ILHÉUS – BAHIA
2008
JAQUELINE DE JESUS CERQUEIRA
ILHÉUS – BAHIA
2008
JAQUELINE DE JESUS CERQUEIRA
Banca Examinadora
____________________________________________
Prof. Me. Antônio Marcus Lima Figueiredo - Orientador
____________________________________________
Prof. Me. Rodrigo Bonfim Oliveira
____________________________________________
Prof. Me. Roberto Pazos Ribeiro
À
Meu irmão Paulo Alexandre de Jesus Cerqueira, que foi para tão longe de nós em
busca de um sonho. Mas o que nos conforta é a certeza de que este sonho
aconteceu primeiro no coração de Deus.
AGRADECIMENTOS
Ao Deus da minha vida, por me mostrar a cada dia, nas coisas mais simples, a
razão de existir e pela força nos momentos difíceis.
Aos meus pais, Maria de Fátima Cerqueira e Emiliano Cerqueira Filho, por todo
amor, pelas orações intercessoras e pela compreensão.
Ao meu noivo e amigo Celso, pelo carinho, amor e pela compreensão nos
momentos de pânico e ainda pela disponibilidade de me acompanhar nas pesquisas
de campo.
Às colegas Fabiana e Poly, pela ajuda nesse processo. Duas pessoas muito
queridas que descobrir nessa nova turma.
RESUMO
RESUMEN
1 INTRODUÇÃO 10
2 DA MULHER AO GÊNERO 13
2.1 Gênero e Trabalho 13
2.2 A divisão sexual do trabalho e a mulher pescadora 18
2.3 As marisqueiras e meio ambiente 22
3 DA OBSERVAÇÃO A CRIAÇÃO 28
3.1 “Marola”: um modo observativo 28
3.2 Na prática 30
3.3 Conhecendo um ponto de vista por meio da “voz” 32
3.4 Gravando 34
3.5 Trilha Sonora: independência como conceito 37
3.6 O que o filme representa? 40
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 43
REFERÊNCIAS 45
ANEXOS 48
I Roteiro de Edição 48
II Ficha Técnica 55
III Ficha de Decupagem 55
IV Fotografia 56
1 INTRODUÇÃO
Segundo Rago (2001), isso significa que lidamos muito mais com a
construção masculina da identidade das mulheres trabalhadoras do que coma sua
própria percepção de condição social, sexual e individual.
1
O Habitus é um conceito fundamental para entender como a prática de dominação adquire um
caráter natural, dado e quase divino, ou seja, significa ‘disposição incorporada’. (BOURDIEU, 2003)
Os discursos feministas recentes contribuíram para uma reavaliação do poder
das mulheres. Segundo Perrot (1992), as feministas procuram superar o discurso de
opressão subvertendo o ponto de vista da dominação.
De acordo com a Tabela II, Em 2005, a mais alta taxa de atividade feminina,
74%, é encontrada entre mulheres de 30 a 39 anos, 69% das mulheres de 40 a 49
anos e 54% das de 50 a 59 anos também são ativas.
Eu tiro moapen, tiro ostra, tiro sururu, pesco de anzol, remo canoa,
faço tudo. (Inês,08/09/08)
Assim como Rosemeire que durante toda a vida – mesmo no período em que
foi casada – trabalhou na pesca para manter os filhos.
Esses fatores reforçam a visão corrente das mulheres mais como donas de
casa, “ajudantes” do companheiro e não como sujeitos produtivos (MANESCHY,
1997).
[...] hoje pra gente pegar uma lata dá bastante trabalho, tem que tá
dando bastante siri e tem que ter bastante siripoia./Antigamente não,
rapidinho, hoje tá difícil, não sei se é a poluição, porque no rio passa
muita coisa, muito saco, muito garrancho, muita coisa que não devia
jogar no rio.
A pesca artesanal sempre teve grande importância para o setor, mas diante da
grave crise mundial do setor pesqueiro desde a década de 1980, o COFI – Comitê
de Pesca da FAO (Órgão das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura)
propôs, em 1991, um conceito, considerado central, para nortear a promoção de um
novo estilo de desenvolvimento da atividade pesqueira, que é o de pesca
responsável.
