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Apresentação de Resultados Preliminares da Utilização de Protocolo

Informatizado de Reabilitação Cognitiva

Lidia Cardoso1, Michele Costa1; Juliana Carvalho1, Hebert Ferreira1, Manuel Leite
Lopes1, Livia Penna1, Kelly de Araujo1, Luna Paladino1, Rosane Sancovschi1, Raphael
Mouta1, Gustavo Brandão1, Ananias Arrais1, Isadora Ribeiro1.
1
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ,FM- Dept de Psiquiatria e Medicina Legal
Laboratório de Neuropsicologia e Cognição-HUCFF/UFRJ

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo apresentar a utilização de um protocolo informatizado de reabilitação
cognitiva (RC) que vem sendo elaborado no Laboratório de Neuropsicologia e Cognição FM/HUCFF/UFRJ,
como possibilidade de suporte à avaliação e ao tratamento de pacientes que apresentem seqüelas de lesões
cerebrais. Foi realizado um treinamento cognitivo com esses pacientes e observou-se que a introdução do
aspecto lúdico que o uso de computadores propicia serve, efetivamente, como fator de motivação e favorece a
adesão do paciente ao tratamento.

Palavras - chave: Reabilitação Cognitiva; protocolo informatizado.

Abstract

This paper presents a computerized protocol for cognitive rehabilitation, witch was elaborated by the research
staff of Laboratório de Neuropsicologia e Cognição /FM/HUCFF/UFRJ, and is used for assessment and for
handling brain injured patients. It was done a cognitive training with the patients and we could observe that the
introduction of playful issues brought by computer use is a motivational factor itself.

Key-words: Cognitive Rehabilitation; computerized protocol.

