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Bye Bye Brasil

Viver em um novo país. Esse é um sonho


que habita a cabeça de milhares e milhares
Realizando
de o sonho
pessoas em muitos lugares dodemundo.
viver em um novo país
Conhecer uma nova cultura, experimentar
Anna
um Francêsca
novo ambienteCavalcanti
político Araújo
e social,
aprender uma nova língua, enfrentar um
clima bem diferente, mergulhar em uma
Eu e meu marido, ambos engenheiros
economia onde os parâmetros e referenciais
eletricistas, tínhamos um sonho - morar em
são outros, usufruir paisagens urbanas um outro país. Queríamos vivenciar as
modernas e sofisticadas, onde a infra- transformações que o mundo estava
estrutura é das mais completas e os níveis passando de uma forma real, transformando
de pobreza e criminalidade são muito nossa própria vida, oferecendo ao nosso filho
baixos. de oito anos de idade a oportunidade ímpar
de aprender, vivenciando!
Alie-se a tudo isso, o desejo de buscar novos
horizontes profissionais e oportunidades de A concretização do sonho veio em 2001,
maiores ganhos financeiros. após a identificação do Canadá como o país
Este artigo apresenta a audaciosa de destino. Um país desenvolvido, de
experiência de uma família brasileira, reconhecida qualidade de vida, de língua
inglesa (com possibilidade de virmos
considerada bem sucedida para os padrões
aprender também o francês) e com uma
locais, que decidiu deixar o Brasil para política de imigração moderna, objetiva e
construir uma nova vida no Canadá. bem definida.

Vivíamos em Salvador-BA, onde eu trabalhava na concessionária de energia do estado –


COELBA, como assessora do Presidente da empresa. Meu marido, Marcelo, era diretor de uma
empresa de informática. Quando obtivemos o visto para morar e trabalhar no Canadá, pedimos
demissão dos nossos empregos e, sob os olhares estupefatos dos amigos e familiares,
embarcamos para essa "aventura" de passar uma temporada fora do Brasil.

Os primeiro meses no Canadá foram difíceis, como já prevíamos, pelos problemas inerentes à
adaptação a uma nova cultura, clima e idioma. Após cinco meses de busca incansável, Marcelo
finalmente conseguiu emprego, como gerente de informática na empresa que administra o
aeroporto de Toronto. Eu, como planejávamos, dediquei os meus primeiros anos ao processo de
ajustamento da família, já que não contamos aqui com a mesma infraestrutura doméstica que
tínhamos no Brasil. Nesse período, fiz alguns cursos de educação continuada, trabalhei como
voluntária numa fundação de apoio a pesquisas sobre doenças cardíacas, e atuei ativamente no
Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos - onde fui co-fundadora e vice-presidente do
Grupo Mulheres em Engenharia de Toronto. Após três anos atuando com gerente de projeto numa
empresa de consultoria em gerência de projetos (SPM Group), trabalho atualmente na empresa de
geração de energia de Ontario (Ontario Power Generation).

Para mim esta experiência tem sido muito rica; é como o descortinar de um mundo novo, tanto
externa quanto internamente, o que é algo ao mesmo tempo fascinante e assustador – afinal,
quem não tem medo do novo? Por isso, passados três anos da vinda para o Canadá, decidi que
era hora de colocar toda essa experiência de vida no papel e resolvi escrever um livro – lançado
em 2004 pela editora Idéia Livre com o mesmo título deste artigo – onde relato em detalhes a
experiência de emigrar do Brasil, não só descrevendo os aspectos práticos do processo de
mudança e adaptação, mas também abordando as questões emocionais e psicológicas que
envolvem uma iniciativa dessa natureza. A intensidade do que estava se passando em minha vida,
em função dessa decisão arrojada que tomamos, era tanta, que senti a necessidade de dividir tudo
isso com outras pessoas, principalmente outras mulheres, que, de alguma forma, podem estar
passando ou já passaram por um processo semelhante, mesmo que não seja necessariamente
uma mudança de país, mas simplesmente uma mudança de vida.

Este foi um movimento significativo em minha vida, e, se considerarmos que coincidiu com meus
40 anos, dá para sentir o "movimento" interno que estava acontecendo comigo. Num período de
quase três anos sem trabalhar, depois de dezesseis anos de uma vida profissional intensa no
Brasil, tive minhas crises existenciais (e ainda tenho) e, com elas, a oportunidade de rever valores
e crenças e repensar meus objetivos de vida. Enfim, estou me conhecendo melhor. Tenho lido
muito, fiz um ano de análise e tenho praticado yoga e meditação. E esta oportunidade de investir
no meu crescimento como pessoa é um dos maiores presentes que tive com a mudança de vida.

