, mas estava
organizado, Fabio o cumprimenta e sentam-se a sala como se
fossem grandes amigos, e na verdade, mal se conheciam, Romer se
deixou conduzir, e Peter se alguém deixasse ele não fazia cerimônia
em alterar toda uma vida;
— Ainda não entendi o que quer de mim, Peter?
— Você deveria estar assumindo sua vida, e não esperando
que eu ditasse, mas se deixar, eu dito mesmo, não sou de ficar
olhando e não fazer nada!
— E o que pretende?
— Sei que joguei Fabio em suas costas, mas gostaria que
viesse conosco a Comptche!
— Mas o que farei lá?
— Cada coisa a sua vez, primeiro tem de ver se quer ir, para
depois me perguntar o que vai fazer lá!
— E como fica Fabio?

477
J.J.Gremmelmaier
— Vamos todos, Fabio é um bom menino, pode aprender a ser
muito mais lá, do que em uma cidade onde o que importa é muito
mais quanto tem na conta, nem importando o resto!
— A cidade não é tão ruim assim Peter!
— Terei de acreditar, mas não a sinto assim!
— Eu gostaria de recomeçar, sempre quis morar mais no
campo, mas não sei se me acostumo a sua cidade!
— Podemos tentar, se não der certo, sempre terá para onde
voltar, mas acredito que voltara diferente!
— Mas sinceramente, o que espera de mim!
— Vai ser um bom bruxo, não tenho duvida!
Romer sorriu, o menino falava isto com uma naturalidade
grande;
— Mas se não for um grande bruxo?
— Romer, bruxos não se medem pelo tamanho, e sim pela
bondade, você demonstrou uma grande bondade em assumir o
papel mesmo que temporário de pai de Fabio, às vezes verá coisas
que o revoltaram, se livrar das revoltas, é tão importante quanto ser
bom!
— Mas não sou velho para aprender, já não sou criança, já
estou com os meus 46 anos!
— Romer, sei que parece estranho, mas magia não tem idade!
– Peter estava olhando para Romer e este parece encolher e quando
fica no tamanho de Fabio. – E idade, é o que sente, sempre digo
que as pessoas sentem a magia, mas não sabem como fazer,
quantos senhores que ouço falar que sentem como se tivessem 18
ou 20 anos, e não entendem que é a idade de sua magia, minha
magia é uma criança, Romer! – Peter volta ao seu tamanho
olhando-o aos olhos;
— Mas o que você não sabe fazer?
— Muita coisa, nestas férias quero começar minha
peregrinação de mestre, em alguns anos, me tornar um Mago!
— Fala como se o que soubesse não representa-se nada!
— Representa, mas estou no caminho para me tornar um
Mago, cada mestre deixou suas dicas, tenho de traçar 10 mestres,
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J.J.Gremmelmaier
conseguir fazer pelo menos 5 magias ou encantos, de cada um,
para poder me denominar de Mago, não existe controle, é uma
questão de honestidade, Yoshua eu já tracei, Ressurreição, vinho
em água, cura de enfermidades, andar sobre as águas, e
reprodução dos alimentos, depois que andar sobre as águas e fizer
um bom vinho, irei a Moises, abertura do Mar, pode ser pequena a
abertura, 3 pragas, estas já fiz, termino ele com um retiro de 30
dias no deserto!
— Fala como se tudo fosse magia?
— Romer, magia é tudo que esta a volta, um Mago, usa da
ciência de deus, para executar as coisas, um estalo de dedo, pode
fazer mais de 20 coisas, pois é o tom do estalo que faz a magia,
com a determinação do bruxo, métodos, fé e magia!
— Mas estranho, fala de coisas bíblicas como coisas de magia!
— Romer, a passagem de Moises é o fim da era de Sagitário, e
os desafios dos Magos, para se manterem no topo, assim como
Yoshua foi simbolismo do fim da era de Capricórnio, no fim desta
tivemos os desafios do fim da Era de Peixes, mas cada era tem 10
ou 12 bons mestres a seguir!
— Desculpe, mas as vezes me parece heresia!
— Entendo, vamos com calma, quando se fala em Heresia,
esta se situando em qual idéia!
— Tive educação cristã, por mais que não praticante!
— Entendo, acha que falar que Jesus não é deus, é heresia?
— Sim, acho!
— Tem idéia de quando vem esta discussão, que alguns
acham ser nova?
— Não!
— No século Quarto, existia a divisão do império romano do
Ocidente e do Oriente, um Monge de nome Arie, em Alexandria,
levanta as idéias que chamariam de Arianismo, esta idéia se
espalhou pelo Oriente, a idéia de Cristo não ser filho de deus, os
Árabes foram os que mais se apegaram a isto e um ser com o dom
da oratória e uma esposa mais velha mas muito inteligente,
chamado por muitos de Maomé, se apóia na idéia e cria com
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J.J.Gremmelmaier
objetivos de unir o seu povo, os transformando em escolhidos, a
mesma idéia do cristianismo de Roma, no original eles não tinham
nada contra os Judeus, esta rixa se fez nos tempos modernos,
quando se impôs eles sobre terras Árabes!
— Mas aprende-se de que eles foram excluídos da salvação
enquanto não reconhecem Cristo, os Judeus!
— Romer, eu não sou Deus, e trouxe minha irmã de novo a
vida, ela e este menino ao seu lado, sei curar com o toque, quando
se lê a bíblia, se reparar Jesus, não gosto desta tradução, mas ele
estava em peregrinação, qual era o objetivo a cada acontecimento?
— Não sei, continuar a ensinar?
— Não, chegar a Jerusalém!
— Mas o que ele faria lá?
— O que eu fiz, usar um portal temporal e ler as leis de deus
nas paredes do templo de mesmo nome!
— Não entendi isto ainda?
— As leis de deus, são o destino de quem quer ser Mestre, se
lembrar todos os discípulos dele o chamavam de Mestre, ele tentava
não mentir, faz parte da magia, mas ele disse, Deus por que me
abandonaste! – Olha serio para Romer e pergunta. – Por acaso
acredita que Deus deixa de ser deus qualquer segundo de sua
existência?
— Entendi, deus não teria como abandonar deus, então ele
era o que?
— O ensinamento, diz que todos somos filhos de Deus, Yoshua,
como gosto de o chamar, não chegou a ler os escritos do templo de
deus, por algum motivo, quer dizer, imagino, não tenho prova, ele
não conseguiu ir ao templo de deus!
— Não entendi?
— Para abrir o templo de deus, se precisa levar as 3 pedras,
ou placas das leis, que são chaves, mas Yoshua por algum motivo,
não levou um auxiliar, pois se o tivesse feito, estaria registrado, e
como não fez, não conseguiu pegar as 3 pedras, elas entram em
reação e lhe dão um choque quase mortal, se pegar as 3 juntas!
— Isto é um acho?
480
J.J.Gremmelmaier
— Sim, não vivi isto, mas ainda tenho de seguir as purificações
dos 10 mestres, depois fazer o caminho das 12 realizações!
— Parece querer chegar em algo especial, mas não entendo
no que?
— Romer, estou me dedicando a Moises e Yoshua neste
momento, terei de passar pela purificação de Maomé, pela busca da
Luz de Buda, pelos caminhos dos Diné!
— Quem são os Diné?
— Os Navajos se chamam de Diné, que significa O Povo, para
eles, eles tem o caminho dos 5 mundos, o das cores eu já transitei,
espero transpassar todos até o mundo atual, o mundo mutável!
— Mundo mutável?
— Sim, para os Diné, estamos no mundo mutável, os 4
anteriores são preparação para este, eles começam as crenças no
mundo onde não havia luz, tudo era negro, se você lê com ciência,
eles da forma deles, narram o big bang, esta ciência já passei, mas
com calma chega lá também!
— Esta a dizer que tem nas lendas dos índios Americanos uma
descrição do Big Bang?
— Sim, eles falam como os antigos, não se tinha noção do
tamanho do universo, se você pensar que a própria astronomia
mudou depois do Hubble, ninguém fala serio nisto, mas a massa do
universo mudou de cor e composição, as vezes vejo cientistas
falando de contradições nos números e analises, mas muitas vezes é
por não por tudo na balança, imagino um Einstein podendo ver o
que o Hubble consegue fotografar e filmar hoje!
— Filmar?
— O que é um filme se não uma seqüência de fotos seguidas,
postas na seqüência certa, mas eles estão vendo dados, que vão
precisar séculos para analisar, é como ler a bíblia, ou o Tora, ou
mesmo o Alcorão e querer tirar uma dedução rápida!
— Você leu tudo isto?
— Romer, ler é um vicio, quanto mais se lê, mais se quer ler,
lembro que quando lia 60 livros por ano, achava um numero incrível,

481
J.J.Gremmelmaier
a maioria não lê isto na vida, agora perto de um a cada dois dias,
mais que isto, vou ler muita porcaria!
— Mas vai querer que leia o que?
— Comece com o que gostar, pode ser romance, conheço uns
bem legais, tem um autor Português muito bom, Jose Rodrigues dos
Santos, é um bom começo, tem o James Rollins que é de Chicago,
autores que lhe façam pensar, depois que começar a gostar de ler,
passo uma lista e escolhe o que for melhor, nem todos conseguem
ler até 4 livros em paralelo!
— Você lê 4 livros em paralelo?
— Sim, em 4 línguas diferentes, isto é outra coisa, aprender
línguas, pois a forma de falar, é importante!
— Vai me fazer um Bruxo ou um intelectual?
— Qualquer bruxo é um intelectual, ou acha que o
ressurgimento da magia, é coisa nova, vem sendo recuperada a
partir do século Cinco, começou na Inglaterra com o Pelagianismo,
muitos confundem o ressurgir com o Wicca, mas foi a idéia do poder
pela vontade que o Pelagianismo pregava que fez grandes nomes
correrem a antigos livros e ensinamentos!
— As vezes custo acreditar que você só tem 13 anos, Peter!
— Desculpa, as vezes sou muito chato!
— Não é isto, mas fala de coisas que acredito a maioria
ignorar, fala de cultura normal, pois já li James Rollins, mas fala
também de século Quatro, Cinco, como sendo ontem, palavras que
nem sei o significado, mas vamos por onde entendo, que livro
gostaria que lesse de Rollins?
— Não sei se já leu A Ordem Negra?
— Não!
— Leia, e saiba, embora seja um romance, a idéia é possível,
foi com ela que implantaram toda uma leva de conhecimentos em
nosso DNA!
— Esta a dizer que tem um livro de Rollins que tem base na
magia?
— Romer, qualquer livro, pode conter algo, não li todos, nem li
mil livros ainda na vida, devo interar isto no final do ano que vem,
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J.J.Gremmelmaier
mas tenho títulos a ler na quantia de mais de 5 mil livros, nem sei
se lerei todos!
— Qual foi o outro que falou?
— Jose Rodrigues dos Santos, recomendo dois, A Formula de
Deus, e O Sétimo Selo!
— Isto é livro religioso?
— Não, é de um personagem mais no modelo do herói
português, um ―Palerma‖, ele é esperto no que diz a inteligência do
personagem, culto, mas é muito crente nas pessoas e por isto passa
uns mal bocados, minha mãe disse que era literatura que não
deveria estar lendo, pois fala de sexo, e li a 3 anos, era uma criança,
mas falei que para quem já leu o apocalipse de João, o resto é
literatura infantil!
Romer riu e viu que o menino não era um bruxinho, era um
mestre, como ele mesmo falara, alguém que estudou, se preparou,
capaz de ler em 4 línguas, pensou o antigo investigador, que tinha
dificuldades no Espanhol, e sofrera na França uns anos antes, em
missão lá;

Romer vê Paula entrar e falar;


— Como vai Romer?
— Bem, vi você em ação no Clube, pensei que tinha de lhe
proteger!
— Tive de antecipar o primeiro dos 12 trabalhos, mas agora já
estou pronta?
— 12 trabalhos, do que esta falando?
— Para virar Mago, vou seguir os caminhos dos Mestres, e tem
os 12 trabalhos, que alguns transformaram em lenda, os 12
trabalhos de Hercules, o primeiro é isolar seu corpo, com pele
Invulnerável, antecipei esta lição, melhor que morrer com uma bala
perdida!
Romer olha para Peter e pergunta;
— O que vocês dois não fazem?
— Ainda muita coisa, como lhe disse, sabe qual o ultimo dos
12 trabalhos de Hercules?
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J.J.Gremmelmaier
— Não lembro!
— Na lenda é apoderar-se do Cão de Cérbero, mas o que é o
Cão de Cérbero? – Fala olhando para Paula;
— O guardião das portas do Inferno, mas como não existe
inferno, para que apreender o cão? – Paula;
— É mitologia irmã, na verdade é uma proteção, uma defesa
contra tudo que vem do mal, uma barreira contra tudo de mal que
lançarem contra você!
— Este é o 12ºtrabalho, não vejo a hora de o percorrer!
Romer olha para Peter e fala;
— E como você sabe de tudo isto?
— Dizem que minha vinda era esperada, o habitante de
numero 7 bilhão, algo difícil de entender, e de provar, não sei se
alguma vez já lhe passou a mente, Romer o que é real e o que é
estimativa das coisas que tem como fato!
— Não entendi?
— Nem todos os países tem controle total de população, um
exemplo simples, no Brasil, tem mais de 6 milhões de habitantes,
que nunca tiveram um registro, se considerar que isto é quase a
população de outros países, gera um erro grande no numero de
habitantes do planeta, outra coisa, quantas vezes você deve ter
ouvido, a mancha em Júpiter é uma grande tempestade?
— E não é?
— Não se sabe, eles não tem outra explicação, então é uma
tempestade até alguém descobrir que não é, alguém diz que o
carbono tem 12 elétrons, e todos aceitam, mas nunca ninguém os
viu, calculou-se pelas órbitas, mas qualquer erro da teoria, seria
diferente, assim como se dizia que dois gêmeos univitelinos tinham
genes iguais, agora sabe-se de pequenas diferenças genéticas, que
explica as diferenças, mas por séculos se acreditou que eles o eram,
e muitos ainda acham!
— Eu ainda achava que eram geneticamente iguais!
— Romer, sabe o que é oxidação?
— Sim, gera a ferrugem!

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J.J.Gremmelmaier
— Sim, mas o oxigênio, também nos afeta, quando
processamos o oxigênio, geramos parte em ozônio, altamente
reativo, este em contato com as mitocôndrias, pode danifica o DNA
de uma ou mais células, então mesmo que façamos clones, eles não
serão iguais a nós, pois somos resultado do meio!
— Mesmo os Bruxos?
— Somos humanos, e as leis de deus é que determinam que
somos mortais, nosso projeto atual é mortal, não quer dizer que não
haja uma forma de vivermos mais, numa combinação perfeita de
DNA, mas mesmo assim, de que me adianta a eternidade, para
trabalhar por salário, viver mais para ser excluído por que os filhos
não lhe querem mais por perto, viver mais para desenvolver mais
doenças, como câncer de pele, colo do útero, próstata, câncer no
intestino, ficar sem visão, surdo, ou qualquer coisa assim, uma vida
bem vivida, pode durar pouco, mas ser vivida com intensidade!
— As vezes acho que parece uma maluquice o que estamos
falando!
— Sei disto, mas quando entender o dom da escrita, verá que
o mundo se pode conter em um caderno, o universo cabe nele, o
poder do carbono sobre o carbono, tem muita coisa a aprender, e
os dois vão aprendendo junto!
Paula olha para o irmão e fala;
— Quando acha que alcanço o grau de Mestre?
— Uns 8 anos deve ser uma mestre!
— Mas faltam 3 anos para isto!
— Eu atingi aos 13, estou lhe oferecendo aos 8 e esta
reclamando, posso traçar um caminho mais difícil, se achar cedo!
— Sei que fará um caminho difícil, quantos idiomas falava com
5 anos, irmão?
— Mal falava o inglês! – Ri Peter;
— E ainda me cobra ao Francês, Português e Navajo como se
fosse normal!
— Me disseram que um dia poderia vir até me odiar irmã, mas
sei que pego pesado, mas se quiser pegamos mais leve!

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Romer se vê no meio de uma discussão impensada, dois
bruxinhos a discutir, mas Paula aliviou;
— Sabe que não sou de fazer corpo mole irmão, mas as vezes
esqueço que estou muito a frente do que você fez!
— Se alguém tivesse me ajudado, mas com exceção do avô
que você nem conheceu, e que nosso pai não gostava dele tão
próximo de mim, que ensinava as coisas diferentes, certo que a mãe
tentava, mas ela não foi iniciada, quer dizer, eu a iniciei, os demais
não me ajudaram, quando me deparei com Sheila, achei que seria
algo para a vida, um dueto para o poder, mas daí Robert sumiu, e o
dueto acabou, depois o avô morreu, ao contrario de você, tive de
aprender sozinho irmã!
— Um dia vou poder passar a frente? – Paula;
Peter olha os dois a frente dela e estica as mãos;
―Sinta-se a vontade‖ – Pensou;
Paula riu, Romer entendeu e olhando para Fabio, percebeu
que suas responsabilidades estavam aumentando, mas as duas
crianças a sua frente estavam dispostas a mudar sua vida, viu uma
moça chegar e abraçar Peter, ele a beijou, ainda estava se
acostumando com as pessoas da casa;

Peter foi a sala com Caterine e deu de frente com Sheila, as


duas se olharam, e ouviu;
— Sabe que não desisti ainda! – Sheila;
— Não esperava isto! – Caterine;
Robert chega perto e as duas olham para ele e Caterine
pergunta;
— Falou com ela?
— Sim, as coisas por lá estão tranqüilas, quer dizer, ela disse
que esta um agito geral, o feriado encheu a cidade, e sem frio e
muitas coisa novas, a cidade parece ter atraído todo tipo de pessoa,
até um conjunto maluco de Rock, que quer se instalar na cidade!
— Acontece, sempre tem gente procurando inspiração! –
Peter;
— Mas vamos quando?
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— Quando quiserem!
— Vai querer voltar mesmo de carro? – Sheila;
— Sim, portas não são para todo instante, não podemos deixar
de viver, de interagir, temos de lembrar que somos parte do mundo,
senão não adianta nada do que aprendermos!
Sheila olha para Robert e depois para Peter e perguntou;
— Vi que ensinou Paula, ela esta a frente de mim e de Robert,
poderia saber como?
— Ela me obedece, as vezes sou chato, mas ela obedece, e
treina muito, enquanto os demais brincam de falar com as bonecas,
ela brinca de as fazer falar, mas qualquer dia pede para ela para ver
a discussão da Barbie de Beverly Hills, e a de Munique, uma falando
em inglês e outra em alemão, ela adora isto!
Paula olha para Peter e fala;
— Não esquece daquela chata de Paris!
— Verdade, as três sentam e tentam entender o que a outra
fala, só você mesmo irmã!
Paula ri e ouve Sheila perguntar;
— Ela ainda é uma bruxinha?
— Sim, quando você for a Jerusalém, vai a levar, senão
nenhuma vira mestre!
— Mas por que?
— Robert vai junto, mas o por que, vão ter de descobrir, estão
querendo mastigado de mais, sabe por que Paula? – Peter;
— Sei, as Placas das Leis, não podem ser carregadas juntas,
então se tem de ter duas pessoas no mínimo para as carregar, pois
senão ela nos dá um choque bem desagradável, e nossa ida ao
templo sem elas, não nos adianta nada!
Peter olha para Sheila que entende, teria de estudar, correr
atrás do que a menina sabia;
Mari entra pela porta vindo com Pity, chega ao lado da filha e
a abraça, ainda era uma felicidade no coração daquela mulher a
volta da filha, e Paula falou;
— Mãe, vou cuidar melhor de mim a partir de hoje!

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Mari sorri e olhando para o filho pergunta;
— Partimos quando?
Peter olha em volta e fala;
— Pede 3 carros, vamos todos voltar agora!
— O senhor Romer vai com a gente? – Mari;
— Sim mãe, ele e Fabio vão passar uns dias em Comptche,
mas eles que vão dizer quando vão querer voltar!
Mari sorri e Peter olha que talvez tivesse problemas, mas não
recuaria por isto, as pessoas arrumam suas coisas e era perto das
18 horas de terça, feriado nacional nos Estados Unidos da América,
quando partem no sentido de Compche;

Era perto das 22 horas quando os carros separam—se, Mari


vai com a filha na direção do hotel, e bate a porta de Marlene, que
ao ver a menina a porta a abraça e chora, o senhor Carson vem do
banho, e ao ver a filha, viva, seus músculos o traem, parece ter
dificuldade de andar os poucos metros até a filha, e a abraçar, Paula
sorri de poder abraçar a filha, e os dois ficam ali a se olhar, o tempo
pareceu parar, em movimentos lentos, o senhor chorava com a filha
aos braços e Mari e Marlene olhavam felizes e com lagrimas aos
olhos;

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João Jose Gremmelmaier

Mundo de Peter
IV
Coração
Dividido
Primeira Edição

Curitiba / Paraná
Edição do Autor
2010
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J.J.Gremmelmaier
Autor:João Jose Gremmelmaier
Edição do Autor
Obra: Mundo de Peter IV – Coração Dividido
ISBN:
As opiniões contidas no livro são dos personagens, em nada
assemelham as opiniões do autor, esta é uma obra de ficção, sendo os
nomes e fatos fictícios.
É vedada a reprodução total ou parcial desta obra.
Sobre o Autor;
João Jose Gremmelmaier, nasceu em Curitiba, Paraná, Brasil
no ano de 1967, formou-se em Economia e atuou como
microempresário por mais de 15 anos. Escreve em suas horas de
folga como hobby, alguns jogam, outros viajam, ele faz tudo isto,
mas não abre mão de ficar a frente de seu computador, viajando em
estórias, e nos levando a viajar com elas pelo mundo da fantasia.
Autor de Obras como a série Fanes, Guerra e Paz, Mundo de
Peter, Heloise e Anacrônicos, as quais se assemelham no formato da
escrita, por começarem como estórias aparentemente normais, e logo
partem para o imaginário utilizando recursos que interligam de forma
sutil e inteligente as diversas estórias entre si, fazendo com que o
leitor crie um certo grau de curiosidade em relação as demais estórias.

CIP – Brasil – Catalogado na Fonte


Gremmelmaier, João Jose
Mundo de Peter IV – Coração Dividido, Romance de
Ficção, 208 pg./ João Jose Gremmelmaier / Curitiba, Pr. /
Edição do Autor / 2010
5. Literatura Brasileira – Romance – I - Titulo
85 – 0000 CDD – 978.000

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J.J.Gremmelmaier

Coração
Dividido
J.J.Gremmelmaier

493
J.J.Gremmelmaier

Amanhecia em Compche, uma cidade no interior da


Califórnia, Peter estava a esperar como sempre o ônibus para ir a
escola, e vê Sheila vir ao seu lado e lhe cumprimentar, estavam a
retornar a aula depois de um feriado incrível, e os dois subiram para
o ônibus, e foram ao fundo do ônibus, Sheila sentou-se a janela e
falou;
— Peter, queria que voltássemos a falar, como antes de tudo
isto!
Peter sorriu, sentia falta das antigas conversas, de desenhar
as aventuras de Sheila, olhou para a amiga e falou;
— Por mim não tem problema!
— E o que Caterine vai achar?
— Sabe o que ela vai achar, mas um dia teremos de vencer
esta barreira Sheila!
— Sabe que não gosto de o ver com ela?
— A recíproca por parte dela é igual, Sheila, mas é minha
namorada!
— Sei disto! – Sheila olha para fora, pensa em como a cidade
estava diferente, parecia que todos colocavam as coisas de novo no
lugar, a idéia de Peter estava dando frutos, de cidade quase
fantasma, a cidade turística, passam pela nova praça, a prefeitura
estava a contratar pessoas para limpar a mesma, uma bibliotecária
a mais para a biblioteca, e se via os caminhões de concreto
estacionados ao lado da obra do novo hotel, de frente a praça, a
cidade crescendo depois de anos, talvez séculos, foram mais de 100
anos reduzindo de tamanho, fora maior na época da exploração de
ouro, Peter olha Sheila de soslaio, e pensa em quanto sua vida
mudou, uma cidade nova se apresentava;
Adentram a escola e os demais tinham novidades e Peter olha
Ângela abraçar Robert, ainda não tinham se falado, depois das
brigas, olha Irene, ainda tinha aquela aura negativa, Peter olha para
ela e se direciona para onde ela esta;
— Irene, o que faremos com você, Curandeira?

494
J.J.Gremmelmaier
(Irene, para quem não leu os outros livros, embora num corpo
de 12 anos, era o espírito de uma curandeira, Navajo, avó de Sheila,
e que Peter trouxe novamente a vida, para salvar Robert.)
— Quando esquecer estas meninas de poder baixo, vai me dar
bola, Peter!
— Já disse que prefiro meninas de minha idade, Senhora!
— Não gosta deste corpinho de 12!
— Irene, eu lhe vejo como é, não adianta ter a aparência de
uma criança, e a aura de um Bispo Católico!
— Esta me ofendendo!
— Então melhora esta aura, esta cada vez mais negra!
— E você já chegou ao verde, esta clareando, acalmando,
pensei que iria ao lado negro, mas me surpreende!
— Mas Irene, quando vai escolher um caminho novo, não viu
que este caminho não lhe leva a nada!
— Ainda vou voltar a ser alguém respeitada, você me tirou o
respeito, me deve isto!
— Não, quem perdeu o respeito foi você, capaz de aprisionar
o próprio neto!
Caterine chega perto e Peter a beija e vê a cara de revolta de
Ângela, a irmã de Caterine;
— Ela ainda não aceitou? – Peter;
— Não, sabe que teimosia é um dom ou uma praga! – Fala
olhando para Irene;
— Verdade! – Peter se voltou ao caminho e todos foram a sala,
mas antes de chegar a sala, viu algo que quase riu, segurou-se para
não, Ronald estava com as nádegas inchadas e enfaixadas, o que
dava as suas nádegas um volume muito grande, muitos tiravam
sarro, Peter olhou para Sheila que ria, e depois para Caterine e
falou;
— Põem minhas coisas na sala?
— Vai fazer o que?
— Evitar problemas maiores!

495
J.J.Gremmelmaier
Ronald estava ao canto e apenas Carlos estava lá com ele
quando Peter chegou perto;
— Carlos, poderia falar com seu amigo sozinho!
Carlos olha para Ronald e foi a sala;
— O que quer Peter, veio tirar sarro de mim?
— Não, odeio ver as pessoas sendo humilhadas, mesmo sendo
você!
— Eles não estariam se estivesse bem!
— Verdade, estou oferecendo ajuda, mas tem de ver se é
homem para aceitar!
— Soube que ofendeu meu pai, o que esperava com aquilo!
— Se o seu pai se ofendeu, deveria ter ouvido as próprias
palavras, mas com ele me entendo depois!
— Peter, sabe que te odeio!
— Ronald, eu não te odeio, eu lhe apoiei para estar do lado de
Sheila, mas você a quis jogar contra mim, para provar que eu era
um otário, não lhe odeio por isto, e saiba, não fui eu que fiz isto que
sofreu, não gosto de revidar em, desculpe o termo, cachorro morto,
chutar cachorro morto não é meu feitio!
— Esta me ofendendo, se não tivesse como estou, lhe
quebrava!
— Hoje não quebraria, mas – Peter esticou a mão para Ronald,
que demorou para pegar nas mãos do menino – receba isto como
uma mostra de que não lhe quero mal!
Ronald sentiu as dores desaparecerem e as nádegas
desincharem e perguntou;
— O que fez?
Peter não respondeu a pergunta, levantou-se e foi a sala de
aula, sentou-se ao lado de Caterine e começou a assistir a aula,
estava normal as aulas, passaram como se estivessem num tempo
meio lento, Peter parecia aproveitar as coisas diferentes, em ritmo
melhor, sempre tivera de suar mais para entender, parecia que o
ensinar estava mais fácil, as palavras mais fáceis, ele mesmo estava
se admirando com as coisas, mas o que mais o estava atrapalhando
era os próprios sentimentos, e isto ele teria de encarar, não era de
496
J.J.Gremmelmaier
deixar as coisas baratas, mas como não magoar alguém, é fácil ter
um grande amor, mas difícil é ter duas pessoas em mesma
consideração, uma era a magia, outra o amor, os dois juntos lhe
fariam feliz, mas como poderia abrir mão de qualquer um dos dois,
e poder se olhar ao espelho, começava a olhar Caterine ao seu lado
como alguém muito especial, assim como Sheila sentada mais a
frente a sala, duas meninas incríveis, inteligentes, encantadoras,
Peter estava a entrar numa avenida larga, a 100 quilômetros por
horas, mas que acabava em um muro, era como ele sentia-se, o
que faria quando chegasse ao fim da avenida;

Peter e Caterine sentam-se ao refeitório no intervalo e os


demais chegam perguntando as novidades, Robert conta, e vê
Sheila a sentar-se a frente deles e perguntar;
— Existe vaga livre neste clube de crânios?
— Crânios? Acho que estou no lugar errado! – Robert rindo;
Ângela estava ao lado dele, mas não falava com Peter, que
ouviu Caterine falar;
— Sente-se, sabe que este grupo é aberto, não chegamos a
ser um grupo, e sim os desafetos de desafetos de Peter!
Paul riu e olhou para Peter e falou;
— Mas que papo é este, Paula esta de volta?
— Sim, ela voltou a nosso convívio, acho que a tarde tem um
menino novo começando na escola, Fabio!
— E quem é este?
— Difícil de explicar, mas com calma Robert conta!
Robert riu e Sheila olhou para Peter e perguntou;
— Quando vai nos ensinar o que ensinou para Paula?
— Quando resolver acreditar em mim, não adianta comer
chocolate escondido!
— Mas é tão bom! – Sheila;
— Sim, mas são os pesos da magia, eles põem muito açúcar
nisto!
Sheila sorriu e falou;

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J.J.Gremmelmaier
— Como sabe que como Chocolate?
— Para quem não come, sinto até o cheiro dele!
Robert olhou para Peter mais serio e perguntou;
— Não entendi todo aquele poder de sua irmã!
— Como falei para ela, quero ela mestre com oito anos, a
minha idade, uma Mago, então ela é minha esperança de podermos
ter um grupo bom de pessoas evoluindo!
— Não entendi? – Robert;
— Amigo, comparo o tornar-se um Bruxo, como o batismo,
tornar-se um Mestre como a eucaristia, o tornar-se Mago com uma
crisma em fogo, mas como os antigos relatos diziam tudo isto não
adianta se isto morrer com nós, eu a quero como Sacerdotisa da
Magia, pronta a passar isto além, não deixar morrer, isto ela vai
atingir aos 18 ou no máximo 30, eu, talvez nunca chegue!
— Não esta se subestimando? – Sheila;
— Acho que não, mas como a vida é longa, talvez chegue!
— Mas por que não chegaria? – Sheila;
— Sheila, talvez você chegue, mas eu não, qual a diferença?
— Não sei!
— Sou do sexo masculino, a masculinização das religiões foi
parte do perder da magia!
— Esta a dizer que por ser um menino, vai demorar muito
mais? – Caterine;
— Sim, posso ser um bom mestre, até Mago, mas veja, a
magia vem se perdendo, por que ninguém entende que o gerar da
vida em seu ventre, a enche de magia, gerar é como se fosse uma
eucaristia intima, o gerar algo de afeto genético, puro, ou como
alguns dizem, ser mãe!
— Não entendi isto, quer dizer que podemos ser no máximo
Magos? – Robert;
— Amigo, faz mais de mil anos, que o ultimo mago viveu, ser
mago não é pouco, é quase como fazer ressurgir algo, mil anos
depois, mas quero que eu, você, Paul, Call e se puder este novo
menino cheguemos lá, mas gostaria de ver duas Sacerdotisas
surgirem, no mínimo, mas como disse, meu trabalho é com Paula!
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J.J.Gremmelmaier
— Mas não vai me ensinar? – Sheila;
A cara de Caterine foi do sorriso a uma cara feia, e Sheila
ouviu;
— Espero poder ensinar o que sei, não sei ainda quando e
como, mas pretendo!
— Mas quando for uma Sacerdotisa, saberei mais que você?
— Na lógica sim, mas pode ser que saiba menos, mas tenha
um poder mágico maior, ser Sacerdotisa é carregar o peso de
passar a frente uma geração e conhecimento, mas a magia disto é
poderosa!
Robert olha para Peter, não estava feliz com o que ouviu e
indagou;
— Mas os egípcios não tinham Sacerdotes?
— Tinham, mas era uma idéia diferente, sem poder
equiparado, eram quase Magos!
— Esta a dizer que chegaremos a ser mais que eles, mas não
chegaremos ao máximo?
— Robert, isto não é uma disputa, é uma missão, tem de
aceitar que a geração se passa pela mulher, sei que as vezes a
educação deixou isto com um caráter masculino, mas desculpa, a
mulher é que nos leva a barriga e nos gera a vida, esta idéia de
mulher ser inferior, é uma idéia de Israelitas, e que foi passada aos
demais, mas estranho como só se transfere o que quer!
— E isto reduziu a magia? – Caterine;
— Na verdade muita coisa reduziu a magia, a sociedade
moderna reduz o ser humano a maquina, alguns olham os filmes de
Chaplin e ignoram que é igual, as pessoas acordam na hora que não
foram eles que estabeleceram, eles vão a trabalhos repetitivos,
deixam seu suor e dedicação em coisas que não vêem, se
alimentam mal, retornam para casa e dormem, se distraem em suas
casas, casam, procriam e os filhos fazem o mesmo, se contentam
com Tv, um dia de descanso que acabam dedicando em parte as
suas casas, e férias, que a maioria, faz o que é induzindo, nem
idéias próprias têm, com raras exceções, não conhecem vizinhos, os
parentes estão longe, e a cobrança social, reduz as reuniões

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J.J.Gremmelmaier
familiares a cobranças ou demonstrativos financeiros, não mais
família, vão as férias e levam o trabalho, vão a reuniões familiares e
parentes os comparando, cadê a eucaristia, a troca de experiências
e carinho!
— E você vai me ensinar? – Caterine;
— Lógico que vou lhe ensinar! – Peter, acompanhado por duas
caras feias, de Sheila e Ângela, mas de um sorriso que valia muito
para ele, sabia que não tinha sido tão direto quando da pergunta de
Sheila, mas foi mais para assoprar e evitar rixas publicas, mas sabia
que iria ensinar Sheila também;
— Acha que vou me tornar uma Sacerdote?
— Não sei, vai depender de você, não de mim! – Sorri Peter;
— Mas.. – Peter a beija para evitar a comparação, sabia já o
que ela perguntaria, ela viu que ele a olhava;
―Não se compare!‖ – Falou ele na mente da namorada;
Os demais foram entrando a aula, muitos estavam falando da
melhora de Ronald, e este estava a olhar para Peter, ainda queria o
quebrar, tem gente que não aprende, mas enquanto os demais
entraram, Peter olhou para Caterine e falou;
— Esta linda, mas prevejo trovoadas neste sorriso!
— Por que?
— Sabe por que, não vou deixar de ensinar Sheila, e sei que
vai tentar o oposto!
— Mas por que não a deixa seguir o próprio caminho!
— Se tivesse certeza das coisas, deixava, mas não tenho!
— Você ainda gosta dela?
— Sabe a resposta, e sabe que não mentirei, por que faz isto
com você?
Caterine tentou soltar Peter e ele falou;
— Não entendo vocês, sempre cobram sinceridade, mas nunca
estão dispostas a receber a sinceridade que cobram!
— Eu te amo, Peter, mas não sou de ferro, não lhe quero ao
lado dela!
— E não a deixarei longe de mim, sabe disto!

500
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— Não gosto disto, esta ficando encima do muro, não gosto!
— Não estou encima do muro, mas estou de um lado do muro,
que estão vocês duas, ou entende isto, ou teremos um problema
que vai se agravar a cada dia!
— Sabe que ela gosta de você, você gosta dela, o que quer
que fale?
— Não quero que fale, não quero que aceite, mas queria que
entendesse, lhe amo Caterine!
— Não entendo você, diz que me ama, mas não a deixa!
— Também não entendo, acha que sou um expert em
sentimentos, não sou!
— Não vou te dividir com ela!
Peter a abraçou, não sabia ainda o que queria, no intimo
queria algo que não saberia defender, ele queria as duas, cada uma
com sua parte bonita, mas não falaria a Caterine, não a queria
perder;

As aulas da manha se foram, no intervalo do almoço o grupo


sentou junto, Irene queria chegar perto mas não conseguia, sabia
que Peter a mantinha longe, como ela não sabia, mas sabia que o
menino estava a ficar poderoso, sempre lhe atraíra o poder, não
tirava os olhos do grupo, Ronald vê Sheila sentada de frente a Peter
e toma coragem e senta-se ao lado dela, de frente ao menino e
fala;
— Não vai mesmo me perdoar amor?
— Sabe a resposta Ronald, o que espera?
— Que me de uma chance de mostrar que posso ser
diferente!
— Diferente, soube que já bateu no menino novo, filho de um
dos músicos que instalou-se na cidade, esta é a sua forma de
mudar?
— Ele é uma palerma, mereceu a surra!
Peter olha para Caterine;
―Já volto, preciso fazer uma coisa!‖

501
J.J.Gremmelmaier
Peter se levanta e vai ao banheiro do vestiário, lá se depara
com o menino, 15 anos, sentado a um dos cantos e olha para ele e
fala;
— Prazer, Peter!
O menino não falou, viu que era mais um caipira deste fim de
mundo;
―Sou mesmo deste fim de mundo!‖
O menino olha assustado para Peter;
— Você é um dos bruxinho da cidade?
Peter senta-se ao lado e lhe estica a mão, o rapaz sentiu o
choque do toque e o olho desinchou, as costas pararam de doer, e
falou;
— Alguns me chama assim, mas outros apenas de Peter
Carson!
— Meu nome é Ahau Kan Melville!
— Seu pai ou sua mãe escolheram este grande nome?
— Grande nome, sempre tiram sarro de mim, me chamando
de árabe, apanho em todos os lugares!
— Não ligue a ignorância de alguns, mas Ahau Kan é como
denominavam os Sumo Sacerdotes Maias, não é qualquer pai que
tem coragem de dar um nome de tamanho peso a um filho!
— Alguém que sabe o que significa, minha mãe disse que
escolheu muito, mas sempre praguejei meu nome, ele não me
trouxe nada de bom até hoje!
— Nunca deseje a si algo ruim, isto tem mais magia que uma
surra!
— Mas o que fez? Que toque de cura é este?
— Eu sou parte dos Excluídos, um pessoal que aos poucos
esta se situando na escola!
— Não respondeu!
— Verdade, mas um bruxo faz o que, magia!
— Mas pensei que isto não existia?
— Tem coisas que não existem, como lobisomens, mas muitas
coisas existem, entre elas magia!
502
J.J.Gremmelmaier
— Certo, mas quem são estes trogloditas que me bateram?
— Gente rica na cidade, que acha que pode mais que outros,
mas isto vai passar!
— Obrigado, mas será que vai ser sempre assim?
— Não, é só ignorar, eles adoram se mostrar, sei que vai
sofrer, as meninas tendem a chegar em você por seus pais, eles vão
ficar furiosos, mas tem coisa que eles não entendem, respeito é
uma delas!
— E acha isto normal?
— Não sei em outros lugares, mas aqui é normal, e pior, eles
que hoje lhe batem, podem vir a trabalhar para você no futuro, pois
não sabem de nada!
O rapaz sorriu e os dois saíram em direção do Refeitório, Peter
encarou Ronald;
―Covarde, as vezes esqueço que você é bonzinho apenas
quebrado!‖ – Fala Peter na mente de Ronald e estala um dedo, e as
nádegas do rapaz voltam a arder com as queimadura;
Peter apresentou Ahau Kan, e Sheila olhou para ele e falou;
— Um sumo sacerdote, isto esta ficando bom!
O rapaz sorriu, pois não era só Peter que sabia o significado,
embora os demais ficaram voando, para ele já era algo bom,
sentou-se com os Excluídos, algumas meninas da torcida olharam
Sheila falando com o filho de um dos artistas que chegaram a
cidade e se aproximaram, sabiam que na área de Peter os demais
não se meteriam, e entre sorrisos e oferecimentos, Peter estava a
namorar Caterine;

Ronald teve de ir ao banheiro e por novamente as compressas,


isto alimentou a raiva dele, mas não conseguia ver que estava
colhendo os frutos de seus atos, na saída do colégio, se pos a frente
de Peter e falou;
— Quase me enganou com aquela oferta de melhora!
— Era sincero, mas esqueci que 5 aulas já o fez esquecer,
então não merece a cura!
— Bati e vou bater de novo naquele filhinho de musico!
503
J.J.Gremmelmaier
— Cuidado, eles processam de verdade, não ficam com medo
de seu pai, olha que gostaria de ver um deles tirar tudo de seu pai
em indenização, pois queria ver se estes amigos se manteriam!
Ronald encostou Peter a parede com a mão esquerda e falou;
— Acho que vou lhe quebrar de novo!
— Ronald, sinta-se a vontade, a cada ato, perde mais o
respeito dos demais, acha que esta impressionando quem, deve ser
só os seus amigos, não sabia que era homossexual!
— Seu.. – Ronald faz o movimento de quem iria socar e Peter
desvia a cabeça e o rapaz acerta os azulejos as costas, abrindo um
corte em sua mão, e termina gritando de dor, Peter sai de lado e
fala;
— Um dia vai crescer, mas pelo jeito, vai ser da pior forma
possível!
Peter sai pela porta, Michael iria bater nele pelas costas, ele
desvia a cadeira, que se despedaça na coluna do corredor, olha para
o menino e fala;
— Sua sorte é que não estou com vontade de lhe praguejar,
mas se cuida, posso mudar de idéia!
Peter sai pelo portão e vai ao ônibus e Sheila senta-se ao seu
lado;
— E daí, como está Ronald? – Sheila;
— Acho que quebrou um dedo da outra mão, mas pode ser
que tenha sido dois!
— Desta forma ele terá desculpa para não ir a escola!
— Pode ser, não faz falta mesmo!
Sheila sorri e pergunta;
— Quando vamos falar de nós?
— Depende!
— Do que?
— Se for sobre magia, pode ser hoje, se for pessoal, me dá
um tempo!
— Entendi certo, me pediu um tempo?
— Sabe bem o que disse, quer o que?
504
J.J.Gremmelmaier
— Sabe o que quero!
— Não sei, você ainda é uma incógnita para mim, outra coisa,
sua avó ainda é uma ameaça!
— Acha que vai fazer algo?
— Tenho certeza, difícil é saber o que!
— Se lhe perguntasse se me ama, você responderia? – Sheila;
— Não, sabe disto!
Sheila sorriu, ele não mentiria, pensou ela, mas virou-se para
ele e complementou;
— Vamos estudar o que hoje?
— Algumas coisas!
— Algumas?
— Sim, algumas coisas, como lhe ensinar as técnicas de
desenho!
— Vai me ensinar a transpor paredes?
— Sim, transpor, isolar ataques, desfazer encantos em
quantidade, não precisa desfazer um por um, e como trazer as
pessoas a feição normal!
— Impressão ou querendo que saiba o que fazer, se me
deparar com o problema de Los Angeles de novo!
— Sim, acho que você deixou muito a desejar!
Peter olha para os demais e vê o menino da turma de Ronald
entrar no ônibus, onde ele moraria, este vem até o fundo do ônibus
e fala;
— Também pega este ônibus?
— São três, não temos tantos alunos e muito menos ruas para
mais que isto, os outros dois vão no mesmo sentido!
— Como se acostumam em uma cidade tão pequena?
— Eu também estou me re-acostumando, o craque nisto é
Peter mesmo! – Sheila;
— Você também é nova na cidade?
— Mais ou menos, voltei a cidade a pouco tempo!
— Morava onde?

505
J.J.Gremmelmaier
— Los Angeles!
— Também morei lá, mas meus pais tiveram problemas com
um grupo lá, que se diziam mágicos e os demais os acompanharam!
— Sei o que é isto, mas vieram apenas de passagem?
— Parece que sim, o empresário disse que o senhor que
estava processando a banda de meus pais, foram presos e acusados
de magia negra!
— Mas estão ficando onde na cidade?
— Na casa de uma tia, a casa dos Patersons!
— Seus vizinhos! – Falou Peter para Sheila;
— Quase seus, mas então temos de cuidar com ele Peter, o tio
dele é Delegado!
Peter riu e falou;
— Verdade, melhor não bater nele, ouviu Sheila!
O menino riu e o ônibus parou a frente da casa do rapaz, e ele
perguntou;
— Não gostariam de entrar?
Os dois se olharam e desceram juntos, os poucos que ainda
estavam no ônibus, repararam que provavelmente os Excluídos
estavam a aumentar de tamanho;
Ahau Kan entrou e casa e falou;
— Mãe, trouxe uns amigos novos, onde esta o pai!
— Tocando na garagem, mas quem trás com você!
— Nossa vizinha direta, Sheila Jones e Peter Carson!
— Sejam bem vindos, não estranhem a bagunça, ainda não
pusemos as coisas no lugar!
O Delegado entra na sala e Peter fala;
— Boa Noite Delegado!
— Boa noite Carson, como foi em Los Angeles?
— Preso pelo FBI e depois pela CIA, para averiguações, mas
livre de acusações!
— Soube que trouxe um ex investigador do FBI a cidade,
algum problema?

506
J.J.Gremmelmaier
— Não, um amigo querendo recomeçar a vida!
— Algum problemático?
— Não, ele que tirou o pessoal do FBI aquele dia que o
Exercito veio em peso, o afastaram por isto!
— Entendi, o deve um recomeço!
— Mas não sou bom nisto, e como foi o feriado na cidade?
— Nunca tivemos um fim de semanas deste, 16 mil turistas
em um fim de semana, batemos os últimos 10 anos em um fim de
semana!
— Sabe que vai acalmar com o tempo, agora é novidade!
— Ouvi dizer que comprou 4 terrenos e vai construir 4 postos
de gasolina, acha que a cidade comporta?
— Hoje não, dentro de um ano, sim!
— Sabe que tem gente que vai reclamar!
— Gente que queria que as coisas ficassem como eram, a
maioria trabalhando para duas pessoas na cidade!
— Verdade, conheceu meu sobrinho!
— Sim, tem de fazer alguma coisa, foi o saco de pancada de
Ronald do dia!
— Sabe que torço que seus postos estejam prontos, não vejo
a hora do pai dele não ser tão necessário na cidade!
Peter sorri e olha para a senhora e pergunta;
— Boa Noite, foi a senhora que escolheu o nome de seu filho?
— Sim, mas ele sofre por isto, as vezes penso em mudar o
nome dele!
— Eu acho um grande nome, Peter todos podem chamar,
Ahau Kan, poucos!
— Mas Ahau, sofre um pouco!
— Entendo, mas não deixa de ser um nome poderoso, mesmo
que cobre o seu preço!
A senhora olha para o filho e pergunta;
— Que historia é esta de ter brigado na escola?
— Apanhado, a senhora quer dizer!

507
J.J.Gremmelmaier
— Não parece ter apanhado!
Ahau Kan sorriu e convidou os dois a subirem, entraram no
quarto do menino, violão de um lado, bateria de outro, flauta de
outro, guitarra ao lado do baixo, o menino sentou-se a cama e Peter
sentou-se em uma cadeira e Sheila em uma poltrona;
— O que fazem nesta cidade para se divertir?
Sheila olha para o menino e fala;
— Peter consegue inimigos a cada dia, então estou a poucas
semanas na cidade, foi CIA, Exercito Americano, Iraquiano,
Israelense, guarda Suíça do Papa, e os homens de um príncipe da
Arábia Saudita, ele não deixa as coisas se tornarem monótonas!
O menino olha para Peter ;
— Falando serio, o que fazem?
— Não tem muito o que fazer, banho de rio, passeio na praça,
as vezes vamos a enseada de algum rio, mas no geral é tudo igual!
— E como agüenta, tem quantos anos?
— 13, todos passados nesta grande cidade de 800 habitantes!
— Esta a dizer que a cidade inteira tem 800 habitantes?
— Sim!
— O condomínio que morava em Dallas tinha mais de 2 mil!
— Vai estranhar, mas pelo que falou não vai ficar muito
tempo!
— Eu acho que não, meu pai veio conhecer alguém com o seu
sobrenome, Carson, mas por que não sei!
— E o que ele quer com este Carson?
— Dizem que é um bruxo, sei que me mostrou aquele toque,
senti, mas aquilo não deve ter sido bruxaria, por mais que me tenha
impressionado naquela hora!
Peter ia falar quando um senhor entrou pela porta e Ahau Kan
falou;
— Pai, este é Peter Carson, e a menina Sheila James!
— Prazer, Hom Mel, pai de Ahau!
— Prazer!