No entanto a visão ecofeminista é criticada por alguns autores por ter sua
discussão baseada nos “centrismos”, “ecocentrismo” ou o “centrismo de
gênero” (ARRUDA, 1995). Segundo a autora, o ecofeminismo e a “perspectiva
biocêntrica” não têm força no Brasil e estão ligados às origens comuns (os
movimentos sociais) e afirma ainda que “os movimentos sociais surgem de pessoas
vinculadas a resistência à ditadura, uma perspectiva ligada ao paradigma do
socialismo” e desta forma questiona: como ele vai separar os explorados em
homens e mulheres?. (Arruda, 1995).
As atividades exercidas pelas marisqueiras requer o domínio de mecanismos
próprios, um amplo conhecimento de apropriação dos recursos marinhos e de um
sábio manejo dos instrumentos da pesca como afirmam as marisqueiras Dinalva
Alcântara de Carvalho, Tertulina Ferreira Mota e Maria Inês de Aquino :
[...] tem vez que a gente vai com a maré alta, tem vez que vai com a
maré baixa. Tem vez que o marisco dá mais na alta e tem vez que
dá na maré baixa [...]
Trabalhar para os outros você tem que trabalhar o dia todo. Pra
você não. Você trabalha o dia que quer vai a hora que quer, vem a
hora que quer e pra os outros (Dinalva, 08/09/08)
3.2. Na prática
4
Fabiana Andrade há quatro anos desenvolve um trabalho história oral sobre marisqueiras de Ilhéus
atualmente ela é aluna do Programa de Pós-Graduação-Mestrado em História da Universidade Feira
de Santana e defende sua tese intitulada “Tecer Redes, Tecer Histórias: As experiências de vida e
trabalho das pescadoras em Ilhéus - BA, 1980-2007”
Durante os reconhecimentos de campo além das entrevistas, foram feitas
fotos com máquina digital para que se tivesse posteriormente uma melhor análise da
iluminação e dos possíveis enquadramentos e das composições de cenas, que por
opção foram feitas em cenários naturais.
Com as pesquisas preliminares feitas, partiu-se para a elaboração do roteiro.
Segundo Comparato (1995, p.341), o roteiro do documentário é “[...] unicamente
orientativo, um ponto de referência para o trabalho de filmagem, visto que a
realidade muitas vezes interfere e introduz novos elementos não previstos.”.
Segundo Larson e Meade, as limitações do documentário residem na necessidade
de fazê-lo conforme os fatos vão acontecendo.
O roteiro de gravação do vídeo foi feito foi feito apenas para sequenciar os
ambientes onde as imagens seriam feitas e com alguns takes de imagens estáticas
com composição visual determinada (Anexo IV). O que se procurou em todo
momento foi tornar o filme o mais natural possível concordando com os autores
citados:
3.4. Gravando
Para a gravação do vídeo “Marola” foram cedidos pela Uesc, quatro turnos. O
roteiro de gravação priorizou as sonoras, partindo em seguida para a gravação das
imagens das mulheres executando os trabalhos na pesca. Antes de gravar foram
feitos todos os contatos por telefone com as personagens e tudo saiu de forma
planejada.
Segundo Watts (1990) antes de partir para uma gravação é importante se
certificar dos contatos do dia e hora e ainda observar condições adversas como
movimentação de feiras livres, festas, dentre outros imprevistos, para que nada sai
de forma inesperada.
Com os contatos marcados foi solicitada a autorização para a saía do
equipamento da universidade. Para as gravações foram utilizados os seguintes
equipamentos: câmera, seis fitas de 60 minutos, tripé, microfone, monitor e
extensão. Segundo Watts (1990), é essencial numa produção tomar nota de todo o
equipamento necessário.
Uma dificuldade encontrada no início foi a travessia de rio que as marisqueiras
fazem até chegar ao local de trabalho, um banco de areia, chamado de coroa. As
canoas utilizadas por elas são muito pequenas e não oferecem segurança, daí uma
preocupação com os equipamentos. Mas em conversa com as próprias marisqueiras
elas se disponibilizaram em conseguir uma canoa maior, chamada por elas de
barco, quem tem a capacidade para até cinco pessoas e oferece maior segurança.