1. Introdução Também segundo registros americanos, a


maior causa de morte entre pessoas com idade
As lesões cerebrais originadas por abaixo de 35 anos é conseqüente de lesões
traumatismos cranioencefálicos (TCEs) e acidentes ocasionadas por acidentes automobilísticos, e que
vasculares cerebrais (AVCs) devem ser vistas como destas, 70% estão relacionadas a traumatismos
um problema de grande importância em saúde cranianos. As lesões traumáticas cerebrais
pública, não somente pelo índice de mortalidade, (incluindo TC, síndromes pós-concussionais
mas também pela incapacidade física e seqüelas transitórias e persistentes) têm uma incidência
que residem em grande parte dos sobreviventes. [1] anual de 370/100.000. [1] Com o desenvolvimento
[2]. Segundo a National Stroke Association [3], e o avanço de técnicas para o tratamento agudo
estima-se que 730.000 casos de AVCs, novos e desses pacientes, a taxa de sobrevida aumentou, e
repetidos, ocorram a cada ano e aproximadamente conseqüentemente o número de pessoas com
75% sobrevivem. Aproximadamente 4 milhões de algum tipo de seqüela também. As seqüelas
americanos lidam com deficiências e incapacidades cognitivas são as mais comuns e incapacitantes
decorrentes de um AVC. Desses, 31% precisam de das lesões cerebrais e constituem o foco central
assistência, 20% precisam de ajuda para caminhar, dos esforços de reabilitação [4] [5] [6] Muitas vezes
16% estão em Instituições para pacientes crônicos uma indicação terapêutica voltada para a
e 71% ficam vocacionalmente deficientes depois de reabilitação cognitiva é ignorada, prejudicando
7 anos. Nos EUA, os AVCs são a terceira causa de assim, a reintegração social do indivíduo. Uma
morte mais comum, com 160.000 a cada ano. A grande porcentagem dos indivíduos retorna para
incidência sobe rapidamente com o aumento da casa após a alta hospitalar sem nenhuma indicação
idade. terapêutica além da utilização de fármacos. Essa
situação aumenta consideravelmente a informatizados. Acredita-se que a utilização de um
permanência de seqüelas cognitivas importantes, protocolo informatizado, adaptado às reais
que talvez pudessem ser minimizadas ou mesmo necessidades dos pacientes com lesão cerebral,
evitadas se os pacientes fossem submetidos a um torna-se relevante na medida em que contribui para
processo de reabilitação. uma intervenção mais eficaz, e incentiva novas
O que entendemos por reabilitação investigações no campo da reabilitação e das
cognitiva é o conjunto de procedimentos e técnicas neurociências. Trata-se de criar alternativas no
que têm por objetivo alcançar o máximo rendimento sentido de adequar o conhecimento existente em
intelectual, a melhor adaptação à família, ao um programa informatizado, atual e baseado em
trabalho e às demais redes sociais em indivíduos estratégias de avaliação e treino repetitivo
que sofreram uma lesão cerebral. [7] Nosso orientados para a vida cotidiana, visando
trabalho nesta área envolve a avaliação da utilidade progressiva autonomia e independência dos
de medidas padronizadas de função cognitiva para pacientes, considerando-se suas características
acompanhar a evolução do paciente após a lesão e sócio-culturais.
também a contribuição destas medidas para o
desenvolvimento de estratégias de reabilitação 2. Objetivos
mais efetivas. Entendemos que o processo de
capacitação depois de lesão cerebral tem dois O presente trabalho tem por objetivo
objetivos principais: o primeiro é a prevenção de apresentar a utilização de um protocolo
incapacidade por complicações e sua minimização; informatizado de RC que vem sendo elaborado no
o segundo é a maximização da recuperação e a Laboratório de Neuropsicologia e Cognição
função útil, em face das limitações impostas por FM/HUCFF/UFRJ, como possibilidade de suporte à
comprometimento residual. avaliação e ao tratamento de pacientes que
Uma das questões prementes a respeito apresentem seqüelas de lesões cerebrais com
das tecnologias de reabilitação, diz respeito à sua alterações de diversas funções cognitivas.
validade ecológica, ou mesmo à ausência de
programas efetivamente capazes de promover 3. Métodos
resultados consistentes no que diz respeito à
utilização por parte dos pacientes, fora do ambiente 3.1 Sujeitos
hospitalar, das habilidades e conhecimentos
adquiridos nos centros de reabilitação [8, 9, 10]. O Cinco pacientes participaram da
esforço que pesquisadores do campo da intervenção com os protocolos de RV; todos eram
neuropsicologia e da reabilitação cognitiva (RC) destros e sofreram uma lesão cerebral de
destes pacientes são procurar criar esses hemisfério esquerdo; as lesões aconteceram entre
ambientes que possibilitem um treinamento cada oito meses e dois anos antes do início desta
vez mais eficaz, através do auxílio dos intervenção. Os pacientes participam de um
computadores. programa de treinamento cognitivo no Laboratório
O sucesso do uso dos computadores na de Neuropsicologia e Cognição/FM/HUCFF/UFRJ e
prática educativa e em programa de treinamento estão acostumados ao uso de computadores.
contribui para que outras possibilidades sejam Os pacientes foram atendidos
exploradas e abre novas perspectivas de aplicação individualmente e passaram por avaliações
em diferentes campos do conhecimento. Nos cognitivas trimestrais, realizada com testagens
últimos anos, a área de saúde vem sendo padronizadas.
impulsionada pelas novas tecnologias integradas
aos procedimentos médicos, onde se destaca a 3.2 Procedimentos
utilização dos computadores para o treinamento e
educação de pessoas portadoras de necessidades Os atendimentos dos pacientes foram
especiais.Especificamente, para a Reabilitação estruturados e planejados da mesma maneira. As
Cognitiva (RC), verifica-se a disseminação de sessões sempre iniciavam com atividades de
produtos que vão de programas simples, que atuam orientação têmporo-espacial e treino dos nomes
no tratamento de uma única função e exploram das pessoas da equipe. As tarefas planejadas para
interfaces semelhantes à prática tradicional, a o treinamento cognitivo do protocolo foram divididas
propostas mais sofisticadas, que apoiam-se em em: treino de funções cognitivas abrangendo
tecnologias promissoras como a Realidade Virtual. atenção, linguagem, memória (implícita e explícita),
Procuraremos aqui, discutir as possibilidades cálculo e funções executivas, possuindo níveis
educacionais dos computadores para Reabilitação crescentes de dificuldade, assim como feedback
Cognitiva com a utilização de protocolos visual e auditivo para os erros e acertos do
paciente. Cada intervenção levou entre 20 minutos
e 1 hora. O atendimento individual teve duração de
13 meses.
Para o treino de atenção e concentração,
por exemplo, foram utilizados tarefas onde os
pacientes tinham que reconhecer um determinados
objeto exibido no lado direito da tela entre três
objetos exibidos na parte esquerda(fig1); ou ainda
reconhecer “defeitos” num objeto numa “linha de
montagem” (fig 2). Fig 3: Treino de memória

Além disso, foram feitos exercícios de


cálculos e planejamento, sempre relacionados com
situações de vida diária, como pagar uma conta,
receber e conferir o troco (fig 4).