508
J.J.Gremmelmaier
— Desculpa interromper filho, mas o seu tio falou que Peter
estava em pessoa em seu quarto não resisti!
Peter olha o senhor e pensa de onde vem a bomba;
— Desculpe menino, mas sou fã de magia a muitos anos, e o
que me trouxe a este fim de mundo, desculpe, a sua cidade, foi
uma historia antiga, achei que o acharia em Los Angeles, mas lá só
achei pessoas que parecem não querer bem vocês, os Carson, daí
começamos a procurar, fomos a Dallas, depois a Durango, depois a
Cortez, Kaventa, Page, e de lá uma fonte nos indicou Comptche,
juro que pensei em um lugar maior que este!
— Mas que historia antiga?
— Dizem que um dia, a 13 anos, nasceram 3 crianças
especiais neste planeta, cheguei em Durango a procura de uma
destas crianças, uma descendente Navajo, mas dizem que o exercito
a deteve a dois anos e não sabem dela, uma menina de sua idade,
tem um menino no novo México, sobrenome Fernandez, e um
Carson, mas difícil é achar o certo, tem muita gente por ai com
sobrenomes iguais!
— Não entendi ainda?
— Dizem que a 13 anos, numa conjunção correta de planetas,
nasceria o ser de numero 7 bilhões, mas acontece que 3 crianças
nasceram no mesmo segundo, dividindo a inteligência, poder e
conhecimentos, estas 3 crianças seriam o recomeçar de uma nova
era!
— E acha que sou uma delas?
— Pelo que ouvi, tenho certeza que é uma delas!
— E de onde vem esta lenda?
— Dizem que existe uma crença Navajo que os 3 seriam o
recomeço de um mundo, a pedra de uma existência, na cultura
Escandinava, previram a vinda, mas não a divisão em 3, e na cultura
dos povos do Pacifico, eles não sabiam por onde viria, mas previram
que a magia desta vinda, seria um recomeço, o fim da era dos
Maias, mal traduzida, como fim do mundo, eles estavam falando de
recomeço, um novo começo de era!
— E por que acha que seria eu?

509
J.J.Gremmelmaier
Ahau Kan olhava para o pai descrente, recém achara amigos e
ele já os bombardeava com uma historia destas, sabia que o menino
sabia uns truques, mas recomeço de era, até mesmo para deus era
muito;
Peter olha para Ahau Kan, pensa em responder as duvidas que
ele pensara, muda de idéia e espera o senhor responder!
— Meu cunhado falou que deteve sozinho uma investida de
um exercito sobre a cidade, fiquei pensando no que me falaram que
o mesmo exercito tinha levado a menina Navajo, pode ser que ela
não achasse que eram uma ameaça, ou não tivesse o seu
entendimento, mas todos na cidade lhe chamam de bruxo!
Peter olha para Sheila e fala;
— Senhor Melville, em cidades pequenas falam de mais, eu e
Sheila desde pequenos somos os bruxinhos da cidade, mas não
acredito que sejamos tudo o que as pessoas falam!
— Se for um por cento do que eles falam menino,
considerando todo o resto aumento, seria o maior bruxo que já ouvi
falar!
Peter viu que o senhor não se contentaria com uma saída pela
tangente e pergunta;
— Certo senhor, mas o que pretende nos achando?
— Inspiração, conhecimento, pois sei que magia não me é
parte, tenho de acreditar que tudo que cantei nos últimos anos, tem
algo de verdade!
— Senhor, magia não tem verdade ou mentira, ela apenas
existe, não existe a parte mal da magia, isto quer dizer, as pessoas
perdem a vontade de seguir, eles gostariam de algo do mal, algo
que os desse fama, magia não tem isto, é pureza, e isto não vende
Cds!
— Mas então é o bruxinho dos Carson?
— Não vai se contentar com escapes, já vi, mas nada que lhe
ofereça, vai lhe contentar!
— Quer dizer que não desaparece, não faz dinheiro e nem dá
dons a ninguém?
— Não, magia é trabalho, é dedicação de uma vida!
510
J.J.Gremmelmaier
— Entendi, mas não parece ter vivido muito!
— O senhor já escapou do Pentágono alguma vez?
— Não!
— Já encarou de frente os agentes da Inteligência de Israel?
— Também não!
— Eu vivi isto no ultimo mês, então sei que aprendi muito, nos
desafios recentes, entre eles, as leis de deus, as pessoas confundem
isto, primeiro, deus não tem sexo, energia não se define por sexo,
pode ter carga positiva e negativa, mas tudo em um único ser, as
leis de deus não são para religiões, e sim para o homem conseguir
fazer as obras de deus, e ver deus, em si, deus não acha que árabes
são melhores que Judeus, e muito menos que budistas são
melhores que cristãos, fé é importante, mas poucos tem fé
suficiente para ter um contato com deus!
Ahau Kan olhava aquilo descrente, e ouviu seu pai falar;
— Mas por que diz que deus não tem sexo!
— Senhor, deus é mais do que um ser humanóide, quando se
fala em deus, fala-se em um ser que escreve cadeias genéticas,
criando um complexo de existências, com a mesma matriz, não
somos diferentes na matriz de muitos seres no planeta, isto nos
torna parentes distantes destes seres, deus nos fez diferente, mas
isto, tem de se explicar com calma! Se quiser amanha falamos, hoje
estou cansado para falar disto!
— Desculpe, estou atrapalhando o entrosamento de meu filho,
que esta odiando isto tudo!
— Pelo jeito o senhor também!
— Confesso que me sinto melhor no tumultuo, o que o
delegado chamou da agitação, achei que estava em um dia de
segunda, na Broadway!
— Entendo, mas conversamos com mais calma amanha!
O senhor se retirou e Sheila falou;
— Por que demorou tanto para o por para fora?
Ahau Kan riu e falou;
— Pelo jeito acham mesmo que é um bruxo?

511
J.J.Gremmelmaier
— Eu e Sheila, quando criança, nos vestíamos de bruxinhos,
estávamos em todas as festas de bruxos, isto nos garantiu os
apelidos!
— Mas pelo jeito estudou muito para assumir este papel?
— Sim, as pessoas não gostam de se decepcionar, quando
procuram algo, acham que é obrigação dos demais satisfazerem o
que querem, e na verdade, me omiti por anos, até Sheila voltar a
cidade!
Ahau Kan olha para a menina e pergunta;
— Desculpa a intimidade, mas perguntei para alguns, e me
disseram que não tem namorado, como alguém bonita assim não
tem namorado?
Peter riu e ela bradou;
— A culpa é deste ai, um bruxo e 10 pretendentes, fica difícil!
Ahau Kan olhou para Peter e perguntou;
— O que ela quis dizer com isto?
— Nada, ela namorava o Ronald, conheceu ele hoje!
— Sim, conheci ele hoje, mas o que alguém bonita assim fazia
com um troglodita daqueles!
— Obrigado pelo bonita, mas as vezes tentamos nos enturmar,
e fazemos burrice, acontece!
O menino olha para Peter e fala;
— Pelo menos a cidade tem meninas bonitas, reparei em sua
namorada!
Peter viu que o menino iria entrar em encrencas uma atrás da
outra, mas quem era ele para palpitar em algo, e falou olhando para
Sheila;
— Sou um cara de sorte!
— E vocês dois, andam sempre juntos?
— Desde os 5 anos! – Sheila;
— Amigos de infância, sabe que bem queria ter amigos de
infância, esta historia de pais músicos, já morei em 22 estados
americanos, mais na Inglaterra, França, Espanha, Itália, dois meses
no Egito, e quase um ano no Brasil!

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J.J.Gremmelmaier
— Então é alguém que conheceu o mundo? – Sheila;
— Sim!
— Para alguém com 15 anos, não teve parada em lugar
algum?
— Não, o ano que paramos no Brasil, foi o mais longo tempo
em contato com um grupo de amigos, embora me batia com o
Português, quando estava quase acostumando, mudamos!
Peter riu, e falou;
— Obrigado por ter-nos apresentado sua família, nos vemos
amanha na escola!
— Mas já vamos? – Sheila;
— Eu vou, se quiser ficar?
— Não, temos de falar, acha que vai se livrar fácil de mim
hoje?
Ahau Kan sorriu, os acompanhou até a porta, e viu os dois
andarem pouco mais de 100 metros e entrarem na casa pouco a
frente, mediu a casa dos pais da menina e ficou a pensar que
deveriam ser dos ricos da região;
Peter foi andando e Sheila o acompanhando;
— Acha que vou lhe deixar escapar?
— Não entendeu, não tenho como escapar, mas tenho de
achar uma saída!
— Não entendi?
Peter foi calado, ajudou a sua mãe na cozinha, usando a
disponibilidade de Sheila, e depois subiu ao quarto que agora era de
Pity, o antigo sótão, deram de comer para ela, Sheila sentiu ciúmes
da forma que Pity não tinha vergonha de Peter, mas depois se
inteirou que ela deveria estar próxima dos 23 anos, bem mais velha
que ele, relaxou um pouco e depois o acompanhou ao quarto de
Paula, que sorriu ao ver o irmão entrando junto com Sheila;
— Como esta minha irmã, comendo direito?
— Mais ou menos, vai mesmo dormir na sala?
— Não, vou dormir no seu quarto!
— De jeito nenhum, você ronca!

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J.J.Gremmelmaier
Peter chega a uma parede e traça uma porta e fala;
— Agora durmo em seu quarto, tem de ver que meu quarto
esta ocupado com Romer e Fabio!
— Não entendi esta idéia ainda?
— Irmã, tem de se tornar uma Mestra, nada melhor do que
começar com alguém que não sabe nada, como Romer, sabe bem
que se ele chegar a um médio Bruxo, só vai faltar ler as leis!
— Entendi, mas ele é velho, acha que aprende?
— Você consegue, e aproveita e continua a ensinar Fabio!
— Sabe que ele é bonitinho, pena que é tão mais velho!
— Verdade, tem o dobro de sua idade atual! – Peter;
— Engraçado, acha que vou ser sempre criança?
— Não, mas não a quero desviando os pensamentos agora,
não para isto!
— Vou pensar em seu caso!
Peter sorriu e abriu a porta para o quarto em uma peça que
não existia, um mundo sobre o outro e fez sinal para Sheila entrar,
ela entrou e Peter fechou a porta por trás deles, sentou-se a uma
cama, em um quarto imenso, de frente ao mar ao fundo, Sheila
olhou aquilo e falou;
— Estamos onde?
— Meu quarto, dividi com Paula quando vivi com meu pai,
para não a deixar triste, mas esta diante da Enseada do Navarro!
Sheila olha para Peter serio e fala;
— Vai mesmo continuar a namorar Caterine!
— Tem duvida por quê?
— Sinto que esta ficando mais maleável!
— Sei disto, e não tenho o que fazer, mas amo aquela menina,
tem de saber disto!
— Me falar quase como se desculpando!
— Sheila, vou lhe explicar algo que não sabe! – Fez um sinal
para uma poltrona de frente para a cama. – Sente-se, temos de
conversar!
— O que esta acontecendo?
514
J.J.Gremmelmaier
— Primeiro quero lhe ensinar, é serio que quero lhe fazer uma
Sacerdotisa de Magos, este cargo nunca existiu entre os humanos,
os homens sempre se impuseram pela força física, mas para isto
teremos de treinar muito, este quarto é bom para isto, um dia aqui
dentro, é 15 minutos lá fora, podemos treinar dias, foi assim que
consegui fazer minha irmã evoluir e retornar, cada dia virando 96
dias, ela evoluiu mais de um ano, em poucos dias!
— Esta a dizer que estamos fora do tempo normal?
— Sim, é só olhar as gaivotas ao fundo, estão quase paradas
ao ar!
Sheila olha para ele e fala;
— Mas então pretende me ensinar, mas sabe que não quero
só isto!
— Este é um assunto mais complicado, quero que seja sincera,
o que quer de verdade?
Sheila vê os olhos de Peter a olhar os seus, e fala;
— Desculpe falar assim, Peter, mas você é e sempre vai ser
meu bruxinho!
— Mas o que quer dizer com isto?
— Que demorei entender que lhe amava, que você que me
fizera voltar, que é minha parte mais bonita!
— E?
— Eu te amo, o que quer saber?
— Se um dia lhe disser que lhe amo, isto não vai mudar, lhe
beijei num dia, você terminou o dia nos braços de Ronald!
— Acha que vou lhe deixar, isto lhe põem na defesa, seria
isto?
— Não, mas preciso saber!
Sheila senta-se ao lado dele a cama, passa a mão em seu
rosto e fala;
— Eu lhe amo, meu bruxinho! – Sheila o beijou, e sentiu que
ele não recuou e isto a deixou inquieta;
— Por que sinto como se estivesse me escondendo algo?

515
J.J.Gremmelmaier
— Sheila, meu medo é que sei que as coisas vão mudar, vão
sair do controle!
— Você desenhou isto?
— Não, os desenhos pegaram fogo, aquilo é passado!
— Do que esta falando?
— Lembra quando eu desfiz o pacto?
— Sim, me sinto perdida depois disto!
— Minha irmã esta revertendo isto, e vai ficar fora de controle!
— Não entendi?
— Quando eu desfiz o pacto, para lhe manter protegida de
qualquer mal, implantei o pacto em uma roseira vermelha, o
símbolo do que sentia por você, quando você procurou minha irmã,
ela lhe serviu pétalas com mel, o que lhe ligou a mim de novo, mas
Paula quando em minha magia, plantou mudas de rosa vermelha
em minha magia, de dentro para fora, de uma forma que não tenho
como tirar, então você vai crescer dentro de mim, como uma rosa,
linda ao olhar, ao tato, ao cheiro, mas com todos os espinhos que
isto poderia fazer neste momento em minha vida!
— Esta a dizer que Paula me uniu a você, de uma forma que
não tem como reverter?
— Sim!
— Amo esta sua irmã!
— Pode a amar, mas tem um problema, e falei qual é!
— Não entendi, você vai se apaixonar por mim, que problema
eu teria?
— Bem possessiva, nem aconteceu e já quer tomar posse!
— Desculpa, não quis parecer que não era bom, mas você
disse ter um problema!
— Tem, eu amo Caterine, e isto quer dizer, a plantação vai
criar um problema maior, você a apresentou as Rosas vermelhas,
que ela comeu, a irmã dela comeu, magia da pior espécie, plantadas
em minha magia, o amor por Caterine vai crescer, mas já é forte o
sentimento por ela, sabe que a amo, mas vai aumentar o amor por
você, espero que Ângela não tenha comido muitas pétalas de rosa!

516
J.J.Gremmelmaier
— Esta a dizer que quando ofereci a proteção contra minha
avó, ignorando a plantação de Paula, aproximei você de Caterine,
embora já estivessem juntos, mas criei algo impensado entre você e
Ângela, namorada do meu irmão!
— Sim, mas isto vai gerar ciúmes, acho que posso reverter
pois ela ama seu irmão, é fácil e até você consegue, mas você e
Caterine, não sei como lidar, duas pessoas, dois amores, dois
mundos que me atraem, sendo atraídos para mim, mas o que Paula
fez, vai me ligar a você e ela, como era nosso pacto de sangue, vou
sentir você e ela, assim como vão me sentir, isto no máximo em 2
semanas a mais!
— Já falou isto para ela?
— Nem sei por onde começar, você se bate para aceitar ela,
mesmo sabendo de tudo, ela, não vai querer saber, mas é covardia,
ela vai ser atraída para isto da mesma forma, não acho justo!
— Qualquer um aceitaria a incumbência de duas namoradas,
mas esqueço que falamos de Peter Carson!
— Não tira sarro, é serio!
Peter abre a porta do quarto, sente o ar gelado vindo do mar,
mas senta-se para fora, olhando o mar;
— Mas acha que ela não aceitaria você comigo?
— Ela não aceitaria, com o tempo, eu não vou conseguir
aceitar isto, vou querer as duas, estou sendo sincero antes de
acontecer, depois, não sei onde isto vai acabar!
Sheila olha o menino de sua vida a olhar o mar ao fundo,
alguém especial, que mesmo tendo tudo ao seu favor, joga limpo,
entende o que ele fala, agora entendia por que achava que a cada
dia estava sentido ele mais, desde que Paula sumiu, ela estava
jogando ele no caminho que achava correto, não entendera por que,
mas perguntaria o motivo, a menina estava a pensar em algo a
frente, olha para Peter e fala;
— Mas estaremos ligados novamente, mas eu sentirei
Caterine?
— Não sei, Paula não fala sobre isto comigo, ela parece querer
algo que não sei se entendi, não tenho certeza!

517
J.J.Gremmelmaier
— O que seria?
— Sua avó estava a mexer com os sentimentos das pessoas
perto de mim, para gerar ciúmes, ódio, e brigas, Paula sempre me
teve como irmão, mas sabia que estava sobre influencia, o feitiço do
ciúmes, pode ser aplicado a pais, mães e irmãos, e estes são os
mais violentos, geram uma sensação de posse, as pessoas
estranham quando isto acontece, a resposta a isto, feitiço de
reversão, proporcionar ao irmão ou irmã, um amor verdadeiro, isto
quebra os demais feitiços!
— Lembro que ela me disse, que não sabia o que você via em
mim!
Peter olha para Sheila e fala;
— Mas o problema não seria serio, seria reversível, se no dia
que você disse para Caterine comprar as rosas para o feitiço de
aguçar os sentidos, ela tivesse encontrado rosas no mercado, mas
não achou, ela lembrou da roseira que minha mãe tinha em casa,
roseira que eu mesmo plantei, com a rosa que desfez o nosso pacto,
roseira que Paula havia lhe dado as folhas para aguçar seus
sentidos, já pensando em iniciar o restaurar do pacto, e pegou duas
rosas com minha mãe e foi para casa, fazer o feitiço!
— Esta a dizer que ela fez o feitiço com as minhas rosas, isto
que esta confundindo tudo?
— Sim, Paula iria plantar uma muda, no dia que foi baleada,
tinha um botão no bolso, e apreendi ela com o botão no bolso em
minha magia, e lá, ela o plantou, e gerou uma leva de 12 canteiros
de rosas vermelhas, em minha magia, você uniu-se na magia a
Caterine, por isto se apoiaram com tanta facilidade, foram a Los
Angeles, agiram aqui juntas, e mesmo tendo ciúmes uma da outra,
não estão brigando!
— E Ângela?
— Um feitiço igual, com uma rosa branca desfaz o efeito, isto
é fácil, pois como disse, ela ama seu irmão, mas ela esta sentindo
ciúmes, ainda não entende o que sente, melhor me ajudar com isto!
— Ajudo, uma já é demais, mas não respondeu se vou sentir
Caterine?

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J.J.Gremmelmaier
— Não sei, mas pode ser que sim, mas estarei cada vez mais
dentro dos pensamentos de você e dela, você estava acostumada,
será que ela vai achar o que você achava, que eu estava invadindo?
— Provável, mas os meus pode invadir quando quiser!
Sheila passa a palma da mão no rosto de Peter e o beija
novamente, estava a avançar um sinal numa hora que sabia que
Peter estava confuso, sabia que estava a tomar na marra um lugar,
ele olhou nos olhos negros dela e falou;
— Ainda me sinto mal com isto!
Sheila o beijou e falou;
— Vamos dar um jeito, mas pensei que me chamaria para me
afastar de vez, e vem com esta maluquice!
— Queria que soubesse, não estou longe por que quero,
pense que cada dia que Paula passou dentro de minha magia, foram
equivalentes a 96 dias, então dá para imaginar o quanto as roseiras
devem ter crescido no ultimo dia, mas não quero magoar Caterine!
— Peter, o menino que não sabe mentir, se depara com um
problema, o que vai falar se ela lhe perguntar se me ama?
— O mesmo que falei para você!
— Mas para mim, foi um elogio, para ela, será um sinal de
traição!
— Exato! – Fala Peter desviando o olhar ao mar ao fundo;
— Eu te ajudo! – Fala sorrindo Sheila, embora ainda não
parara para pensar no problema, mas vê Peter entrar e fechar a
porta, e olhar para ela, antes de pegar o caderno. – Tem de explicar
isto ao seu irmão!
— Explico!
Peter abre o caderno, e começa falar da magia de transpor o
papel, explica cada detalhe e põem a menina a praticar, ela fica a
treinar um bocado de tempo, e adormece em seu braço, os dois
dormem, Peter acorda depois de um tempo, a cobre e deita no sofá,
e pega no sono, estavam nos primeiros 15 minutos, ela acorda
depois de uma noite de sono, olha para fora e vê ainda tudo escuro,
e o acorda, ele a vê ir ao banheiro, ela tomou o banho de porta
aberta, queria que ele a olhasse, obvio que ele olhou, mas ainda
519
J.J.Gremmelmaier
estava sedo para transpor esta barreira, ela veio enrolada na toalha
e deitou sobre ele no sofá, os corpos se tocaram, ele sabia onde
poderia se complicar, a beijou, e depois falou;
— Vamos aos próximos 15 minutos?
— Sabe que eu perderia um dia inteiro aqui com você! – Fala
ela ficando de pé, e o puxando para ela, o forçando ficar de pé,
quando ele lhe abraçou, a toalha escorreu pelo corpo da menina,
deixando o corpo dela nu, encostado no dele, ele sorriu, lhe beijou e
falou em seu ouvido;
— Sabe que não sou apressado, cada coisa ao seu momento!
– Peter a beija o pescoço e os lábios;
Sheila o vê afastar-se, entrar no banheiro e pegar a roupa
dela, alcançar a ela e falar;
— Melhor não irmos tão depressa!
Sheila fez um bico de quem queria mais, mas vestiu a roupa,
ele a olhou vestindo a roupa, não tirou os olhos dela, e falou;
— Qual a lição de hoje?
— Alto controle! – Riu Peter;
— Não teve graça!
— Acha que é fácil te dizer não, Sheila!
Ela sorriu e sentou-se a cama, os dois falaram de magias,
proteções, e treinaram um pouco o grego da moça, leram algumas
coisas no livro da vida, ela praticou algumas coisas, e novamente,
dormiram um no braço do outro, desta vez Peter não foi deitar no
sofá, ficou ali, não estava achando certo, mas o que fazer, sabia
bem que negar isto lhe faria mais mal que assumir, e mesmo assim,
estava arrastando os minutos, que duravam dias, para poder
pensar;
Sheila acorda e olha para Peter, não era como outros
namorados, quantas vezes foi além do que queria para agradar
alguém, quantas vezes se deixou levar por garotos, quantos teriam
ido mais longe, este aos seus braços, alguém que a surpreendia
pela simplicidade, pela forma de ser, de sentir, mesmo ela tentando
mais, ele ainda estava segurando as pontas, mas não facilitaria, não
o queria perder, olhou o relógio a parede, como poderia ele criar um
520
J.J.Gremmelmaier
lugar assim, viver dentro de si, de seu poder, o tempo se arrastava,
não passara ainda os 30 minutos do relógio, e estava ali a dois dias,
prestes a entrar no terceiro, olhava Peter quando ele abriu os olhos,
e a olhou aos olhos;
— Dormia como um anjo! – Sorri Sheila;
— Não me sinto um anjo, na verdade nunca acreditei em
anjos, mas estou precisando de um banho, pronta para mais?
— Você não cansa?
— Sheila, não passou meia hora, tá fazendo corpo mole? –
Peter rindo;
— Quando disse que iria me ensinar, pense em me divertir um
pouco!
— Ainda sou virgem, sabe disto, vai ter que ter calma!
— Não tem vergonha de dizer que é virgem?
— Vergonha, não aconteceu ainda, as pessoas falam muito em
sexo, quem dera elas fizessem tanto sexo quanto falam!
— E vai resistir a mim até quando?
— Não tenho esta resposta, sabe disto!
Peter levanta-se e vai tomar um banho, Sheila espia o menino,
magro, puro osso e fala;
— Pelo jeito esta se alimentando de pouco carboidrato!
— Quer me deixar tomar banho tranqüilo?
Sheila sorriu e abriu o livro da Vida, enquanto Peter tomava
um banho, ela lia algumas coisas, a linguagem cursiva a pena, as
vezes a confundia, mas estava a se esforçar, Peter a estava
apresentando as leis de deus, uma aula mais parecida com física
quântica que com magia, mas Peter dizia que tudo era o mesmo,
pontos de vista diferentes sobre o mesmo assunto;

Faziam 45 minutos que haviam entrado pela porta quando


Peter sai com Sheila pela porta e Sheila olha para Paula e fala;
— Obrigada!
— Sabe que me defendo, cunhadinha, apenas não abusa dele!
— Vou tentar, sabe a confusão que ele se meteu?
521
J.J.Gremmelmaier
Paula olha Peter e fala;
— Sei, mas ele tem de se preparar para isto também!
— Se vingando? – Peter;
— Não, você me faz evoluir, forço você também a evoluir!
Sheila sorri e os dois saem pela porta, Mari vê o filho se
despedir dela e fala;
— Falou para ela?
— Sim, não tinha como não, amanha é que vem o difícil!
Mari abraça o filho e fala;
— Nem tive como lhe agradecer por Paula!
— Mãe, não tem de agradecer, sabe que faria, não esperava
menos!
— Mas obrigada, a alegria voltou a casa!
— E como estão meus convidados?
— Bem, o senhor esta cuidando bem do menino!
— Devem estar estranhando um pouco?
— E quem não estranha, esta casa é de malucos! – Mari;
Peter olha para a mãe e fala, já no primeiro degrau da escada;
— As vezes tem de bloquear os pensamentos mãe! – Ri Peter
subindo a escada;
Mari olha o filho a subir a escada;

Sheila passa em casa, e fala;


— Robert, vamos sair!
— Vamos onde?
— Ver sua namorada!
— Por que?
— Por que fiz besteira, e preciso consertar, e aproveito para
falar com Caterine!
— Não entendo ainda a ligação de vocês!
— Eu não entendia, mas começo a entender!

522
J.J.Gremmelmaier
Os dois saem a andar, eram 5 quadras, Sheila pega uma
pétala nova de rosa branca, ao passar pela casa dos Paterson,
Roberto estava a olhar a irmã distante e perguntou;
— O que aconteceu?
— Ainda nada, mas tenho de quebrar um encanto!
— Que encanto?
— Da rosa vermelha!
— Mas ele só acentua a percepção!
— Mas feito com uma rosa plantada para alguém, em
segurança, e este plantado diretamente na magia de alguém, pode
fazer coisas incrivelmente complicadas!
— Não entendi!
Os dois batem a porta e Caterine olha Sheila e pergunta;
— O que veio fazer aqui?
— Precisamos conversar!
Sheila olha para Robert e fala;
— Esta é para sua namorada! – Estica um pote de mel
silvestre, olhando para o irmão que apenas os pega e segue a sala,
onde Ângela estava;
— O que os irmãos vêem fazer em minha casa?
— Vim lhe ver, ela quer falar com sua irmã!
— E esta rosa?
— Não entendi, mas tem um prato?
A menina pega um prato para Robert na cozinha e ele a seca
com um toque, e põem um pouco de mel e dá para Ângela;
— Por que disto?
— Não entendi, mas tem algo a ver com um feitiço anterior,
com uma rosa vermelha!
— Não entendi?
— Nem eu, mas minha irmã esta estranha, mas não custa
ouvir de vez em quando!
Os dois sentam-se a sala, a mãe da menina chegou logo
depois;

523
J.J.Gremmelmaier

Sheila olha para Caterine e fala;


— Preciso lhe falar uma coisa!
— O que?
— Este negocio de magia esta fora do controle!
— Não entendi!
Sheila senta-se a uma cadeira ao quarto de Caterine, e a
mesma senta-se a cama;
— Peter não sabe que estou aqui, primeiro, ele queria lhe
contar isto!
— Contar o que, vocês estão juntos?
— Calma menina, não é sobre isto!
— Certo, sobre o que é?
— Lembra de quando pedi para fazer o feitiço da rosa
vermelha, para proteger sua irmã?
— Sim!
— Não era para ter pedido as rosas para Mari, aquelas
roseiras são de Peter, e ele plantou para minha proteção!
— Mas não encontrei no mercado, nem na loja da Madalena!
O que fizemos que esta lhe preocupando!
— Uma seqüência de coisas, assim como você comeu parte
das pétalas, sua irmã comeu parte das pétalas, o que tive de pedir
para Robert quebrar o feitiço com sua irmã, não quer a irmã como
concorrente, ou quer?
— Quer dizer que ela estava se interessando cada vez mais,
por isto a agressividade estava se tornando criticas pessoais, mas
diretas!
— Sim, mas assim como ela uniria ela com ele, vai lhe ligar a
ele, mas através das minhas rosas vermelhas!
— O que quer dizer?
— Peter me disse que a tendência é ele sentir-se atraído por
mim, pois além de tudo isto, Paula fez uma plantação destas
roseiras no mundo dele, onde ela ficou estes dias, sei que é
complicado, mas queria jogar limpo, mas não vai ser legal!
524
J.J.Gremmelmaier
— Esta a dizer que por ser suas rosas, aquela magia vai os
aproximar, vai me aproximar, e quem mais?
— Esta é uma magia de proteção de amor, mas se ele não
sentisse nada, nada aconteceria, assim como você, se nada sentisse
por ele, teríamos como quebrar, mas quando tem sentimento real,
aproxima, você dele, ele de mim, e – Sheila pensa na frase, engole
seco e termina — eu de você!
— Esta a dizer que construímos uma relação a três, e como
desfaz?
— Peter esta tentando, mas não vai ser fácil para ele!
— Esta a dizer que embora ele me ame, vai ser atraído a você,
você fez de propósito!
— Cati, eu não tinha como saber que pegaria minhas rosas,
para isto!
Caterine olha para a menina e meio desconfiada pergunta;
— E o que quis dizer com você de mim?
— Você comeu minhas pétalas de rosa, banhadas ao mel
silvestre, isto é feitiço de namoro, paixão, espero que não aconteça!
Caterine engoliu seco;
— Esta a dizer que enquanto ele for atraído para você, você
sentira atração por mim, credo!
— Sei disto, não pense que estou gostando disto!
— E por que esta me contando?
— Por que se algo acontecer, estará pronta a não dar chance,
quando se esta preparado para algo, se tem como evitar, por isto
estou lhe contando!
— Mas não teria como reverter? O seu caso?
— Melhor não, embora pareça estranho, o reverso desata
amores internos, e não quero neste ponto me sentir mais
apaixonada por Peter do que já estou!
— Pensei que o amava?
— Amo, mas de que me adianta o ter assim!
— Tudo, ele seria seu!

525
J.J.Gremmelmaier
— Pensando friamente, é verdade, mas acho que não estou
mais pensando tão friamente!
Caterine recuou na cama;
— Calma, o meu amor por ele pode vencer o que a magia vai
fazer, mas estou preocupado com ele, sei que mesmo negando, ele
me ama um pouco, isto vai deixar as coisas difíceis para ele, sei que
ele lhe ama, mas a noção de amor dele, sempre foi mais ampla que
a minha!
— Acha que ele vai se apaixonar pelas duas?
— Não, ele já é caído por você, mas pode ser que isto
desenvolva dentro dele um segundo amor!
— Fala isto como se fosse natural?
— Caterine, não posso dizer que não espero que isto aconteça,
estaria mentindo, mas me preocupo com ele, eu e você nos viramos,
mas ele, como vai ficar no meio desta disputa interna, sabe que
ambas podemos o perder assim!
— Como assim?
— Ele é especial, o problema que vejo, é que ele vai tentar
não lhe ferir, e isto o afasta de mim no começo, mas com o tempo,
vai crescer dentro dele, e para não lhe magoar, talvez ele não
escolha nenhuma das duas, para evitar magoar alguém, ele prefere
sofrer sozinho a deixar as coisas no meio do caminho!
— Não sei se ele faria assim?
— Mas não custa ficar de olho, e tinha de lhe falar!
— Acha que isto vai acontecer a partir de quando?
— Já esta acontecendo!
— Mas Peter não aparentou nada!
— Ele vai segurar-se, acha que vai sair por ai lhe magoando!
— Não sei, você sempre o tirou do serio!
— Caterine, nem que ficasse nua a frente dele, ele lhe trairia
friamente!
— Fala como se tivesse feito!
Sheila olha para Caterine com malicia, e termina;

526
J.J.Gremmelmaier
— Como ele sempre disse, sou de tentar, não espere que
fique a esperar, mas vou me segurar por que não o quero pondo as
duas de lado!
— Mas então por que esta aqui?
— Tinha de tirar sua irmã desta nossa arapuca, e aproveitar
para lhe por a par de tudo!
— Sabe que quase o joguei em seu colo!
— Nós duas arriscamos de mais, você o joga no meu colo, e
eu o empurro do colo, estamos saindo péssimas neste tipo de jogo!
As duas conversam mais um pouco e Sheila se despede e
volta para casa, estava descansada, dormira tão bem aos braços de
Peter, agora tinha de estudar um pouco, não podia esquecer que
Peter estaria pronto para qualquer prova, ela ainda não;

Terça amanheceu, Sheila estava lá a esperar o ônibus e falou;


— Já desfiz o problema Ângela!
— E lhe conhecendo, já falou com Caterine!
— Ainda bem que me conhece, não preciso esconder nada!
— E o que falou?
— Vai ter de descobrir por si!
— Entendi, mas não espere que o mundo vire um paraíso,
pois não vai!
— Sei disto, mas sei onde lhe ter!
Peter sorriu, e Sheila ficou feliz em ver aquele sorriso;

Chegam no colégio e Caterine esperava Peter descer do


ônibus e Sheila passou por ela sorrindo;
— Vai contar o que esta acontecendo, ou apenas me enrolar?
Peter chegou perto e lhe deu um beijo;
— Se conseguir enrolar alguém, me avisa!
— Não teve graça!
Peter olha serio para a namorada;
— Vai me dar bronca hoje, é isto?

527
J.J.Gremmelmaier
— Você apronta para todo lado, e sobra sempre para mim!
— Verdade, eu saio por ai fazendo feitiços e me complico,
desculpe, acho que terei de sumir de vez, para parar de fazer
burradas!
— Não adianta se fazer de vitima, se não tirar um A+ hoje, a
culpa é sua!
— Verdade, esqueci que tinha prova hoje, talvez seu A seja
maior que meu B—!
— Você dormindo não tira B—, mas vai ter de me explicar!
Peter olha em volta e fala;
— Quer mesmo que explique aos gritos na porta do colégio?
Caterine olha em volta e vê todos olhando e fala;
— Por que não, se vai ser escândalo, que seja bem grande!
— Certo, eu te amo! – Grita Peter. – Quer saber, mesmo lhe
amando, vou passar uns mal bocados, pode ser que no fim, fique
sozinho, para não lhe magoar, mas se quer mesmo saber, — Peter
olha em volta, olha para Caterine, Sheila a porta, e termina – não
gosto de escândalos, não gosto de minha vida privada sendo
escancarada, não gosto de ter de dizer que lhe amo, quando sabe o
que sinto, apenas para satisfazer uma insegurança, se você e Sheila
fizeram um feitiço, e eu que vou pagar o pato, poderia pelo menos
ser menos publico, menos desgastante, menos com cara de bigamia,
mas se quer assim, que seja!
Peter olha para Caterine e ela se cala, solta a mão dele, Peter
passa por ela e entra para o colégio, passando por Sheila, sem nem
a olhar, vai a sala e senta-se ao canto, havia uma cadeira a sala que
ninguém sentava, fora uma vez de um aluno a muitos anos, como o
rapaz morreu na saída do colégio, se fez uma lenda, e ninguém
sentava lá, Peter tinha de ofender, tinha de reagir, sentou-se lá,
abriu o caderno e começou a rabiscar, se pôs longe dali, mas não
fechou o traço, não olhou ninguém, nem para os seus amigos,
estava a querer sumir, dentro dele, os sentimentos estavam
confusos, o livro que começara a ler na noite anterior, era Os
Crimes da Luz, tirou da mochila e começou a ler, um desenho
faltando um traço, um monte de assuntos escancarados, e

528
J.J.Gremmelmaier
precisando sumir, entrou na leitura, 1300 era um ano bom para se
refugiar, nem que em pensamento;
Caterine entra a sala, com Sheila ao lado;
— O que fez? – Sheila;
— Não gosto de o dividir com você!
— Acho que prestou atenção na parte errada do que falamos
ontem!
Caterine olha para o lugar de sempre, só reparando que Peter
estava ao canto superior direito, por não o achar em seu lugar,
olhou para a capa do livro, e sabia que ele se refugiaria ali, as vezes
esquecia que Peter não mudara, quem estava mudando era ela, a
relação dos dois, e principalmente, a magia que a envolvia;
Sheila olha para onde todos olhavam, obvio, para elas, para
Peter, as vezes o seu amigo pegava pesado, se queria que ele se
posicionasse, esta era a posição que ela não queria, as duas fora de
sua vida, mas ele ainda estava ali, o livro era um bom sinal, ela por
uns instantes tem a sensação de estar vendo o livro, se concentra e
realmente, era o livro, sorri e Caterine não gosta do sorriso, sobe e
senta-se na antiga carteira de Peter;
O professor entra e Caterine não tirava os olhos de Peter, e a
mesma falou;
— Peter, agora é hora de Física, não de literatura!
Peter olha para a professora, põe o marcador na pagina e
apaga metade do desenho, a aula inteira não olhou para outro lugar
que não o próprio caderno;
Caterine sempre pegava pesado, e estava a fazer um calculo
quando ouviu em sua mente;
―As vezes queria que demonstrasse que me ama, não fossem
apenas palavras!‖
Caterine olhou para Peter, mas ele estava a olhar o caderno;
―Desculpa, sempre penso que vai ser o Peter, recuar e
observar, mas quando toma esta posição me assusto!‖
Peter não respondeu nada, olhou para a professora e esta
perguntou;
— Peter, como você resolveria este problema?
529
J.J.Gremmelmaier
— Eu, a senhora tem a aceleração, eu integraria duas vezes e
teria a resposta rapidamente, mas a senhora quer que use aquela
formula de decoreba!
A professora olha a questão, realmente, embora pudesse se
prender aos demais fatores, tinha a aceleração, e olhando para
Peter perguntou;
— E se só tivesse a velocidade?
— Daí derivaria a velocidade, com a altura dada e chegaria ao
resultado!
— Qualquer dia vira professor!
— Acho que as pessoas não me entenderiam, professora,
melhor estudar para ser outra coisa!
A professora sorriu, e Caterine pensou;
―Não vai me responder?‖
―Eu já gritei para o colégio que lhe amo, você sabe disto, que
o quer, que enforque Sheila!‖
Os dois ouvem em suas mentes;
―Estou ouvindo, não aceito ser enforcada!‖
―Poderia sair da freqüência um pouco?‖ – Caterine;
―Posso, mas diz para Peter, que respeito o sigilo disto, e a
discrição!‖
Caterine olha para Peter que estava a lhe olhar;
―Eu também te amo!‖
Sheila riu e a moça ao lado olhou para ela;

No intervalo, Peter saiu e foi ao seu canto, Call e Paul


chegaram com suas namoradas, depois veio Ahau Kan, que
perguntou;
— O que esta acontecendo, todos falam que você estava a
gritar na porta que amava uma menina, mas falaram em bigamia?
— Bom dia Ahau!
— Bom dia, mas o que esta acontecendo?
— Estava a discutir com Caterine, e acho que falei alto
demais!
530
J.J.Gremmelmaier
— Meu pai pediu para marcar uma hora com você, quer que
os demais da banda estejam junto!
— Marque qualquer dia depois das 19, só me avisa depois!
Caterine chega ao lado de Peter e fala;
— Vamos continuar brigando?
Peter olha a namorada e fala;
— Vamos dar uma volta!
Peter pega a mão de Caterine e vão sentar nas arquibancadas
do campo de futebol, bem nos fundos, na parte mais alta;
— Caterine, odeio o que fiz hoje!
— Desculpe, mas estava sendo cínico!
— As vezes o cinismo é uma forma de não mentir, de não
ofender, de não bater pesado na hora que não se quer bater, e sim
sumir!
— Me desculpa?
— Caterine, nem sei se tenho direito de lhe culpar de algo, a
cada dia estou mais tentado a pular o muro e me esborrachar nas
conseqüências, acha fácil estar a amar duas pessoas especiais!
— Você a acha especial?
— Sabe que sim, no fundo não quero matar nenhum dos
sentimentos, e isto vai acabar me matando, eu lhe amo, mas estou
prestes a dizer que a amo também!
Caterine solta as mãos de Peter e levanta-se;
— Sei que não é o que quer, sei que não é socialmente
correto, sei de muitos não, mas estou dizendo como estou sentindo!
— Sabe que não vou concordar com isto?
— Por que acha que nem gosto de citar isto, seu amor é muito
mais possessivo!
Caterine consegue imaginar onde acabara aquilo, e olhando
para Peter fala;
— Acho que no fim minha irmã tinha razão!
— Não lhe entendo Caterine, não luta, abandona, não apóia,
mas se acha que me deixar nesta hora vai ajudar você, sinta-se a
vontade!
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J.J.Gremmelmaier
— Não entende, eu lhe amo, mas não quero o dividir!
— Prefere perder um amor, a batalhar por ele, acaba de dizer
que sua irmã tinha razão!
— Peter, eu lhe olho desde que me lembro entrando neste
colégio, você sempre na sua, sempre fazendo coisas incríveis, os
demais debochavam, mas nunca este colégio teve alguém como
você, conseguiu nos 4 primeiros anos de estudo, todas as notas A+,
eu sei por que estava ali para ver, quando inventam feira de ciência,
a maioria faz um protótipo, um conjunto de idéias em um esboço,
você fazia os professores terem de estudar para saber do que
estava falando, lembro que quando fez o esboço do desgelo sobre o
nosso continente, a placa erguendo-se, e todos os espaços que
eram terra virando mar, e onde era gelo virando lago, virando vales,
virando coisas absolutamente lindas, você foi sempre o aluno a ser
atingido, a meta a ser batida, mas para mim, o menino especial a
conquistar, o menino que queria conseguir conversar, mas tinha
medo de falar burrices, — Caterine senta-se olhando Peter – metade
das pessoas que tiram sarro de você, sem querer o estão lhe
elogiando, das turmas mais novas, tem um bocado de meninas que
olham para você e nem as nota, Peter, você não é alguém fácil de
querer, de conversar, você se não fosse a parte de magia já seria
alguém que geraria insegurança em qualquer menina apaixonada,
mas ainda tem a magia, o menino que encara desafios, o menino
que enriquece do dia para a noite, o menino que a policia tem medo,
o menino que enfrenta uns, mata outros, você não é fácil Peter, sei
o que sinto, mas não quero dividir, não quero ouvir que ama outra,
não quero sofrer algo que me parece inevitável!
— O que é inevitável?
— Você acabar ao lado de Sheila, ela é rica, tem os melhores
vestidos, roupas, amigos, e eu, com o tempo serei deixada de lado,
você não me olha como olha ela!
— Caterine, já lhe disse que lhe amo, sabe por ela, o que esta
acontecendo, eu não quero ficar longe de você, mas não obrigo
ninguém a ficar do meu lado, você em particular esta certa,
pensando em você, mas não quer dizer que eu concorde com o fim
que falou, não me vejo trocando você por ela, quando falo que esta

532
J.J.Gremmelmaier
complicado, é por que não consigo me ver, com as duas, e não
consigo me ver sem as duas, se acha fácil, não imagina o que sinto!
– Peter olha o chão e termina. – Mas prefiro acabar sem brigar com
qualquer uma das duas, a perder a sua amizade!
— Nunca fomos amigos, esqueceu!
— Pensei que havíamos virado amigos, acima do namoro!
— Não vou saber falar com você, sem o ter como namorado,
Peter!
Peter olha ao longe, desvia o olhar de Cati, e uma lagrima lhe
cai ao rosto, todos vêem o céu passar de azul a um cinza escuro,
Peter levanta-se, passa por Caterine e fala já voltando;
— Eu ainda lhe amo, não acredito que isto morra assim, do
dia para a noite, mas ..— Peter não terminou a frase, a cada passo
que dava, sentia-se o frio tomar o lugar, faltava 1 minuto para
voltarem a aula e já começava nevar do lado de fora;
Sheila olhou para Peter a sala, a ler o mesmo livro, Caterine
olha para Sheila;
―Você desiste muito fácil!‖
―Faça bom proveito!‖
―Só não sei quem o fará, pois sabe que isto é o isolar dele das
duas!‖
―Não acredito nisto!‖
Peter vê Irene rindo e pensa em como as coisas podem
parecer o que não são, começa a prova, Peter se entretêm na prova,
como sempre, ultimo a entregar, talvez Caterine tivesse razão,
tiraria A mesmo dormindo naquela prova, o professor sorri ao ver
Peter entregar a prova, e Robert o esperava do lado de fora;
— O que esta acontecendo, minha irmã fez eu ir até a casa de
Ângela ontem a noite, para desfazer um encanto!
— Vamos andar, temos aula de Educação Física, no caminho
explico!
Os dois foram conversando até o vestiário, Peter explicando o
que estava acontecendo;
— Por isto que Caterine brigou com você?
— Sim, o mesmo motivo que afastarei sua irmã!
533
J.J.Gremmelmaier
Os dois se trocam e Peter olha o grupinho de Ronald, em volta
de uma menina nova, olhos azuis, lábios bonitos, um ano mais nova,
sabia que deveria ser confusão, mas naquele dia, parecia querer
confusão;
Peter terminou a aula e estava ao banho, quando Michael
entrou no banheiro e fechou a porta, olhando para ele se trocando;
— Parece que o craniozinho se deu mal, também, mesmo para
homens, — o menino bate no peito – as duas já seriam demais,
achou o que, que se daria bem?
— Sinceramente, não vejo o que tenha a ver com isto!
— Vi você olhando para a menina nova, a filha dos cantores,
nem se atreve a chegar perto!
— Ela é bonita, faz meu tipo Michael, por que não chegaria
perto!
— Gosta dos dentes que tem, fica longe!
Peter estala os dedos e as portas e janelas do vestuário se
abrem;
— Michael, hoje não mexeria comigo, estou maluco para por
para fora a raiva que tenho no peito, se quer me bater, hoje não é
um bom dia!
Michael recuou, ele já vira Peter reagir, geralmente não fazia
nada, mas o rapaz saiu pela porta e Ahau Kan vem de um dos
chuveiros e fala;
— Ele pareceu mesmo ter medo de você!
— Um desocupado, se os pais deles os colocassem para
trabalhar pesado não sobraria força para nos bater!
— Ouvi ele falando de Sharon, vi ela com eles em volta antes
da aula!
— Não é sua irmã por acaso?
— Não, é filha dos Kennedy, mas realmente ela esta ficando
linda!
Peter falou para provocar, e por que sentia que Sheila já
estava a ouvir seus pensamentos, os que não bloqueasse, estava a
começar a jogar, ficara muito tempo passivo, não desistiu do que
queria, não sabia ainda como, mas estava querendo reações;
534
J.J.Gremmelmaier
Na saída do vestiário, a menina veio falar com Ahau, e
apresentou os dois;
— Lindos olhos menina!
— Os seus não são feios, mas soube que eles foram no
vestiário bater em alguém, são uns trogloditas!
— Nisto acho que eu e Ahau concordamos! – Ri Peter;
— Sim, Michael foi lá ameaçar Peter para não chegar perto de
você!
— Por que ele faria isto?
Os dois se olharam e nada falaram;
— Você não é o menino que dizem que esta fazendo nevar na
cidade?
— Dizem, por que faria isto, eles falaram?
— Sim, dizem que sua namorada o largou, estava triste!
— Em parte estão certos, — Peter olhou a menina – queria
conseguir ser mais volúvel do que sou, mas eu amo aquela menina,
mas ela não entende!
— Dizem que você tem um amor por outra, por isto ela
acabou com você!
— Seu nome é Sharon, estou certo?
— Sim!
— Na verdade este mundo meu, é cheio de magia, mas quem
usa magia, é influenciado por ela, e magia permite que você ame
mais de um, mais de 10 se souber não as por em guerra por você,
amo duas pessoas, mas por isto disse que ela não me entende!
— Cara de pau, fala assim como se fosse normal!
— Sincera, gosto disto, as vezes as pessoas não falam o que
pensam!
— Gosto de você, alguém que não se deixa enredar por
preconceitos, mas pelo que falou, não é apenas Peter, é o Peter
Carson que meu pai veio conhecer na cidade!
— Não me apresentei, desculpe, mas sou mesmo Peter
Carson!
— Sharon Kennedy!
535
J.J.Gremmelmaier
— Esta escola esta ganhando a cada dia, lindas meninas!
— Por que não me chama de moça, garota, por que meninas!
— Se não enfeito e estou com problema com duas, se
começar enfeitar, posso ter mais problemas!
A menina riu e falou;
— Mas não gosto de menina, parece que sou uma criança!
— Eu não lhe chamaria de moça, lhe envelheceria, desculpe
meus erros lingüísticos!
— O que é lingüística?
— Diferenças de fala de uma mesma língua, nós falamos com
muitos mais termos do espanhol do que os de Virginia!
— Entendi, mas pode me chamar de Sharon!
— Certo, os dois vão fazer o que agora?
— Nada, esta cidade não tem muito a fazer!
— Se quiserem, tenho de passear no nosso grande centro!
— Tem ou esta fugindo de ir para casa, no mesmo ônibus de
Sheila? – Ahau;
— Teria mesmo de ir ao centro!
— Se quiserem uma carona, o meu motorista esta me
esperando na porta!
— Vamos nessa! – Peter;
Sheila reparou que Peter não usou o ônibus, quando chegou
em casa, bateu na casa dele, e Mari falou;
— Eu não sei, mas acho que tinha de falar com o prefeito!
— Obrigada!
Virou-se para trás e viu Caterine as costas;
— Não perde tempo, já aqui?
— Eu não gosto de neve, não nesta época, se gosta, problema
seu!
— Ele não lhe recebeu?
— Ele foi ao centro, deve ter ido falar com o prefeito!
Caterine olha para Sheila e fala;
— Preciso lhe falar!
536
J.J.Gremmelmaier
Sheila dá de ombro e vão a sua casa, a casa depois de
reconstruída pareceu ficar maior, as duas sentaram-se a sala;
— Estou lhe abrindo caminho, mas vim falar para ele, que o
amo!
— O ama e o larga, é a segunda vez Caterine!
— Não gostei dele dizer que amava também você, e iria
complicar mais!
— Ele falou isto!
— Sim, o que aconteceu ontem?
— Eu ataquei, ele recuou, como previ que seria!
— E por que ele lhe contou, antes de me contar?
— Porque aceito as coisas, sei que ele vai ser em parte meu,
mesmo que não queira, mesmo que tenha de aceitar você por perto,
e entendo que ele tenta escapar, até eu tentei escapar disto, e onde
estou, exatamente num incomodo lugar!
— Não sei se ele será seu, não foi você que disse que ele
poderia preferir outra?
— Disse, ele não esta em casa, marcou comigo e furou, não
esta contigo, queria as vezes não falar o que acho que vai acontecer,
esqueço que deus pode ouvir!
As duas conversaram por um bom tempo;

Peter chega a frente da loja de Marlene e os dois que o


acompanharam olharam a casa, a bruxa, não haviam passado
naquela rua ainda, Marlene veio a porta e o cumprimentou, ele
apresentou os demais, e foram ao segundo andar, os dois olhavam
tudo, e a madrasta perguntou;
— O que o traz aqui, Peter?
— Eu preciso que olhe para mim mais umas coisas!
— Esta acabando com meu tempo, mas o que quer?
— Vou começar a construir 4 postos de gasolina, mais dois
hotéis e estava a pensar em um novo parque em Navarro, um mais
voltado a cultura índigena e suas crenças, comprei o terreno, e vou
começar a construir, como fiz o primeiro!