Ao mesmo tempo, é indescritível a sensação de viver num país com uma qualidade de vida
excepcional, resultado da conjunção de três fatores básicos: serviços públicos de qualidade,
infraestrutura moderna e bem conservada, e uma sociedade que coloca o coletivo acima do
individual. Dessa forma, o cidadão vê o retorno do imposto pago e usufrui os confortos e a
liberdade de viver em cidades seguras, limpas, onde os serviços de saúde e educação, de
qualidade, são acessíveis a todos, indistintamente.

Muitos têm me perguntado se valeu a pena imigrar, deixando a família, os amigos e uma história
de vida para trás. Sim, tem valido muito a pena. Claro que, como tudo na vida, existem vantagens
e desvantagens, a situação ideal não existe. Mas estamos muito felizes aqui. Estamos dando uma
oportunidade ímpar ao nosso filho, de ser exposto a uma nova cultura, ter acesso a uma educação
de alto nível, enfim, ampliar sua visão de mundo. Em termos profissionais, estamos agregando
uma experiência internacional importante para nossas carreiras. No âmbito pessoal e familiar, o
processo emocional de nos defrontar com o grande desafio de deixar o conforto de uma vida
previsível para mergulhar fundo no sonho de recomeçar vida em outro país, é simplesmente
incomparável.

A idéia central que desejo passar, no entanto, é a importância de corrermos atrás dos nossos
sonhos, sejam eles quais forem. Depois de ter vivido tantas experiências, ter buscado e enfrentado
tantas mudanças, considero que não existem sonhos impossíveis mas sonhos não claramente
definidos ou não fortemente desejados.

Claro que não há mágica para transformarmos sonhos em realidade. O que existe é a conjunção
de desejo, intenção, planejamento e persistência. Quantas vezes ouvimos pessoas de sucesso
contarem sobre uma seqüência de fracassos até conseguir um resultado positivo? O que fez a
diferença para eles foi ter persistido, apesar das dificuldades do percurso. Um grande e antigo
exemplo disso são as 1.200 tentativas fracassadas de Thomas Edison, antes que ele finalmente
obtivesse sucesso na invenção da lâmpada elétrica.

Eu desejo que este artigo tenha o papel de estimular as pessoas a pensarem sobre o que elas
realmente desejam na vida. A busca da felicidade é um caminho único para cada pessoa.
Enquanto eu sonhei morar fora do Brasil, alguns sonham viver numa fazenda, em contato com a
natureza. Outros, simplesmente, desejam mudar de carreira e trabalhar em algo que lhes dê mais
prazer. Se não nos dermos conta, vamos levando a vida sem nos perguntar se essa é realmente a
que queremos ter. É como se não estivéssemos vivendo, mas sendo levados. Lembro-me da
época em que, ainda estudante universitária e estagiando numa fábrica do Pólo Petroquímico de
Camaçari, encontrei muitas pessoas se queixando da vida que tinham, trabalhando ali, isoladas da
cidade, num ambiente poluído, em condições de trabalho que consideravam insatisfatórias. Eu
ficava intrigada, pois não entendia o que as prendia ali, já que se sentiam tão mal. Alegavam que,
uma vez acostumadas ao salário que ganhavam por trabalhar no Pólo, ficava difícil de se adaptar
novamente aos níveis mais baixos de salário na cidade, sem os adicionais de insalubridade e
periculosidade das indústrias. Hoje, considero que aquelas pessoas ou não eram tão infelizes com
a vida que tinham, a ponto de investir numa mudança, ou simplesmente se acomodaram com a
situação e não se dispuseram a mudá-la – desistiram.

Outro aspecto importante é a necessidade de se identificar e avaliar os passos que são


necessários dar, ou seja, definir uma estratégia, para chegar onde queremos. Sem isso, perdemos
o rumo e nos desviamos do objetivo almejado. Não significa, entretanto, que não possamos ajustar
a rota, ou redefinir o sonho. Afinal, como dizia um conhecido, só os loucos têm idéias fixas!

Por fim, a atitude positiva é outro fator essencial, não só como combustível para atingir os nossos
objetivos, mas, principalmente, o elemento que nos permite desfrutar a jornada. É a crença de que
vamos chegar onde queremos que nos dá a energia necessária para superar os percalços do
caminho e de nos fazer vibrar com os nossos progressos, por menores que sejam.

Se você deseja realizar algo, não deixe a oportunidade passar. Converse, discuta, pesquise,
invista tempo. Lembre-se, tempo é uma questão de prioridade. Você sempre arranja algum tempo
para fazer aquilo que realmente quer. Uma vez iniciada a implementação de seu sonho, viva, curta
e celebre o processo. Não se esqueça de que o sucesso – e a própria vida – é uma jornada, não
um destino!

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Anna Francêsca Cavalcanti Araújo, 47 anos, mora em Richmond Hill – Canadá, é engenheira
eletricista e autora do livro Bye Bye Brasil – A experiência de Viver em um Novo País,
lançado pela Editora Idéia Livre.

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