A situação foi exposta ao coordenador de laboratórios Emiron Gouveia, que
autorizou a travessia no barco, desde que, o cinegrafista Helio Heleno visse a
canoa, avaliasse e aprovasse a travessia com segurança. Com a aprovação de
5
Dentro do contexto Objeto, Problema e Hipótese.
6
Conceito defendido por Eduardo Coutinho como identifica Consuelo Lins no texto “O cinema de
Eduardo Coutinho: uma arte do presente”.
Hélio e consequentemente de Emiron a travessia foi feita e tudo aconteceu de forma
satisfatória. No entanto as imagens feitas no barco pouco foram utilizadas pelo
movimento constate do barco e muitas dessas imagens saíram “tremidas”.
O áudio foi um dos maiores problemas encontrados pela equipe, já que todas as
sonoras foram gravadas ao ar livre, exposto ao vento, sons automotivos, dentre
outros. Segundo Watts, é importante ouvir os ruídos na locação7 e alerta:
Se vier de fontes que o espectador não verá, eles ficarão mais altos
quando gravados do que realmente são na realidade, e poderão ser
extremante desagradáveis. (WATTS, 1990, p.34)
• imagens de insert8
09/09 14:00 às 17:30 • Sonora e imagens in loco do trabalho da
7
Qualquer local fora do estúdio
marisqueira Rosemeire no São Domingos
10/09 14:00 às 17:30 • Sonoras comas as marisqueiras do Teotônio
Vilela: Kátia e Tertulina/
• imagens de insert
17/09 08:00 às 11:30 • Gravação do trabalho das marisqueiras na
coroa, Teotônio Vilela
Na edição não foi usado nenhum efeito nas imagens, nem computação
gráfica, o único efeito usado foram os fades9 de transição de imagens. O filme
8
Imagens feitas para substituir uma cena por outra de idêntica duração, neste caso para cobrir
algumas sonoras (depoimentos gravados).
9
Efeito de transição gradual de uma cena para outra
pretende ser suave e tentou-se o máximo possível não fazer nenhum tipo de
alteração na estética visual, apenas:
A trilha sonora do filme “Marola” foi composta por músicas que além de
concordarem com a temática proposta, são novos modelos de compartilhamento,
interatividade e consumo musical favorecidos pelos desenvolvimentos
tecnológicos. Todas as músicas utilizadas foram adquiridas através de
downloads gratuitos dos sites Palco Mp3, Bandas de Garagem e Trama Virtual10.
10
Endereços virtuais: www.palcomp3.com.br; www.bandasdegarem.com.br e www.tramavirtual.com.br.
com ele, servindo-se desta tecnologia para inaugurar nova
modalidade de prospecção de mercado. (CASTRO, 2006, p.3)
A música Coco Dub, de Chico Science e Nação Zumbi, além está disponível
sob licença Creative Comonns11, foi escolhida por ser do movimento Mangue Beat,
movimento musical que surgiu no Brasil na década de 90 em Recife que mistura
ritmos regionais com rock, hip hop, maracatu e música eletrônica, mas que tem em
sua essência a marca de engajamento cultural, o que o tornou marcante
musicalmente e socialmente.
o Mangue Beat vai se distinguir pelo fato de ter sido puxado por
jovens nascidos nas camadas populares dessa região [Recife].
Neste sentido, o comparamos ao Quilombo dos Palmares. Como
Palmares, com sua pluralidade étnica que acolheu os excluídos do
sistema colonial, o movimento de Chico Science, em alguns anos
11
Organização sem fins lucrativos sediada na Standford Law School, têm o intuito de oferecer opções
em termos de regimes de proteção de direitos autorais que sejam legalmente viáveis e também
adaptados aos tempos de consumo de mídia digital. www.creativecommons.org.br
vai dar a palavra a uma camada da sociedade que até então não
tinha encontrado um eco de maneira autônoma. (TESSER, 2007, p.
70)
Segundo Nichols (2005), cada documentário tem “sua voz distinta” e assim
como toda voz, a voz fílmica tem um estilo uma natureza. Em “Marola”, a narrativa
dos fatos traz ao espectador a impressão da realidade por meio da “fala” (através de
sons e imagens) e sensação da não manipulação desses meios. No entanto, em
qualquer cinema, independente do gênero sempre há um discurso que representa
uma realidade.