Fig 1:treino de atenção e concentração

Fig 4: Treino de planejamento e cálculo

4. Resultados e discussão

A partir dos dados clínicos e resultados dos


testes realizados, verificamos que os pacientes com
Fig 2: Treino de vigilância maior nível de dificuldade na realização das tarefas
eram exatamente aqueles com mais impedimentos
Para trabalhar a memória recente, eram cognitivos. Todos os pacientes relatam que a
feitos treinos de associações verbais e visuo- atividade é bastante prazerosa e isso é um fator
verbais, (fig 3) que facilitam tanto a codificação relevante, pois a motivação do paciente é decisiva
como o posterior resgate. É importante fornecer as para seu engajamento no programa de reabilitação.
mesmas pistas para o paciente nesses dois Apesar da insuficiência da amostra, o que nos
momentos. Foram realizados treinos de uso de impossibilita uma generalização, uma análise
auxílios externos, como usar agenda e calendário e qualitativa fundamentada na vasta literatura
bloco para anotar recados. Foram trabalhadas existente, nos permite observar que os efeitos
atividades que usam memória implícita com o uso terapêuticos deste programa de reabilitação
do computador. Para tanto, todos os passos foram cognitiva estiveram além do esperado inicialmente,
anotados e fixados ao lado do computador. A pois os pacientes conseguiram melhorar seu
memória remota também foi trabalhada, já que a desempenho não apenas nos testes, mas,
reminiscência é uma atividade prazerosa, em que o sobretudo nas atividades de vida diária, mostrando
diálogo fica sem quebras, pois o paciente recorda que houve generalização das situações vividas no
bem de fases anteriores de sua vida. laboratório para sua vida. Três destes pacientes
conseguiram uma re-inserção social - trabalho e
escola, em atividades que pudessem ser exercidas
dentro de suas limitações e com a continuidade do
programa. Além disso, conseguimos reduzir o nível
de ansiedade derivado das situações sociais pelo
sentimento de fazer parte de um grupo e da
exposição nas situações de vida diária simuladas.
Do mesmo modo, aumentou a capacidade destes
pacientes para identificar e aceitar as informações 3- NATIONAL STROKE ASSOCIATION:
que familiares e amigos lhes forneciam a respeito Information Bulletin. 1999 Denver, CO. NSA
de sua conduta social, o que teve repercussões Publications.
importantes nestas esferas. Toda a equipe
concordou que um dos principais êxitos do 4- WINOCUR, G; MOSCOVITCH, M. 1999. The
programa foi a melhora do nível de consciência de Psychosocial environment and cognitive
seus déficits e da necessidade da utilização de rehabilitation in the elderly. In: STUSS, D;
estratégias cognitivas para o sucesso de seu ROBERTSON, I (EDS.). Cognitive Rehabilitation,
desempenho social. pp.94-108. Cambridge, Cambridge University
Press.
5. Conclusões
5- WILSON, B .2002. Cognitive Rehabilitation in
Os modelos de programas em Reabilitação the 21º century. Neurorehabilitation & Neural
Cognitiva são comumente baseados na avaliação e Repair, V.16 (2), pp 2002-207.
tratamento do quadro clínico, frente a uma equipe
multidisciplinar que, no entanto, não desempenha o 6- HEILMAN, K. M., ROTHI L.J.G. 2003 Clinical
exercício interdisciplinar. A introdução do aspecto Neuropsychology. New York, Oxford University
lúdico que o uso de computadores propicia serve, Press.
efetivamente, como fator de motivação e favorece a
adesão do paciente ao tratamento. 7- SOHLBERG, MM & MATEER, CA 2001.
A possibilidade de utilização de situações Cognitive rehabilitation: An Integrative
da rotina do paciente (cálculo, reconhecimento de Neuropsychological Approach. New York, Guildford
figuras e faces, etc ) com o uso do computador Press.
torna o programa de reabilitação mais atrativo e
prazeroso ao paciente, além de coloca-lo em 8- PARK,N.W.;INGLES, J.L. 2001. Effectiveness of
situações onde precisa ser treinado para que possa attention rehabilitation after an acquired brain
realizar sua atividades de vida diária. injury: a meta-analysis. Neuropsychology, Apr;
Por fim, um programa de reabilitação eficaz 15(2): 199-210.
deve procurar se desenvolver a partir das
necessidades do paciente, da perícia profissional, 9- YLVISAKER, M.; FEENEY, T. 1998.
de um gerenciamento efetivo e da viabilidade de Collaborative Brain Injury Intervention:Positive
recursos, respeitando a realidade sócio-cultural do Every Day Routines. Singular Publishing Group,
paciente. Assim, o programa de reabilitação Inc.
cognitiva baseado num protocolo de avaliação e
tratamento informatizado atende às novas 10- WANN,J RIVA, G., BOLZONI, M.,CARELLA,
exigências da atual concepção de reabilitação. F.,GALIMBERTI, C., GRIFFIN, M.J.,LEWIS, C.
H.,LUONGO, R.,MARDEGAN, P.,MELIS, L.,
6. Agradecimentos MOLINARI-TOSATTI, L.,POERSCHMANN, C,
ROVETTA, A.,RUSHTON, S.,SELIS, C. Virtual
Este trabalho conta com o financiamento do reality environments for psycho-neuro-
CNPq, através do Edital CT-Saúde, 024/2004 e da physiological assessment and rehabilitation. Stud
FAPERJ, através do Edital Primeiros Projetos. Health Technol Inform, Jan 1997; 39: 34-45.

7. Referências 8- Contato

1- NATIONAL INSTITUTE OF HEALTH 1999. Laboratório de Neuropsicologia e Cognição-


Consensus Conference: Rehabilitation of persons FM/UFRJ- Hospital Universitário Clementino Fraga
with TBI. Consensus development panel of Filho -11º andar, Bl. F, s. 15 - Av Brigadeiro
rehabilitation of persons with TBI. JAMA, V.56,pp Trompowsky, s/n, Cidade Universitária-Ilha do
780-784. Fundão- 21941-590, Rio de Janeiro - RJ – Brasil.
Tel: +(55 21) 2562-2233- lidiacardoso@hucff.ufrj.br
2- U.S. DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN
SERVICES 1995. Post-Stroke Rehabilitation:
clinical Practice guideline. AHCPR Publication,
V.95-0062(6),p.85.

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