537
J.J.Gremmelmaier
— Verifico, não sabe a alegria que senti quando vi Paula de
novo!
— Ela também esta feliz!
— Manda um abraço a ela, mas veio só falar isto?
— Não, vamos passar nas terras no fundo das minas, quero
ver se inauguramos algo lá no fim de semana que vem!
— O que vai aprontar!
— Verá, hoje só vou olhar a topografia, estou aproveitando
uma carona!
— Dizem na cidade que brigou com Caterine!
— Nem brigar nós brigamos, mas o que posso fazer, viver um
dia depois do outro!
Se despediram e Peter olhou para os dois e falou;
— Querem com aventura ou sem aventura?
— Manda com aventura, não tem muita coisa na cidade
mesmo!
Os três voltaram ao carro e Peter falou por onde ir, passaram
na frente do grande estacionamento da entrada da mina, onde a
grande montanha russa fazia fama, mais um pouco, pararam em
frente a um portão enferrujado, madeira torta, estava no inicio da
noite, a neve parou, eles andaram por um tempo em uma trilha e os
dois da cidade iam mais atrás e no meio do terreno tinha um grande
seleiro, e quando pararam lá, a menina falou;
— Mas o que viemos fazer aqui?
— Comprei estas terras antes de ontem, ainda não tinha vindo
ver como estavam!
Peter empurra a porta do celeiro e os dois vêem a construção
caindo aos pedaços;
— É seguro?
— Ainda é! – Peter;
Os dois chegaram junto e viram que Peter andava indo a
algum lugar especifico, e parou diante de uma porta pregada, os
dois viram ele por a mão a uns 40 cm da porta e os pregos saírem e
pararem na mão dele, os pôs no bolso, as madeiras despencaram e

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J.J.Gremmelmaier
Peter empurrou a porta, num canto, olhou que estava escuro, mas a
preocupação dele, era o elevador, os dois viram Peter desenhar um
quadrado no lado do buraco do elevador, uma porta surgir, e Peter
a abrir e falar;
— Vamos?
— Onde!
— Quero ver se ainda esta lá, não vou lá desde que meu avô
era vivo, confiem, exploração, sem perigo!
A menina olhou para dentro da porta e entrou, parecia um
elevador, os três entraram e Peter desenhou os botões na parede e
começaram a descer, quando na altura do antigo elevador, ele abriu
a porta, os 3 saíram, breu total, Peter chegou em um dos cantos, e
riscou um fósforo, localizou algo, e os dois ouviram um gerador
começar a funcionar, e apenas 6 lâmpadas iluminarem aquilo, era
uma gruta, imensa, se via agora as estalagmites e estalactite,
algumas paredes pareciam brilhar mais e o menino falou;
— Gostaram?
— Incrível, uma gruta no fundo da terra, linda! – Sharon;
— Assustadoramente bonito, mas isto é seu?
— Agora é, são 8 destas, mas tiraram muitas pedras para
venda daqui!
— E pretende tirar as pedras ou preservar!
— Pretendo explorar algumas coisas, e outras, deixar como
estão! – Peter seguiu por um trecho iluminado e depois de um
tempo, ligou outro gerador, e o que se viu, foi um grande salão
abaixo, a segunda caverna, eles viram que tinha um rio que corria
de um para o outro gerando um grande escorregador natural entre
as duas grandes grutas, tinha um caminho difícil de caminhar, com
uma corda de apoio, que dava no salão lateral, Peter ajudou os dois
a chegarem com ele no grande salão e dali, numa das paredes,
ligou outros três geradores, eles viram o surgir de seqüenciais
cavernas atrás de cavernas, e ouvem Peter falar;
— Meu avô me trouxe aqui ainda era uma criança, e mesmo
assim me parece grande, este é um dos locais mais incríveis que já
conheci, sei que devem ter conhecido lugares maravilhosos, mas

539
J.J.Gremmelmaier
para mim, este é incrível, quando meu avo era vivo, ele me pos em
uma bóia de trator, e me apresentou os 22 salões seqüenciais,
longe dos olhos, mas um lugar onde muitos procuraram ouro,
acabaram vendendo as estalagmites e estalactite, cortadas!
— Mas tem algum valor isto? – Fala Sharon;
Peter pega uma faca e quebra uma ao chão, e a menina viu o
conjunto de cores vindo do verde ao roxo de cristais de rocha, no
interior do que parecia apenas uma pedra;
— Nunca soube como era o interior de um destes?
— Alguns são apenas areia, levei sorte!
— Mas o que pretende fazer aqui?
— Lá em cima, um parque aquático, e aqui em baixo, reabrir a
mina que dava a ultima gruta, e fazer um passeio aquático diferente,
ainda vou ter de batalhar com os ambientalistas!
— Você quer dizer que vai fazer um caminho que passe por
todos estes locais, e que tenha uma saída lá na frente?
— Sim, me propus a salvar o local, com o dinheiro que ganhei,
a estrutura, isto é fácil, as concessões o prefeito me consegue, ele
viu a cidade crescer em 25% de população em 2 semanas, para
vocês 200 pessoas não é nada, mas a cidade a mais de século vem
decrescendo, agora vou instalar o primeiro parque em uma cidade
próxima, e erguer este parque aquático, quem sabe se continuar
triste, faço um parque de inverno, no lugar de um tombo-água, uma
rampa de esqui!
— Fala como se realmente tivesse poder sobre o tempo! –
Ahau;
— Ahau, o que é poder, se não algo além do normal, você
pode ter o poder sobre uma terra, mas isto não lhe dá controle total
sobre ela, você pode ter poder sobre um animal, mas não lhe dá
controle total sobre ele, assim é minha interferência no tempo,
quando tentaram matar minha irmã, registraram uma madrugada de
30 Celsius negativo, nunca nesta região havia feito tamanho frio,
hoje, uma neve rala, amanha fará sol!
Sharon olha para Peter e pergunta;
— Pensei entender antes que amava sua namorada?
540
J.J.Gremmelmaier
— A amo, mas não é um fim, vou lutar pelo que amo, um tiro
no coração de minha irmã, pareceu algo sem volta, era algo que
não conseguia aceitar, a morte dela!
— Entendi, uma coisa é sentimento de tristeza que não tem
conserto, outra é um desacordo sentimental, desculpe o termo!
— O que acharam do lugar?
— Imenso, nunca nem havia entrado em uma caverna, e de
repente viemos de elevador a um local destes!
Sharon olha para Peter e pergunta;
— Vai ser mais difícil subir por ali!
— Querem algo mais emocionante?
— Lá vem bomba, o que é mais emocionante! – Ahau;
Peter os conduz ao lado do riacho que corria por ali, os dois
vêem ele olhar para trás e puxar algo, nem tinham idéia que nada
tinha ali antes, mas Peter fez de conta que estava as suas costas,
em um canto escuro e puxou um grande bote inflado, pôs sobre a
água, acendeu as lanternas em toda a volta olhando a menina falou;
— Este é com emoção!
— Quanto de emoção?
— 26km, em uma media de 32 km/h, mas em um bote de
plástico, em quedas e túneis pode parecer um pouco mais!
— Tem certeza que é seguro? – Ahau;
— Se alguém morrer eu trago de volta!
— Não teve graça! – Ahau;
Sharon riu e entrou na posição a frente, Peter logo atrás e por
ultimo Ahau, Peter alcançou um colete salva vida para cada um, um
capacete e soltou o bote, no começo estava lento, mas foram
entrando em pequenos corredores a luz iluminava pouco, isto era
até positivo, eles começaram a acelerar, quando em uma curva
passaram dos 32km/h, Sharon esticou os braços e gritou, enquanto
Ahau tremia atrás, a menina a frente estava a se divertir, em uma
calmaria ela falou;
— Tenho a impressão de que estamos andando em círculos!

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J.J.Gremmelmaier
— Um grande C, quando voltarmos a superfície, estaremos a
400 metros do celeiro!
— Mas como sairemos?
— 400 metros abaixo, o rio volta a superfície lá!
A moça sentiu o bote começar a acelerar, foram jogados para
um lado, para outro, Peter fizera isto com uma bóia de pneu de
trator, ele descera com seu avô, seu pai nunca soubera, mas
parecia que seu avô sabia que um dia seria dele, e olhava aquelas
curvas, aquela velocidade, aquele mundo escondido e totalmente
incrível, quando passaram em uma caverna, viram o sobrevôo dos
morcegos, depois entraram em um que tinha uma pequena entrada
da luz da lua, por um buraco bem ao topo, passaram por dentro de
uma queda de água, vindo pelo fundo, a quantidade de água no
canal aumentou e o bote acelerou, quando uma hora depois viram a
lua ao céu, Peter pegou um remo ao lado e com a ajuda de Ahau
remaram a uma pequena prainha, e olharam para trás e viram a
pequena saída da montanha, onde o rio saia com tudo;
— Incrível! – Sharon;
Ahau saiu do bote assim que encostaram e falou;
— Isto é loucura, nós poderíamos ter morrido!
— Calma, se não fosse seguro, não os teria convidado! –
Peter;
— Mas estou encharcado!
Peter tira o colete de segurança, o capacete e olha para a
menina que fala;
— Quando for fazer de novo, estou me convidando!
— Vou lhe incluir na inauguração!
— Vai mesmo fazer isto?
— O rio ainda corre dentro das minhas terras, ao oeste por
mais de 30 km, mas isto faremos um dia de dia, tem umas
corredeiras bem maneiras, pois o volume de água aumenta legal!
— Esta falando em algo mais radical, não para todos?
— Pense Sharon, não é brincadeira para criança, esta é para
adultos, pré determinados, não vamos abrir isto a todos, abrindo a
estes os riscos, e dentro disto, pequenos grupos!
542
J.J.Gremmelmaier
Peter puxa o bote a prainha e a moça tira o colete e capacete,
ele desliga as luzes, e os convida a subir;
— Vai deixar ai o bote?
— Que bote? – Respondeu Peter para a menina, que olha
onde estaria e mais nada tinha lá;
— Ainda me explica como faz isto!
Peter sorriu, a subida era íngreme, chegando lá em cima,
viram o seleiro, a menina olha para baixo, e vê o vale correndo ao
fundo, a lua iluminava o pequeno riacho cortando a montanha, e
olhou para Peter e perguntou;
— Onde vai este rio com tanta presa?
— 52km ele entra no Navarro, e de lá para o mar!
— Já tinha feito isto, pelo jeito?
— Tinha 7 anos, meu avô me mostrou isto, ele dizia que as
coisas bonitas, deus mostra a poucos!
— E por que nos mostrou?
— Precisava pensar, não sei você Sharon, mas adrenalina me
faz pensar!
— Sabe que até hoje, estava achando uma chatice esta
cidade!
Peter olha para Ahau e pergunta;
— E você, esta bem?
— Assustado, acho que a leva de adrenalina foi muito maior,
não é como num brinquedo que você sabe que foi testado, que tem
um engenheiro responsável!
— Ahau, o engenheiro que fez aquilo, põem os humanos no
lixo!
— Mas deus também faz buracos incríveis!
— Sim, mas é mais perigoso deixar estas terras vazias a cuidar
dela, uma vez teve um cavalo que caiu daquele buraco que viram de
baixo em uma das cavernas, foi encontrado boiando rio abaixo,
depois daquilo fizeram uma armação de poço no buraco, mas
deveria estar tampado!
— Não sei a altura, mas no escuro pareceu alto!

543
J.J.Gremmelmaier
— 112 metros de queda naquele trecho!
— Faz um bom estrago! – Sharon – E o que vamos fazer
agora?
— Podemos tomar um lanche em uma lanchonete no centro, e
irmos dormir!
— Eu gostei daquele que tem um monstro na fachada, que
não tem letreiro! Qual o nome do lugar?
— Monster, para que letreiro?
Sharon riu e os 3 entraram molhados no carro, o motorista viu
que haviam aprontado, e perguntou para onde, Peter falou e
estacionaram na frente da lanchonete, Peter pediu o de sempre, um
suco de laranja, e a menina olhou que a neve já tinha passado, o
calor voltara a cidade, estavam os 3 sentados a comer quando o
prefeito o viu e foi a mesa, Peter os apresentou e ouviu;
— Aquela concessão do parque aquático esta pronta, mas tem
certeza de que vai valer o investimento?
— Prefeito, acabamos de vir de lá, quero a permissão antes de
qualquer um saber o que vamos fazer, os postos de gasolina pode
tratar com Marlene, os novos hotéis, com minha mãe, e o novo
parque minha mãe também vai tocar!
— Acha que vai até onde com isto, soube que esta a investir
em Navarro também?
— Sim, não quero uma cidade superpovoada, quero um local
bom de viver, e ótima de fazer coisas gostosas!
Peter sabia que Sheila e Caterine vinham pela rua lateral, olha
para Sharon e fala;
— Não ligue se houver uma cena de ciúmes!
A menina olha sem entender, mas as costas dele apareciam
ao fundo da rua as duas, e Ahau, fala;
— Aquelas que vêem junto lá, são a ex e a talvez!
— Ex e talvez é uma definição diferente!
— Verdade, mas sabe que me surpreendeu, gosta de coisas
radicais?

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J.J.Gremmelmaier
— Adoro, no começo não estava acreditando muito, mas
quando vi que iríamos descer o rio de bote, sempre quis viver isto,
foi incrível!
— Sabe que minha vida esta virando algo incrível, antes era
uma monotonia, mas está a ficar agitada, bem diferente do que era!
— Mas vi pelo menos uns 10 tipos de magias lá em baixo,
você é muito mais do que meu pai acha!
— Menina, nem sei exatamente o que sou!
— Sharon!
— Desculpa!
— Depois de hoje vou perdoar, mas não esquece, Sharon!
— Ele não esquece, Sharon, ele é o menino que falam que
teve 5 anos de ensino com A+!
— Ainda é inteligente, o que mais sabe fazer?
— Se meter em encrencas! – Sheila;
— Meninas, sentem-se! – Peter;
— Não obrigada! – Caterine;
— De nada! – Peter olha para Sharon e fala. – Sábado
podemos fazer o trecho inteiro, daí entende o que quero dizer com
adrenalina!
— Eu topo!
— Tô fora! – Ahau;
As duas ainda estavam as costas de Peter e Sheila pensa em
quem seria a menina, sabia que era uma das novas pessoas a
cidade, cidade crescendo gera coisas assim;
―O nome dela é Sharon Kennedy, filha de um dos músicos,
amiga de Ahau!‖
―Não perguntei!‖
―Desculpe!‖
Caterine estava de pé, ficando irritada com o comportamento
de Peter e falou;
— Não vai nem me olhar?
Peter olha para ela, mas não fala nada;
— Já achou outra, pensei que me amava?
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J.J.Gremmelmaier
— Caterine, sabe o que sinto, não pago mico todo dia, o que
quer, que lhe diga novamente o que sinto, e vai embora dizendo
que não concorda com o que esta acontecendo, fiquei triste na hora,
mas não vou baixar a cabeça, senão as duas vão imperar em
minhas decisões, desculpa, mas não pretendo isto!
— Eu não quero interferir, mas disse que ainda seriamos
amigos?
Peter olha para Caterine;
―E o que respondeu?‖ – Pensa ele;
Caterine olha para a moça e pergunta;
— E quem é você?
— Alguém me divertindo, tem um namorado incrível menina,
se quer o deixar livre por ai, saiba que gente a querer um pedaço,
vai ter muitas, estou na fila!
— Ele não é mais meu namorado!
— Verdade, como o pessoal esta falando, a Ex e a Talvez!
Peter riu, não agüentou, Ahau riu junto da forma que Sharon
falou e Caterine ficou mais brava;
— Estavam falando de nós?
Peter olha para Caterine e fala;
— Fica linda brava, mas para mim ainda é minha namorada,
Sheila uma grande amiga, vai ter de dizer muitos outros não, para
me convencer!
— Eu já lhe falei o que acho!
— E eu lhe expliquei, Sheila lhe explicou, mas sabe que gosto
de você!
— Gostas?
Sharon olha o menino a sua frente, não era alguém muito
atrativo fisicamente, tinha um rosto bonito, ainda em crescimento,
ficou a medir a menino e viu Peter levantar-se e olhar para Caterine
e ela o olhou, ele a puxou pela cintura e beijou, foi tão rápido que
quando a menina notou a manobra já estava sendo beijada,
Caterine primeiro retribuiu o beijo, depois tentou o afastar, como
Peter não afastou os lábios ela mordeu o lábio dele com força;

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J.J.Gremmelmaier
— Ai! – Fala Peter sorrindo, Caterine viu o lábio cicatrizar
olhando para ela;
— Eu disse que não! – Caterine;
Peter sorri, olha para Sheila e esta sorri;
— Escapou de nossa aula hoje! – Sheila;
— Sim, se você se jogasse em cima de mim nua hoje, faria
burrada!
Sheila olha para Peter e sorri, os demais olharam aquele
sorriso e Caterine olha para Peter e fala;
— O que faria?
— O que não fiz ontem, perder minha virgindade, olha que
poderia ter sido bom, mas em respeito a você não aconteceu, se
acha que vai achar outro por ai, que esteja disposto a isto, estou
disposto a esperar, mas não esquece, as duas fazem um lindo casal!
Sheila cuspiu no chão e olhando para Peter;
―Não me deseje isto!‖
―Sabe que lhe desejo de outra forma, não provoque!‖
— Não lhe entendo Peter, diz que me ama, sei que ama Sheila
também, o que quer?
— O que eu quero, e o que você aceita, é diferente, mas me
sinto seu namorado ainda, mesmo que tenhamos de brigar todo dia,
até entender que lhe amo!
— Ou fizer uma burrada por ai?
— Ou fazer burradas por ai, mas ainda é minha namorada,
mesmo que não assuma!
Caterine olha para Peter, olha a menina na mesa e fala;
— Mas vai por alguém todo dia entre nós?
Peter chega perto e a beija novamente, Caterine não o afasta
e muitos que viram aquilo viram um novo Peter surgindo, não mais
apenas um Excluído, o menino se despediu dos dois da mesa, olhou
para a garçonete e falou;
— Anota tudo para mim, pago amanha!
— Tudo bem senhor Carson! – Falou a moça;

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J.J.Gremmelmaier
Peter deixou Sheila lá com os dois, e subiu no sentido da casa
de Caterine;

A manha de quarta se fez, Peter estava mais perdido, algo


estava crescendo em seu mundo, de mundo estático, já continha os
primeiros vermes, as plantas, as montanhas, mas ainda era um dia
eterno, isto o fazia analisar a si mesmo, não estava perfeito em seus
sentimentos, mas estava a abrir o coração e sua irmã tinha razão,
precisava se decidir o caminho a tomar, se o de mais um, ou o de
um mago, parecia entender a escolha de Paula por Sheila, era
alguém que tinha mais magia, alguém mais equilibrada, por mais
que tenha rompantes de maluquice, Caterine, algo que Peter não
queria deixar longe, mas não saberia não a fazer sofrer;
Peter para a frente da casa a esperar o ônibus com o guarda
chuva, começava a chover, e Sheila chega correndo até ele e
pergunta;
— Me inclui na aventura de sábado!
— Isto não sei ainda!
— Pelo jeito saiu de vez da defesa, e foi ao ataque, ontem na
lanchonete era outro Peter, gostei! – O olhar de Sheila era bem
insinuante para Peter naquela manha;
O ônibus, a escola, pelo menos a chuva reduzia a chance de
escândalos no portão da frente, Peter vê Ahau vir a ele a falar;
— Acha que poderia ver meu pai hoje as 19?
— Posso, vamos a guerra!
Sharon que estava ao seu lado falou;
— Eu faço o aperitivo, mas não vale desmarcar sábado!
— Alguém falou em desmarcar? – Riu Peter que vai a sua sala,
Michael já sabia que Peter conhecera a menina e não lhe agradava,
senta-se em seu lugar normal, Caterine sentou-se lá na frente, mas
foi a ele antes do inicio da aula e falou;
— Ainda temos de conversar!
Peter a deu um beijo e sorriu, Caterine estava estranhando, os
mundos estavam se invertendo, prova de Inglês e Peter nem sabia a
matéria direito, mas como Caterine dizia, ele tirava A+ sem se
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J.J.Gremmelmaier
preocupara com muita coisa, ele entendia a estrutura, as diferenças
linguísticas, a evolução da língua, já lera todos os livros da biblioteca
da escola;
— Não vai mais discutir comigo? – Caterine;
— Cati, eu te amo, se quer que grite isto por ai, eu faço, mas
queria mesmo falar com você, mas sem você acabar com tudo, toda
vez que abro o coração, mas se for brigar, melhor eu ficar em
silencio!
— Eu quero que me explique, como eu senti e vi tudo que fez
ontem?
— Isto que chamamos de pacto de sangue, sentir, ver, ouvir,
o que os demais sentem, não é agradável sempre, e não pretendo
lhe bloquear em momento algum!
— Acha que estava fazendo o que com aquela menina?
— Adrenalina, isto que estava fazendo, sábado vou repetir a
dose!
— Esta dando em cima dela?
— É uma criança, o que acha?
— Que você esta diferente!
Peter beija Caterine e fala;
— Estou, disto que estava falando ontem, antes de você me
dar o fora!
— Eu não lhe entendo?
— Ninguém entende, quando iniciei este ano, você não olhava
assim para mim, Sheila era um desenho ao papel, o mundo era
tranqüilo, olhe em volta, de pé-rapado a uma das pessoas mais ricas
da cidade, de bruxo a mestre em um lance do destino, de admirador
de seus olhos, a alguém que esta a beijar seus lábios, tudo mudou!
— E vai querer por mais gente em sua vida?
— Tem duvida que vamos ter muita gente em nossas vidas?
— Nossas?
— Acha que vou deixar você fugir!
— Fala como se fosse bater em alguém se olhar para mim!

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J.J.Gremmelmaier
— Se fosse bater em quem olha para você, teria de bater em
toda a escola, acho que não!
Caterine riu e viu o professor entrar na sala, voltando a sua
cadeira;

No intervalo Peter sentou-se, Paul e Karine chegaram junto e


a menina falou;
— Soube que comprou todas as terras acima da reserva!
— Alguns metros de terra, algum problema Karine!
— Não, é que muitos falavam que aquelas terras tinham riscos,
muita gente sumiu lá!
— Sei disto, mas vou demarcar toda a terra, e vou criar um
parque aquático lá, vou me divertir no sábado lá, estão todos
convidados!
— Mas o que vamos fazer?
— Descer um rio de bote, deve dar umas 2 horas por descida!
— Esta falando serio em parque temático? – Karine;
— Sim, mas quero me divertir um pouco, aquilo ainda esta
igual de quando meu avô me apresentou!
Caterine chegou ao lado e falou;
— Que papo é este de sábado?
— Espero que vá!
— Se souber o que vai fazer?
— Vamos, todos vamos!
— O que vamos fazer?
Peter estava a descrever o que iriam fazer quando Robert
chegou junto com Ângela e falou;
— Pode marcar meu nome na lista!
— Nem pensei em lhe deixar de fora!
Sheila chegou depois e falou;
— E vai me ensinar hoje ou não?
— Não, tenho uma reunião com o pai de Ahau e Sharon, e
mais três músicos hoje às 19hs!

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J.J.Gremmelmaier
— Já vai conhecer o pai da menina? – Caterine;
— Sim, quer ir junto?
— Não, vão falar do que, magia, eles nem devem saber do
que vão falar!
— Mas disse que iria me ensinar, quando vai ser isto? –
Sheila;
Caterine olha para ela com uma cara de poucos amigos;
— Tem um tempo depois da aula de Inglês, aproveito e
começo a iniciar esta teimosa aqui! – Fala puxando Caterine para
perto dele;
— Estou tentando ficar mais longe dela, não imagina o que foi
ver você e ela indo embora ontem a noite!
— Imagino!
Caterine ria quando viu Sharon chegar perto e cumprimentar
Peter, que apresentou aos demais, e toda a escola deveria estar
olhando aquela mesa, de sorriso a um rosto bravo, Sheila ria ao ver
a reação de Caterine, mas aquele era um Peter diferente;
As aulas se arrastaram e a prova foi como previsto, Peter saiu
e viu Sheila discutindo com Caterine;
— Tem de parar de dar encima de meu namorado!
— Sabe que vou tentar, não é por que ele não lhe largou, que
não me ama!
— Lhe quero longe dele!
— Esquece, vou ficar por perto!
Peter que chegava perto fez um ruído e as duas olharam para
ele;
— Tem de definir isto de uma vez! – Caterine;
— Mas não aqui! – Peter;
Abraçou cada uma com um braço, adentraram o laboratório
de ciências, alguns vieram atrás para tentar ouvir, mas nada
ouviram, pois na sala de entrada, Peter desenhou uma porta na
parede e atravessaram para o quarto de Peter e ele olha para as
duas e fala;

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J.J.Gremmelmaier
— Caterine, tem de parar de fazer escândalos, não era assim!
– Olha para Sheila – E você tem de parar de insinuar as coisas,
assim sabe que estarei cada vez mais longe!
Caterine olha para fora pelas grandes janelas e para Peter e
pergunta;
— Onde estamos?
— No meu quarto!
— Mas..
— Não vim aqui para discutir amor, mas não pode todo dia
discutir por algo assim!
— Você não me deixa alternativa, não a afasta!
— E não vou afastar, se quer isto esquece!
— Mas disse que não vou aceitar isto!
Peter chega até Caterine e fala;
— Você vai brigar comigo de novo?
— Vou! – Peter estava a uns poucos centímetros do lábio dela,
ela o beijou. – Acha que gosto disto, Peter Carson, você esta me
deixando confusa!
— Você não tem idéia do que é confusão, estamos só
começando!
— Acha mesmo que ela vai se apaixonar por mim?
— Você não a conhece! – Peter olha para Sheila e fala. – Vai
dar corda até quando, pois vi que não estava me provocando hoje,
e sim ela!
— Me conhece, adoro cutucar, mas não é o que esta
pensando!
— Esquece que leio o que pensa menina, que nossa ligação
esta de novo ativa!
— Nunca soube até onde você entra, o que viveu no passado!
— Para mim, Renata foi excitante!
Sheila olha para Peter como se avermelha-se e fala;
— Pensei que nunca alguém saberia?
— Sheila, não tenha vergonha, não lhe cai bem!

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J.J.Gremmelmaier
Sheila olha para Peter, alguém que sabia dos seus mais
íntimos segredos, alguém que lhe mexia da forma mais estranha,
Caterine olhou para o menino e perguntou;
— Quem é Renata?
— Desculpe amor, mas algo entre eu e Sheila, se um dia ela
lhe contar, tudo bem, mas não posso quebrar este sigilo dela!
— Mas é meu namorado!
— Sim, mas isto é intimo dela, não tem haver com eu e você!
Sheila vê que Peter não falaria, este era ele, o menino capaz
de insinuar, de dizer mesmo, mas que não estava lá para jogar algo
ao ventilador;
Sheila chega perto de Peter e fala;
— Sabe que não gosto de os ver juntos?
— Sei, sinto isto mudando dentro de você, entende agora o
que falo!
— Sim, querer cada um a parte, não os dois junto, possessão,
estranho algo assim, mas isto não é amor!
— Não, é o começo, primeiro queremos de mais, depois
controlamos os sentimentos!
— Do que os dois estão falando?
Sheila olha para Caterine e fala;
— Ódio, amor, um limite estranho e tão fácil de passar!
— Esta falando que me odeia?
— Não, não foi o que disse, e você entendeu, não sei por que
os 3 estão perdendo tempo!
— Do que esta falando?
Sheila olha para Peter e fala;
— Você nunca escondeu o que sentiu, mas que isto esta muito
estranho esta!
— Querem terminar a discussão, dou um passeio na praia?
Caterine olha para Peter querendo que ele não fosse, mas ele
lhe dá um beijo e fala;

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— Não se matem, vou dar uma volta, o único problema é que
lá fora, o tempo é tão lento, que posso demorar um pouco para
voltar!
Peter abre a porta de vidro, e desce a escada, sabia que ao
sair da escada estaria numa realidade muito mais lenta, correu a
praia e olhando o mar, se concentrou, e voltou correndo;
— Por que pediu que ele saísse?
Sheila chega perto de Caterine e lhe beija, Caterine quis a
afastar mas não conseguiu, quando Sheila afastou os lábios falou;
— Tinha de saber, apenas isto!
— Saber o que?
— Se você também me odiava! – Sheila puxa Caterine e a
beija de novo, empurrando sobre a cama, e olhando ela de longe;
— Sheila, não me leve a mal, mas não lhe amo!
— Mas eu amo você e Peter, então não adianta fugir, e sei
agora o que quer!
— Não a quero?
— Não, você quer mais do que eu, quer Peter também, esta
confusa, pensei que fosse apenas eu, mas vi a forma que olhou
Sharon hoje, seus pensamentos quase que foram os meus, mas
Peter cortou nossa idéia, você não tem idéia de como este nosso
namorado se controla!
— Ele é meu, não seu!
— Nosso!— Sheila chega ao lado da cama e mede Caterine de
cima a baixo. Senta-se a cama e solta os cabelos, passa a mão nos
cabelos de Cati, e nos lábios, corre a mão pelo corpo, estava a
deixar as coisas avançarem, volta a beijar Caterine, enquanto
levantava a blusa da mesma, e as duas estavam ali a cama mais de
duas horas, quando Peter voltou ao quarto com as duas nuas sobre
a cama, ele passou pouco mais de 1 minuto do lado de fora, as
duas olharam para ele, Caterine com vergonha, Sheila com um rosto
de quem tinha aprontado;
— Não pense besteira, Peter! – Caterine;
Os olhos do menino, não conseguia desviar da imagem das
duas nuas sobre sua cama, seus pensamentos perderam-se entre o
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J.J.Gremmelmaier
desejo, amor, os segundos dele parado as olhando, pareceu para
ele uma eternidade. Ele sabe que depende dele o que aconteceria
ou não, as possibilidades iniciais não lhe agradaram, e em silencio
se aproximou desviando os olhos para os olhos de Caterine.
Peter chegou ao lado da cama, sentou-se e a beijou, passou a
mão naquele corpo que ele achava lindo, Sheila o abraça pelas
costas, tira sua camisa e vê Caterine o beijar com toda a força, o
puxando sobre ela, os três ficaram sobre aquela cama mais de duas
horas, duas virgindades, duas horas intermináveis entre beijos e
amassos, os três estavam exaustos, Peter tomou um banho com as
duas, aquilo era um limite que ele nunca pensou em atravessar,
sabia que nem tudo que se faz numa hora destas, tem continuidade
no dia seguinte, 18 minutos depois, saiam pela porta do laboratório,
muitos curiosos estavam a porta, Caterine olha para Sheila e fala,
abraçando Peter;
— Espero que isto lhe faça pensar!
Sheila riu e olhando para Peter falou;
— É um rapaz mais sortudo do que pensa, Peter!
Peter tentou não sorrir, mas como muitos os olhavam, foram a
sala para mais uma aula, Caterine sentou-se a frente, um perigo, na
mesma cadeira de Sheila, e pergunta;
— Quando vai me contar de Renata?
Sheila riu e não falou nada, estavam em sala, olha a
professora de biologia entrar pela sala, como Peter falava, a matéria
que o tornava em um aluno normal, nunca conseguiu dissecar um
sapo, poderia até o fazer um dia, mas não via o significado em uma
aula de ciências biológicas, as vezes ter desenvolvido uma
personalidade fazia Peter tirar um A ou um B+, a professora olha
para a turma, Peter estava a pensar em se era alguém com sorte,
ou com uma responsabilidade maior; as aulas pareceram se arrastar
naquela tarde, se as coisas estavam um pouco mais equilibradas,
interiormente, tinha a sensação de que não tinha ainda passado
pelo problema da semana, a aula termina e a sala esvaziou rápido,
ficando as duas a olhar para ele, o professor estava ainda sentado
quando Peter saiu de sua carteira, deu um beijo em Caterine e

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J.J.Gremmelmaier
depois um em Sheila, o professor ficou a ver Sheila sair a frente, e
Peter olhar para Caterine e falar;
— Isto é a maior loucura que já vivi!
— Sei disto, mas ainda estou de olho, não pense que vou
aceitar qualquer uma!
— Não entendi!
— Não é burro, Peter Carson!
Os dois saíram abraçados e o colégio ia esvaziando, Ângela
esperava a irmã para ir para casa, e viu as duas se mandarem e
Robert falar;
— Como estão as coisas?
— Acho que começo a me complicar, e nem imagina quanto!
— Vi Sheila sorrindo, não sei se não vai aprontar nada!
— Ela já aprontou, por isto aquele sorriso!
— Peter, vê se não machuca minha irmã!
Peter não respondeu, e viu Ahau e Sharon chegar até ele e a
garota falar;
— Vamos?
— Vamos, na chuva, aproveite os melhores pingos!
A garota sorriu e Ahau os seguiu e entraram no carro da moça,
costume de cidade grande, fazer três quadras de carro, Peter
observava como o motorista observava pelo espelho a eles. Caterine
olhou para Sheila e falou;
— O que acha desta menina?
— Nada, deve ficar no máximo 3 meses na cidade! – Sheila;
— E você, vai ficar quanto tempo?
— Uns 300 anos é suficiente, e você!
— Não quero ficar tão velha assim!
As duas riram e foram cada qual para sua casa;

O carro parou na frente da casa que os Kennedy haviam


alugado, uma fazenda na entrada da cidade, os quatro integrantes
da banda estavam a porta da casa, com suas esposas, mais duas
meninas e 3 rapazes, parecia que o dia seria interminável, já tinha
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J.J.Gremmelmaier
posto uma semana a mais dentro da semana, por isto parecia
interminável, a menina apresentou os pais, os demais a irmã mais
velha, que estava com a faculdade de Direito trancada, adentraram
a sala da antiga casa, soalho grosso de madeira, a lareira ao canto
acessa, embora não tivesse tão frio, eles era mais do sul, como a
menina falou, moraram no Rio de Janeiro, um bom tempo, sempre
pensou em o que seria acordar no inverno a 12 ou 15º Celsius, no
lugar de —10º Celsius, os demais o induziram a sentar, reparou que
Sharon não tirou os olhos dele, haviam mais duas a sala, mas não
estavam em seu visual, sabia exatamente onde estavam as costas
dele, quando um dos integrantes dos ―Anicê‖, banda que Peter
tentou entender o ritmo, mas não conseguiu;
— Este é o menino que procurávamos? – Guedes, um baixista
brasileiro que se juntou à banda quando estiveram no Brasil;
— Sim, este é o menino!
Peter esperou que falassem com ele, pareciam desconfortáveis,
e ouviram Klemer, o pai de Sharon, falar;
— Soube por minha filha, que esta a investir grande soma de
dinheiro na cidade menino?
— Um dinheiro que ganhei, mas por que queriam me
conhecer?
— Minha filha disse que viu você materializar um bote, isto é
real?
— Senhor, não costumo dar demonstrações, para que
acreditem em mim, quando me divirto é outra coisa, vejo que
alguns acham que não deveria estar aqui, não gosto de gerar
desentendimentos!
— Guedes é descrente de magia!
— A culpa não é dele, muitos não acreditam, a igreja cristã
matou toda a magia da terra natal dele, o Brasil teve uma leva de
grandes pajés, mas os que sabiam ou desenvolviam poder, foram
mortos pelos pacifistas jesuítas, toda a magia foi tomada pelas
igrejas, normal alguém com cultura cristã não acreditar!
— Quem disse que tenho cultura cristã!
— Desculpe, este crucifixo é o que?

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J.J.Gremmelmaier
— Sim, sou um católico, mas não acredito em magia, para
mim magia é coisa do mal!
— Guedes é seu nome, estou certo?
— Sim!
— Guedes, o nome da banda de vocês é Anicê, fogo em Tupi,
eu uso o termo para que me entendam, preferia os chamar de os
adoradores de Manâ, os índios adoravam um deus chamado Manã,
mas se procurar em um dicionário Tupi-Guarani, nem vai achar o
termo, pois ao contrario dos Navajo que vivem aqui ao norte, este
deus afirmava algo que deve ser conhecido de você, que o ser
humano não precisava trabalhar, pois deus o provia, lhe dava de
vestir, de comer, de beber, como sua religião podia transformar um
deus que falava o mesmo que seu cristo em demônio, não podia,
então apagou da historia, proibiu, matou qualquer um que falava
disto, mas quer ver o que é magia Tupi?
— Sabe magia tupi?
Peter estica a mão e fala calmamente em um ritmo pausado,
no ritmo de uma batida de coração;
— Anicê, Anicê, Anicê, Anicê, Anicê, — esfregou as mãos –
Moacuba Anicê! – Peter esticou as mãos e os demais viram fogo
surgir em sua mão e os demais recuaram;
— Esta a dizer que isto é magia Tupi guarani?
— Sim, deus os deu o mundo, através de um deus que
adoravam pelo nome de Manã, mas a cultura deles se perdeu,
foram cristianizados, desculpa se não acredito nesta crus, é que sei
que Yoshua não foi crucificado, mas não tenho como explicar
historia destorcida por um bando de interesses de Roma!
— E o que mais sabe fazer?
— Não vim fazer demonstração, isto um mágico faz, vim saber
por que me procuram!
— Nós fizemos sucesso, mas há anos estamos decaindo, no
começo sentíamos a magia da musica, não entendo o que
aconteceu! – Klemer;
— Para isto não precisavam de um bruxo, apenas ouvir suas
musicas, no começo, tinham ritmo, uma batida próxima do
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J.J.Gremmelmaier
batimento cardíaco, e que acelerava e voltava ao mesmo tom antes
do fim, agora vocês disparam em uma batida 3 vezes acima da
batida do coração, mesmo os mais fanáticos não gostam de ritmos
que não tem magia, ritmos de morte, e não de Fogo!
— Ouviu nossa musica?
— Quando soube que queriam falar, pesquisei, as coisas no
mundo hoje são bem mais fáceis, abro meu computador e até
compro uma musica de alguém do outro lado do planeta!
— Entendi, mas o que quer dizer com batida do coração!
— O coração aceita bater entre 60 a no Maximo 200 batidas
por segundo, mas se iniciar uma musica a 200, as pessoas cansam,
e acima disto, as pessoas podem ouvir uma vez, duas, mas cansam
até de ouvir, vida é ritmo, musicas lentas famosas tem na base de
60 batidas por minuto, rock na base de 120, punk rock, 180, vocês
estão batendo de 200 a 240, as pessoas se perdem!
— Esta dizendo que nossa batida esta alem da magia, é isto?
— Alem da magia, da compreensão, do coração e da razão,
Hom esta perdendo a vos no meio do show, por que esta rápido de
mais, o baterista esta abafando, mas mesmo ele cansa antes do fim,
forçando as duas musicas que ainda vendem, as duas no violão,
para o descanso dos demais, mas se falar algo que não concordam
podem falar, não sou bom nisto, gosto de Country Music!
— Mas o que me pos na duvida, existe magia na musica,
achava no passado que existia, depois perdi isto!
— Hom, as pessoas sentem a magia de varias formas, uma
batida cadenciada, uma guitarra gritada, um grave bem aplicado a
vós, mas depende do que você quer atingir!
— Sucesso! Esta é a meta!
— Sucesso, e o que considera sucesso, a palavra, desculpe a
sinceridade, esta distorcida, sucesso é sinônimo de paz em casa,
amor dos filhos, uma historia a ser contada a frente, uma obra que
tenha o seu nome, e que orgulhe seus filhos, mas sucesso que
dinheiro compra, alguém compra a frente, e você fica sem, tem
gente que viveu 2 anos de sucesso neste ramo da musica, e esta
eternizado, tem gente que passou 50 anos nela, e nada deixou!

559
J.J.Gremmelmaier
— Sabe que as vezes esqueço que ainda tem gente que pensa
assim! – Guedes;
— Guedes, quer um começo, pega o ―God's signs in the DNA‖,
baixa para uma batida bem brasileira, põem na batida do Olodum,
deve conhecer!
— Sim, mas deixa de ser roque!
— Não, atravessa a guitarra na parte final, acelera na parte do
meio a batida, e veja o resultado, magia!
— Parece entender de musica?
— Não, as vezes lendo um livro a cada dois dias, o violão fica
de lado, nunca me dediquei a isto, quando ficar mais velho penso
nisto!
— Você tem tempo, mas acha que nossos fãs vão gostar de
um ritmo mais lento?
— Como falei, desculpe se for fundo demais, não sei mentir,
não me dou bem com isto, mas se o conjunto se fosse hoje, acha
que quantos fãs de vocês lembrariam de vocês em 10 anos!
— Muitos! – Guedes;
— Então não precisam de sucesso, já têm!
— Acha que quantos lembrariam de nós? – Jonny o baterista;
— Não sei, sinceramente antes de me procurarem, nunca
havia ouvido falar de vocês, achei que era por morar em um fim de
mundo, como Hom falou, perguntei para Sheila, é uma amiga de
minha idade, ela passou os últimos 5 anos em Los Angeles, então
ou vocês não tocam na Califórnia, ou não atingem as pessoas com
minha idade, e é na minha idade que se forma as lembranças que
levaremos para a vida, primeiro amor, e sua trilha sonora, primeira
noite de sexo, a trilha ao fundo, os gostos que sentimos quando
estamos no parque com quem amamos, mas como disse, é apenas
minha forma de pensar!
Hom olha para Jonny que fala;
— Isto que falava, não atingimos fãs novos! – O baterista olha
para Peter e pergunta. – Não sei se teria algo a falar sobre nossas
letras?

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J.J.Gremmelmaier
— Boas, mas sinceramente eu gostar não é uma boa dica, a
nível de letras, eu sou um nerd, então espero que entenda que o
que para mim é bom em letra, a maioria não entende, eu penso
sobre uma letra, mas a maioria não quer pensar, quer a batida certa,
acredito que as mesmas letras, podem fazer sucesso com a batida
certa, podem até os dar a diferença, pois desculpe se for direto, o
que toca no radio, na Tv, tira a batida e vê se vai estar por ai em 6
meses, não vai!
— Um consultor de 13 anos, mas acha que pode se usar
magia na musica?
— Jonny, a batida certa, o tom certo, tem magia correndo nas
veias, o tom certo da voz, tem magia, o conjunto certo disto, com
irreverência natural do cantor, gera sucesso, um exemplo clássico
de chama de ―Red Hot Chili Peppers‖, se eu ouvisse apenas os Cds
deles, diria que nunca fariam sucesso, mas os shows e irreverências,
os fizeram o que são, imortais!
— Acha que o show tem peso maior que os Cds?
— O que dá mais dinheiro, os shows ou a venda normal de
Cds, um é a aposentadoria, outro, o encher hoje dos bolsos!
— Mas acha que temos alguma chance? – Klemer;
— Todos têm, depende de saber fazer, um show bem feito,
gravado e distribuído, vende mais do que muitas horas de estúdio,
os tempos mudaram, já ouviu sua filha cantar Klemer?
— Qual delas?
— Qualquer dia ouve o dueto de Sharon e Ahau, com sua
filha Bia na bateria, cantando The Magic, se quer dar espaço, os
filhos são a herança, e podem mostrar que o sucesso esta ao lado!
Os Kennedy se olharam e Sharon olhou para Peter e falou;
— Você entrou em meu blog, aquilo é fechado!
— Desculpe, não resisti, mas – olha para o pai dela – se quer
entender onde esta a magia daquela musica, ouve os seus próprios
filhos tocando, verá que não é a musica que não faz sucesso, é um
detalhe, o sentir da mesma!
A conversa sobre musica saiu do tangível para os senhores e
Bia que Peter não conhecia falou;
561
J.J.Gremmelmaier
— Sabe que invasão de sistema é crime!
— Sei, desculpa Bia, mas se quiser me processar, entra na fila,
não olhei nada alem do vídeo!
— Como sabe meu nome?
— O vídeo esta com autoria e arranjo identificados!
— Mas voltando ao assunto, tenho uma ultima coisa a discutir!
– Klemer;
— Sim!
— Sempre me disseram que palavras tem poder, vi que
entende de pronuncias, mas como podemos usar isto?
— Não recomendo!
— Por que?
— Um nome de peso, as vezes ajuda, mas na maioria da
vezes atrapalha mais que ajuda, por isto as vezes um nome idiota
faz mais sucesso que um bom nome, não carrega peso, ao contrario,
ajuda a descontrair e tirar o peso!
— Mas falo de palavras especiais no meio das musicas, que
possam gerar magia pura!
— Klemer, continuo não recomendando, se você abrir a magia
na musica, a pura magia, uma palavra como Kiss, no meio de uma
musica pode virar Kisê, e teria casos de morte na platéia!
— Esta dizendo que magia pode ser aberta, mas daria sentido
as outra palavras?
— A qualquer pronuncia, Kisê é usado em um ritual Egípcio,
onde a pessoa pode esfaquear outra a quilômetros de distancia,
você abre para magia pura, e acaba usando magia negra!
Klemer olha para o menino e pergunta;
— E não temos como abrir ao acaso algo assim?
— Sempre se tem, palavras geram som, até ler pode abrir
algo assim, a mente produz o som das palavras para ela mesma,
tem gente que entra em neuroses, tem gente que pode matar
induzido por isto, e pode até se matar com isto, mas quanto maior o
grupo, maior a chance!
— Então não recomenda usar isto?