A partir de todo processo – pré-produção, produção e pós-produção – já
mostrado nesse memorial, é possível perceber que em todas as etapas há uma
interpretação da realidade que pode ser entendidas como por exemplo, “no
momento em que se escolhe o que filmar, de que ponto de vista, qual a duração do
plano, quem entrevistar, o que perguntar ao entrevistado, como editar o material”.
(YAKHNI, 2001, p.11)
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRUSCHINI, Maria Cristina Aranha. Trabalho e Gênero no Brasil nos últimos dez
anos. Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 132, p.537-572, set/dez. 2007.
FONSECA, Claudia. Ser Mulher, Mão e Pobre in: PRIORE, Mary D. (org.) História
das Mulheres no Brasil 5a. ed. São Paulo: Contexto, 2001.
LARSON, Rodger; MEAD, Ellen. Jovens Cineastas. Rio de Janeiro: Editora Lidador
Ltda., 1969.
PRETTO, Nelson De Luca; SILVEIRA, Sérgio Amadeu (org). Além das redes de
colaboração: internet, diversidade cultural e tecnologias. Salvador: EDUFBA, 2008.
Conteúdo licenciado em Creative Commons para Uso Não Comercial (by-nc,2.5).
ROCHA-COUTINHO, Maria Lúcia. Tecendo por trás dos panos: a mulher brasileira
nas relações familiares. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.
STREY, Marlene Neves. Será o século XX o século das mulheres? Porto Alegre:
Editora Unisinos, 2001.
TESSER, Paula. Mangue Beat: húmus cultural e social. Revista LOGOS 26:
comunicação e conflitos urbanos. Ano 14, 1º semestre 2007.
Internet
06 00:22:08 00:22:28
Trilha instrumental - “22” (O Teatro PAN mangue Coroa de São
Mágico) joão
06 00:18:12 00:18:34
Trilha instrumental - “22” (O Teatro Kátia e Inês empurram a
Mágico)
canoa
01 00:25:58 00:26:32 Inês 1 - Eu comecei a ser
marisqueira com a idade de 10 anos,
minha mãe e meu pai saiam para
Sonora
pescar aí levava a gente pra não
ficar a toa na roça, a gente tinha que
ta junto com eles. Aí fui aprendendo
01 00:12:14 00:12:42 Zelina 1 - Eu comecei a ser
marisqueira depois que sai do
trabalho, não tinha mais o que fazer Sonora
e tive que lutar na pescaria. Porque
eu não sabia o que era pescaria
01 00:26:36 00:28:13 Inês 2 - É ... no começo sempre é Imagem:
difícil porque a gente ainda tá Fita 06
aprendendo. Aí tudo que a gente ta 00:18:53
Inês na canoa com Kátia
aprendendo é difícil, muito difícil./ 00:19:00
Uma vez mesmo, quase fui
morrendo afogada (risos).
01 00:15:58 00:16:34 Zelina 4 - teve uma vez mesmo que
nós quase se afogava a gente teve
que sair da canoa as pressas e cair
tudo dentro d’água, quando a canoa
tava afundando./ É bom, mais é um
trabalho muito difícil, arrisca muito a
vida da gente,
04 00:01:28 0:02:12 Tertulina 1- Hoje tô aposentada
mas continuo trabalhando só que
Sonora
não vou pro mangue pescar, quem
pesca é meu filho?. Eu cato o
marisco e vou vender.
01 00:05:41 00:06:02 Dinalva 4 – Eu não acho dificuldade Imagem:
nenhuma pra mim/ Porque a gente Fita 01
pesca e no dia que pega pega e o Sonora 00:00.23
dia que não pega, não pega, pega + 00:00.33
pouco./ Tem dia que a gente vai e Imagem mãos catando siri
pega pouco, não tem dificuldade
nenhuma
04 00:06:20 00:06:48 Kátia 3 - Os momentos difíceis eu Imagem:
acho dessa profissão da gente é Fita 04
PAN Quadra Um
quando chega a enchente, que 00:19:04
+
alaga tudo isso aqui, ninguém 00:19:20/
Kátia na porta (senhor
trabalha, ninguém faz nada, os 00:16:45
sentado ao lado
moradores tem que sair porque as 00:16:53
águas invadem as casa
02 00:06:00 00:06:21 Rosemeire - E na profissão de
marisqueira pra mulher é bom assim
porque é mais uma opção, mas é
ruim em outras porque a doença Sonora
chega mais rápido né./Reumatismo,
dores, porque a mulher sempre teve
menino, coisa que o homem não faz,
aí eu acho que é mais difícil.