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J.J.Gremmelmaier
— Não, vocês já sofreram de quantos incêndios em shows?
— Acha que tem a ver com magia?
— Anicê ritmado é magia, podem nem saber direito, mas a
diferença é que sem ser iniciado é fraco, faz um surgir de uma
faísca, um pequeno foco, mas isto, é outro assunto!
Todos se olham, Peter nem conhecia direito a historia do
grupo, viu a forma que Sharon olhava para ele e ouve em sua
mente;
―Nem pense nisto!‖
Peter sorriu e a menina pensou que foi para ela;
―Para com isto, duas não é suficiente?‖ – Caterine;
Peter olha para os demais e Jonny pergunta;
— Fica para a janta?
— Se não atrapalhar?
— Não, mas soube que não come carne, fizemos um
churrasco, costume do Brasil!
— Deve ter uma salada para acompanhar!
O baterista riu e os demais começaram a sair da sala, os 5
músicos se reuniram, e Sharon sentou-se a frente dele e falou;
— Sua namorada quase acreditou que daria encima de você
ontem!
— Verdade, obrigado por dar um empurrão!
— Acha que ela desconfiou?
―Agora sei, vamos conversar direito sobre isto!‖
— Ela já sabe, mas não entendi esta reunião?
— Eles estão pensando em separar a banda!
— E por que me ouvir?
— Não sei, mas não precisava falar do meu dueto!
— Mas ficou bom!
— Sabe que não acredito em elogios, esta a me cantar, você
não tem namorada?
— No plural!
— Verdade, duas, e esta me cantando?

563
J.J.Gremmelmaier
— Não!
— Que pena!
―Atirada!‖ – Caterine;
―Esta está a fim!‖ – Sheila;
Peter riu e a moça passou o braço no de Peter e foram para a
parte de fora, onde haviam posto alguns tijolos fazendo uma
pequena churrasqueira, e puseram uma grelha, Peter era das
poucas pessoas que não gostava daquele cheiro de gordura
queimando ao fogo, lhe ofereceram um refrigerante e recusou,
olhava os demais de longe a conversar, e chegam onde os demais
estavam, Sharon o apresentou aos demais, e Bia falou;
— Falou serio que gostou daquele vídeo?
— É muito bom, mas pelo jeito os três tem vergonha daquilo!
— Somos filhos de músicos profissionais, normal a
insegurança! – Ahau;
— Desculpa se falei de mais, as vezes esqueço de segurar a
língua!
— Mas é serio que não come carne? – Sharon;
— Sabe como é, sacrifícios que o mundo nos impõe!
— Nem um pouquinho?
— Não, obrigado, depois faço meu prato!
— Sabe que o tempero do pai dizem ser divino!
— Deus pode, eu sou apenas um pseudo bruxo!
Peter sabia que haviam outros olhos lhe olhando, não gostava
de ser o centro das atenções, pegou um pacote ao bolso e falou;
— Um presente para não esquecer de ontem!
Sharon pega o pequeno pacote e abre, viu uma câmera e as
fotos digitalizadas do dia anterior, olhou para algumas e as pessoas
foram se reunindo em volta dela, Bia olha as fotos e fala;
— Quando ela contou não acreditei!
Os demais viram as quedas d‘água, as caras de susto de uns,
de diversão dos outros, as corredeiras, as grandes cavernas, e
Sheila pergunta;
— Como fotografou isto?
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J.J.Gremmelmaier
— Segredos de um bruxinho!
Os adultos não tiravam o olho de Peter, estava incomodado
com isto, olha para os demais, mas Sharon estava lhe provocando e
Ahau viu que a menina estava querendo o provocar, e falou;
— Vai com calma Sharon, seus pais estão olhando!
Sharon olhou para a sua mãe e viu a cara de reprovação e
falou;
— Salvo pela repressão!
Peter riu e pensou em o que estava acontecendo;
―Acontece que é um safado, isto sim!‖ – Sheila;
―Eu?‖
―Sim, dando presentinho para ela, quer o que com isto!‖
―Um dia explico o que acontece quando se põem uma foto de
alguém na carteira, na tela de apresentação, na vida, os índios
sabiam disto antes mesmo do advento da fotografia!‖
―Vai dizer que se pode aprender uma alma?‖ – Sheila;
―Não, mas se uma rosa fez de hoje um dia especial para mim,
uma foto, melhor me desfazer antes que gerasse problemas!‖
―Mas então por que fotografou?‖
―As maquinas presas a meu computador fotografaram, era
para ser do movimento, das corredeiras, mas sabe como é, alguém
brigou comigo, e fui dar uma volta!‖
Sheila chega ao lado com um prato de saladas e oferece a
Peter, ele olha e come, já estava fazendo desfeita para perguntar de
onde vinham as verduras, deixou o picles de lado, Sheila vendo
pelos olhos de Peter sorriu em casa, um teste, o cheiro de carne, ela
gostava, era mais difícil resistir;
Jonny sentou-se ao lado do menino e perguntou;
— De que vídeo você falou?
Peter estava com a mochila encostada em um canto, puxou
seu computador pessoal e apenas deu dois clique no clipe e o rapaz
ficou a olhar os demais chegarem perto;
Jonny olha para Bia e fala;
— Não sabia que tocava tão bem!
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J.J.Gremmelmaier
A moça ficou encabulada, e os demais viram aquilo, Sharon
ficou tímida, Peter achou que ela nunca ficava tímida, mas diante do
pai, ela ficou;
— Bem diferente, nem parece a mesma musica! – Hom;
— Temos de tentar este arranjo, bem mais enxuto, mas tem
tudo que lembra a musica! – Jonny;
— Sabe se eles tem mais interpretações destas, Peter?
Peter olha para Sharon, ela estava meio querendo se esconder,
e ela ouviu em sua mente;
―Relaxa, eles gostaram!‖
Sharon olha para Peter e fala;
— Acha que eles vão gostar mesmo?
Bia olhava de longe, mas se por um lado tinham medo das
reações, queriam saber as opiniões;
— Não sei, — se conhecessem Peter saberiam que ele mentira
neste ponto — devem ter, mas só eles podem dizer, já me meti
demais mostrando este!
Jonny queria outra resposta, mas algo lhe dizia que tinha
outras, a gravação parecia muito correta, não foi uma tentativa,
foram varias, para chegar a aquele ponto;
Os demais se afastaram e Sharon perguntou;
— Por que não foi adiante!
— Vocês que tem de ver onde querem chegar, e acho que
Jonny não gostaria do que salvei aqui, muito menos com seu pai
pelo fundo!
— O que você salvou?
— ―Essa menina tem o gosto de balão na boca!‖ – Titulo em
Português;
Ahau riu e Bia falou;
— Ainda bem que não mostrou eu iria ficar vermelha pelos
dois!
Peter riu;
— Mas mesmo esta, ficou ótima, apenas não achei oportuno
mostrar, e o português de vocês é bom!
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J.J.Gremmelmaier
— Fala português? – Fala em Português;
— Sim!
— O que você não sabe, não fala, ou não consegue? – Ahau;
— Ainda não consegui muita coisa, não na esfera que
pretendo!
— Ainda não e uma mago poderoso! – Fala em tom de
brincadeira Sharon;
— Verdade, não cheguei a ser um mago, mas mesmo isto é o
começo!
— E qual o fim?
— O fim, não existe fim, não para mim, talvez minha morte,
talvez nem isto!
— Não entendi? – Bia;
Peter começa a divagar, estava a passar dos limites, a
conversa estava ficando interessante para ele, chata para os demais,
quando viu o gesto rápido de Sharon para seu lado, só deu tempo
de fechar o traço no caderno e sentir os lábios da menina a sua
boca, ela pensou que ele recuaria, mas a beijou, olhou em volta e
viu os demais estáticos, e Peter a olhando;
— Sharon, não me complique, não se complique!
— Quero só uma casquinha!
— Não tem idéia do que esta pedindo, menina!
— Por que os demais estão estáticos!
— Sinceramente?
— Sim!
— Fora do tempo, não sou monitorado, e não quero magoar
duas pessoas!
— Você não quer dar uma pulada de cerca?
— Sempre digo que as pessoas tem de cuidar com o que
pedem!
— Não me deseja?
— Não faz isto com você Sharon, qualquer um na cidade baba
por você, por que eu?

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J.J.Gremmelmaier
— Por que você me surpreendeu, a maioria diz coisas
estranhas, você faz coisas estranhas!
Peter a sentou e falou, antes de desfazer o traço;
— Não é uma boa hora! Gostaria que entendesse!
— Eu quero um pouco, mas espero o sábado!
— Cuidado, sábado pode ser animal!
— Quero algo animal!
Peter desfaz o traço a trazendo bem perto, e fala;
— Quem sabe no sábado!
Ela sorri e Sheila fala para Caterine;
―O que ele quer fazer no Sábado?‖
―Nem idéia, esta menina é mais atirada que você!‖
Sheila riu e por um momento pensou em quais as
possibilidades de Sábado;
Peter olhou para Sharon e esta perguntou;
— E se não tivesse nada que você pudesse comer?
— As vezes não como!
— Mas não teria outro jeito?
Peter desenha um prato e pergunta para a menina;
— O que mais gosta?
— Tenho saudades do camarão com chuchu do Brasil!
Peter desenha dois pratos e desenha uma bandeja, dois sucos
de Graviola com cenoura, uma cumbuca de camarão com chuchu,
temperados a carioca, um arroz de acompanhamento, todos os
jovens vêem ele por a mão no caderno e puxar para fora a bandeja,
o cheiro chegou junto com o espanto da menina;
— Fala serio, isto sim que é magia! – Bia;
Peter serviu o suco, e um prato para Sharon, serviu um para
ele, e ela olhou e perguntou;
— Pensei que não comia carne?
— Camarão é um crustáceo, base de quase todas as grandes
linhas evolutivas do mar, dizer que como salmão e não como
Camarão, é como dizer que como frango e não como milho!

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J.J.Gremmelmaier
Os dois comeram e ofereceram aos demais, uma leva de
pratos apareceu, e Sharon falou;
— Sempre pensei em magia como algo do mal!
— Einstein já dizia, não existe mal, apenas momentânea
ausência de bem!
Ahau riu e chegou com um prato e pediu um pouco, e Bia
perguntou;
— Que camarão é este?
— Camarão Rosa, umas espécie mais comum nos mares do
sul!
— Quer dizer que se ela tivesse falado uma porção de
Camarão da Paulista, você conseguia? – Fala Bia em Português;
Peter desenhou com a mão que não estava com o garfo e
puxou uma tigela com camarão a Paulista;
Bia sorriu e encheu o prato, para quem não esta acostumado
o camarão a paulista é camarão branco do tipo grande feito ao bafo,
alguns brasileiros os comem com casca e tudo, a moça descascou e
fez a pilha na tigela de restos não apreciados;
O cheiro de camarão atraiu outros olhos atentos, e o
churrasco quase virou um rodízio de frutos do mar, Peter estava a
se divertir, não fazia para se mostrar, fazia para satisfazer desejos;
Peter pegou uma carona para casa e entrou cansado em casa,
se recolheu em seu quarto, e lá ficou até a manha do dia seguinte,
dormiu muito;

Quinta amanheceu, os músicos estavam a conversar ainda,


quando a Sharon saiu para a escola;
— Filha, se cuida, não quero você envolvida com este Peter!
— Pai, relaxa, ele tem olhos para outras meninas, me acha
nova demais!
A mãe sorriu mas sabia que isto não deteria a menina;
E viu a mesma sair como se indo a uma festa, sabia que o
menino agradou a filha, melhor do que ter de se preocupar com o
motorista, a menina dos problemas;

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J.J.Gremmelmaier
— Sharon já foi mãe? – Bia;
— Foi, o que achou daquele menino?
— Muito estranho, nunca havia visto magia de verdade,
rodamos o mundo atrás disto, quantos vigaristas vimos por ai!
— E acha que o menino não é mais um?
— Não sei, ele não pediu dinheiro, não forçou um daqueles
reúne todos, agora todos fecham os olhos, e coisas assim!
— Esta ficando descolada em farsantes filha!
— Sim, sabe que me impressiono na hora e depois penso e
acho as ligações, quando ele fez fogo, pensei que era mais um
vigarista!
— Eu também, principalmente quando disse que não fora lá
para dar demonstrações, parecia preparando para os levar a algum
lugar, como fez com sua irmã!
— Verdade, mas ela disse que ele consegue excluir-se do
tempo, não entendi, disse que certa hora ela o beijou, mas não esta
no registro das câmeras!
— Ela o que?
— Ela disse que o beijou, as câmeras tem o movimento, mas
parecem dar um pulo, e estarem a frente com os lábios separados!
— Ela andou bebendo?
— Não mãe, este é dos mais malucos, não come carne
vermelha, e aquele Camarão estava divino!
— Como ele fez aquilo?
— Não sei, passei quadro a quadro a câmera da hora que ele
desenha e tira o camarão do caderno, não é um truque, ele
realmente pôs a mão no caderno e tirou um camarão fresco, quente,
delicioso!
— O que mais verificou?
— Ele fez Sharon recuar, ela disse que ele não a beijou, e
disse que não seria certo, ela falou com outras palavras!
— Não cobrou, não fez questão de parecer real, não deu
encima de Sharon, vai dizer que com aquelas roupas é rico?

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J.J.Gremmelmaier
— Sim, o parque temático da cidade é dele, esta construindo
mais dois!
— Agora me impressionou, quer dizer que tudo aquilo, casa de
terror, e coisas assim, é dele?
— Sim, parece que parte a mãe administra e parte a madrasta
administra, mas é dele, ainda esta construindo hotéis na cidade, e
dizem que a praça ai na frente, como biblioteca foi ele que doou a
cidade!
— Mais estranho!
— Também estranho mãe, nunca ouvi alguém ter coragem de
dizer para meu pai que nunca tinha ouvido falar deles!
— Verdade, naquele ponto ele pegou muitos de surpresa, as
pessoas elogiam, fazem sala, ele não, foi direto, disse que nunca
havia ouvido falar, e pior, deu um exemplo de Los Angeles, sempre
falamos isto, mas teve de um desconhecido falar para eles ouvirem!
— E foi lá com tanta simplicidade, direto ao ponto! Diz que
passou o feriado em Los Angeles.
— E o que ele foi fazer lá?
— Curiosidade, segundo Sharon, quando ele não recebeu
alguns grupos vindos de outras partes do mundo, parece que
acabou tendo problema por que eles se enfrentaram e ficou a fama
que foi ele!
— Do que esta falando?
— De umas mortes que surgiram na região, pessoal de Israel,
Arábia e Iraque, junto com um pessoal do vaticano!
— Lembro, eles vieram falar com o menino?
— Parece que sim, por isto teve problemas já resolvidos com
Cia, FBI e Exercito!
— Isto me põem medo!
— Mãe, o menino tem 13 anos, que mal pode ter feito, as
pessoas aumentam, se reparar se neva na cidade a culpa é dele, por
isto que quando caiu a delegação vinda do Vaticano, os helicópteros
foram pegos por um tornado, tinha que ser ele, as pessoas
aumentam!

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J.J.Gremmelmaier
— Sei disto filha, mas não foi você que disse que pode ser que
tenha sido magia?
— Sim, mas uma coisa é um prato de camarão, outra é
derrubar um helicóptero!
A senhora olha para a filha e pergunta;
— E esta reunião, não acaba mais?
— Eles as 4 tentaram o arranjo de Ahau, e gravaram,
mandaram para o empresário, parece que ele vem ainda hoje,
parece que gostou!
— Sabe que não lhes quero metidos com musica?
— Mãe, uma hora ou outra, vai ter de nos dar liberdade!
— Sabe que não quero!

Na escola, os alunos chegavam para a aula e Sharon é


cercada por Michael e Carlos;
— Ai belezura, não falou mais com a gente!
— Desculpe amigos mas meu pai proibiu falar com
desconhecidos!
— Mas todos dizem que você anda falando com aquele
pirralho do Peter!
— Culpa de meu pai, ele é amigo de família, apenas isto!
— Esta nos dando um fora, belezura?
— Não, deixa meu pai acalmar, sabe que gente famosa é
estressada, ele mandou o motorista para não poder nem passear
sem ele ficar sabendo, e fica ali, de olho em tudo, eu acho isto uma
chatice só!
Sharon passou por eles e foi para dentro do colégio, colegas
simpáticas achou aos montes, podiam não ter ouvido falar de seu
pai, mas nunca falariam, não eram como Peter;

Peter chega a sala e vê ao lado de sua carteira as coisas de


Caterine, sorri e vê a menina se tornando moça a porta, falando
com Sheila, as duas amigas, o que aconteceu no dia anterior, os
demais se perguntam, Caterine olha para Peter, ela estava linda,

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J.J.Gremmelmaier
diferente, talvez fossem seus olhos, mas estava, e ouve em sua
mente;
―Vou ficar com ciúmes assim!‖ – Sheila;
Peter sorri, e olha para Caterine;
―As vezes esqueço que meus pensamentos estão sendo
vigiados!‖
Robert olhou para as duas e falou ao lado;
— O que aconteceu, as duas se dando bem!
Peter olha para Robert e fala;
— Pétalas vermelhas de rosa!
— Fala serio!
Peter sorri e olha para o amigo e fala;
— Elas são assim, quando acho que vão ficar contra mim, não
ficam, mas unidas, sabe que estou com um problema grande!
Robert riu e Call ao lado falou;
— Não reclamaria de um problema destes!
— Sua namorada que ouça, se quiser lhe apresento Sharon, é
da sala de sua namorada, encrenca na certa!
— Ouvi elas comentando algo, o que aconteceu? – Robert;
— O que quer dizer encrenca? – Call;
— Alguém sem o limite do não, fugi de uns 3 beijos ontem!
— Fugiu? – Call;
— Call, se um dia tiver um pacto de sangue com alguém, e
esta estiver afim de você, não a vai magoar apenas por um beijo, ou
vai?
— Depende, Sharon é aquela menina nova de olhos azuis?
— Sim!
— Eu teria de me desculpar depois, Peter! – Sorri Call;
Robert sorri e até Sheila sorri, Caterine não tinha humor para
este tipo de brincadeira;
O professor chegou e Caterine sentou-se ao seu lado;
―Esta sex!‖
Caterine ficou corada e Peter pegou e sua mão;
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J.J.Gremmelmaier
―O que pretendia se esbaldando com ―Sharon‖ ontem!‖
―Acho que não foi com ela que me esbaldei ontem!‖
―Safado, sabe que não usamos camisinha, seu irresponsável!‖
―Sei, mas vou ter de comprar em outra cidade, ou quer que a
Judite da Farmácia espalhe para a cidade inteira!‖
―Verdade, mas – Caterine olhou seu olhos e o deu um
pequeno beijo – te amo!‖
— Namoro no intervalo, crianças! – Professor;
O professor estava a olhar para Peter, e ele escreveu no
quadro;
―Desculpe Professor!‖
O professor olha para o quadro e volta a olhar para Peter, no
saber dele, era o único bruxinho da sala para fazer algo assim;
— Sem brincadeira hoje, o assunto é serio,vamos começar....
A aula se arrastou, as idéias de Peter estavam longe, no
intervalo viu Caterine sair com Sheila, e Robert falar;
— Acha que isto dura quanto tempo?
— Não sei, mas saiba que esta de pé sábado!
— O que estava a desenhar ai?
— O meu parque temático, cortei a grama, terraplenei o
terreno de acesso da prefeitura para os carros e ônibus, construí as
grandes piscinas térmicas, aquela fonte de água quente vai me
servir perfeitamente, com toboágua, teremos um percurso de rafting,
no paredão da montanha Verde, teremos Rappel com instrutores,
uma trilha de bóia para crianças, e muitos brinquedos ligados a
água, mas por fim, o desafio para poucos, a descida das cavernas,
apenas para adultos, e com exame medico anterior e para pessoas
com um pouco de gosto pela aventura, ops, não somos adultos!
— Não entendi a idéia!
— Vai ver no sábado!
— Estava desenhando ou fazendo?
Peter sorriu para Robert, que entendeu a resposta, os dois
estavam saindo quando Carlos, Michael, Angel, e outros meninos os
cercaram ao corredor;

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J.J.Gremmelmaier
— O casal de amiguinhos! – Carlos;
— Falei para não se aproximar da menina nova! – Michael;
— Não sei do que esta falando!
— Falei para se manter longe, não ouviu!
Peter estalou os dedos e tudo a volta ficou parado com ele e
Michael sozinhos naquele mundo;
— Acha que esta falando com quem, Michael? Não manda em
mim, e não sei mesmo do que esta falando, se esta falando de
Sharon, uma amiga, grande amiga, a protejo de gente como você a
pedido do pai dela, e se quer brigar, estou aqui!
— Vou acabar com você! – Michael tenta dar um soco e acerta
a parede.
— Tem de melhorar a mira, outra coisa, se mexer com
qualquer uma das minhas duas namoradas, eu lhe quebro Michael,
e estes seus amigos!
— Que saiba só esta namorando Caterine, levou sorte!
— Na verdade também estou namorando Sheila, então se
chegar perto, lhe arrebento!
Michael tentou um outro soco, e Peter segurou sua mão e
falou;
— Melhor não querer quebrar os dedos, Michael! – Peter
torceu os dedos para trás e o rapaz se torceu, soltou a mão e se
afastou, Peter estalou o dedo de novo e olhando para o rapaz
terminou. – E estamos falados!
Os demais não entenderam Michael deixar os dois passarem, e
reparou no sorriso de Sheila para Peter e entendeu que o menino
estava muito mais ativo, sentou-se no canto de sempre, e mal
sentou já com a mesa cheia Sheila falou;
— O que vamos fazer no sábado?
Peter fechou uma linha exclusiva;
―Eu e você, ainda não pensei nisto!‖
―Safado‖ – Respondeu Sheila;
―O que falou para ela?‖
Sheila sorriu e Peter também, abraçou Caterine e falou;

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J.J.Gremmelmaier
— Vamos pré inaugurar um parque aquático, pois depois que
abrir, pode ser que não consigamos!
— Mas e o frio?
— Teremos cúpulas que se fecharam no inverno, tem coisa
que não vai funcionar no inverno, quando nevar, mas a maioria vai
funcionar naturalmente!
— Mas quando fica pronto? – Sheila;
— Assim que terminar de desenhar!
Sharon que estava apenas a ouvir fala;
— Esta falando do parque com cavernas?
— Sim, mas estamos falando em explorar o rio de águas
termais antes de entrar nas cavernas, e a parte das cavernas!
— Sabia que o agente de meu pai gostou do arranjo, parece
que vão regravar aquela musica ainda esta semana!
— Bom, gosto quando consigo ajudar!
— Estão falando de que? – Robert;
— De tornar os ―Anicê‖, em banda famosa!
Robert riu e pensou mas não perguntou quem era os ―Anicê‖;

O intervalo do meio dia, Peter saiu do banheiro e se deparou


com Caterine e Sheila se beijando, estavam fora da vista, mas
chegou perto e as duas nem o notaram, sabia que iria piorar, fez
uma porta e as basicamente pôs para dentro, as duas nem olharam
para ele, estalou um dedo e as duas olharam assustadas para ele;
— Você esta ai? – Caterine;
— Onde estamos? – Sheila;
As duas se olharam e Caterine abraçou Peter;
— Desculpa, não queria lhe magoar!
— Caterine, não me magoou, esquece que sinto seus beijos,
estava é ficando excitado!
— Você não presta mesmo! – Sheila;
Peter beijou Caterine e Sheila sentiu o beijo, e chegou junto,
em publico estavam sempre se evitando, mas o que seriam 15
minutos fora das vistas, dos demais;
576
J.J.Gremmelmaier
Peter estava a sair da porta quando viu Irene, olhou para ela e
falou;
— Acha que ganha o que com isto? – Peter;
— Elas lhe esquecerem, acha que vou desistir!
— Cuidado, sempre digo que as pessoas conseguem o que
desejam!
— E que perigo tem nisto?
— Esta devagar, Irene, ainda na ida, já voltei!
— Mas como desfez?
— Quem disse que desfiz! Acha mesmo que elas estão sobre o
seu encantamento?
— Você as aproximou, mas por que?
— Se falar terei de lhe matar, acho que seria apenas mais
uma morte as minhas costas!
— Sabe que posso quebrar esta sua safadeza, esta querendo
outra, só pode ser isto!
— Tente, queria ver se é capaz de algo tão simples!
— Esta me desafiando?
— Se não consegue fazer algo para o bem, vou lhe forçar a
fazer!
— Soube que estão dizendo que depois da próxima
inauguração será o mais rico da cidade, mesmo tendo doado as
coisas que conseguiu, duas vezes!
— Sabe que se fosse maior de idade, lhe transferia a sua
parte! – Peter;
— Minha parte?
— Esqueceu que tudo isto foi você que fez acontecer, mesmo
não querendo, toda este felicidade na cidade esta sendo creditada a
uma atitude sua!
— Eu trapaceei e quer dizer que isto foi positivo?
— Eu não, todo mundo, mas sua fatia esta lá esperando ficar
maior de idade!
— Quanto?
— Um sexto, não foi esta a parte que cada um levou?
577
J.J.Gremmelmaier
— Você é maluco mesmo, ainda vai me dar dinheiro?
— Quando tiver 18, ainda falta tempo!
Irene olhou para Peter e falou;
— Tudo para não desfazer o feitiço?
— Na verdade não tem como você desfazer, não este que foi
feito, mas pode tentar!
Caterine chega ao lado de Peter e fala;
— Tudo bem Irene, vou roubar ele de você!
— Tudo bem!
Irene olha o olhar de apaixonada da menina para Peter, não
entendeu, o que estava acontecendo, era um triangulo, o que ele
teria feito, as duas foram conduzidas por ele, para onde, o que ele
fez, e onde, Irene estava a ficar fraca na magia, vícios de criança,
refrigerante, doces, frituras, um mundo bem diferente de quando
estudou;

Caterine conduziu Peter a área do campo e viu os rapazes


perturbando Sharon, ela estava tentando se livrar de Michael, e este
estava a forçar no poste, Sheila ria, muitos riam, Peter pegou o
caderno, ia traçar um traço e parar o tempo, Caterine bateu no
caderno que caiu no chão, ele olhou para Sheila, riscou com o pé
um circulo no chão, parou o tempo, pegou o caderno no chão e
calmamente atravessou o campo, desabotoou a calça de Michael,
tocou em Sharon, que viu tudo parar, olhou para Peter que a puxou
lateralmente, com a ajuda dela, pos Carlos no lugar onde ela estava,
baixou a calça deste também, deu a mão para ela, desenhou o
parque e surgiram longe dali, e o tempo voltou ao normal, Sheila e
Caterine, e o resto do colégio vêem Michael tentar beijar Carlos, os
dois se assustam e tentam se afastar, as calças baixadas, os fazem
cair, primeiro riram, depois Caterine olha para Sheila, que olha onde
deveria estar Peter;
―Burrice!‖ – Caterine;
―Verdade, idiotice da grossa!‖

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J.J.Gremmelmaier
Peter e a menina surgem onde estiveram a dois dias, a
menina nem reconheceu, um grande portal para o estacionamento,
as plantas bem ornamentadas, um muro baixo cercando tudo, e ele
olhou para ela e falou;
— Vamos passear um pouco?
— Obrigada, aquela sua amiga disse para Michael que eu
estava afim dele, eu mato ela!
— Nem meche com ela, ela é uma bruxinha como eu!
— Sério?
— Sim, e embora não fale em publico, é minha namorada!
Eterna namorada!
— Eternidade não é muito tempo?
— Deve ser, nem tenho idéia de quanto seja! – Peter sorrindo;
A moça vê alguns homens ajeitando o lugar, mas todos
estáticos;
— Estamos novamente fora do tempo, como faz isto?
— Não é fora do tempo, mas 15 minutos é equivalente a um
dia, somos sombras passando ao lado deles, um minuto deles, é
equivalente a pouco menos de 2 horas nossas!
— Então se ficarmos aqui, 2 horas, seria um minuto, dá para
aprontar muito!
— Sim, dá para lhe mostrar tudo isto!
— Por que esta fazendo isto?
— Não é por que estou namorando as duas, que deixarei de
fazer o certo, e lhe fazer passar um apuro, não é certo!
— E me beijar seria?
— Também não! Vamos deixar isto para o sábado!
— Esta me prometendo muito para sábado, vou cobrar!
Terminaram de subir, uma serie de 20 degraus e o parque se
abre a frente, onde era o seleiro, tinha uma casa de aventuras, e
venda de produtos, a frente dela, um jardim, e uma grande escada
levando ao rio lá abaixo, mais ao fundo, piscina mais piscina,
toboágua, corredor de água, um parque completo baseado na água,
andaram mais a frente e viu a grande cúpula fechada, piscinas

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J.J.Gremmelmaier
aquecidas imensas, praia de ondas artificiais, e ao fundo um
paredão de pedra, deveria ter tido uma pedreira ali, uma queda de
água, parecia artificial, e lá em cima um guindaste fixava um
mirante, tudo dentro da grande cúpula, olho em volta, foram a uma
saída e depois de uma pequeno corredor, outra imensa cúpula, mas
esta parecia estar abrindo, olhou aquilo e entendeu que seria um
parque ativo fosse inverno ou verão, Peter pegou na mão dela e
perguntou;
— O que achou?
— Incrível, em questão de horas levanta um parque de
milhões, e como esta as cavernas?
— Com mais calma vamos ver no sábado, hoje não temos
muito tempo!
Sharon vê uma menina entrar correndo e Peter se abaixar e a
abraçar, e falar;
— Sharon, esta é Paula, minha irmã!
Paula olhou para ela e falou;
— Se cuida, sou ciumenta como meu irmão!
— Mas não estamos em um tempo acelerado?
— Estamos, mas não quer dizer que ela não possa vir
também!
— E suas namoradas?
— Se Paula esta aqui, ela as bloqueia!
— Ela, você não as bloqueia?
— Eu não, se viessem atrás estariam é lhe pedindo desculpas!
— Ele enfrenta, sofre por isto, mas Peter é assim!
— Esta gostando irmã?
— Incrível, me disseram que tem uma surpresa!
— Já que esta aqui, vamos lá, eu mostro como esta ficando!
As duas entram naquela imensa construção com lanchonete,
venda de lembranças, todos montando as coisas, olham ao fundo
uma grande caverna estilizada, Sharon sorri, escritos em relevo em
fibra de vidro, parecendo pedra dizia, ―Travessia para corações
corajosos‖, eles passaram, tinha um mini museu explicando como

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J.J.Gremmelmaier
eram as cavernas locais, e onde há dois dias tinha um elevador
caindo aos pedaços, tinha um imenso elevador, para 20 pessoas, os
três entraram no elevador e desceram, quando desceram Paula
olhou aquilo encantada, uma caverna imensa, desembarcaram em
uma plataforma, e caminharam no sentido em que ela indicava, as
cavernas estavam iluminadas, mais a frente, uma pequena lagoa, e
uma leva de mais de 10 botes, Peter alcançou para a irmã um
capacete, depois um colete salva-vidas, e Sharon pegou um para ela,
lá iam de novo, os três entraram no bote, Sharon viu que estavam
começando de um lugar diferente, e viu por que naquele dia não
começaram por ali, um grande declive, escorrendo água por todo
ele, até lá em baixo onde embarcaram a primeira vez, deveria ter
uns 50 metros de paredão em descida como um escorregador para
começar, os três se firmaram e Paula gritava a frente, Sharon viu
que a velocidade fora mais lenta, estavam a ir pela gravidade, mas
o rio não os empurrava, pois estava bem lento, mesmo assim foi
muito divertido, quando saíram pela caverna, encostaram na
prainha, embora Sharon quisesse continuar, tinha de deixar alguma
surpresa para Sábado, colocaram o bote num lugar destinado a ele,
os equipamentos e subiram as escadas, quando chegaram lá em
cima, Peter olhou para Paula e perguntou;
— Acha que devo por um esteira para as pessoas não fazerem
força?
— Eu deixaria assim! – Paula;
— Eu poria uma esteira rolante!
Peter abaixou até a irmã e falou;
— Diz para a mãe que esta tudo bem, mas agora tenho de
voltar aos estudos!
— Sei disto, melhor não abusar muitos minutos, Sheila lhe
mata!
— Ela é meu menor problema!
— Você tem mal gosto para meninas mesmo, o que posso
fazer!
— Quando crescer falamos disto! – Sorri Peter, que passa a
mão no cabelo de Sharon e este seca, ela põem a mão no cabelo e
fala;
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J.J.Gremmelmaier
— Assim parece que sai de um motel!
— É muito nova para um motel, menina!
— Você parece muito certinho!
— Pareço? – Peter pega o caderno, desenha o campo de
futebol, uma hora e quinze depois, 45 segundos depois os dois
sentam—se a arquibancada, Peter joga o caderno em direção aonde
estava, e estala o dedo;

Sheila sabia onde ele estava por saber a visão que ele tinha
dela, olha para ele, e estava lá, ele e a menina ao lado, Caterine
olha para onde Sheila olhava, uma leva de olhos acompanhou este
olhar, e todos viram Peter e a menina sentada, Michael viu e xingou
caindo;
— Obrigada!
— Nada, eu disse para ele não mexer com você, que seu pai
havia pedido que a defendesse, não tem nem o que reclamar!
— Sabe que terá problemas?
— Eu não! – Caterine chegava perto e fala;
— Tinha que ajudar?
— Sharon esta esperando desculpa das duas, infantilidade! –
Fala olhando para Caterine;
— Não vou pedir desculpa!
— Nem eu?
— Bom saber que as duas estão bem, juntas, e aprontando!
Peter olhou para Sheila, e esta desviou o olhar e falou;
— Não me olha assim!
— O que faço com vocês duas?
— Quem manda me mostrar que poderia lhe bloquear!
— Só lhe lembrei, mas se acha que era para este tipo de uso,
esta perdendo tempo!
— Mas por que a defendeu? – Caterine;
— Acho que não lembra quantas surras tomei de meninos
maiores para os poupar de algo assim, humilhação publica, eu não
mudei, se as duas mudaram, temos de conversar!
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J.J.Gremmelmaier
— Mas ela esta dando encima de você!
— E sabe que não aconteceu nada, não tem motivo!
— Mas agora tenho, você a defendeu!
— Vai começar de novo Caterine?
Sheila riu, foi infantilidade, mas foi divertido por exatos 15
segundos, daí Peter apareceu, daí foram outros 30 segundos vendo
dois marmanjos quase se beijando e de bunda de fora;
―Sheila, não teve graça em nada o dia de hoje!‖
―Desculpa!‖ responde rindo ainda;
Peter levanta-se e fica na frente de Caterine e fala;
— O que quer mais?
— Sabe, exclusividade!
— Sheila pode dar isto, eu não!
— Não é brincadeira!
Peter levanta o seu queixo e a beija, Sheila se afasta, como se
adiantasse, sentia o gosto do beijo, chega à sala e os meninos riam
dos outros dois, e Michael a barra a porta;
— Você aprontou comigo de novo! – Michael;
— Quer que quebre seus dedos para valer desta vez? – Sheila;
— Por que fez isto?
— A idéia era outra, mas deu errado, Peter agiu e estragou
tudo!
— Queria aprontar com a menina, esta com ciúmes, mas me
deve esta!
— Se quer o pagamento em dedos quebrados pago, esquece
qualquer outra cobrança, sabe que ele lhe quebra, vai ter sorte se
ficar parecido com Ronald!
— Você não era assim!
— Sabe o que sinto por ele, então não me enche Michael!
Ela passou e entrou pela porta, e viu Peter chegar, olhou para
ele e Michael se afastou, mas obvio que teria volta;

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J.J.Gremmelmaier
As aulas terminaram e Peter com Caterine passaram na loja
de Marlene, esta confirmou que tudo estava em andamento, as
coisas estavam andando, construir não era tão rápido quanto outras
coisas, Peter deixa Caterine em casa e volta para a sua, estava a
praça e viu Carlos, Michael, Angel, Nadal, e outros marginais
daquele grupo, barras de ferro, revolver, facas, soco-inglês, pensou
em como se livraria, contou os 12 rapazes o cercando, idade entre
15 e 19 anos, estava com gente por todo lado, Peter pensa em o
que daria mais resultado, apanhar, voltaria ao inferno anterior, bater,
mais ódio, dois caminhos sem fruto, humilhar, pior, estava a pensar
quando Michael falou;
— E daí, vai fazer truques, hoje resolvi ouvir sua avó, e tomei
um banho de sal grosso!
— Não precisava falar que tomou banho, deu para sentir a
diferença de cheiro!
— Acha que pode com a agente? – Carlos;
— Não estou vendo gente aqui, mas vocês, trocado!
Peter risca um circulo no chão e os demais vêem a cidade
apagar as costas, apenas as luzes de parte da praça estavam acesas,
os rapazes continuaram a lhe cercar, Peter sentiu quando Michael
puxou o gatilho, o tiro lhe atravessou o ombro, o segundo, o baço, o
rapaz vendo Peter se recolher descarregou a arma, Peter sabia que
isto não o mataria, mas a dor era grande, Sheila e Caterine sentiram
as dores, Mari e Paula ouviram os gemidos e ouviram os tiros;
Peter cai no chão, os demais tentam sair, fugir, cúmplices de
assassinato, mas esbarraram em algo, o negro tomava forma em
volta, e não conseguiam passar, era como uma parede negra,
tentaram em toda a volta, e Michael chega perto para ver se Peter
estava morto, a arma descarregada, quando chuta ele no chão vê
Peter abrir os olhos, a roupa estava manchada de sangue e furada
em cada ponto de tiro, mas Peter estava vivo, olhou em volta e os
demais se assustaram com aquilo, as paredes negras começaram a
se fechar, o raio do circulo a diminuir, Peter meche os ombros,
põem o dedo em um dos buracos, e fala;
— Me deve uma camisa, e vou cobrar!
— Você deveria estar morto!
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J.J.Gremmelmaier
— E quem disse que não estou, se o mundo esta se fechando,
é por que?
— Não sei, o mundo é seu!
Peter ri, pega o caderno e senta-se ao chão, risca sua casa, e
reaparece lá, sentado no sofá, sua mãe o olha e apalpa ele para ver
se estava tudo bem;
— Como você esta?
Alguém tocou a campainha;
Mari abriu a porta e entraram junto Cati e Sheila;
— Como você esta?
— Que buracos são estes?
— O que, vocês provocam e eu que levo tiro!
As duas olham para os buracos, e vêem ele esticar as balas;
Paula desceu a escada, e veio com Romer e Fabio, enquanto
Pity estava a se retorcer na cama;
— Irmão, como você esta?
— Agora bem!
— Eu acabo com aqueles marginais! – Paula;
— Você não vai fazer nada Paula!
— Mas você esta bem?
— Sim, se tem uma coisa que sei, é que não há bala que me
mate!
Peter olha para Sheila e fala;
— Irene os recomendou banho de sal grosso, e senti cheiro de
camomila fresca!
— Aquela não vai descansar?
— Não, e o que ela quer não vai ter, então é uma briga por
uma vida!
— Ouvi ela se insinuando, vou a depenar! – Sheila;
— Se sobrar para vocês! – Paula;
Romer viu as balas, calibre 38, olhou as cicatrizes e falou;
— Isto dava para matar todos na sala!

585
J.J.Gremmelmaier
— Menos eu, mas Sábado vou aproveitar a reunião no parque
aquático e vamos fechar alguns corpos a mais, minha preocupação
é se tivesse alguém lá comigo!
— Daí sei que reagiria! – Paula;
— Verdade, e aproveitamos e conversamos irmã, precisamos
conversar!
A menina olha para o irmão e o abraça;
— Tem de largar este lado suicida!
Os dois ficam abraçados;
Caterine nunca havia passado pelo que passou naquele dia,
sentou-se a varanda e ficou quieta e Sheila chegou ao lado dela;
— Não sei se fui feita para isto!
— Esta estranhando, as dores foram fortes, mas nem tem
idéia de quanto ele bloqueou!
— Já passou por isto?
— Não tiro, mas quando ele foi espancado por Ronald, eu
senti cada soco e pontapé, naquele dia ele queria que eu sentisse,
esqueço que toda vez que fizermos algo, sobra de uma forma ou
outra para ele, aprontamos com Sharon, e Michael dá tiros nele!
— Não havia pensado que alguém chegasse a isto!
— Também não imaginei que ele fosse tão covarde, mas nem
sei o que Peter fez com eles!
— Acha que ele reagiu?
— Acho que os excluiu, ou os absorveu, não sei, acho que
apenas os excluiu, ele não iria sujar as mãos e sua aura absorvendo
aquilo!
— Mas o que é excluir?
— Você cria um lugar, e prende as pessoas lá, se ninguém
quebrar a magia, pode demorar séculos para eles deixarem de
existir!
— Mas eles sentem o tempo passar?
— Sim, envelhecem até, mas não morrem!
— Acha que ele seria tão cruel!

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J.J.Gremmelmaier
— Não sei, ele as vezes sofre em dobro por ser bonzinho! A
irmã de Carlos vai decidir isto!
— Irmã de Carlos, quem é a irm.. desculpa, não vejo Marlene
como irmã de algo!
As duas conversavam e depois saem no sentido de suas casas,
Peter estava sentado a sala, Romer senta-se a frente de Peter e
fala;
— O que vai fazer, deveria dar queixa!
— Amanha nem vai ter cicatriz, não tem corpo delito, não há
crime, eles saem!
— Mas sabe que vai ter problemas com isto!
— Um me preocupa mais, o resto pode apodrecer lá!
— Não faz isto menino, não se suje por pouco!
— Romer, cada um que sair, vai tentar de novo, pode levar
um dos outros por acidente!
— Sei que a lógica lhe defende, mas as pessoas tem de ter
uma chance de aprender com os erros!
— Tenho de pensar, eles estão bem onde estão!
— Pense, as pessoas tem direitos e estes, desculpe falar assim,
precisam ser respeitados!
— Disto eu entendo, elas tem o direito de me bater, de atirar
em mim, e eu de apanhar quieto pois se revidar ainda sou
processado por agressão, daqui a pouco me processam por não
morrer!
Romer ficou quieto, o menino tinha em parte razão, o direito
de ser torto, não deveria dar o direito a tirar dos outros este mesmo
direito, mas era o que acontecia, embora ele nunca se vingara,
nunca nem pensara em fazer, e mesmo assim pagou por que seria o
suspeito perfeito da morte do policial, que matou sua filha atirando
a esmo sem olhar;

Amanhece sexta e Peter surge na praça que só ele vê, os


demais o vêem surgir e olha Carlos e fala;
— Carlos, vou lhe usar como exemplo, se melhorar lá fora, os
demais serão libertos, se não, esquece os seus amigos!
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J.J.Gremmelmaier
Carlos ia falar algo e se viu em seu quarto, enquanto Peter
olha para Michael e fala;
— Vou pensar muito para ver se lhe perdôo de tentar me
matar, covardemente, e sabe que estava errado, se acha que pode
ter alguém a força, tenta com estes teus amigos ai!
Peter some do lugar e ressurge no quarto da irmã;
— Como esta irmão?
— Ainda administrando o que fiz, confuso!
— Você esta bravo comigo?
— Não, hoje sei de uma coisa que não sabia!
— Do que?
— Que minha magia, é capaz de criar uma terra fértil, onde
posso escolher como serão as arvores, os continentes, os rios, posso
criar um mundo dentro da magia, posso até povoar o lugar, agora
sei como os deixar livres, sem ser absorvidos pela magia, é como se
estivesse brincando de boneca!
— E como esta o mundo de Peter?
— Verde, tem uma roseira que se alastrou por quilômetros,
mas já tenho rios, lagos e oceanos, ainda não sei se porei seres
normais a andar lá, ou farei novos seres de barro, para que não
levem historia externas para lá!
— Mas não esta bravo!
— E consigo ficar bravo com você?
— Consegue, sei disto!
Peter entra em seu quarto, troca de roupa, depois de um
banho demorado, e se prepara para ir a escola, desce e fica a
esperar o ônibus, Sheila aparece correndo atrasada, chega quase
junto com o ônibus, os dois sobem ao ônibus e sentam-se no fundo,
ela vai quieta, sinal de maus presságios, pensou Peter;
Desceram no colégio, Caterine o esperava, perguntou se
estava bem, os dois entraram e Peter cruzou com Irene no corredor,
nem olhou, foi a sala e sentou-se, o não morrer pode até ser bom,
mas tomava energias de Peter, estava a se recuperar, mesmo para
ele era um pouco complicado tamanha quantidade de tiros, embora
não tivesse olhando, sabia que Irene olhava para ele de tempos em
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J.J.Gremmelmaier
tempos, ele não sabia se ela o estava testando ou realmente
tentando se desfazer dele, debruçou-se na cadeira, fazendo-se de
atingido, queria ver se obtinha informações, queria poder apenas se
desfazer dela, mas não tinha como o fazer, Peter sabia o que faria a
partir de segunda, mas antes o fim de semana;
Peter estava debruçado sobre a cadeira quando o professor
entrou na sala, Peter olhou tão animado para o professor que este
quase saiu pela porta de novo, olhou como se estivesse longe, os
pensamentos vagos, estava a viajar em sonhos malucos, Irene
sentia a disfunção e ria, Sheila reparava, mas como acompanhava
os pensamentos de Peter, sabia que ele estava a confundir tudo,
uma aura de confusão tomou a turma, e o professor estava no meio
de uma frase e voltou-se a turma e falou;
— Estava falando sobre o que?
Todos se olharam como se nem idéia tivessem, Irene poderia
estar rindo no começo, mas no fim estava confusa, a disfunção a fez
olhar serio em direção de Peter, mas este parecia nem a notar, nem
sentir o que estava em volta, Irene vê dois alunos a frente
adormecerem na cadeira, o professor sentou-se e olhava perdido
para a turma, não conseguia administrar idéias, Sheila faz que
dorme a frente, e outros se entregam a lerdeza e adormecem
também, ela estava confusa, pouco mais de minutos arrastados, e
viu até o professor dormir, olhou os demais, todos dormindo, olhou
Peter, distante, o único acordado, ela levanta-se com dificuldade, e
vai até a altura que consegui tocar seu braço, ele olhou como se
através dela;
— Fale avô?
— Não sou seu avô! – Fala lentamente ela, quase parando;
— Peter, deve estar por ai, o que esta acontecendo? – Fala
Peter;
— Quem está ai? – Irene;
— Onde está Peter, eu não sinto ele, o que fizeram com ele!
— Quem está ai?
— O que fez com meu neto, quem está ai!

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J.J.Gremmelmaier
Irene não conseguia administrar os pensamentos direito, as
vezes parecia que as pálpebras queriam fechar por si, como se um
somo a tomasse, olhou firme para Peter e tocou seu braço de novo;
— Peter, tem de voltar!
— Não sou Peter, onde está Peter! – Respondeu Peter
lentamente;
— Peter, tem de reagir, a escola vai entrar em sua alucinação!
Peter não fala nada, e deixa o corpo cair, Irene vê as
lembranças voltando ao normal, as pessoas se mexendo e o
professor abrindo o olho assustado, Irene fica a olhar Peter imóvel,
por um momento não entendeu nada, voltou a sua cadeira e viu os
demais, despertarem, Sheila levanta a cabeça e olha em volta, vê
Peter caído, e olha Caterine que o cutuca e ele só resmungar, como
se tivesse dormindo;
O professor chamou a atenção da turma e todos levantaram a
cabeça, mesmo Peter apoiou a cabeça nas mãos e olhou para o
professor;
Irene olhou para Peter, não parecia ele, estava como alguém
atordoado, ela tenta falar mentalmente com ele, mas parecia nem
estar ali, como se a existência não estivesse ali, apenas o corpo;
Sheila reparou em cada ato de Irene, e quando deu o
intervalo das aulas, ela sentou-se a frente da avó e perguntou;
— O que está fazendo, avó!
— Eu nada, ele esta sobre transe, mas não sou eu, nunca
havia sentido tamanha confusão mental, acho que só eu não dormi,
até ele dormiu!
— Mas que tipo de magia é isto?
— Não sei, estava preste a apagar quanto o próprio Peter não
resistiu e todos voltaram!
— Não entendi, você disse que ele estava resistindo!
— Era uma batalha, mas olha ele, esta como se estivesse
tomado, não mais ele!
Sheila sai da sala e se depara com a sonolência do colégio
inteiro, senta-se a frente de Peter;
―O que esta fazendo?‖
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J.J.Gremmelmaier
―Demonstrando fraqueza!‖
―Não gosto disto, sempre vem merda junto!‖
Peter olha para Caterine que lhe fala a mente;
―Eu quase apaguei, mas foi sono mesmo!‖
Peter riu e viu Robert sentar do lado e falar;
— O que foi aquilo na sala, todos confusos e dormindo!
Peter olhou meio mole e falou;
— Não senti nada!
— Não, você ainda esta como se tivesse levado um soco!
— Não é por nada, é que levei 8 tiros ontem, estou meio
fraco!
Irene ouviu isto, pensou nos rapazes, viu Carlos no fim do
intervalo, então os meninos estavam bem, ou não, pensou se não
seria reflexo, ela não tinha corpo fechado para 8 tiros, Peter estava
fraco, ou quase ausente do corpo, concluiu ela;
Irene teria de tentar de ver se era o que pensava, e desloca-
se a mesa de Peter, normalmente não teria chego a alguns metros,
já sentindo uma dor insuportável, mas sentou-se a frente dele, e
perguntou;
— Esta tudo bem, Peter?
— Tudo, por que não estaria!
— Não sei, algo lhe tirou as forças?
— Sim, mas nada grave!
— Acha isto normal?
— Estou sonolento, mas acho que amanha estarei bem!
— Amanha é sábado!
— Melhor ainda, descanso um pouco!
Irene olha para Peter, olha os demais e volta a sua mesa,
estava a pensar em o que fazer, olha através dos presentes, Peter
era o mais fraco, se normalmente ele protegeria todos, neste dia,
estava a precisar de ajuda, as forças dos demais estavam normal,
então era pessoal, intimo;
Peter olha para Sheila;
―Cuida dos outros, tem de ser para mim o ataque!‖
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J.J.Gremmelmaier
―Não estou entendendo!‖
―Calma!‖
Peter se debruça na mesa, Robert estava preocupado e Sheila
fala;
— Protege o pessoal, eu protejo ele!
— Tem certeza, nós dois não somos páreo para ela!
— Sei disto, mas confia em mim, defende os outros!
Robert olha Peter, Caterine estava preocupada, não gostava
disto, e este sentimento negativo dela fazia Irene ter mais certeza
de que o menino estava fraco;
Voltaram a aula, Peter quase que ausente, de tão sonolento,
Irene estava a pensar rápido;
Peter olha para Sheila;
―Prepara para tomar, três xícaras de estrato de pétalas,
laranja, duas folhas de coentro e uma gota de suor seu e um de Cati,
mistura tudo e distribui em três xícaras, tem de ser antes do
almoço!‖
―Quem vai tomar!‖
―Vocês duas!‖
―E você?‖
―Tem de ser depois, sabe disto!‖
―O que acha que ela vai tentar?‖
―Pétalas na salada, é fácil as fazer mudar de cor!‖
―Mas vai comer mesmo assim?‖
Peter sorri sem graça, e o professor vendo que Peter estava
quase dormindo, só faz sinal para ele dormir, e ele debruça na
carteira, e apaga, entre aspas, sentindo todos os sentimentos de
Irene;
Peter estava tão longe, na aparência que nem controlou o que
pos no prato, passou a carne para Sheila, esta passou para Karine,
que sorriu, comeu a salada, mas fez as duas tomarem a mistura,
que tomaram como sendo suco, o de Peter estava ali, mas tinha de
esperar, comeu a salada, e viu que Irene se posicionou exatamente
a frente dele, olhos sobre quem lhe serve rosas, e Irene falou;

592
J.J.Gremmelmaier
— Peter, pensei que nunca chegaria este dia!
— Algum problema Irene?
— Acaba de comer as rosas que plantei em minha varanda,
rosas de minha vida!
Peter pega a xícara e toma, como se não tivesse entendendo;
— Não entendi, qual o problema?
— Pode tentar, mas será meu agora!
Robert se assustou, mas ao olhar para Sheila viu um sorriso
por trás do rosto de preocupada, e Peter fez de conta que nada
entendia, tudo a sua medida, suor, sais pessoais, para absorver as
rosas passadas, pelas duas, antes dele as consumir, antes mesmo
dela o servir as pétalas, ele toma aceitando a união, com as duas,
algo muito profundo, mais do que um pacto de sangue, um pacto
de apoio, de regeneração, de energia, Peter termina de tomar e
após isto, olha para as pétalas, no fundo do prato, Irene fica a
pensar se ele teria comido alguma, ou separado todas, e estranhou,
ele atravessou o garfo em todas elas e levou a boca, mastigou com
calma e o sorriso foi cortado por uma duvida, o que ele estava
fazendo, enquanto mastigava, sentia a força dele voltar, parte ela
sentia, era a sua força, mas não entendeu, sentiu Sheila e Caterine
lhe tomando parte da força e Peter olhou para ela e falou;
— Irene, da próxima vez, que tentarem me matar, só lembra
que agora esta ligada a mim, pode doer muito!
— Acho que não entendeu, você que esta ligado a mim,
enquanto não desfizer!
Peter riu, e a menina olha seu prato, que Peter olhava, viu o
macarrão que ela comia, abrir em pétalas vermelhas, e ela falou;
— Mas que maluquice você fez, me prendeu a você!
— Sim, mas sem sentimento, apenas banhada a acido e sal,
sal de suor, de labuta, meu, de Cati e Sheila, então se nos machucar
sente, se precisarmos, é da sua energia que vamos usar antes, no
lugar de desgastar a minha força para me recuperar das balas,
usarei a sua força!
— Eu lhe mato, me enganou direitinho!

593
J.J.Gremmelmaier
— Você que sabe, quem vai fazer meu corpo tentar se
recuperar é a sua magia, então só morro depois de você!
— Seu desgraçado, encenou tudo, e cai direitinho! – Irene sai
dali chutando todos que encontra e Robert sorri e fala;
— Esta você me enganou, mas como fez sua magia ficar tão
baixa!
— Transferi para Cati, Sheila, Paula e minha mãe!
— Dividida por 4 não tinha como ela desconfiar que era sua,
as magias, esperto, mas não entendi o feitiço!
— Ela fez um feitiço de dominação, mas adicionando laranja,
sal e coentro, vira pacto de força, deixa de ser feitiço,
principalmente se o doador das rosas, for o único a não tomar a
mistura nos primeiros 10 minutos!
— Mas ela ainda tem tempo!
— Robert, onde ela vai achar o suor de nós três?
Robert riu e quando Peter retomou a energia, os demais
sentiram a sonolência do colégio sumir, e Call falou;
— Estava tão bom com todos aqueles professores a beira do
sono!
Os demais riram e Caterine viu Sharon chegar a mesa;
— Soube que não estava bem, mas parece melhor!
— Me recupero rápido! – Olha todos e fala. – E não quero
ninguém com dor de barriga amanha!
— Mas como esta o local? – Karine;
— Bem legal, amanha vamos inaugura a maior de todas as
minhas maluquices!
— Mas se continuar a chover?
— Isto uma capa de chuva resolve, mas quero todos lá!
— Terminou de desenhar? – Robert;
— Somei uns desenhos, e vou terminar de projetar ainda hoje,
mas o que tem já esta incrível!
Irene tentou chegar depois de um tempo, e viu que não foi
barrada, e perguntou para Peter;

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J.J.Gremmelmaier
— Acha que ganhou, que já nem tem medo de que fique por
perto?
— Não entendeu, agora saberei o que esta fazendo, é um
pacto, não um feitiço, você não é barrada pois faz parte da energia,
sinto o quanto somou em Caterine e Sheila, obrigado!
— Sabe que arrisca com isto?
— Sei, mas prefiro isto a levar tiros numa praça, a próxima fez
que atirarem em mim, não vai ser Cati e nem Sheila que vão sentir,
vai ser você, para ver como doi!
— Sou burra, você refez o pacto, e colocou sua namorada nele,
e eu pensando que tinha feito um feitiço, pactos não são quebrados,
são desfeitos, estava a planejar desde ontem?
— Não, você que me atentou a idéia, quando tentou enfeitiçar
as duas, com um feitiço de amor!
— Foi ela ontem?
— Acham que foi o que?
―Quase respondi, seu desgraçado!‖ – Sheila;
Caterine sorri e olha para Irene e fala;
— Agradeço a proteção, nem sabia que nos queria proteger!
— Eu as queria longe, e ele me pôs em uma arapuca de vida
ou morte, desistir do pacto é deixar com vocês o meu poder, ou
uma boa parte dele, e ficar nele é dividir como vocês o meu poder,
sei que tem saída, mas não sei como, vou estudar!
— Isto é bom, aquele B em inglês desmoraliza a família! –
Sheila;
Peter riu, e falou, olhando para Call;
— Acho que amanha vai fazer sol, torrencial, melhor levar
protetor solar!
— Mas e a chuva?
Peter estala o dedo e olha para cima;
— Que chuva? – Call olha o céu se abrir e o sol de meio dia
começar a secar e esquentar a cidade;
Sharon olhou aquilo, não era coincidência, ele realmente
influencia o clima quando quer, fica a olhar o menino abraçado com

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J.J.Gremmelmaier
a namorada, olha Sheila e fica a imaginar o que passava pela
cabeça da outra, mas parecia tão calma, Irene foi tomar um sol e os
demais começaram a se animar, fim de semana com sol, estavam
indo para o fim de setembro, e os planos de Peter estavam se
ampliando em sua cabeça, acelera as obras, ele queria no dia
seguinte ao seu aniversario, estar a comemorar o dia das bruxas em
alto estilo na cidade, com os dois parques, inaugurados, e com pelo
menos dois dos postos de gasolina e dois dos hotéis prontos;
Estavam quase voltando as aulas da tarde quando Sharon
falou;
— Se quiserem podemos fazer um som lá em casa esta noite,
meus pais vão estar em estúdio, devem sair na madrugada, as
vezes demoram dois dias!
Peter olhou para Sheila e falou;
— Eu topo!
— Quer mesmo se complicar? Eu to dentro!
Roberto confirmou com a namorada, Call, Paul e Karine, e
Ahau que chegava falou que estava dentro, e os demais olharam o
grupo, estavam a fazer festas já, estes excluídos estavam ficando
numerosos;
Caterine olhou para Peter e falou;
— Posso até ir, mas se prometer se comportar!
— Mas que graça vai ter então!
— Sabe do que estou falando!
— Me comporto, você tem razão, estou muito solto, mas se
for me comporto!
Sharon viu que teria marcação serrada, e olhou o grupo,
convidou algumas pessoas de sua sala também, uma festa, as
coisas estavam mudando na cidade, Peter sabia que nem tudo seria
sol, mas sabia de onde viria o problema, mas Irene ainda o olhava,
levantou-se e passou pela menina, passou o braço pelo dela e foram
para fora, conversar, quem não sabia quem era a menina estranhou,
poucos dividiam os dias com aquela menina, Peter sentou-se em um
banco, de onde todos viam os dois lá sentados;
— Não quero paz, Peter!
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J.J.Gremmelmaier
— Ainda no passado, Irene, tem de evoluir!
— Sempre me chamando de velha!
— Irene, se olhe num espelho, se qualquer destas crianças da
escola que vê soubessem o que sabe, estariam se preparando para
serem grandes, mas empacou em uma idéia, olha em volta, sua
neta em 3 anos vai ser mais do que já foi um dia, mas por que quer
aprender, você não, quer poder de graça, sem nada em troca, acho
que não percebeu, mas não tem objetivo!
— Eu tenho um objetivo!
— Qual!
— Ser quem já fui!
— E o que você foi, se no ponto em que todos a respeitavam,
usou isto para um proveito duvidosos!
— Acha que me impressiona, não é diferente de mim!
— Não sou nem um terço do que já foi, sabe disto, mas então
por que não pode comigo!
— Você não entendeu que não lhe quero mal?
— Oito tiros não é querer mal?
— Não queria isto, só estava vendo até onde eles poderiam ir
com o ódio deles, mas não pensei em covardia, lhe deram 8 tiros?
— Sim, ainda bem que coisas assim não me matam, como
ainda não entendo, mas isto é magia de meu avô!
— Eu não queria lhe fazer mal, queria lhe afastar delas!
— Não entendeu, a escolha tem de ser mutua, uma união
forçada tira forças, não dá força, tem de ler mais Irene, para de
colar nas provas, pensa, você sabe as respostas, cresce
culturalmente para o mundo que vai viver, não foge das aulas de
informática, de tecnologia, isto vai nos abraçar, mesmo não
querendo!
— Não gosto da solução que deu, sabe disto, uma criança!
— Queria o que, você com 89 anos, com um corpo que fumou
e bebeu a vida inteira, para que, se arrastar o resto da vida!
— Seria meu corpo!

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J.J.Gremmelmaier
— Sim, talvez fosse o mais lógico, mas não teria chance de
mudar o seu futuro, morreria com todos os pesos da vida anterior!
— Quem disse que morreria?
— Verdade, iria ficar a precisar sugar vida de outros, e teria a
justificativa de precisar para viver, mas acha que isto é vida!
— Mas o que quer que faça, não é o meu mundo!
— Transforme em seu mundo!
— Como, se você não me deixou nem alternativa de lhe
destruir!
— Quer uma saída?
— Quero, sei que sabe mais que eu, não domina algumas
coisas, mas tem tempo para isto, mas que estudou mais que eu,
não posso negar!
— A única saída desta arapuca, é você se apaixonar e fazer
uma união de amor!
— Você pega pesado, quer que me apaixone por uma criança
destas?
— Não disse isto, mas é a saída! – Peter olhou serio para ela.
– Sabe que terá uma vida diferente, aos 18 pode estar se tornando
um mago, será rica, e se achar um amor verdadeiro, terá tudo o
que estes seres aqui nem imaginam poder existir!
— Não gosto disto!
— Sei que não estou facilitando, mas não pode reclamar do
caminho que estou oferecendo, se um inimigo me oferecesse isto,
não reclamaria!
— Mas ainda sou excluída!
— Vivi excluído um bom tempo, mas fiz meus amigos, hoje
minha roda de excluídos cresceu, mas continuamos sendo os
excluídos iniciais, somados de namoradas, amigos e afins, mas não
deixamos de ser os excluídos, não é tão ruim assim!
— Sabe que sua forma de viver me atrai, não parece caber
neste menino aparente!
— Mas não sou para você, Irene, procure alguém, pode ser
até mais velho, mas olhe em volta, esta deixando de viver para ficar
a tentar o impossível!
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J.J.Gremmelmaier
— Mais como desconfiou, que faria?
— Eu não desconfiei, assim que você decidiu, eu soube, por
isto que tem de olhar em volta, tem um ditado bem antigo, se lhe
chamar a atenção, a um ponto, escondo um elefante atrás do ponto,
e você não vê!
— Você me distraiu, usou a escola inteira para isto, mas não
entendi como, você escondeu sua magia?
— Sim, escondi!
— Não sabe mentir mesmo, você não escondeu, mas o que
fez?
— Se um dia mudar, lhe falo, ainda não é confiável, e sabe
bem disto!
— Eu queria ser tão fria nas decisões como você!
— Então aproveita, o que aprendeu hoje?
— Nada, ou melhor, não confiar na vitória antes do final do
jogo!
— Isto é a parte não magia, falava da parte magia!
— Que tenho de estudar melhor os pactos, as vezes esqueço
que alguns são muito poderosos!
— E o que mais?
— Tem mais?
— Você sentiu, e não prestou atenção?
— Esta falando daquela manipulação geral das consciências?
— Em parte sim, o que aprendeu com aquilo!
— Para não confiar em você!
— Irene, olhe para o lado!
— Não entendi!
— Sabe como a tirei de meu mundo, como resisti a minha
saída do seu mundo, o subjugando, e até a minha carne!
— Esta falando de hoje ou da cabana?
— Do que liga as duas coisas!
— Não entendi!

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J.J.Gremmelmaier
— Por que meu estado de espírito me faz mais mal que um
tiro?
— Por que tem seu corpo fechado!
— E o que mantém ele fechado, qual a ligação que o faz
sobreviver a saída de um mundo de magia, mesmo sofrendo as
queimaduras, o que me apóia a refazer meu corpo, o que me liga a
tudo!
— Não sei, parece que toda a cidade reage a você!
— Pensei que não tinha reparado, estou protegido por matas,
rios, grutas e enseadas da região, 12 rios, mais de 500 mil arvores,
mais de 20 grutas e 6 enseadas, este é meu reino, minha influencia!
– Peter olha para Irene. – Meu pequeno mundo, que me protege, e
os que me cercam, eu saí que seu mundo por que ele esta dentro
do meu, e mesmo antes de ter aprisionado Robert, estava, antes de
ser aprisionada, estava, por isto eu desenhei, pois já estava em meu
mundo, se acha que tiro sua força, é por que não entende sua força,
pois você antes tira de mim a mesma força, não entendeu que o
que para os outros é conquista, para mim é caminho, desenhado
antes mesmo de um humano ter noção de sua inteligência, antes de
porem no papel qualquer coisa, já estava desenhado este trecho de
existência, mas você ainda quer bater!
— Você quer dizer que sinto sua força forte, pois quando
nasceu foi um filho da terra, como diziam as lendas Navajo, alguém
vindo da terra, nascido sobre a proteção local?
— Sim, mas ainda não entendo bem isto!
— Esta a dizer em outras partes que se o destruísse, perderia
poder, se o apreendesse, perderia poder, a regra do urso, muitos
índios achavam que apreender um urso na magia o fortalecia, mas o
que se via, era a morte do urso e de quem o aprisionou!
— Serve para Ursos, Águias, Baleias, você adestra alguns mas
não tem como apoderar-se de suas forças, pois quem os rege esta
acima de nós!
— E por que você não me falou antes, deixou tentar?
— Lembra que lhe indiquei um caminho!

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J.J.Gremmelmaier
— Sim, mas não me contou as regras, assim não fiz o melhor
jogo!
— Você não aprendeu o básico, sabe coisas incríveis e ignora
o básico Irene!
— Como o que?
— As regras, as coisas da natureza, as forças naturais, as
visões espaciais, aquelas que nos permitem ver e falar com deus, os
caminhos de exclusão e proteção, os distúrbios de magia!
— Para mim não foi fácil, tive de aprender sozinha, longe de
casa, longe dos meus, os que me seguiram era pessoas que não
tinham absorvido a tradição, o pouco que sabia, me colocava além
deles, quando os chamo de fracos é por que são, a base que tenho,
busquei em livros, em curiosidade, em tentativas, em erros que
levaram até quem amava, minha vida não foi fácil, Peter!
— E por que continua neste caminho difícil!
— Não sei traçar outro, sou uma velha, você pode olhar este
corpo e dizer, tem o tempo, mas vícios são difíceis de lidar, parei de
fumar não por falta de vontade, e sim por que ninguém vende
cigarros a crianças nesta cidade, sou uma velha em um corpo de
jovem!
— Tem de olhar para o lado Irene!
— Vai dizer que não sou velha?
— Sabe que não, almas não tem idade, não envelhecem, são
eternas, mas quem tem de torna-la imortal e eterna é ela mesmo,
não tenho como fazer de sua alma eterna, mas você tem, neste
instante que a ver como imortal, verá que é jovem, que ainda esta
gatinhando diante do que vai viver!
— Isto eu gostaria de aprender!
— Nisto posso ajudar, mas você que tem de achar sua alma
imortal, e fundir-se com ela!
— Você pelo jeito fez isto antes de qualquer coisa!
— Sim, mas meu avô me ajudou, eu era uma criança e ele me
mostrou como ver deus, depois fui alem, mas isto, com calma chega
lá!
— Vai me dizer que é imortal?
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J.J.Gremmelmaier
— Não, vou envelhecer e morrer, faz parte do aprendizado, a
morte como começo, o medo dela é ignorar a existência do
verdadeiro deus, da verdadeira magia, da alma em si!
— Um jovem que não teme a morte, fala quase como se a
esperasse!
— Não vou morrer antes da hora, mas não sei qual a hora,
saberei quando acontecer, não me nego a deixar meu corpo
disponível as vontades de deus, não as minhas, sei que tenho livre
arbítrio, mas sei que deus coordena tudo, não deixa a vagar sem
destino, ele empurra na direção que ele quer!
— Falar com você lembra meu falecido, pode parecer estranho,
mas fala de deus como se o tivesse visto, ele também, ele tentou
me passar isto, mas somente lhe vendo falar, acredito que ele o via
de verdade, a minha falta de fé me afastou de deus real, e isto me
tirou quem gostava!
— E se culpa pela morte dele, por isto se apega tanto a vida,
medo de o enfrentar?
— Temor é a palavra certa, se você me dissesse que se
prefere morrer ou enfrentar um amor com ódio de você, diria que
prefiro morrer, mas quando morrer quer dizer enfrentar aquele que
se amou tanto, prefiro arrastar minha vida por aqui!
— Você tem de acreditar, Irene, não existe mal, não existe
julgamento, pois mal é uma noção desta vida!
— Mas eu o matei por relaxo, por me deixar encantar por algo
que depois só me trouxe perdição!
— Você não entendeu, morte não é ruim, para uma alma que
viu deus, é o caminho da eternidade, do fim das noções de pecado,
de errado, de negro, de mal, prover a morte para alguém, não é o
pior de tudo, mas tem de se ver se a pessoa esta pronta, mas pelo
que fala, ele estava, você que não entendeu!
— Esta querendo me consolar, não preciso disto!
Peter olhou para ela e falou rindo;
— Nem eu, se acha que estou lhe consolando, continua a se
negar a ver a verdade, nossa provação é na carne, não depois de
morto, mas assim como as provações são aqui, também o conhecer

602
J.J.Gremmelmaier
se resume a forma viva, tem gente que quer morrer para se livrar
do peso, se livra, de todo peso, até da alma, quem não a merece,
não a tem, energia redistribuída!
— Esta a dizer que nossa chance é aqui, depois disto o que
vem?
— Você criou sua cabana dentro de sua magia, não criou?
— Sim!
— Este é um caminho, o que se cria, se leva a eternidade,
pode apenas criar um local para fugir do que não quer, mas pode
também criar um mundo, um universo a dividir com alguém!
— Esta a dizer que deixamos de ser criatura para virarmos
criadores?
— Sim, mas por isto que digo, a noção de deus destes
humanos, as vezes é cômica, acham que estão garantindo algo, com
comportamentos sociais, não entendem que a preparação é muito
maior que apenas uma passagem ao acaso, para uma vida sem
objetivo, pois o que vejo, são pessoas que vêem ao mundo para
trabalhar para comer, não sabem que se vissem o mundo como é,
deus os proveria!
— Mas você purifica sua existência da mesma forma!
— Sou chato, busco algo a mais!
— A mais?
— Sim!
Peter se levanta e pergunta;
— Tem de se divertir, por que não se junta aos Excluídos!
— É maluco mesmo!
— Temos uma festa hoje, a primeira que os Excluídos foram
convidados em anos!
Irene sorriu;
Peter esticou a mão para ela e falou;
— Irene, vou tentar mais uma vez lhe ajudar!
Irene riu e segurou a mão do menino, os dois juntos se
juntaram aos demais, embora ela achasse que seria rechaçada por
Sheila e Caterine, estranhou quando sua neta falou;

603
J.J.Gremmelmaier
— Bem vinda aos Excluídos!
— Obrigada, as vezes não entendo vocês!
— Nisto sentimos igual, avó!
As pessoas estranharam, o que Peter estava a fazer, trazendo
o problema para perto, era estratégia ou necessidade, o que ele
pretendia;

As aulas terminaram e o pessoal arranjou varias formas de


chegar a casa a beira da rodovia, colonial, com varanda a frente, na
cor entre branco e o rosa clarinho, Peter chegou abraçado a
Caterine, mais para evitar os falatórios de uma cidade pequena,
Peter estranhou como Sheila estava a conversar calmamente com
Irene, chegaram na casa, muitas coisas que não deveriam ser
servidas a menores, entre elas, bebidas alcoólicas, Peter não quis
ser chato, sabia que era naturalmente assim, sentou-se em um
canto e viu que existiam convidados que não eram da escola, não
fora algo impensado, e sim armado, pegou um suco de laranja e
não o tomou, pôs na mesa e esperou as reações, Sheila pareceu se
prender em um licor, Robert e Ângela estavam a dançar, Call estava
a agarrar sua namorada, Paul estava a conversar com Karine,
aqueles não cansavam de trocar idéias, Irene olhava tudo do outro
lado do salão, Caterine foi ao banheiro, e sem nem ter chego a
porta, Sharon já estava sentada ao lado de Peter;
— Gostando da festa?
— Boa, como Excluído mor, não estou tão acostumado a
festas!
— Parece que não esta acostumado a muitas coisas!
Peter olhou para ela e perguntou;
— Sempre dá festas assim?
— As vezes, minha mãe não gosta que façamos festa, mas
também não gosta que toquemos, e tenho um problema serio em
por idéias no papel, então como ela fala, não sirvo para muita coisa!
– Sharon dá um gole em algo que tinha a mão, parecia vodka, mas
o menino não quis acreditar que fosse – As vezes acho que minha
mãe é uma bruxa, mas que omite isto de todos!

604
J.J.Gremmelmaier
— Por que acha isto?
— Por que quando ela fala, para não fazer algo, podemos até
tentar fazer, mas não conseguimos!
— Mas ela não disse para não fazer a festa?
— Não, ela disse para não ir amanha ao parque aquático,
como sei que por algum motivo não vou conseguir ir, dei a festa!
— Acha mesmo que não vai?
— Nunca consigo, por mais que tente, algo acontece, e
geralmente não são coisas boas!
— Sabe que boa parte das coisas, somos nós mesmos que
atraímos?
— Não entendi?
Peter pega o copo da mão dela, cheira e fala;
— Se eu bebesse isto, ninguém me tiraria da cama amanha,
minha cabeça estaria estourando!
— Isto nem é forte!
Peter olha para ela e fala;
— Então vai furar amanha, foi o que entendi, esta dando uma
festa para justificar, vou tentar me divertir do mesmo jeito!
— Não me ouviu, ela disse que não queria que fosse, eu não
posso!
— Verdade, não deve, não pode, e não vai, mas eu vou, e não
sei você, mas estou loco para fazer de novo aquela descida pela
gruta!
— Isto não é justo, vocês vão se divertir e eu não vou!
— Qual a exata proibição de sua mãe!
— Não ir com o grupo ao parque aquático, ela disse que não é
seguro, dizem que muita gente morreu lá!
— Interessante, este é uma dado que permite que vá, mas
que me deixa com uma pulga atrás da orelha!
— Por que?
— Minha Irma passa amanha aqui, as 13hs, esteja pronta!
— Mas ela vai me levar onde?
— Você vai passear com ela na cidade! – Sorriu Peter;
605
J.J.Gremmelmaier
— Não entendi!
— Você já esta alcoolizada, queria o que?
— Sabe o que queria!
— Melhor procurar outro, menina! – Caterine que voltava ao
local;
Sharon olhou para Cati e falou;
— Este seu namorado fica me cantando, vê se não vai brigar
comigo!
Caterine sorriu e falou;
— Ele é assim, não pode ver uma sai! – Mede ela de cima a
baixo. – Nem um vestido curto!
Sharon saiu dali e Cati perguntou;
— Vai dar bola para ela assim, descaradamente?
— Não, mas sabe que gosto de um caso mal contado!
— Como assim?
— A mãe dela que insistiu que o ritmo da banda estava muito
lento, a aura na sala aquele dia era de descrença, dava para ver as
auras de descrenças ainda plantadas ao canto da sala, o carpete
desta sala estava cheio de sal grosso, se olhar ainda tem um pouco,
a casa tem roseiras a toda volta, 7 em cada lado, em duas cores,
brancas e vermelhas, as roseiras são novas, não são da casa original,
lembro de como tinha apenas rabo de galo plantado a frente, se
olhar na ponta existe iluminação a vela, conheço aquelas velas,
ensinei Marlene a fazer, afasta magia e maus olhados, uma coisa
pode ser coincidência, o todo, quase certeza, ouviu o que ela falou!
— Sim, que quando a mãe dela falava para ela não fazer, por
mais que tentasse, algo acontecia e não conseguia ir!
— Por isto pediu para sua irmã vir a buscar, mas o que muda!
— A frase, palavras expressadas tem poder, mas se tem que
cuidar com as palavras!
— Pensei que estávamos em uma festa, vamos dançar?
— Sim, vamos!
Peter estava a caminhar no carpete e o sal se afastava dele,
Bia o olhava a distancia, e viu ele chegar e dançar todo desajeitado,

606
J.J.Gremmelmaier
ele Call e Paul, o trio dos desajeitados, pela forma que Peter olhou
para Karine ela soube que ele queria conversar, mas era hora de
dançar, Irene olhou os mesmos detalhes que Peter e viu que tinha
rosas em pequenas mudas, espalhadas pela sala, somente a muda,
para explicar as roseiras tem uma geração de mais espinhos quando
nova, depois os mesmos ficam duros, mas perdem parte do poder
de corte, e geram as rosas, então as rosas são a parte boa das
roseiras, a experiência, o caminho ao final, a proteção da
experiência, as roseiras iniciais, as pragas, as coisas incontroláveis;
Mas Peter já havia sentido o local, ele chegou ao grupo para
festar, não estava nem ai para isto, deixou a magia do lado de fora
do salão, embora estivesse dentro de sua área, não o faria mal;
Caterine olhou em volta, Sheila chegou junto e estavam a
dançar, mas a cada dia estava mais tentada a assumir Sheila, ela
estava a lhe provocar, e no meio da dança as duas se beijaram,
obvio que a maioria ficou impressionada, mas Peter fez que nem viu,
Call ficou a olhar, teve de levar um cutucão da namorada para parar
de olhar, Irene ainda não entendia isto, não estavam sobre
influencia da magia, o lugar estava fechado a magia, talvez não a
Peter, pois agora entendia, estava sobre solo que ele controlava,
embora a sala estivesse isolada, a casa não estava, o solo embaixo
da casa não estava, isto que o fazia forte mesmo em lugares como
aquele;
Peter puxou Sheila do beijo e ela olhou ele e lhe beijou, se
estava complicado, ficou explicito que eram um triangulo, Sharon
somente nesta hora entendeu, Caterine olhou os dois e dançava
junto, os 3 sentaram-se e Irene chegou a ele e falou;
— Quem mora aqui?
— Aquela menina com a garrafa de vodka!
— Percebeu?
— Já havia vindo antes aqui!
Irene sorriu, não era apenas um aceitar de convite, e quando
Sheila o beijou a mesa falou;
— Amanha vou culpar a bebida!
— Sei, pois magia não foi!

607
J.J.Gremmelmaier
Sheila riu e sentou-se entre Caterine e ele, e beijou a moça,
enquanto Karine sentava-se a frente dos três;
— O que estão fazendo, melhor controlar a bebida!
— Verdade! — Peter;
— Queria perguntar uma coisa?
— Sim, lembra que falou das mortes na fazenda que comprei?
— Sim, mas são poucos que falam disto ainda!
— Sei disto, mas quem ainda lembra disto?
— Poucos, mas por quê?
— Por que a dona desta casa, em teoria a 4 dias na cidade,
sabia das mortes!
— Estranho, elas tem mais de 40 anos, mas meu pai disse que
a dois dias uma moça foi lá conversar, queria saber da antiga
curandeira, o que havia acontecido!
— Sabe o nome?
— Parece que sobrenome Kennedy!
— Em cheio, a dona desta casa! – Peter;
— Tem certeza! – Karine;
— Ou ela ou uma das irmãs, ele falou a idade?
— Não perguntei, mas o que estranha?
— Repare quando andar por ai, isto é um invólucro contra
magia, um mundo criado, alguém que acredita, mas que pratica na
surdina, pois não tem evidencias aparentes, tem até uma crus na
parede!
— Acha que tem perigo?
— Karine, o lugar é lacrado a magia, os donos não querem
que tenha magia aqui, mas olhe, a festa não é secreta, as câmeras
de vigilância estão ligadas, ou não se preocupam em ver a festa
com crianças bebendo vodka, ou estão gravando para documentar a
eficiência!
— Sabe que quando terminar de reparar no que já reparou, já
estaremos no parque aquático!
Peter riu e concluiu;

608
J.J.Gremmelmaier
— Se diverte, o lugar é seguro, mas cuidado com as bebidas,
tem álcool até no suco de laranja, e se reparar na moça atrás de
você, se chama Bia, Irma de Sharon, ela não bebeu nada, nem
refrigerante!
— Vou controlar!
Peter estava de costas para Bia;
―Tudo bem Bia?‖ – ouve em sua mente Bia;
―Tudo!‖
―Posso fazer uma pergunta?‖
―Até duas!‖
―A bruxinha da casa é você ou sua mãe!‖
―Direto, o que acha!‖
―Que não preciso achar, que não tenho nada a ver com isto!‖
―Posso fazer uma pergunta?‖
―Faz Bia!‖
―Funciona?‖
Peter riu e olhando para o salão falou;
— Ainda bem que vão estar todos alcoolizados daqui a pouco!
— Por que?
―Não para todos os bruxos, bruxas e aprendizes presentes!‖
Bia olhava para Peter a olhar ao longe e vê uma moça chegar
ao lado dela;
―Tem muito mais bruxos presentes, Bia!‖ – Sharon;
―Mais do que conhece!‖ – Caterine;
―Pensei que fosse uma conversa fechada!‖ – Bia;
―Esta fechada, pois não queria que minha irmã participasse, a
baixaria vai rolar solto!‖
―Mas onde esta sua irmã, ela veio?‖
Peter sorriu e Sheila pegou um suco e alcançou para Bia;
— Não bebo!
— Este não tem álcool, não bebemos álcool, mas sabe como é,
podemos ter suco direto, sem intermediários!
— Aquilo foi interessante, sabe fazer aquilo?
609
J.J.Gremmelmaier
— Sei, mas o que pretende com esta festa!
— Desacreditar minha irmã!
— Mas por que?
— Ela sempre foi a mais amada, sempre se deu bem, e eu
nunca me dou bem!
Peter dá um beijo em Caterine e levanta-se, anda ate onde
Sharon estava a dançar com a garrafa a mão e falou para ela;
— Podemos falar!
Sharon já estava alcoolizada, olhou Peter e falou;
— Não!
— É importante!
— Hoje não, quero me divertir!
— Como sempre falo, se colhe o que se planta!
Peter da as costas e sai da pista e vai sentar-se de novo;
— O que ele queria?
— O que ele queria, não posso falar, mas ele protege ela de
burradas, mas tem de ser escolha dela, ela escolheu colher os frutos
de amanha, ele lavou as mãos!
— Como ele sabe!
— Bia, esta sala pode barrar meus feitiços, mas não age nem
sobre pactos, e muito menos sobre Peter!
— Mas fiz como todos falam!
— Esta no caminho, mas precisa de ajuda para sair de um
circulo vicioso!
— Qual circulo!
— Inveja sua irmã, isto a prende a ela, quando acha que esta
a aprontar contra ela, esta se unindo a ela, magia cobra laços,
eternos laços como de irmãos já são fortes, com magia e inveja,
piora!
— Não tenho inveja dela!
— Mentir não ajuda, mas ela também lhe inveja, você a inveja
por se dar bem, ela lhe inveja por que você tem o amor de seu pai,
de sua mãe, juntas seriam forte, como aquela musica, isoladas, as
duas seguiram caminhos diferentes, nunca se encontraram
610
J.J.Gremmelmaier
verdadeiramente, podem até ser felizes no padrão americano de
felicidade, dinheiro, casa boa e carro na garagem, mas podem estar
perdendo o mais importante!
— Acha que não deveria contar o que esta acontecendo?
— Qualquer coisa que faça, você armou, quando sua filha se
espelhar na alcoólatra da tia, lembre disto que fez hoje!
— Esta me jogando uma praga?
— Nem preciso, as crianças se espelham no que os pais
acham feio para criar suas experiências, mas quando lá na frente,
olhar para traz, não terá volta, e com certeza vai continuar a culpar
ela, você é maior de idade, dá álcool a uma criança de 12 e acha
que esta fazendo algo incrível, pegando ela em flagrante, se seus
pais entrassem por aquela porta, ela não esconderia a garrafa, sabe
disto, a idéia é chocar, você a inveja, mas tem o amor de seus pais,
e ela, o que tem, nem a irmã para apoiar!
— Não é bem assim!
— Pode mesmo não ser, mas foi você que foi procurar o
curandeira Navajo?
— Foi, mas ela parece já ter se ido!
— E o que queria com ela?
— Ela escreveu um livro, e este livro me trouxe aqui, alguém
como aquela curandeira deveria ser uma grande auxiliar para as
magias!
— Você esta no caminho novamente errado, mas posso lhe
ajudar neste ponto!
— Por que acha que estou no caminho errado!
— Vai descobrir por si, esta vendo aquela menina com um
cigarro a boca!
— Sim!
— Aquela é a nova cara de Irene, a Curandeira!
— Esta falando serio?
— Por que mentiria!
— Mas como uma senhora de mais de oitenta vira uma
menina jovem!

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J.J.Gremmelmaier
— Isto quem fez foi Peter, não sei exatamente como, mas se
quer este lado negro, ali é o caminho!
— Mas é serio que este lugar não detém Peter Carson?
— Não sei ainda o que o pode segurar, que não seja ele
mesmo!
Peter sentou-se e se ateve as duas meninas, mulheres de sua
vida, ao seu lado, muitos estavam a olhar Peter Carson diferente, de
excluído a namorando duas das mais bonitas meninas da escola,
Peter não ligava para o que estes adolescentes pensavam, estava
mais preocupado com a repercussão geral disto, sentiu o carros dos
pais da menina entrarem na área da casa, puxou o caderno,
desenhou cada um dos presentes, e foi trecejando o que queria
oculto, Bia sabia que viriam, não tinha mais como recuar, pensaria
melhor em outra ocasião, Sharon estava a olhar para Peter quando
o viu sumir no sofá, outros também desapareceram, a festa
começou a esvaziar, ela olhou para sua mão e a garrafa de vodka se
tornou uma pastilha, olhou muitos sumirem, a musica estava alta,
os amigos de sua turma ainda estavam lá, na verdade todos
estavam, mas alguns não viam outros, Peter parou o desenho,
sentado ainda ao sofá, quando Sharon ouve em sua mente;
―Não discute, põem a pastilha na boca e mastiga, agora!‖
Ela olhou assustada, olhou a pastilha e viu sua mãe entrar
pela porta a sua frente, com seu pai, sentiu um aroma de rosa
tomar o lugar, e as garrafas sumirem uma a uma, Bia olhava aquilo
incrédula, enquanto Irene chegava perto dela e falou;
— Soube que andou me procurando!
— Como ele fez isto?
— Isto é fácil, até você bem treinada conseguiria, tem de
praticar desenho, mas ele me fez praticar, sou mais de 70 anos mais
velha que ele e tenho de o aceitar como um mestre!
— Você considera, Peter Carson um mestre, então ele é
mesmo um bruxo!
Irene olha a mãe das duas a entrar pela porta, a aura dela era
carregada, Peter também observava, uma aura negativa, uma pura

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J.J.Gremmelmaier
seca pimenteira, das poderosas, não sabia a sorte de ter uma filha
interessada em magia, ela chegou até Sharon e falou;
— Sabia que iria aprontar, sempre apronta!
— O que fiz desta vez, mãe! – Fala transando as palavras,
embora o hálito estivesse protegido por uma pastilha de magia, mas
era obvio nas palavras que ela estava bêbada;
— Andou bebendo?
— E tem outra coisa nesta casa, que não seja bebida, mãe!
— Esta bêbada, se recolhe em seu quarto! – Sharon foi
reclamar mas ouviu Peter;
―Não discute, ela quer isto, só vai piorar a situação!‖
— Bem que nos avisou que ela iria dar uma festa, mas até que
estão comportados! – O pai;
— Olha a bagunça! – Falou a senhora apontando as coisas,
mas não estava mais bagunçado, estava organizado, limpo até, a
senhora fixa o olho procurando algo fora do lugar, não encontrou,
os rapazes que estavam dançando pararam, mesmo que a senhora
não visse os mais bêbados, e ela falou. – Acabou a festa, poderiam
deixar minha casa, por favor!
— Por que esta revolta amor, eles estão com refrigerantes,
tocando musica lenta, o que a incomoda?
— Vai me contradizer agora, na frente de todos?
O senhor ficou quieto, e Sharon deu um passo a frente e
falou;
— Esta é a dona Ester, manda, fala o que quer, trás esta
carga pesada sobre a família, e o problema, é que eu isto, eu aquilo,
quer saber, você deve ter aprontado muito quando com minha
idade, mas quem vai querer depois ficar do lado de alguém com
uma carga negativa destas, agora entendo, normalmente chegaria
depois de duas horas de festa, veio já no começo, — olha para o pai
e fala – e não pense que é por preocupação comigo, com Bia, com a
bebedeira, pois isto ela já viu, ela me deu os primeiros copos, mas
com certeza, foi para o tirar da gravação, assim, não faz sucesso,
ela não precisa se preocupar com as menininhas gritando, cantando,
mas se quer me por de castigo, estou acostumada, mas acorda pai,
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J.J.Gremmelmaier
ela lhe usa, usa Bia para me envenenar, mas não esquece, não sou
só eu que estou cansada disto!
— Já para o quarto, você esta bêbada!
— Verdade, quem será que comprou as bebidas e deixou bem
a vista, mãe!
— Você bebeu de mais, vamos sair daqui! – Fala Bia para a
irmã;
— Eu não preciso de ajuda!
— Precisa, mais do que parece, mas eu também preciso sair
daqui, me ajuda!
Sharon olhou para a irmã, Ahau estava saindo pela porta,
sentiu a leva de pessoas que não se via, saindo da casa, mas Peter
estava lá, sentado na sala, a observar tudo, a senhora olhou para
Irene e falou;
— Você ai atrás eu falei para sumir!
Ela nem terminou de falar, Peter fechou o desenho de Irene e
esta sumiu na frente da senhora, ficando ali a observar, como
alguém que é tirada de uma realidade e posta numa em paralelo,
viu os demais que estavam invisíveis passando ao lado da senhora,
e indo embora, mas Peter, Sheila e Cati estavam acomodados no
sofá, Call resolveu sair, e Paul arrastou Karine para fora;
— Que diabos de magia estavam praticando aqui? – Ester;
A aura de negatividade da senhora era absorvida pelo tapete
da sala, repleto de sal, a senhora senta-se na outra ponta da sala,
e seu marido chega junto dela;
— Tem de se acalmar amor!
— Mas ouviu o que ela falou!
— Mas o que ela falou que é novidade para você!
— Que eu é que deixei as garrafas a vista, eu que as comprei!
— Desculpa, mas foi, eu mesmo perguntei por que comprar
tanto, você desconversou, foi agressiva e encheu o carrinho, já
conversamos sobre isto, de não comprarmos mas bebida alcoólica!
— Vai me culpar, parece que sempre sou eu a culpada!

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— Não disse isto, mas que estranhei você querer vir para casa,
estranhei, eu sabia que nossas filhas iriam dar uma festa, só pensei
que tivesse feito o que falamos, por um cadeado no armário das
bebidas!
— Você sabia?
— Se prestasse atenção na conversa a mesa, no lugar da TV,
ela pediu, eu perguntei para você, você concordou!
— Mas ela estava bebendo!
— Não, ela já havia bebido, sabe disto, e sei que nesta cidade,
não vão vender bebida para ela, nem no mercado, coisa de cidade
pequena!
— Quer voltar a gravação, eu cuido da bagunça!
— Não, agora os demais já foram para casa, e o principal já
foi gravado!
Peter se levanta e Irene os acompanha, saindo pela porta;
A festa foi rápida demais, para primeira festa teve tudo, dança,
bebedeira, e barraco ao final;

No quarto Bia põem a irmã num banho gelado e fala;


— Desculpa, sempre estrago suas festas!
— É sua função, mas nunca ouço ninguém mesmo, garanto
que Peter ia me alertar, não o ouvi, paguei com o mico da festa
sendo terminada por minha mãe!
— Tem de parar de beber!
— Eu tento, mas quando vejo já estou bebendo!
— Isto é dependência, tem de se cuidar!
— Por que esta cuidando de mim?
— Alguém me alertou que colhemos o que plantamos, se
planto discórdia, posso não ver o pé por um bom tempo, mas um
dia, colherei discórdia!
— Quem lhe falou isto!
— Alguém que me contou algo que esta difícil de acreditar!
— O que?