04 00:06:13 00:07:35 Tertulina 4 - vc chega ali na beira do Sonora Imagem:
mangue, olha e pensa, vc vai fazer o + Fita 05
que? No mangue vc vê muita coisa, Mangue/ 00:30:42
vc vê o aratú, caranguejo, tem como aratú/moapen 00:30:58
vc tirar o moapen, sururu, tudo tem. Fita 03
Aí vc vai escolher o que achar uma 00:03:35
coisa melhor 00:03:43
Fita 05
00:40:01
:00:40:05
02 00:02:56 00:03:46 Rosemeire 3 - Ah! Difícil. Tempo Imagem:
difícil foi quando aqui em casa Fita 02
não tinha nada né, eu tinha que 00:15:23
consegui com meu sustento de 00:15:36
Rosemeire na porta de casa
marisqueira e pior é meu filho né,
(silhueta)
deixando eles trancados, indo para
+
ponte até 4 horas da manhã com
Sonora
meu filho Samuel pequeno pra me
fazer companhia. Já fiquei até 8
horas da noite./ E eu assim
chorando...Chorando não, triste, pq
poderia acontecer alguma coisa com
ela, comigo não
04 00:06:55 00:07:20 Kátia 4 – Qdo não dá o marisco Imagem:
parte pra tarrafa, aí nós aqui como é Sonora Fita 04
pouca gente – só eu e meu menino – + 00:14:56
aí tudo dá, pedindo forças a Deus Tarrafa na porta de Kátia 00:15:17
que a gente...
01 00:19:35 00:20:05 Zelina 5 – Eu mesmo fico
dependendo do marido ...Qdo a
maré tá ruim, porque ele pesca de
Sonora
tarrafa, ele pesca siri, ele tira ostra
de mergulho. Aí quando o negócio tá
ruim mesmo, arranja o dinheiro pra
gente se manter
01 00:16:46 00:17:32 Zelina 5 - eu to lutando boto eles no Imagem:
colégio pra eles estudarem e ser Fita 05
Sonora
umas pessoas mais decente não 00:06:58
Imagem de Mai trabalahndo
serem igual a mim trabalhando de 00:07:32
pescaria (...)
02 00:07:57 00:08:42 Rosemeire 6 - . Minha menina Sonora
ontem mesmo tive na casa dela,
sempre pescava comigo, todo
mundo pergunta por ela. E ela
mesmo disse: mainha, vai me
cadastrar pq eu quero também, pq
isso é um pé de meia. É para a
senhora, é para outras mulheres e
pode ser para mim.
06 00:07:46 00:08:16 Kátia 6 – tudo indica que ele vai ser
pescador, pq eu pesco, o pai dele Sonora
pesca, ele já joga tarrafa.
01 00:04:47 00:04:56 Dinalva 2 - Filho! Nunca tive filho
Sonora
não. Só eu e meu marido mesmo
01 00:16:46 00:17:32 Zelina 5 – Eu queria que eles
estudassem e tivessem um trabalho
Sonora
melhor e pudessem se manter
tranquilamente mais do que eu
01 00:29:50 00:30:24 Inês 4 – Todos eles já sabem, meu
caçula tem16 anos e ele também já
tá começando a pescar também e
Sonora
agora a gente mora aqui e tem a
escolinha, e eu não vou deixar eles
só na maré pescando.
02 00:09:22 00:09:52 Imagem:
Rosemeire 7 - Na ponte, na praia eu
Fita 02
vou no dia que eu quiser, na hora
Rosemeire passa em frente 00:17:12
que eu quiser, não falo nada e não
a porta (entra na cena)/ 00:17:22/
ouço nada./
Caminha pela trilha 00:18:05
00:18:18
Trilha Sonora:
• 22-11 e Camarada d’água (O Teatro Mágico)
• Batuque de Canoa (Jurema Paes)
• Coco Dub ( Chico Science e Nação Zumbi)
Marisqueiras entrevistadas:
Ficha de Decupagem
ANEXO IV – FOTOGRAFIA