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J.J.Gremmelmaier
— Que aquela menina jovem da sala de Peter, é Irene, a
Curandeira!
— Se é não sei, mas Sheila só a chama de Avó!
— Sheila é uma descendente dos Navajo?
— É só olhar para ela irmã! – as palavras saem tortas da boca
da menina;
Bia sorriu, lembrou da feição de Irene, e ficou a pensar no que
tinha ouvido e visto naquele dia;

Era perto das 12hs de Domingo quando Paula bateu a porta


da casa dos Kennedy;
— Bom Dia, a Sharon se encontra?
— Sim, mas esta de castigo! – A mãe;
— Que pena, ela me disse que me levaria a biblioteca lá na
praça hoje, devo ter entendido errado!
— Você mora aqui por perto?
— Sim, 6 casas adiante! – Mentiu Paula;
— E por que não vai com seus irmãos, sua mãe?
— Minha mãe trabalha no parque e disse que é muito violento
para gente como eu, e não tenho irmãos, conversei com ela estes
dias, ela me disse que poderíamos ir no sábado, mas volto outro
dia!
Paula da as costas e ia saindo pelo portão quando a senhora a
chamou;
— Espera, ela pode lhe fazer companhia, assim não fica a
fazer burrada por ai!
Sharon ouvia pela janela a conversa, e quando sua mãe bateu
a sua porta, se recolheu nas cobertas e nem olhou;
— Vou lhe dar uma chance, e você vai!
— Se é aquela chata da vizinha, diz que não estou bem para
nada!
— Não sei quantos vizinhos temos, mas é uma menina
chamada Paula, deve ter uns 5 anos, disse que prometeu levar ela
na biblioteca, se prometeu por algum motivo, vai!
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J.J.Gremmelmaier
— A não, baba não!
— Quem mandou prometer!
— Será que não podia ser outro dia?
— Sharon!!
— Certo, pede para esperar, vou só tomar uma ducha e já
desço!
— Aviso, mas não demora!
A senhora desce as escadas e Bia entra no quarto;
— Sabe que se aparecer no parque aquático, vou falar para a
mãe!
— Se eu aparecer, o que duvido, a escolha vai ser sua irmã!
— Não sei quem é a menina lá embaixo, mas a aura dela é
forte, as velas estão derretendo, as de controle de magia!
— Acho que deveria usar incenso como a maioria!
— Dizem que causa câncer!
— Então deixa as velas derreterem!
— Mas quem é a menina?
— Sabe que a cidade é pequena Bia, outra coisa, Peter disse
que se aparecesse no parque e você estivesse por lá, iria querer
uma palhinha, que tocássemos!
— Quando falou isto?
Sharon não respondeu, pois ele não falara, estava a jogar com
a irmã, sabia que Ahau estaria lá, e no meio disto ouviu;
— Então vai passar por lá?
— Não sei, embora a descida da caverna seja incrível, não sei
se seria uma boa idéia, a mãe esta muito chateada, nem sei o que
falei ontem, estava muito alcoolizada, nem sei se Peter me deu bola,
nem como acabou a festa!
— Com a mãe pondo os que via para fora!
— Não entendi!
— Quando voltar nos falamos, ou antes, tem mais sua cara!
Sharon se vestiu e recebeu Paula na sala com uma cara de
desanimo, enquanto a menina mostrava entusiasmo, ela respondia

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J.J.Gremmelmaier
com monossílabos, é, tá, quando saiu um ―então vamos‖ foi que
saíram pela porta e Ester parou Bia a porta e falou;
— Se cuida filha, mas se Sharon passar por lá me avisa!
— Acha mesmo necessário isto mãe!
— Ela esta de castigo, se aparecer lá é sua obrigação me ligar!
— Acho que nem vou passar por lá, vou ficar só com o pessoal
na praça, melhor do que passar por dedo duro!
— Mas filha, é para o bem dela!
— Ela precisa de tratamento mãe, não de castigo!
— Parece que mudou de lado, o que aconteceu?
— Aconteceu que em 15 minutos, ela já estava alcoolizada, de
não lembrar nada depois disto, ela fez de tudo para impressionar
um rapaz, que ela mesmo não deu bola pois estava bêbada, na
verdade me sinto culpada por ter aberto aquele armário, o castigo
tinha de ser meu e não dela!
— Não se culpe dela não se controlar!
— Me culpo, e talvez devesse pensar mais, pois depois que
algo pior acontecer, não adianta vir chorar mãe!
— Como pior!
— Mãe, quantas pessoas se ouve por ai que morrem de coma
alcoólica, de complicações de bebedeiras, desde brigas até por
causa de algum tipo de vicio, e que um leva ao outro, eu me
preocupo com ela, mesmo que tentando as vezes não entrar em um
campo que não é o meu!
— Mas ela não é uma viciada, ela faz para me provocar!
— Mãe, não estou falando que ela não queira provocar, mas
pense nas conseqüências, não nas coisas que ela diz, e sim, no que
quer dizer, pois ela nem lembra no dia seguinte!
— Acho que ela lembra!
Bia viu que não adiantaria falar mais nada, e subiu para
terminar de se arrumar, pegou uma mochila e pos uma toalha, um
biquíni e até um protetor solar, estava pronta ao convite da noite
anterior, ela ainda pensava em quem era aquele menino, viu ele
proteger sua irmã do pior, pois por mais que sua mãe tenha ficado

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J.J.Gremmelmaier
irritada, não a pegou com uma garrafa de vodka na mão, foi muito
mais leve, principalmente com os alcoolizados sumindo do local;

Paula chega com Sharon no centro da cidade e pergunta;


— Mas como vamos chegar lá?
— Você é muito apressada, vou passear um pouco, o pessoal
marcou as 14hs!
— Por isto passou lá cedo, para minha mãe não desconfiar!
— Ela desconfiou do mesmo jeito, é mãe, conhece a filha que
tem!
— Mas então ela vai aparecer por lá!
— Quem disse que o parque esta aberto a visitação, Sharon,
mas precisa se controlar menina, o que foi aquela bebedeira de
ontem!
— Pensei que não sairia hoje, e Peter esta provando que nem
sempre as coisas acontecem como acho!
— Ele convidou sua irmã, sabe disto?
— Sei, não entendi, pois ela vai ligar para minha mãe!
Paula riu, e entraram na loja de bruxaria, Marlene abraçou a
menina, sorriu para Sharon e perguntou;
— O que minha bruxinha predileta quer hoje?
— Marlene, preciso de um maiô, não tenho nenhum do meu
tamanho!
— Acho que não tenho nada aqui que possa servir!
— Imaginei, então vou só dar uma olhada, como estão as
coisas?
— Seu irmão esta acelerando a construção do hotel, me
disseram que esta construindo um no interior deste novo parque,
sabe como estão as coisas lá?
— Lindo, mas sabe como é, lá é um mundo diferente,
enquanto o primeiro parque explora pelo medo, lá tem parte em
adrenalina e comodidade!
— Soube, mas talvez pudesse comprar um maio na Princes! –
Única loja de roupas da cidade;
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— Vamos passar lá, acha que enche hoje?
— Não sei, mas a cidade já esta começando a agitar!
— Passo aqui na volta e lhe conto como foi!
Marlene sorriu, se pensou que teria nos filhos de Carson
inimigos, parecia ter o carinho deles, sabia que aquela menina era
especial, Peter a estava ensinando, ela o viu ser duro com ela, mas
quando precisou, o menino mostrou o que pode, como é possível
reverter coisas aparentemente irreversíveis;

Acompanhando Paula, Sharon foi conhecendo todos os


pequenos lugares da cidade, aqueles que nem havia notado, loja de
roupa, farmácia, loja de brinquedos, e quando chegaram a praça,
Sharon seguiu a menina até a biblioteca, entraram em uma peça,
viu a menina já com a mochila, onde havia posto um maio, uma
toalha, um prendedor de cabelo, um baton com protetor solar, abrir
a mesma, pegar uma caneta de escrever em Cds e Dvds, olhar para
a menina e perguntar;
— Deve estar cansada de me seguir!
— Sim, já rodamos em 2 horas toda a cidade duas vezes!
— Desculpa, sou meio compulsiva a andar! – Paula risca ao ar
uma porta, e Sharon vê a tinta ficar ao ar, desenhou os cantos, as
dobradiças, e por fim a fechadura e o trinco, e se viu materializar-se
uma porta, onde nada havia, a menina pegar na fechadura, abrir, a
altura da porta era meio baixa pois era referente a altura de quem a
desenhou. – Agora estamos quase atrasados!
Abriu a porta e Sharon viu as escadas de acesso do parque,
atravessou a porta se abaixando na porta, viu a menina vir atrás e
fechar a porta, e esta sumir, Bia estava a entrada do parque, e viu
desde o surgir da porta, do nada, até a irmã surgir com a menina
vindo depois e fechando a porta, o espanto foi grande, a maioria
nem notou, mas como esperava que acontecesse, olhou para o
motorista, que parecia não ver o mesmo, e viu a irmã chegar e
falar;
— Se quiser liga, não me importo!

620
J.J.Gremmelmaier
Peter estava abraçado com Cati, e os demais estavam a se
preparar nos grandes vestiários, Peter acionou um grande botão e
as 3 imensas cúpulas se abriram, estava sol, não precisaria das
cúpulas, e todos viram o parque se descobrir como se estivesse
escondido embaixo das cúpulas, alguns foram olhar, eram poucos,
uma reunião para minoria, Bia olhou espantada, parecia um parque
aquático como o que estivera na Noruega, mas lá era sempre
coberto, viu a pequena evaporação que vinha da água, água quente,
a cara de espanto de Ahau era imensa, vira aquilo no meio da
semana, mato para todo lado, agora um parque imenso e
aparentemente pronto para se divertirem, não mais mato atrás de
mato, Karine que conhecera antes o local, também estava
impressionada;
— Este ao contrario do primeiro, parece ter uma leveza no ar!
– Robert;
— Sim, aqui é energia, lá, a parte que tinha energia, as
pessoas nem passam perto!
Se divertiram, piscina, tobo-água, banhos medicinais, Cati
estava a olhar Peter se divertir, estava naquele segundo, longe dos
problemas, Sheila chegou em seu biquíni de cidade grande, Cati viu
todos olharem a menina, até Sharon reparou nela, foi até onde
Peter estava, chegou beijando-o, todos que babavam pelos
movimentos da Sheila, viram isso, Caterine olhou os demais, não
sabia se este comportamento seria o mais propicio, mas não largou
Peter;
— Você me deixa excitada, vai me deixar louca! – Sheila ao
ouvido de Peter;
Peter olha em volta, Sheila nem viu o que Peter fez, mas viu o
tempo parar, e sentiu Peter sair da defesa ao ataque, aqueles
segundos, o bruxinho estava deixando de ser criança, para imperar
num mundo onde ele não conhecia, Sheila viu ele ajeitar-se e ajeitar
ela, lhe olhar e tudo em volta voltar ao movimento, ele saiu da
piscina, sobre vários olhares, para quem olhava, viu apenas ele,
Cati e Sheila sumirem, como por magia;
— Vocês vão me matar assim! – Peter;
— Não viu nada ainda! – Sheila;
621
J.J.Gremmelmaier
— Hoje é nosso, nem pense em fugir! – Cati;
Por pouco mais de 2 minutos, ninguém viu eles, mas de uma
hora para outra, Peter ressurgiu na Piscina, a mergulhar, Sharon
olhou para ele vir do fundo da piscina e se posicionar na piscina, no
mesmo lugar que estava antes, Call sorriu, Peter estava a sorrir,
Robert estranhou, mas quem mais estranhava era Ângela, o que sua
irmã achava que estava fazendo, mas esta aventura, onde as duas
ficaram por mais uns minutos, ninguém viu, as duas vieram sorrindo
a piscina depois de um tempo e lógico, enquanto Sheila chegou ao
lado de Peter, Cati se pôs ao lado de Sharon, pareciam meio
atordoadas, se bebessem Peter diria que haviam tomado um bom
gole, Cati mergulha e sai a frente de Sharon enquanto esta olhava
Sheila beijar Peter de novo;
— Querendo um pouco? – Cati para Sharon;
Sharon vê Cati vir a ela e lhe passar os braços a cintura, a
puxando para ela, olhou para a menina e fala;
— Não quero nada com você!
— Então tira ele da cabeça!
— Mas quem disse – Sharon viu que Cati passou a mão em
suas nádegas, puxando para ela, olhou tudo em volta e viu tudo
parado, os olhos de parte sobre Peter e Sheila, parte nela, estáticos,
e sentiu o calor dos lábios de Cati nos seus, os olhos dela se
estalaram de surpresa, sentiu a língua da menina na sua, e as mãos
dela em suas nádegas a puxando para ela, afastou os lábios, olhou
em seus olhos, e olhou por entre a piscina;
―Acho que ela gostou!‖
―Um bom começo!‖ – Sheila;
Sharon nem viu Sheila atravessar os quase 30 metros da
piscina, ela chegou beijando Cati, e depois a mesma a pos entre as
duas, uma das mãos correndo seus lábios, outra seus seios, olhou
para Cati e viu por trás dela Peter a abraçar a namorada, nos
segundos seguintes, pareceu que tudo em volta mudou, a piscina
sumiu, e sentiu como se estivessem em um local bem menor, ainda
tinha água, mais quente, mas o local era menor, e ouviu Peter;
— Disse que esperasse o Sábado!

622
J.J.Gremmelmaier
Peter a estava abraçar, não mais Cati, e sentiu os lábios de
Peter nos seus, olhou em volta e viu Sheila e Cati a se beijar mais a
trás;
— Pensei em algo mais pessoal! – Sharon;
A menina sentiu o rapaz lhe beijar o pescoço, lhe erguer o
biquíni, lhe puxar para ele, e falar;
— Nem sempre é como pensamos que vai ser!
Ela o beijou, estava mesmo num mundo estranho, como Paula
falou, o mundo de Peter, um mundo que ela insistira em arrombar,
não recuaria agora, estava a gostar da idéia, estranhando o que
parecia ser mais uma imaginação do que real, o mundo dela foi de
vontades e experiências, as horas que estiveram ali, pareceram
incríveis, mas depois de um tempo, viu ele arrumar seu calção, ela
se ajeitou, olhou as duas, já não estavam lá, e olhando os olhos de
Peter, viu tudo em volta mudar de novo, e viu Cati surgir a sua
frente e falar;
— Querendo um pouco?
Ela sacode a cabeça e os demais só vêem Cati se encostar na
piscina do lado da menina;
— Não entendi?
Peter olha para ela de longe, e lhe dá uma piscada, assim que
afasta os lábios dos de Sheila, do outro lado da Piscina;
— Vai dizer que foi alucinação! – Sharon;
— Alucinação, da próxima vez pensamos nisto!
Sharon sorri, olha Peter ao longe;
— Não tem ciúmes dele com Sheila, ela é linda!
— Você também é, não sei o que vocês vêem nele, mas com
certeza não é o meu Peter!
Cati atravessa a piscina, e volta ao lado de Peter;

Bia chega perto de Sharon e pergunta;


— Não entendi, ele namora mesmo as duas?
— Seria um triangulo amoroso, mas com ida e volta!
— Não entendi!
623
J.J.Gremmelmaier
— Irmã, as duas namoram entre si, e ambas namoram ele, é
um triangulo fechado!
— Acha isto normal?
— Eu não sou normal irmã, como posso exigir que os outros o
sejam, você também não é, então como vamos julgar alguém!
— Me acha estranha?
— Irmã, vai dizer que é normal tudo o que faz?
— O que você sabe?
— Que sua curandeira acabou de chegar! – Fala Sharon
olhando a entrada do parque, e lá vinha Irene, um maio completo,
preto, de manga curta e como se fosse meio shortes, era a mais
vestida presente, e Bia pergunta;
— O que sabe disto?
— Ainda quase nada, mas que vou entrar neste mundo, vou,
sabe disto, é uma saída, quero me sentir bem, me sentir amada, sei
que este Peter é especial, pode ser que me ajude a me achar!
— Mas procura o que?
— Me achar, odeio me sentir como hoje sedo, culpada de algo
que desconheço, Peter me disse que nem dei bola para ele ontem, o
que aconteceu?
— Ele foi até você para dizer que nossa mãe retornaria, e você
nem o deu atenção, mas ele não falou nada, quando ele chegou e
disse que queria lhe falar, você lhe disse que não naquela hora!
— Ele insistiu?
— Não, mudou de plano, voltou e abraçou Cati, pegou um
caderno, não sei o que fez, mas a casa começou a se arrumar
sozinha, as bebidas sumira, os bêbados ficaram invisíveis aos olhos,
estavam lá, mas não se via, quando a mãe chegou, a garrafa a sua
mãe se transformou em uma pastilha, não sei que pastilha era, pois
embora fosse visível que estava bêbada, o hálito de álcool sumiu, e
a casa estava arrumada, organizada, a musica havia ido a uma lenta
a minutos, então o que se viu foram casais a pista a dançar, se
tivesse ficado quieta, a lembrança hoje de ontem seria a seu favor!
— Falei merda?
— Falou!
624
J.J.Gremmelmaier
Irene chega ao lado das duas e fala;
— Ainda quer falar comigo?
— Minha mãe ficou assustada, quando você sumiu, quando
ela disse para sumir!
— Coisa de Peter, ele estava sentado ainda a sala quando sai!
— Ele ainda estava lá?
— Sim, ele gosta de se inteirar dos problemas, ele seria um
anjo se existissem anjos!
Sharon riu olhando Irene;
— De anjo ele não tem nada!
Irene viu a malicia nas palavras, e falou;
— Cuidado para não se apaixonar menina, vi que tem um
probleminha com álcool, não seria bom se apaixonar por alguém
que já tem duas namoradas!
— A magia tem algo contra isto?
— Não, um mago pode, assim como uma sacerdotisa ter
quantos amores conseguir administrar, mas ele ainda não é um
mago, mas tem de deixar de ser criança para isto!
— O que quis dizer em deixar de ser uma criança? – Bia;
— Deixar de ser virgem!
— Por que?
— Por que senão seria tentado a desviar o caminho, no
percurso de conhecimento para Mago!
Sharon se calou, sabia que ele já não o era, mas também
ouvira que ele não confiava cegamente nela;
Viu Peter reunindo o pessoal, e saíram da piscina na direção
dele, estava perguntando quem queria ir, e alguns recuaram,
Sharon olhou os demais, Ahau iria recuar mas ela passou o braço no
da irmã e na do amigo e falou;
— Um grupo se apresentando!
Peter viu Sharon arrastando os demais, obvio que já tinham
dois grupos, então se fez mais dois e o resto recusou, Peter disse
que poderiam esperar na parte baixa, e os ver em um trecho, foram
ao elevador, num grupo, e ajeitou no primeiro Paula, Robert e
625
J.J.Gremmelmaier
Ângela, no segundo Irene, Paul e Karine, o terceiro Sharon, Ahau e
Bia, e no ultimo ele Sheila e Cati, que estava relutante, mas não iria
recusar, quando eles subiram e puseram os equipamentos de
segurança, viram o primeiro grupo se mandar, e os 4 grupos
desceram acelerando rio abaixo, Sharon viu o como vendo onde
estavam foi bem diferente, ainda mais com a velocidade da água,
um banho no atravessar a queda, gritos e escorregos para cá e para
lá, quando saíram da caverna o pessoal estava a gritar do lado de
fora, mas era só o começo, os demais viram Peter pegar de um lado
um remo, e Sheila outro, Robert percebeu que estavam no começo,
assim como Sharon esperava o restante, Peter usou isto para passar
a frente e depois de uma pequena calma, começaram a acelerar nas
correntezas do rio, um pequeno rio se juntou ao que estavam e o
caminho pareceu ficar mais íngreme, adrenalina pura, uma hora a
mais descendo o rio e quando todos pensaram que estavam a
terminar o caminho, em mais uma calmaria, Peter remou para um
canto, os demais o foram seguindo, e quando viram estavam
seguindo por um caminho lateral do rio, acelerando de novo,
entraram em outra caverna, e começaram a descer acelerado de
novo, duas cachoeira e quando passaram por baixo de uma imensa
cachoeira, todos encharcados, Sheila conhecia o local, Robert
reconhecia a ponte ao fundo, e Irene olhou a cabana, a pergunta
era obvia, como chegaram ali, Peter remou até a margem e ajudou
as duas a descerem e puxou o bote para a margem, e Sheila olhou
a queda d‘água, e olhou para Peter, estavam na reserva, fora
incrível, Sharon olha a queda d‘água ao fundo e vê o local, um
especial, e ouve Irene falar;
— Sabe que este caminho eu nunca conheci!
Peter sorri e senta-se a areia, este era um caminho especial,
não para todos, mas a anos não o fazia completo, somente agora se
tocou que a cabana existia em sua lembrança com seu avô, algo
que ficara isolado em sua memória por um tempo, e saltou, sabia
que precisava fazer o caminho, a gruta nova veio a mente enquanto
desciam o rio, e não duvidou, foi a frente;
Robert ajuda Ângela sair, e chega com ela falando;
— Isto é loucura, onde estamos?

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J.J.Gremmelmaier
Peter olha para Ângela e fala;
— Na casa de Irene!
Irene riu, o menino estava a experimentar abrir lembranças,
entendeu quando mudaram de rumo, ele sabia que tinha de seguir,
mas talvez até ele estivesse se descobrindo, Peter levantou-se e foi
a queda d‘água, Sheila o seguiu, lembra de quando fora ali pela
ultima vez, os demais o seguiram e ele passou da primeira caverna,
para a segunda, ele parecia seguir uma lembrança, ele parou diante
de uma parede, esta todos olhavam ele, olha em volta, toca a pedra
com a esquerda e todos ouvem ele falar, mesmo sem entender;
— Erkah, Erkah, Erkah, Erkah, Erkah, Erkah! – Peter vê as
pedras mudarem de cor e todos vêem aquela parede se tornar água,
e escorrer pelos pés deles, e uma grande porta esculpida na pedra,
com caracteres por toda ela, aparece diante dele, Sheila chega e
toca a pedra no formato de porta, e fala;
— Maia, quer dizer ―Sejam bem vindos ao paraíso‖!
Peter vê o símbolo de uma grande lua no centro de tudo,
chega e toca o símbolo e fala;
— Tł'éhonaa'éí, abra para mim!
Todos vêem ele afastar a mão e a lua girar e recuar, como
uma fechadura estalar e todos vêem se abrir diante deles um
imenso salão, o grupo segue Peter, que fala;
— Anicê!
Todos viram tochas laterais acenderem, as paredes pareciam
revestidas de um material metálico, prateado, e Peter falou;
— As vezes me acho inteligente, mas demoro demais para
entender!
— O que?
— Meu avô era um dos protetores dos segredos! – Peter
chega a uma parede, e vê pilhas intermináveis de um material
metálico, pilhas imensas gruta adentro, olha para um local a frente,
e uma pirâmide de 6 metros, dourada, estava ao topo de uma
formação, ele estivera ali com seu avô, mas este deixou dentro de
sua mente um lacre, que se desfez descendo o rio, as correntezas, o
fim da inocência, o começo do caminho de um Mago, Peter sabia
627
J.J.Gremmelmaier
que tinha chego ao ponto que sempre esperava, achou que seria
anos a frente, Irene chega ao seu lado e pergunta;
— Que placas são estas?
— As placas do salão de deus, acho que vamos terraplenar um
trecho deste vale!
— Não entendi?
— Elas montadas e abertas, mostram as leis de deus, no
original, não na copia do livro, numa linguagem universal!
— Esta a dizer que esta gruta esconde os revestimento das
pirâmides, os originais! – Sheila;
— Sim, os originais das leis de deus!
— Quer dizer que podemos criar um centro de criação de
mestres?
— Sim, lembra quando falei que lhe queria como uma
Sacerdotisa, isto facilita!
— Do que estão falando? – Bia;
— De magia, estamos fora do tempo, esta gruta não cabe no
lugar que esta, se duvidar, aqui o tempo nem passa, não é lento,
não passa, mas poderemos confirmar isto quando voltarmos! –
Peter olha para Irene e fala. – E esta em suas terras, foi esta magia
que lhe atraiu a queda de água?
— Não sei, foi há anos, quando passava por aqui, mas algo
me deixou fascinada por isto, o poder da montanha, sempre tive a
sensação de que as vezes tinham pessoas a gruta, mas nunca vi
nada, pode ter sido seu avô, mas mesmo ele não deveria vir todo
dia!
— Verdade, ele me trouxe uma vez, e lacrou na minha mente
o caminho, algo me atraiu a aventura, sabia que tinha de fazer, mas
somente quando descia as correntezas os lacres caíram e visualizei
a entrada da gruta, e aqui estamos!
— Mas por que sinto que falta algo?
Peter não respondeu, subiu os degraus na direção de onde se
via a pirâmide aparentemente de ouro, ele chegou perto e viu três
tronos como locais para reis, ou pessoas especiais, a pirâmide
suspensa por uma armação que parecia lhe manter bem acima de
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J.J.Gremmelmaier
suas cabeças, lembrou da ida ao templo de deus, olhou em volta e
olhando para Sheila falou;
— Esta faltando mesmo!
— O que? – Sheila e Irene;
— Duas pessoas, temos a sacerdote, temos a bruxa, temos o
amor, o sumo sacerdote, o som da passagem, mas faltam duas
pessoas, as que nasceram no dia que nasci, as que ocupam os
locais, ao meu lado, para ativar o templo!
— Acha que aquela historia de meu pai esta se formando? –
Ahau;
— Sim, algo grande esta acontecendo, não é qualquer coisa,
temos Irene, Curandeira Navajo, duas descendentes dos mesmos,
temos um trio amoroso, temos um trio de união sonora, temos um
trio de união pessoal, amizade;
— E eu? – Paula;
— Sabe que eu você e a mãe somos um trio familiar, mesmo
ela não estando aqui, esta em nossas mentes, presente, a família,
falta o sexto trio para ativar deus, sete!
— Esta falando que todos fomos atraídos para cá? – Bia;
— Sim, todos, sempre disse que ainda estava atraindo, no
geral, mas para ativarmos isto, vai dar trabalho, posso estar errado,
mas vai dar um trabalho imenso, e tem de ser feito por nós, se
estiverem dispostos, e ao mesmo tempo, cada um ser preparado
para ser no mínimo um bruxo, o que vamos fazer aqui, como falei
para Sheila outro dia, nunca existiu entre os humanos, um templo
de deus, em terras dos homo sapiens, mas tudo isto é abrir um
caminho sem volta!
Peter olha cada um deles, olha para Ângela, não achara ainda
onde ela se encaixava, mas sabia que se veio junto, tinha de estar
ali, começou a fazer cálculos mentais, 4 grupos, 4 bóias, cada qual
com 3 pessoas, 12 pessoas, pessoas presentes que não conhecia
bem, deveriam ter suas funções, começou a pensar e unir dados, e
olhou para Ângela, era um mistério, era um calculo a pensar, mas
teriam muitas coisas a fazer antes de resolver isto;
Ahau iria tocar em uma das placas e Peter falou;

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J.J.Gremmelmaier
— Não pegue em mais do que duas por vez!
— Por que? – Sheila;
— Mesma matéria das placas das leis, de Moises, baterias em
magia, duas pontas não fazem mal, mas a união da terceira, dá um
choque para valer!
— Bateria com três potencias, isto é impossível! – Bia;
— Estamos dentro de uma caverna de mais de 200 metros de
altura em uma montanha de 35 metros nesta altura, quer mais
impossível que isto! – Peter;
Bia olha para cima e fala;
— Mas não entendi nada!
Irene olha para ela e fala;
— Quantos anos tem menina?
— 18!
— Relaxa, se eu com 89, entendi em parte, não é estranho
não estar entendendo, mas é que Peter ainda esta juntando as
cartas, ele sabe onde quer chegar, ele falou que iria longe, mas não
tenho idéia de onde seja isto, mas quando falamos de o templo de
deus, dos três escolhidos, falava-se não em falar com deus, e sim,
voltar a confederação, por isto não entendo nada!
— Confederação?
— Quando entender lhe conto!
— Vamos voltar, os demais vão ficar preocupados! – Peter;
— Mas não quer explorar mais? – Sharon;
— Não, ainda tenho de ouvir um trio tocar, dizem ser incrível!
Bia sorriu e Ahau olhou Peter como se querendo fugir;

Saem do templo e os demais vêem Peter tocar no ar e a água


entrar vinda do rio, e tomar a forma de uma grande pedra, e
materializar—se como era antes, Irene vê que o menino sabia
magias de iniciação, o que alguns chamavam de Alquimia, mas
vendo ele fazer, nem se notava as palavras e pensamentos, natural
como deveria ser, sem esforço;

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J.J.Gremmelmaier
Saem da caverna e Irene para um momento onde um dia foi
seu sepulcro, antes de sair, olha o chão e não existia mais nada ali,
nem vestígios do antigo corpo, sai e pergunta a Peter;
— Onde você pos meus restos?
— Acha que veio a vida em outro corpo, não entendeu ainda
que não é outro corpo, é o de sua infância, ainda nas reservas
Navajo que você carrega, o recuar no tempo de sua existência, não
outra!
— Mas como?
— Se realmente quiser mudar, lhe mostro!
— Sabe que esta em minhas terras!
Peter sorri e fala;
— Verdade, e o que decide?
— Acho que aceito uma sociedade em seu parque, pondo esta
parte final no percurso de descida!
— Uma boa idéia, podemos por uma placa não entre na
caverna, vai gerar muitos curiosos!
— Você não presta menino, estou falando serio!
— Eu já aceitei Irene, mas sabe que vai ser complicado os
documentos desta área, foram para o marido de sua filha quando
morreu!
— E por que não me tiraram daqui?
— Por que quando entrou em crise, comprei dele!
— Então é seu, não tenho com o que barganhar!
— Não, é seu, sabe como penso, não é o papel que tira a
posse, aceito a barganha!
Irene riu primeiro, mas depois fechou a cara, veio na duvida o
que o menino queria com aquilo, a estava aproximando, olhou
Sharon chegar ao lado dele e falar;
— Como fez aquilo?
— Abrir a parede, sabendo a chave que vi meu avô colocar,
ficou fácil!
— Estou falando da piscina!
Peter olha para ela e fala;
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J.J.Gremmelmaier
— Não gostou? Fiz algo errado?
— Não, foi incrível, mas pareceu uma alucinação!
Peter sorriu e falou;
— Depois falamos disto, tem ouvidos a mais nos ouvindo, dos
quais um gosta de você, sabe disto!
— Sei, ele é especial, não imagina quanto!
— E por que o magoa assim!
— Ele é especial, não reparou ainda? Mas vai reparar!
Peter olha para Ahau e sorri, este chega perto e fala;
— Que historia é esta de tocarmos?
— Perguntei para Sharon se dariam um pequeno show, ela
queria lhe mostrar uma versão, ou algo assim, não entendo estes
pensamentos em grego dela!
— Você andou lendo minha mente?
— Não, mas Paula o fez, e como sei o que ela sabe, dá na
mesma!
— Não entendo isto?
— Com o tempo vai entender, mas vocês que sabem se
querem tocar! – Peter;
Sharon olha para a irmã que sorri, ela adorava tocar, eles
chegaram aos botes e Irene pergunta;
— E agora?
— Descemos mais 2 mil metros o rio, e chegamos ao ponto
que seria pelo outro rio, lá tem um teleférico para subir!
— Você pensou mesmo em as pessoas descerem o rio daquele
jeito?
— Vai dizer que não foi bom?
— Ótimo, quase me esqueci de minha idade!
— Irene, olha para o lado, não para trás!
Irene sorri, e Sheila vê que ele estava a iniciar até sua avó,
algo estranho, mas por algum motivo achava que ele unira eles em
um quarteto, por algum motivo, mas ela não tinha certeza dos
motivos de Peter ainda;

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J.J.Gremmelmaier
Desceram o rio mais um pouco e viram uma seqüência de
cordas a atravessar o rio, as bóias foram barradas nela, e puxando
as corda, foram a margem, viram uma pequena praia de rio, um
local para por os botes, e uma escada, as pessoas estavam felizes,
aventura de todos os tipos, Bia estranhava, nitidamente chamada
para dentro, mas vira sua irmã feliz, a muito não a via assim, ao
natural, até o comportamento referente a Peter parecia mais
controlado, subiram a pequena escada e lá viram um teleférico, dois
por vez, e foram começando a subir, Peter subiu com a irmã por
ultimo, o teleférico passava cruzando o rio por cima, lá em baixo, se
via o rio a fazer curvas, uma certa hora passaram sobre a ferrovia,
se via naquele ponto a outra queda ao fundo, o caminho que
fizeram, mas de teleférico não foi mais que 10 minutos, quando o
pessoal viu eles chegando, foram ao grupo, eles tinham saído a
tempo, Call estava um pimentão, assim como a namorada, sol sem
proteção, Paula chegou aos dois e emprestou um protetor solar, os
dois riram, mas entraram no salão de venda, e onde havia uma
lanchonete, havia um palco ao fundo, Bia subiu lá e viu como estava
a bateria, perfeita, Ahau reparou no contra baixo e Sharon pegou a
guitarra, olhou para Ahau e falou;
— Espero que goste do que preparei!
— O que?
Sharon pega o microfone e fala;
— Poucos mas especiais, nossos primeiros ouvinte, esta
musica se chama Mulher, não é uma grande letra, mas entendam
que estamos no começo!
— Vai mesmo de Mulher? – Bia;
— Sim!
Bia começou na bateria, era uma punk rock, no ritmo, e
Sharon cantou;
―Cão
Amigo ou companheiro
Caminho ao sol com meu amigo
Gato
Talvez mais amigo
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J.J.Gremmelmaier
Menos companheiro
Mulher, Mulher, Mulher!
Companheira e amiga
Não as troco por cães e gatos‖
Ela deixava a voz mais roca para cantar, olhava com malicia
para Sheila e Cati, e para Ahau, mudou o idioma no mesmo ritmo;
―Σκύλος
Φίλο ή ζσνεργάηη
Διαδρομή προς ηον ήλιο με ηο θίλο μοσ
Γάηα
Ίζως περιζζόηερο θίλος
Λιγόηερο ζύνηροθος
Γσναίκα, Γσναίκα, Γσναίκα !
Σύνηροθος και θίλος
Μην αλλάζεηε από ζκύλοσς και γάηες‖
O pessoal começou a bater nas mesas e entrar no ritmo, era o
típico ritmo que Call gostava, batida, voz rouca e eles aplaudiram no
fim e Sharon olhou para a irmã e falou;
— Acho que esta dá para gravar!
— Também acho, mas seu Grego esta melhorando!
— Obrigada, estou tentando melhorar!
Os três tocaram outra musicas conhecidas, e depois de um
tempo, Sheila chegou ao lado de Peter e falou;
— Ainda estou confusa sobre o que nos mostrou?
— Falamos depois, mas acho que terei de ir a reserva Navajo,
e vai comigo!
— Quando?
— Amanha!
Caterine olha os dois;
— Você também vai, ou acha que vou lhe deixar!
— Mas não posso ir!
— Esqueci, seu pai vem amanha lhes ver, é isto?
— Sim, mas não aprontem muito!
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J.J.Gremmelmaier
— Deve ser rápido, quero saber onde achamos a menina, já
que vamos começar por um lugar assim, deve ter algo especial lá,
não nasci aqui por acaso, se duvidar o menino nasceu em antigas
terras Maias, três pontos, e coisas a descobrir!
— Acha que acharemos o que?
— Quando acharmos saberemos!
— Uma corrida as cegas?
— Como foi nossa descida rio a baixo, sem plano, mas com
destino!
— Entendi, acha que nos deixaram o caminho?
— Sim, não esquece que o que para nos é acaso e livre
arbítrio, para algo superior, é previsível, pois a maioria funciona no
padrão, seqüência de 7 dias repetidos, repetindo numa freqüência
quase constante, facilmente previsível!
— Isto me lembra um escritor de ficção!
— Psico-História?
— Sim, Psico-História, Isaac Asimov!
Peter riu, parecia mesmo, mas com conotações menos bonitas,
não estavam a milhões de anos de evolução, estavam no mundo
dos anos 2000 e pouco;
Foram a parte de águas quentes, era fim de tarde, estavam a
descer por um imenso ToboÁgua, com águas termais, a uma piscina,
a velocidade era grande no bater a água, e os pessoal estava se
divertindo quando Peter saiu da água, e olhou para Sharon, que o
viu pegar um caderno, e desenhar, estava do outro lado da piscina,
Bia olhava os dois se olhando quando vê a irmã sumir no ar, nem 30
segundos depois, viu sua mãe entrando com um segurança,
insistindo em falar com o dono, que sua filha estava lá, quando viu
Bia, procurou com os olhos Sharon, Bia sorriu pois assim como os
demais não a podiam ver, mas Peter havia também feito Paula
sumir, e esta chega ao lado de Sharon e fala;
— Acho que esta na hora de voltarmos a cidade, já se
divertimos bastante!
— Mas ela já me viu!

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J.J.Gremmelmaier
— Não, ela olhou através de você, para Peter atrás, ela não
nos vê!
— Mas tenho de pegar minhas coisas?
— Vamos pegar com calma, e vamos!
Peter estava a olhar a senhora, que chegou até ele e
perguntou;
— Me disseram que você é o dono, onde esta minha filha?
— Bia, logo ali!
— Sei que ela tem que estar aqui, soube que sua irmã a
arrastou de casa, quero saber agora onde ela esta?
— Senhora, não entendo o por que esta gritando, quer
procurar, ninguém esta escondendo nada aqui, nem bolso tenho
para a esconder nele!
— Acha que não sei que ela esta aqui?
— Já que afirma que ela esta aqui, onde ela esta senhora?
A senhora olha para todos os lados e olha para Peter;
— Se ela não esta aqui, então me garante que ela não esta!
— Eu, de forma alguma, sei onde ela esta, mas não vou negar
nada!
— Sinal que ela esta aqui!
Peter olha a irmã abrir a porta e olha por ela, biblioteca, na
praça, e fala;
— Senhora, eu sei onde ela esta, mas é bem longe daqui!
— Onde?
— Lendo um livro, ao lado de minha irmã, na biblioteca,
aquela no centro da praça, lá na cidade!
— Esta mentindo, ela não é chegada a ler!
— Assim como a senhora não é chegada a um escândalo sem
motivo!
— Isto não é um escândalo!
— E o que é, invade uma reunião fechada, este parque vamos
abrir a semana que vem, ainda é particular, minhas terras, para
procurar uma filha, que não esta aqui, o que é senão a procura de
uma justificativa para brigar com uma filha!
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J.J.Gremmelmaier
— Não admito que se meta!
— Não me meto, desde que não me coloque no problema!
— Certo, mas ela esta de castigo, deveria já estar em casa!
— E vem procurar ela aqui, garanto que nem lhe passou
procurar na cidade, tamanha a certeza que tinha que estava aqui,
mas minha pergunta é outra senhora!
— Qual?
— O que tomou toda a tarde da senhora, que só agora deu
falta dela?
— Não tenho de lhe dar satisfação!
— Sei disto, mas não esquece que Sharon, não pode ser
culpada de seus erros!
— Do que esta falando?
— Sabe do que estou falando, mas não quer que fale aqui, na
presença de todos, ou quer?
Bia viu que assim como Sharon, Peter também pegara pesado
com a sua mãe, mas algo a fez calar, e soube disto, pela reação
logo após, de virar-se para ela e falar;
— Filha, vamos embora agora, não a quero andando com este
pessoal!
— Faz isto senhora Ester, descarrega em sua filha seus erros,
Bia vai ficar, e estou dizendo que vai ficar, entendeu!
— Vai querer mandar em minha família agora?
— Não, mas vai descarregar nela algo que não é culpa dela,
não vou deixar, se quer achar Sharon, sabe onde achar! – Peter
aponta a saída e fala. – A saída é por ali!
— Bia, vai comigo? – Ester;
―Você não vai, ela vai lhe perturbar, melhor deixar como esta
neste instante!‖
Bia ficou parada, como se tivesse duvida, e Irene sentou-se na
beira da piscina ao seu lado, e falou olhando para Ester;
— Ela vai ficar, a deixo em casa daqui a duas horas!
— Quem é você?
— Esquece rápido das pessoas que manda sumir!
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J.J.Gremmelmaier
Ester olhou a menina, a que desaparecera no dia anterior, e
olha para Peter e fala;
— O que quer com isto?
— Nada, mas se chegar e descontar em Bia, ou em Sharon
quando chegar em casa, posso contar para seu marido o por que de
tanta agressividade com Sharon, acho que ele vai gostar de saber!
— Você não se atreveria!
— Outra coisa, se quer tomar vodka, melhor tomar em outro
lugar, lhe denuncio por dar bebida a menores se souber que
comprou mais álcool para levar para casa!
— Quem você acha que é?
— Alguém que viu ontem uma mãe tentar afundar a fama do
marido, escrachar uma filha por uma armação dela mesma, e tentar
jogar uma filha contra a outra, e se não cuida do vicio de sua filha,
minha irmã vai ajudar ela, e melhor não atrapalhar, minha irmã não
mede as palavras como eu!
Bia olhou sua mãe se recolher e foi inevitável perguntar
quando ela se afastou;
— O que sabe que minha mãe se recolheu?
— Ela é uma idiota, desculpa, é sua mãe, mas por desconfiar
de algo, estraga a vida de uma filha, nem certeza tem!
— Do que esta falando?
— Promete não falar para sua irmã?
— Depende!
— Então esquecer!
— Certo, prometo!
— Ela acha que Sharon não é filha de seu pai, tudo por um
romance de 13 anos!
— E como você sabe?
―Seus pensamentos são um livro aberto para mim, os dela
também!‖
— Mas ela não faria isto?
— Bia, fiquei sentado lá até sua irmã sair pela porta e ouvir
uma frase no pensamento de sua mãe, só estava tentando entender,
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J.J.Gremmelmaier
e sua irmã adora seu pai, não mate isto por um traste de um
motorista sem responsabilidade, que pode nem ser o pai dela!
— E me joga isto como se fosse normal?
— Normal, é filha dele da mesma forma, e você não pode
negar que sente a diferença de tratamento de sua mãe!
— Mas nunca pensei em algo assim, mas por que não falar
para Sharon?
— Talvez um dia, mas pode ser que esta bebedeira seja
genética, não sei se fui claro!
Ahou levantou-se e foi se vestir, sabia que Sharon iria precisar
de apoio, Peter sentiu o movimento, mas antes dele sair, falou;
— Ahau, quer chegar antes lá?
— Se tiver um jeito!
Peter desenha uma porta no ar e todos vêem ele passar por
ali, e olhar Sharon a contar uma historia para Paula, e esta ria a
forma que ela contava, se soubesse a bomba que viria pela porta
em segundos, não estariam tão calmas, ou talvez mais calmas;
Bia olha para Peter e pergunta;
— Mas acha que ela vai precisar de ajuda?
— Lógico, não esquece que ela faz parte, do grupo dos 12,
por algum motivo especial vocês estavam lá, não abro mão disto!
— E se não quisermos?
— Verão que ninguém consegue escapar do destino!
Bia sabia que não fugiria disto, mas a frieza de Peter a
assustou e Irene lhe deu a mão e falou;
— Lhe deixo em casa!
— Agradeço, mas acha preciso?
— Não sei, mas é bom, as vezes estar em um lugar e não lhe
verem, lhe faz aprender algumas coisas!
Bia não entendeu a frase;
Peter abraça Cati e a beija e esta fala;
— Precisava disto?
— Viu ontem, já pensou se uma mãe no lugar de assumir as
diferenças descontasse encima de você, erros que não foi de vocês?
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J.J.Gremmelmaier
— Minha mãe nunca nos tratou mal, mesmo falando horrores
de nosso pai!
— Disto que falo, mães embora todos digam que são todas
iguais, tem umas que não nasceram para isto!

Ester chega a praça e desce jurando que não encontraria a


filha lá, mas quando entrou, ouviu a risada da filha, e da menina,
estavam a se divertir, no lugar de relaxar, ficou mais brava, normal
da psicologia humana, se você entra em um lugar para brigar, e
nada lhe dá motivos, no lugar de acalmar, um ódio se faz dentro da
pessoa, sobe as escadas e vê as duas a rir enquanto Sharon
terminava de contar sua versão da Bela Adormecida;
— Aqui que se escondeu, filha?
— Tudo bem mãe?
— Acha que vou acreditar que esteve aqui a tarde inteira!
— Qual o problema mãe?
— O irmão desta daí, me desacatou, me ofendeu, o que ele
pensa que sou?
— E o que tenho a ver com isto mãe?
— Esta de conluio com ele, não sei como, mas com certeza,
achei que era uma boa idéia lhe deixar cuidando da menina, mas
vejo que cai numa arapuca!
— Continuo sem entender nada!
Ester pega com força no braço da filha e fala;
— Vamos para casa, esta de castigo?
— Por que esta brava mãe, por que estava me divertindo no
seu castigo?
— Vai me ofender agora?
— Não lhe ofendi, fiz uma pergunta direta mãe! – Puxando o
braço;
— Vamos agora para casa, esta de castigo, amanha não vai
sair de casa?
— Por que? – Fala Ahau que subira as escadas;
Ester olhou para o menino e falou;
640
J.J.Gremmelmaier
— Não se mete, falo com seus pais!
— Fale, mas por que esta quase a arrastar para casa?
— Não lhe interessa?
— Verdade, mas vou perguntar para senhor Kennedy se não
permite que ela saia comigo amanha, e não vou aceitar dele um não
lhe interessa!
— Eu não vou deixar!
— Isto eu entendi, por isto vou perguntar para ele, pois não
entendo este ódio por uma filha, por acaso ela não é sua filha, pois
a trata como cachorro sarnento!
— Não estou interessado em o que acha, e sai daqui!
— Desculpa, mas este é um local publico, senhora Ester!
Ester pegou no braço da filha e olhou para Paula e falou;
— E não é bem vinda em minha casa!
— Senhora Ester, talvez não me queira como inimiga, mas se
quer, problema seu!
— Me ameaçando?
— Tem medo de uma menina de 5 anos, para considerar uma
ameaça?
— Desbocada como o irmã!
— Não, sou mais desbocada, e larga sua filha, ou vai criar um
impasse sem solução!
Ester olhou a menina, lhe encarava como um adulto, por um
segundo sentiu medo e soltou o braço da menina, e Paula olhou
Sharon e falou;
— Primeiro vamos terminar a historia, depois, lhe deixo em
casa!
Ester tentou falar algo, não saiu, tentou chegar perto, não
conseguiu, e ouviu em sua mente;
―Quer que conte para ela, quem é o pai dela, eu conto!‖
Ester recuou, e saiu e Sharon estranho, e Ahau sentou-se do
lado dela e falou;
— Obrigado Paula!
— Não tem de que!
641
J.J.Gremmelmaier
— O que aconteceu, ela teve medo de você? – Sharon;
— A mente da gente vê coisas incríveis quando induzidas!
Ahau deixa Sharon em casa, e esta entra feliz, e se depara
com a mãe a sala, olha ela e fala;
— Tudo bem mãe?
Sharon sente um tapa direto no rosto, e foi correr para o
quarto e sua mãe a segurou;
— Acha que vai escapar de mim! – E deu outro tapa;
— O que fiz mãe!
— Você é minha decepção! – Bateu de novo, a boca dela
inchou no canto. – Acha que pode se divertir, de ter amigos me
ofendendo. – Bateu de novo e Sharon caiu no chão, Ester a chutou
no chão e falou um monte de palavrão, a menina estava no chão, a
senhora pega uma garrafa no armário e põem na boca dela e força
ela tomar, derruba parte da roupa dela, põem a garrafa em cima da
mesa, chuta ela no chão, pega o celular e liga para o marido e fala;
— Amor, temos de ver o que vamos fazer com Sharon, estava
bêbada quando cheguei em casa!
Bia estava invisível ao lado de Irene que a conduz a porta e
para evitar mais a torna visível, e Bia entra fazendo barulho, e vê
sua mãe virar-se para ela e fala;
— Olha como encontrei sua irmã, estava bebendo com aquela
irmãzinha daquele mal criado!
Bia chega perto da irmã e fala;
— Como você esta?
A boca estava inchada, normalmente não duvidaria de sua
mãe, quantas vezes viu isto, quantas historias ela engoliu, o caso
com o motorista, o pedreiro, o porre com a empregada, quantas
historias lhe passaram pela cabeça, ajudou a irmã levantar, e viu o
celular de sua mãe tocar era o pai da moça, sua mãe falou;
— Bia já esta em casa, mas tenho de contar para você o que
aconteceu, quando chegar em casa!
Bia olha as câmeras, desligadas, sempre a culpa de desligar
era da irmã, mas hoje entendera o que acontecia, mas ainda não

642
J.J.Gremmelmaier
sabia o que faria, pois não adiantava ser a palavra dela contra a da
mãe;
Bia pega o seu celular e liga para o pai;
— Pai, Bia!
— Fala filha!
— Liga para o hospital e pede uma ambulância, Sharon esta
muito mal!
Bia vê a sua mãe tentar pegar o celular, não queria isto;
— É grave?
— Parece que levou uma surra, pode ser que este pessoal que
bateram em Ahau estes dias a tenham feito mal, ela estava bêbada,
melhor conseguir uma ambulância!
— Consigo!
— Só uma coisa pai, consegue, sei que sempre acaba ouvindo
a mãe, e não a levamos ao hospital, ela esta precisando, não é para
mim ou para a mãe, é para sua filha!
— Consigo! Prometo!
Bia vira-se para a mãe, estava a fim de irritar agora;
— Mãe, pega um pano e o material de primeiro socorros, e
some com esta vodka, isto me embrulha o estomago!
— Por que fazer um escândalo, isto pode prejudicar seu pai!
— Ele não é mais famoso mãe, e a vida de sua filha vale mais
que um monte de cds vendidos!
A senhora foi lá buscar o material, Sharon tentou falar alguma
coisa, e apenas ouviu;
— Fica quietinha, eu sei o que aconteceu!
Encostou a menina na cadeira, e quando seu pais chegou com
a ambulância, Bia falou para o rapaz;
— Cuidado, parece que alguém a chutou violentamente, não
sei se não quebrou uma costela, ela já quebrou uma vez, e teve
uma perfuração aquela vez no pulmão!
Ergueram a menina e quando a colocaram na ambulância, ela
ouviu sua mãe falar;

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J.J.Gremmelmaier
— Quando cheguei aqui, amor, ela estava no canto caída, olha
como cheira a vodka, e estava aqui aquela menina pequena que
dizem ser irmã de Peter, bem que disse que eles não eram de
confiança!
— Isto é grave amor, acha que foram eles que agrediram ela?
— Não tenho como saber!
Bia olha para a mãe e fala;
— Quando foi isto mãe?
— Uma meia hora atrás!
— E nem ajudou ela a se levantar?
— O que esta insinuando?
— Pai, quando chegar no hospital, pede um exame de nível de
álcool no sangue, pois minha irmã não estava bêbada, e desculpe,
ela não apanhou fora de casa! – Aponta o chão onde ela estava
caída. – Ela apanhou exatamente onde estava, tem alguma coisa
que não encaixa, pois meia hora atrás ela estava comigo, no parque
aquático, eu a escondi por que a mãe foi lá a tirar na marra, então
ela não tinha como estar aqui, ela veio na frente com Ahau, ele
deve ter a deixado no máximo 15 minutos antes de eu chegar, por
isto pedi para chamar a ambulância, pois já fui chutada por este seu
salto mãe, ele pode quebrar uma costela, ou até perfurar algo!
— Não esta acreditando nela, amor!
— Não sei, mas realmente ela não poderia estar em dois
lugares, e vi o Ahau chegando em casa quando passei por lá, e
garanto que se fizerem um exame de álcool nela, tem de dar
alcoolizada, se não, alguém aqui esta mentindo, mas é grave, amor!
— Não pode acreditar nela, por que faria isto!
— Eu sei por que mãe, mas não pensei que precisasse falar
para salvar a vida de minha irmã!
— O que você pode fazer?
— Pai, vamos para o hospital!
— Sabe filha que sua acusação é grave?
— Sei, mas não tem como ela ter tido tempo de beber, e nem
de ter apanhado, sei que é grave, mas estou tão chocado quanto
você pai, não esta fácil nem falar!
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J.J.Gremmelmaier
— Você tem de falar que esta inventando filha, por favor!
— Mãe, o que vi aqui foi um cenário montado, garrafa
colocada na mesa, derramada sobre ela, mas nem reparou, ela esta
de biquíni por baixo, sei que menti, mas nunca pensei que chegaria
em casa e viria alguém que meia hora antes estava ótima, rindo,
caída ao chão, boca socada, todo rocha de chutes, algo não encaixa,
ou foi a senhora, ou sabe quem foi, e esta escondendo!
— Mas não fiz isto filha, acredite em mim!
Bia olha para as lagrimas nos olhos da mãe, se não a tivesse
visto fazer, acreditaria, isto a faz se odiar, entendeu o que Peter
queria quando a convidou, olhar sua mãe chorar, fez seu pai até a
abraçar, o que ele faria se soubesse a verdade, sabia que ela
mudaria quando ele não tivesse por perto, mas sabia que poderia
mudar as fontes de alimentação das câmeras, sabia como fazer,
parecer desligada e estar ligado a gravar, seria a idéia para se
proteger, chegaram ao hospital em Navarro, e o medico constatou
um pulmão perfurado, o exame de álcool deu negativo, o que
permitiu uma operação rápida, contendo a hemorragia, duas horas
de operação e o senhor viu que era grave, não era um incidente,
era mais um, mas por duvida neste, o próprio senhor Kennedy sabia
que era por em todas as historias até ali, mas ela não estava
bêbada, falou com Ahau, que confirmou deixar ela em casa, a
câmera da praça mostra Ester saindo da biblioteca e logo em
seguida a filha acompanhada de Ahau, inteira, sóbria, a policia local
quis saber o acontecido, violência caseira era algo que era fácil a
policia local investigar;
Bia chega ao lado da cama da irmã e fala;
— Como esta?
— Não sei, onde estou?
— Num hospital em Navarro!
— Não queria você se metendo?
— Eles lhe operaram, teve outra costela quebrada lhe
perfurando o pulmão!
— Mas eu resisto, não queria lhe envolver, irmã!
— Sabe que se me contasse antes, nem acreditaria?

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J.J.Gremmelmaier
— E o que mudou?
— Estava lá, se não tivesse visto, acreditaria nas lagrimas de
nossa mãe!
— Mas por que não a deteve!
— Acha que se estivesse lá visível, o que aconteceria, ela lhe
poria de castigo, e o que vi hoje, ela inventaria outra historia, e faria
amanha, tem duvida!
— Mas não era para se envolver!
— Eu sempre lhe culpei de tudo, me sinto culpada, quando vi
as lagrimas nos olhos de minha mãe, lembrei de tantas vezes que vi
aquilo, e lhe culpei por aquilo, mas hoje tive raiva dela!
— Me odiava por a fazer sofrer, você é especial irmã, não
deixa ela estragar isto!
— Me preocupo com você irmã, eu posso sair de casa, mas
você, 12 anos, uma criança total, mas não vou facilitar para Peter
também, obvio que você dá encima dele, mas ele dá corda!
— Mas ele sabe que gosto de Ahau!
— Ele sabe, eu não sabia!
— Sabe que não tem o que esconder dele, ou não sabe?
— Sei, vivi procurando alguém assim, encontrei e me deu
medo!
A senhora entra com uma lagrima no rosto e fala;
— Filha, como esta, como aconteceu aquilo?
Sharon olha para Bia e fala;
— Não sei, só lembro de estar entrando em casa!
— Mas sua irmã esta me acusando de lhe bater!
— Mãe, senta aqui, parece abatida!
O senhor estava olhando a senhora aparentemente abatida;
— O que quer falar filha?
— Por que não conta para o pai por que me bate a mais de 13
anos, já que todos já sabem mesmo!
A senhora recua na cama e fala;
— Como pode falar algo assim filha!

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J.J.Gremmelmaier
— Mãe, sou a única criança que conheço que tem uma costela
quebrada desde os 6 meses de idade, a mesma que acabaram de
tirar mais um pedaço, sou a única criança que tem 12 entradas por
ano, num hospital, e outras 40 crises ao ano sem vir a um hospital,
mas eu queria saber por que?
O senhor olha para Bia e Sharon olha para ela;
— Você sabe?
— Descobri hoje, da pior forma possível, né mãe!
— Do que esta falando?
— Mãe, se eu entregasse a gravação da sala, de você
chutando minha irmã estaria presa, então por que não fala de vez!
— Você não tem como ter gravado?
— Por que não, pense, ela ficou 15 minutos em casa, ela deve
ter corrido, a sala tem 8 câmeras, o corredor mais duas, a da
cozinha que se vê a sala também foi desligada, 11 câmeras, ainda
deu tempo de arrombar o armário, esta arrombado, não, aberto,
pegar uma garrafa de vodka, toma, e se agride sozinha a ponto de
furar um pulmão, vai dizer que ela fez sozinha?
— Mas você disse que gravou?
— Eu troquei o fio de alimentação, pensei em enganar ela,
não minha mãe que dizia que ela estava fora de controle!
O rosto do senhor Kennedy mudou, uma coisa era a
insinuação, outra a acusação;
— Por que Ester? – O marido;
A senhora pensa em uma encenação;
— Amor, deve haver um engano!
— Vai dizer que é uma montagem agora?
— Não sei, mas por que a agrediria, estão me acusando sem
motivo!
Bia olha para a irmã e fala;
— Ela acha que você é filha de um caso que ela teve a 13
anos, tudo por isto!
O senhor olha para ela e fala;
— Vai negar isto!
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J.J.Gremmelmaier
— Lógico!
— Pode negar para mim mãe, mas isto não é motivo, apanho
semana sim outra também, quero saber por que, pois não pode ser
apenas isto, por que um caso não me doeria 13 anos depois, por
que?
Bia só entendeu neste momento, lembrou a frase de Peter, e
olhou para a mãe e perguntou;
— Vai me dizer que não acabou, não assume, e desconta nela
até hoje!
— Que absurdo?
— Mãe, absurdo é pensar que você bateria nela até hoje por
algo passageiro, me veio a pergunta de Peter a cabeça hoje a
tarde?
— Que pergunta? – Senhor Kennedy;
— Onde ela estava que só deu falta da filha no fim da tarde, e
com uma raiva inexplicável?
— Esta insinuando, isto é uma absurdo!
— Absurdo Ester, é agredir nossa filha, descontar nela, obvio
que o raciocínio de Bia tem sentido, você sempre demonstra um
ódio por ela, ontem a noite, me deixou no estúdio, volta 2 horas
depois me tirando de lá para um flagrante de uma festa que sabia
que teria, hoje faz o mesmo, usa ela para duas coisas, descontar
algo, e me afastar do grupo, estamos quase separados por que
achava que precisava dar mais atenção a você!
A senhora se cala, olha a filha sentada e enfaixada na cama,
ela não tinha culpa, mas era o saco de pancada, mas nunca
ninguém a ouviu, ninguém nem queria ela por perto, quando ela ia
a um hospital, Ester sempre arranjava uma forma de afastar Bia e o
marido, para ela cuidar, quer dizer, silenciar ela;
Estavam em silencio quando um policial entrou na sala e pediu
para falar com a menina a sós;
Bia olhou para a irmã, saíram e o policial perguntou;
— Boa Noite, meu nome é Capitão Rondon, preciso lhe fazer
algumas perguntas menina!
— Faça?
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J.J.Gremmelmaier
— Quem a agrediu?
— Senhor, com todo respeito, sei quem foi, mas não tenho
como lhe dizer!
— Por que?
— Por que por mais que tenha algumas diferenças, a policia
não vai ajudar, vai é piorar!
— Mas menina, quem a agrediu, se não fosse o pronto
atendimento, poderia ter morrido!
— Policial, sei disto, mas deve ter levantado minha ficha!
— Sim, menina problemática, viciada em bebidas alcoólicas,
brigas escolares, mais entradas em hospitais por agressões que
muitos marginais perigosos!
— Sim, mas olha que você só teve acesso aos relatos aqui nos
Estados Unidos, mas tenho casos em todos os países que passei,
mas tenho apenas 12 anos, casos desde meus 6 meses, acha que
eu bebia aos 6 meses, é só ver os relatos, mas ninguém vê, eu não
vou falar, pois vai ser minha palavra contra alguém, e quem apanha
depois sou eu!
O Policial não tinha se atentado aos casos iniciais, queda aos 6
meses, tropeção com quase um ano, caiu da sacada aos 2 anos, e
coisas assim, olhou quem justificava sempre e falou;
— Entendi, mas não vai falar?
— Adianta, isto esta evidente a tempos, se não tivessem feito
um exame de sangue para o pré operatório, valeria a declaração
dela na entrada do hospital, encontrada com uma garrafa de vodka
ao lado!
O policial olha o inicio da internação, a declaração da senhora
quando do socorrer da mesma em casa, e lá esta a mesma pessoa,
olha a menina e fala;
— Sabe que é grave?
— Sei, mas sempre acaba no mesmo, quando vêem que não
tem prova, ninguém acusa com o risco de pagar uma indenização
por calunia, difamação, sempre o mesmo enredo!
— Mas então por que ela lhe mandou para cá?

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J.J.Gremmelmaier
— Minha irmã que chamou a ambulância, a maioria das vezes,
nem dou entrada, senhor!
— E por que ela chamou a ambulância?
— Teria de perguntar para ela!
O policial sai e foi falar com os demais, não tinha a declaração
que queria, mas uma indicação de quem foi, falta de prova era o
que geralmente imperava nestes casos, levanta os testemunhos, a
senhora chorava ao fazer a declaração, mas sem falar o que cada
um falou levantou os fatos e as declarações, as gravações recentes
da segurança da cidade era o que mais depunha a favor das
palavras da menina, ela saindo com o rapaz, bem, sóbria, sorrindo
em direção de sua casa, tinha algumas coisas que não faziam
sentido, mas depois de tantos depoimentos, muitas contradições, e
viu que a senhora sairia livre de novo, não tinha como afirmar que
foi ela, e se a menina falasse, seria desmentida pela versão da mãe,
sem testemunha, o sistema de segurança da casa, desligado, o dia
anterior das câmeras depunham contra a menina, mas pareciam
cenas cortadas, editadas, pois pessoas sumiam no meio da gravação,
o som continuava constante, então fora montado, até ele ficou mais
de hora repetindo uma sena, um milésimo de segundo, uma garrafa
de vodka, no milésimo seguinte, uma pastilha, e gente sumindo em
todos os lados, e a mãe da menina entrando, toda a sena, mas com
certeza alguém havia adulterado as cenas do dia anterior;

Sharon chega em casa, quase manha do dia seguinte, Ahau


foi a visitar, e Paula foi junto, a senhora iria falar algo, mas ouviu
Bia falar a porta;
— Ela esta lá encima, é bom receber apoio nesta hora!
Ester para a filha a porta e fala;
— Por que esta fazendo isto filha, você não tem prova, não viu
mas esta jogando com o que sua irmã falou, por que esta
acreditando nela, e duvidando de mim!
— Mãe, não precisa encenar quando estivermos só eu e você,
isto esta me dando ódio por mim mesma, a cada vez!

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J.J.Gremmelmaier
— Não estou encenando filha, ela esta lhe jogando contra
mim!
— Mãe, a única pessoa que lhe defendeu foi ela, quando não
estava lá ainda, mas é difícil ver você encenar e ficar quieta, ela não
conseguiu, se ela lhe quisesse mal, teria acusado para o policial, não
o fez, mas o mesmo só não lhe acusou por falta definitiva de prova,
somente provas circunstanciais o que não é suficiente, mas para de
encenar!
— Não estou ensenando!
— Mãe! – Bia olha seriamente para ela. – Eu não tenho prova,
pois senão teria falado o que vi, ela entrando por esta porta, lhe
cumprimentando, e antes de falar, uma palavra, a esbofetear a
primeira vez, dela tentar escapar, e a bater de novo, quando a
soltou ela cair ao chão, a chutar varias vezes, a obrigar a tomar o
gole, derrubar bebida nela, e com toda a calma, enquanto ela
estava ao chão ligar para o pai e contar sua primeira versão da
historia, sua sorte é que não tenho como provar, mas para de
encenar!
— Ela lhe falou isto, esta mentindo?
— Mãe, eu vi, ela não contou, o que fez é covardia, se não
tivesse visto, não acreditaria, quando fiz questão de chamar a
ambulância, é por que vi como chutou ela no chão, se ela tivesse
bêbada, o corpo estaria solto, não rígido, receberia de uma forma o
golpe, mas sóbria, foi como chutar alguém tentando se proteger
com este salto, não sei ainda quem é, mais sei quem pode
conseguir a informação para mim, o que fez eu fazer ontem, o que
fez hoje, me sinto enojada comigo, de ter acreditado, você poderia
um dia já ter matado ela, e nem esta ai para isto, parece que quer
isto!
Bia sobe as escada, e ouve a mãe falar;
— Vai me pagar por isto, Bia, acha que vai ficar barato!
— Tenta, desta vez não estamos em uma cidade qualquer,
estamos no mundo de Peter!
— Peter, este é outro que vai me pagar!
A senhora olha a porta e vê o menino e fala;

651
J.J.Gremmelmaier
— Vou o que senhora Ester?
— Não é bem vindo aqui!
— Me proíba, nem me viu entrar em campo, senhora!
Peter passa por ela e sobe as escadas, Bia sobe com ele ia
falar algo, e vê o motorista a porta e não fala nada, e por trás dele
um rosto que não conhecia, e fala;
— Senhora Ester?
— Sim, quem gostaria?
— Meu nome é Investigador Keven, FBI, me acionaram por
parecerem precisar ligar os dados de vários países, e estados, pedi
ajuda de alguns amigos da Interpol referente os casos de
internamento de sua filha no Brasil, México, Franca, Grécia e
Inglaterra!
— Mas estão me acusando?
— Ainda não senhora, vim apenas lhe comunicar para não sair
da cidade, esta sobre investigação, estamos investigando senhora! –
O senhor estica um papel e fala. – Me assina a intimação a depor
em 4 dias! – A senhora estava a assinar, o motorista ia sair e Keven
falou. – Senhor Jonas Karter, deve ser o senhor!
— Sim, algum problemas senhor investigador?
— Sim, o senhor também esta sobre investigação, me assine
aqui!
O rapaz olha assustado;
— Do que estou sendo acusado!
— Compareça, ninguém esta sendo acusado formalmente
ainda, mas estão sobre investigação!
O senhor sai pela porta e a senhora olha assustada para o
motorista e sobe para se trancar em seu quarto;

Peter chega ao lado de Ahau e fala;


— Como ela esta?
— Mal, não entendi, estava tão bem, o que aconteceu? – Fala
olhando para Bia;

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J.J.Gremmelmaier
— Minha mãe a espancou quando chegou em casa, fez ela
engolir na marra vodka e ia encena uma bebedeira com briga, ia até
colocar a irmã de Peter no meio!
— Mas isto é terrível, por isto a policia me ouviu!
— Sim, mas ninguém pelo jeito tem coragem de a enfrentar! –
Sharon;
Peter chega até ela e lhe dá a mão, ela sente um pequeno
choque, e as dores sumirem, olha para Bia e fala;
— Tenho uma guerra para hoje, cuida dela?
— Sim, mas ela vai pegar pesado!
— Não com o FBI no caso, tem coisa mais triste nisto, mas
amanha conversamos!
— Quer dizer que tem prova?
— Tem, mas se cuida, Irene vai ficar de olho, pois tenho de ir
a Kayenta no Arizona, e acredito que termino o dia no Pentágono,
então se cuidem até amanha!
— Não poderia esperar? – Sharon;
Peter chega ao lado da cama e fala;
— Ahau cuida de você, eu tenho de ir, se quer proteção, tem
Irene, tem o FBI, e a policia local de olho em sua mãe, não se
preocupe!
— Mas eles não podem fazer nada?
— Tem muita coincidência para deixarem sem investigar, a
Interpol esta mandando os dados em outros países, para ajudar,
quando terminarem de ler, você é que vai decidir o que quer fazer!
— Mas e se ela me empurra um pai goela a baixo!
— Desculpa o atrevimento, mas ontem pedi um teste de DNA,
seu pai é quem sempre pensou ser, não é filha de outro, mas ela
usa isto para outra coisa, mas nos falamos amanha, no colégio, não
vai faltar, sei que já esta inteira, mas não custa fazer de conta um
pouco!
Sharon sorri e fala;
— Você esta se metendo demais em minha vida!
— Não muito!

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J.J.Gremmelmaier
Peter se despede e cruza pelo motorista a porta e fala;
— Se passar perto dela, e a policia não o pegar, eu pego,
covarde!
O rapaz olha assustado e vê o menino sumir na direção da
cidade;

Peter chega na casa de Sheila, e fala;


— Vamos?
— Tem certeza que quer ir?
— Sim!
Robert vê os dois entrando em uma porta, e os dois surgem
na rodoviária de Kayenta, e vão a uma casa em especial, quem lhe
dera o endereço foi Paula, que estava a interrogar o general Partson,
no mundo de Paula, e bateram a porta, uma senhora, nos trajes se
via que era uma descendente de Navajo ainda nos costumes e Peter
falou;
— Bom dia, a senhora é a mãe de Priscila?
— Sim, quem é você menino, parece-me conhecido!
— Dizem por ai que nasci no mesmo dia, no mesmo segundo
de sua filha!
A senhora olha em volta e manda ele entrar, olha em volta e
fala;
— Desculpa menino, mas do que esta falando?
―Desculpe, não sabia que era monitorada!‖
―Sou, levaram minha filha a dois anos, nem sei onde ela esta?‖
―Sabe quem a levou?‖
―Um general, Partson se não estou enganada!‖
―Ela esta bem?‖
―Como saberia?‖
―Ela esta bem senhora? Preciso saber!‖
―Sim, como sabe que a sinto!‖
―Pergunta se o ar tem algum cheiro!‖
―Cheiro?‖

654
J.J.Gremmelmaier
―Sim‖
―Cheiro de mar‖ – Peter ouve na mente da senhora;
―Faz muito frio hoje?‖
―Não, esta quente, ouço aviões direto, quase direto!‖
―Diz para sua filha que vamos achar ela, eu vou a trazer de
volta!‖
―Mas quem é você!‖
―Meu nome é Peter, mas se esta quente, poderia ser três
casos, com cheiro forte de mar, podem ser dois lugares, ambos na
Florida, já estamos indo, mas primeiro preciso saber onde exato!‖
Peter se levanta e fala;
— Acha que ela volta senhora? – Ele fez sinal negativo para
ela;
— Não, faz dois anos, acho que pode não estar mais entre
nós!
Sheila pergunta;
―E agora!‖
―Vai no banheiro! Agora!‖
A senhora só indica o local e a menina entra na peça enquanto
um general adentra a suas costas;
— Peter Carson, sabia que deveria vir aqui!
Peter olha para o senhor e fala;
— Nem sabe o que esta caçando e acha que é grande coisa!
— Eu sei que é perigoso, muito perigoso, não conseguimos
efetivo querendo ir a sua região, eles só de pensar em você, passam
mal, mas sabíamos que um dia viria aqui!
— Que bom, onde prenderam Priscila?
— Nunca vai saber!
— Vou ser mais especifico para não ter de derrubar tudo, em
que base na Florida vocês a esconderam!
— Quem lhe disse que foi na Florida?
— Não reconheci o local, mas a sua cabeça me mostra muitos
aviões, um cheiro forte de mar, quente, tem de ser Florida!

655
J.J.Gremmelmaier
— Onde esta o general Partson?
— Minha irmã falou para não a tratar como inimiga, ele não
ouviu, esquece, nunca vai ter nem corpo para ter um crime!
— Sabe que não tem como sair daqui, onde esta a menina
que veio com você!
— Não vim com ninguém!
Os soldados olham no banheiro, nada, nos quartos, nada, olha
para a senhora e aponta na cabeça dela uma arma e fala;
— Ou se entrega, ou mato ela!
— Se matar ela, a filha dela sente, eu saberei exatamente
onde ela esta, em questão de horas, estará num lugar pior do que o
que Partson esta!
O militar sabia do que ele falava, trava a arma e põem na
cintura novamente, e fala;
— Vai nos acompanhar?
— Não, vocês não vão me levar onde quero ir, então estou
indo para a Florida!
— Mas pode não a achar?
— Se me disser onde, vai ser fácil!
Peter pega o papel e desenha a Florida, e desenha um grande
furação no mar a 300 km da costa a se formar, e olha para o senhor
e fala;
— Este é o primeiro, nem que tenha de varrer o estado, mas
era mais fácil você me dizer onde!
— Não posso!
Peter estica a mão para a senhora, e os dois somem, da visão
do general e dos soldados;
Sheila se junta aos dois, e desenha uma porta e surgem em
frente a uma praia na Florida, se via o mar se agitando;

O general liga para a Florida, e os homens confirmam o


grande furacão, e o senhor olha para os soldados e fala;
— Agora ele fico bravo!
— O que ele fez senhor, ele sumiu, ele é mágico?
656
J.J.Gremmelmaier
— Não sei o que é, mas minha missão é o encontrar, não
encontramos ainda o outro menino, mas vamos achar!
O soldado não entendeu, olhou o senhor ligar para alguém,
pegar um helicóptero e partir no sentido de Washington e o soldado
olhou os demais que nada entenderam;
O general chega ao Pentágono e vai a divisão especial e põem
os dirigentes de uma base em Tampa na Florida na linha, e fala;
— Senhores, o menino que falamos, esta a procurar a menina,
melhor vocês não a deixarem fugir!
— Senhor, ela esta na detenção, não a vemos, mas os
equipamentos dizem que ela esta lá, mas quem é este menino, por
que acha que ele vai a achar?
— Por que ele me disse que sabia que era em algum lugar na
Florida que estaria, não sei se ele desconfiou de algo!
— Mas nem tem como descobrir ela neste buraco!
— Mas estou os alertando, sabem bem que não quero perder
esta menina, a força que estas paredes extraem dela, estão abrindo
um leque novo de possibilidades!
— Sabemos senhor, ela esta lá, nem tem idéia de que o ficar
invisível a nós, faz ela usar mais desta energia, que parece se
refazer apenas a alimentando, mas ela é bem seletiva na
alimentação!
O senhor termina o comunicado e Peter fala;
— Lado errado da Florida!
Peter estala o dedo e o furação se dissipa no mar, ele desenha
uma porta, visualizando um local específico e os três saem de frente
ao mar novamente, mas agora, de frente ao golfo do México, Sheila
lhe indaga;
— Onde estamos?
— Baia de Tampa, Florida, uma cidade litorânea, mas vamos
passear na cidade, não acredito que seja difícil identificar um militar,
pois vão estar a me procurar, mas as duas vão invisíveis!
— Mas por que?
— Por que vou me deixar prender, estranho não sentir o
poder dela, normalmente sentiria!
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J.J.Gremmelmaier
— Talvez não esteja em sua área?
— Não é isto, algo esta a barrando, pode ser um buraco ou
algo assim!
— Buraco?
— Sim, alguma antiga base nuclear, uma base de lançamento,
pode ter 30 ou 40 metros de profundidade, e ter uma barragem de
concreto sobre ela, entrada em descida, lateralmente!
— Acho que esta lendo muita ficção! – Sheila vê o seu corpo
ficando invisível, mas viu que era mais do que invisibilidade, passa
uma mão sobre a outra, a senhora vê o mesmo e fala;
— O que é você menino?
— Alguém que precisa conhecer sua filha!
— Cuidado, eles são perigosos!
— Eu sei, por isto vocês estão ficando!
Os três entram em uma lanchonete no centro da cidade e o
menino olha para a garçonete e pede um suco, e fica a olhar os
presentes, poderia precisar fazer isto varias vezes, mas sempre
acreditou na sua capacidade de atrair as coisas, a senhora olha para
ele e fala;
―Alguém alertou a base de sua vinda!‖
―Bom!‖
Peter olha uma leva de carros do exercito pararem do lado de
fora, e olha alguém com um medidor eletromagnético, se Sheila
estivesse palpável, mesmo que invisível, eles conseguiriam
determinar onde estava, mas o senhor sentou-se a mesa e falou;
— Deve ser a ameaça!
— E você um covarde, pois prende uma menina de 13 anos,
um covarde!
— Ela é uma arma, não podemos deixar armas livres!
— Concordo!
Peter estala um dedo e todas as armas miradas nele viram
rosas, os carros do lado de fora, estouram num segundo estalo e
olha para o senhor;
— Eu vou por bem!

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J.J.Gremmelmaier
Os soldados assustados olham o menino, não foi como pegar
um prisioneiro, mas o senhor olha para o menino, achando que
estava o levando a uma armadilha, Peter estava a ouvir, e outro
caminhão chegou ao local, o cercaram e ele foi conduzido para uma
base do exercito, entraram em um túnel em descida, e por ele
andaram uns 50 metros em descida, pararam o carro e o desceram,
Peter pensou, pelo menos 30 metros, o senhor nem falou com o
menino o jogou em um quarto, ele sentiu as paredes, brilhantes,
olhou em volta e olhou direto nos olhos negros da menina;
— Deve ser Peter?
— Sim!
— Por que se deixou prender, ninguém sai daqui!
— Você esta na tática errada!
— Como assim!
Os dois conversavam lá dentro e o senhor viu primeiro os
níveis de energia aumentarem violentamente, depois, simplesmente
passaram aos níveis anteriores;
— Você tem de parar de usar a magia, assim eles perdem
interesse!
— Por que?
— Estas paredes lhe dão de retorno a resistência que você por
contra elas, mas eles nem sabem com o que estão mexendo, devem
ter achado e estão testando em você, isto explica por que não sinto
você do lado de fora!
— Esta a dizer que estas paredes absorvem minha magia, mas
como saímos?
A menina volta a forma normal os senhores vêem a menina
depois de um ano sem a ver, e o senhor vê os níveis de magia
caírem, mas ela ainda tinha a aura de energia, absorvida pelas
paredes;
— Tem de se desfazer da aura?
— Não sei fazer isto!
Peter olha para a câmera e esta estoura;
— O que ele fez?
— Estourou a câmara, mas temos outras!
659
J.J.Gremmelmaier
O senhor viu uma a uma estourar, mas sabiam pelas placas
que eles ainda estavam lá;
Peter dá as mãos para a menina e os dois sentam—se e ele a
explica a mente como sumir totalmente, não apenas da vista, e os
registros dão zero, e os senhores se olham;
— Como ele saiu?
— Não tem como ter saído!
— Mas os registros dizem que não estão lá!
Peter olha para a menina e fala em sua mente;
―Me ajuda?‖
―Sim!‖
Com as mãos, sem magia, Peter puxa uma das placas, abrindo
um buraco de escape de energia, os alarmes tocam no interior e os
instrumentos registram que existia um buraco na proteção, e
olhando para a menina, Peter falou;
―Me ajuda a puxar isto!‖
Peter pegou uma das pontas de isolamento entre as placas,
quando ele começou a puxar, elas entraram em contato com outras
duas, e começaram a desprender uma energia, os registros
começaram a acelerar e os geradores queimaram e tudo ficou no
escuro, Peter deu a mão para a menina e saíram pelo rombo na
parede, pela explosão do superaquecimento, estavam invisíveis aos
olhos, e a menina perguntou;
— Não vamos sair?
— Não, quero saber onde conseguiram estas placas,
precisamos saber!
— Por que?
— Eles não sabem com o que estão lidando, podem extinguir
a raça humana e nem saberem!
A menina andou ao lado de Peter e chegou a sala onde os
dois dirigentes tentavam de tudo para voltar ao controle, Peter
estalou o dedo, as luzes voltaram, o militar sabia pelo estalo, nunca
mais esqueceria ele, que o menino estava ali;
Peter senta-se a um controle, e começa a digitar os códigos
que tirava da cabeça do senhor assustado encostado a parede, as
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J.J.Gremmelmaier
suas costas a menina, ele olha o desenho, estavam em um lugar
especial, a menina foi atraída para lá, embora os cientistas
achassem que estavam a lhe testar, estavam a serviço de algo
maior, Peter lacra as entradas da base, viram rosas vermelhas em
cada arma da base, lacra a sala, e se torna visível e olha os dois
senhores a frente;
— Dois pseudo cientistas!
— Sabia que estava ai, acha que pode escapar?
— Senhor, nem sabe com o que lida, e acha que sabe, esta a
atrair invasores, sem estar preparado para isto, agora entendo por
que estou sendo acelerado, eles vêem a nós!
— Quem vem a nós!
— Nossos criadores! Vocês bloqueavam a magia dela, mas
olha o sistema, as placas transmitiam em ondas curtas a mensagem
nelas composta, devem receber em breve!
— Não transmitimos nada, esta maluco!
Peter olha para o senhor e fala;
— De onde tiraram as placas?
— Não lhe interessa!
— Obrigado! – Peter olha para a menina e fala;
— Eles estão em uma das pontas do triangulo, os outros dois
estão ainda inativos, teremos de os ativar!
— Do que esta falando? – O cientista;
— Senhor, esta mexendo com o que não conhece, estão
falando para uma raça superior a nossa que evoluímos, mas não
evoluímos, estamos ainda em fase de evolução, mas se eles
retornarem, vão retomar o planeta que já moraram, e se quer
enfrentar um exercito 100 vezes mais mortais que eu, aos milhões,
continua!
— Esta falando que isto não tem procedência local?
— Senhor, se fez um exame simples, sabe disto, não sou eu o
cientista presente, existem locais que são marcados para isto, mas
se não vai ajudar, eu procuro!
Peter abre as mãos e as paredes internas se desfazem como
pó, os computadores se desfazem, Peter vê as placas caírem de
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J.J.Gremmelmaier
uma parede ao longe, e os soldados sem saber o que fazer, olhou
no outro sentido, estalou um dedo, o concreto sobre sua cabeça
desfez-se, ―a Gruta‖, pensou Peter, olhou os soldados se
protegendo da poeira, os cientistas também, olhou para um canto e
falou;
— Priscila, tem de se preparar!
— Você sabe tanta coisa, como aprendeu?
— Tem de ouvir o que tem dentro de você, esta nos seus
genes, assim como nos meus!
— Quer dizer que posso fazer isto tudo?
— Mais, você é uma fêmea, pode mais!
A menina estranhou o termo, mas Peter olhou os cientistas e
estes abriram para ele passar, a menina atravessou por um deles,
chegou a frente e um soldado olhou para ele;
— Menino, temos de o prender!
Peter estalou o dedo e todos os soldados, e os cientistas
sumiram da frente, e surgiram numa praia do outro lado da Florida,
a menina olhou o menino, tocar em uma rocha, sentiu ela e falou;
— Shá! – a pedra se desfez e a menina viu uma grande porta
surgir a sua frente, e uma porta, olhando lateralmente, viram que o
metal não viera dali, a caverna estava lacrada, mas viu a porta,
Peter viu o símbolo da lua, pôs a mão, e falou;
— Tł'éhonaa'éí, deixa ver seu conteúdo!
A lua girou, mas agora em sentindo anti horário, e recuou, e a
menina viu uma grande porta se abrir, e um grande salão se abrir,
Peter fez luz e sorriu ao ver as placas, todas estocada, e lá em cima,
a mascara de rei, mais de 12 metros de altura, de puro ouro, a
menina olhou aquilo impressionada, Peter mostrou para Sheila que
desenha uma porta e surge fora da gruta e adentra com a senhora,
quando ela vê a filha, corre a ela e as duas se abraçam;
— O que é isto Peter?
— Temos um segundo ponto, mas teremos de ver como fazer!
— Por que?
— Por que eles sabem aqui de algo que não pode sair daqui, e
eles conseguiram aquelas placas em algum lugar! – Fala apontando
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J.J.Gremmelmaier
para fora do templo; — Não são deste local, mas em algum lugar
eles conseguiram!
Peter olha em volta, a visão da mascara de rei, que um dia
esteve sobre o rosto da Esfinge, era linda, trabalho perfeito, lindo,
ali tinha ouro em quantidades incríveis, mas a peça em si valia
muito mais que o ouro que ali continha, Peter olha em volta e as
demais vinham atrás, ele olha um globo, puxa um fio da sua camisa,
e amarra a caneta sobre ela, mede a distancia entre Tampa e
Comptche, segura o fio sobre Tampa e a caneta sobre Comptche,
traça um circulo, faz o mesmo traçando invertido, olha o globo,
algumas possibilidades, pensa em uma região com gelo a toda a
volta, não, e de repente olha o traço, mede a distancia de Comptche
até aquele ponto, o mesmo até tampa, e fala;

— Aqui, eles estavam procurando no México, por isto não


acharam!
— Mas é no meio do pacifico? Tem certeza?

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J.J.Gremmelmaier
— Não, mas eu tentaria ali primeiro, uma ilha isolada,
vulcânica!
— Do que esta falando? – Priscila;
— Desculpa, esta é Sheila, Priscila, nossa procura é o terceiro,
eles estavam procurando em terras Maias, mas esta ilha era assim
como algumas na região área Maia, estamos procurando um menino
que tem nossa idade, de sobrenome Fernandes, tracei o objetivo
pela distancia da outra caverna, eles sempre gostaram de
matemática, e um triangulo de lados iguais é uma das coisas que
mais os fascinava, matematicamente 60x3 e externamente 300x3,
eles faziam monumentos, praças e prédios com estas medidas, em
parte acreditavam em tentar achar na matemática a perfeição, mas
posso estar errado!
— Mas se é uma ilha vulcânica, é mais instável para deixarem
algo assim!
— Verdade, mas ainda não sei tudo, mas vamos descobri! –
Sorri Peter;
— Mas como vamos fazer para montar isto aqui?
Peter riu e olhou para Sheila e falou;
— Primeiro a segurança da menina, depois vemos isto!
— Quer que faça o que?
— Protege elas em Comptche, que chego lá no fim do dia!
— Mas vê se não vai congelar o planeta!
— Se o fizer, você distribui picolé para os demais!
— Não teve graça, mas as protejo!
As duas viram Sheila pegar no bolso uma caneta e riscar no ar
uma porta e oferecerem para elas a passagem;
Peter olhou em volta, e saiu do templo, o fechou, lacrou, e
olhou em volta, deu mais dois estalos de dedo e tudo que tinha
interação humana se desfez em pó, chegou até uma das placas e a
pegou, sentiu sua estrutura, sua historia, e com calma as arrumou,
e quando estavam todas postas em pilhas, ele olhou para um canto,
chegou a ele, mais uma gruta ao fundo, deveria ser a entrada
natural, pegou as placas de duas em duas, e as colocou na gruta
lateral, e a fechou com uma proteção mágica, e olhou para cima,
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um buraco reto até cima, e um lateral que subia calmamente em
uma rampa, sabia que tinha de enfrentar e começou a subir a
rampa, quando lá em cima, olhou em volta, soldados meio perdidos,
alguns apontaram as armas para ele, se localizou, a cidade não
ficava a mais de 3 mil metros, olhou toda a volta, em todas as
direções, prestou atenção, entendeu, uma base aérea, olhou os
cientistas ao longe;
―Vamos conversar, ou vai ser na bala?‖
O senhor recuou, os soldados estavam ao longe, via-se a base
mais ao fundo, e vindo na direção dele vários helicópteros, e o
senhor falou em um megafone;
— Não temos autonomia para negociar!
―Eu espero, não tenho mais nada a fazer neste domingo!‖
Peter olhou ao fundo, os soldados estavam meio que
descrentes, era apenas um menino;
Um militar veio a frente, viram vários carros de combate
entrando pela entrada lateral da base, e olhou um helicóptero parar
a frente dele, e o General Trunks sair de um deles enquanto outros
o cercavam apontando suas metralhadoras ao menino;
— Peter Carson!
— Tudo bem general?
— Onde a escondeu?
— Bem longe de você, desculpe mas sou contra
arbitrariedades não cometidas por mim!
— Como vai ser?
— Não sei! Estava pretendendo decretar esta área minha,
particular!
— Não esta disponível!
— Não tem um preço, um acordo?
O general não falou nada, mas Peter sentiu um dardo lhe
acertar o braço, olhou o general, e antes de desacordar, estalou o
dedo três vezes, no primeiro estalo, todo o metal num raio de 2 mil
metros se desfez em pó, no segundo, lacrou as instalações
subterrâneas com magia, e no terceiro um furacão se formou no
golfo do México, vindo no sentido da baia, os senhores viram as
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coisas se deteriorando e o menino caindo ao fundo, um avião de
decolava se desfez no ar;

Paula estava na casa de Sharon ainda, quando sente o irmão


perdendo consciência, olha os demais, se despede, e a vêem traçar
uma porta no ar e a atravessar, Sheila na casa de Irene, olha a
menina vir pela porta e falar;
— Ele vai desacordar, me ajuda?
— Sim!
Ela traça uma outra porta e as duas surgem no topo de um
prédio de frente a base, no segundo seguinte, lá em baixo os
militares tentavam chegar ao menino, mas eram repelidos, o
general olha o cientista e fala;
— Falei para não a perder!
— Não sei como ele nos achou, mas em segundos a tirou de lá,
parecia saber o que fazia!
— Ele preso é um brinde que vai compensar a perda da
menina, ele parece ter mais força!
— Vamos precisar de uma base nova, ele destruiu tudo!
— E as placas?
— Quando falou tudo, é tudo mesmo!
O general olhou os militares sendo afastados do menino e sai
a andar no sentido da base ao fundo, precisava de reforços, olhou o
sentido e começou a andar, estava a ir calmamente quando ouviu
em sua mente;
―Bom, mais um para minha coleção!‖
O general parou e olhou em volta, procurando próximo, sabia
de quem era a voz, todos na base ouviram um estalo e viram tudo,
madeira, alvenaria, metal, borracha se tornar poeira e vir abaixo, os
soldados vêem suas roupas se desfazendo, e olham-se desprovidos
de tudo, e os soldados olham o general ficar translúcido e sumir no
ar, todos ficam espantados, uma correria se fez, e quando os
demais viram chegar ao menino uma menina mas o que fazer, não
conseguiam avançar, estavam nus e ela atravessou a barreira e
viram a menina tocar ele e este abrir os olhos;
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— Sheila, o que faz aqui?
— Um obrigado era bem vindo!
Peter sorriu e olhou todos nus em volta e falou;
— Ela não poupou nem as roupas?
— Não!
Peter se levanta e olha os demais que começaram a fugir, não
sabiam o que ele faria, mas sabiam que não teriam alternativa, e se
fez uma correria no sentido oposto ao menino, em todos os
sentidos;
O cientista olhou para o menino intrigado, foi a forma que
pegaram a menina, uma dose de sonífero para elefante para a fazer
dormir, depois uma maquina levantou a proteção, quando ela
acordou já estava detida, mas ele reagira, como podia, olhava
descrente, no lugar de fugir ficou ali, como se esperasse uma dica;
— Senhor, melhor ir se vestir, pois vem um furacão ai!
Fala Peter apontando no sentido da baia, onde se via a grande
formação de nuvens circulares chegar ao longe, era de se esperar
algo pesado sobre a cidade e Peter vê a irmã surgir ao seu lado;
— Obrigado!
— Ela merece um agradecimento, eu não? – Sheila;
Peter chega ao lado de Sheila e a abraça;
— Ela esta ouvindo, espera o que?
Sheila sorri, haviam despertado um monstro, sem idéia de
onde isto os levaria, quando os soldados viram chegar uma leva de
helicópteros, a sena era aterradora, os mesmos entrando na área e
se desintegrando no ar com os tripulantes nus caindo de lá, alguns
conseguiram recuar, mas muitos só se tocaram do acontecido,
quando já era tarde, se via as pessoas sumirem antes de caírem ao
chão, e Paula falou;
— Acho que vou emprestar as roupas do bob para eles!
Sheila sorriu, a menina esta impossível, quem via aquilo não
imaginava que aquele ser mínimo que o estava fazendo, a menina
vendo que os demais tinha saído de um raio de 2 mil metros, para o
resto da base, olha Peter e ele fala;

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— Defensa, Defensa, Defensa, — olhou em volta – a Naaki,
agora!
Os soldados viram a muralha começar a crescer as costas
enquanto fugiam, 12 metros de pedra, um circulo perfeito, e Peter
falou;
— Quer tentar Paula!
— Vivienda, agora!
Uma casa se fez bem no centro, e Sheila olhou os dois
chegarem a porta ela tinha 12 portas, uma para cada lado da
mesma, 12 lados, um quase circulo, todas as portas estavam
travadas, e Peter olha no sentido que seria Comptche e escreve no
chão, e fica marcado o nome, Sheila e os demais vêem o furacão
entrar na baia, acelerando tudo, passando de 4 para 5 na escala,
sem tempo de sair, as pessoas se esconderam, o furacão não
destruiu, mas lavou os demais lugares, mas não caiu uma gota no
interior do circulo, assim como não sentiu-se o vento, mas se ouvia
o vento do lado de fora;
Os três entraram na porta no sentido de Comptche e saíram
na casa de Irene que estava a olhar as duas convidadas que não
convidara;
— Tudo bem avó?
— Quem é a menina?
— Minha convidada, sei que vai lhes prover do melhor! –
Peter;
— Mas ela tem uma força imensa mas não parece usar!
— Mas vamos a ensinar, sabe disto!
— Uma navajo com uma força desta, onde a achou? – Irene;
— Numa base militar, presa!
— E vai ter retaliação?
— E quando não tem, mas vamos com calma, precisamos de
lugar para as duas, a menina estava a mais de dois anos presa em
uma base de segurança máxima!
Irene chega a menina e fala;
— As vezes eles pegam pesado, mas agora esta entre amigos?

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— Por que sua aura é tão negra?
— Sair do lado negro é mais difícil que nunca entrar lá!
— Mas como posso confiar em alguém como uma aura assim?
– Priscila fala olhando para Peter;
Peter olha a menina e fala friamente;
— Se quiser lhe devolvo de onde tirei!
A menina viu que embora fosse um objetivo do menino, ele
não iria deixar ela impor o que queria, e nem descriminar alguém,
que ele sabia os defeitos, mas que achava que precisava ensinar;
— Desculpe, já estou querendo tratamento especial, mas
quem é você?
— Peter Carson, não sei tudo, mas sei que nascemos no
mesmo exato segundo, a 13 anos, então me deparei com um local
especial aqui, acho que preciso achar os 3 irmãos de conjuntura, e
depois vemos o que faremos!
— Acha que tem outro? – Irene;
— Tem, mas terei de esperar mais uma semana para o achar,
ainda estou tonto do tranqüilizante para elefante que me acertaram!
— Como você não apagou?
Peter não responde e abraça Sheila e fala;
— Tenho ajuda, e isto as vezes conta muito!
Peter se despediu e saiu de lá para sua casa, seu quarto,
Sheila viu para onde ele a havia levado, e sorri;
— Sabe que estamos abusando? – Sheila;
— Provoca, depois vai querer sair fora?
— E minha menina, onde esta? – Pergunta Sheila se referindo
a Cati;
— O pai dela visita elas uma vez por mês, esta lá matando
saudades!
Sheila o abraçou e beijou, o relógio ainda a perturbava,
ficaram ali uns 15 minutos do relógio, o suficiente para ela sorrir e
ele se recompor, Peter dormia quando ela tomou um banho e foi
para casa, deixando ele descansando;

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Segunda se fez, e Peter não saia da rotina, estava a beira da
calçada esperando o ônibus quando Sheila veio chegando, sorriu e o
beijou;
— Como esta, melhor?
— Melhor, nada como uns dias de descanso!
— Bom, acha seguro deixar a menina aos olhos de minha avó?
— Não sei, mas sabe que não desisto das pessoas, sempre
quero o melhor, as vezes sou atraiçoado como ontem, me distrai,
esqueço que eles não são leais!
— Mas o que aconteceria se não fossemos lá?
— Estava tomando a consciência de novo, com base no poder
de sua avó, mais uns dois minutos estaria novamente em combate!
— Eles iriam ficar assustados!
— Eles ainda estão assustados, pois entramos na casa, e lá
estamos para eles!
— Verdade, já entraram?
— Como, com a base de proteção que Paula pôs, vão é entrar
nus no local, esta minha irmã esta quase fora de controle!
— Olha quem fala!
Peter sorriu e chegou a escola, viu Ronald melhor parar a
frente dos dois e falar;
— Finalmente assumiram esta pouca vergonha!
— Bom dia Roni, o que ouve?
— Onde estão meus amigos?
— Finalmente alguém deu falta, pensei que ninguém iria me
perguntar!
— Onde estão?
— Na praça, mas como estão as queimaduras?
— Horríveis, mas saiba que não vou pegar leve, sei que tem
gente nova no pedaço, e não vou deixar você deixar de ser um
excluído!
— Eu não quero deixar de ser um excluído, somos fieis, não
um bando de vai com quem tem mais!

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Peter estava a terminar de falar e Sheila entra no colégio em
companhia de Ahau, e chega até Sheila e fala;
— Como foi a aventura?
— Nada grave, Paula teve de entrar em ação!
— Então tiraram ele do ar?
— Não, mas quando ele pensou em reagir ela já tinha feito
estrago!
Sharon sorriu e olhou para o rapaz a frente e falou;
— Voltou?
— Ainda sozinha?
— Não, estou com Ahau! – Sharon puxa o rapaz e adentram
ao colégio;
— Pensei que fosse mais um bichinha qualquer! – Fala Roni
olhando a moça indo embora;
Peter não falou nada, abraçou Sheila e entrou, Ângela o
esperava lá dentro e falou;
— Precisamos falar, Peter Carson!
Peter fez sinal para Sheila ir, e olhou para a moça e falou;
— Fale, esta é a sua função!
— Função?
— Proteger sua irmã, ou não é sobre isto que quer falar?
— Principalmente, mas não só isto!
— Então fale!
— Não acho certo, tem de definir qual quer, as duas não
pode!
— Sabe que nisto sou péssimo, não sei largar, mas vou
conversar com ela!
— Isto é a terceira coisa!
— Terceira?
— Sim a segunda é que não entendi o que aconteceu antes de
ontem, o que é aquele local, quanto ouro tinha lá, o que pretende
fazer com tudo aquilo?
— Vamos assumir aquilo, os 12 presentes!

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— Assumir, como assim?
— Não sei ainda, ainda nem pensei nisto, mas se estava lá,
esta nos planos maiores!
— Fala como se acreditasse em deus?
— Acredito, mas não é de deus que estamos falando, aquilo
foi deixado por seres vivos, para que remontássemos, ensinássemos,
reerguêssemos um conhecimento!
— Mas e todo aquele ouro, não pode não dividir!
— Não entendeu, o que tem lá vale muito mais que o ouro!
— O que pode valer mais do que aqueles 5 metros de
pirâmide, maciço de ouro?
— Muitas coisas valem mais que isto!
— O terceiro assunto, falei com minha mãe sobre o caso de
você e minha irmã, e ela autorizou ela passar com meu pai um
tempo!
— Você o que?
— Estou a defendendo, como você mesmo falou!
— Entendi, mas fala para sua mãe, que não vou aceitar!
Ângela olha assustada para ele e fala;
— O que vai fazer contra minha mãe?
— Nada, ela é mãe, mas não vou aceitar, e você vai a dizer
isto!
— Mas o que pode fazer?
— Não me viu como inimigo ainda, Ângela, e não quero o ser,
mas afastar ela de mim, é no mínimo maldade, não esta a
defendendo, esta é defendendo sua posição cômoda, mas calma,
não vou levar para o pessoal, mas se acha que pode a afastar de
mim, esqueceu quem sou!
Robert vê que o assunto era grave e entra direto, e Ângela
fala;
— Não pode a obrigar a ficar numa relação destas?
— Não entendeu, quem invadiu a relação fui eu, mas vai
entender tarde isto!
— Não entendi?
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J.J.Gremmelmaier
Peter dá um sorriso sem graça, se despede e entra para a aula,
Sheila estranha a falta de Cati e pergunta;
―Onde ela esta?‖
―Sabe, ouviu tudo, viu tudo, eu estava fora do tempo, não vi,
mas você viu!‖
―Você vai gostar, sei que vai!‖
―Do que?‖
―Ela daqui a pouco desembarca, olhe pelos olhos dela, e
entendera!‖
Peter ficou a tentar falar com Caterine, mas não teve resposta,
até ver o hidroavião pousar e ele ver a placa;
―Bem vindo as ilhas Clipperton‖ escrito em francês na bandeira
de onde ela estava desembarcando, um atol, não mais que isto em
meio ao pacifico, esquecera que o pai dela era biólogo;
Peter queria saber ainda o que fazia tudo isto, as idéias
estavam confusas, e Peter soube que teria mesmo que ir lá, não era
duvidoso, era quase confirmação, e falou na mente de Cati;
―Espero que não esqueça que lhe amo!‖
O silencio de Cati era doido, ela bloqueara Peter, ele não sabia
se era por estar de acordo com a mãe, com o pai, ou por que,
sentia a tristeza dela, mas ela bloqueara os sentimentos, estava
distraído quando o professor o trouxe de volta e ouviu em sua
mente;
―Califórnia‖
— Califórnia!
— Pensei que estava distraído, me enganou, Peter!
O menino olha para o quadro, não sabia o que tinha
respondido, sorriu ao ver Sheila virar-se para ele;
―Obrigado!‖
Sheila riu e falou;
―Ela volta, sabe disto!‖
Peter não respondeu, e Robert perguntou;
— Onde esta Caterine?
―Depois, o professor esta olhando!‖
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J.J.Gremmelmaier
Robert sorriu e Peter olhou serio para a aula, ele as vezes
sentia a falta de estar ali, mas cada dia menos, para quem adorava
a escola, estava vendo isto mudar dentro dele, talvez tivesse
ultrapassado longe aquele local, e isto o fazia sentir sono nas aulas,
antes mesmo já sabendo prestava atenção, mas agora parecia
muito chato, principalmente sem Caterine ali a frente, ou ao lado;
―Estou ouvindo isto!‖
Peter sorriu e olhando para fora falou;
―Ela volta, não se preocupe!‖
Sheila sorriu lá na frente, olhando para trás e dando uma
piscada para ele;
Peter viu a diretora a porta e sabia que vinha bomba;
Lá foi Peter a direção;
— Peter Carson, tenho uma reclamação do senhor?
— Quem agora?
— Duas, a mãe de Caterine que até pediu transferência por
que você estava tendo um comportamento agressivo com a filha
dela!
— Agressivo, ou ela não queria nosso namoro?
— Estavam namorando?
— Sim, mas agressão é exagero, mas para que mandar a filha
a um fim de mundo como Ilhas Clipperton, isto acho um absurdo,
ela vai estranhar!
— Nem sei onde fica?
— Colônia Francesa, no meio do Pacifico, diretora, uma
colônia de cientistas, não tem nem casas, é todos em barracas ou
dormindo no barco, nem colégio tem lá!
— Realmente ela a deixou longe, mas temos outro problema?
— Quem mais reclamou, a senhora James ou a senhora
Kennedy?
— A Kennedy?
— E qual a reclamação?
— Que você sequestrou a filha dela antes de ontem!

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J.J.Gremmelmaier
— Diretora, melhor se informar direito, o FBI esta encima
desta senhora por agredir a filha desde os 6 meses de idade, ela
quer despistar, mas se ela der parte do seqüestro, acho que as
câmeras da cidade a desmentem, pois sábado a filha dela passou
com minha irmã na biblioteca da praça, enquanto eu estava bem
longe dali!
— Esta a me dizer que o FBI esta achando que ela agride a
filha?
— Eles tem certeza, mas como é em casa, muitas vezes é
difícil provar, e a senhora sempre tem um álibi, um amante, e a
menina passa por mentirosa!
— Bom saber, ficamos de olho, sabe que Ronald voltou?
— Como não saber, fui o primeiro que ele cercou hoje!
A diretora viu que não teria nada contra o menino, de exemplo
a problema no mesmo ano, mas com uma longe e a policia encima
da outra, ela se acalmou;

Sheila chega a Peter no intervalo e pergunta;


— O que ouve?
— A mãe de Cati, justificou a saída da escola me acusando de
agredir a filha dela!
— Mentirosa, o que ganha com isto?
— Falar mal de mim esta virando moda, mas sei um feitiço
bom para isto!
— Morde língua?
— Sim, morde língua é excepcional para estas horas,
descobrimos até os amigos que andam falando mal da gente!
Sheila sorri e fala;
— Vai aceitar isto assim?
— Não, mas iria lá de qualquer forma, agora tenho até uma
motivação maior, nem que tenha de fazer aquele vulcão adormecido
entrar em erupção!
— Não faria isto?

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J.J.Gremmelmaier
— Não, mas que me deu vontade, deu, quem sabe
transformava aquele atol em uma ilha de vez!
— Não de esta idéia a Paula!
— Esquece que ela me ouve online?
— Online é um temo legal para esta comunicação nossa!
Peter sorriu e viu Sharon chegar a mesa e perguntar;
— Onde esta Caterine?
Peter estava a olhar para Ângela e falou;
— Tinha de ir as Ilhas Clipperton, no fim de semana que vem,
induzi a mãe dela achar que a estava me afastando dela, e esta lá a
pouco mais de 2 horas!
— Você fez isto? Mas o que tem lá?
— Algo como na gruta, três pontos, um aqui, um em Tampa
na Florida e fechando um triangulo, um nas ilhas Clipperton!
Ângela olha desacreditando no que ouvia;
— Você sabia, e fez toda aquela cena?
Peter não respondeu, ficaria obvio que estaria mentindo, mas
sorriu e Robert olhou para ele e perguntou;
— Mas o que vai montar lá?
— Aqui é uma pirâmide, assim como a que vamos fazer em
Banjul, pontas da pirâmide, mas ainda não sei onde fica a terceira
pirâmide!
— Por que não? — Robert
— Parece um ponto sem nada no meio do pacífico! Mas em
Clippton, esta um dos pontos e ligação, um corredor, para quem vê
parece um muro!
— E em Tampa?
— Um muro também, mas lá achei uma relíquia que se quer
impressionar alguém, aquela impressiona, a mascara de ouro que
tinha sobre o rosto da esfinge, em puro ouro, tem mais de quinze
metros do queixo projetado até o dorso ao topo da mascara!
— Esta a me dizer que achou algo maior que aquela peça de
ouro, de ontem? – Ângela;

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J.J.Gremmelmaier
— Lhe falei que tem coisas bem mais valiosas, mas tenho de
achar o centro deste grande triangulo, estava em casa a desenhar,
deve estar no meio da floresta, no Peru!
— E o que teria no centro?
Peter olha para Ângela, como quem ira impressionar, e fala;
— Você imagine um diamante formado no interior de uma
estrela, a calores altíssimos, com 12 metros de altura, a ponta do
transmissor a laser!
— Transmissor a laser? – Robert;
— Sim, mas por isto temos de nos preparar, e precisamos de
uma sacerdotisa!
— Esta a dizer que o objetivo é falar com deus?
— Não, com nosso criadores, não deus, ele é mais que isto!
— Não entendo isto! – Ângela;
— Não tem como entender, um diamante deste, já lapidado,
não tem preço, por que, jogaria os demais no zero, ele
transformado em pequenos diamantes, seria o inundar o mercado
com diamantes, e ele no tamanho normal, falta dinheiro para
comprar;
Peter olhou para Sharon e falou;
— Sua mãe reclamou para a diretora que a seqüestrei no
sábado!
— Ela teve coragem?
— Sim, mas isto é o menor problema que tenho, estou
preocupado com a cidade!
— Por que?
— Vai atrair muita gente, muita mesmo?
— Do que esta falando? – Sheila;
— Quando terminaram de construir as pirâmides, a cidade em
volta, sem estrutura, passou de 3 milhões do dia para a noite, atraiu
as pessoas!
— E os problemas! – Sheila;
— Sim, mas com um retardo bem aceitável, mais de 4 mil
anos de historia, duas eras!
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J.J.Gremmelmaier
— Não vamos viver este problema, mas não entendo onde
vamos chegar?
— Nem eu, estava aqui a aprender magia, calmo, você entrou
pela porta e acelerou tudo, e vejo que esta acelerando, unindo,
surgindo gente de todo lado, abrindo segredos do passado, não
pode ser coincidência tudo, mas no ritmo que esta, estamos em
uma progressão geométrica, vamos chegar encima de meu
aniversario com tudo estourando!
— Mas falta só 30 dias?
— Sim, só falta 30 dias, e não esquece, faço aniversario no dia
anterior ao dias das bruxas, que este ano, como no meu nascimento,
estará em lua cheia, e com Marte alinhado a Terra e Vênus,
estaremos comemorando meu aniversario sobre todas estas
influencias!
— Acha que estava tudo escrito para acontecer? – Robert;
— Amigo, se eu e você podemos, alguém também pode, mas
pode estar bem longe daqui, onde não vai pegar fogo, ou se
deteriorar, muitas coisas mudaram, mas eu não estava interferindo,
estava recebendo a mensagem das possibilidades, sei que mudei em
parte isto, mas não sei se isto não estava escrito, ainda estou
confuso, em dois dias vi dois lugares incríveis, mas se estou certo, e
acho que entendi a lógica, são 10 lugares especiais, separados em 9
triângulos, o centro de tudo é um dos objetivos, o ponto de numero
10, e as 3 pontas afastadas, sei que cada uma deve ter uma
pirâmide, então sabemos que estamos em uma das extremidades,
se a outra estiver em Benjul, acho que esta lá pois seria 3 vezes a
distancia daqui a Tampa, daria bem lá, mas se fizer o mesmo na
direção da Ilha de Clipperton, vai dar num ponto aparentemente
sem terra paralelo ao continente mas no meio das águas do
Pacifico!
— Mas não pode ser em outro sentido?
— Daí teríamos o segundo ponto no meio do Canadá, e o
estremo estaria na Groenlândia, sobre mais de 2 mil metros de gelo!
— Mas pode ser?
— Pode, mas como estamos atraindo, considero Clipperton
mais provável, e mais fácil de investigar, inicialmente, mas também
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J.J.Gremmelmaier
terei de ir a Benjul e sei que terá um bocado de pessoas da Cia lá
para me recepcionar a bala!
— Então se cuida amigo!
— Acha que esta no caminho certo? – Sheila;
— Não sei, mas algo esta me piscando um alerta, não sei o
que, mas pense, eles estavam a dois anos disparando um sinal de
radio, ao espaço, não chegou longe, mas também não sabemos se
eles tem alguma forma de nos monitorar!
— Estão falando de quem? – Sharon;
— Esta historia é grande, não cabe neste intervalo! – Sorri
Peter;
Ângela olhava Peter como se intrigada, ela estava encantada
com a riqueza, como alguém poderia ignorar tamanha riqueza,
tamanha quantidade de ouro, descobriu outro artefato, falou em 3
pirâmides, onde ficaria este local que Peter falou, muito longe, a
geografia nunca foi um forte de Ângela e estava perdida em seus
pensamentos, e o principal era como ele dividiria esta riqueza, entre
os 12, quer dizer, agora eram 11, mas com certeza ele guardaria a
parte de sua irmã, sabia que ele havia doado a biblioteca e praça a
prefeitura como se fosse trocado;

Peter entra a sala e ouve em sua mente;


―Eu também te amo, não me esquece!‖
―Mantêm a calma, nos vemos ainda hoje!‖
―Mas estou num fim de mundo!‖
―Esta onde deveria estar, amor, não se preocupe, dou um
jeito!‖
―Ouvi você mentir para minha irmã, não fazia isto antes!‖
―Mentir, não diria que foi uma mentira de toda ruim, e de toda
falsa, estava mesmo pensando em ir ai!‖
―Acha mesmo que este é o terceiro ponto?‖
―Acho, e vamos juntos achar os 10 pontos, acho que no fim
até o ganhar do dinheiro tinha uma função, atrair inimigos, me
mostrando um caminho, me dar condições de montar os lugares, e
principalmente, descobrir o que tem no intimo das pessoas!‖
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―Não esquece que te amo, Peter Carson!‖
―Como posso esquecer disto?‖
Peter sentiu ela acalmar um pouco, ela estava sentada em
uma barraca, o mar ao fundo, a praia as costas era bonita, mas
interna, uma pequena ilha vulcânica, olhava os bancos de areia, as
trilhas, o que poderia ter em um lugar daquele, natureza, Peter
abriu um mapa que estava a mochila e ficou a pensar nas distancias,
mediu a distancia com compasso de Comptche a Benjul, e somente
nesta hora lembrou de algo que seu pai sempre dizia na infância, e
foi olhando o mapa, não era tão bom em saber o nome de todos os
países do mundo, pretendia um dia conhecer o mundo, mas decorar
nomes não era sua especialidade, mas lembrou, e foi lembrado pelo
mapa em si;
―Não sei o que seu avô tem na cabeça, comprou uma terra lá
no meio do nada, dizem ser um ponto de aclive numa cidade
satélite da capital da Gâmbia, seu avo é um doido!‖
Lembrou que seu pai vira e volta falava isto, terras na Gâmbia,
só quando olhou o mapa é que teve consciência que Benjul é capital
da Gâmbia, olhou todos, nunca encontrara seu pai em sua mente,
ele nunca se deixava livre, podia sentir quase todo habitantes das
12 cidades em volta, mas seu pai, não, estranho ter acesso a
estranhos e a família não, mas sua mãe falou;
―Se for as terras que penso, ainda devem estar lá, seu pai
pagava os impostos, então ainda é da família!‖
―Sabe se o Avô tinha mais alguma coisa distante, mãe?
―Não sei o interesse, mas seu avô tinha algumas terras,
lembro que ele tentou comprar o interior de uma baia em uma ilha,
mas não quiseram vender, acho que ouvi você falar o nome mais
cedo, Clipperton, um atol vulcânico, não deve ser muito grande,
lembro dele mostrar umas fotos, tem também uma rocha vulcânica
de não mais que 50 por 50 em maré baixa na fossa de Bauer, não
sei onde fica, lembro do nome por que fazia as declarações de seu
pai, e uma antiga mina de ouro numa ilha no Chile, Ilha Alejandro
Selkirk, dizem que nunca extraiu nada de ouro de lá, umas terras no
Brasil, Chapada dos Maracás, seu avô sempre mostrava umas fotos
de lá, parece um lindo lugar!‖
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―Sabe se ele tem algo no mar do caribe?‖
―Qual o interesse filho, estou meio perdida nesta sua
aventura?‖
―Ele parece ter deixado um rastro a ser seguido, lembro de
uma vez, ele ter me levado a passear em um lugar que o pai dizia
ser o mar do caribe, mas o avô falava de outra forma do lugar!‖
―Me lembro, ele me levou junto uma vez, uma ilha paradisíaca,
seu pai não entendia como o seu avô gastava dinheiro comprando
coisas assim, e ficava revoltado por ele dizer que não poderia
vender quando ele morresse!‖
―Por que não?‖
―Esta no seu nome e de Paula, não no dele! Mas aquela na
proximidade da Dorsal Atlântica, nunca esteve em declaração
nenhuma, ele dizia que para declarar, teria de existir, nunca entendi
isto!‖
―Esta a me dizer que não esta no papel?‖
―Sim, se alguém achou, tomou posse, pois seu avô não a
declarava!‖
Peter fica quieto a olhar o professor, no seu mapa risca alguns
traços e pergunta a sua mãe;
―Ele tinha algo no Peru?‖
―Que saiba não!‖
Peter fica a olhar o desenho e pensar no que estava ali
escondido;

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Três ponto a achar, um no meio do Atlântico, sabia que existia
pois seu avô o levou lá, um no meio da floresta do Peru, e um na
Argentina, e outros pontos a visitar, seu avô estava a montar esta
historia, na hora certa sabia que encaixaria as peças, o desenho não
estava exatamente nas retas que ele queria, mas tinha de
considerar que isto deve ser um mistério de mais de milhão de anos,
o planeta se mexeu neste tempo, lembrou por um momento as
chaves no interior do templo de Salomão, iria provavelmente
precisar delas, por isto 3 extremos, 3 chaves, Peter estava desligado,
o professor sabia que ele estava a quilômetros dali, mas melhor não
perturbar;
Sheila olhava para ele, tentou acompanhar de perto o
raciocínio, e ficou obvio que nada foi ao acaso, o avô do menino era
um dos guardiões do segredo, mas quantos existiam, se o senhor
sabia de tudo isto, por que não realizou o que precisava ser feito,
onde estão as respostas;
Peter sorriu ao ouvir a pergunta, na mente de Sheila;
―Sabe que vamos ver sua menina hoje?‖ – Peter;
―Sério?‖
―Sério, assim que acabar as aulas!‖
Sheila sorriu, não sabia mais o que pensar, o termo sua
menina estava virando comum, ela parecia mais próxima de Cati a
cada dia, sem noção das complicações que um dia isto poderia vir a
gerar;
Peter estava no meio da aula de geografia, e vê sua irmã
passar por uma porta e chegar a Tampa, ela olha em volta, o
exercito cercou a área e nada entrava ou saia daquele limite, a
menina olhou ao fundo e mediu os passos no sentido em que
deveria ser sua cidade natal, chegou ao muro, ela estava se
divertindo, olhou no sentido da porta, e sobre ela surgiu um
corredor arredondado, que ia de encontro a porta, atravessava a
pequena construção e chegava ao outro extremo do muro, os
militares acompanhavam a movimentação de longe, viram aquele
muro surgir do nada, um satélite tirava fotos do local, mas alguém
de cima, visto por satélite, pode ser qualquer um, um ponto, Paula
caminhou até a casa central e olhou no sentido sudoeste, ficou na
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duvida entre duas portas, Peter a indicou a no sentido de Clipperton,
ela mediu a distancia até o muro, passo a passo, e olhou novamente
para a casa, agora ligada a dois muros, e um se fez até lá
novamente, ela caminhou pelo corredor e entrou na casa, assim
como poderiam ser portais, poderia ser uma casa, no centro dela
surgiu uma escada e a menina subiu na cobertura, sobre a casa,
olhando os três muros que ligavam a casa a muralha, ela pegou um
papel e sentou-se a olhar ao lado, mediu 60º no papel, referente ao
que estava já feito, e olhou ao sul, e um muro se estendeu até a
muralha;
―Irmão, posso estar enganada, mas serão seis reis, 3
sacerdotisas, um Sumo Sacerdote, ou traduzindo, 6 esfinges,
apontadas a um ponto que daqui é sul, três pirâmides de saber, e
uma de sacrifício, ao centro!‖
―Se for isto, teremos muito trabalho para um mês!‖
―Sim‖
Paula desenha uma base, o que era uma casa, se torna uma
base retangular de 72 metros por 24, no sentido sul, os militares
estavam a filmar tudo aquilo, magia, truque de ilusão, estavam
acreditando em magia, os prédios mais altos da cidade curiosos
olhavam aquilo surgir, era publico, a cidade cercava toda a base,
então haviam curiosos de todos os lados, a menina começa a
desenhar a esfinge, e ela a se materializar olhando ao sul, quando
ela estava pronta, já era noticia nos jornais locais que alguém tinha
feito uma replica mas sem os defeitos da Esfinge em Tampa, a
menina após isto, adentra a Esfinge por uma entrada lateral, e
desce para o piso inferior, sai por uma das portas da base da
esfinge, e anda no sentido de onde no dia anterior, houve uma
rampa, ela olhou em volta, olhou os curiosos, e depois os militares,
a proteção estava forte, mas ergueu um pouco mais de energia,
sabia que uma vez instalada, a energia do sol manteria os curiosos
afastados, ela olhou toda aquela magia que Peter usara para
esconder o local, toca o chão e a entrada se mostra novamente, ela
caminha calmamente para dentro, um militar testa a resistência
pondo um cabo adentro da proteção e o vê desmaterializar—se, os
militares estavam a proibir a entrada de curiosos, não sabiam

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exatamente o que estava acontecendo, todos vêem um grande
guindaste chegar a uma das muralhas, o militar foi até ele e falou;
— Senhor, o local esta interditado!
— Temos um pedido de serviço contratado, neste endereço?
Um general veio ao rapaz e perguntou;
— Quem contratou?
— Um senhor P. Carson, pagou adiantado, parece que tem um
grande objeto para por no lugar, mas estou vendo que parece que a
área é militar!
— Posso ver o pedido?
O rapaz entrou no caminhão que trazia o grande guindaste,
olhou os papeis e falou;
— Acha que consegue entrar, a vontade! – Fala o general
pensando em ver o que aconteceria, era obvio que estavam a
montar algo na antiga base, o rapaz iria perguntar por onde entraria,
e vê a muralha abrir a frente dele um grande portão, o rapaz se
assusta, olha os demais chegando, os militares se assustaram, as
câmeras sobre os prédios laterais filmavam aquilo, e todos viram os
6 guindastes chegarem perto e o rapaz pensou em quem os daria as
instruções e viu uma menina, um grande buraco ao chão, e foi até
ela;
— Com licença, senhor Carson, temos um trabalho a executar!
— Lhe levo ao trabalho, senhor! – Paula foi até o buraco quem
estava de fora não via o que continha naquele buraco, mas ela
apontou para baixo e falou;
— Senhor, o trabalho é minucioso, temos de erguer com todo
o cuidado, aquela mascara, lá de baixo, e a fixar no lugar dela! – A
menina aponta a esfinge;
— Mas qual o peso dela?
— Não sei, mas acho que seis guindastes devem conseguir
fazer o trabalho, se não, fale o que precisa e negociamos o preço!
O rapaz olha para a menina e pergunta;
— Qual o seu nome?
— Paula Carson, senhor!

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O rapaz sorriu e ela a conduziu com os outros 6 rapazes
enquanto outro grupo ajeitava as correntes pela rampa até a parte
baixa, o rosto de espanto dos rapazes foi inacreditável, e um
perguntou;
— É ouro?
Paula riu e respondeu;
— Bem que podia ser!
O rapaz achou que queria dizer não, mediram o objeto, e
viram os rapazes descendo as cordas;

Do lado de fora o general olha o soldado e fala;


— Como eles conseguiram entrar, e nós não conseguimos?
— Não sei senhor, tem idéia do que vão tirar daquele buraco,
que precisa de 6 guindastes destes?
— Não sei, mas que vamos ficar sabendo, vamos!

Os guindastes ligam seus motores e os rapazes controlam


calmamente a subida do objeto, ele estava sobre uma armação, que
o segurava de pé, resolveram levar com armação e tudo para cima,
para poderem o por no chão, antes de ajeitas as coisas para colocar
no rosto da esfinge, era uma obra de arte, todos ficaram admirados,
se era ouro ou não, não sabiam, mas que era pesado aquele objeto
de 15 metros de altura, era, lindo, enquanto subiam com cuidado,
Paula mostrou ao senhor os demais objetos que sairiam pelo buraco,
eram armações do metal que ela não sabia o que era exatamente,
com uma proteção minúscula de borracha entre eles, estavam em
espécies de containeres sem paredes, somente armação, e o rapaz
viu que talvez tivesse de cobrar mais, estava pensando em como
falar e ouviu a menina dizer;
— Senhor, sei que vai precisar ajustar o seu preço, mas não
me extorquindo, terei mais um serviço aqui nos Estados Unidos para
o senhor, costa oeste, mas um bom serviço!
— Mas o que esta montando aqui?
— Um templo de bruxaria, senhor!

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O rapaz sorriu, achou que ela estava brincando, os
containeres tinham uma espécie de roda, estavam perfeitas, então
após colocarem a mascara da esfinge no solo, sobre o olhar de
deslumbre dos demais, começaram a erguer os demais materiais, e
o militar ao lado do general falou;
— O senhor sabia que tinha isto ai?
— Não, e quem é esta menina, olha aqueles containeres que
estão erguendo agora, para conseguir uma quantia igual daquelas
placas, giramos o mundo! – O militar viu uma leva deles serem
tiradas de lá e uma leva de outros senhores chegarem ao portão e
falarem;
— Quem é o responsável aqui?
— Eu senhor, o que deseja?
— Somos de uma empresa local de construção, nos pediram
50 homens para execução de um serviço, quero saber com quem
falo!
O militar pensou em substituir os homens, mas não quis
arriscar e autorizou a entrada, a menina recebeu os demais, e falou
com o mestre de obras;
— É bom em quebra cabeça, senhor?
— Não!
— Esta vendo aquelas placas que estamos tirando?
— Sim!
— Vamos revestir toda a parte lateral interna do muro e a
parte de pedra da esfinge, com aquelas placas, então vamos
começar pela parte fácil, os muros!
— Mas eles vão se fixar como?
A menina pegou uma placa e falou;
— Me acompanhem! – Ela começou a puxar um container e o
senhor ajudou, incrível como era leve puxar aquilo, chegou ao lado
de uma das muralhas e falou, pegando uma das placas;
— Senhores, este trabalho é cansativo, mas fácil, se feito
corretamente! – Pegou uma placa e a encostou na parede ao nível
do chão, ela deveria ter uns 80cm x 80cm, pressionou em dois
cantos e falou. – É só pressionar nas extremidades! — Eles ouviram
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como se algo tivesse saído da placa e penetrado o muro, ela pegou
outra placa e falou. – Elas não se encostam, pos sobre a outra e o
senhor viu que parecia uma repelir a outra, deixando um intervalo
mínimo entre elas, ela pressionou novamente e viram a placa se
fixar. – Alguma duvida?
— Interessante, onde se compra este tipo de acabamento? –
O mestre de obras;
— Vou verificar, não sei muito da parte de compra! – Falou
sorrindo Paula;
O militar viu que era algo grande que estavam fazendo, mas o
que pretendiam com tantas placas, captar que tipo de energia, o
que fariam com ela, enquanto os olhos dos demais viam os rapazes
da empresa de guindaste trazerem mais e mais placas de baixo,
pediu para deixarem uns do outro lado do corredor que cortava
aquele circulo em Fatias, com a esfinge ao meio, e por fim vieram
placas curvas e enquanto ajeitavam a grande mascara a
desprendendo da armação, Paula foi a uma destas tortas e olhou
um grupo, pegou duas delas e verificou que eram numeradas,
quando achou uma que se encaixava na curva da pata dianteira da
esfinge, ficou fácil, começou a montar o grande quebra cabeça, e o
militar ficou intrigado, do lado de fora, e foi a um prédio local,
conseguiu subir e com um binóculos começou a olhar aquela
menina a cobrir a esfinge com as placas, era obvio que ela não
estava criando, estava remontando, ele fotografou de cima, e ligou
para o pentágono e pediu especialistas em egiptologia, era obvio
que aquela era uma mascara real egípcia, mas nunca ouvira que um
dia a esfinge tenha sido coberta por metal, a menina estava a por a
20ª placa na pata direita, já toda coberta, quando o rapaz pediu que
ela se afastasse um momento, eles iriam por a mascara, quando a
mascara ficou totalmente visível, o próprio general ficou
impressionado, a mascara cobria toda a cabeça da esfinge, deixando
aquele brilho dourado ao ar, ele olhou com a pata que a menina
havia montado, aquilo ficaria lindo, não era apenas magia, era uma
obra de arte;
Os rapazes estavam se divertindo de por placas na muralha,
de 12 metros de altura, mudava a cara do local, era como se fossem

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transformando pedra em algo bem acabado, o mestre de obras
pediu um reforço a empresa e escadas e andaimes para fazerem o
trabalho, estavam usando um dos contêineres, para cobrir até 6
metros, mas ainda faltava metade da altura, mas o pessoal estava
pegando o jeito e parecia divertido, perceberam logo que não
deveriam pegar em mais de duas, o que repelia uma da outra,
também as unia em um conjunto, forçando o local de fixação, o
senhor ficou encantado com a rapidez que aquilo se encaixava, sem
argamassa, sem ter de ficar parafusando, pensou em quanto
trabalho economizado, mesmo assim, um grande trabalho os
esperava ali, mas vendo a mascara colocada ao centro, ficou
imaginando como ficaria depois de pronto o local;
O rapaz da empresa de guindaste chegou a menina e
perguntou;
— Tinha mais coisas lá embaixo, não quer que tragamos para
cima?
— Pede para me reservarem um guindaste para amanha,
aqueles são os acabamentos, primeiro vamos ao bruto da obra!
— Ficou linda esta esfinge, sabe que é uma forma diferente de
ver a mesma coisa!
Paula sorriu, era magnífica mesma aquela mascara, e pensou,
seis destas escondidas pelo mundo, não uma, seis, lindas, se
duvidar, cada uma com uma expressão diferente, Peter via pelas
vistas de Paula como estava ficando, e Sheila pelos pensamentos de
Peter, e os dois vêem a menina continuar a montar peça a peça a
esfinge, ela estava a usar magia depois da primeira perna, não iria
perder 10 dias montando o quebra cabeça, os homens ao fundo
viram a menina, e se espantaram, enquanto eles estavam
terminando meio circulo, ela havia feito a esfinge, e os muros de
ligação, Paula estava vendo os rapazes sair com os grandes
guindastes, o dia estava a ir ao fim, os militares ainda testando o
perímetro e olhou um rapaz ao lado do General;
— Senhor, mandou me chamar?
— Me disseram que é uma especialista em Egito!
— Tento, por que senhor?
— Já viu algo assim?
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O rapaz veio apressado, havia sido posto em um avião, não
sabia do que se tratava, mas nem olhara em volta ainda, estavam
sobre um prédio, ao sul da base, de frente para a esfinge, e o rapaz
vira-se e olha impressionado, o general passa o binóculos para ele e
este fala;
— Incrível, diria que é a mascara funerária do Faraó Djoser,
mas quem construiu isto!
— Repare ao lado da pata da esfinge, tem uma menina, ela
contratou uma empresa de guindastes e tirou esta peça do subsolo
de nossa base e a pôs ali!
— Mas ela esta olhando para onde?
— Para você!
— A esfinge, não a menina!
O rapaz olha para o outro lado, não via nada, não teria como
ver, não estavam falando de coisas para um humano ver, eles viram
a menina sentar em uma das patas da Esfinge, e pegar um caderno,
ela estava a desenhar calçadas, e canteiros do outro lado, canteiros
de rosas vermelhas, os militares estavam barrados uns trezentos
metros antes da muralha, e viram no circulo que cercava a base,
surgir uma seqüência de roseiras, fazendo o circulo quase completo,
só deixando lugar para a entrada, viram uma calçada se materializar,
calçada de grandes pedras, e entre as rosas e o muro, uma verde
grama, na parte interna, os canteiros eram cercados de roseiras e
ao centro de cada um deles, uma oliveira, e grama no restante dos
canteiros, o general e o rapaz ficaram a olhar, estava a anoitecer
quando isto aconteceu, os rapazes haviam terminado uma das
laterais internas, a menina agradeceu e dispensou eles, o pessoal
viu as placas começarem a voar em todos os sentidos e cobrirem a
pare interna do muro, que ainda faltava e a parte externa do
mesmo, a parte superior, parecia que era uma pedra diferente, um
quartzo bem alisado, brilhoso, os rapazes estavam encantados, do
nada surgiu aquilo, as TVs estavam a mostrar ao mundo aquilo,
Paula cansou-se, o portão frontal se fechou e ela entrou em uma
das portas, eles devem ter pensado que ela foi descansar lá dentro,
mas surge em seu quarto e deita a cama;

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J.J.Gremmelmaier
Peter estava a sair da escola e abraça Sheila a saída, e fala;
— Vamos?
— Vamos!
Os dois vão a um canto e Peter abre uma porta para a Ilha
Clipperton, e os dois se deparam com uma praia, o sol se ponto ao
mar ao fundo, e ela pergunta;
— Onde?
— Primeiro quero conhecer um lugar, depois vamos ver sua
menina!
Sheila sorriu, e caminharam por uma trilha, por uns 10
minutos, em areia, se depararam com a baia interna, e Peter falou;
— É aqui!
— Mas não tem nada, é uma baia!
Peter pega o caderno e traça o circulo, este circulo parece
emergir do fundo e erguer-se em um platô de mais de 100 metros,
com uma pequena ligação para se chegar lá, um muro de 12 metros
cerca o platô, os dois se direcionam ao local, subindo os 100 metros
íngreme por uma escada lateral, chega ao centro do circulo e olha
na direção de sua casa em Comptche, sabia sentir Paula, e do
centro do circulo no sentido de Paula surge um muro largo e Sheila
vê ele dos dois lados e depois ele cobrir sua cabeça e correr para a
direção do muro ao sul, fazendo a primeira linha, Peter sente a
direção de onde esta Tampa, ela já emanava energia, e um muro
surge naquele sentido também, 60º e faz um mais a sudoeste, e os
dois sobem na formação, e Sheila pergunta;
— Em que sentido?
Peter aponta na direção do ultimo que se materializou, e
desenha uma base com 72 por 24 na direção que apontaram e esta
se materializa sobre eles, anda naquela direção e olha para a base e
desenha a segunda Esfinge, e olha para Sheila e fala;
— A terceira você que vai fazer!
— Eu?
— Sim, e vamos estudar muito entre os beijos e abraços!
Sheila sorri, Peter estava a tentar decifrar o que tinha de fazer,
eles daquele platô, viam a cidade de barracas lá em baixo, e obvio,
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aquela muralha iria ficar visível a quem olhasse a partir do dia
seguinte, a ilha ganhara uma altura que nunca tivera, a noite
poderia passar meio desapercebida, mas de dia, seria algo a
observar;
Peter andou com Sheila e desceram pelo caminho lateral da
Esfinge, e Peter traçou um caminho nos 30° de um dos muros, o
meio exato deles, e andou exatos mil passos, passou o pé no chão e
Sheila olhou;
— Não tem nada ai!
— Não, mas teve uma casa, tem as fundações virtuais dela!
Peter olha a projeção em sua mente de o que seria a casa, e chega
a um ponto e puxa alguns capões de algas com a mão e vê uma
pedra grande, lembrando que isto estava abaixo do nível da ilha,
dentro da baia, antes do platô surgir, abaixasse e toca aquela pedra
quadrada, e fala;
— Aqui! – Peter põem a mão na pedra e esta se desintegra e
Sheila vê uma escada;
―Não vai se juntar a nós?‖
―Pensei que não iria convidar?‖ – Cati;
―Desde quando precisa convite!‖ – Peter;
A menina surge em uma porta ao ar as costas, olha em volta,
Peter fala algo que elas não entenderam mas viram uma luz vir do
buraco e começaram a descer as escadas, Peter beijou Cati e falou;
— Sabe que senti falta?
— Nem percebeu que sai, e vem me dizer que sentiu falta!
— As vezes tenho de descansar, mas sabe que teremos de
administrar isto!
— Sei, mas o que falou para minha irmã fez minha mãe ligar
para ele a pouco, pedindo para que me mandasse de volta!
Peter sorriu e continuaram a descer, se depararam com uma
grande caverna, Sheila sentiu a magia de uma das paredes e falou;
— Seria esta?
Peter olha para ela e fala;
— Tente!

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Sheila toca a pedra e vem a sua mente a imagem de fogo,
como se a pedra estivesse a dando a chave, ela fala;
— Anicê, me deixe ver!
Os três sentiram o fogo, este passou por eles, e deixou visível
a grande porta, a abriu, parecia que a chave desta era a mesma, e a
grande porta se abriu, a mascara era diferente, mas era uma
mascara funerária, Peter olhou para o templo e as duas sentiram
como se este estivesse a sair do lugar e quando ao nível do solo,
Peter estalou o dedo e as duas viram o templo se desfazer e as
peças e a estatua estavam todas ali, a nível do platô e Sheila
perguntou;
— Como fez isto?
— São templos fora do tempo e espaço, você pode o
materializar onde quiser!
―Por que não me falou antes!‖ — Paula;
Peter sorriu e as duas também, pois Paula tirara as coisas do
templo para poder levar a superfície, se soubesse disto, apenas as
levaria a superfície;
Peter sentiu as placas e os containeres se abriram, e as placas
foram se fixando e no extremo das arestas que saiam do centro do
circulo, que estava sobre o útero da esfinge, 4 espelhos se
posicionaram nas pontas rente ao fim dos muros, e a 5 metros da
esfinge outros 4 espelhos apontado um para o anterior e outro para
cima, num ponto imaginário de onde seria o centro do circulo, Peter
olhou a grande mascara e Sheila lhe tocou um ombro, Caterine o
outro e ele esticou uma mão a frente do corpo e a mesma começou
a flutuar e se posicionar no local correto, e quando encaixou parece
que Peter sentiu a energia da formação, esta passou por ele e as
duas sentiram também, como se a esfinge tivesse devolvendo a
energia que eles desprenderam, Paula observava como fazer, e viu
os canteiros se formarem, uma pequena camada de grama se
espalhar sobre todas as baixadas do platô, e as roseiras fazendo um
portal de entrada na entrada do terreno, os acabamentos brilhando,
e quando a lua surgiu a oeste, os três acompanharam os espelhos,
pareciam ter vida própria, focaram na lua e a luz foi transmitida
para os espelhos centrais e sobre um ponto sobre a cabeça da
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J.J.Gremmelmaier
esfinge, os três ficaram estáticos e viram as patas dianteiras da
mesma serem esticadas como um gato que dormia a muito, se
esticou em todos os sentidos, e quando ficou de pé olhou para o
menino, e falou;
— Deve ter coragem menino, para despertar-me!
Peter olha a mesma e fala;
— A coragem de um covarde, qual o desafio?
— Sabe todos os que iria perguntar, como posso lhe servir
menino!
— Como sabe?
— A função da esfinge não é deter, é analisar a coragem, se
faz a pergunta que os demais achassem difícil, mas que o corajoso
mestre soubesse a resposta!
A esfinge fica de pé sobre as 4 patas e Peter vê uma porta na
altura do centro da mesma;
— Terá de ir sozinho, cada um tem seus desafios, Peter
Carson!
As duas se olham e ele vai a porta subindo por uma escada de
luz até o local e adentra a porta;

Peter surge em uma local amplo, sobre uma mesa, com uma
única cadeira, um caderno, uma caneta, e luz branca, muito forte
para todos os lados, não via nada mesmo que tentasse, suas retinas
se recolhiam e fechava o olho como reflexo, sentou-se e viu que
fixando a vista no caderno, conseguia abrir os olhos, não olhou a
caneta, para pegá-la, abriu o caderno e viu tudo mudar a suas volta,
e reconheceu o senhor de luz que surgiu a sua frente, a luz das
demais paredes reduziu, e olhou aos olhos de seu avô que sorri;
— Vô, sinto sua falta!
— Também sinto, você é alguém especial neto, você tinha
duas chances na vida, umas aos 14 e outra aos 82 anos, somente
nestes dois pontos a conjuntura é favorável, eu nem vi ela aos meus
18, e não vivi até os 94 quando seria a segunda, mas você é
especial, chega aqui aos 13 para 14 para preparar tudo, sabe que se
fosse virgem não entraria pela porta?
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— Não, mas sei que a esfinge me prepararia, ou rejeitaria se
não estivesse pronto!
— Estudou, isto é bom, mas onde viu isto?
— Eu li as leis de deus, avô, lá esta as regras da passagem!
— Queria poder acompanhar isto de perto, não posso nem
olhar o meu mundo, dizem que me corromperia!
— Não acredite em tudo, avô, aprendi isto com você!
O senhor riu e falou;
— Este caderno, tem de ser preenchido antes do seu
aniversario, é importante, tem de conter todos os seus defeitos,
todos, sem exceção, será julgado por eles, o julgador não se
contentara com desculpas, e sua vida pode ser tirada por isto, mas
tem ainda que terminar o trabalho, são 6 passagens, 3 piramides e
um receptor, ou local de julgamento, junto com você, estará apenas
a menina, se os 3 estivessem lá, talvez não ouvesse julgamento,
mas o menino foi morto ao nascer, então você será julgado pelos
que mataram, pois é do mesmo sexo do morto, para sua proteção,
dentro do mesmo triangulo, pode criar um menor, mas teria de ter
três pontas, em um teria de ter a ganância, no outro a fúria e no
outro a inveja, não sei o que quiseram me dizer com isto, mas
acredito que você conseguira, não pense que será justo o
julgamento, mas para ser julgado, em condições de ultrapassar os
erros, tem de percorrer o mapa na capa do livro, e se iniciar a mago,
lhe desejo sorte neto, eu não enfrentaria nesta hora, se falhar não
deixara herdeiros, e pode se perder uma grande arvore de força!
Peter olha para o caderno, para a capa, e quando olha de
novo as paredes, seu avô não estava mais lá, e põem o caderno em
uma mão, pega a caneta e põem no bolso da camisa, e sem olhar
se direciona no mesmo sentido que entrou, sem abrir os olhos,
sentiu a diminuição da luz, e olhou para fora, e viu a escada, e a
desceu, quando se virou, a esfinge já estava na posição inicial,
olhou as duas e as abraçou, a lembrança de seu avô lhe trouxe uma
lagrima ao rosto, ele pegou o caderno e anotou o seu primeiro fraco,
família, e especificou cada um que achava sua família, e o que o
atingia mais de cada um dos presentes, Peter terminou de escrever,
guardou no bolso o caderno e pegou no da direita o seu caderno de
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anotações, terminou de desenhar os canteiros, e em cada circulo de
rosas, ao centro uma macieira, e mais grama, abraçou as duas e
sentaram-se em uma ponta da muralha, olhando o mar ao fundo,
mar para todos os lados, abraçou as duas e as vezes olhava os
espelhos acompanhando a lua, sentia a energia crescer no local, era
energia magnética no momento, mas com certeza quando o sol se
posicionasse, seria energia pura, somando na proteção do local,
Peter estava pensativo mas foi interrompido por Sheila;
— O que ele quis dizer com outro triangulo, Fúria, inveja e
ganância!
Peter pega o papel e rabisca com o lápis primeiro e as duas
vêem o lápis a mão dele se tornar uma caneta marca texto, e ele
traçar três traços em vermelho;

— Quer dizer fazer uma pirâmide inversa, contida no triangulo,


com pessoas próximas que representam a fúria, a inveja e a
ganância!
— Acha mesmo que Ângela é gananciosa? – Caterine;
— Sinto assim, as vezes posso errar, mas pretendo me
defender, e tudo que nos cerca, vocês não entenderam o principal,
existe o risco, e este que tenho de administrar?
— Que risco?
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— O que vocês acham que faremos quando tudo estiver posto
nos seus pontos?
— Teremos a capacidade de transmitir os conhecimento de
deus aos demais! – Sheila;
— Sim, mas quem nos passara isto não é deus, e seremos
analisados se seremos capazes, pois o não ter de um dos três no
altar simboliza que ainda somos primitivos, violentos, podemos ter
três tipos de análise, ser nos dado mais tempo, daí terei de pensar
como passar isto séculos a frente, sermos tidos como um elo de
evolução perdido, eles voltariam e nos tomariam a Terra, ou sermos
aceitos, e nos ser passado das leis de deus, a condição irmã em
espécie, e fazer parte da confederação, já ouviram isto!
— Esta a dizer que existe risco e quer fazer mesmo assim! –
Caterine;
— Estou, mas não sou só eu que tem de querer fazer isto,
preciso de cada um próximo o querendo, se tiver alguém não
querendo, não vai funcionar!
— Mas se você falhar?
— Eu não vou falhar, mas para isto tenho que pedir para que
confiem em mim!
— É maluquice, mas eu confio em você, mas que outros dois
triângulos vi em sua mente?
Peter risca agora em amarelo;

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— Tem como fazer alem da proteção do mal, interno a isto,


uma proteção do bem, para nos defender de opiniões externas!
— Como assim?
— Quem nos estiver julgando, estará em contato com o
espaço, as duas linhas a mais a interna de amor, e a segunda de
moderação, podem interferir no tempo espaço de toda a área, mas
teríamos de conseguir duas coisas, antes de projetar isto!
— O que?
— Abaixo deste mar, tem uma camada de sal em placas bem
compactadas, se pudermos obter estas placas, as cortar, faremos os
nossos templos, 9 deles, teremos de aprender muito para isto!
— Estamos esperando o que, 29 dia, a partir de hoje para
tudo estar pronto! – Sheila;
— Os dois tem certeza disto, não estamos arriscando a
existência dos nossos?
— Sim, mas vamos nos preparar, no dia 29 decidimos se o
faremos, ou esperaremos! – Peter;
— Saberia dizer a algo assim, um não? – Caterine;
— Sei, mas este é um segundo defeito! – Peter abre o caderno
e anota algo, levanta-se após e os 3 entram em uma porta para o
quarto de Peter, mas este estava diferente, uma pilha de livros, uma
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leva de 3 computadores pessoais, 3 cadernos, muitas canetas e
lápis, um projetor, um quadro negro, e giz, as duas meninas
olharam aquilo e souberam que tudo aceleraria, não era apenas
diversão, agora ele pegaria pesado, ele começou pelo básico, e
foram duas aulas em paralelo, Caterine estava se iniciando, e Sheila
indo a formação de mestre, mas ele as queria em condições iguais,
e Caterine sabia muita coisa, entre ela, 5 idiomas, desenhava muito
bem, Peter viu que a parte de desenhar coisas, ela tirou de letra,
Sheila estava a estudar as leis de deus, física quântica, faziam quase
dois dias quando ele parou a primeira aula, 30 minutos, ele foi a um
banho e os 3 relaxaram, dormiram depois de um tempo com Peter
apagando na cama, as duas sorriram, ele usava os limites, elas
dormiram um pouco e acordaram com um cheiro de café e foram a
uma mesa, o quarto crescera, ele se concentrou em aspectos
técnicos, e foi instruindo as duas, foram 6 horas de ensino, 24 dias
que este triangulo foi testado, sentido, e quando Peter deixou a
menina a porta da cabana falou;
— Amanha a noite passamos aqui de novo!
— Se meu pai não me mandar de volta antes?
— Não tem chance, um avião a cada 3 dias, mas não a
deixarei sozinha!
— Vou praticar meu francês! – Fala sorrindo Caterine;
O pai dela vem a porta e vê ela e pergunta;
— Onde estava, fiquei preocupado?
— Onde o senhor estava pai, não soube da novidade?
— Estava dormindo, sua mãe me encheu a paciência quando
disse que poderá voltar no mínimo depois de amanha!
— Estava a conhecer a ilha, conheci este menino que me
ajudou na trilha a noite, mas amanha todos vão falar, parece que
uma magia poderosa acordou na ilha!
— Magia poderosa, do que esta falando?
Caterine aponta o platô a frente e o senhor arregala os olhos,
Peter se despede e sai pela trilha, ele e Sheila retornam a
Comptche;
— E agora?
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— Eu estou descasado, não quer aplainar um terreno e
fecharmos o terceiro ponto deste primeiro triangulo;
— Vamos nesta! - Peter e ela se materializam na grande área
plana acima das quedas, a parte a leste do parque de terror e a
direita do parque aquático, Peter senta-se e a menina vê ele se
concentrar, os animais começaram a sair da região, e viu a camada
de terra ser deslocada com plantas e tudo, mais a norte, num vale
meio gasto pelo tempo, olha em voltava em sentado exatamente no
ponto onde as duas energias se cruzavam, vindas em dois sentidos,
ele desenhou o circulo e uma linha indo a Tampa e outra indo para
Clipperton, estava a desenhar a pirâmide quando viu Sheila
caminhar e achar uma entrada, a deixou ir sozinha, e pouco depois
estava a ver o templo vir sobre a área vaga, ele indicou exato local
e quando ela desfez o templo, ela viu a pirâmide de ouro já se
ajeitar ao topo da outra, enquanto ele desenhava os canteiros, ela
pôs os revestimentos em toda a volta do templo, e viu Peter
desenhar dois ponto, como se fossem pilares, na mesma distancia
dos demais dando 4 pontos para espelhos, embora apenas dois
refletiam a linha, os outros dois, pareciam juntar energia e disparar
para o meio da pirâmide, os canteiros de rosa, e agora ele plantou
cerejeiras, os dois terminaram o trabalho e se abraçaram a olhar a
cidade ao longe, as poucas casas que se viam dali;

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